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Brasília
2019
RAIMUNDO REGINALDO ROCHA BRAGA
Brasília
2019
RAIMUNDO REGINALDO ROCHA BRAGA
BANCA EXAMINADORA
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Brasília
2019
A Deus, pelo dom da vida
e pela luz da razão.
.
RESUMO
The recent fire events involving electricity in the country reveal that the history of
tragedies has not yet been enough to produce substantial effects of prevention in this
area. The abnormal thermal effects of electricity, translated through over-currents, are
aspects the need to be adequately prevented and mitigated, to avoid the perpetuation
of these occurrences. By mapping the main causes that lead to over-currents in the
electrical installations, it is possible to design, structure and propose a set of actions
that enable the control and mitigation of the risks of over-currents. The responsibility
for internalizing, integrating, focusing and disseminating these actions these actions is
essentially the responsibility of the building manager. The state inspection action is
also crucial to these actions are to effectively meet their prevention goals. The research
undertaken in this work revealed that 69% of the proposed actions are already duly
prescribed in NBR 5410 and in the regulations of the state fire brigades. The
expressive presence in the normative does not guarantee, however, the applicability
of these actions in practice, there is sight the dispersed and generic form found in these
documents. It is recommended that fire safety regulations incorporate specific
requirements on installation items, as a way to enable the effectiveness of the
proposed risk mitigation actions.
1 INTRODUÇÃO……...…………………………………………………………………....10
1.1 OBJETIVOS……..…………………………………………………………………...11
1.2 JUSTIFICATIVA……………………………………………………………………...12
1.3 METODOLOGIA……………………………………………………………………..12
2 ESTATÍSTICAS DE INCÊNDIOS………………………………………………………13
3 O FOGO.…………………………………………………………………………………..16
3.1 COMPONENTES….….. ….………………………………………………………….16
3.2 PROCESSO DE IGNIÇÃO…………………………………………………………..17
3.3 LIMITES DE INFLAMABILIDADE……..…………………….……….……………..18
3.4 PONTOS NOTÁVEIS DE TEMPERATURA……..………………………..…….…18
4 OS EFEITOS TÉRMICOS DA ELETRICIDADE..………………………………….…19
4.1 FUNDAMENTOS…..………………………………………………………………..19
4.2 EFEITOS TÉRMICOS NORMAIS……...………………………….………………19
4.3 EFEITOS TÉRMICOS ANORMAIS – SOBRECORRENTES…………………..20
4.3.1 Sobrecarga……………………………………………………………………21
4.3.2 Curto-circuito………………………………………………………………….21
5 SEGURANÇA CONTRA SOBRECORRENTES………………..………..…………..23
5.1 FUNDAMENTOS.……………………………………………………….…………..23
5.2 SEGURANÇA NA FASE DE PROJETO…...………………………….…………..24
5.3 SEGURANÇA NA FASE DE EXECUÇÃO………………………………………..25
5.4 SEGURANÇA NA FASE DE UTILIZAÇÃO……..…………………….…………..25
5.5 SEGURANÇA NA FASE DE MANUTENÇÃO….....………………….…………..25
6 ÁRVORE DE FALHAS DE SOBRECORRENTES……………………………………27
7 PROPOSTA DE AÇÕES DE PREVENÇÃO………………………..…………………33
7.1 CRITÉRIOS……...………………………………………………….……………….33
7.2 RESPONSABILIDADES……………………..……………………..………………36
7.3 NORMATIVOS APLICÁVEIS………………………………………..……………..37
7.4 PESQUISA NORMATIVA……………………………………………..……………37
8 RESULTADOS…………………………………………………….……………………..39
8.1 APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO DOS DADOS………………………….…39
8.1.1 Prescrições em Normas Técnicas……………………………….……….…39
8.1.2 Prescrições em Regulamentos….…………………………………………..39
8.1.3 Planos de Fiscalização…….…………………………………………………40
8.2 ANÁLISE DOS DADOS……………………………………………………………..40
8.2.1 Análise Quantitativa – Abragência das Prescrições….……….………….40
8.2.2 Análise Qualitativa – Perspectiva de Efetividade da Ações…....………...41
9 CONCLUSÃO………………...…………………………………………………….…….43
9.1 TRABALHOS FUTUROS……………………………………………………….…...44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…..………………………………………………...45
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
1.2 JUSTIFICATIVA
1.3 METODOLOGIA
2 ESTATÍSTICAS DE INCÊNDIOS
Vegetação
Rasteira;
18,80%
O Brasil não gera estatísticas sobre ocorrências de incêndios, por isso não
aparece nos relatórios internacionais. As poucas informações disponíveis só podem
ser coletadas de maneira fragmentada, em alguns órgãos como Bombeiros, Ministério
da Saúde, Ministério do Trabalho, INSS e Secretaria Nacional de Segurança Pública
(SENASP).
