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O Rito de Misraíim

Publicamos nas páginas seguintes os rituais dos três primeiros


graus do Rito.de Misraim: Aprendiz, Companheiro e M ."., que
formam os graus de toda a Grande L.. Simbólica. Além desses,
escalonam-se os graus que constituem o Soberano Santuário
dos Altos-Graus.
Esses rituais foram primeiramente publicados por uma L.´..
genovesa de nosso Rito em seu Boletim interno. Foram tirados
de um manuscrito do início do século XIX e podem ser datados
de 1820.
Todavia, o Rito de Misraim ou Rito dos Egípcios, constituído
em 1788 em Veneza, por Cagliostro, no seio de uma sociedade
de protestantes socinianos, utilizou primeiro os rituais do Rito
Egípcio de Cagliostro, depois os do Rito Escocês Retificado,
depois os rituais do Rito Escocês Antigo e Aceito, com o qual
teve ligações estreitas até o fim do século XIX, quando ainda
era independente e desligado do Rito de Memphis. Tal como
estão, esses rituais estão completos e, quando faltar um detalhe,
as LL.´. de Memphis-Misraim desejosas de praticá-los poderão
reportar-se, para o que não estiver claro, à tradição maçônica
comum. Enfim, conservamos o estilo um pouco desusado do
século XIX para manter sua originalidade.
Aprendiz ou Primeiro Grau

Decoração

Usa cores vermelha ou Carmezin. Três Luzes, uma a leste, para


o sul, duas a oeste, para os lados norte e sul. A oeste estão duas
CCol.'. de bronze de estilo coríntio, sobre cada capitel há três
romãs entreabertas; sobre o fuste da coluna, à direita no
entrante, fica a letra J, e sobre o entrante da outra coluna, a
letra B. Em torno da L.´. há uma borla recortada, podem ser
substituidas por uma corda de nós no oriente, com borlas na
sua extremidades. Diante do trono onde fica o Presidente, há
um altar sobre o qual estão colocados um esquadro, um
compasso, uma Bíblia, um gládio e um malhete. O trono e o
altar ocupam uma posição elevada, sobre um estrado com três
degraus. Um pouco adiante do altar do trono está colocado um
pequeno altar triangular, chamado de Altar dos Juramentos.
Vestuário Um avental de couro branco, com a abeta levantada.

A marcha é Andar Três passos comuns, começando pelo pé


esquerdo, juntando-os a cada passo.

Abertura O Ven.´. bate uma vez e diz:

(0) Ven.´. — Ir.´. 1.º Vigilante, qual é o primeiro dever de


um Vigilante na L.´.?

1ºVig.´. — É verificar se a L.´. está protegida de qualquer


indiscrição dos profanos.
Ven.´. — Ide certificar-vos, meu Ir.´.

O Vigilante envia seu Diácono, que verifica as portas do


templo e volta para fazer-lhe seu relato. Ou Solicita ao G.´. do
templo que faça essa verificação.

O Vigilante bate uma vez e diz: Ven.´.M.´., estamos seguros.

O Ven.´. diz a seguir:


Ven.´. — Qual é vosso segundo dever?

1ºVig.´.— É ver se todos os Ir ... presentes são Apr.´. Maç.´. ".


Em pé e à ordem de Aprendiz, meus Ir ..., face para o O.´.

Todos os Ir... obedecem. O Ven. diz:

Ven.´. - IIr... 1º e 2º VVig.. — , percorrei vossas respectivas


CCol.´. e assegurai-vos de que todos os Ilr.´. que as compõem
são aprendizes.

Os VVig .. vão, cada qual em sua coluna, a começar pelo


último, pedir o sinal e a palavra de cada Ir.´., quando esse
exame termina e os VVig. voltam para seus lugares, o 2º diz ao
1ºVig.´., todos os IIr.´. da coluna do sul são Apr.´. Maç.´.

1º Vig.´. — Ven.´.M.´., todos os IIr.´. de ambas as colunas são


apr.´. Maçons.

Ven.´.M.´. — Ir.´. 2º Diácono, qual é vosso lugar na L.´. ?

2ºDiac.´.. — à direita do Ir.´. 1ºVig .´., onde me colocastes.

Ven.´.M.´. - Por que, meu ir... ?


2ºDiac.´. — Para levar as ordens para o 2º Vig.´. e vigiar para
que os IIr.´. se portem decentemente nas suas CCol.´..

Ven.´.M.´. — Onde fica o Ir... 1º Diácono?

2ºDiac.´. — À direita do Ven.´.

Ven.´.M.´. — Para quê, Ir... 1º Diácono?

1ºDiac.´. — Para levar vossas ordens ao Ir... 1º Vig... e aos


oficiais dignitários, a fim de que os trabalhos sejam executados
com prontidão e ordem.

Ven.´.M.´. — Onde fica o Ir... 2º Vigilante?

1ºDiac.´. — No sul, Ven.´.M.´.

V.´.M.´. — Para quê, Ir... 2º Vigilante?

2ºVig.´. — Para observar melhor o sol em seu meridiano,


enviar os operários do trabalho à recreação, chamá-los da
recreação ao trabalho, para o bem e a prosperidade da Ordem e
da L.´.

Ven.´.M.´. — Onde fica o Ir.´. 1º Vigilante?

2ºVig.´.— No Ocidente, Ven.´.M.´.

V.´.M.´. — Para quê, Ir.´. 1º Vigilante?

1ºVig.´. — Como o sol se deita no Ocidente para fechar o dia,


também o Ir.´. 1º Vigilante se coloca nesse lugar para fechar a
L.´., pagar os obreiros e dispensá-los contentes e satisfeitos.
Ven.´.M.´.. — Onde fica o Ven... ?

1ºVig.´. — No Oriente.

Ven.´.M.´. — Para quê, meu Ir... ?

1ºVig.´. — Como o Sol se levanta no Oriente para abrir o


percurso do dia,
assim o Ven.´.M.´. se coloca ali para abrir a L.´., dirigir
seus trabalhos e acender suas Luzes.

Ven.´.M.´. — A que horas os Maçons abrem seus


trabalhos no grau de Apr.´.Ir.´. 2º Vigilante?

2ºVig.´.. — Quando o sol alcança o meridiano. Ou ao


Meio Dia

Ven.´.M.´.. — Que horas são, Ir.´. 1º Vigilante?

1ºVig.´.— É pleno meio-dia e o sol está no meridiano.


Ou Meio Dia em ponto

O Ven.´. diz em seguida:


Já que o sol entrou no meridiano e que é hora de abrir os
trabalhos, juntai-vos a mim, IIr.´. 1º e 2º Vigilantes, a fim
de pedir ao Todo-Poderoso que Ele se digne abençoar
nossos trabalhos, a fim de que eles estejam de acordo
com Sua lei e não tenham outro objetivo senão a Glória
da Ordem e o bem da humanidade.

