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AULA
Oscilações acopladas
Meta da aula
Estudar o movimento de sistemas lineares acoplados por
meio da superposição de seus modos normais de oscilação.
objetivos
86 CEDERJ
MÓDULO 1
4
AULA
Figura 4.1: Dois osciladores idênticos acoplados. x1 e x2 são os deslocamentos
a partir das posições de equilíbrio, indicadas por linhas tracejadas.
&&1 + 2ω 2 x1 − ω 2 x2 = 0
x
&&2 + 2ω 2 x2 − ω 2 x1 = 0 (4.2)
x
CEDERJ 87
Mecânica | Oscilações acopladas
&&2 ) + ω 2 (x1 + x2 ) = 0
&&1 + x (4.3)
(x
88 CEDERJ
MÓDULO 1
Podemos resolver as Equações (4.2) por uma extensão do método
4
da aula passada, aplicável a qualquer conjunto de equações diferenciais
AULA
lineares simultâneas com coeficientes constantes. Fazemos
x1 = C1 e pt (4.9)
x2 = C2 e pt (4.10)
x1 C1 pt
= e (4.11)
x2 C 2
(p2 + 2ω 2 ) C1 − ω 2 C2 = 0
(4.12)
(p2 + 2ω 2 ) C2 − ω 2 C1 = 0
p2 + 2ω 2 −ω 2 C1 0
= (4.13)
−ω p2 + 2ω 2 C2 0
2
p2 + 2ω 2 −ω 2
= ( p2 + 2ω2 ) − ω4
2
0= (4.14)
−ω 2 p + 2ω
2 2
CEDERJ 89
Mecânica | Oscilações acopladas
x1 1 1
= A1 cos (ωt + φ1 ) + A2 cos
x2 1 −1
( 3ωt + φ 2 ) (4.17)
que nada mais é que as Equações (4.7) e (4.8) escritas na forma vetorial.
Vejamos agora a interpretação física dos modos normais.
A solução (4.17) não corresponde em geral a um movimento harmônico
simples para x1 e x2. Podemos no entanto escolher condições iniciais tais
que A2 = 0. Basta fazer x1(t0) = x2(t0) e, x& 1 ( t0 ) = x& 2 ( t0 ) , ou seja, dar
um mesmo deslocamento inicial e mesma velocidade inicial para cada
partícula. Neste caso,
x1 (t) = A1 cos (ω t + φ1 ) = x2 (t) (4.18)
Figura 4.2: Modo de oscilação simétrico: as partículas oscilam com a mesma freqüên-
cia e estão sempre em fase.
90 CEDERJ
MÓDULO 1
Escolhendo as condições iniciais x1(t0) = –x2(t0) e x& 1 ( t0 ) = − x& 2 ( t0 ),
4
então A1 = 0 e
AULA
x1 (t) = A2 cos ( )
3 ωt + φ2 = − x2 (t) (4.19)
Figura 4.3: Modo anti-simétrico: as partículas oscilam com a mesma freqüência, mas
em oposição de fase.
ω2 = l g (4.20)
CEDERJ 91
Mecânica | Oscilações acopladas
− mg θ1 ≈ − mg x1 l = − m ω 2 x1 , para
para aa partícula
part cula1,
1,ee
(4.21)
− mg θ 2 ≈ − mg x2 l = − m ω 2 x2 , para a partícula
part cula2.2.
&&1 = − mω 2 x1 − k ( x1 − x2 )
mx
(4.22)
&&2 = − mω 2 x2 − k ( x2 − x1 )
mx
onde ω0 ==(k/m)
ω 1/2. Note que o movimento de um pêndulo é, na verdade,
bidimensional, mas, para oscilações de pequenas amplitudes, pode ser
tratado como um movimento unidimensional.
