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Laboratório 3 - Histerese - March 20, 2023

1 Resumo
Um material ferromagnético pode ser magnetizado com a aplicação de uma campo magnético externo H. ⃗ Este campo externo faz

surgir um campo magnético induzido B no material. Ao aumentar cada vez mais o campo magnético externo, a energia do campo
⃗ observa-se um campo magnético
magnético induzido aumentará até saturar-se. De forma que se agora, diminuir até zerar o campo H,

B ainda presente no material. Ou seja, está magnetizado. O processo de magnetização de um material é dado pela curva de histerese, a
qual relaciona o campo magnético externo H ⃗ com o campo magnético induzido B. ⃗ Para o experimento, um conjunto de bobinas com
dois núcleos de materiais ferromagnéticos foram utilizados a fim de criar experimentalmente suas curvas de histerese.

2 Métodos & Dados


Para realizar o presente experimento, dispôs-se dos equipamentos presentes na figura ⁇. Com o circuito ligado conforme mostra a
figura e com o software ”Measure” funcionando, apresentam-se as metodologias de tomadas de dados, as quais se dividem na primeira
etapa do experimento sobre a ”Desmagnetização do núcleo” e em seguida a ”Metodologia para a curva de histerese”:

Figure 1: Caption

Desmagnetização do núcleo No início do experimento, a presença de um campo magnético induzido no núcleo deve ser corrigida,
no sentido de zerá-la. O procedimento de desmagnetização é:
1. Ajusta-se a corrente máxima de saída da fonte de tensão para I = 5A e mantém-se a tensão de saída nula. A ideia é variá-la
para energizar as bobinas, gerando um campo magnético H, ⃗
2. Ajusta-se o reostato para 10Ω,
3. Com o software funcionando, lê-se o campo magnético de indução presente no núcleo de ferro.
4. Para tal, aumenta-se a voltagem gerada pela fonte até que o campo magnético, o qual produz uma corrente I = V /10Ω.
Essa corrente gera um campo magnético H ⃗ a qual deve anular o campo magnético induzido no núcleo de ferro, B.
⃗ Se for

preciso alterar a direção do campo H, usa-se a chave presente na figura 1
Metodologia para a curva de histerese Com a desmagnetização do núcleo de ferro, dá-se início ao captura da curva de histerese.
Primeiramente deve voltar a configuração inicial, ou seja, mantém-se a corrente máxima de saída em I = 5A, tensão elétrica
nula e o reostato em 10Ω. A tomada de dados para a curva de histerese é então obtida por meio de três passos:
1. Aumenta-se a intensidade da corrente elétrica, aumentando a tensão da fonte. A corrente no circuito é dado por I =
⃗ induzindo um campo B
V /10Ω. Esta corrente elétrica gera o campo H ⃗ no núcleo de ferro. A intensidade máxima que H⃗
pode ter vai de acordo com o limite de I = 5A.
2. Com o máximo campo H ⃗ atingido, pode-se reduzi-lo até anular-se (I = 0A. Ao anula-lo, inverte-se o campo H⃗ por meio
da chave presente no circuito. Novamente repete-se o mesmo procedimento de elevar a intensidade do campo H ⃗ até o
máximo.
3. Com a máxima intensidade do campo H ⃗ atingido novamente, pode-se reduzi-lo até zerar. Inverte-se a direção do campo e
eleva-o por fim, até sua máxima intensidade. Uma ver atingida esta máxima intensidade, desliga-se a fonte
Vale lembrar que o gráfico obtido pelo software MeasureAPP relacionará as grandezas B/mT e a corrente elétrica I/A. En-
tretanto uma curva de histeres deve relacionar B/mT com H/Am, de forma que H é dado pela expressão H ⃗ = I(n/L). Por meio
de dados pré-disponíveis, tem-se que a contante (n/L)laminado = 2459[1/m] e (n/L)macico = 2586[1/m]. As duas metodologias
foram aplicadas a dois diferentes núcleo ferromagnéticos, um laminado e outro maciço, de forma que suas curvas de histerese estão
presentes nas figuras 2

1
(a) Curva de histerese do núcleo ferromagnético laminado (b) Curva de histerese do núcleo ferromagnético maciço

Figure 2: Curva de histerese para os dois núcleos ferromagnéticos ensaiados: laminado e o maciço

Com os dados obtidos dos gráficos, é possível encontrar os valores de coercitividade e retentividade da curva de histerese, de
cada uma dos núcleos ferromagnéticos ensaiados em laboratório. Esses valores experimentais e seus desvios, na forma de erro, em
relação aos valores de referencia, estão dispostos na tabela abaixo.