Outra opção é a pesquisa de ocorrências noticiadas na mídia, como fazem
algumas entidades da iniciativa privada, como o Instituto Splinker do Brasil (ISB) e a
Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade
(ABRACOPEL).
De acordo com a SENASP, por meio do Relatório de Perfil das Instituições de
Segurança, as ocorrência de incêndios no trerritório nacional registradas pelos Corpos
de Bombeiros estaduais, nos exercícios de 2011, 2012 e 2013 foram,
respectivamente, de 266.538, 191.514 e 167.310, o que permite inferir uma média
anual de ocorrências no período de 208.454 incêndios.
Esse números incluem somente ocorrências abertas oficialmente junto ao
Corpo de Bombeiros, ficando de fora aqueles eventos sem registros, incluindo aqueles
que ocorrem em áreas sem a presença de Bombeiros.
De qualquer forma, a média obtida, embora incipiente, não excede à
expectativa de ocorrências de incêndios que se tem para o Brasil, que é de
aproximamente 300 mil ocorrências por ano. Essa estimativa é obtida a partir da
população brasileira de 2013 e do parâmetro histórico de 1,5 incêndios para cada mil
habitantes, conforme Relatório IAFRS/CTIF2018-023.
No caso das edificações, a expectativa no Braril seria de números próximos a
casa de 106.500 incêndios anuais, tendo por base o parâmetro mundial de 35,5%,
extraído do Relatório IAFRS/CTIF2018-23. Desse total, não parâmetros globais mais
específicos que relacione o incêndio com suas causas, em especial quando originário
de sobrecargas ou curto-circuito nas instalações elétricas.
No entanto, a ABRACOPEL tem divulgado anualmente dados relativos à
eventos de acidentes envolvendo eletricidade, dentre eles, aqueles relacionados à
incêndios causados por sobrecorrentes (curto-circuto ou sobrecargas).
Os dados das pequisas realizadas no período de 2013-2016 constam do gráfico
2, onde é possível observar uma evolução crescente no número de ocorrências de
incêndios causados por curto-circuito.
15
Fonte: ABRACOPEL
Gráfico 2 – Incêndios causados por curto-circuito no Brasil
3 O FOGO
3.1 COMPONENTES
Fonte: Livro A segurança Contra Incêndio no Brasil, São Paulo: Projeto Editora, 2018.
Figura 2 – Fluxogramas dos processos de ignição
A figura 2 mostra ainda que cada etapa do fluxo de ignição evolue com o aumento da
temperatura. Nesse processo, existem três valores de temperatura notáveis do
combustível que determinam o estágios importantes para a formação e a sustentação
do fogo, são eles:
4.1 FUNDAMENTOS
O Guia EM NBR 5410 afirma que “uma sobrecorrente é uma corrente que
excede um valor nominal. Para condutores, o valor nominal considerado é a
capacidade de condução de corrente”.
Por situar-se acima da capacidade de condução de corrente, a sobrecorrente
implica em um estado térmico de operação acima da temperatura máxima suportável
pela isolação do condutor. Nessa circunstância, a instalação elétrica opera como
uma perigosa fonte de calor, podendo iniciar um processo de combustão na própria
isolação ou, dependendo do caso, nos materiais situados em seu entorno.
As sobrecorrentes pode se apresentar de duas formas: sobrecarga e curto-
circuito.
21
4.3.1 Sobrecarga
4.3.2 Curto-circuito
5.1 FUNDAMENTOS
A FTA descrita até este ponto é dita qualitativa, pois identifica e expressa as
relações de causa e efeito entre diversos eventos. A FTA quantitativa é uma evolução
da etapa qualitativa, onde se incorporam também valores de probabilidade referidos
a cada evento, como o Objetivo de determinar a probabilidade final de ocorrência do
evento “topo”. Para atender aos objetivos desse trabalho, os esforços ficarão
concentrados estritamento no FTA qualitativo.