Das Equações (4.23), vemos que o sistema de dois pêndulos
acoplados é equivalente a um sistema de duas massas iguais e três molas,
semelhante ao da Figura 4.1, porém, com a mola do meio tendo uma
constante de mola diferente das outras duas. (Se nas Equações (4.23) fizer-
mos ω0 = ω, encontraremos exatamente as Equações (4.2).) Portanto,
já sabemos quais são os modos normais dos dois pêndulos acoplados:
o modo simétrico está mostrado na Figura 4.5.a, e o modo anti-simétrico,
na Figura 4.5.b.
a b
92 CEDERJ
MÓDULO 1
Para determinar as freqüências de cada modo, basta notar que,
4
no modo normal simétrico, a mola não sofre deformação e, portanto,
AULA
os pêndulos oscilam com a freqüência livre ω. No modo anti-simétrico,
x1 = − x2 , e substituindo esta condição, por exemplo, na equação
para o pêndulo 1 (a primeira equação na (4.23)), ficamos com
&&1 + (ω 2 + 2 ω02 ) x1 = 0
x (4.24)
CEDERJ 93
Mecânica | Oscilações acopladas
&&2 = −k ( x2 − x3 ) − k ( x2 − x1 )
mx (4.26)
&&3 = −k ( x3 − x2 )
Mx (4.27)
&&1 + ω 2 x1 − ω 2 x2 = 0
x
&&2 + 2ϖ 2 x2 − ϖ 2 ( x1 + x3 ) = 0 (4.28)
x
&&3 + ω 2 x3 − ω 2 x2 = 0
x
p2 + ω 2 −ω 2 0
−ϖ 2 p2 + 2ϖ 2 −ϖ 2 = p2 ( p2 + ω 2 ) ( p2 + 2ϖ 2 + ω 2 ) = 0 (4.31)
0 −ω 2 p2 + ω 2
94 CEDERJ
MÓDULO 1
ω1 = ω e ω2 = ω 2 + 2ϖ 2 . O resto da análise para encontrar x1(t),
4
x2(t) e x3(t) é um pouco complicada; portanto, não vamos apresentá-lo.
AULA
Vamos mostrar, no entanto, que existe uma outra maneira mais simples
de resolver este problema.
Já que a freqüência zero, encontrada acima, não tem nenhuma
conseqüência na determinação das freqüências dos modos normais de
vibração do sistema, é possível reformular o problema, de forma que a raiz
zero seja excluída desde o início. Isto pode ser feito muito simplesmente
impondo a condição de que o centro de massa permaneça estacionário
na origem. A coordenada do centro de massa do sistema é
M ( x1 + x3 ) + mx2
X=
2m + M
e, portanto, o centro de massa permanecerá estacionário na origem se
M ( x1 + x3 ) + mx2 = 0 (4.33)
Esta condição pode ser usada para eliminar uma das coordenadas
e reduzir o problema a um com dois graus de liberdade. Para isso, vamos
definir as novas coordenadas
ξ = x1 + x3 , η = x1 − x3 (4.34)
x &&3 + ω 2 ( x1 − x3 ) = 0
&&1 − x (4.35)
Somando, obtemos
x &&3 + ω 2 (x1 + x3 ) − 2ω 2 x2 = 0
&&1 + x (4.36)
M
x &&3 + ω 2 (x1 + x3 ) + 2ω 2
&&1 + x (x1 + x3 ) = 0 (4.37)
m
CEDERJ 95
Mecânica | Oscilações acopladas
M
ω1 = ω e ω2 = ω 2 + 2ω 2 = ω 2 + 2ϖ 2, (4.40)
m
RESUMO
96 CEDERJ
MÓDULO 1
PROBLEMAS
4
AULA
4.1. Duas massas, m e 2m, estão ligadas por molas idênticas como
indicado na figura abaixo. Encontre os modos normais.
