Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ae rf11 Rumo Ao Exame11
Ae rf11 Rumo Ao Exame11
Exemplos de trajetórias: retilínea, deixada pelo rasto luminoso de meteoros (A) e curvilínea, assinalada pelo fumo
expelido pelo avião (B) ou pelo movimento das cabines de uma roda gigante (C).
Referencial
O estado de repouso ou de movimento e a trajetória dependem do referencial escolhido:
Um referencial pode ser um corpo ou um sistema de coordenadas em relação ao qual é definida
a posição, a trajetória e o movimento da partícula em estudo.
Uma partícula estará em movimento ou em repouso conforme a sua posição varia ou não em
relação ao referencial escolhido.
Posição
A posição (x ou y) de uma partícula pode ser determinada a partir das coordenadas cartesianas de
um referencial unidimensional– reta orientada, coincidente com a direção da trajetória e com uma
origem, O, arbitrada.
Um corpo move-se no sentido positivo se o sentido do movimento coincide com o sentido do
referencial cartesiano e move-se no sentido negativo se o sentido do movimento for contrário ao do
referencial cartesiano.
1
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
Identificação do sentido positivo ou negativo do movimento a partir da orientação escolhida para o referencial.
Deslocamento
A distância percorrida ou espaço percorrido (d) é uma grandeza física escalar que corresponde
ao comprimento total da trajetória efetuada pela partícula. A distância percorrida é sempre positiva e
a sua unidade no SI é o metro (m).
O deslocamento ( Δ r⃗ ) é uma grandeza física vetorial e corresponde a um segmento de reta
orientado que une a posição inicial à posição final, indicando a variação de posição.
Numa trajetória retilínea, coincidente com o eixo Ox, em que a direção já é conhecida, pode
simplificar-se a análise do deslocamento referindo apenas o módulo do deslocamento (| Δ x|), que
indica apenas a intensidade da grandeza, ou a componente escalar do deslocamento ( Δ x ) , que
além da intensidade indica o sentido do vetor deslocamento pois corresponde à diferença entre a
posição final e a posição inicial:
Δ x=x f −x i ( m)
Embora o módulo do deslocamento seja sempre positivo, a componente escalar do deslocamento
pode ser:
negativa, se a partícula se desloca no sentido negativo da trajetória;
positiva, se a partícula se desloca no sentido positivo da trajetória.
Um deslocamento nulo pode significar que:
a partícula esteve parada;
a partícula terminou o seu movimento na mesma posição em que o iniciou.
2
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
3
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
Conclusão:
Numa trajetória curvilínea a distância percorrida é sempre superior ao módulo do deslocamento.
Quando a trajetória é retilínea e não há inversão no sentido do movimento a distância percorrida
coincide com o módulo do deslocamento.
Pode haver uma distância percorrida com deslocamento nulo, se as posições inicial e final do
movimento coincidirem.
Gráficos posição-tempo
Para descrição de um movimento é possível utilizar:
Coordenadas de posição Gráfico de posição em função do
Tabela horária do movimento
sobre a trajetória tempo
t/s y/m
0,0 3,1
0,2 2,9
0,4 2,4
0,6 1,4
0,8 0,0
Nota:
A linha do gráfico posição-tempo não coincide com a trajetória descrita pelo corpo, apenas descreve
o seu movimento.
Da análise de um gráfico posição-tempo ( x=f (t ) ), para um movimento retilíneo segundo uma
direção horizontal em relação a um dado referencial, além de ser possível identificar as várias
posições ocupadas pela partícula, é possível concluir que a partícula:
4
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
física vetorial que define a variação da posição de um corpo num determinado intervalo de tempo,
cuja unidade no SI é o m s−1.
Tratando-se de um movimento retilíneo em que se usa um referencial unidimensional de eixo Ox,
sendo a direção conhecida, pode simplificar-se a análise da grandeza referindo-se apenas ao
módulo da velocidade média (|v m|) ou à componente escalar da velocidade média ( v m ) que
corresponde a:
{
Se a partícula se deslocano sentido positivo , x f > x i ⇒ Δ x >0 e v m >0 ;
Δx Se a partícula se deslocano sentido positivo , x f < x i ⇒ Δ x <0 e v m <0 ;
v m= (m s )
−1
Δt Se a partícula está parada ou se a posição final coincide com a posição inicial ,
x f =x i ⇒ Δ x=0 e v m=0
Representação da velocidade em diferentes instantes, numa trajetória curvilínea (A) e retilínea (B).
