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MOZART, A FLAUTA MÁGICA E A

MAÇONARIA
POR KENNYO ISMAIL ⋅ 4 DE SETEMBRO DE 2011 ⋅ DEIXE UM COMENTÁRIO
ARQUIVADO EM  A FLAUTA MÁGICA E MAÇONARIA, MOZART E MAÇONARIA

É constante no meio maçônico as listas de maçons famosos dos mais


diversos meios, pátrias e épocas. Uma personalidade sempre citada é
Mozart. Uma de suas principais obras, a última, emplacada poucos meses
antes de sua morte, é “A Flauta Mágica”, tida como uma verdadeira ópera
maçônica. Por conta da proximidade do lançamento da música com a morte
do artista, muitos inimigos da maçonaria aproveitaram para acusá-la de
envolvimento em sua morte.

Quando esse assunto é apresentado em Loja, por meio de diversos trabalhos


ou palestras, muito se fala sobre Mozart, sua iniciação, sua Loja, seus
companheiros de Loja, o desenvolvimento da maçonaria na época, mas
muito pouco se fala sobre a Flauta Mágica. Por que é considerada uma ópera
maçônica? O que há de maçonaria nela?
A Flauta Mágica conta a história de um príncipe perdido na floresta, que é
salvo por um servo de uma rainha que o leva ao castelo. No castelo, ele vê a
foto de uma bela mulher e se encanta por ela. O servo conta que se trata de
uma princesa, filha da rainha, e raptada por um sacerdote. O príncipe se
apaixona ainda mais ao ouvir a história e decide resgatar a princesa. O servo
da rainha acompanha o príncipe na missão, e o Orador do Templo da
Sabedoria alerta que as intenções do sacerdote são boas e que, talvez, as da
rainha não sejam. O príncipe e seu servo aceitam serem iniciados. No final,
ambos ficam com suas almas gêmeas.
Algumas características maçônicas na história:
·      Três damas, três moços e várias outras menções ao número três;
·      Três templos, sendo o principal o Templo da Sabedoria;
·      A regra do silêncio imposta aos iniciandos;
·      O príncipe, na escuridão, pede por luz;
·      O ingresso no templo se dá com a cabeça “coberta”;
·      Durante a iniciação, passa-se por várias provas, sendo as principais a
prova da água e a do fogo;
·      Os mistérios de Ísis e Osíris;
·      Menção sobre Força, Beleza e Sabedoria.

Na verdade, a Flauta Mágica não foi a única obra maçônica de Mozart, que
criou, pelo menos, seis músicas para uso em maçonaria. Porém, o
interessante da Flauta Mágica é ter sido criada não para uso em Loja, mas
para a apreciação da sociedade europeia numa época em que a maçonaria
começava a ser perseguida de forma mais veemente. Por esse motivo, o
conteúdo maçônico está, de certa forma, oculto na letra e na música. O tipo
de coisa que todo bom maçom aprecia. 

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magica-e-maconaria.html#sthash.lmwZcebk.dpuf

Mozart, O Grande Arquiteto da Música


Fabio Almeida | 27 de janeiro de 2013

“Graças ao poder da música, caminharemos felizes pela noite sombria


da morte.” (A Flauta Mágica, ato II, cena 28)
Em 5 de dezembro de 1784 era proposto o nome de Wolfgang
Amadeus Mozart à Loja Maçônica “A Beneficência”. Entretanto,
analisando o teor esotérico da sua obra, nota-se que Mozart era ligado
a egrégora maçônica muito antes do seu ingresso na fraternidade. Aos
11 anos, Mozart musicou o poema maçônico “Andie Freude“. Aos 16,
compôs uma ária para o hino ritual “Oh heiliges Band“. E aos 17,
compôs o drama maçônico “Thamos, König in Ägypten”.
Mozart escreveu aproximadamente 30 obras destinadas
exclusivamente à maçonaria. Dedicou à congregação cantatas com
textos que falam em igualdade entre seres humanos, seres livres de
jugos impostos por determinadas religiões, melodias compostas para
atos solenes, para acompanhar os ritos e até mesmo concertos
beneficentes abertos ao público.
É interessante o fato que Mozart não encontrava incongruências entre
a Maçonaria e a igreja. Para ele, ambos os sistemas se
complementavam, na Maçonaria ele faria a busca pelo
autoconhecimento, a transformação do chumbo do Ego no ouro da
Essência, no catolicismo reconheceu a busca do aperfeiçoamento
espiritual, o perdão dos pecados, e a consolidação da redenção na vida
após a morte.
Óperas
A iniciação era o centro do pensamento mozartiano. Suas obras
refletem os aspectos mais profundos da Maçonaria e da via alquímica,
porém imperceptível ao grande público. Suas óperas foram concebidas
como verdadeiros rituais, possuindo vários níveis de percepção e
significado.
“Descobrimos o mistério: não há nada a acrescentar.” (As Bodas de
Fígaro ato II, cena 2)
Le Nozze di Figaro (As Bodas de Fígaro), ópera dividida em três atos,
tem como tema a Igualdade, ela representa a jornada do Aprendiz,
Fígaro. Há também alusões ao casamento alquímico, sagrada
geometria, enfim uma obra de várias camadas.
“Não se alimenta de alimentos mortais aquele que se alimenta de
alimentos celestes” (Don Giovanni ato II, cena 15)
Don Giovanni tem como tema a Liberdade e trata do drama vivido pelo
companheiro em busca do grau de Mestre. O próprio Mozart confirmou
o caráter iniciático desta obra. Don Giovanni representa o companheiro,
o Comendador a encarnação do Mestre-de-Obras Hiram, Leporello o
Primeiro Vigilante, isso se descrevermos apenas os principais. Ao longo
de todo o ritual, Leporello fará a formação de Don Giovanni e o levará
na direção das provas até ser engolido pela terra.
Cosi fan Tutte (Todas elas são assim), aparentemente representa o
comportamento das mulheres, mas Mozart a concebeu pensando nas
Lojas. Todas elas agem de maneira ritualística se desejam viver a
tradição iniciática. Sob a óptica da alquimia, Cosi fan Tutte aborda o
segredo do pilar da Sabedoria. Don Alfonso, detentor dos segredos,
representa o Venerável Mestre. Ao atravessar a morte alquímica sob a
conduta do Venerável Alfonso, os dois casais atingem a verdade do
amor autêntico, em outras palavras, a Grande Obra.
“Se a virtude e a Justiça espalharem a glória pelo caminho dos
Grandes, então a Terra será um reino celeste, e os mortais,
semelhantes aos deuses.” (A Flauta Mágica, ato I, cena 19)
Die Zauberflöte (A Flauta Mágica), tem como tema a Fraternidade, com
o simbolismo muito mais explícito que as anteriores, é uma das obras
mais ricas em conteúdo iniciático da história da música, não por acaso
o filósofo e dramaturgo alemão Johann Wolfgang Goethe afirmou: “É
suficiente que a multidão tenha prazer em ver o espetáculo; mas, ao
mesmo tempo, seu significado elevado não vai escapar aos iniciados”.
A flauta sintetiza todo o simbolismo iniciático. No decorrer da ópera
Pamina diz que ela foi esculpida em madeira numa noite de
tempestade (água e escuridão) repleta de sons de trovões (terra) e de
relâmpagos (fogo), e a própria flauta representando o elemento ar.
Maçonaria, Hermetismo, Rosacrucianismo, Astrologia, Magia, Tarot, 
Kabbalah, Mitologia, está tudo lá. E como vocês já perceberam, dá pra
fazer um post pra cada ópera, e desta eu já fiz AQUI.
“Todos os esforços que fizemos para conseguir expressar a
profundidade das coisas se tornaram inúteis depois do aparecimento
de Mozart.” (Goethe)
A Gruta
Mozart era mais inclinado aos elementos místicos da Maçonaria do que
o seu racionalismo ético, e sua música procurava refletir esse espírito
místico. Naquela época houve o surgimento de interesse em ritos
iniciáticos do Antigo Egito e a introdução do simbolismo egípcio em
alguns rituais maçônicos. A Loja de Mozart praticava a “Estrita
Observância”, um rito que dava atenção às influências dos Cavaleiros
Templários, sendo descrita como uma mistura de “simbolismo
maçônico, práticas alquímicas e tradições rosacruzes.
Em 1791, ano da sua morte, Mozart decide fundar uma nova Ordem
iniciática, a qual iria se chamar “Gruta”. Como é demonstrado na ópera-
ritual “A Flauta Mágica” a Gruta seria uma ordem “celestial”, permitindo
a iniciação feminina com rituais inspirados na tradição dos mistérios
egípcios. Entretanto, poucos sabiam dessa intenção de Mozart, como
revelou sua esposa Constanze numa carta “A respeito da Ordem ou
Sociedade denominada Gruta, que ele queria criar”, escreveu ela, “não
posso dar maiores explicações. O antigo clarinetista da corte, Stadler,
que redigiu o resto dos estatutos, poderia fazê-lo, mas ele confessa
que tem medo, pois sabe que as Ordens e as sociedades secretas são
odiadas.”

