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DF/CEFET-MG – Física Experimental I – Prof.

Anderson Higino

Guia rápido de redação do pré-relatório e do relatório

Capa (p. 33)

Usar um formato-padrão que contemple, com boa estética, os seguintes aspectos:

- instituição: escola (CEFET-MG), departamento (DF), disciplina (Física Experimental II);

- título e eventual subtítulo;

- autor(es): turma, grupo, nome(s) completo(s), curso(s)

- datas de realização do experimento e de entrega do relatório;

Fundamentação teórica (p. 33, 38)

Expor o mínimo necessário de teoria, do ponto de vista lógico, para analisar o fenômeno físico
em estudo e cumprir o objetivo proposto. No contexto da FE, tipicamente, a apresentação da
teoria converge para uma equação matemática que representa o fenômeno em questão, que
poderá ser usada de modo direto ou, caso necessário, adaptada, para corresponder ao modelo
de ajuste estatístico de dados pertinente ao estudo pretendido.

Objetivo(s) (p. 34, 38)

Copiar ipsis litteris o texto do roteiro. Essa orientação leva em conta que redigir de um objetivo
experimental é uma tarefa complexa, que não será proposta como meta da nossa disciplina.

Material (p. 34, 39)

Redigir a lista durante a aula, tomando por base aquela contida no roteiro, apresentando os
materiais, equipamentos, instrumentos etc. realmente usados na execução do experimento.

Método (p. 34, 39)

Delinear, em termos formais, o plano de ação para alcançar o objetivo proposto no


experimento. No contexto da FE1, isso pode ser feito, tipicamente, a partir de uma leitura
atenta da equação teórica (ET) apresentada no roteiro, de modo a verificar qual é a relação
entre variáveis a partir da qual isso é possível. Vejamos.
Exemplo A

Na atividade sobre análise gráfica desenvolvida em aula com dados de um MRUV, como
exemplo do uso do SciDAVis, , a equação teórica

v=v 0 + at

indica que existe, entre velocidade v e o tempo t , uma relação linear também envolvendo a
velocidade inicial v 0 e a aceleração a . No contexto da Física Experimental, o tipo de leitura que
é feito de uma equação assim aponta que os dados das variáveis v e t (já disponíveis em
tabela, em nosso exemplo), depois de representados em gráfico e tratados em um software de
análise estatística (p. ex. SciDAVis), levam a uma equação empírica (EE) que possibilita a
determinação de v 0 e a , com as respectivas incertezas, que é o objetivo fixado na instrução da
atividade.

Conforme visto em aula, a expressão analítica da equação empírica (EE) é da mesma forma
que a equação teórica, ou seja,

v=B + At ,

com A e B representando, respectivamente, os valores do coeficiente angular e do termo


independente a serem determinados por meio da análise gráfico estatística realizada com o
SciDAVis.

A comparação termo-a-termo da ET com a EE possibilita inferir as seguintes relações:

a= A e v 0=B .

As incertezas de a e B podem ser determinadas a partir da fórmula da incerteza padrão


combinada, o que resulta, nesse caso, em

I a=I A e I v =I B .
0

IMPORTANTE: a equação empírica não deve ser escrita em termos de x e y , na forma


y=B+ Ax . Caso isso seja feito, haverá uma consequência fatal, do ponto-de-vista da lógica
formal que sustenta todo arcabouço matemático que dá lastro aos cálculos que precisaremos
fazer na sequência: a rigor, simplesmente não será possível comparar a equação teórica com a
equação empírica! Apesar de elas possuírem a mesma forma polinomial (grau 1), terão sido
escritas em variáveis distintas. Como não é possível comparar v=v 0 + a t com y=B+ A x ,
também não será possível, a rigor, dar os passos seguintes, extraindo consequências dessa
comparação.
Exemplo B

No experimento sobre queda livre, por sua vez, a equação teórica

1
h= g t 2 ,
2

apresentada no roteiro, indica que existe, entre a altura de queda h e o tempo de queda t ,
uma relação quadrática também envolvendo o módulo da aceleração da gravidade (ou campo
gravitacional) g. No contexto da Física Experimental, o tipo de leitura que é feito de uma
equação assim aponta que a medição das variáveis h e t gera dados que, organizados em
tabela, representados em gráfico e tratados em um software de análise estatística (p. ex.
SciDAVis), levam a uma equação empírica (EE) que possibilita a determinação de g (bem como
a respectiva incerteza de medição), fixada como objetivo do experimento.