Ainda que o velocímetro da mota indique sempre Numa trajetória retilínea, se o módulo da
o mesmo valor de velocidade (instantânea), velocidade não variar, a velocidade é
numa trajetória curvilínea a velocidade não é constante (em direção, sentido e
constante pois varia em direção. intensidade) e será também igual à
velocidade média ( ⃗v =⃗v m ) nesse
intervalo de tempo.
5
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
A componente escalar da velocidade média de uma partícula, com movimento retilíneo num dado
intervalo de tempo, corresponde ao declive da reta secante (a vermelho) que passa pelos pontos da
curva correspondentes aos extremos do intervalo de tempo considerado.
Note-se que:
x f −x i Δ x
= =v m
t f −t i Δ t
A componente escalar da velocidade de uma partícula num determinado instante corresponde ao
declive da reta tangente à curva nesse instante:
6
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
7
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
Num gráfico v=f (t), a aceleração média corresponde ao declive da reta secante, a verde, e a aceleração ao
declive da reta tangente, a vermelho (A), sendo iguais se o módulo da velocidade variar linearmente com o tempo
(B).
Quando a componente escalar da velocidade varia linearmente com o tempo, ou seja, varia
sempre na mesma proporção para intervalos de tempo iguais:
a componente escalar da aceleração é constante e coincide com o declive da reta do gráfico
v=f ( t );
a aceleração média em qualquer intervalo de tempo é numericamente igual à aceleração.
o movimento designa-se uniformemente variado.
Uma partícula com movimento curvilíneo está sempre sujeita a uma aceleração. Como a velocidade
muda constantemente de direção, além de poder variar também em módulo, o corpo possui uma
aceleração numa direção diferente da velocidade em cada instante.
Um corpo com movimento retilíneo pode não estar sujeito a aceleração se o módulo da velocidade
não variar, como acontece com o movimento retilíneo uniforme ( a⃗ =0⃗ ) . Mas se existe aceleração, a
sua direção será sempre coincidente com a direção da velocidade em cada instante e no:
mesmo sentido da velocidade se o movimento é acelerado;
sentido oposto à velocidade se o movimento é retardado.
Na análise de um gráfico velocidade-tempo de um movimento retilíneo pode concluir-se que o
corpo:
8
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
está parado, se a curva do gráfico é uma linha horizontal sobre o eixo das abcissas (o módulo da
velocidade é nulo); (VII)
inverte o sentido do movimento quando a curva do gráfico cruza o eixo das abcissas; ( t=4,0 s )
move-se no sentido positivo se a curva está acima do eixo das abcissas; ([ 0,0 ; 4,0 ] s e [ 7,0 ; 9,0 ] s ).
move-se no sentido negativo, se a curva está abaixo do eixo das abcissas; ( [ 4,0 ; 6,0 ] s )
2 b×h B+b
Aquadrado =l Atriângulo= Atrapézio = ×h
2 2
Onde l é o lado do quadrado, é o comprimento da base, é a altura e é a base maior do
trapézio.
9
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
Uma força é o resultado de uma interação entre dois corpos. Representa-se por ⃗
F , sendo a unidade no SI o
newton, N. Como resultado dessa interação, a força exercida por um dos corpos provoca uma ação sobre o
outro que pode influenciar o estado de repouso ou de movimento do corpo. Se o corpo não se mover
livremente, a ação de uma força num corpo poderá provocar-lhe uma deformação.
10
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
11
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
⃗
F A /B =−⃗
FB/A
Nota: a
representaçã
o não está à
escala.
2.2 EFEITO DAS FORÇAS SOBRE A VELOCIDADE
A atuação de uma força num corpo provoca a alteração do seu estado de repouso ou de movimento.
Quando a direção da força aplicada e a da velocidade não são as
mesmas pode decompor-se a força segundo duas direções
perpendiculares:
a direção da velocidade, tangente à trajetória e frequentemente
associada ao eixo Ox, designando-se essa componente como ⃗
F t.
a direção normal, perpendicular à trajetória e frequentemente
associada ao eixo Oy, designando-se essa componente como ⃗
F n.