Última Obra
Curiosamente a última obra terminada por Mozart, anotada no seu
catálogo, foi uma pequena cantata maçônica intitulada “Laut verkünde
unsre Freude” (Em alta voz anuncia nossa Alegria). Finalizada no dia
15 de novembro de 1791 à apenas três semanas do dia da sua morte
(05 de dezembro), o espírito de despedida ressoa por estas melodias.
Mozart dirigiu a cantata pessoalmente em sua Loja, foi a sua última
aparição pública.
“Em alta voz anuncia nossa alegriaO alegre soar dos instrumentos.O
coração de cada Irmão senteO eco destes muros.Portanto,
consagremos este lugar,Pela cadeia de ouro da fraternidade,E com
verdadeira humildade de coração,Hoje, o nosso Templo.”
(Trecho da letra de “Laut verkünde unsre Freude”)
Referências:Tetralogia: Mozart, o grande mago, Christian JacqA Flauta
Mágica, Ópera maçônica de Jacques ChailleyMúsica e Simbolismo de
Roger J.V. CotteMozart e a Música Maçônica, SCA.
LinksA Flauta Mágica e a KabbalahMapa Astral de Mozart
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A ópera a Flauta Mágica e a simbologia maçónica do


algarismo 3

Em sintonia com a música de fundo, e sendo os autores grandes


apreciadores de Mozart, o primeiro texto teria necessariamente que
focar uma obra deste compositor, neste caso a ópera A Flauta Mágica.
Aqui ficam portanto algumas pistas que talvez vos ajudem a apreciar
ainda mais esta obra. Como julgamos ser do conhecimento geral, a
Flauta Mágica, composta por Mozart em 1791, reflecte as ideias
maçónicas do seu criador.No que diz respeito às referências ao
algarismo 3, podemos enumerar os seguintes aspectos:

1. Existem 3 Templos: o Templo da Sabedoria, o Templo da Razão e o


Templo da Natureza
2.A personagem Pamino tem se dirigir às 3 portas dos Templos
3.A Rainha da Noite tem 3 Damas de Honor
4.As personagens Tamino e Papageno são guiadas por 3 RapazesE LAST
BUT NOT LEAST
5.Ouvem-se no início da Abertura 3 acordes
6.A ópera é composta na tonalidade de Mi bemol Maior (que tem 3
bemóis)
Relativamente ao ponto 5, não são necessárias grandes explicações. É
fácil de verificar quando se ouve a Abertura que existem 3 acordes dos
quais o 1º é tocado 1 vez e os 2º e 3º são tocados 2 vezes.Exemplo-
Acordes da Abertura da Flauta Mágica1º- Os três acordes simples
2º- Os três acordes com as repetições3º- O começo da Abertura tocado
pela orquestraClique aqui:(Aguarde o carregamento do ficheiro de som)

Quanto ao ponto 6, será talvez útil explicar o que é a escala de Mi bemol


Maior, a fim de fundamentar a preferência do compositor.Para poder
explicar facilmente as características desta escala, começar-se-á por
explicar o que é a escala de Dó Maior, pois esta é a Escala Modelo.NÃO
SE ASSUSTE MESMO QUE NUNCA TENHA ESTUDADO FORMAÇÃO
MUSICAL! VAI VER QUE ISTO É FÁCIL E ATÉ É GIRO!Escala de Dó
MaiorObserve este diagrama das teclas do piano:
(Se não aparecer a imagem, carregue em Actualizar)

No teclado do piano, existem, alternadamente, grupos de 3 teclas pretas


e de 2 teclas pretas. A tecla branca que fica à esquerda de qualquer
grupo de 2 teclas pretas chama-se Dó. Entre os grupos de teclas pretas
há 2 locais, entre 2 Dós, onde não existem teclas pretas, ou seja não há
tecla preta da 3º para a 4º nota e da 7º para a 8º nota, se começarmos
em Dó. Esta é a escala de Dó Maior.Assim, quando se lê no título de
uma composição que esta é em Dó Maior isto quer dizer que, se a peça
for tocada ao piano, tal se pode fazer usando só as teclas brancas. Claro
que as obras normalmente não se mantêm sempre na mesma tonalidade
e há momentos em que passam por outras tonalidades. Quando isto
sucede diz-se que houve uma MODULAÇÃO.Poderá agora ouvir, como
ex., uma canção infantil (na qual Mozart baseou um conjunto de 12
Variações- “Ah vous dirais-je Maman”- K 265) que está na tonalidade de
Dó Maior.Exemplo- Canção em Dó MaiorClique aqui:

Sustenidos e bemóisComo é óbvio, um compositor pode querer


alargar a paleta de sons, incluindo na composição as notas
correspondentes às teclas pretas. Indica-se isto na pauta, colocando o
sinal de sustenido # ou de bemol b.Se houver um sustenido, toca-se não
na tecla branca correspondente a essa nota, mas na tecla preta que está
à direita, ou seja o som fica mais agudo.Se houver um bemol, acontece o
inverso. Toca-se na tecla preta que está à esquerda da nota e,
naturalmente, o som fica mais grave.Escala de Mi bemol MaiorPara
que esta escala, que obviamente vai de Mi bemol a Mi bemol, soe
exactamente igual à Escala Modelo de Dó Maior é necessário colocar 3
bemóis, de modo a manter o intervalo de meio tom entre a 3ª e 4ª notas
e a 7ª e 8ª notas.Observe o seguinte diagrama da escala de Mi bemol
Maior: (Se não
aparecer a imagem, carregue em Actualizar)