O Ven.´. desce do altar, segurando seu malhete, vai


colocar-se no meio do templo, face para o Oriente, os
dois Vigilantes dos lados e todos os Ir .. voltados para o
Oriente, inclina-se e diz em voz alta:
Prece

“Supremo Arquiteto de todos os Mundos, Fonte de todas


as perfeições e de todas as virtudes, alma do universo
que Tu enches de glória e de benfeitorias, nós adoramos
Tua majestade suprema, nós nos humilhamos
diante da Tua sabedoria infinita que criou tudo e que
conserva tudo. Dignate, Ser dos Seres, receber nossas
preces e a homenagem de nosso amor, abençoa nossos
trabalhos e molda-os à Tua Lei, ilumina-os com Tua luz
divina, que eles só tenham por fim a glória de Teu Nome,
a prosperidade da ordem e o bem da humanidade. Une
os homens que o interesse e os preconceitos dividem,
retira a venda do erro que lhes obscurece os olhos, e
que, reconduzidos à verdade pela filosofia, o gênero
humano seja um povo de IIr.´. que Te trazem de toda
parte um incenso puro e digno de Ti.”

{Recitar o Salmo 133}

[ Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em


união.
É como o oleo precioso derramado sobra a cabeça,
desce sobre a barba de Aarão, escorrendo pela orla de
suas vestes.
Como o Orvalho de Hermon, que desce sobre o monte
de Sião, porque ali o Senhor ordena a benção e a Vida
para sempre.]

O Ven. sobe ao altar e os Vigilantes voltam aos seus


lugares.

Ven.´.M.´. - O... 00
Os Vigilantes repetem.

Então o Ven.´.M.´. se cobre e, com o gládio


na mão, diz:
Ven.´.M.´. - “À Glória do Todo-Poderoso, em nome e sob
os auspícios do Sup. G.´. C.´. G.´. e o Soberno Santuario
TothPerAnkh, Poder Supremo para Este Oriente, os
trabalhos do aprendiz M.´. Mitzraíim estão abertos na A.
´.R.´.L.´.S.´……………..... e desde este instante os IIr.´.
devem respeitar a ritualistica e seus direcionamentos.

Comigo, meus Ir.´.

Ele faz, como todos os Ilr.., o sinal e a tripla bateria do


grau, depois todos juntos dizem:
Vida! Saude! Prosperidade!

A seguir, ele se descobre e o 1º Vig... diz:

1ºVig.´. - Ir.´.2ºVig.´. e Ilr.´. que decoram minha coluna,


os trabalhos estão abertos.

2.º Vig.´. - IIr.´. que abrilhantais minha coluna comunio


que os trabalhos estão abertos no grau de Aprendiz
Maçon.

Ordem dos Trabalhos

Ven.´.M.´.- Ir.´. Secr.´., tende a bondade de fazer a


leitura do relatório escrito dos trabalhos da última
sessão.

(0) Atenção, meus IIr.´.


Após a leitura do relatório escrito, bate uma vez e diz:
Ven.´.M.´. — Ir.´. 2º Vig .´., anunciai nas vossas CCol.”.
respectivas que, se alguns Ir.´. têm observações a fazer
sobre a redação do plano perfeito dos trabalhos, a
palavra lhes será dada.

Os dois Vig... batem uma vez alternadamente e repetem


o aviso, em seguida ao aviso do 2º.Vig.´.

Reinando Silencio:

2ºVig.´. Reina Silencio na Col.´. do Sul

1º Vig.´. - Ven.´.M.´., o silêncio reina sobre ambas as


colunas.

Em seguida o Ven.´. pede as conclusões do Ir.´. Or... e a


aprovação da assembléia; e dirigindo-se ao Mest.´. de
Cer.´. diz-lhe:

Ven.´.M.´. - Ir.´. M.´. de Cer.´., tende a bondade de


transpor o átrio do templo e certificar-vos se há
visitantes.

O Ir.´. M.´. Cer.´. vai até lá e volta para fazer seu relatório
entre Colunas ; em seguida, vai depositar no altar os
certificados desses IIr.´. e volta para a companhia deles.
O Ven... manda os certificados ao Orad.. para verificálos
e envia-os ao Experto, para verificar os visitantes e
tomar sua assinatura; após essas diversas
verificações, o Ven.” diz:
Ven.´.M.´. - Ir.´. Cobridor, anunciai ao M.´. de Cer.´. que
ele pode introduzir os visitantes e anunciar seus graus, a
fim de que eles recebam as honras.

O M.´. Cer.´. bate o bastão e os VVig.. anunciam, o Ven.


diz:

Ven.´.M.´. - Concedei a entrada no Templo.


O M.´. Cer.´. e os visitantes colocam-se entre CCol.´., em
pé e à ordem.

Ven.´.,M.´. — CC.´. Ir.´. visitantes, de onde vindes?


R.— Ven.., do Templo da Sabedoria. (Os Ir... dos Ritos
escocês e francês respondem: da L.. de São João de
Jerusalém, ou de uma loja justa e perfeita.)
P. — O que trazeis?
R.— Alegria, Saúde e Prosperidade a todos os meus Ir.´.
P. — Não trazeis nada mais?
R.—O Ven.´.M.´. de minha L.´. vos saúda por 3 vezes 3.
P — O que fazeis?
R.— Erguemos templos à virtude e cavamos masmorras
para os vícios.
P — O que vindes fazer aqui?
R.— Vencer minhas paixões, submeter minha vontade à
vossa, e fazer novos progressos na Maçonaria.
P. — O que quereis, meu Ir.'.?
R.— Um lugar entre vós. .
R.— Ele vos é oferecido. Ir.´. M.'. Cer.´., conduzio o Ir.´.
ao lugar que lhe é destinado.

*Nota — Rendem-se as honras maç.. a todos os Ilr.”.


condecorados com altos graus em qualquer rito, e
rendem-se as grandes honras aos VVen.´.MM.´.às
deputações das L.´., consistórios e aos grandes
dignitários de todos os Ritos:

As honras prestadas na LL.´. são:

1) As grandes honras, ao Ven... fundador e ao Ven...


titular. Aos Grandes Mestres Abs... 90º e último grau.
Aos Grandes Mestres dos Ritos estrangeiros e a seus
GG.´. oficiais. Às deputações e aos Ven.´. das LL.´.

Essas honras consistem em recebê-los com sete Luzes,


nas batidas dos Malhetes até o O... e a abóbada de aço.

2) As honras médias são: cinco estrelas e a abóbada,


aos Ilr... condecorados com os altos graus das 4º e 3º
séries.

3) Aos dois VVig.´., as pequenas honras são: três


estrelas e a abóbada de aço; aos IIr.´. condecorados
com altos graus dos diversos Ritos.
Não são rendidas homenagens aos membros da L.´.,
qualquer que seja seu grau, com exceção do Ven. e dos
dois VVig.´.

