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A fotografia e o cinema

no Século XX e
seu impacto social
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Reflexões

Como a tecnologia interfere em minha vida?

Atividade
Falar sobre um filme marcante.
Trazer uma foto e contar a história desta
foto.
A FOTOGRAFIA E O CINEMA
mudança de conceitos
em arte no Século XX
Robert Doisneau, Beijo do Hotel de Ville, Paris, 1950
1826: Descoberta da Fotografia

1789: Revolução Francesa

Séc. XVI Séc. XVIII 1800 1850 1900

IDADE MODERNA SÉCULOS


IDADE CONTEMPORÂNEA
(Antigo Regime) XX E XXI

. Maneirismo . Neoclassicismo
. Barroco . Romantismo
. Rococó
Realismo/Naturalismo
. . Impressionismo (entre 1860-1890)
. Simbolismo (surge na déc. 1880)
. Arte Nova/Art Nouveau)
final séc. XIX e início do séc. XX

ARTISTA E MECENAS ARTISTA GÊNIO ARTISTA AUTÔNOMO 6


GRUPOS
Belle époque (1871-1914)

Molin Rouge

Telefone (1860)

Naufrágio do Titanic (1912)

Cinematógrafo (1895) Ford T (1908)


História da arte como história da imagem

O conceito de mímese aplicada à fotografia


e ao cinema

Semiótica – campo que estuda a relação


entre imagem e linguagem
Uma imagem pode sintetizar uma ideia, um
grupo, um período, um momento, muitas
coisas e mesmo subverter uma ideia e
quebrar paradigmas.
M arat (Sebastião) A m orte de M arat , 1793
Vick Muniz (São Paulo, 1961) Jacques-Louis David ( França, 1748-1825)
óleo sobre tela 165 x 128 cm
Museu Real de Belas Artes, Bruxelas
FOTOGRAFIA

A palavra Fotografia vem do grego φως


[fós] ("luz"), e γραφις [grafis] ("estilo",
"pincel") ou γραφη grafê, e significa
"desenhar com luz".
A história de Dibutades
Segundo Walter Benjamin, Caius Plinius
Secundos, autor da enciclopédia do mundo
antigo “Historia Naturalis”, nos conta a história
da filha de um oleiro de Sícion, chamada
Dibutades, apaixonada por um rapaz, que um
dia teve que partir para uma longa viagem. Na
cena de despedida, os dois amantes estão em
um quarto iluminado pelo fogo que projeta na
parede a sombra dos jovens. Para fixar a
ausência futura de seu amante e conservar um
traço físico de sua presença atual, a moça tem
a ideia de representar na parede com carvão a
silhueta projetada. Assim ela fixou a sombra
daquele que ainda está ali, mas que logo
A Origem da Pintura
estaria ausente. Segundo Plínio, a história não
Jean-Baptiste Regnault, 1785
para por aí. Dibutades, a seguir, revestiu o
desenho com argila, criando desse modo um
tipo de imagem em relevo, pela moldagem da
sombra. Dessa maneira nasceu a pintura e,
Historia Naturalis é uma enciclopédia escrita pelo como seu prolongamento, a escultura.
naturalista romano Plínio, o Velho (Caius Plinius
Secundos) durante muitos anos e que, finalmente, (extraído do artigo "Fotografia e arte: demarcando fronteiras",
foi publicada entre os anos 77 d.C. e 79 d.C. de Matheus Mazini Ramos)
A câmara escura era
usada por artistas no
século XVI, como um
auxílio para os
esboços nas
pinturas.
Cena do filme
“Moça com brinco de pérola” (2003),
Scarlett Johansson e Colin Firth.