DE VOLTA À FLAUTA MÁGICA!Desejando Mozart compor uma obra


numa tonalidade onde o algarismo 3 estivesse presente, teoricamente,
tanto poderia ter escolhido uma tonalidade com 3 sustenidos como com
3 bemóis. Optando por bemóis (provavelmente devido à instrumentação
de sopro utilizada) e querendo compor no modo maior, escolheu assim a
tonalidade de Mi bemol Maior (para além da Flauta, há outras obras de
Mozart nesta tonalidade).Como já foi acima mencionado, só uma peça
muito simples será toda composta na mesma tonalidade.Relativamente
à Flauta Mágica, podemos referir que, para além da tonalidade de Mi
bemol Maior, aparecem em variados momentos da obra outras
tonalidades, como por exemplo, as tonalidades de Ré menor na celebre
ária da Rainha da Noite, tonalidade esta associada em Mozart a
sentimentos de medo e/ou vingança (é a mesma da cena da Estátua no
fim da ópera Don Giovanni) e a tonalidade de Sol menor na ária de
Pamina “Ach, ich fühls” do 2ºacto da Flauta.E pronto! Se ainda não
possui o disco, sugerimos que vá a uma conhecida loja de discos
francesa ou à loja virtual iTunes adquiri-lo e depois se delicie com a
audição desta magnífica ópera.Com desculpas pela qualidade, deixamos
aqui um pequeno aperitivo: um bocadinho da Fuga da Abertura (parte
dela é a música de fundo do blog).

"Hilfe!", "Hilfe!", "Hilfe!" - A ópera começa com a entrada


de Pamino, esbaforido, gritando por socorro num bosque
desconhecido. Antes de entendermos do que foge, esta
maneira de começar a peça musical denota o
estabelecimento de uma marca: vamos entrar num
terreno iniciático, diferente do cotidiano regular.

Fugia de uma serpente de uma enorme serpente, pronta


para devorá-lo. Acaba desfalecendo e é salvo por três
Damas da Rainha o observam em segredo e correm a dar
a notícia de sua chegada ao reino da Rainha da Noite.
Entrementes, um caçador de pássaros, Papageno, entra
em cena e, vendo a carcaça da serpente acaba assumindo
a autoria da salvação diante de um atônito Tamino.
Quando este se encontra no auge de sua fanfarronada,
chegam as três Damas novamente, bem a tempo de
pegá-lo mentindo. Papageno e castigado e elas, na
condição de porta-vozes da Rainha da Noite, dão as boas
vindas a Pamino e contam a história de Pamina. A jovem
e bela princesa, filha da Rainha da Noite, seqüestrada pelo
perverso Sarastro, um poderoso feiticeiro, em cujo castelo
a mantém cativa. Elas entregam um retrato de Pamina
enviado pela própria Rainha da Noite a Tamino, que
imediatamente se apaixona pela beleza da princesa.

Tamino canta uma ária em louvor à beleza de Pamina.


Nisso a Rainha da Noite, um ser sobrenatural que usa um
véu negro, surge diante dele. Ela confirma a história
contada por suas três Damas, fala da perda de sua filha
para Sarastro e roga a Tamino que liberte sua filha das
garras de Sarastro. Apaixonado, Tamino decide
empreender a tarefa imediatamente. A Rainha, usando
seus poderes mágicos oferece ao príncipe uma arma: uma
flauta dotada também de poderes sobrenaturais. Sempre
que enfrentar quaisquer perigos bastará tocar esta flauta
mágica que todos os obstáculos serão vencidos. A Rainha
recruta ainda Papageno para auxiliar Tamino nesta tarefa
e lhe dá como arma um "glockenspiel", um pequenino
carrilhão que imita sons de sinos. Como auxiliares em sua
longa jornada, ambos contarão ainda com três Gênios da
Floresta que os ajudarão a encontrar Sarastro e Pamina,
assim como a superar dificuldades que surjam.

Saem os heróis principais, armados com seus


instrumentos, guiados pelos três Gênios da Floresta.

Pamina é mantida prisioneira sob a guarda de três


escravos liderados pelo mouro Monostatos, serviçal de
Sarastro. Monostatos a deseja e, dominado por intensa
sensualidade tenta por todos os meios seduzir Pamina. No
interior do palácio, Monostatos avança mais uma vez
sobre Pamina quando Papageno entra em cena. Ambos se
assustam. O mouro foge da presença da estranha figura
do caçador de pássaros. Pamina, aliviada do assédio de
Monostatos, conversa com Papageno, que se apresenta
como embaixador da Rainha da Noite - fazendo a princesa
feliz - e conta os planos de sua mãe para libertá-la.
Pamina fortalece suas esperanças na libertação ao saber
que um jovem e belo príncipe se encontra a caminho para
tirá-la das garras do poderoso Sarastro. Ignorando a real
história de seu cativeiro, a real personalidade de Sarastro
e seguem as orientações da Rainha da Noite, cujas
intenções também ignoram. Quando pela primeira vez se
encontram, por sinal, Pamina e Tamino cantam em dueto
uma belíssima ode ao amor sublime entre um homem e
uma mulher.
Entrementes, Tamino, guiado pela magia dos três Gênios
da Floresta, chega aos domínios de Sarastro. Antes de
prosseguir na sua missão, recebe ele a recomendação de
observar três virtudes essenciais: firmeza, paciência e
sigilo. "Empenhe-se como verdadeiro homem e conseguirá
seu objetivo". Pamino chega a um bosque no qual se
erguem três templos muito belos. Colocados lado a lado,
no da esquerda está escrito "Natur" - Templo da
Natureza, "Weisheit" - Templo da Sabedoria - "Vernunft" -
Templo da Razão. Em dúvida sobre qual dos templos
detém o ideal que busca e já partindo para o processo de
tentativas, Tamino está prestes a bater à porta do Templo
da Natureza quando escuta um coral que lhe barra a
entrada
dizendo: "Zurük" - para trás! A seguir prestes a bater à
porta do Templo da Razão escuta novamente: "Zurük"  -
para trás! Finalmente, ao bater à porta do Templo da
Sabedoria a porta se abre e um velho sacerdote,
ricamente trajado em vestes brancas e com voz suave se
dirige a Tamino: "Que traz você aqui, jovem audacioso?
Que procuras neste local sagrado?" Tamino lhe revela
suas intenções: quer libertar a princesa Pamina das mãos
do cruel feiticeiro Sarastro. O Sacerdote percebe que
Tamino é movido pelo Amor mas que está mal informado
acerca de Sarastro. Passa a buscar desfazer a imagem
errônea que dele faz Tamino. Este insiste em saber onde a
princesa se encontra tendo por toda a resposta o silêncio.
Fica aliviado ao saber, contudo, por vozes estranhas ao
templo, que ela ainda vive. O sacerdote se afasta e
Tamino agora resolve tocar a Flauta Mágica, sua arma
salvadora. Papageno, ao longe, ouve o som e lhe
responde com a sua flauta de caçador de pássaros. Fica
imaginando se Papageno teria encontrado Pamina. Em
instantes Papageno entra em cena com Pamina - livre de
suas correntes - orientado que fora pelo som da Flauta
Mágica. Monostatos segue a ambos, com auxílio dos
escravos e os alcança já próximos de Tamino. Estão
prestes a aprisioná-los quando Papageno

se recorda de sua arma mágica, o "glockenspiel", e o


toca. Ao som de uma dança alegre e saltitante os
bandidos saem dançando, como que enfeitiçados.