A componente de uma força que atua num corpo segundo a direção da velocidade, ⃗
F t, provoca
uma alteração no módulo da velocidade:
aumentando-o (movimento acelerado), se a força tiver o sentido da velocidade.
diminuindo-o (movimento retardado), se a força tiver sentido contrário à velocidade.
Se esta componente for nula, o módulo da velocidade permanece constante, logo o movimento
será uniforme.
A componente de uma força que atua num corpo segundo a direção normal ou perpendicular à
velocidade, ⃗F n, só provoca uma alteração na direção da velocidade. Se esta componente for
nula a direção da velocidade permanece constante e a trajetória é retilínea. Se existir apenas
12
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
esta componente e tiver uma intensidade constante e diferente de zero, o corpo descreve uma
trajetória circular.
Efeito no movimento
Características da força aplicada e
componentes da força Tipo de
Tipo de movimento
trajetória
Aceleração na mesma direção e sentido
⃗
F =⃗
Ft da velocidade; aumenta o módulo da
Retilínea velocidade.
⃗
F n=0⃗ – movimento retilíneo uniformemente
acelerado.
Aceleração na mesma direção, mas
⃗
F =⃗
Fy sentido oposto da velocidade; diminui o
Retilínea módulo da velocidade.
⃗
F n=0⃗ – movimento retilíneo uniformemente
retardado.
Existe aceleração numa direção
⃗
F =⃗
Fn perpendicular à velocidade; altera a
Circular direção da velocidade, o módulo fica
⃗
F y =0⃗ constante.
– movimento circular uniforme.
Existe aceleração numa direção diferente
da velocidade; altera a direção e o
⃗
F =⃗
F y+ ⃗
Fn Curvilínea módulo da velocidade.
– movimento variado.
Sendo a massa uma grandeza escalar sempre positiva, ⃗F R e a⃗ têm a mesma direção e o mesmo
sentido em cada instante e variam de forma proporcional. A expressão da componente escalar da
resultante das forças é então:
F R =ma
A linha do gráfico F R =f ( a ) é uma reta que passa na origem, o que traduz a proporcionalidade direta
existente entre estas grandezas, em que o declive corresponde à massa do corpo.
13
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
exemplo
Considere um corpo A de massa m e um corpo B de massa 2 m:
Assim, se a intensidade da resultante das forças aplicadas for constante, o módulo da aceleração
também será constante e o movimento será uniformemente variado.
Representação vetorial da resultante das forças, da velocidade e da aceleração no movimento de descida (A) e de
subida (B) de uma bola.
O movimento vertical de um corpo, próximo da superfície da Terra, apenas sujeito à força gravítica, é
designado queda livre. O corpo que realiza esse movimento é denominado grave, estando sujeito a
uma aceleração igual à aceleração gravítica ( g=10 ms−2 ), independentemente do corpo em queda,
pois, de acordo com a Segunda Lei de Newton e com a Lei da Gravitação Universal:
F R =ma e F R =F g, então: ma=mg⇔ a=g
mT m mT
F R =ma⇔ F g=mg ⇔G 2
=mg ⇔ g=G
r r2
14
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
⃗
{
F R =⃗0 ⇒⃗a =⃗0 ⇒⃗v =constante Se v=0 , então permanece em repouso
Se v ≠ 0 , então continua com MRU
Estas conclusões permitem enunciar a Primeira Lei de Newton ou Lei da Inércia: se a resultante
das forças que atuam num corpo é nula, ( ⃗F R =⃗0), a velocidade mantém-se constante em direção,
sentido e módulo. Assim, um corpo em repouso permanece em repouso, e um corpo em movimento
apresenta movimento retilíneo uniforme (MRU).
A resistência que um corpo oferece à variação da velocidade é designada de inércia e é tanto maior
quanto maior for a massa do corpo. A lei da Inércia permite explicar situações que acontecem
diariamente, como as alterações de movimentos numa viagem.
exemplo
Quando um autocarro trava, o passageiro que viaja em pé sente o
seu corpo a ser projetado para a parte da frente do veículo na
tentativa de manter a velocidade que tinha instantes antes.
Quando o autocarro acelera, o passageiro é projetado para trás
porque tende a manter uma velocidade de módulo inferior à que o
autocarro possui nesse instante.