A partir da relação quadrática estabelecida na ET, são possíveis três abordagens para a análise
da correlação entre os dados das grandezas de análise ( h e t ), com base nas equações teóricas
adaptadas (ETa) apresentadas na segunda coluna da TAB. 1, a seguir. A partir daí, as três linhas
da tabela registram cada uma das abordagens em questão, com as variáveis de análise
destacadas em negrito e cor vermelha:
1) relação quadrática original entre h e t ;
2) relação linear entre h e t 2;
3 ) relação linear entre √ h e t .

TABELA 1 – delineamento de três abordagens para o estudo experimental da queda livre

ET ETa EE ETa vs. EE

1 2 2 1
h= g t h=A 1 t g= A 1 ⇒ g=2 A 1
2 2

1 2 1 2 2 1
h= g t h= g t h=A 2 t g= A 2 ⇒ g=2 A 2
2 2 2

√ h=
√ g
2
t √ h= A 3 t
√ g
2
= A 3 ⇒ g=2 A 3
2

As respectivas equações empíricas são apresentadas a seguir, na terceira coluna e, na quarta,


mostra-se a consequência da comparação de cada equação empírica adaptada (ETa) com a
respectiva equação empírica (EE), resultando nas três equações respectivas para a
determinação de g. Esse último passo possibilita cumprir o objetivo proposto para o
experimento, completando o delineamento do plano de ação que caracteriza o método.
Esse mesmo tipo de planejamento será repetido na maioria dos demais experimentos da
disciplina.

Procedimento (p. 35, 41)

Fazer uma descrição das ações realizadas na execução do experimento. Isso é feito com base
no conteúdo da seção de Procedimento do roteiro, que contém uma prescrição das ações a
realizar.

IMPORTANTE: enquanto os tópicos dessa seção do roteiro possui um caráter de instruções


sucintas, constituindo uma prescrição do que fazer, a seção correspondente do relatório deve
conter uma descrição detalhada e circunstanciada do que foi executado, com estrutura de
texto organizado em parágrafos.

Resultados (p. 35, 41)

Apresentar os dados, detalhar o tratamento ao qual eles foram submetidos e mostrar os


resultados que esse tratamento produziu, de modo consistente com o que é proposto na
seção Método, e observando cuidadosamente os padrões de forma previstos pelas normas e
explicados n apostila.

Discussão (p. 35, 42)

Discutir criticamente a qualidade dos resultados, sempre que possível, com base em
parâmetros quantitativos (incerteza percentual e diferença percentual), para caracterizar a
precisão e a exatidão.

Conclusão (p. 36, 44)

Avaliar o trabalho realizado, retomando o objetivo proposto, com especial atenção à


necessidade de apontar se ele foi cumprido e com que grau de adequação e qualidade. Outros
aspectos pertinentes são sugeridos na apostila.

Referências (p. 36, 44)

Listar as fontes de informação usadas na composição da fundamentação teórica, usando o


padrão ABNT.

Apêndice (p. 44)


Apresentar as respostas às questões e discussões eventualmente propostas no roteiro,
detalhar os cálculos das incertezas e de outros valores realizados e apresentar outras
informações produzidas no decorrer da preparação e da realização do experimento, que não
desempenhem um papel tão central quanto o conteúdo posicionado no corpo do relatório.

ATENÇÃO:

Preparação para o experimento: estudar as orientações fornecidas às p. 45-47 da apostila de


Física Experimental do DF/CEFET-MG.

Comparação entre o modelo básico e modelo intermediário de relatório: ver quadro sinóptico
à p. 32 da apostila de Física Experimental do DF/CEFET-MG.

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