Pamina, Tamino e Papageno estão respirando aliviados


quando um som de trombetas anuncia a chegada de
Sarastro. Papageno teme por sua sorte e Pamina julga-se
perdida. Afinal, acabara de fugir de Monostatos, que o
mantinha cativa por ordem de Sarastro.

O séqüito de Sarastro chega ao local em que se


encontram. Sarastro, saudado pelo coral, entra em cena.
O coral diz: "O homem sábio o aclama, o falso aprende a
temê-lo. Com paciência ele nos guia para a Sabedoria e
para a Luz. Pois ele é nosso líder, proclamando a retidão."
Monostatos conta a Sarastro a sua versão dos eventos
recentes. De como aquela "estranha ave" - Papageno - o
havia surpreendido e retirado Pamina de seus olhos.
Sarastro compreende tudo e ordena que dêem "77
chibatadas" nos pés de Monostatos, que sai carregado por
outros escravos para a sua punição.

Pamina se aproxima do Grão Sacerdote Sarastro e


confessa sua transgressão, seu desejo de escapar para
voltar ao convívio de sua mãe.

Revela ainda o assédio que vinha sofrendo por parte do


mouro Monostatos. Sarastro informa compreender suas
intenções e que não poderia se interpor entre ela e seu
anseio de amar. Ressalta, contudo, que não poderá,
ainda, libertá-la. Revela quem de fato é sua mãe e seus
planos para destruir a fraternidade de Ísis e Osíris -
propõe-se a manter Pamina a seus cuidados e dos
membros daquela fraternidade.

Papageno e Tamino percebem que tinham uma impressão


equivocada sobre Sarastro, impressão neles inculcada
pela Rainha da Noite, e agora, admirados com Sarastro e
a irmandade de Ísis e Osíris manifestam sua vontade de
também serem membros. Sarastro lhes informa que,
neste caso, deverão passar por um julgamento e uma
série de provas a fim de que sejam aceitos.

Têm início aqui os preparativos para a Iniciação de


Tamino e de Papageno que, com a cabeça recoberta por
espessa venda, saem de cena.

Chegamos ao final do I Ato.

De nosso Ir.'. Wolfgang Amadeus Mozart assista a

A Flauta Mágica - DVD

O II Ato começa num bosque com desenhos estranhos e


uma pirâmide truncada ao fundo. Dezoito sacerdotes se
posicionam em três pontos da cena, à esquerda, à direita
e ao fundo. Sarastro, de pé ao centro, abre a reunião
anunciando: "Iniciaremos neste Templo da Sabedoria,
servos de Ísis e Osíris.

Com alma pura eu declaro a todos vós que esta


assembléia é uma das mais importantes do nosso Templo.
Tamino, filho de um rei, vinte anos de idade, está à porta
de nosso Templo." Três dos sacerdotes se levantam, um a
cada vez. O primeiro questiona: "Ele é virtuoso?"
pergunta o primeiro. "Ele é discreto?" pergunta o
segundo. "É um homem caridoso?" pergunta o terceiro.

Sarastro responde afirmativamente a todas as questões e


pergunta se todos concordam com a iniciação, devendo
manifestar-se erguendo uma das mãos. O grupo de
sacerdotes que se encontra à esquerda o faz e mantém-se
assim enquanto a orquestra entoa uma nota constante. A
seguir, o mesmo para o grupo que está à direita e,
finalmente, o grupo que está ao fundo, pontuados por
uma mesma nota cada, totalizando três toques. Sarastro
encerra a reunião cantando uma ária em que invoca a
proteção de Ísis e Osíris.

Os dois iniciandos estão prontos para o cerimonial. Este


tem início com Tamino e Papageno conduzidos por um
sacerdote cada um, no átrio do Templo. Desvendado,
Tamino reafirma sua intenção de galgar a sabedoria e ter
como recompensa o amor de Pamina. Quando
questionado pelo Orador, emite respostas simples, firmes
e diretas. Papageno contudo, questionado pelo sacerdote,
manifesta-se apenas ansioso pelos prazeres da vida:
"comer, dormir e beber. Isto é bastante para mim. Se
possível, ter uma bela esposa."

O Orador dá a palavra final: aconteça o que acontecer


daqui para frente ambos terão de manter silêncio
absoluto. Se violarem esta ordem estarão perdidos.
Orador e Sacerdote previnem a ambos quanto às
malévolas tentações femininas. Logo que estes saem,
deixando os dois sozinhos com suas meditações, entram
as três Damas da Rainha da Noite que advertem os dois
sobre o perigo que correm se permanecerem naquele
lugar. "Tamino, certamente a morte o aguarda. Papageno,
você está perdido para sempre." Apavorado, Papageno
começa a tagarelar e é por várias vezes repreendido por
Tamino que lhe faz recordar o que ambos prometeram aos
sacerdotes. Diante das três Damas, Tamino mantém
silêncio e elas se vão. A prova termina com os sacerdotes
entrando em cena e informando que Tamino vencera
aquela etapa.

Na cena seguinte, vemos Pamina a ser preparada para a


sua Iniciação. Pamina está adormecida no jardim do
palácio de Sarastro.

Monostatos surge para mais uma vez tentar seduzir a


jovem. Canta a sua paixão pela beleza da princesa. A
Rainha da Noite surge em meio a trovões fazendo
Monostatos esconder-se amedrontado. Ao perguntar a
Pamina sobre o destino do jovem que ela lhe havia
enviado a filha retruca que este será iniciado na
fraternidade de Ísis e Osíris. Percebendo a gravidade da
situação a Rainha, sabedora de que Pamina também está
enredada pela fraternidade dos iniciados, entoa a
magnífica "Ária da Vingança", um desafio para a soprano
que o interpreta. Extravasa toda a sua cólera contra
Sarastro e seus seguidores. Entrega um punhal à filha
com a recomendação de que assassine seu inimigo
mortal. A Rainha da Noite desaparece tão
misteriosamente como havia surgido. Monostatos, que se
ocultara diante da aparição da Rainha, reaparece e toma o
punhal das mãos da princesa ameaçando-a caso não se
entregasse a seu apetite sensual. Exatamente no
momento em que ele tenta possuir a jovem, Sarastro
entra em cena, compreende o que se passa e repreende
Monostatos. Este sai, ficando Sarastro e Pamina a sós.
Este revela a Pamina que já conhecia os planos de
vingança da Rainha da Noite contra ele e a fraternidade
de Ísis e Osíris. De sua parte, numa bela ária, Sarastro
mostra quais são as armas de que dispõe para derrotar a
Rainha:

"Em nosso sagrado templo,


A vingança é desconhecida,

E aqueles que se desviam do dever

O caminho lhes é mostrado com amor

Com ternura são levados pela mão fraterna

Até encontrarem, com alegria, um lugar melhor

Dentro de nossa sagrada maçonaria,

Por laços de amor estamos unidos

Cada um perdoa o seu próximo

Aqui não há traição

E aqueles que desprezam este nobre plano

Não merecem ser chamados de homem."

Com esta ária, de forma serena e firme, Sarastro ressalta


a diferença entre o que a Rainha da Noite diz e o que a
fraternidade de Ísis e Osíris realmente representa. Pamina
conhece agora a face da verdade: a crueldade e os
propósitos de vingança da Rainha da Noite estão em vivo
contraste com a serenidade e o equilíbrio, temperados
com o mais sincero amor fraternal revelados por Sarastro.
Aqui se encontra o clímax da ópera, a universal
confrontação da Luz contra as Trevas.