Figura 4.7
Figura 4.8
CEDERJ 97
Mecânica | Oscilações acopladas
Figura 4.9
m
Figura 4.10
4
de Coulomb entre eles. As forças de repulsão entre os íons são:
AULA
r 1 e2 r 1 e2
F12 = ^
z , F = − ^
z
21 (4.44)
4π ε 0 (z1 − z2 )2 4π ε 0 (z1 − z2 )2
b
a
Figura 4.11
CEDERJ 99
Mecânica | Oscilações acopladas
SOLUÇÕES
equações lineares
ou,
− p2 + 2ω 2 −ω 2 C1 0
2 =
−ω −2 p + 2ω C2 0
2 2
(4.48)
− p2 + 2ω 2 −ω 2 (4.49)
=0
−ω 2 −2 p2 + 2ω 2
ou,
2 p4 − 6 p2 ω2 + 3ω 4 = 0 (4.50)
3± 3 2
p±2 = ω (4.51)
2
3± 3
ω± = ω (4.52)
2
100 CEDERJ
MÓDULO 1
Para encontrar os modos normais correspondentes, devemos
4
resolver
AULA
− p±2 + 2ω 2 −ω 2 C1± 0
2 = , (4.53)
−ω −2 p± + 2ω C2 ± 0
2 2
o que dá
C2 ± − p±2 + 2ω 2 ω2 1
= = =− (4.54)
C1± ω 2
−2 p± + 2ω
2 2
1± 3
3 − 1
cos(ω− t + φ− ) (4.56)
1
ou
y&&1 + 3ω 2 y1 − ω 2 y2 = 0
y&&2 + ω 2 y2 − ω 2 y1 = 0 (4.58)
onde ω = k m .
lineares
− p2C1 + 3ω 2C1 − ω 2C2 = 0
(4.59)
−ω 2C1 − p2C2 + ω 2C2 = 0
ou
− p2 + 3ω 2 −ω 2 C1 0 (4.60)
=
−ω − p 2 + ω 2 C2 0
2
CEDERJ 101
Mecânica | Oscilações acopladas
p4 − 4 p2ω 2 + 2ω 4 = 0 (4.62)
que dá
C2 ± − p±2 + 3ω 2 ω2
= = = (1 m 2 ) (4.65)
C1± ω2 − p2± + ω2
1
cos(ω+ t + φ+ ) (4.66)
1 − 2
e
1
cos(ω− t + φ− ) (4.67)
1 + 2
y1 (t) 1 1
= A+ cos(ω+ t + φ+ ) + A− cos(ω− t + φ− ) (4.68)
y2 (t) 1 − 2 1 + 2
102 CEDERJ
MÓDULO 1
y& 2 (0) = v0 = − (1 − 2 ) ω+ A+ − (1 + 2 )ω− A− = 2 (ω+ A + − ω− A− ) (4.72)
4
AULA
Destas equações obtemos
v0 v0
A+ = , A− = − (4.73)
2 2ω+ 2 2ω−
y1 (t) =
v0
−
(
sen 2 + 2 ω t
+
sen 2 − 2 ωt ) ( ) (4.74)
2 2ω 2+ 2 2− 2
y2 (t) =
v0
− (1 − 2 )
sen 2 + 2 ωt
+
((1 + 2 )
)
sen 2 − 2 ωt ( )
2 2ω 2+ 2 2− 2
− 2)
sen ( 2 + 2 ωt ) + (1 + 2)
sen ( 2 − 2 ωt ) (4.75)
2+ 2 2− 2
–T2
Figura 4.12
CEDERJ 103
Mecânica | Oscilações acopladas
m1 + m2 ± m1 m2 + m22 g
ω± = (4.80)
m1 l
a b
Figura 4.13
104 CEDERJ
MÓDULO 1
As coordenadas do bloco e do pêndulo são:
4
xM = x, yM = 0
AULA
xm = x + l senθ , ym = −l cosθ (4.81)
&&m = m x
mx (
&& + lθ&& cosθ − l θ&2 senθ = −Tsenθ) (4.83)
( )
my&&m = m l θ&&senθ + lθ&2 cosθ = T cosθ − mg (4.84)