Recepção

Ven.´.M.´. - Ir.´. Experto, ide verificar se o profano


chegou.

O Experto sai e volta para fazer seu relatório;

Ven.´.M.´. - Retornai para junto do profano, assegurai-


vos de sua pessoa de modo que ele não possa escutar
nada do que se passa entre nós e esperai perto dele
as ordens para submetê-lo às provas ou afastá-lo logo
deste lugar.

O Experto sai.

Meus Ir .”., as informações que nos chegaram sobre o


profano N…….. são favoráveis, as conclusões dos IIr..
comissários, as do Ir .'. Orad.. ea contagem dos votos do
escrutínio foram também favoráveis a ele, a ordem do
dia recomenda sua recepção, estais de acordo com
isso?

Todos os Ilr.´. Fazem o Voto de Aprovação.

O Ven.´. pode receber de novo o juramento do Ir.´.


Proponente sobre as qualidade do candidato.

Ven.´.M.´. - Ir.´. 2º Experto, ide ao profano e fazei entrar


o Ir.'. 1º Experto.

Quando este último entra o Ven... diz:

Ven.´.M.´. - Meu Ir.´., é confiada a vós a augusta função


de submeter o neófito às provas físicas, dirigi-lo nas
viagens misteriosas, fazê-lo passar pelos quatro
elementos que ele deve atravessar antes de alcançar a
porta do Templo.
Fazei-o escrever, antes de mais nada, seu testamento, a
fim de que saibamos a maneira pela qual dispõe dos
bens que foram repartidos por Deus.
Fazei com que o ajude um Ir.´. que cuidará do neófito
enquanto viereis, a cada viagem, prestar-nos contas de
seu progresso, no caminho misterioso de sua
purificação. Ide, meu Ir.'., e que o Todo-Poderoso esteja
convosco.

(O Experto sai.) Volta um instante depois e traz o


testamento do neófito.

O Ven.´. comunica o conteúdo à ofic.´., bem como sua


profissão de fé ou sua resposta às três seguintes
perguntas:

“Qual é o primeiro dever do homem para com Deus?


Qual é o segundo dever do homem, para com a familia?
Qual é o terceiro dever do homem, para com a
humanidade?”

Nota -— O Experto pode, caso o recipiendário não


entenda o sentido exato dessas perguntas, dirigi-lo,
lembrando que o 1º dever é para com Deus; o 2º para
com seus semelhantes e o 3º, para com ele mesmo.
Se as respostas não forem satisfatórias, podem-se fazer
outras perguntas ao Recipiendário. Se respondê-las
bem, o Ven.´. diz:

Ven.´.M.´. - Voltai para junto do neófito, tirai-o do seio da


terra e das sombras da morte; entregai-o ao Ir... Terrível,
que o levará para fazer a 1º viagem misteriosa e o fará
atravessar o 2º elemento material, vinde em seguida
prestar-nos contas dessa 1º viagem.

O Experto sai e vai cumprir as ordens do Ven... ; retira o


Recipiendário do Gabinete de reflexões, pergunta-lhe se
é sua intenção ser recebido como Ir.´. Maç.´., sente-se
com coragem de suportar as provas que deve enfrentar.
De acordo com a resposta,
ele o fará despir-se de modo a ficar com os pés nus
(com chinelos), depois o entregará ao Ir... Terrível, que
lhe amarrará os pés e as mãos com uma cadeia de ferro
ou uma corda.

O Ir.´. Terrível leva-o para fazer a 1ª viagem, que deve


ser feita em silêncio, ao Reservatório do 2º elemento, e o
faz atravessar a água onde suas cadeias devem ficar.
Ao sair dali.
Experto - Senhor, que reflexões provocaram em vós o
lugar para onde fostes?

Após a resposta, o Experto continuará:

O lugar em que fostes fechado representa o seio da


Terra de onde tudo sai e para onde tudo deve voltar; lá
encontrastes todas as imagens da Morte para lembrar-
vos de que o homem que quer entrar em nosso meio
deve previamente morrer para os vícios, para os erros e
para os preconceitos rasteiros, para renascer para a
virtude e para a filosofia, objetos de nosso culto e de
nossos trabalhos; que ele deve sempre estar pronto a
sacrificar
sua vida por seus IIr.'. ; fostes prevenido ao mesmo
tempo da sorte que esperaria quem dentre nós
cometesse perjúrio e traísse o segredo da ordem.
A escuridão em que estais agora mergulhado, o estado
de nudez em que vos pusemos, os metais dos quais
fostes cuidadosamente despojado, a Cadeia de metal
que vos prendia ainda, quando começastes a 1º viagem
e que perdestes atravessando as águas, são símbolos
que vos convido a gravar em vossa memória e dos
quais, depois disso, tereis a explicação se persistires em
ser admitido entre nós e em continuar o que tão
corajosamente começastes.

Depois da resposta do recipiendário, o Experto irá


prestar contas dessa 1º viagem, dirigindo-se ao Ir.´. 2º
Vig.´., que a contará ao primeiro e este ao Ven.´.

1ºVig.´. n O neófito terminou sua 1º viagem; atravessou o


2º elemento material, no qual começou sua purificação e
saiu livre da cadeia dos preconceitos que o oprimia.

Ven.ˋ.M.´. - Ele deseja continuar seu percurso?

Experto - Sim, Ven.ˋ.M.´., ele deseja.

Ven.´.M.´. - Ir.´. Experto, tende a bondade de, por meio


de seus prestimosos cuidados,
levá-lo para fazer a 2º viagem, durante a qual ele deve
passar pelo 1º elemento puro (o Fogo).

O Exp.. sai e vai executar as ordens do Ven.'.

O Ir... Terrível se encarrega de novo do recipiendário e,


após várias voltas, faz com que ele atravesse a região
do Fogo; depois que ele sai o Exp.. lhe diz com voz forte:

Exp.´. - O que queres? Desejas continuar teu caminho?


Previno-te de que novos perigos o aguardam, eles são
maiores do que aqueles que experimentaste até agora.

Após a resposta, o Experto continua:

A idéia que fazem de nós no mundo é falsa, somos


apresentados como um grupo de pessoas reunidas por
motivos vagos e ridículos, podes então pensar que a:
futilidade foi a ligação que através dos séculos reuniu os
homens mais sábios de todos os povos e em todas as
circunstâncias; chamaram-nos de inimigos da sociedade
e encontrarás entre nós os amigos mais fiéis de seu país
e os mais fortes apoios. Apresentaram-nos como uma
sociedade sem princípios religiosos e a moral religiosa é
o fundamento de nossa ordem; se admitimos conosco o
homem honesto de qualquer culto, é porque não nos
cabe perscrutar as consciências e pensamos que o
incenso da virtude agrada à Divindade de qualquer modo
que o ofereçamos. À tolerância que professamos não
provém da falta de piedade, mas somente da indulgência
e da filosofia. De resto, qualquer discussão relativa às
opiniões políticas ou religiosas é inteiramente
proibida em nosso meio. Finalmente, como nos
mostraram como uma ssociedad de gastrônomos, vais
conhecer a bebida servida em nossas refeições (dá-lhe
a taça da amargura).
Essa taça é emblemática, como tudo que experimentaste
até agora. Desejas continuar teu caminho?