Na próxima cena, Tamino e Papageno prosseguem em


suas provas. Ambos devem continuar guardando o mais
absoluto silêncio, conforme recomendação do Orador e do
Sacerdote. Para Papageno um teste estranho:

surge a seu lado uma mulher muito velha coberta por um


capuz e uma longa capa que, ocultando sua face e suas
formas. Puxando conversa com ele e revela que tem
dezoito anos e que seu namorado se chama Papageno.
Vai revelar o seu nome quando desaparece num alçapão.
Espantado, puxa conversa com Tamino, que sucessivas
vezes o repreende. Tamino será submetido à prova ainda
mais difícil: Pamina entra em cena e lhe dirige palavras de
amor, mas ele está impedido, por seu juramento de
silêncio, de dirigir-lhe a palavra.

Ambos sofrem muito com esta situação. Tamino desejaria


falar-lhe, mas está impedido. Pamina julga,
desconcertada, que Tamino lhe renega seu amor.

Chorando convulsivamente, deixa a cena com Tamino


sofrendo muito pela dor que, involuntariamente, impôs à
princesa.

Seguem as provas. Agora, no interior do Templo, Sarastro


e outros sacerdotes entoam um coral em louvor a Ísis e
Osíris.

Tamino e Pamina são trazidos à sua presença. Faz-se


silêncio em toda a assembléia. Sarastro previne a ambos
que ainda deverão se submeter a outras provas. O casal
deve despedir-se com um adeus pois agora o príncipe
deve submeter-se à prova final - e seu futuro é incerto.
Papageno também entra em cena e o sacerdote que o
acompanha lhe diz que, embora não tenha sido bem
sucedido na prova anterior, os deuses estavam dispostos
a satisfazer-lhe um desejo. Ele pede um copo de vinho. A
seguir recorda-se, numa alegre ária, Papageno canta seu
maior anseio maior: que lhe seja concedida uma bem-
amada, tão ansiosamente aguardada. A mesma velha de
antes surge e informa que ele tem duas alternativas:
casar-se com ela ou morrer. Ele se decide a aceitá-la e,
como por encanto, ela se transforma numa jovem linda, a
Papagena.

Papageno corre a abraçá-la e é contido pelo sacerdote que


lhe adverte: "Afaste-se, jovem! Você ainda não tem este
direito!" E sai com a bela jovem deixando Papageno só e
desolado.

Pamina, por sua vez, encontra-se num aprazível jardim


envolvida por pensamentos melancólicos. Não tem certeza
do amor de Tamino e, sentindo-se abandonada, pensa em
suicidar-se utilizando o punhal que a mãe lhe dera.
Surgem os três Gênios da Floresta, que buscam dissuadi-
la daqueles maus pensamentos com a revelação de que
Tamino está se submetendo a provas a fim de se unir a
ela. Eles recomendam que Pamina os siga e verá Tamino
em sua prova final.

Tamino está próximo ao Templo, onde se vêem duas


cavernas - uma de cada lado do palco - com um portão
gradeado. No centro, uma escada conduz a uma porta
onde estão postados dois guardas armados. Os guardas
cantam em dueto:

"Aquele que andar

Por estes caminhos

Cheios de dificuldades,

Terá de passar pelas provas

Do fogo, da água, do ar e da terra

E, se vencer

O temor da morte

Como que deixará a terra

Em direção ao brilho do céu.

Iluminados, coração e mente,

Empenhar-se-ão pelo direito

E no sagrado rito de Ísis

Encontrarão a verdadeira luz."

Os dois guardas, avisando-lhe dos perigos, exortam à


coragem de Tamino e Pamina no início destas provas.
Tamino segue firme em seu propósito e informa que
nenhuma ameaça pode amedrontá-lo.
Tamino prepara-se para enfrentar a primeira prova, a
prova do fogo. Pamina se aproxima dele para participar
também desta prova.

Ambos entram na caverna por onde saem labaredas de


fogo. Tamino, tocando a Flauta Mágica, passeia com
desenvoltura em companhia de Pamina, pelas chamas que
vão desaparecendo. A seguir atravessam por uma
torrente de águas como de uma grande cachoeira sem
que nada lhes aconteça, graças ao mágico som da Flauta.
Ao retornarem vitoriosos são saudados por um coral de
sacerdotes, Sarastro à frente, que se rejubilam com os
iniciandos.

Próximo dali, Papageno ainda está atormentado,


desconsolado sem a sua sonhada bem-amada. Canta com
saudade e diz, diante de uma forca, que contará só até
três para que Papagena reapareça. Papageno está prestes
a suicidar-se quando surgem os três Gênios da Floresta
que exortam-no a tocar seu "glockenspiel" e assim fazer
com que Papagena volte.

Ele se recorda de seu instrumento mágico, toca-o e


Papagena surge magicamente, tendo início o delicioso
dueto "Papagena-Papageno."

Na cena final vemos a chegada da Rainha da Noite, das


três Damas e de Monostatos, que havia passado para o
lado da Rainha a fim de, usufruindo de seus poderes
mágicos, chegar a seu intento: seduzir Pamina. A Rainha,
ensandecida ao ver Pamina e Tamino agora iniciados e
membros da fraternidade que odiava, tenta invadir os
domínios dos iniciados para derrotá-los definitivamente.
Chegam em meio a densa treva, os invasores portam
tochas. Nesse instante, tem lugar uma grande
tempestade, com raios e trovões, que obriga os invasores
a se dispersarem. A noite vai aos poucos dando lugar à
aurora. O sol surge e o ambiente ganha cada vez mais
luz.

Sarastro, o Grande Sacerdote, surge cercado pelos irmãos


e sacerdotes e canta:

"A glória do dourado Sol,

Conquistou a noite.

O falso mundo das trevas

Conhece agora o poder da luz."

Um majestoso coral encerra a ópera com louvores a Ísis e


Osíris e aos iniciados:

"Salve, novos iluminados!

Passastes pela noite

Louvamos a ti, Osíris.

Louvamos a ti, Ísis.

Pela força são vitoriosos

São dignos da coroa

A beleza e a sabedoria

Haverão de iluminá-los como o Sol."

A FLAUTA MÁGICA

SALZBURGO

Salzburgo é uma encantadora cidadezinha incrustrada nos


Alpes austríacos. Parece uma cidade de brinquedo. Percorrer
suas estreitas ruas medievais, ladeadas por vetustos sobrados
muito bem conservados é como entrar numa máquina do
tempo e recuar uns duzentos ou trezentos anos no passado.
Com efeito, nada parece ter mudado ali nos últimos três
séculos. Até o claro e cristalino rio que atravessa a cidade
parece ter saído de uma lenda medieval. Miríades de garças
dão á paisagem vista de cima da romanesca ponte uma
atmosfera de sonho e romance.
Salzburgo é a cidade onde nasceu Joannes Chrysostomus
Wolfgangus Theophilus Mozart, em 27 de janeiro de 1756. O
cognome Amadeus, pelo qual ele ficou conhecido mais tarde,
quando se tornou famoso, vem da grafia francesa do nome
Theophilus, que em francês se escreve Amadé, latinizado para
Amadeus. Seu nome de batismo era muito complicado para
um artista. Por isso Mozart preferiu a forma mais simplificada
de Wolfgang Amadeus Mozart, com qual ficou conhecido no
mundo da música e da lenda como uma das mais geniais e
pitorescas personalidades de todos os tempos.

