Você está na página 1de 62

Operações Unitárias III

Área III
DESTILAÇÃO
REFLUXO
Gustavo Pires Costa
pires.costa@ufrgs.br
Coluna de destilação com refluxo
Método que utiliza uma série de redestilações sucessiva
para obter os componentes puros de uma mistura.
Nesse equipamento, o líquido é aquecido e a fase vapor
gerada sobe pela coluna por diferença de pressão.
Nesse trajeto, o vapor atravessa pratos ou bandejas que
contêm uma camada de líquido retido sobre os
mesmos, favorecendo a transferência de calor e massa
entre as fases.
Coluna de destilação com refluxo
À medida que o vapor sobe, vai se enriquecendo cada
vez mais no componente leve ou mais volátil, enquanto
o líquido que desce a coluna por ação da gravidade vai
se tornando cada vez mais rico no componente menos
volátil ou pesado.
O vapor que chega ao topo da coluna se condensa e
uma parte desse condensado é reintroduzida na
coluna, compondo uma corrente denominada refluxo.
Coluna de destilação com refluxo
Coluna de destilação com refluxo
Coluna de destilação com refluxo

n-1
Vn Ln-1
n

Vn+1 Ln n+1
Coluna de destilação com refluxo
Resolução:
Método simplificado de McCabe-Thiele para o cálculo de
colunas de destilação com refluxo. Baseado no diagrama de
equilíbrio x e y, considerando a vazão equimolar através da
coluna.
Coluna de destilação com refluxo
Resolução:
Balanço de massa em um prato teórico da coluna de
destilação:

BMG:
(Eq. 10)

BMC:

(Eq. 11)
Coluna de destilação com refluxo
Balanço de massa na coluna inteira:

(Eq. 12)

(Eq. 13)
Coluna de destilação com refluxo
Balanço de massa na coluna de retificação:
Coluna de destilação com refluxo
Balanço de massa na coluna de retificação:
Análise da coluna de retificação:
• Todo V1 é condensado, e parte retorna (L0) e
parte sai como destilado D.

• Considerando fluxo equimolar:

• Realizando Balanço de Massa Global (BMG):


(Eq. 14)
• Realizando BMC para componente mais volátil:
(Eq. 15)
Coluna de destilação com refluxo
Isolando yn+1 :
(Eq. 16)

Definindo a razão de refluxo da coluna:

(Eq. 17)
Combinando as Eq. 15, 16 e 17:

(Eq. 18)
Coluna de destilação com refluxo

• Linha de operação da coluna de retificação (diagrama x,y)

• Ponto xD e inclinação
Coluna de destilação com refluxo
Coluna de destilação com refluxo
Balanço de massa na coluna de esgotamento:
Coluna de destilação com refluxo
Balanço de massa na coluna de esgotamento:
Balanço de massa global (BMG):
(Eq.19)

BMC:

(Eq.20)

Considerando fluxo equimolar:


Coluna de destilação com refluxo
Reorganizando a Eq. 20:

Isolando :

(Eq. 21)

•Linha de operação da coluna de esgotamento.

•Ponto xB e inclinação ;
Coluna de destilação com refluxo
Coluna de destilação com refluxo
Balanço de massa no prato de alimentação:
A entrada da alimentação pode aumentar a vazão da
corrente líquida na coluna de esgotamento ( ) e/ou a
corrente de vapor na coluna de retificação ( ).

de moles de vapor resultantes na coluna de


retificação, da entrada de 1 mol de alimentação F.
Coluna de destilação com refluxo
• Estado energéticos de F:
a) Líquido frio

Obs: Parte do vapor vai


condensar para aquecer o
líquido
Coluna de destilação com refluxo
• Estado energéticos de F:
b) Líquido no ponto de bolha:
Coluna de destilação com refluxo
• Estado energéticos de F:
c) Mistura líquido + vapor:
Coluna de destilação com refluxo
• Estado energéticos de F:
d) Vapor no ponto de orvalho:
Coluna de destilação com refluxo
• Estado energéticos de F:
e) Vapor superaquecido:
Coluna de destilação com refluxo
• No caso “c” (mistura líquido-vapor) , é a fração
vaporizada de F, e (1- ) é a fração líquida de F.
O Balanço de Massa:

(Eq. 22)

(Eq. 23 )
Coluna de destilação com refluxo
• O Balanço de Massa da retificação e esgotamento:
(Eq. 15 )

(Eq. 20 )

•Fazendo (Eq. 15)-(Eq.20):

(Eq. 24)
Coluna de destilação com refluxo
• Considerando:

(Eq. 15 )

•Substituindo (Eq.22), (Eq.23 ) e (Eq.13) na (Eq. 24);

•Isolando y:

(Eq. 25)
Coluna de destilação com refluxo

Linha de operação do
prato de alimentação
corta a reta “xy” no ponto
xF com inclinação
Coluna de destilação com refluxo
Coluna de destilação com refluxo
•Quando a alimentação for:
 Líquido frio

(Eq. 26)

 Vapor superaquecido:

(Eq. 26)
Coluna de destilação com refluxo
f=0 f<0

0<f<1

f=1

f>1

Inclinações da linha de alimentação de acordo com seu estado térmico.


