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Poupança e Investimento

A utilização dos rendimentos: consumo e poupança

Consumo: porção de rendimento destinada à aquisição de bens e serviços que


permitem satisfazer as necessidades.

Poupança: parte do rendimento não empregue, no imediato, no consumo, se modo a


ser possível satisfazer as necessidades no futuro.

Rendimento = Consumo + Poupança

Os destinos da poupança: a importância do investimento

Destinos da poupança:

• Colocação financeira: consiste na aplicação da poupança em produtos


financeiros disponibilizados por intermédio de instituições financeiras. Ex:
depósitos a prazo.
• Entesouramento: poupança que fica à guarda dos seus proprietários, não
sendo, por isso, aplicada.
• Investimento: aplicação da poupança na aquisição de novos bens destinados ao
processo produtivo, ou seja, trata-se de canalizar a poupança para a atividade
produtiva.

Investimento: Formação de capital, Tipos e Funções

Formação de capital: montante dos bens de produção utilizados no processo


produtivo, logo o investimento pode também ser designado por formação de capital,
que se divide em duas componentes:

• Formação bruta de capital fixo (FBCF): valor do investimento realizado


com a aquisição de bens duradouros independentemente de se tratar da
aquisição de bens novos ou dos encargos suportados com a substituição ou
reparação dos equipamentos já existentes;

• Variação de existências: alterações no valor das existências de produtos


acabados, de produtos em curso de fabrico e de matérias-primas, entre dois
períodos diferentes. Este valor obtém-se por diferença entre o valor das
existências no final do período (do ano) e o valor no início do mesmo.

Investimento = FBCF + Variação de Existências

Classificação do investimento:

• Investimento material: aquisição de bens tangíveis, ou seja, compra de


bens com existência física. Ex: instalações, mercadorias e matérias-primas.
• Investimento imaterial: aquisição de bens intangíveis, bens não corpóreos,
como a aplicação dos recursos em formação de trabalhadores, em
Investigação e Desenvolvimento (I&D) e em publicidade e marketing;

• Investimento financeiro: aquisição de ativos financeiros, por exemplo,


ações e obrigações.

Classificação das funções do investimento:

• Garantir a capacidade produtiva através da aquisição de mais bens de


produção, de modo a aumentar a capacidade de produção da empresa;
• Assegurar a manutenção da capacidade produtiva através da reposição do
capital à medida que este vai sendo utilizado, através de investimentos de
substituição;
• Manter os equipamentos e os processos de fabrico tecnologicamente
atualizados para garantir a eficiência e competitividade das unidades
produtivas, fazendo por isso investimentos de inovação.

O investimento pode ser classificado quanto ao agente, podendo ser em público ou


privado, conforme é efetuado pelo Estado ou por agentes privados.

Inovação tecnológica e Investigação e desenvolvimento (I&D)

A investigação assume um papel decisivo na competitividade das empresas, pois é


graças a ela que os produtos e processos de fabrico vão sendo sistematicamente
inovados. A atividade de I&D ao permitir a introdução de inovações tecnológicas,
participa para a melhoria do nível de vida da população e para desenvolvimento de
toda a economia e da sociedade em geral.

O financiamento da atividade económica: autofinanciamento


e financiamento externo

Capacidade de financiamento: situações em que as empresas detêm os meios


suficientes para o financiamento da sua atividade.

Necessidade de financiamento: situações em que as empresas não dispõem de


fundos próprios suficientes para financiarem a sua atividade.

Financiamento:
• Interno: utilização de fundos próprios.
→ Autofinanciamento: aplicação da poupança realizada pelo próprio agente
económico na formação de capital
• Externo: empresas investem a partir de fundos alheios.
→ Direto: quando se recorre ao mercado de títulos →ações e obrigações
→ Indireto: quando se recorre ao crédito junto dos intermediários/instituições
financeiras → crédito bancário

Financiamento externo indireto: o crédito

Crédito: utilização de recursos terceiros, por parte de quem deles necessita,


mediante o pagamento de juros e o compromisso do reembolso futuro. Fundamental
para qualquer economia, permitindo potenciar o seu crescimento, pois estimula, quer a
produção, viabilizando o investimento das empresas e possibilitando o seu
financiamento, quer o consumo das famílias, ao permitir-lhes adquirir antecipadamente
os bens que desejam.

As taxas de juro
Juro: o custo da utilização de recursos monetários alheios, ou seja, é o valor pago a
alguém pela disponibilização temporária de uma determinada quantia.

• Incentivo à poupança→ taxas de juros elevadas


• incentivo ao consumo e ao investimento→ taxas de juros baixas
• Taxas de juro ativas: juro que o banco recebe por conceder empréstimos,
assim o banco efetua uma operação ativa.
• Taxas de juros passivas: é a taxa é paga aos depositantes pelo banco,
assim realizando uma operação passiva.