Johannes Vermeer, “Moça com uma Jarra D’Água”


C. 1662-1665, MOMA, NY, EUA.
Joseph Nicéphore Niépce recobriu uma placa de estanho com betume branco da
Judeia que tinha a propriedade de se endurecer quando atingido pela luz. Nas partes
não afetadas, o betume era retirado com uma solução de essência de alfazema. Em
1826, expondo uma dessas placas durante aproximadamente 8 horas na sua
câmera escura fabricada pelo ótico parisiense Chevalier, conseguiu uma
imagem do quintal de sua casa.
Louis-Jacques-Mandé Daguerre, canto de seu estúdio, 1837

Criou o método daguerreótipo, em que uma lâmina de prata é sensibilizada com vapor de iodo, formando
iodeto de prata sobre a lâmina.Expondo essa lâmina por cerca de 20 a 30 minutos na câmara escura, os
cristais de iodeto de prata atingidos pela luz se transformam em prata metálica, de forma a gerar uma
imagem latente (onde as regiões da lâmina mais atingidas pela luz formam mais prata metálica e as regiões
pouco iluminadas quase não a formam), que pode ser revelada pelo vapor de mercúrio.
Louis-Jacques-Mandé Daguerre, Boulevard du temple, 1838
Félix Nadar (1820-1910)
foi fotógrafo, caricaturista
e jornalista Honoré Daumier, Caricatura de Nadar
em seu balão, Paris, 1853

Em Abril de 1874, cedeu o seu estúdio de fotografia a um grupo de pintores (Monet, Renoir, Pissarro, Sisley,
Cézanne, Berthe Morisot e Edgar Degas), numa altura em que o impressionismo era rejeitado pela crítica, o
que lhes possibilitou apresentarem a primeira exposição de impressionismo, sem ser no Salon des Refusés
(Salão dos Recusados).
Félix Nadar, Sarah Bernhardt, 1859
A fotografia foi
considerada por alguns
artistas como a
responsável pela morte
da pintura, por outros foi
aclamada como
instrumento para a arte e
ainda outros como arte
em si.
“Nesses dias deploráveis, produziu-se uma nova indústria que
muito contribuirá para confirmar a idiotice da fé que nela se
tem, e para arruinar o que poderia restar de divino no espírito
francês. Essa multidão idólatra postulou um ideal digno de si, e
apropriado a sua natureza, isso está claro. Em matéria de
pintura e de escultura, o Credo atual do povo, sobretudo na
França (e não creio que alguém ouse afirmar o contrário) é
este: “Creio na natureza e creio somente na natureza (há boas
razões para isso). Creio que a arte é e não pode ser outra coisa
alem da reprodução exata da natureza (um grupo tímido e
dissidente reivindica que objetos de caráter repugnante sejam
descartados, como um penico ou um esqueleto). Assim, o
mecanismo que nos oferecer um resultado idêntico à natureza
será a arte absoluta”. Um Deus vingador acolheu as súplicas
dessa multidão. Daguerre foi seu Messias. E então ela diz a si
mesma: “Visto que a fotografia nos dá todas as garantias
Charles Baudelaire desejáveis de exatidão (eles crêem nisso, os insensatos), a arte
fotografado por Félix Nadar, é fotografia”. A partir desse momento, a sociedade imunda se
em 1855
lança, como um único Narciso, à contemplação de sua imagem
trivial sobre o metal. Uma loucura, um fanatismo extraordinário
se apodera de todos esses adoradores do sol.”
(BAUDELAIRE, 1859 apud ENTLER, 2007, p. 11-12)

ENTLER, R. “Retrato de uma face velada: Baudelaire e a fotografia”. In: Revista da Faculdade de
Comunicação da FAAP. Nº 17, 2007, p. 4-14.
A Fotografia e a Pintura
Théodore Gericault, Corrida de Cavalos em Epsom, 1821
Eadweard Muybridge, Movimento de um cavalo a galope, 1872
A fotografia , é de Jean Louis Marie Eugène Durieu (1800–1874), em 1853,
e a pintura, de Eugène Delacroix (1798–1863), em 1857.
Paul Gauguin, Mãe e filha, 1890
Paul Cézanne, Banhista, 1885–1887
Edgar Degas, Bailarina, 1895
A fotografia como arte ou
elemento da arte
Jean-Dominique Ingres Man Ray, Violino de Ingres, 1924
A banhista de Valpinçon, 1808
Leonardo Da Vinci, Salvador Dalí
Mona Lisa, 1503–1517 Auto-retrato como Mona Lisa,1954
Andy Wharol, Triple Elvis, 1963
Joseph Kosuth, One and Three Chairs, 1965
Sebastião Salgado, “Projeto Gênesis”
Habitante da península de Yamal, na Sibéria (2013)
Vik Muniz (1961)