Exercício 5.
Refluxo Total ou Razão de Refluxo Total
Com aumento da razão de refluxo (R) ocorre aumento na vazão
de líquido e vapor na coluna.
Mas também significa reduzir a quantidade de “retirada” de
destilado (D) e aumento da quantidade de líquido “ “ que
retorna á coluna.
Nessa situação, todo o líquido que chega ao fundo da coluna é
evaporado no refervedor e a vazão de alimentação é reduzida a
zero
Refluxo Total ou Razão de Refluxo Total
Refluxo Total ou Razão de Refluxo Total
•Para misturas ideais:

(Eq. 27)

Onde:

Obs: Misturas não ideais optar por calcular graficamente:


Razão Mínima de Refluxo
•Quando a razão de refluxo diminui, o coeficiente angular da
linha de operação da seção de enriquecimento, diminui e o
coeficiente linear, aumenta.
• A linha de operação da seção de enriquecimento que passa
pelo ponto de interseção da linha de alimentação com a curva de
equilíbrio corresponde à operação da coluna com razão mínima
de refluxo possível.
• Como essa linha de operação tangencia a curva de equilíbrio,
seria necessário um número infinito de estágios para atingir esse
ponto.
Razão Mínima de Refluxo
Razão Mínima de Refluxo

(Eq. 28)
Exercício 6.
Colunas com Injeção Direta de Vapor
 Normalmente a energia necessária para uma dada separação
por destilação é fornecida por trocador de calor no
refervedor. Contudo, quando se realiza a separação de uma
solução aquosa em que a água é o componente de menor
volatilidade, o refervedor pode ser substituído pela injeção
direta de vapor na coluna.
 Neste caso a zona de retificação não é afetada, mas os
balanços de massa no esgotamento serão modificados.
Colunas com Injeção Direta de Vapor
Balanço de massa na zona pontilhada:

BMG:
(Eq.29)
BMC:

(Eq.30)
Colunas com Injeção Direta de Vapor
Considerando fluxo equimolar:

Sendo → vapor da água no ponto de orvalho.


A linha de operação do esgotamento :

(Eq.31)

Obs: reta com inclinação e passando pelo ponto .


Colunas com Injeção Direta de Vapor
Colunas de Esgotamento
No caso em que se deseja “limpar” a alimentação do
componente mais volátil, “F” entra na parte superior. Não
existe zona de retificação.
Balanço de massa:

BMG:
(Eq. 32)

BMC:
(Eq. 33)
Colunas de Esgotamento
Considerando fluxo equimolar:

Prato de alimentação

(Eq.22)

(Eq.23)
Colunas de Esgotamento
Neste caso:
L=0 e V=D
(Eq.34)

(Eq.35)

Substituindo (Eq. 35), (Eq. 34) na (Eq. 33) e isolando “y”.

(Eq.36)
Colunas de Esgotamento
Quando a alimentação é líquido no ponto de bolha a
linha de operação é:

(Eq.37)

Obs: reta com inclinação e passando pelo ponto .

E Balanço de Massa Global (BMG):

(Eq.38)
Exercício 7.
Fator de absorção para o cálculo do número de
estágios ideais de uma coluna de destilação
Quando as linhas de operação e equilíbrio forem ambas retas,
o nº de estágios ideais podem ser calculados analiticamente.
Fator de absorção para o cálculo do número de
estágios ideais de uma coluna de destilação
Seja a linha de equilíbrio:
(Eq. 39)

E o balanço de massa na zona pontilhada nos dá a linha de


operação

Considerando fluxo equimolar


(Eq. 40)
Fator de absorção para o cálculo do número de
estágios ideais de uma coluna de destilação
Combinando as (Eq. 39) e (Eq.40)

(Eq. 41)

Definindo o Fator de Absorção “A”:

(Eq. 42)

Reorganizando:
(Eq. 43)
Fator de absorção para o cálculo do número de
estágios ideais de uma coluna de destilação
Aplicando a (Eq.43) para os diferentes pratos
seqüencialmente, e aplicando séries, pode-se chegar no
número de pratos de uma coluna “N”.

(Eq. 44)
Fator de absorção para o cálculo do número de
estágios ideais de uma coluna de destilação
Quando as linhas de operação e equilíbrio forem retas , o
número de estágios ideais podem ser calculados
analiticamente, e a construção gráfica é desnecessária.
Balanços de Energia em uma Coluna de Destilação
Balanços de Energia em uma Coluna de Destilação

Q
W ∆T

S Ts S Ts
Balanços de Energia em uma Coluna de Destilação
o

Energia que Energia Energia que Energia que Energia


entra com a + refluxo = sai no + sai no + retirada
alimentação Destilado Botton Condensador

(Eq.45)
Balanços de Energia em uma Coluna de Destilação

(Eq.45)

Onde:
HF= entalpia da fração vaporizada de F.
hF= entalpia da fração líquida de F.
hD= entalpia do Destilado.
hB= entalpia do “Botton”.
f= fração vaporizada de F (0≤f≤1).
Balanços de Energia em uma Coluna de Destilação

Onde:
(Eq. 46)

(Eq. 47)

(Eq. 47)
Balanços de Energia em uma Coluna de Destilação

A quantidade de calor trocada no condensador :

(Eq. 48)

O Balanço de Massas no condensador:

(Eq. 49)

Sendo:

(Eq. 50)
Balanços de Energia em uma Coluna de Destilação

Organizando:
(Eq. 51)

Combinando as Eq. 48 e Eq. 51:

(Eq. 52)

Substituindo a (Eq.52) na (Eq.47) e isolando:

(Eq. 53)
Balanços de Energia em uma Coluna de Destilação

Uma vez conhecida Qrefervedor , pode-se calcular a vazão


mássica de vapor isotérmico necessário para o
funcionamento da coluna.
(Eq. 54)

A vazão mássica de água no condensador é:


(Eq. 55)

Onde:
W= vazão mássica de água;
S= vazão mássica de vapor;
Balanços de Energia em uma Coluna de Destilação

Combinando as (Eq.55) com (Eq. 52):

(Eq. 56)

Onde:
∆Tw= ∆T da água no condensador.

Você também pode gostar