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UTILIZAÇÃO DE MAQUETE COMO FACILITADOR DO

APRENDIZADO NA MONITORIA DE IMUNOLOGIA

Lorrane de Farias Marques (monitor); Tayane (monitor); Matheus Victor de Souza


Laurentino (monitor); Priscilla Anne Castro de Assis (Orientador)

Programa Acadêmico de Monitoria, CCS, UFPB

Introdução
A monitoria acadêmica possibilita ao graduando a experiência na docência ao
mesmo tempo em que contribui com a melhoria do ensino na graduação. Nesse sentido,
a partir desta experiência, o monitor pode desenvolver atividades e recursos didáticos
que se traduzem em incentivadores de liderança, comunicação e criatividade, bem
como, proporcionam uma rica experiência didático pedagógica para aqueles alunos
assistidos pelo discente monitor (NUNES, 2005).

Dentre essas ferramentas, a elaboração e aplicação de maquetes entra como um


importante recurso de ensino, uma vez que pode proporcionar uma vivência muito mais
realista e aproximada de diversos assuntos, quando comparado a leitura e observação de
imagens (PREREIRA, CUNHA e LIMA, 2020). Quanto ao ensino de Imunologia e
Rejeição de transplantes, faz-se necessário, nesta análise, não apenas um recurso visual
de imagens, mas sim, um recurso realista, no qual os alunos possam experienciar e
observar de forma prática os processos envolvidos nas rejeições de enxerto, incluindo
sua evolução imunológica e estrutural.

Assim, o objetivo desse trabalho foi o desenvolvimento e aplicação de maquete


para a fixação do assunto “Mecanismos de rejeição de transplantes”, abordado na
disciplina de Imunologia no ensino 2022.1.

Metodologia
As ferramentas didáticas utilizadas em monitorias da disciplina de Imunologia
nos períodos letivos 2020.2 e 2021.1 consistiram em jogos diversos aplicados de
maneira online e o envio de vídeos curtos antes dos encontros síncronos. Os materiais
utilizados foram a plataforma Power Point, celular, computador, aplicativos - apps,
whatsapp, e plataforma Google meet.
Em relação aos jogos, dois foram desenvolvidos como projeto de monitoria e um
terceiro já estava disponível em aplicativo. Esses instrumentos didáticos foram
colocados em prática no decorrer da monitoria, nos encontros síncronos. Quanto aos
jogos elaborados pelo monitor, foram desenvolvidos os jogos “Quem sou eu” e “Jogo
da inflamação”. Na primeira dinâmica, os alunos preencheram uma tabela com as
características das células do sistema imune e, ao final, discorreram para a turma sobre
determinada célula, a fim de que os demais a identificassem. No que diz respeito ao
“Jogo da inflamação”, trata-se de um jogo de tabuleiro e de cartas, cujas ações foram
realizadas na plataforma Power Point e apresentadas para a turma. Os passos e
explicação mais detalhada das dinâmicas estão disponíveis nos links indicados. Quanto
ao jogo já existente, foi aplicado o Jogo Sistema del Complemento, aplicativo disponível
em App Store.

No que diz respeito aos “Vídeos prévios”, tais recursos foram enviados antes
dos encontros síncronos e o tempo de duração, de cada um, variou entre 1min e
1:30min. Foram enviados 9 vídeos, através do aplicativo whatsapp, sobre os diversos
assuntos abordados na disciplina.

Os resultados das atividades desenvolvidas foram avaliados mediante a


utilização de questionários na plataforma Google Forms, os quais foram analisados e
apresentados em tabela do Excel. A avaliação consistiu na aplicação de um questionário
antes (pré-teste) e após (pós-teste) a sua aplicação. A amostra de resultado dos jogos
sofreu variações entre 16 e 9 estudantes, sendo considerado o valor percentual para a
análise dos dados. O jogo já disponível na web (Sistema del Complemento), não sofreu
avaliação. Já em relação aos vídeos prévios, dois foram avaliados com a aplicação de 3
questões para cada produção, as quais estavam relacionadas ao conteúdo dos vídeos. A
amostra dessa atividade foi de 5 estudantes, matriculados no período 2020.2.

Resultado e Discussão

No que diz respeito ao jogo “Quem sou eu”, no qual os estudantes deviam
associar as células do sistema imune às suas respectivas características, foi observado
que a média de acertos no pré-teste foi de 58%, já no pós-teste a porcentagem de acertos
foi de 94%, indicando, portanto uma evolução de 36% na média de aprendizado dos
estudantes e um resultado positivo da dinâmica (Tabela 1). Em relação ao Jogo da
inflamação, foi aplicado um questionário de 3 perguntas na plataforma Google Forms
sobre as moléculas envolvidas na migração leucocitária/resposta inflamatória (Integrina,
Selectina e Quimiocina). Houve uma média de 47% (5,67) de acertos no pré-teste e
88,9% (8) de acertos no pós-teste, tendo, portanto, uma média de 42% na evolução do
aprendizado dos discentes, mostrando um resultado positivo para a dinâmica, conforme
é indicado na tabela (Tabela 2).

Em relação aos vídeos prévios, houve uma evolução média de 20% no


aprendizado dos discentes. A primeira questão obteve uma média de acertos de 50%
(2,5) no pré-teste e 70% (3,5) no pós-teste. A segunda questão apresentou uma média de
80% nos acertos do pré-teste para 100% no pós-teste, por fim, a terceira questão
aumentou de 70% para 90% de acertos no pré e pós teste, respectivamente (Tabela 3).
Quando perguntados sobre a contribuição dos vídeos prévios para o aprendizado na
disciplina, 100% responderam “Extremamente útil”.

Pinheiro e Oliveira (2020) destacam que a utilização de jogos pode ser um


recurso interessante no processo de ensino-aprendizagem, pois representam
instrumentos facilitadores para aprimorar a aquisição de conhecimento. Esse trabalho,
portanto, confirma a ideia desses autores, evidenciando a evolução de aprendizado dos
estudantes com a utilização de jogos nas monitorias.

Considerações finais

A utilização de jogos nas monitorias foi um importante recurso no processo de


ensino-aprendizagem, pois proporcionou aos discentes uma melhor fixação e
memorização do conteúdo. Os vídeos curtos enviados antes das monitorias, por sua vez,
contribuíram para que os estudantes pudessem analisar brevemente o assunto tratado e
adquirir um conhecimento prévio e geral do conteúdo. Essas atividades realizadas
colaboraram, ainda, para propiciar uma maior atenção e engajamento dos estudantes,
tornando-os participantes ativos no processo educativo.

Além dos benefícios aos discentes, o projeto proporcionou ao monitor explorar a


criatividade e expandir os conhecimentos em relação à disciplina, bem como, à prática
docente.

Referências
NUNES, JBC. Monitoria acadêmica: espaço de formação. Coleção Pedagógica; n. 9,
P.45-49, 2005.
Pereira, S. de S., Cunha, J. S. da, & Lima, E. M. (2020). ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-
PEDAGÓGICAS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE GENÉTICA.
Investigações Em Ensino De Ciências, 25(1), 41–59. https://doi.org/10.22600/1518-
8795.ienci2020v25n1p41

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