15
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
se x 0 >0, o gráfico posição-tempo (A) começa se x 0 <0, o gráfico posição-tempo (C) começa
acima do eixo das abcissas; abaixo do eixo das abcissas;
se v 0< 0, o gráfico posição-tempo (A) começa se v 0> 0, o gráfico posição-tempo (C) começa
com declive negativo (sentido negativo do com declive positivo (sentido positivo do
movimento) e o da velocidade-tempo (B) movimento) e o da velocidade-tempo (D)
abaixo do eixo das abcissas; acima do eixo das abcissas;
se a> 0, o gráfico posição-tempo (A) tem se a< 0, o gráfico posição-tempo (C) tem
concavidade voltada para cima e o gráfico concavidade voltada para baixo e o gráfico
velocidade-tempo (B) tem declive positivo; velocidade-tempo (D) tem declive negativo.
16
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
Movimento retilíneo
Movimento retilíneo
uniformemente retardado no
uniformemente acelerado.
sentido positivo.
Durante todo o movimento, quer ascendente quer descendente, a força gravítica e a aceleração
gravítica são sempre constantes, em módulo, direção e sentido, e garantem que no ponto de altura
máxima o corpo retoma o movimento, mas no sentido da força aplicada.
Em queda livre, |a|=|g| pelo que o tempo de queda de corpos, abandonados simultaneamente e da
mesma altura, é o mesmo, independentemente da massa e da forma dos corpos. A componente
escalar da aceleração é a=−g ≃−10m s−2 se o sentido arbitrado como positivo para o referencial for
de baixo para cima (ascendente) e a=g ≃10 ms−2 se o sentido arbitrado como positivo para o
referencial é de cima para baixo (descendente), uma vez que a aceleração gravítica aponta sempre
para o centro da Terra.
Movimento uniformemente variado no plano horizontal e no plano inclinado
No plano horizontal e inclinado além da ação da força gravítica podem atuar outras forças pelo que
o módulo da aceleração não coincide com o módulo da aceleração gravítica, podendo ser obtido a
partir da Segunda Lei de Newton.
No caso, por exemplo, de um corpo que desliza ao longo de um plano inclinado, em que o atrito é
desprezável, como a força gravítica não atua na direção do movimento nem na direção perpendicular
ao movimento deve ser decomposta em duas componentes: uma segundo o eixo Ox do movimento
designada ⃗
F g , x e outra segundo o eixo Oy, perpendicular ao movimento, identificada como ⃗
F g , y.
17
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
F g=mg
F g, y
cos θ= ⇔ F g , y =F g cos θ
Fg
Fg, x
sen θ= ⇔ F g , x =F g sen θ
Fg
¿ ⃗0
⃗
F R =⃗
N +⃗
Fg⇔ ⃗ ⏞
F R= ⃗
N+⃗
F g , y +⃗
Fg, x ⇒ ⃗
F R= ⃗
Fg, x
Aplicando a Segunda Lei de Newton:
F g , x =ma ⇔mg sen θ=ma ⇔ a=g sen θ
Movimento uniforme
Tratando-se de movimento retilíneo uniforme, como a resultante das forças e a aceleração são
nulas, a velocidade é constante e a equação das posições, que pode ser considerada como um caso
particular da equação das posições do movimento retilíneo uniformemente variado, traduz a relação
linear entre a posição e o tempo.
x=x 0 +vt
18
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
A velocidade tem módulo constante, mas varia em direção apresentando, em cada instante
uma direção tangente à trajetória e sentido do movimento;
19
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
Movimento de satélites
Tratando-se de satélites, a velocidade orbital e o período do satélite dependem da altitude, h , da
órbita em relação à superfície terrestre. A relação entre estas grandezas pode ser obtida a partir da
Segunda Lei de Newton e da Lei da Gravitação Universal, uma vez que nos satélites a única força
que atua é a força gravítica.
( )
v
2
mT m s 2 mt 2 πr
2
mT 2
2 3
4π r
F c =F g ⇔ ms =G 2 ⇔ v =G ⇔ =G ⇔T = onde r =r T +h
r r r T r G mT
Tratando-se de um satélite geostacionário, um satélite que se encontra aparentemente parado
relativamente a um ponto fixo sobre a Terra, o seu período orbital coincide com o período de rotação
da Terra.
