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REVISÃO

1. No que diz respeito ao desenvolvimento científico de acordo com a perspetiva indutivista, a


ciência progride através do raciocínio indutivo e da verificação experimental de modo
estritamente racional, linear e cumulativo em direção a um conhecimento cada vez mais
alargado e completo da realidade tal como ela objetivamente é. Para Popper, a ciência avança
de forma irregular, por afastamento sucessivo do erro e em direção a uma compreensão mais
aproximada da realidade do modo como ela objetivamente é.

2. De acordo com Popper, não podemos estar certos de que uma teoria é verdadeira, pois este
considera que os enunciados gerais correspondentes às teorias científicas envolvem sempre
casos que não foram observados e, como tal, não se pode provar conclusivamente a sua
verdade. Por outro lado, e no contexto da teoria de Popper, uma teoria que resiste aos testes
de falsificação é uma teoria corroborada que prevalece até surgir um teste que a falsifique e
seja substituída por outra melhor. O caminho faz-se por aproximação à verdade.

3. Segundo Popper, temos uma justificação racional para preferir uma teoria científica às suas
rivais porque, embora não possamos estabelecer de forma conclusiva que uma dada teoria é
verdadeira, podemos comparar várias teorias entre si e procurar determinar qual delas é a
mais verosímil, ou seja, verificar qual delas tem um maior poder explicativo e que implica
menos falsidades, o que nos fornece boas razões para as preferirmos às suas rivais.

4. A eliminação do erro contribui para o progresso científico porque, à medida que eliminamos
o erro, ou seja, as teorias falsificadas (aquilo que a realidade não é), vamo-nos aproximando
progressivamente da verdade e daquilo que a realidade pode ser, pelo que Popper afirma que
o erro é o verdadeiro motor da ciência.

DISCUSSÃO

5. Opção A: Sim. Concordo que no conhecimento científico só aprendemos através do


erro, porque a identificação do erro é único critério válido que nos permite dar um enunciado
como conclusivo, pois à medida que eliminamos o erro vamos sabendo com toda a certeza
aquilo que a realidade não é. Vejamos: perante o enunciado “Todos os corvos são negros”
basta uma única observação de um corvo de outra cor para me garantir de forma
absolutamente conclusiva que afinal “nem todos os corvos são negros”. E é assim que a ciência
avança, pois ao afastarmos o erro aproximamo-nos progressivamente da verdade.

Opção B: Não. Não concordo que no conhecimento científico só aprendamos com o erro, pois
diz-nos a história da ciência que muitas das teorias científicas que aceitamos como corretas e
que achamos constituírem as bases da evolução da ciência e do seu grande poder explicativo
não se obtiveram através de tentativas de falsificação ou de refutação ou de busca do erro, mas
sim da legitimidade de, a partir de uma ampla lista de enunciados singulares, extrairmos
conclusões gerais que nos permitem fazer previsões exatas, capazes de produzir conhecimento
genuinamente novo sobre o mundo.

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