Além da necessidade de identificar as causas dos eventos indesejáveis, no
caso Das instalações elétricas é importante conhecer também em qual etapa do
processo as falhas podem ser introduzidas, se no projeto, execução, manutenção ou
uso das instalações. Para contemplar essas informações, serão acrescentadas à
metodologia FTA letras denotativas de cada uma dessas etapas, a saber: P – Projeto;
E – Execução; M – Manuteção; e U – Utilização.
Com base nas considerações sobre as causas das sobrecorrentes efetuadas
no item 3.3, a Figura 4 mostra a árvore de falha para o eventos topo “curto-circuito”.
Para a confecçação da árvore foram considerados apenas as causas mais frequentes
registradas na literatura. Por simplificação e pragmatismo, não foi apresentada árvore
específica para a sobrecarga, mas o processo da sobrecarga pode ser visualizado na
figura 4, como uma das causas que levam ao curto-circuito.
A árvore mostra as duas causas imediatas para o desfecho de um curto-
circuito, que são a perda do isolamento das partes vivas e o ato humano, acidental ou
intencional. A diferença lógica entre esse dois eventos é que a perda de isolamento
é um evento intermediário (representado por um por um retângulo), ou seja, depende
de uma ou mais causas anteriores para ocorrer. Isso, de certa forma, aumenta as
possibilidades de prevenção. Já o contato acidental é um evento básico ou falha
primária (representada por um círculo), cuja ocorrência produz o desfecho indesejável
diretamente, sem passar por fases ou eventos intermediários, dificultando medidas
que evite o início do curto-circuito.
29
CURTO
CIRCUITO
FALTA FALHA DE
ELÉTRICA DISJUNTOR
S8 FALHA DE
CONTATO
ACIDENTAL ISOLAMENTO
S7
S4
S5
S6
SOBRE
SURTO NA REDE ELEVAÇAO SOBREAQUECIMENTO
TENSÃO MAU
TEMPORÁRIA TEMPERAT DO CONDUTOR
CONTATO
NA REDE AMBIENTE
S3
DESCARGA
FALHA DE ATMOSFÉRICA FALHA DE
SOBRECARGA
DPS E MANOBRAS DISJUNTOR
S1 S2
EXCESSO CONDUTOR
DE SUBDIMENSIO
EQUIP. NADO
Fonte: O autor
Figura 4 – Árvore de Falha do Curto-circuito
S3: Descarga Atmosférica (P) → Elevação de Tensão (I) → Falha de Isolamento (I)
→ Falta Elétrica→ Curto-circuito
Descargas atmosféricas ou manobras na rede produzem surtos na rede externa, que
podem penetrar na instalação, caso não haja adequada proteção contra surtos (DPS).
Se os níveis de tensão excederem, por qualquer razão, a máxima tensão de impulso
suportável pela isolação, haverá uma falha de isolamento (disrupção), que iniciará um
curto-circuito. Esse se manterá caso o dispositivo de proteção contra curto-circuito da
instalação não venha a atuar.
S4: Sobretensão (P) → Elevação deTensão (I) → Falha de Isolamento (I) →Falta
elétrica →Curto-circuito (T)
Sobretensões frequentes na rede podem degradar as propriedades dielétricas do
material isolante, ocasionando a perda de isolamento e dando origem ao curto-
31
S7: Material de baixa qualidade (B) → Falha de Isolamento (I) → Falta Elétrica →
Curto-circuito (T)
Falhas ou inadequações existentes no material isolante, notadamente quanto às suas
propriedades dielétricas ou térmicas, pode levar à perda de isolamento e originar o
curto-circuito. A falha primária pode surgir na fase de projeto, etapa de especificação,
durante a execução das instalações ou por ocasião da manutenção, quando é feita a
reposição por material de baixa qualidade.
❶ Excesso de Equipamentos X
❷ Condutor Subdimensionado X X X
❸ Falha de DPS X X
❹ Falha de Disjuntor X X
❺ Sobretensão na Rede X
❻ Mau Contato X X X
❾ Contato Acidental X X
7.1 CRITÉRIOS
nesse fase é possível gerar falhas que se tornam ocultas ao longo da vida da
instalação, criando potencial de danos inesperados.