(
m lθ&&sen2θ + lθ&2 cosθ senθ = − m x ) ( )
&& + lθ&& cosθ − lθ&2 senθ cosθ − mg senθ
(4.86)
( )
m lθ&&sen2θ + lθ&2 cosθ senθ = − m x ( )
&& + lθ&& cosθ − lθ&2 senθ cosθ − mg senθ
ou, simplificando,
lθ&& + x
&& cosθ + mg senθ = 0 (4.87)
e
lθ&& + x
&& + gθ = 0 (4.89)
CEDERJ 105
Mecânica | Oscilações acopladas
m &&
&& +
x lθ + Ω12 x = 0
MT (4.90)
lθ&& + x
&& + Ω2 lθ = 0
2
MT 4M 2 2
(Ω + Ω22 ) −
2
ω± = Ω12 + Ω22 ± 2
Ω1 Ω2 (4.91)
1
2M MT
r 1 e2 r 1 e2
F1 = − eaz1 zˆ + ˆ,
z F2 = − eaz 2
ˆ
z − ẑˆ (4.92)
4πε 0 (z1 − z2 )2 4πε 0 (z1 − z2 )2
106 CEDERJ
MÓDULO 1
z1 = η&&1 , &&
As equações do movimento são (note que && z2 = η&&2 )
4
AULA
mη&&1 = − eaη1 − ea (η1 − η2 )
(4.97)
mη2 = − eaη2 + ea (η1 − η2 )
ou,
ξ1 = η1 + η2
ξ 2 = η1 − η2 (4.99)
ξ1 = a cos (ω1t + φ1 )
(4.102)
ξ 2 = b cos (ω2 t + φ2 )
e assim,
η1 = A cos (ω1 t + φ1 ) + B cos (ω2 t + φ2 )
(4.103)
η2 = A cos (ω1 t + φ1 ) − B cos (ω2 t + φ2 )
CEDERJ 107
Mecânica | Oscilações acopladas
η1 1 1
= A cos (ω1t + φ1 ) + B cos (ω2 t + φ2 ) (4.104)
η 2 1 −1
v0 ω v
A=− , B= 1 A=− 0 (4.107)
2ω1 ω2 2ω2
x2 (t) =
v0
sen (ω0 t ) −
sen ( )
3ω0 t
2ω0 3 (4.109)
&&1 + k(x1 − x2 ) = 0
mx (4.110)
&&2 + 2k(x2 − x1 ) = 0
mx (4.111)
108 CEDERJ
MÓDULO 1
O método do determinante funciona aqui, mas o sistema é tão
4
simples que podemos fazer do jeito mais fácil: somando as equações, dá
AULA
&&1 + x
x &&2 = 0 (4.112)
e subtraindo uma da outra,
&&2 + 4ω 2 (x1 − x2 ) = 0
&&1 − x
x (4.113)
ξ1 = at + b (4.114)
e
ξ 2 = c cos(2 ωt + φ ) (4.115)
A solução geral do nosso problema é, portanto,
1
x1 = (ξ1 + ξ 2 ) = At + B + C cos(2ωt + φ )
2 (4.116)
1
x2 = (ξ1 − ξ 2 ) = At + B − C cos(2ωt + φ )
2
ou,
x1 1 1
= (At + B) + C cos(2 ωt + φ ) (4.117)
x2 1 −1
1
(At + B) (4.118)
1
CEDERJ 109
Mecânica | Oscilações acopladas
− p2 + 2ω 2 −ω 2 −ω 2 C1
−ω − p2 + 2ω 2 −ω C2 = 0
2 2
(4.121)
−ω 2
−ω 2 − p + 2ω C3
2 2
− p2 + 2ω 2 −ω 2 −ω 2
−ω 2 − p2 + 2ω 2 −ω 2 =0
(4.122)
−ω 2 −ω 2 − p + 2ω
2 2
− ( p2 ) + 6 ( p2 ) ω 2 − 9 p2 ω 4 = 0
3 2
(4.123)
110 CEDERJ