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BLOG NUTRIÇÃO E
SAÚDE

 21/12/2018 
Diálise Entrevistas Hemodiálise Crônica
Profissionais
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Pacientes em diálise:
Cuidados com
alimentação devem ser
redobrados no Natal

A diálise é um procedimento conhecido


como terapia de substituição renal, isso
porque, quando os rins não estão em
condição de realizar sua função de filtrar
o sangue é necessário um procedimento
que substitua essa função tão importante
para nosso organismo. Este
procedimento pode ser realizado pelo
processo de hemodiálise, quando o
paciente faz as sessões por meio de uma
fístula, 3x por semana, em uma clínica
especializada e por um tempo de
aproximadamente 4 horas/sessão,
variando de paciente para paciente; ou
diálise peritoneal, que o paciente realiza
as sessões por meio de um cateter
peritoneal, em domicílio e geralmente no
período noturno, com frequência diária.

Neste procedimento de filtração do


sangue, são eliminados resíduos
prejudiciais à saúde, controlando a
pressão arterial e mantendo o equilíbrio
de sódio, potássio, ureia e creatinina,
entre outros sais e minerais. Todo o
sangue é filtrado, fazendo com que ele
volte limpo ao corpo e as toxinas
eliminadas no dialisato.

Quando o indivíduo apresenta doença


renal crônica, o rim não consegue
eliminar adequadamente as toxinas e os
nutrientes que estão em excesso no
sangue. Nessa situação, deve-se ter um
cuidado especial com a alimentação.
Alguns dos nutrientes que merecem
maior atenção são: as proteínas, sódio,
potássio e fósforo.

No processo de diálise ocorrem perdas


importantes de proteínas, sendo
necessário repor estas perdas por meio
da alimentação a fim de evitar a
desnutrição, condição muito frequente
entre os pacientes que fazem diálise.
Assim sendo, o consumo de alimentos
proteicos devem ocorrer conforme
orientação nutricional adequada. Este
cuidado se deve ao fato de quem, as
proteínas são necessárias, contudo há
quantidade expressiva de fósforo nas
fontes proteicas. Assim, deve haver um
equilíbrio para que a necessidade
proteica seja suprida de forma que o
consumo de fósforo não seja excessivo.

Nesse período de festas de final de ano é


comum encontrar nas mesas frutas
secas, como uvas passas, figos,
damascos, além de oleaginosas, como
castanhas, nozes e amêndoas. São
opções que estão no topo da preferência
das pessoas nesta época. Porém, alerta
a nutricionista Cristina Martins*, mestre
em Nutrição Clínica e doutora em
Ciências Médicas – Nefrologia, o
consumo desses alimentos é contra-
indicado para pacientes que fazem
hemodiálise. “Eles contém quantidades
significativas de potássio. Nos dias entre
as sessões de hemodiálise, o potássio é
acumulado no sangue do paciente. Por
isso, é importante evitar o consumo de
alimentos ricos nesse mineral”, adverte.

Cristina ainda aponta uma situação que


pode ocorrer nesta época do ano: a
diminuição na rotina do programa de
diálise. “Se as sessões de hemodiálise
forem mais curtas ou ausentes, há
grande risco de acúmulo de líquido e de
potássio, entre outras substâncias, no
sangue do paciente. Por isso, há grande
necessidade de restrição de sal,
adicionado às refeições ou à mesa, e de
alimentos ricos em sódio, como vários
industrializados, conservas e temperos.
Também não podemos esquecer as frutas
e hortaliças ricas em potássio. O
chocolate, presente em panetones e
sobremesas, também deve ser evitado”,
alerta.

É importante controlar a ingestão do


potássio pois esse nutriente faz parte de
várias funções do nosso organismo,
como a contração muscular. Na doença
renal, os níveis de potássio no sangue
podem subir de forma rápida, pois não
ocorre a eliminação pelos rins. O excesso
de potássio no sangue impede a
contração muscular adequada e os
sintomas causados são fraqueza, fadiga,
cansaço, podendo causar até parada
cardíaca. Portanto, a atenção ao
consumo deste nutriente pelos pacientes
em diálise deve ser redobrada.

Outra questão muito importante! Nesta


época do ano é comum consumirmos
frutas diferentes, como a carambola.

CUIDADO! PACIENTES COM DOENÇA


RENAL NÃO PODEM CONSUMIR
CARAMBOLA! ESTA FRUTA APRESENTA
UMA TOXINA ELIMINADA UNICAMENTE
PELOS RINS PODENDO PROVOCAR
DANOS AO PACIENTE.

Orientações nutricionais

Ao iniciar o programa dialítico, a ingestão


de proteína é maior pois a perda de
proteínas no processo de diálise pode ser
significativa. Portanto, é essencial ter
uma alimentação correta para evitar a
desnutrição. Nesta fase, os níveis de
fósforo e potássio já podem estar bem
elevados e devem ser acompanhados de
perto. Além disso o controle do consumo
de sal deve ser considerado para
controlar a pressão arterial e evitar a
retenção de líquido, lembrando que o
organismo não consegue eliminar
adequadamente pelos rins estes
excessos.

DARPREFERÊNCIA

Baixoteordepotássio

Frutas Verduras Legumes


(Baixoteordepotássio
Abacaxi secozidosemágua
ferventeedesprezando
Acerola aáguadafervura)
Ameixafresca
Abóbora
Bananamaçã
Alface Abobrinha
Caju
Caqui
Agrião Acelga
Almeirão Batata
Jabuticaba
Cenoura Berinjela
Laranjalima
Escarola Beterraba
Limão
Pepino Brócolis
Maçã
Pimentão Chuchu
Manga
Repolho Couve-flor
Melancia
Couve-manteiga
Morango
Espinafre
Pêra
Mandioca
Pêssego
Mandioquinha
Quiabo
Vagem

Referências:

https://sbn.org.br

Oliveira, Eduarda Savino Moreira; Aguiar,


Aline Silva. Por que a ingestão de
carambola é proibida para pacientes com
doença renal crônica? J Bras Nefrol
2015;37(2):241-247. DOI: 10.5935/0101-
2800.20150037.

*Cristina Martins é nutricionista pela


Universidade Federal do Paraná (UFPR),
mestre em Nutrição Clínica pela New
York University (EUA) e doutora em
Ciências Médicas – Nefrologia pela
Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS). Também é especialista em
Nutrição Renal pela Academy of Nutrition
and Dietetics (AND – EUA), dietista-
nutricionista registrada pela AND, clínica
certificada em Suporte Nutricional pela
American Society of Parenteral and
Enteral Nutrition (ASPEN – EUA),
especialista em Suporte Nutricional
Enteral e Parenteral pela Sociedade
Brasileira de Nutrição Parenteral e
Enteral (SBNPE), especialista em
Nutrição Clínica pela UFPR,
especialização em Alimentação e
Nutrição pela UFPR, assessora Científica
da Fundação Pró-Renal Brasil – Curitiba,
presidente do Instituto Cristina Martins de
Educação em Saúde e representante da
AND e da Associação Brasileira de
Nutrição (ASBRAN) para a padronização
internacional do Processo de Cuidado em
Nutrição no Brasil.

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