Vik Muniz (1961) é artista plástico


brasileiro, conhecido, por usar lixo e
componentes como açúcar e chocolate
em suas obras. É radicado em Nova York.
Nascido em São Paulo com o nome de
Vicente José de Oliveira Muniz, chegou a
cursar Publicidade e Propaganda. Em
1983, passou a viver em Nova York.
A partir de 1988, começou a desenvolver trabalhos que faziam uso da percepção e
representação de imagens a partir de materiais como o açúcar, chocolate, catchup
e outros como o gel para cabelo e lixo. Naquele mesmo ano, Vik Muniz criou
desenhos de fotos que memorizou através da revista americana Life. Muniz
fotografou os desenhos e a partir de então, pintou-as para conferir um ar de
realidade original. A série de desenhos foram chamados The Best of Life.
Vik Muniz fez trabalhos inusitados, como a cópia da Mona Lisa, de Leonardo da
Vinci, usando manteiga de amendoim e geleia como matéria prima. Com calda de
chocolate, pintou o retrato do pai da psicanálise, Sigmund Freud. Muniz também
recriou muitos trabalhos do pintor francês Monet.
Em 2010, foi produzido um documentário intitulado
Lix o Ex traordinário , sobre o trabalho de Vik Muniz
com catadores de lixo do Jardim Gramacho, maior
aterro sanitário da América Latina, localizado na
cidade de Duque de Caxias,. A filmagem recebeu um
prêmio no festival de Berlim na categoria Anistia
Internacional e no Festival de Sundance.

O artista também se dedicou a fazer trabalhos de


maior porte. Alguns deles foram a série Imagens das
Nuvens, a partir da fumaça de um avião, e outras
feitas na terra, a partir de lixo.
M arat (Sebastião) A m orte de M arat , 1793
Vick Muniz (São Paulo, 1961) Jacques-Louis David ( França, 1748-1825)
óleo sobre tela 165 x 128 cm
Museu Real de Belas Artes, Bruxelas
I sis, m ulher P assando a ferro, P assadeira, 1904
Vick Muniz Pablo Picasso (Espanha,1881–1973)
óleo sobre tela, 116.2 x 73 cm
The Solomon Guggenheim, Foundation, Nova
York
Narciso, d’ après Caravaggio Narciso, c.1597-99
Vik Muniz ( Brasil, 1961) Caravaggio, [Michelangelo Merisi da Caravaggio](1571-1610)
óleo sobre tela, 110 x 92 cm
Galeria Nacional de Arte Antiga, Palazzo Barberini, Roma
Saturno devorando seu filho, 1819-23
Francisco Goya, (Espanha, 1746-1828)
Óleo sobre tela, 146 × 83 cm
Museu do Prado, Madri

Saturno devorando seu filho, d’ après Goya


Vik Muniz (Brasil, 1961)
A Origem do cinema
Eadweard J. Muybridge (1830-1904)
O cinema
(abreviação de
"cinematógrafo",
do francês
cinématographe,
composto dos
elementos gregos
κίνημα
"movimento" e
γράϕω "escrever")
Sétima Arte
O termo sétima arte para designar o cinema foi
dado por Ricciotto Canudo no Manifesto das
Sete Artes, em 1911. Essa referência é
apenas indicativa, cada uma das artes é
caracterizada pelos elementos básicos que
formatam sua linguagem e classificadas da
seguinte forma:

1ª Arte - Música (som);


2ª Arte - Dança/Coreografia (movimento);
3ª Arte - Pintura (cor);
4ª Arte - Escultura (volume);
5ª Arte - Teatro (representação);
6ª Arte - Literatura (palavra);
7ª Arte - Cinema (integra os elementos das
artes anteriores somado a 11ª).

