Filosofia da Religião e Teodiceia

A grande maioria das faculdade ou dos cursos de filosofia nem mesmo menciona Filosofia da
Religião, o que será uma perda considerável para o futuro filósofo. Pois a filosofia é
caracterizada como o amor pelo saber, pela verdade. Platão refutava os sofistas e não os
considerava filósofos, porque estes buscavam o debate e o convencimento e não a verdade. E
uma verdade que praticamente está sendo negada é o fato do homem ser um ente religioso. E,
não querer pensar filosoficamente sobre a religiosidade humana é, ao mesmo tempo, fechar-
se ao conhecimento, e negar responder de maneira contundente àqueles que nos perguntam
sobre Deus, aos quais nos limitamos a dar respostas bíblicas (o que seria inconveniente a
alguém de uma cultura não judaico-cristã, ou a um ateu), ou se formos ateus, poderíamos
ridicularizar a ideia de crer em Deus ou simplesmente dizer que sua existência não se prova
cientificamente. Em ambos os casos, a resposta está incompleta.

No que se refere à filosofia da religião e teodiceia tudo tem a ver com a reflexão sobre Deus,
sua existência, suas manifestações, sua relação com o homem e demais relevâncias sobre o
mesmo. Ao mesmo tempo, nos deparamos com os limites do raciocínio humano, porque se
pudéssemos abarcar e explicar a Deus, logo o limitaríamos. E, portanto, não seria Deus. A
racionalidade pode provar o ser de Deus, não a priori, somente a posteriori, mas pode.
Contudo, dizer que este é Uno e Trino (dogma cristão) fica apenas a cargo da fé aderir a esta
possibilidade ou não.

A relevância desta disciplina, para mim, não consiste primeiramente pelo fato de ser católico,
mas pelo desejo de conhecer a verdade. Logo, dar razões a minha fé e, posteriormente, me
possibilitar conversar com qualquer pessoa sobre este assunto, dando respostas plausíveis aos
que não conseguem conceber a fé como um ato da racionalidade humana. E, diante do
sofrimento, poder responder, de maneira mais alentadora e justa, do que dizer: “É essa a
vontade de Deus”.