Após a resposta, o Experto vai prestar contas da 2º


viagem desta maneira:

Exp.´. - O candidato penetrou no 3º elemento, saiu


purificado; esgotou a taça da amargura e persiste em
sua resolução.

Ven.´.M.´. - Já que ele persiste em sua resolução, meu


Ir.´., tende a bondade de levá-lo para fazer a 3ª volta, da
roda da carruagem, a fim de que ele termine sua
purificação no segundo dos elementos puros. Em
seguida, abandonai-o à sua própria sorte para que o
Todo-Poderoso o conduza e que
Sua vontade se cumpra.

O Exp... sai e manda executar a 3º viagem, durante a


qual o neófito percorre a região do Ar, no meio dos raios,
dos relâmpagos,
do granizo e de outros fenômenos atmosféricos. Depois
da mais terrível tempestade, vem a calma mais
profunda, após o que o Experto diz ao neófito:

Exp.´. - N……….., saíste vencedor dos quatro


elementos, abandona-te a ti mesmo.
Prossegue sozinho teu caminho e, se tiveres coragem e
vontade firme, o Todo-Poderoso te conduzirá, espero,
para onde deves chegar.

O Recipiendário é deixado a andar só por um momento.


Chegando perto da porta do Templo, onde estão dois IIr.
´. com roupa branca e armados com gládios, um deles
diz:

Para onde vais?


O que queres?
Cumpristes as condições exigidas para
seres admitido entre nós?

Depois da resposta, dizem-lhe: Sabes que para entrar na


nossa ordem é necessário prestar um juramento terrível,
que é para nós, nesta e na outra vida, a garantia de tua
discrição? Esse juramento não fere nem a obediência
que deves ao governo de teu país, nem tua crença
religiosa, nem a honra; concordas fazê-lo? (Após sua
resposta.) Eis os principais pontos.
1) Silêncio absoluto sobre tudo o que verás, ouvirás e
aprenderás conosco.

2) Obrigação de praticar as virtudes que emanam da


Divindade; combater
as paixões que desonram o homem e o degradam;
socorrer teus IIr.´. por todos os meios, ainda que custem
tua vida e tua fortuna, desde que sejam por justos
motivos; ser fiel a teu Deus e a teu soberano e dar o
exemplo de obediência às leis de teu país.
Finalmente, comprometer-te a obedecer os estatutos e
Regulamentos Gerais da Confraria de Guildas Livres e
da Livre Maçonaria, e os decretos dos Sober.´. G.´. Mest.
´. absolutos, a Autoridade Suprema do Rito de Misraim
deste Soberano Santuario, assim como os regulamentos
particulares desta L.´..

Concordas em prestar esse juramento?

Após a resposta, o Ir.. diz-lhe: Já que estás de acordo


com tudo, pedirei por ti o favor de entrar no templo;
porém reflete antes, pois uma vez lá dentro não poderás
mais retornar.
Depois da resposta, o Ir:. bate três vezes com força e
com golpes irregulares na porta do templo para o neófito.

2º Vig.´. - Ir.´. 1º Vig.., estão batendo irregularmente na


porta do templo.

1º Vig.´.Batem como profanos na porta do templo, Ven.


´,M.´.
Ven.´.M.´. - Vede meu Ir.´., qual é o mortal tão audacioso
que ousa vir perturbar nossos mistérios.

1º Vig.´.Ir.´. 2º Vig.´.,quem bate?

2ºVig - Ir.´. Experto, Quem bate?

O Experto, de fora, responde: E um homem livre e de


bons costumes que deseja ser recebido como M.´..

(Os dois VVig... repetem.)


O Ven... diz: Perguntai seu nome, sua idade, seu estado
civil e se é mesmo sua definitiva vontade ser recebido
como M.´.

Ven.´.M.´. - Perguntai-lhe como


chegou até o átrio deste templo, inacessível aos
profanos.

Os VVig.. fazem essa pergunta, a que o Experto


responde: Ele renunciou ao mundo, penetrou no seio da
terra e na morada da morte, percorreu as sendas da vida
e, tendo sido purificado pela água, pelo fogo e pelo ar,
saiu livre dos preconceitos e manchas do vício.

Os VVig.-. repetem, após o que o Ven.". diz:

Ven.´.M.´. - Deixai-o entrar no templo.


Em pé, meus Ir .., e à ordem.

Quando o recipiendário entra, fecham as portas com


ruído, fazendo bater os ferrolhos.

O Ven.´.M.´. - No lugar, meus IIr.´..


dirigindo-se ao Recipiendário, diz:

Ven.´.M.´. — Quem vos trouxe aqui?

V.´.M.´.— Para onde fostes levado antes?

V.´.M.´.— Que impressões o aspecto deste lugar vos


causou?

V.´.M.´.— Para onde fostes levado depois e o que vos


aconteceu?

Depois das respostas a cada uma dessas perguntas, o


Ven... acrescenta:

V.´.M.´. - Todas essas viagens são símbolos que vos


serão explicados depois, quando a luz brilhar aos vossos
olhos e permitir-vos compreender a linguagem da
sabedoria e da filosofia antigas. Resta-me, Senhor,
fazer-vos algumas perguntas, cujas respostas levarão à
decisão que será tomada sobre vós pelos membros
desta sociedade.

V.´.M.´. — Credes num Ser Supremo? (Resposta)

Essa crença honra vosso coração e vossa razão; é a


base da verdadeira filosofia e se alguém duvida da
existência do Todo-Poderoso é porque ' teme sua
Justiça.

V.´.M.´. — O que é a virtude? (Resposta)


(É uma inclinação natural da alma que leva a fazer o
bem)
V.´.M.´. — Que idéia fizestes de nossa sociedade antes
de apresentar-vos e qual é o motivo que vos levou a
quererdes ser admitido aqui? (Resposta)

(O Ven... poderá ainda fazer várias perguntas que serão


ditadas pela sua sabedoria. Não esquecerá
principalmente de colocar à prova a bondade do neófito.)
Depois dirá: Há dentre vós, meus IIr.'., quem se oponha
à recepção do neófito N...? (Silêncio geral) Esse silêncio,
Senhor, é prova da simpatia que inspirastes nos Ir... que
desejam abreviar a duração das provas.
As purificações pelas quais passastes serão, portanto,
as únicas a que sereis submetido; que elas não tenham
deixado em vós nenhuma mancha e que todas as
vossas ações sejam doravante dirigidas por esta máxima
da sabedoria divina, a primeira lei dos Maçons: NUNCA
FAÇAS A OUTRO O QUE NÃO QUERES QUE TE
FAÇAM E FAZ POR TEUS SEMELHANTES
O QUE DESEJAS QUE FAÇAM POR TI.
Ir.´. M.´. de CER.´. , conduza o neófito ao altar para que
ele preste sua obrigação.