20
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
21
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
A periodicidade temporal também pode ser definida pelo número de ciclos completos que a onda
efetua por unidade de tempo, grandeza designada frequência ( f ) e que tem como unidade no SI o
hertz (Hz). A frequência é inversamente proporcional ao período:
1
f=
T
Os pontos X e Y representados no gráfico y=f ( x ), ou outros que distem entre si de múltiplos inteiros
do comprimento de onda, dizem-se no mesmo estado de vibração. Diz-se que X está em fase com
Y.
Quer no gráfico da elongação em função do tempo (onde se analisa a posição de uma única
partícula em relação à posição de equilíbrio ao longo do tempo) quer no da elongação em função da
distância (onde se analisa a posição das partículas em relação à posição de equilíbrio num dado
instante), ao módulo do afastamento máximo em relação à posição intermédia denomina-se
amplitude (A) da onda, sendo a sua unidade no SI o metro (m).
Num meio homogéneo, em que a velocidade de propagação da onda é constante, o comprimento de
onda e a frequência da onda são inversamente proporcionais:
V
λ=
f
A onda é a propagação de um sinal cuja frequência não se altera e depende apenas da frequência
da fonte, que define a frequência de vibração de cada ponto do meio.
22
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
As ondas resultantes da propagação do sinal produzido pela mesma fonte em dois meios
diferentes são caracterizadas pela mesma frequência, mas por diferentes comprimentos de onda.
O comprimento de onda varia diretamente com a variação da velocidade de propagação, logo,
também depende do meio de propagação da onda.
exemplo 1
Duas ondas viajam num meio homogéneo com a mesma velocidade. Se a onda 1 apresentar o triplo
da frequência da onda 2, então terá um terço do comprimento de onda.
exemplo 2
Um som emitido por um despertador possui o período T e o comprimento de onda λ . Se o som
mudasse para um meio com o dobro da velocidade de propagação o comprimento de onda passaria
para o dobro (2 λ ) e o período permanecia constante (T ).
y= A sen ( ωt ) ( SI )
Na expressão anterior, ω corresponde à frequência angular da onda, uma grandeza que avalia a
rapidez com que ocorrem as oscilações na onda, que tem como unidade do SI o rad s−1 e que é
diretamente proporcional à sua frequência e inversamente proporcional ao seu período:
2π
ω= =2 πf
T
A energia de um sinal harmónico mecânico depende da amplitude de oscilação e da frequência
do sinal. Enquanto a amplitude depende do meio de propagação, a frequência de um sinal harmónico
depende apenas da frequência da fonte e não se altera durante a propagação.
23
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
Uma onda complexa é uma onda que não é traduzida por uma função sinusoidal, mas pode ser
descrita como a sobreposição de ondas harmónicas.
Onda (periódica) complexa (A) resultante da sobreposição das ondas harmónicas 1, 2 e 3 (B).
À semelhança das ondas em geral, a propagação de uma onda sonora permite a transferência de
energia sem transporte de matéria.
24
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
Uma zona de compressão é uma região Uma zona de rarefação é uma região do meio
do meio que apresenta uma maior pressão, que apresenta uma menor pressão, em
em relação à pressão de equilíbrio, relação à pressão de equilíbrio, associada a
associada a uma maior concentração de uma menor concentração de partículas.
partículas.
Uma onda sonora é uma onda mecânica No ar e nos fluídos em geral, uma onda sonora
porque não se propaga no vazio. é uma onda longitudinal porque a direção de
propagação da onda coincide com a direção
de oscilação das partículas.
O intervalo de tempo em que todos os pontos A distância mínima entre duas zonas de
da onda repetem a mesma fase de vibração, rarefação ou de compressão sucessivas
corresponde ao período da onda indicando corresponde ao comprimento de onda e,
uma periodicidade temporal da mesma. sendo contante, revela a periodicidade
espacial da onda.
Se o movimento oscilatório da fonte do sinal sonoro for sinusoidal a variação temporal da pressão
num ponto do meio, relativamente à pressão de equilíbrio, traduz uma onda sonora harmónica
descrita pela função:
p= p 0 sen ( ωt )
A velocidade de propagação do som depende da maior ou menor facilidade em propagar a vibração
às partículas vizinhas. De uma maneira geral:
A velocidade de propagação do som é maior nos sólidos do que nos líquidos e gases porque as
partículas estão mais próximas.