Table 1: Dados de retentividade de coercitividade para os dois diferentes núcleos ferromagnéticos. Valor ressaltar aqui que estes valores
estão dispostos na forma x̄ ± σ̄, ou seja, x̄ é a média dos dados coletados e σ̄ o desvio padrão.

Retentividade Coercitividade
Valor Experimental Valor de referência Erro relativo Valor experimental coercitividade Valor experimental Erro relativo
Laminado 17.008mT ± 0.466mT 41mT 58.53% 85A/m ± 2A/m 72A/m 15, 29%
Maciço 76.607mT ± 0.335mT 143mT 46, 43% 221.839A/m±11.275A/m 436A/m 49, 32%

3 Análises
Em primeiro lugar é importante conhecer o que são os valores de retentividade de coercitividade presentes na curva de histerese. O
valor de retentividade faz referencia ao campo magnético induzido no material ferromagnético, quando o campo magnético H ⃗ é nulo.
⃗ ⃗
Ou seja, B(H = 0). Esse valor de B(H = 0) é a retentividade, ou o campo magnético induzido, retido, no material! A retentividade
pode ser entendida também, de forma indireta, como o tanto de energia magnético absorvida pelo material quando aplicado a ele
um campo externo. Já a coercitividade trata-se do campo magnético necessário para desmagnetizar, anular o campo de retentividade
presente no material. Ou seja H(B⃗ = 0) é conhecido como coercitividade, ou o valor valor de campo magnético necessário para
desmagnetizar o material.
Vale levar em consideração que a curva de histerese do material maciço é mais ”larga” que a do laminado. Isso significa que o
material maciço tem maior retentividade, ou seja, esse material absorveu mais energia magnética do que o laminado, quando aplicado
o campo magnético externo. Chama-se a atenção de que não observa-se a plena saturação do campo magnético induzido em ambos
experimentos. Isso se deve ao falto que precisava de mais tensão e corrente elétrica da fonte para que pudesse criar um campo magnético
H⃗ mais intenso, magnetizando o material até um ponto em que não importa o quando H ⃗ seja grande, que o campo induzido será o
mesmo. O fato de não ter ocorrido a saturação é um motivo tambem dos grandes valores de erros relativos. Isso porque o experimento
realizado para a tomada dos valores de referencia foram produzidos com campos magnético muito maiores do que os obtidos aqui
neste estudo.
Observa-se também que a curva de histerese do material laminado não apresenta uma simetria mais bem posta, do que
esperaria-se quando comparado com a teoria. Isso porque a curva superior da histerese está abaixo da origem, esperando-se que
esta estivesse como um espelho da curva inferior, que também está abaixo da origem. Isso deve-se ao fato de erros experimentais na
tomada de dados. Por fim, nota-se um erro experimental grande nos valores de coercitividade. Isso se deve ao fato de que houveram
poucos dados coletados quando B ⃗ = 0. Isso pois é difícil controlar manualmente o campo H ⃗ pelo botão e coletar mais dados para

coercitividade quando lê-se B = 0 no monitor

4 Conclusão
Um experimento sobre a curva de histerese foi feito em laboratório, para dois diferentes núcleos ferromagnéticos, um laminado e outro
maciço. Metodologias para a coleta de dados foram levantadas e a curva de histerese foi obtida para ambos. Seus valores de retentividade
de coercitividade também foram obtidos. Uma discussão a luz dos dados obtidos foi levantada com o objetivo de interpreta-los.

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