Norma Regulamento
Falha Fase Ação Tipo CMBESP
Técnica Nacional
Implementar plano de orientação para uso de equipamentos na instalação NBR 5410–Item
❶ Utilização
elétrica
G1
6.1.8.3
X NBR 5410
NBR5410–Item
❻ Execução Aplicar roteiro de verificação da qualidade das conexões executadas E13
7.2.3-i
X NBR 5410
Norma Regulamento
Falha Fase Ação Tipo CMBESP
Técnica Nacional
Especificar materiais isolantes com propriedades térmicas e dielétricas NBR5410–Itens
Projeto E16 X NBR 5410
compatíveis com operação e ambiente 4.1.1 e 6.1.3
Aplicar roteiro da verificação de inclusão dos parâmetros ambientais na
Projeto X X X X
especificação dos materiais isolantes
NBR5410, Item
Execução Implementar programa de capacitação de procedimentos de execução G6 X NBR 5410
4.1.15
Aplicar roteiro de verificação da qualidade da isolação após execução dos NBR 5410–Item
Execução E17 X NBR 5410
serviços de instalação de circuitos 7.2.2 e 7.3.3
❽ Implementar programa de capacitação de procedimentos de testes de NBR 5410–Item
Manutençao G8 X NBR 5410
isolação 8.2
Monitorar o estado de conservação e as condições de operação da NBR 5410–Item
Manutençao E18 X NBR 5410
isolação 8.3.1
NBR 5410-Item
Manutençao Aplicar teste de verificação da resistência de isolamento de condutores E11 X NBR 5410
8.3.4 e 7.3.3
Efetuar conferência do material a ser substituído, com base na
Manutençao X X X X
especificação
Aplicar roteiro de verificação da qualidade dos materiais isolantes NBR 5410–Item
Manutençao E19 X NBR 5410
substituídos 7.2.2 e 7.3.3
NR10 Itens
Manutençao Implementar plano de capacitação de manutenção com áreas energizadas E20 X X
10.2.4-d e 10.8
Supervisionar a execução dos procedimentos de manutenção com áreas NR10 Item
❾ Manutençao
energizadas
E21 X
10.11.6
X
NBR 5410–Item
Utilização Implementar plano de orientação sobre cuidados com a energia elétrica G1 X NBR 5410
6.1.8.3
7.2 RESPONSABILIDADES
8 RESULTADOS
AÇÕES PRESCRIÇÕES
TIPO DE ITEM
NÃO NÃO
LOCALIZADOS TOTAL LOCALIZADOS TOTAL
LOCALIZADOS LOCALIZADOS
ESPECÍFICOS
20 1 21 20 15 35
GERAIS
13 14 27 4 4
TOTAIS 33 15 48 24 15 39
9 CONCLUSÃO
a) Corpos de Bombeiros:
Elaborar em seus regulamentos de prescrições específicas para
itens críticos das instalações elétricas, assim considerados para os
efeitos da prevenção contra incêndios, para conferir maior
visibilidade, ênfase e precisão às ações dos gestores das edificações
e dos agentes de fiscalização;
Explicitar os critérios e planos de vistorias preventivas às instalações,
para produzir melhor embasamento sobre a adequabilidade e
assertividade desses planos.
b) Gestores das edificações:
Integrar o conjunto de ações de mitigação de riscos de incêndios por
sobrecorrentes trabalho ao seu sistema de gestão admistrativo;
Desenvolver indicadores de gestão específicos para
acompanhamento da evolução do alcance dos objetivos;
Elaborar, periodicamente, relatório técnico gerencial com as
informações sobre as condições estruturais e operacionais dos itens
que são alvos das ações implantadas, devidamente assinado por
profissional habilitado, capacitado e autorizado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão. 2. ed. Rio de Janeiro, 2004
CTIF, Centre of Fire Statistics (International Association of Fire and Rescue Services).
World Fire Statistics, Report nº23, 2018. Disponível em:
<https://www.ctif.org/sites/default/files/2018-
06/CTIF_Report23_World_Fire_Statistics_2 018_vs_2_0.pdf>. Acesso em
01abr.2019.
SÃO PAULO (Estado). Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Instrução Técnica nº 02 – Conceitos básicos de segurança contra incêndio. São Paulo,
2011.
WFSC, World Fire Statistics Center (The Geneva Association). World Fire Statistic
Bulletin No 29. Disponível em:
<.https://www.genevaassociation.org/sites/default/files/research-topics-document-
type/pdf_public//ga2014-wfs29.pdf>. Acesso em 01abr2019.