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“HÁ TANTO ABORTO NO BRASIL QUE É POSSÍVEL

DIZER QUE EM PRATICAMENTE TODAS AS


FAMÍLIAS DO PAÍS ALGUÉM JÁ FEZ UM ABORTO –
UMA AVÓ, TIA, PRIMA, MÃE, IRMÃ OU FILHA, AINDA
QUE EM SEGREDO. TODOS CONHECEMOS UMA
MULHER QUE JÁ FEZ ABORTO”, CONCLUI O
LEVANTAMENTO, QUE TRATA O TEMA COMO
SAÚDE PÚBLICA.
PROPOSTA DE REDAÇÃO A publicação do Ministério da Saúde” 20 anos
A partir da leitura dos textos motivadores e com base de Pesquisa Sobre Aborto do Brasil“, de 2009, também
nos conhecimentos construídos ao longo de sua traça um perfil de quem interrompe a gravidez no país.
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em Segundo a pesquisa, são “predominantemente
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o mulheres entre 20 e 29 anos, em união estável, com
tema “A ética e moral no que se refere à questão do até oito anos de estudo, trabalhadoras, católicas, com
aborto no Brasil contemporâneo”, apresentando pelo menos um filho e usuárias de métodos
proposta de intervenção que respeite os direitos contraceptivos, as quais abortam com misoprostol
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma [remédio abortivo popularmente conhecido como
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de Cytotec]”.
seu ponto de vista.
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-03/uma-em-cada-
cinco-mulheres-fara-um-aborto-ate-os-40-anos-indica-pesquisa Acesso em 01
TEXTO I novembro 2017

A segunda edição da Pesquisa Nacional


de Aborto (PNA), realizada em 2016 pelo Anis Instituto TEXTO II
de Bioética e pela Universidade de Brasília (UnB), Falar sobre aborto costuma gerar polêmica, mas os
aponta que 20% das mulheres terão feito ao menos números que circundam essa prática tornam o debate
um aborto ilegal ao final da vida reprodutiva, ou seja, inevitável. Segundo a OMS, 22 milhões
uma em cada cinco mulheres aos 40 anos terá de abortos ocorrem por ano em locais insalubres e sem
abortado ao menos uma vez. De acordo com os dados, a estrutura adequada. Estima-se, ainda, que 47 mil
em 2015, 417 mil mulheres nas áreas urbanas do mulheres morram todos os anos por complicações
Brasil interromperam a gravidez, número que sobe decorrentes do procedimento.
para 503 mil se for incluída a zona rural. O tema volta
ao debate depois que uma nova ação chegou ao Grupos defensores de direitos das mulheres defendem
Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a que, se a prática fosse descriminalizada, tanto a mulher
descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestante que decide interromper a gravidez como o
gestação, em qualquer situação. terceiro que realiza o procedimento, deixariam de ser
penalizados por isso. Algo que traria maior segurança
Segundo a pesquisa, a mulher que aborta tem entre 18 jurídica para os envolvidos.
e 39 anos, é alfabetizada, de área urbana e de todas
as classes socioeconômicas, sendo que a maior parte Já a legalização seria um passo adiante: estabelecer
(48%) completou o ensino fundamental e 26% tinham regras para regulamentar a prática, oferecendo
ensino superior. Do total, 67% já tinha filhos. A estrutura para que o aborto ocorresse de forma segura,
pesquisa aponta ainda que a religião professada não é sem risco de vida para a gestante.
impeditivo para o ato, pois 56% dos casos registrados
foram praticados por católicas e 25% por protestantes Para a antropóloga Debora Diniz, da Universidade de
ou evangélicas. Brasília, a discussão em torno do tema deve frisar que
a sua legalização não é sinônimo de banalização. “As
mulheres devem saber que recorrer à prática é só em
último caso e que elas devem continuar a utilizar
preservativos”, nota.
Disponível em: https://super.abril.com.br/sociedade/entenda-como-o-aborto-e-
tratado-ao-redor-do-mundo/ Acesso em 01 novembro 2017.

TEXTO III

São muitos dilemas que envolvem a questão de aborto


e ética — no Brasil o abortamento é permitido em duas
situações: quando a gravidez representa risco de morte
para a mãe e nos casos de estupro. Mas apesar das
restrições, o número de abortamentos realizados
clandestinamente no nosso país é enorme. 

Poucas questões em Medicina têm despertado debates


tão acalorados quanto a questão do aborto. Se por um
lado há os que defendem a descriminalização do
aborto, há aqueles – e são muitos — que se apoiam
em argumentos morais, políticos e religiosos para
continuar contrários à sua proibição.

No Brasil, está na lei que o abortamento é permitido em


duas situações: quando a gravidez representa risco de
morte para a mãe e nos casos de estupro, se a mulher
desejar interromper a gravidez. Mais recentemente, os
juizes têm deferido favoravelmente os pedidos de
interrupção da gravidez dos fetos anencéfalos.

Apesar da polêmica e das restrições, o número de


abortamentos realizados clandestinamente no nosso
país é enorme. A julgar apenas pelos índices
expressivos de complicações decorrentes de
abortamentos realizados em condições precárias nas
mulheres atendidas gratuitamente pelo Sistema Único
de Saúde (SUS), fica evidente que a atual lei brasileira
sobre o assunto não está sendo respeitada. Portanto, é
chegada a hora de rediscutir um problema que envolve
todos os segmentos sociais.

Disponível:https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/aborto-e-etica-entrevista/

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