O Ir.´. M.´. Cer.. conduz o Recipiendário ao altar.

Ven.´.M.´. - Meus Ir.´., em pé e à ordem.

A seguir, dirigindo-se ao Recipiendário, diz: Senhor,


consentis em prestar o juramento que esperamos de
vós, e cujo significado tomastes conhecimento antes de
entrardes neste lugar? (Resposta)

Repeti então comigo:


Obrigação

“Eu, N…………...., de livre vontade e na presença do


Todo-Poderoso e desta
respeitável assembléia, sobre o Livro Sagrado e sobre
esse gládio, símbolo
da honra, juro solenemente e prometo jamais revelar, a
quem quer que seja, nenhum dos Mistérios da
Maçonaria que me serão confiados, nunca escrevê-los,
gravá-los, desenhá-los ou imprimi-los, nem fazer
nenhum sinal que possa revelá-los. Prometo amar meus
Ir.´., ajudá-los e socorrê-los segundo minhas
possibilidades. Juro dar o exemplo de obediência às leis
de meu país e da prática das virtudes; trabalhar
constantemente para aperfeiçoar meu ser e vencer
minhas paixões. Prometo seguir e obedecer os estatutos
gerais da TothPerAnkh e Livre Maçonaria e os decretos
dos Soberanos Grão Mestres absolutos, Autoridade
Suprema do Rito de Mitzraíim dste Oriente, assim como
os Regulamentos
particulares desta A.´.R.´. L.´.S.´., Aceito, se me tornar
perjuro, ter a garganta cortada, o coração arrancado, que
meu corpo seja reduzido a cinzas, que minhas cinzas
sejam jogadas ao vento, que minha memória, manchada
com minha maldade, seja execrada pela natureza e
repudiada pelas pessoas de bem e pelos Maçons dos
dois hemisférios. Que o Todo-Poderoso me ajude e me
proteja de tais desgraças! Amém.”

O Recipiendário, com a mão sobre a Bíblia e a espada, a


ponta de um compasso sobre o coração, repete após o
Ven.. e em seguida diz:

Eu juro. (O juramento deve ser prestado em pé.).


O M.´. Cer.´, o faz descer os degraus do altar e o leva
para o meio do templo. Os IIr.´. estão em pé e à ordem,
gládios na mão apontados para o neófito.

Ven.´.M.´. — N…….., o que quereis?

Neófito .— A Luz.

O Ven.´. bate uma vez o malhete (os VVig.. repetem), e


diz:

Ven.´.M.´. - Estais nas trevas, dou-vos a Luz.

(A venda cai e um clarão brilha nos olhos do neófito, ao


mesmo tempo três defumadores de perfume queimam
na frente e nos dois lados do altar e do Recipiendário.)

“Não temais as armas que estão voltadas contra vós,


elas só ameaçam os perjuros, mas estão prontas para
lançar-se em vossa defesa se precisares de socorro. Se
entretanto, que não queira Deus, estiverdes tão infeliz
para desrespeitardes o juramento que acabais de fazer,
nada poderá salvar-vos dessas armas vingativas.
Nenhum lugar da terra poderá oferecer-vos asilo;
levareis convosco o sinal de vosso crime; o ruído da
reprovação vos precederá com a rapidez de um raio e
por toda a parte encontrareis Maçons prontos a infligir-
vos o mais terrível castigo. (Os Ir... deixam seus gládios.)
Ir.´. M.´. de Cer.´, conduzi esse novo Ir... ao altar para
que, livre em todos os sentidos, ele confirme seu
juramento.”
O neófito reitera seu juramento; então o Ven... coloca a
ponta de seu gládio sobre a cabeça dele e diz:

“À Glória do Todo-Poderoso, em nome e sob os


auspícios dos Sober.´. G.´. M.´. deste Soberano
Santuario, Autoridade Suprema do Rito Maçônico de
Misraim neste Nomo, e com os poderes que me foram
conferidos por esta A.´.R.'.L.´.S.´., eu vos nomeio e
constituo Apr.´. Maç.´. do Rito de Misraim e membro da
A.´.R.´. L.´.S.´. ……….... no Vale de……... .

O neófito desce de novo do altar; o M.. Cer.. o conduz à


direita do Ven.”..

Ven.´.M.´. - Sois fraco e nu; visto-vos com um traje


sagrado para nós (passa-lhe a roupa branca). Esta
roupa, por sua brancura, é o símbolo da inocência que
deveis conservar sempre. Recebei este avental (ele o
coloca) que todos usamos e que os maiores homens e
até os grandes soberanos têm a honra de usar. Ele é o
símbolo do trabalho e vos dá o direito de sentar entre
nós;
não deveis nunca apresentar-vos sem vesti-lo.
(Dá-lhe luvas brancas.)
Nunca manchai a brancura destas luvas mergulhando
vossas mãos nas águas lodosas do vício, ou no sangue
de vossos IIr.´., a não ser em defesa da Pátria.
Elas devem lembrar-vos sempre dos compromissos que
assumistes por ocasião de vossa admissão no templo da
virtude. (Dá-lhe luvas de mulher.)
Estas são destinadas à mulher que mais quereis,
sabendo que um M .´. nunca fará uma escolha indigna
dele. Meu Ir.´., é esse, de hoje em diante, o único título
que recebereis e que dareis na L.´. Temos, para
reconhecernos, sinais, palavras e toques.
Já vos disse, meu Ir.´., que a Maçonaria é conhecida em
todo o Universo; ainda que esteja dividida em vários
Ritos, seus princípios são os mesmos e deveis devotar
os mesmos sentimentos a todos os Maçons de qualquer
Rito.

O Ven.´. abraça-o três vezes e diz: Ide agora, meu Ir.´.,


apresentarvos ao Ir.'. Experto. Tomai lugar, meus Ir.´..

O M.´. Cer:. o conduz para o Ocidente para apresenta-


lhe os SSn.´., P.´. e TToq.´., após o que o Ir... Experto
diz ao 2ºVig.´.

Expertp - Ir.´. 2º Vig.´., os SSn.´., pa nmlavra e TToq.´.


foram fielmente reproduzidos pelo novo iniciado. Os dois
VVig.´. repetem sucessivamente; então o Ven.´.
proclama o novo Ir.´. na qualidade de membro da Ofic.´.
e diz, após ter batido uma vez e ser imitado pelos dois
assessores:

Ven.´. M.´. Em pé e à ordem, meus Ir...

