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Por volta de 1870, músicos amadores, reuniam-se para fazer música em festas,
surgindo as primeiras rodas de choro, no Rio de Janeiro.
Havia na época, forte influência de danças européias, sobretudo da Polca.
O choro desde então foi sofrendo modificações e um processo de profissionalização
destacando-se que a roda esteve presente em toda sua trajetória.
Uma roda de choro é conduzida por um grupo base de músicos que desempenham as
funções harmônica, melódica e rítmica.
Existe a possibilidade de participação de músicos profissionais ou amadores,
entretanto para isso é necessário o desenvolvimento de habilidades musicais e a
compreenção de alguns códigos.
O paradoxo consiste em que se por um lado o público em geral compreende a roda
como uma apresentação, por outro, aqueles que possuem habilidades para isso
compreendem este evento como uma oportunidade para fazer música.
O autor realizou uma etnografia com foco na performance das rodas propostas pela
AdC entre agosto de 2013 e dezembro de 2014.
Os encontros eram realizados quinzenalmente no Almanach Bar e Restaurante,
espaço freqüentado por jovens e adultos, em sua maioria da classe média.
Os instrumentos soavam acusticamente e a participação era aberta.
Parte dos ouvintes presentes observava atentamente, enquanto outra parte se
mantinha em conversas. Alguns marcavam a pulsação com as mãos, outros batiam o pé ou
movimentavam o tronco e a cabeça de maneira sutil.
Em meio a audiência instrumentistas que inicialmente estavam no papel de público,
em determinado momento, pegavam seus instrumento e ocupavam um lugar na mesa dos
músicos e começavam a tocar.
Diferentemente do contexto apresentado por Turino, aqui os requisitos para a
participação, não podem ser adquiridos instantaneamente, pois são parte de um processo
construído ao longo do tempo.
O conhecimento técnico diferencia o público em geral dos participantes em
potencial.
E nesse ponto apresenta-se o paradoxo, a participação é aberta, mas só é possível
mediante um conhecimento específico.
Para apresentar uma perfomance são nescessários dois pré-requisitos:
- estudo: essencial para o desenvolvimento do conhecimento musical com ênfase na prática
instrumental, sendo de característica individual.
- preparação: implica na compreensão dos valores necessários para a participação como
compromisso e respeito.
Portanto só seriam considerados participantes em potencial, aqueles que possuíssem
conhecimento dos códigos e dinâmicas desse fazer musical.
4. Conclusão