Quanto maior a temperatura do meio maior é a velocidade de propagação do som, isto porque as
partículas do meio têm maior energia cinética, colidindo mais frequentemente e transmitindo mais
facilmente a vibração às partículas vizinhas.
25
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
Som puro
As características de um som puro, som correspondente a uma onda sonora harmónica, são:
altura do som – associada à frequência da onda sonora e que indica se o som é alto ou é baixo.
Um som de frequência elevada diz-se alto ou Um som de baixa frequência diz-se baixo ou
agudo. grave.
intensidade do som – associada à amplitude de pressão da onda sonora e que indica se o som é
forte ou fraco.
A uma onda sonora com grande amplitude de
pressão corresponde um som de elevada
intensidade, som forte. A uma onda sonora com pequena amplitude
de pressão está associado um som de pouca
intensidade, som fraco.
A característica do som que permite distinguir sons com a mesma frequência produzidos por
diferentes fontes sonoras é o timbre.
Som complexo
A maior parte dos sons gerados são sons complexos. Um som complexo é um som associado a
uma onda sonora complexa resultante da sobreposição de várias ondas sonoras harmónicas.
Para analisar as características dos sons é frequente utilizar-se osciloscópios que permitem obter
imagens de estados de vibração em tempo real. No entanto, estes são aparelhos elétricos cujo
funcionamento está associado a sinais elétricos. A conversão de um sinal sonoro (mecânico) num
sinal elétrico com as mesmas características pode ser feita com um microfone e a transformação
inversa com um altifalante.
26
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
27
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
Subdomínio 2:
ELETROMAGNETISMO E ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
Quando existe uma desigualdade entre a quantidade de cargas positivas (protões) e a quantidade de
cargas negativas (eletrões) que é provocada por uma transferência de eletrões, diz-se que um corpo
se encontra carregado eletricamente.
Um corpo que apresenta a mesma quantidade de cargas elétricas positivas e negativas
uniformemente distribuídas diz-se eletricamente neutro.
Nas interações à distância, as forças atuam sem que haja contacto entre os corpos que as exercem
e aqueles que sofrem os seus efeitos. Para descrever e compreender as interações à distância, é
comum recorrer-se ao conceito de campo.
O campo elétrico (⃗ E ) é a grandeza vetorial que caracteriza a região do espaço em torno de uma
carga elétrica pontual criadora, que, no SI, pode ser expressa em V m−1 ou em N C−1.
O campo elétrico criado por uma carga elétrica pontual apresenta:
a direção da linha que une a carga criadora e o ponto considerado;
um sentido que aponta para a carga criadora se esta é negativa e no sentido oposto quando a
carga criadora é positiva;
uma intensidade que depende do valor da carga criadora e da distância a que o ponto
considerado se encontra dessa carga.
A força elétrica ⃗
F exercida numa carga de prova q sujeita a um campo elétrico ⃗E apresenta a direção
do campo elétrico, o sentido do campo elétrico se a carga q for positiva, mas o sentido oposto se a
carga q for negativa, e uma intensidade tanto maior quanto maior for a intensidade do campo elétrico
(pois ⃗
F =q ⃗
E ).
28
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
O campo elétrico é, em cada ponto, tangente à linha de campo que passa no ponto, tem o sentido
da linha de campo e é tanto mais intenso quanto maior for a densidade de linhas de campo na
vizinhança desse ponto.
Existem situações em que estão presentes várias cargas elétricas numa determinada região do
espaço. Nestes casos as linhas de campo têm origem em cargas positivas e terminam em cargas
negativas, normalmente não se cruzam e são mais densas junto às cargas.
O campo elétrico em cada ponto é o resultado da soma vetorial do campo elétrico criado por cada
uma das cargas, mas será mais facilmente identificado conhecendo-se as linhas de campo elétrico,
pois, o campo elétrico em cada ponto, é tangente à linha de campo que passa no ponto, tem o
sentido da linha de campo e é tanto mais intenso quanto maior for a densidade de linhas de campo
na vizinhança desse ponto.
Um campo elétrico que apresenta a mesma direção, sentido e intensidade em qualquer ponto da
região do espaço onde se faz sentir a sua presença é um campo elétrico uniforme.