Tipos de crédito

Quanto à aplicação/finalidade podemos distinguir dois tipos de crédito:

• Crédito ao consumo: é contraído pelas famílias para a aquisição de bens


de consumo como eletrodomésticos, automóveis, viagens, etc.;
• Crédito à produção: crédito concedido às empresas para a compra de bens
de produção, garantindo o financiamento e o funcionamento das empresas:
✓ Crédito à produção de funcionamento: crédito concedido para
resolver necessidades pontuais, como o pagamento de fornecedores ou de
salários,
✓ Crédito à produção de financiamento: crédito para o investimento,
como a modernização, etc.

Quanto à sua duração:


• Curto prazo: período de utilização inferior a um ano. Ex.: compra de
eletrodomésticos por parte das famílias;
• Médio prazo: período de utilização compreendido entre 1 a 5 anos. Ex.:
compra de um automóvel;
• Longo prazo: período de utilização superior a 5 anos. Ex.: crédito à compra
de habitação.
Funções do crédito

Bancos: Função de intermediários financeiros através da captação de


poupanças, que posteriormente serão utilizadas para conceder crédito àqueles que
necessitam de financiamento. Os Bancos e as restantes instituições financeiras
desempenham também a função de criação de moeda.

Efeito multiplicador do crédito: quando estas instituições permitem que parta das
poupanças voltem a entrar no mercado pela via do crédito estão a criar moeda. Os
bancos são obrigados a constituir uma reserva obrigatória, isto é, guardar parte dos
valores captados nos depósitos, não podendo assim aplicar todas as poupanças em
crédito.

Instituições financeiras monetárias e não monetárias

• Instituições financeiras monetárias: instituições que recebem depósitos e


que criam moeda através da concessão de crédito (bancos);

✓ Banco central: em Portugal, é o Banco de Portugal, este detém a função de


banco emissor, ou seja, o exclusivo da emissão de notas e de pôr em
circulação as moedas metálicas. O Banco de Portugal desempenha também a
função de caixa geral do tesouro e de cofre central do tesouro (entidade que
tem a seu cargo a gestão da dívida pública);
✓ Bancos comerciais: praticam todas as operações de recolha de poupança
e de concessão de crédito.

• Instituições financeiras não monetárias: instituições que não podem receber


depósitos, nem criam moeda, mas concedem crédito.

✓ Sociedades de locação financeira (ou leasing): sociedades que


colocam à disposição de outras instituições bens imóveis ou móveis mediante
o pagamento de uma importância.
✓ Sociedade de factoring (sociedades de cessão financeira):
sociedades que assumem as dívidas de outras empresas, adiantando o valor
dos seus créditos de curto prazo e recebendo em troca uma comissão.
✓ Sociedades de capital de risco: sociedades que financiam empresas com
projetos inovadores, mas de elevado risco e que, por esse motivo, não
conseguem facilmente obter crédito.

Financiamento externo direto: o mercado de títulos


Mercado de títulos: o mercado onde são transacionados valores mobiliários, como
as ações ou as obrigações. Estes valores são títulos que representam direitos de
propriedade ou de crédito para os seus detentores.
Ações: títulos representativos do capital social das sociedades anónimas (SA). A sua
posse confere ao titular a qualidade de acionista, que recebe uma parte dos lucros
proporcional ao nº de títulos que detém: dividendos. O rendimento das ações é muito
variável, dependendo da evolução da situação da empresa, que vai repercutir-se nas
cotações de mercado, por isto, as ações, geralmente representam um elevado risco,
tanto podendo oferecer uma alta rentabilidade como dar prejuízo.

Obrigações: títulos representativos de partes da dívida de uma empresa. O


possuidor de obrigações, designado obrigacionista, é reembolsado pela cedência do
seu capital, recebendo em troca um rendimento periódico em função do nº de
obrigações subscritas.

O investimento em Portugal e o investimento português no estrangeiro

• Investimento interno:
✓ Investimento público: é realizado pela administração pública e destina-
se à criação de infraestruturas como estradas, hospitais, bem como o
melhoramento dos serviços da saúde, justiça, educação, etc.
✓ Investimento privado: é realizado pelas famílias e empresas, sendo que no
caso das famílias, tem como objetivo a compra de habitação, e nas empresas,
a compra dos bens de produção necessários à atividade das empresas.

• Investimento estrangeiro: O investimento realizado noutro país por uma


empresa estrangeira ou por um particular não residente no país. Este pode
assumir duas formas diferentes: investimento direto estrangeiro e investimento em
carteira.

✓ Investimento direto estrangeiro (IDE): representa a compra ou a


construção de raiz de uma empresa num país, por parte de um não residente;
✓ Investimento em carteira: representa a aquisição de ativos financeiros
(títulos no mercado de títulos) sem o objetivo de desenvolver uma atividade
empresarial.

O IDE desempenha um papel fundamental em qualquer economia pois permite a


obtenção de recursos necessários ao aumento da formação de capital, acelerando o
crescimento económico do país. Permite também a evolução tecnológica, a melhoria
na gestão dos recursos e a obtenção de ganhos de produtividade. Este tipo de
investimento também apresenta alguns inconvenientes como a excessiva dependência
da economia em relação o IDE; tornando-a vulnerável às exigências dos investidores,
acabando por proporcionar-lhes elevados benefícios.

IDPE: Investimento Direto Português no Estrangeiro

IDEP: Investimento Direto Estrangeiro em Portugal

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