Proclamação

À Glória do Todo-Poderoso, em Nome e sob os


auspícios do Sober.´. Gr.'. Hierofante e mantenedor da
Ordem Maçônica de Misraim, Autoridade Suprema neste
Oriente, sediado no Vale de São Paulo:
Prociamo desde já e para sempre membro desta A.´.R.´.
L.´.S.´. ……………..... Ir……(nome e sobrenome) no grau
de aprendiz e estais convidados, Ir... 1º e 2º VVig.´., e
vós todos, meus IIr.´., a reconhecer nele a referida
qualidade e a prestar-lhe a ajuda e a assistência que
necessitardes.

(0)

Ven.´.M.´. - IIr.´. 1º e 2 VVig.´., convidai os Ir.´. que se


encontram em vossas respectivas CCol.´. a juntarem-se
a nós para felicitar-nos pela feliz aquisição que a Ordem
e a L.´. acabam de fazer de um novo Ir.´. e um novo
amigo.
Os VVig.. repetem o aviso.

Ven.´.M.´. - Comigo, meus IIr.´., pelo sinal. bat…

O M.´. Cer.´. une-se ao novo iniciado para responder da


mesma maneira;

Ven.´.M.´. - Tomai lugar, meu Ir.´., frente à coluna do


Setentrião; é o lugar que ocupam os aprendizes. Merecei
com vossa assiduidade os trabalhos e pela prática das
virtudes maçônicas que vos impusestes e das quais
vossos Ir .´. darão exemplo, merecei penetrar mais em
nossos mistérios e receber os favores que os Maçons
não recusam jamais aos Ilr .´. que se mostram dignos.

Quando o novo Ir... toma lugar,...

Ven.´.M.´. - No lugar, meus Ir.´., O Ir.´. Orador vai dar-


vos a explicação de todos os símbolos que
acompanharam vossa recepção.

Prestai a maior atenção, meu Ir.´. Esses símbolos


escondem as verdades mais importantes e de sua
compreensão dependem todas as luzes que sois,
conseqiientemente, chamado a adquirir.

Discurso do Orador

“Meu Ir..,
Há pouco uma venda espessa cobria vossos olhos e
estáveis mergulhado nas trevas mais profundas,
ignorando o lugar para onde fostes conduzido, não
conhecendo nem mesmo os indivíduos a quem estáveis
confiado, o espírito impressionado pelas provas a que
fostes submetido e que se sucediam rapidamente; com a
alma elevada, penso, pela explicação que vos demos de
alguns desses símbolos misteriosos, a fim de ajudar-vos
a ler de alguma forma nesse Livro da Sabedoria, fostes
ajudado durante a penosa viagem que acabastes de
fazer pela tranquilidade de uma boa consciência, por
vossa perseverança e uma confiança absoluta no Ir.´. ao
qual devemos vossa companhia; essa confiança honra a
ambos e o conhecimento que adquirimos de suas
qualidades nos dá a certeza das que encontraremos em
vós.
Enfim, a venda foi retirada por vós, a luz mais viva
brilhou em vossos olhos, mas, ainda desacostumados
com a claridade, eles devem estar ofuscados.
O estado em que saístes, a multiplicidade dos objetos
estranhos que vos rodearam, o próprio brilho desse lugar
que estáveis longe de esperar o que deve ter-vos
parecido ainda mais claro, pois saíeis do seio de longas
e profundas trevas; tudo deve ter levado ao vosso
espírito uma confusão que esforçar-me-ei para dissipar
dando-vos a chave de nossos símbolos. Esses
símbolos se prendem a pontos da história dos homens.
Vou, antes de explicar-vos, fazer-vos conhecer a origem
da nossa instituição, o que vos revelará a sua finalidade
e esclarecerá seus mistérios.
O espírito apaixonado e inquieto do homem é
constantemente atraído pelo maravilhoso; seus sentidos
têm necessidade de ser tocados e as verdades mais
sublimes só dificilmente chegam a sua alma se não
vierem através desses enganosos intermediários.
Inutilmente a filosofia e a experiência pregam todo dia a
infidelidade dessas informações, o vulgar não aceita, não
ouve e não quer atender senão a eles; essa é a origem
de todos os erros e de todas as superstições.
Quando, desde o berço da humanidade, o fanatismo e a
superstição disfarçados de mil formas inundaram a terra
com seus funestos e criminosos erros, o culto simples e
puro do autor da natureza, abandonado em toda
a parte, foi conservado por um pequeno número de
Sábios dedicados unicamente ao Conhecimento da
natureza e à adoração de seu autor. Foi às margens do
Nilo, na terra de Misraim, que foi conservado esse
pprecios tesouro, esse fogo sagrado. Foi de lá, e todos
os povos confirmam, que saíram todas as ciências, todas
as artes; foi lá que os Sábios de todas as nações iam
instruir-se; é de lá que levaram a todos os povos, com as
luzes sua consciência, ele não teme nem o furor dos
maus, nem os reveses da fortuna;
submete-se com resignação à vontade Todo-Poderosa
da Divindade, persuadido de que não há maior felicidade
do que a virtude, outro mal senão o afastamento dela.
Permanece o mesmo tanto na adversidade como na
prosperidade; é a própria filosofia de Horácio para quem
nem a queda do universo deveria amedrontar.
SIFRACTUS ILLABATUR ORBIS, IMPAVIDUM
FERIENT RUINAE.
Tais foram, certamente, meu Ir .´., as determinações que
trouxestes para nós, e temos a convicção de que
amenizamos para vós o rigor das provas, que
abreviamos sua duração que, entre os Egípcios, era de
três anos antes de chegar ao 1.º ponto da iniciação. E
daí que provém a idade simbólica de um aprendiz, que é
de três anos, e o respeito que temos pelo número três
que guarda outros mistérios, que a perseverança e o
trabalho assíduo vos farão conhecer.
Aqui, meu Ir.´., termina minha tarefa e começa a vossa;
destes o primeiro passo no caminho da verdade; a luz
brilhou em vossos olhos, o caminho que vos resta
percorrer não deve amedrontar-vos; encontrareis sempre
todos os vossos Ir... dispostos a remover os obstáculos
para vós. Numerosas verdades grandes e sublimes vos
restam ainda a descobrir; redobrai o zelo para alcançá-
las e o prêmio que vos espera é digno de vós.”

Após o discurso do Orador, o Ven.´. faz circular a


Zedaka (ou o tronco beneficente), bem como o saco das
proposições.