BIOGRAFIA

Seus pais se chamavam Leopold Mozart e Anna Maria Pertl.


Dos sete filhos do casal somente ele e uma irmã, Maria Anna,
apelidada Nannerl, conseguiram chegar à idade adulta.
Leopold também era um músico bastante conceituado.
Violinista competente, lecionava música e tocava para o
Arcebispo de Salzburgo, desfrutando, com isso, de uma
respeitável posição no mundo da música e na sociedade de
Salzburgo. Graças a essa posição ele pode dar aos seus dois
filhos sobreviventes, Wolfgang e Nannerl, uma esmerada
educação musical.
Wolfgang começou a estudar música com quatro anos de
idade. Seu talento era tão precoce que em 1761, com cinco
anos de idade, ele já havia composto um Andante e um Allegro
para teclado, peças que muitos músicos profissionais
consideravam perfeitas.

CARREIRA

Mozart se apresentou em público pela primeira vez em 1761,


na Universidade de Salzburgo, executando obras de Johan
Eberlin. A partir dessa apresentação não parou mais de viajar
e se apresentar pela Europa toda como menino-prodígio.
Dizem que foi essa vida de cigano a que seu pai, Leopold, o
obrigava, aliada ao rigor e ao rígido programa de treinamento
que era obrigado a suportar diariamente, que minou a sua
saúde, desde cedo muito frágil.
Mozart menino percorreu a Europa inteira se apresentando
para os nobres da época. Em 1762 iremos encontrá-lo em
Munique, tocando para o Eleitor da Baviera. Em janeiro de
1763, passou por Viena e outras cidades austríacas, tocando
para vários nobres e duas vezes para a imperatriz Maria
Teresa e seu consorte. Segundo registros da imprensa da
época, Mozart, com oito anos de idade já tocava como um
músico profissional.
Durante três Mozart viajou por vários países, passando pela
Alemanha, França, Inglaterra, Países Baixos e Suíça, tocando
em diversos centros musicais importantes da época, eempre
com muito sucesso. Era recebido e apreciado pelos príncipes e
potentados da Europa, que nele viam um verdadeiro prodígio.
Na França, tocou em Versailles para Luis XV e sua corte. Em
Londres para o rei George III.
Com cerca de dez anos já havia mais de uma centena as
composições feitas pelo menino prodígio Wolfgang Amadeus
Mozart, inclusive óperas inteiras.
Ao contrário do que retrata o filme Amadeus, de Milos Forman,
a família de Mozart, nessa época, estava bem próspera, tendo
ganho uma pequena fortuna com essas excursões.

MOZART NA ITÁLIA

Em 1770, finalmente, Mozart vai à Itália. Terra da ópera por


excelência, nenhum compositor desse gênero de música seria
reconhecido se não passasse pelo crivo dos italianos. Pela
quantidade de apresentações dadas por ele na Itália e pelo
tempo que ficou por lá e os lugares onde se apresentou, se
pode aquilatar o sucesso que o agora adolescente Amadeus
Mozart fez na terra de Puccini. Em Roma foi recebido pelo
papa e agraciado com a Ordem da Espora de Ouro, no grau de
cavaleiro, um acontecimento realmente extraordinário para um
músico, principalmente em razão da sua idade. Foram várias
as comendas e referências que recebeu em todas cidades
italianas que passou, consagrando o seu nome na terra da
ópera. Foi tão grande o seu sucesso que ele teve que voltar à
Itália no ano seguinte, em 1771, para tocar no casamento do
Arquiduque Ferdinando, de Milão.
Cansado de perambular pela Europa, seu pai, Leopold,resolveu
aceitar um emprego fixo como violinista na corte do príncipe
Hieronymus von Colloredo, enquanto o adolescente Mozart se
empregava como violinista na corte do Arcebispo de
Salzburgo. Foram meses de descanso e satisfação para
Mozart, que aproveitou bem o tempo, compondo dezenas de
peças musicais.
Mas a agitação estava no sangue dos Mozarts e alguns meses
depois eis a família de volta à Itália para mais uma tournée. .

MOZART EM VIENA

Logo os Mozarts chegaram à conclusão que a prosaica


Salzburgo havia se tornado muito pequena para o grande
talento do seu mais famoso filho. Ele precisava de públicos e
palcos maiores, bem como mecenas mais importantes. Um
músico da categoria de Wolfgang Amadeus não podia viver
simplesmente de apresentações. A práxis da época era
trabalhar para um grande potentado, que pudesse garantir o
seu sustento. Com isso se podia dedicar á composição e só
aceitar as apresentações realmente compensadoras. Foi por
isso que a família mudou-se para Viena.
Mas apesar de toda a sua fama e reconhecimento como
músico competente e extraordinário compositor, Mozart não
encontrou em Viena o reconhecimento que esperava. A
fechada corte austríaca, que mantinha em sua folha de
pagamento diversos músicos e compositores não abriu espaço
para o agora jovem prodígio que desdenhava do espírito
conservador e retrógrado dos músicos da corte, e propunha
novos caminhos para a música da época.
Foi em Viena que o jovem Mozart começou a mostrar
distúrbios de personalidade. Provavelmente pelo fato de ter
suas expectativas frustradas e ver que outros compositores,
bem menos competentes que ele (alguns até bastante
medíocres, na opinião dele), faziam sucesso e obtinham bons
patrocinadores e ele não. Tornou-se uma pessoa amarga,
extremamente crítica e de comportamento “desagradável”,
segundo os críticos da época, que o taxavam de arrogante e
irresponsável, pois assumia compromissos e não os cumpria
devidamente.

VIDA DISSOLUTA

Mozart vivia agora sozinho em Viena. Seu pai voltara a prestar


serviço como músico na corte do Príncipe de Salzburgo, Von
Colloredo, e a dar aulas de música em sua cidade natal.
Enquanto isso Wolfgang vivia desregradamente em Viena. De
romance em romance, gastava tudo que ganhava com as
namoradas e nos cabarés da pródiga capital do império dos
Habsburgos.
Para se manter Mozart retomou as viagens pela Europa, e em
1775 iremos encontrá-lo em uma tournée pela Alemanha e
França, dando vários concertos e buscando patrocinadores de
peso entre a nobreza daqueles países, mas sem êxito.
Data dessa época as dificuldades de relacionamento que ele
manteve com seu pai até o fim da sua vida. Em suas cartas,
Leopold sempre se queixava da forma desregrada em que
Mozart vivia e da sua irresponsabilidade com questões
financeiras. Mozart gastava mais do que ganhava e vivia
pedindo empréstimos que não pagava. Logo se espalhou por
Viena inteira a sua fama de caloteiro. Por essa razão, depois
de muita insistência do pai, Mozart voltou a Salzburgo e se
empregou na corte do príncipe Von Colloredo como organista e
professor dos meninos do coro. Durante dois anos ele exerceu
esse trabalho e aproveitou bem essa relativa paz para compor.
Data dessa época um grande número de composições, que
mais tarde iriam se tornar verdadeiros clássicos.

