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CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL

CONSULTORIA JURÍDICA

PARECER N2 002 ,DE 1991

Sobre o Projeto de Lei n2 51, de 1991,


vetado pelo Excelentissimo Senhor Go
vernador do Distrito Federal •

• çao de serviços
o Projeto
funerários
de Lei, em exame,
e administrativos
dispondo sobre a
dos cemitérios
cria
e dan
do outras providências, é de iniciativa dos ilustres Deputados
Distritais EURÍPEDES CAMARGO, AGNELO QUEIROZ e MARIA DE LOURDES
ABADIA.

Arguem em defesa da proposição os seus ilustres Au


tores que ela é fruto de acordo de lideranças, em Plenário, que
redundam em pedido de arquivamento de outros dois projetos, os
de n2s 005 e 007, e que a sua intenção é devolver ao GDF os servi
ços funerários, o que constitui atribuições especificas do Estado
~ pelo seu caráter de utilidade pública.
O Senado Federal, quando legislava para o GDF, por
falta de sua Câmara Legislativa, suprindo destarte a sua falta,
adotou a Resolução nQ 157, de 1988, estabelecendo normas para
que aquela Casa exercesse a competência da Câmara Legislativa do
DF.
Este instrumento legal, a que estamos obrigados por
força da Resolução nQ 49, de 1990, também do Senado Federal, até
que tenhamos a Lei Orgânica do Distrito Federal, enumera todos
os dispositivos constitucionais da Lei Maior de 1988, a que a
Lei Orgânica do DF estará obrigada, tendo-a como paradigma maior,
guardados as peculiaridades locais que naofiram os principios ali
estabelecidos (art. 32, C.F.).
Assim, dispõe a Resolução nQ 157, de 1991, (art.
3Q e seus itens), que são de iniciativa privativa do GOVernador~
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CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL

do DF as leis que disponham sobre a organização administrativa do


DF; criação, estruturação e atribuições das Secretarias e órgãos de
Administração do DF; e serviço público e pessoal da administração ,
seu regime jurídico e provimento de cargos.
A característica de serviço público da atividade funerá-
ria é reconhecida de todos e pelos próprios autores na justificati-


va das proposições .
Embora os Serviços Funerários sejam exercidos em cemité-
rios particulares não descaracteriza o seu caráter público e nem
mesmo o fato de ter sido, na forma da lei, permitida ou concedida
a empresas particulares a sua prestação.
Pelo exposto, entendemos que a iniciativa da matéria per-
tence ao Governador do Distrito Federal que não poderia sancioná-
lo, vez que estaria abdicando de prerrogativa sua, o quê se consti-
tuiria em sério precedente vicioso.
O aspecto de ter havido acordo parece-nos de somenos im-
portância, por que não poderia ter sido intentado, e constitui, tam

• bém, precedente vicioso orquestrado


expondo a Câmara Legislativa
difícil contorno.
por Assessoria
e o Governador
despreparada
em via tumultuada e de

É o parecerl

Brasília, 18 de abril de 1991.


CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL

CONSULTORIA JURÍDICA

REF. PARECER N~ 002, DE 1991

Aprovo o Parecer nº 002/91, de autoria do emi


~ nente Advogado VITOR CAIADO, em exercicio no Gabinete da
Presidência.

° Parecer menciona, com precisão e acerto, a


Resolução nº 157/91, que dispõe sobre a competência privativa
do Governador do Distrito Federal, em legislar sobre os ser
viços públicos, dentre os quais os funerários.

Desta maneira, dou crédito à assertiva de


que o Projeto de Lei nº 51/91 é inconstitucional, já que a
iniciativa legislativa deveria ter partido do Governador e

• não, desta Câmara Distrital .

Brasilia, 23 de abril de 1991.

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