Há uma certa dúvida se a ordem colocada


estaria correta, porém um maior número de
pessoas concorda com a ordem encontrada,
apenas criando uma grande dúvida na posição
do teatro e da literatura.
Outras formas expressivas também
consideradas artes (honorárias,
posteriores ao manifesto):

8ª Arte - Fotografia (imagem);


9ª Arte - Arte Sequencial (quadrinhos);
10ª Arte - Videogame (alguns jogos integram
todos elementos de todas as artes anteriores
somado a 11ª, porém no mínimo, ele integra as
1ª, 3ª, 4ª, 6ª, 9ª arte somadas a 11ª desde a
Terceira Geração dos Videogames);
11ª Arte - Arte digital (integra artes gráficas
computorizadas 2D, 3D e programação).
O cinema é possível graças à invenção do
cinematógrafo pelos Irmãos Lumière no fim do
século XIX. Em 28 de dezembro de 1895, no
subterrâneo do Grand Café, em Paris, eles
realizaram a primeira exibição pública e paga
de cinema: uma série de dez filmes, com
duração de 40 a 50 segundos cada, já que os
rolos de película tinham quinze metros de
comprimento. Os filmes até hoje mais
conhecidos desta primeira sessão chamavam-
se "A saída dos operários da Fábrica Lumière"
e "A chegada do trem à Estação Ciotat", cujos
títulos exprimem bem o conteúdo. Apesar de
também existirem registros de projeções um
pouco anteriores a outros inventores (como os
irmãos Skladanowski na Alemanha), a sessão
dos Lumiére é aceita pela maciça maioria da
literatura cinematográfica como o marco inicial
da nova arte. O cinema expandiu-se, a partir de
então, por toda a França, Europa e Estados
Unidos, através de cinegrafistas enviados pelos
irmãos Lumière, para captar imagens de vários
países.
Arnold Hauser aponta para a diferença fundamental
entre o cinema e as outras artes destacando que “em
sua representação do mundo, as fronteiras de espaço
e tempo são fluídas – o espaço tem um caráter
temporal, o tempo, em certa medida, um caráter
espacial”.
KLAXON: Mensário de Arte Moderna (1922)

“KLAXON sabe que o


cinematógrafo existe. Perola White
é preferível a Sarah Bernhardt.
Sarah é tragédia, romantismo
sentimental e técnico. Perola é
raciocínio, instrução, esporte,
rapidez, alegria, vida. Sarah
Bernhardt = século 19. Perola White
= século 20. A cinematografia é
criação artística mais
representativa da nossa época. É
preciso observar a lição.”
AS ESTRELAS DE CINEMA

“A estrela é feita de
uma matéria mista de
vida e sonho”

Edgard Morin
EDGARD MORIN

“As estrelas modelos-de-vida, correspondem a um


apelo mais profundo das massas no sentido de
uma salvação individual, e suas exigências, nesse
novo estágio de individualidade, se concretizam
num novo sistema de relações entre real e
imaginário.”

In A Mulher no Cinema, as Grandes Divas, As Deusas do Amor de Marco Antonio


Guerra, Revista Opção Lacaniana, 1996
“Todo aquele que quiser ser
criativo no bem e no mal
deverá antes ser um
aniquilador e destruidor de
valores”.

Friedrich Nietzsche

Nietzsche em 1882
Nuvem de cogumelo
resultante da explosão
nuclear da Fat Man sobre
Nagasaki, 18 km acima
do solo, a partir do
hipocentro.
“Maior obra de arte
jamais realizada”
Karlheinz Stockhausen
Metropolis, Produzido em 1927
de Fritz Lang
Foi, à época, a mais cara produção
até então filmada na Europa, e é
considerado um dos grandes
expoentes do expressionismo
alemão.

O roteiro, baseado em romance de


Thea von Harbou, foi escrito por ela,
em parceria com Lang.

Em 2008 foram reencontrados, na


Argentina, 30 minutos de metragem
deste clássico.
Metrópolis -
Reflexões para próximo encontro

Qual a ligação entre ciência e arte?

Proposta de atividade
Escolha um artista impressionista ou pós-impressionista e
leia sobre sua vida.
Wladimir Wagner Rodrigues
wrodrigu@trf3.jus.br

Visite o blog do curso


http://encontroscomarte.blogspot.com.br/

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