Ven.´.M.´. - IIr.´. 1º e 2º VVig.´., perguntai em vossas


respectivas CCol.. se algum Ir.´. pede o saco das
proposições (após a resposta, faz a mesma pergunta a
respeito da Zedaka).
Após a resposta, continua:) IIr.´. 1º e 2ºVVig.´., dizei em
vossas CCol.´. se os IIr.'. que têm alguma proposição a
fazer pelo bem da Ordem em geral e o desta R.´. L.´. em
particular, a palavra lhes será dada. (Os assess.´.
repetem o aviso.)
1ºVig - Anuncio por parte do veneravel mestre que sera
dada a palavra pelo bem da ordem em geral. Anunciado
na coluna do norte, Ir.´. 2ºVig.

2ºVig - Anuncio por parte do veneravelmentre que


seradada a palavra a bem da ordem em geral. Anuniado
em ambas s colunas. A Palavra está na coluna do Sul.

—Reina silencio na coluna do sul

1ºVig - A apalvra está na coluna do norte.

— Reina silencio em ambas as colunas.

Ven.´.M.´. - Ir.´. Secr.'. fazei a leitura do resumo dos


trabalhos do dia.

Após a leitura, o Ven... diz: IIr.´. 1ºe 2º VVig.., perguntai


em vossas CCol.. se algum Ir.´. tem observações a fazer
sobre a redação do esumo dos trabalhos do dia que o
Ir... Secr... acaba de dar-nos.

O aviso é repetido pelos dois VVig.. e o Ven... faz com


que o resumo seja aplaudido após a resposta. Nos dias
de recepção, o Ven... bate uma vez e diz:

(0) Ven.´.M.´. - Em pé e à ordem, meus IIr..; antes de


separar-nos, rendamos graças ao Todo-Poderoso pelos
trabalhos deste dia.

Prece

“Pai do Universo, Fonte eterna e fecunda de luz, de


ciência, de virtude de felicidade, cheios de
reconhecimento por Tua bondade infinita, os operários
deste templo Te rendem mil ações de graças € atribuem
a Ti tudo o que fizeram de bom, de útil e de glorioso
neste dia solene em que viram aumentar o número de
seus Ilr.”. : continua protegendo seus trabalhos e
dirige-os cada vez mais para a perfeição; que a
harmonia e a concórdia sejam sempre o triplo cimento
que nos une!

Vida! Saude! Prosperidade!”