29
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
As linhas de campo magnético são linhas imaginárias que representam o campo magnético numa
determinada região do espaço, e que:
são linhas fechadas no interior do íman;
normalmente não se cruzam;
saem do polo norte e entram no polo sul;
apresentam a direção e o sentido do campo magnético;
estão mais próximas umas das outras nas imediações dos polos de
um íman.
Analisando as linhas de campo magnético, pode caracterizar-se o campo magnético em cada ponto:
é tangente à linha de campo magnético que passa nesse ponto;
tem o sentido da linha de campo magnético que passa nesse ponto;
é tanto mais intenso quanto maior for a densidade de linhas de campo magnético na vizinhança
desse ponto.
30
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
A descoberta de Oersted provou que uma corrente elétrica cria um campo magnético à sua volta
e constituiu a primeira evidência experimental da ligação entre eletricidade e magnetismo.
A presença de agulhas magnéticas em torno de um fio condutor revela que, não existindo passagem
de corrente no fio, todas as agulhas se orientam na mesma direção (A), mas com a passagem de
corrente elétrica pelo fio, cada agulha orienta-se segundo uma direção tangente a um círculo, com
centro no fio (B). Alterando o sentido da corrente elétrica que atravessa o fio, as agulhas passam a
orientar-se no sentido oposto.
31
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
Características das linhas de campo magnético criado por uma corrente elétrica
Num fio retilíneo longo Num solenoide (ou bobina)
As linhas de campo magnético em torno As linhas de campo magnético apresentam a
do fio são circulares num plano mesma distribuição que as linhas do campo
perpendicular ao fio e centradas neste; magnético criado por um íman em forma de
barra;
O campo magnético em cada ponto é
tangente à linha de campo magnético, Se o comprimento do solenoide é muito
tem o sentido da linha e é tanto mais superior ao seu diâmetro, o campo
intenso quanto maior for a corrente magnético no seu interior é praticamente
elétrica e menor a distância ao fio (a uniforme;
densidade de linhas de campo vai
diminuindo com a distância ao fio); O campo magnético em cada ponto é
tangente à linha de campo magnético, tem o
Todos os pontos pertencentes à mesma sentido da linha e é tanto mais intenso
linha de campo apresentam a mesma quanto maior for a corrente elétrica e menor
intensidade do campo magnético porque a distância às extremidades do solenoide (a
se encontram à mesma distância do fio; densidade de linhas de campo é maior junto
às extremidades do solenoide);
O sentido das linhas é determinado pelo
sentido da corrente que atravessa o fio O sentido das linhas é determinado pelo
sendo obtido pela regra da mão direita. sentido da corrente que atravessa o fio
sendo obtido pela regra da mão direita.
32
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
33
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
A variação do fluxo magnético numa espira origina uma força eletromotriz induzida nos seus
terminais responsável pelo aparecimento de uma corrente elétrica induzida se o circuito for fechado.
De acordo com a Lei de Faraday, o módulo da força eletromotriz induzida numa espira, cuja unidade
no SI é o volt (V), é igual ao módulo da variação do fluxo magnético por unidade de tempo.
|Δ Φ m|
|ε i|= Δt
Numa bobina com N espiras iguais e paralelas entre si, o módulo da força eletromotriz induzida na
bobina será expresso por:
|Δ Φ m|
|ε i ,bobina|=N Δt
CONCLUSÃO
A força eletromotriz induzida numa bobina é tanto maior quanto:
maior for a variação do fluxo magnético;
menor for o intervalo de tempo em que ocorre a variação do fluxo magnético;
maior for o número de espiras.
34
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
35
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
A fração da energia absorvida, refletida e transmitida em relação à energia incidente depende da:
natureza da superfície e do novo meio de propagação;
frequência da radiação incidente;
inclinação da luz
Reflexão da luz
A reflexão é o fenómeno que ocorre quando a onda eletromagnética encontra a superfície de
separação de dois meios, sendo devolvida ao meio inicial, numa direção diferente.
De acordo com as Leis da Reflexão da Luz:
2.ª Lei da Reflexão: o módulo do ângulo de incidência é igual ao módulo do ângulo de reflexão:
|α i|=|α r|
Na reflexão, a onda incidente e a onda refletida apresentam a mesma
frequência e, como viajam no mesmo meio de propagação, também
apresentam a mesma velocidade de propagação e o mesmo
comprimento de onda, podendo apenas existir diferença nas
intensidades das ondas devido à repartição da energia incidente.