DE VOLTA A VIENA

Em 1781 o Príncipe Colloredo viajou a Viena para assistir à


coroação do novo imperador Joseph II. Mozart foi com ele.
Irriquieto como sempre, Mozart aproveitou para demitir-se do
emprego com o príncipe e tentar novamente uma carreira em
Viena. Foi morar na casa de uma família que conhecera em
uma de suas apresentações. Foi ai que ele conheceu
Constanze, com quem se casaria em 1782. Não conseguira
ainda um lugar na corte como compositor, como era seu
desejo, e ganhava a vida dando aulas, concertos privados e
compondo partituras para quem as encomendasse. Logo
tiveram um filho, mas o garoto morreu nos primeiros meses
de vida, segundo dizem, por falta de cuidados de pai e da
mãe, que o deixaram aos cuidados de pessoas estranhas
enquanto viajavam para Salzburgo para visitar Leopold.
Depois tiveram outros filhos que sobreviveram até a idade
adulta.
Sua veia musical, entretanto, jamais diminuiu. Quanto mais
era ignorado pela elite austríaca, mais ele compunha.
Encontrou um bom nicho de mercado na ópera popular, e suas
composições para esse tipo de espetáculo foi o que manteve o
casal por muito tempo.

O MOZART MAÇOM
Mozart ingressou na Maçonaria em fins de 1784 por influência
do empresário e ator de óperas populares Emanuel
Schikaneder, que era maçom atuante nas Lojas de Viena na
época. Há quem diga que a iniciação de Mozart na Arte Real se
deu por razões políticas e interesseiras, uma vez que ele
esperava ser aceito pela corte austríaca se se tornasse
maçom. Praticamente toda a corte austríaca era constituída de
maçons. O próprio Imperador Joseph III, como seus
antecessores Joseph II e II, e outros monarcas austríacos
foram maçons famosos, inclusive fundadores de Lojas e
criadores de ritos.
É bem possível que Mozart tenha se valido dessa condição
para tentar penetrar no fechado círculo de compositores da
corte vienense, onde a maior influência era o maestro italiano
Antonio Salieri. Mas acreditamos que não tenha sido essa a
principal razão para o fato dele ter ingressado na Maçonaria.
Na verdade, essa disposição era própria da personalidade de
Mozart, que incorporava muitos traços de misticismo e uma
certa disposição de confronto com as tendências moralistas e
ultramontanistas professadas pela elite vienense, em razão da
profunda influência nela exercida pela Igreja Católica.
Mozart gostava de trabalhar temas místicos e tinha certa
fixação pelo folclore germânico, no tocante as suas lendas e
arquétipos. Criticava com veemência o gosto da corte
austríaca pelos libretos escritos em italiano, com temas
latinos, de preferência aos temas predominantemente
germânicos, mais afeitos a um povo que falava alemão e tinha
uma cultura alemã. Dessa forma, foi ele o primeiro compositor
a compor e reger uma ópera em alemão no teatro municipal
de Viena, o que, diga-se de passagem, não fez nenhum
sucesso e só aumentou a antipatia que os nobres da corte
nutriam por ele.
Os ritos maçônicos forneceram a Mozart uma boa inspiração
para algumas das suas mais significativas obras. A principal
delas é a famosa Flauta Mágica, que ele escreveu com seu
amigo e irmão Emanuel Schikaneder. Eis uma resenha dessa
esplêndida obra.

A FLAUTA MÁGICA

PREPARAÇÃO PARA A INICIAÇÃO

A ópera começa com a entrada de Pamino, “ um profano que


se encontra perdido num bosque escuro e desconhecido.”.
Clara alegoria iniciática que evoca o princípio do ritual
maçônico de iniciação.
Logo se percebe que está fugindo de uma enorme serpente.
(Alusão à serpente Apépi dos Mistérios Egípcios). Desmaiando,
ele é salvo por três Damas da Rainha, que matam a serpente e
correm para dar notícia do fato à Rainha da Noite. Nesse meio
tempo aparece um caçador de pássaros, Papageno, que se diz
vencedor da serpente. Mas é surpreendido na mentira pelas
três damas, que depois de castigar o mentiroso, dão as boas
vindas a Pamino e contam a ele história de Pamina, uma bela
e jovem princesa, filha da Rainha da Noite, que foi
sequestrada pelo perverso Sarastro, um poderoso feiticeiro,
que a mantém cativa no seu soturno castelo. Mostram a ele
um retrato de Pamina, e ele, imediatamente se apaixona pela
princesa.
Nessa alegoria se percebe claramente a influência do tema
maçônico. Ao irmão que se inicia na Maçonaria se diz
claramente que ele está para se livrar dos seus vícios( as
mentiras do mundo profano) e se iniciar numa grande
aventura pela conquista da virtude ( a bela Pamina). Aí está
presente também a referência ao mito desenvolvido nos
Mistérios de Elêusis, na pessoa da jovem Perséfone, que foi
raptada pelo deus dos infernos Hades. A tarefa dos iniciados
nesses antigos mistérios gregos era exatamente libertar
Perséfone dessa escravidão. Em princípio é essa a proposta
que se coloca aos dois profanos.

Tamino se propõe a libertar a bela princesa do seu cativeiro.


Para isso recebe da Rainha da Noite  uma flauta mágica. E
assim, tendo como escudeiros o mentiroso Papageno(que será
perdoado por isso) e três Gênios da Floresta(os irmãos Terrivel
e os Espertos) que os ajudarão a encontrar o caminho para o
sinistro castelo de Sarastro, lá vai o glorioso cavaleiro para a
sua missão.
Pamino e seu escudeiro Papageno ignoram o verdadeiro
motivo do sequestro da princesa. Ao chegar no castelo de
Sarastro, antes de encontrar a princesa e enfrentar seu
sequestrador os Gênios lhe recomendam o exercício de três
virtudes: firmeza, paciência e sigilo. “Empenhe-se como
verdadeiro homem e conseguirá seu objetivo”, dizem os
gênios. Tudo bem maçônico.
No caminho para o castelo Pamino, passa por um bosque onde
existem três templos muito belos. Colocados, um ao lado do
outro, em cada um deles está escrito “Natur” – Templo da
Natureza, no primeiro “Weisheit” – Templo da Sabedoria –, no
segundo e “Vernunft” – Templo da Razão, no terceiro. Num
deles, segundo os ensinamentos dos Gênios da Noite, está o
objeto da sua busca. Prestes a bater na porta do templo da
Natureza ele escuta um coral lhe dizer: “Zurük” – para trás!
Vai em seguida bater na porta do templo da razão e outro
coral lhe diz: “Zurük” - para trás! Resolve, finalmente, ao
bater na porta do Templo da Sabedoria. Esta se abre se abre e
um sacerdote, trajado em vestes brancas e com voz suave se
dirige a ele nesses termos: “Que traz você aqui, jovem
audacioso? Que procuras neste local sagrado?” Tamino revela
a intenção de libertar a princesa Pamina das mãos do cruel
feiticeiro Sarastro. Conta a história que ouviu da Rainha da
Noite. O Sacerdote percebe que Tamino está apaixonado pela
princesa, mas foi enganado pela Rainha da Noite a respeito de
Sarastro e suas intenções. A Rainha da Noite não é a mãe da
princesa e Sarastros é o Sumo Sacerdote de uma Fraternidade
cujo objetivo é preservar a Verdade. Essa Fraternidade é a
Irmandade de ìsis e Osíris.
Papageno e Tamino percebem o erro mortal no qual estavam
laborando. Então se propõem a entrar para a Fraternidade de
Ísis e Osiris. Sarastro lhes informa que para serem membros
dessa Fraternidade eles terão que passar por um julgamento
dos seus membros e se submeter a uma série de provas
destinadas a comprovar o mérito deles. Segue-se a
preparação dos neófitos que saem de cena com a cabeça
coberta por capuzes negros.
Após essa cena têm início os preparativos para a Iniciação de
Tamino e de Papageno que, com a cabeça recoberta por uma
espessa venda, saem de cena.

