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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE – UNICENTRO

ANTROPOLOGIA CULTURAL

CAROLINA PILASKI

A RELAÇÃO DE TARÔ E BRUXARIA NAS SOCIEDADES ANTIGAS


E CONTEMPORÃNEAS

O Tarô é um jogo composto por setenta e oito cartas, nas quais se dividem
cinquenta e seis arcanos menores e 22 arcanos maiores e em naipes e elementos. A
origem certa do tarô ainda segue em dúvida, há especialista que afirmam que o tarô era
uma maneira dos antigos egípcios eternizarem seus conhecimentos. Pode também
atribuir seu nascimento aos judeus, pois a representação dos vinte e dois arcanos
maiores apresentam o alfabeto hebraico. Atribui-se também aos ciganos, por se tornar
muito popular entre eles. E por fim, aos árabes, que difundiram o baralho através das
Cruzadas. Contudo, sua origem pode ser tão misteriosa quanto suas cartas. Há de fato
culturas e sociedades que afirmam/afirmaram ligações com o jogo, em paralelo com
diversas teorias sobre sua criação.

O Tarô apesar de muito usado pelas sociedades por gerações, carregou um


preconceito há muito estabelecido, e podemos ainda observar nos dias de hoje. Já foi
definido como magia, bruxaria e quem o usasse era condenado a fogueira na sociedade
europeia.

Entre um grupo étnico no norte da África central, os Azande, a bruxaria é uma


forma de vida, da a eles respostas sobre o homem e a infelicidade, além de tudo a crença
na bruxaria compreendem um sistema de valores que regula a conduta humana
(EVANS-PRITCHARD, 2005).

A bruxaria é onipresente, está presente em todas a funções da sociedade. Para


os Azande, qualquer ação maléfica era de sua responsabilidade, se a colheita não
vingou, foi bruxaria, se uma esposa trata seu marido com indiferença, foi bruxaria,
dentre tantos outros exemplos.
Apoiado nessa tese, Evans-Pritchard (2005) considera que tais acusações de
bruxaria era mais frequentes em épocas de grandes tensões sociais. A bruxaria era
praticada apenas por plebeus, se o pai era um bruxo, consequentemente seu filho
também seria. Dessa forma o poder aristocrático mantinha-se, pois se quer era julgado
que um nobre seria capaz de tais feitos.

Não há uma representação científica ou fato de que bruxaria, magias existiram


nem de que as cartas do tarô são eficientes. Porém, como em toda sociedade, o que fez
estas condutas se mantiverem tão fortes por gerações e ainda presentes, o inconsciente
humano, a fé e a necessidade em acreditar em algo superior. Porém como visto
anteriormente, a relação do tarô e da bruxaria, pode ser estabelecida por alguns grupos,
todavia, de formas inerentes, portanto, não é regra que um tarólogo seja bruxo ou vice-
versa.

REFERÊNCIAS:

EVANS-PRITCHARD, Edward Evan. Bruxaria, Oráculos e Magia entre os


Azande. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

ELLERSHAW, Josephine. Tarõ claro e simples. São Paulo: Editora


Pensamento, 2013.

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