Nota:
36
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
O índice de refração é a grandeza que permite avaliar a velocidade de propagação da luz num dado
material, pois corresponde à razão entre a velocidade de propagação da luz no vazio
( c =3,00× 108 m s−1 ) e a velocidade de propagação da luz nesse meio:
c
n=
v
NOTA:
O índice de refração de um meio é uma grandeza adimensional maior que a unidade ( n meio ≥ 1 ),
pois a velocidade da luz num meio é sempre inferior à velocidade da luz no vazio. No caso do ar,
onde a luz se propaga com uma velocidade próxima da velocidade da luz no vazio considera-se,
em aproximação, um índice de refração de 1 ( n ar ≃1,000 ) .
Num meio mais refrangente (mais denso oticamente), ou seja, um meio com índice de refração
mais elevado, é maior a dificuldade de propagação da luz, ou seja, é menor a velocidade de
propagação.
O índice de refração de um dado meio varia com o comprimento de onda da radiação que
atravessa o meio.
Na refração, a onda incidente e a onda refratada apresentam a mesma frequência, mas diferente
comprimento de onda, diferente velocidade de propagação e diferente intensidade. Para uma onda
eletromagnética com uma dada frequência, quanto menor o índice de refração do meio, maior será a
V
velocidade de propagação da onda nesse meio e, atendendo a que λ= , maior será também o
f
comprimento de onda:
n1 v 2 v 2 λ2 n1 λ 2
= e como = , então, =
n2 v 1 v 1 λ1 n2 λ 1
De acordo com as expressões anteriores, quando uma onda sofre refração, ao passar de um meio 1
para um meio 2:
se o índice de refração do meio 1 for inferior se o meio 1 apresentar um índice de refração
ao do meio 2, a onda refratada apresenta superior ao do meio 2, a onda refratada
uma velocidade de propagação e um apresenta maiores valores de velocidade de
comprimento de onda inferior ao da onda propagação e comprimento de onda,
incidente e aproxima-se da normal. comparativamente com a onda incidente,
afastando-se da normal.
37
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
2.ª Lei da Refração (ou Lei de Snell-Descartes): a razão entre o seno do ângulo de incidência ( α i )
e o seno do ângulo de refração ( α R ) é constante:
Nota:
Só ocorre reflexão total quando:
o ângulo de incidência é superior ao ângulo limite ou ângulo crítico;
o raio incidente se dirige de um meio com maior índice de refração para outro com menor índice
de refração.
Como na situação limite o ângulo de incidência é igual ao ângulo crítico ( α i=α c ) e o ângulo de
refração é 90 ( α R =90 ° ), é possível determinar o ângulo crítico
utilizando a 2.ª Lei da Refração da Luz:
n1 sen α c =n2 sen 90 °
38
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
A fibra ótica constitui uma das aplicações mais importantes da reflexão total, sendo possível
transmitir radiação de uma extremidade à outra da fibra. As fibras óticas são constituídas por um
núcleo central revestido por outro material cujo índice de refração é inferior ao do núcleo. Para evitar
uma atenuação significativa do sinal, o material que constitui o núcleo deve apresentar uma elevada
transparência à radiação a transmitir.
Difração
A difração é o fenómeno ondulatório em que uma onda contorna os bordos dos obstáculos ou
fendas deixando de se propagar retilineamente.
Na figura apresenta-se um esquema da propagação de ondas perante dois tipos de fendas. Sendo
possível concluir que:
O fenómeno de difração é tanto mais significativo quanto mais próximos forem as dimensões das
fendas ou dos obstáculos e o comprimento de onda, ou seja, quando estes apresentam
dimensões da mesma ordem de grandeza, d ≃ λ (figura A);
Aumentando as dimensões, da fenda ou do obstáculo, d, para a mesma distância de observação,
a difração da onda é menos acentuada, e, para valores muito superiores ao seu comprimento de
onda, d ≫ λ (figura B), o efeito de difração praticamente deixa de ser observado e a onda tem
tendência a propagar-se retilineamente, mas, mesmo assim, na periferia do obstáculo acontece
um ligeiro encurvamento das frentes de onda.
39
DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11
40