A INICIAÇÃO

O II Ato começa num cenário onde se vê um bosque com


estranhos símbolos desenhados e uma pirâmide truncada ao
fundo. Dezoito sacerdotes estão posicionados em três pontos
da cena, à esquerda, à direita e ao fundo. Sarastro, presidindo
a seção no centro, abre a reunião anunciando: “Vamos iniciar
neste Augusto Templo da Sabedoria novos servos de Ísis e
Osíris. Tamino e Papageno ( Sarastro lê as qualificações de
cada um) estão à porta de nosso Templo.” Três dos sacerdotes
se levantam, um a cada vez. O primeiro questiona: “Eles são
virtuosos?” pergunta o primeiro. “Ele são discretos?” pergunta
o segundo. “São homens  caridosos?” pergunta o terceiro.
Sarastro responde afirmativamente a todas as questões. Todos
concordam com a iniciação manifestando-se com as mãos
ergui-das. Os grupos de sacerdotes que se encontram à
esquerda, á direita e ao fundo também fazem o mesmo gesto
enquanto a orquestra entoa uma nota constante. Sarastro
encerra a reunião cantando uma ária em que invoca a
proteção de Ísis e Osíris.
Em seguida tem início a cerimônia de iniciação.

Os dois iniciandos estão prontos para o cerimonial. Este tem


início com Tamino e Papageno sendo conduzidos, cada um por
um sacerdote para a execução das provas. Tiradas a venda
após a entrada deles no Templo, eles reafirmam suas
intenções de galgar a sabedoria e ter como recompensa o
amor de Pamina.(conquistar a virtude). Segue-se um discurso
essencialmente maçônico onde eles são concitados a perseguir
a virtude e sobretudo manter silêncio sobre o que se passou
ali. Em seguida todos saem e deixam os dois sozinhos no
centro do Templo para meditarem na importância da decisão
que tomaram. Nesse momento entram as três Damas da
Rainha da Noite que os advertem sobre o perigo que correm
se permanecerem naquele lugar. Tentam demover os dois da
decisão que tomaram. Mas eles persistem e assim vencem
aquela provação.

A próxima cena se dedica à iniciação de Pamina. A tentação de


Pamina aqui é exercida pela Rainha da Noite que tenta seduzi-
la de todas as formas para que ela desista da iniciação. Usa
para isso diversos artifícios inclusive a alegoria da traição
(expressa na traição dos companheiros no Drama de Hiram). A
ária cantada nesse momento sublime da peça é
particularmente bela e elucidativa:

“Em nosso sagrado templo,


A vingança é desconhecida,
E aqueles que se desviam do dever
O caminho lhes é mostrado com amor
Com ternura são levados pela mão fraterna
Até encontrarem, com alegria, um lugar melhor
Dentro de nossa sagrada maçonaria,
Por laços de amor estamos unidos
Cada um perdoa o seu próximo
Aqui não há traição
E aqueles que desprezam este nobre plano
Não merecem ser chamados de homem.”

Com esta ária, Sarastro (Venerável Mestre) mostra a diferença


entre o propósito do Mal , representado pela Rainha da Noite,
e o Bem, representado pela doutrina da fraternidade de Ísis e
Osíris. Pamina, Tamino e Papageno conhecem agora a
verdade: Nessa área se coloca o tema central do ensinamento
maçônico, que é a confrontação da Luz contra as Trevas.
E assim a ópera segue apresentando a cada ato um tema
maçônico de importância ritual. Lá estão as alegorias
alquímicas que a Maçonaria adota em seus rituais: as provas
que o maçom deve se submeter para se tornar um verdadeiro
irmão; o tema do segredo e das cavernas escuras que
hospedam os monstros que destroem o caráter; nas
engraçadas intervenções de Papageno as tentações a que são
submetidos os irmãos em consequência das suas relações
profanas; a tolerância, a firme disposição, a coragem e
fidelidade que os irmãos devem demonstrar para vencer essas
tentações.

“Aquele que andar


Por estes caminhos
Cheios de dificuldades,
Terá de passar pelas provas
Do fogo, da água, do ar e da terra
E, se vencer
O temor da morte
Como que deixará a terra
Em direção ao brilho do céu.
Iluminados, coração e mente,
Empenhar-se-ão pelo direito
E no sagrado rito de Ísis
Encontrarão a verdadeira luz.”

Cantam dois contraltos, vestidos de guarda das duas cavernas


escuras onde os neófitos serão submetidos à prova.
Tocando a flauta mágica, os neófitos vencem todas as provas
e surgem, finalmente para a luz.
(....)
A peça é longa e cheia de detalhes e alusões a motivos
maçônicos temas arcanos. E tudo é desenvolvido em versos de
indiscutível inspiração e apoiados por uma música francamente
arrebatadora.
“A glória do dourado Sol,
Conquistou a noite.
O falso mundo das trevas
Conhece agora o poder da luz.”

Um majestoso coral encerra a ópera com louvores a Ísis e


Osíris e aos iniciados:

“Salve, novos iluminados!


Passastes pela noite
Louvamos a ti, Osíris.
Louvamos a ti, Ísis.
Pela força são vitoriosos
São dignos da coroa
A beleza e a sabedoria
Haverão de iluminá-los como o Sol.”

Facilmente o iniciado nos mistérios maçônicos se reconhecerá


nessa obra genial. E ao deixar o teatro terá o justo orgulho de
ser um maçom e saber que os quadros da Sublimeo Ordem já
foram engrandecidos por irmãos do porte de Mozart. Ele
faleceu no dia 5 de dezembro de 1791 e não é verdade que
tenha sido enterrado como indigente, como mostra o filme de
Milos Forman. Na verdade ele foi velado na catedral de Viena
em 6 de dezembro e no dia 7 foi enterrado discretamente em
uma vala comum no cemitério da Igreja de São Marx, nos
arredores de Viena. Não houve nenhuma cerimônia nem
acompanhamento do seu caixão, mas isso, segundo o que se
propagou na época, se deveu á sua causa mortis,
provavelmente uma moléstia contagiosa (tuberculose,
provavelmente). Esse procedimento era comum na época. O
fato de não ser erguida nenhuma lápide sobre seu túmulo se
deve, provavelmente a um pedido da família. Tanto é verdade
que as crônicas da época fizeram diversas referências a sua
morte, enfatizando sua condição de gênio da música. Os
maçons fizeram celebrar uma suntuosa missa na catedral de
Viena no dia 10 e um famoso sermão em sua honra foi
publicado nos principais jornais do país. Vários concertos
foram dados em sua memória, e os irmãos promoveram
diversos eventos em benefício da cunhada Constanze e os
sobrinhos.
Existem cerca de 630 obras registradas em nome de Mozart. E
por mais que sua obra e biografia já tenha sido explorada
nunca será demais recordar esse nosso poderoso Irmão.

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