Instrução

V.´.M.´.. — Ir. 1º Vig.´. há alguma coisa comum entre


nós?
1ºVig.´. — Um culto, Ven...
V.´.M.´. — Qual é?
R. — É segredo.
V.´.M.´. — Qual é esse segredo?
R. — A Maçonaria.
V.´.M.´. —SoisM..?
R. — Meus Ir... me reconhecem como tal.
V.´.M.´. —OqueéumM-.?
R. — Um homem livre e de bons costumes, amigo tanto
do pobre
como do rico, se forem virtuosos.
V.´.M.´.— Quais são as atribuições necessárias para ser
M.. ?
. — À primeira é a pureza do coração.
V.´.M.´.— Qual é a segunda?
. — Uma obediência cega às formalidades prescritas
para a recepção.
V.´.M.´.— Quais foram as formalidades praticadas em
vossa recepção?
- — Fui primeiramente apresentado por um amigo
virtuoso que depois
reconheci como Ir.., depois fui conduzido por
desconhecidos a uma
sala contígua à L... onde, após terem me perguntado se
minha intenção era
mesmo ser recebido como M.."., fecharam-me num lugar
secreto.
V.´.M.´. — O que significava esse lugar?
R. — O centro da Terra e a morada da morte, a fim de
ensinar-me
que tudo que vem da terra deve para ela retornar; que o
homem deve estar
sempre pronto para aparecer perante o Juiz Supremo;
que o profano que
quer ser recebido como M .. deve antes de tudo
renunciar aos vícios, a fim
de viver somente para a virtude; e, finalmente, para
lembrar-me desta verdade,
que assim como a terra é uma matéria inerte, ou o mais
rude dos
elementos que compõem o Universo, e que é por ela que
começam as viagens
emblemáticas, também devemos submeter e purificar em
nós a matéria,
isto é, o corpo, a fim de preparar-nos para purificar o
espírito, ou seja,
a alma.
V.´.M.´. — O que fizestes nesse lugar?
R. — Minha profissão de fé, após o que um Ir... me
colocou na situação
em que deve estar todo profano que aspira tornar-se M..
V.´.M.´. — Em que situação vos colocaram?
R. — Uma venda cobria meus olhos; não estava nu nem
vestido e fui
despojado de todos os metais, exceto de uma cadeia
pesada que me oprimia.
V.´.M.´. — Por que tivestes os olhos vendados?
R. — Para indicar as trevas da ignorância em que vive
todo homem
que não viu a luz.
V.´.M.´. — Por que não estáveis nu nem vestido?
1ºVig.´. — Para expressar o estado de fraqueza do
homem escravo dos
preconceitos e do erro.
V.´.M.´. — Por que vos privaram de todos os metais e
vos puseram uma
cadeia pesada?
R. — Sendo os metais o símbolo dos vícios, ensinaram-
me com isso
que seria preciso renunciá-los para tornar-me M-., a
cadeia era o símbolo
dos preconceitos dos quais devia despojar-me, como fiz
com a cadeia no 1º
ponto de minha purificação.
V.´.M.´. — O que vos fizeram depois?
R. — Fizeram-me empreender uma longa e penosa
viagem.
V.´.M.´. — O que significava essa viagem?
R. — Além de um sentido específico, a saber, a minha
purificação e
preparação para receber os importantes segredos que
deviam ser-me confiados,
havia ainda um sentido moral e significava todas as
vicissitudes da
vida humana, desde o nascimento até a morte; havia,
além disso, um sentido
físico e misterioso, apresentando a imagem da natureza
e dando aos
Sábios a chave de todos os segredos e dos grandes
conhecimentos.
V.´.M.´. — Para onde vos levou essa viagem?
R. — A uma piscina salutar de onde saí livre dos
entraves que me
sobrecarregavam. Depois, um amigo me explicou uma
parte das verdades
escondidas sob os símbolos dessa 1º viagem.
V.´.M.´. — O que fizeram convosco depois?
R. — Após ter-se convencido de que eu persistia em
minha resolução,
esse Ir... fez-me continuar meu caminho.
V.´.M.´. — Quais obstáculos experimentastes?
R. — Um braseiro ardente apareceu diante de mim e fui
obrigado a
atravessá-lo.
V.´.M.´. — O que significava esse braseiro?
R. — A violência das paixões e o ímpeto da juventude,
que são também
obstáculos à perfeição moral do homem.
V.´.M.´. — O que fizestes ao sair desse 3º elemento?
R. — Um fr... me trouxe um licor amargo, símbolo das
tristezas e
desgostos que um homem experimenta nesta vida e que
o Sábio suporta
sem queixas, a seguir convidou-me a continuar meu
caminho.
V.´.M.´. — O que experimentastes nessa 3º viagem?
R. — Fui colocado na região do Ar: o raio, o granizo e
todos os fenômenos
meteorológicos se desencadearam ao meu redor, e
finalmente, dessa
tempestade horrível nasceu a mais profunda calma.
V.´.M.´. — O que significava essa tempestade?
R. — Ela mostrava os obstáculos que o homem enfrenta
desde a idade
madura até o fim do seu percurso.
V.´.M.´. — O que fizestes em seguida?
R. — Meu guia deixou-me continuar sozinho meu
caminho e cheguei
à porta do templo.
V.´.M.´. — Quem encontrastes ali?
R. — Dois Ilr.. que me pararam e, após terem se
convencido de que
eu havia passado no meio dos elementos, fizeram-me
conhecer as obrigações
que eu devia contrair; depois disso mandaram-me bater
fortemente
três vezes.
V.´.M.´. — O que significavam essas três batidas?
R. — Pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e
vos abrirão.
V.´.M.´. — O que vistes quando entrastes?
R. — O Ven-. fez-me diversas perguntas às quais
respondi; depois,
com o consentimento de todos os Ikr ..., fez-me conduzir
ao altar a fim de
prestar minha obrigação.
V.´.M.´. — Como estavas enquanto isso?
R. — Em pé sobre o 3º degrau do altar, a mão direita
sobre a Bíblia e
a espada, a direita segurava a ponta de um compasso
sobre meu coração.
V.´.M.´. — O que fez a seguir o Ven... ?
R. — Concedeu-me a Luz.
V.´.M.´. -— O que vistes nesse instante?
R. — Três sublimes luzes da Maçonaria, o Sol,
aLuaeoM-. da L.....
V.´.M.´. — Qual é a relação entre esses dois astrose o
M... da L... ?
R. — Assim como o Sol preside o dia e a Lua a noite, o
M.. preside
a L.. para iluminá-la.
V.´.M.´. — O que vistes em seguida?
R. — Três objetos preciosos, símbolos de todos os
nossos deveres.
V.´.M.´. — Quais são esses objetos?
R. — Uma Bíblia, que contém tudo o que devemos a
Deus, um tronco
destinado a recolher a ajuda que devemos aos nossos
Ir... e um gládio para
lembrar a punição que aguarda os perjuros.
V.´.M.´. — O quefezentiooM-. daL..?
R. — Fez-me avançar até o Oriente e reiterar minha
obrigação; em
seguida deu-me os sinais, palavras e toques do grau de
apr... M-.-..
V.´.M.´.. — Dai-me o sinal.
R. — (É feito.)
V.´.M.´.. — O que significa esse sinal?
R. — Que preferirei ter a garganta cortada a revelar os
segredos dos
Maçons.
V.´.M.´. — Daio toq-. ao Ir... Experto.
R. — (O Experto que o recebe diz: Está correto, Ven...)
V.´.M.´. — Dai-me a Palavra.
R. — Não a recebi ainda, Ven.., C.´.Ap.´.Maç.´., Não S.
´.L.´. nem E.´., spmente Sol.´., dai-me a 1º letra que vos
darei a segunda.
V.´.M.´. —B.
R.— O.
V.´.M.´. — O.
R.—Z.
V.´.M.´. — BO.
R. — OZ.
V.´.M.´. — O que significa essa palavra?
R. — Força e apoio.
V.´.M.´. — O que fez então o Ven...?
R. — Vestiu-me com uma roupa branca, símbolo da
inocência, deume
luvas da mesma cor, recomendando-me nunca macular
sua pureza, fez-me
ser reconhecido pelo Ir... Experto e em seguida
proclamou-me aprendiz
M.. do Rito de Misraim.
V.´.M.´. — O que sabes a respeito da palavra Misraim?
R. — É o nome que a escritura dá ao 1º filho de Cam,
também chamado Misraim na Escritura, que, depois da
divisão do Universo, foi estabelecer-se às margens do
Nilo, onde fundou o reino do Egito. A história profana dá
o nome de Menés a esse neto de Noé.
V.´.M.´. — Qual é a relação entre o Egito e a Maçonaria?
R. — A Maçonaria, isto é, as verdades da moral e do
conhecimento da natureza e de suas leis, foi conservada
no Egito por Sábios que a ocultaram cuidadosamente do
vulgo, encobrindo-a com símbolos engenhosos. Foi
assim que ela foi levada das margens do Nilo para todos
os povos do mundo, perdendo um pouco de seu caráter
e objetivos primitivos, sendo transmitidos a nós com o
nome de Mistérios ou iniciações.
V.´.M.´. — Como se compõe uma L..?
R. — Três a governam, cinco a compõem, sete a tornam
justa e perfeita.
V.´.M.´. — Quem são esses três?
R. — O Ven-. e seus dois Vigilantes.
V.´.M.´. — Por que dizeis que três a governam?
R. — No sentido específico, porque três Maçons foram
empregados na construção do templo de Salomão. No
sentido figurado, porque o homemse compõe do corpo,
da alma e do espírito que é o intermediário ou o
laço que une os outros dois.
V.´.M.´. — Por que cinco a compõem?
R. — Porque o homem é dotado de cinco sentidos, três
dos quais são essenciais aos Maçons, a saber: a Visão,
para ver o signo; o Tato, para receber o toque; a
Audição, para ouvir a palavra; no sentido exato, eles
representam
as cinco luzes da L..'..
V.´.M.´. — Por que, enfim, sete a tornam justa e perfeita?
R.— Porque há sete oficiais principais numa oficina e
também porque esse número encerra grandes e
sublimes mistérios. Representa a união dos três
princípios aos quatro elementos; faz alusão aos sete dias
que o Todo-Poderoso empregou na criação do Universo,
representados figurativamente pelos sete anos que
durou a construção do templo. Ele lembra as sete
esferas celestes às quais correspondem os sete dias da
semana;
os sete metais perfeitos, as sete cores primárias e as
sete notas musicais.
Enfim, as propriedades desse número são tantas que,
segundo os Sábios, ele rege o Universo.
V.´.M.´. — Por que, nessa progressão misteriosa, não
começais pelo um?
R.— Porque a unidade não é um número, mas a
geradora e o princípio de todos os números; símbolo da
perfeição e da Todo-Poderosa, ela figura o Ser incriado,
enquanto os números da série maçônica lembram Suas
sublimes obras, isto é, as maravilhas da criação.
V.´.M.´. — Qual é a forma de vossa L.. ?
R. — Um quadrado longo.

Baseado No Antigo e Primitivo Ritual Escrito pelo Conde


de Cagliostro, mantido por Robert Aberlaim, Editado por
Elenilson.´.M.´.M.´. CGL – TothPerAnkh.

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