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Psicopatas sem limites de poder governam o mundo

2.1. A FALSA RESPONSABILIDADE SOCIAL, ÉTICA E VALORES

Uma corporação é simplesmente uma estrutura legal, não possui ética nem
princípios morais, mas aqueles que a constituem (acionistas, presidentes e
demais funcionários), todos eles têm responsabilidades morais e seus próprios
valores. No entanto, o documentário mostra como as pessoas perderam o
controle sobre seu próprio trabalho e da sua criação. As corporações têm suas
próprias vontades e não tem como mudar isso, mesmo que os CEO’s se
preocupem com as pessoas e com o meio ambiente, as corporações não se
preocupam, sua única preocupação é a produção e o lucro com os produtos
comercializados/fabricados, e priorizar outras coisas além disso traria
consequências inimagináveis às pessoas envolvidas, por isso, elas se calam e
seguem as “ordens” de uma estrutura, algo inanimado. Os humanos não
controlam as corporações, e sim ao contrário.

Como exemplo disso, Carlton Brown, conta em sua entrevista que os


comerciantes de ouro se alegraram com o ataque terrorista contra o World
Trade Center, pois isso faria o preço do mineral subir. A “mentalidade”
capitalista das corporações, que só visam o lucro e o sucesso corporativo,
acabam esvaziando o conteúdo moral dos envolvidos, limitando então, sua
visão humana, política e social.

O conceito “responsabilidade social” estava começando a se tornar popular na


época em que o documentário foi produzido e já é extremamente comum
hodiernamente, no entanto, o que muitos não sabem, é que muitas empresas
têm usado o termo apenas para se promover. Várias vendem uma falsa
imagem de “socialmente responsáveis”, sem realmente praticar as ações
propostas pelo modelo. A responsabilidade social torna-se relevante quando
traz ganho financeiro, elas se enriquecem às custas de compradores de
produtos “socialmente responsáveis”, que nem questionam a validade dessa
oferta. E dessa forma, observa-se os diretos humanos serem convertidos em
serviços de compra e venda no mercado.

Além do exposto, vale destacar que embora a relação entre as corporações e o meio
ambiente (problemas climáticos) se torne cada vez mais relevante, as corporações,
conforme depoimento no filme, só se voltariam para questões ambientais quando
estas tiverem um valor que possa ser enquadrado como uma commodity, já que, para
estas, obedecer ou não a uma lei é uma questão de custo, dado seu pensamento
linear, e não de responsabilidade para com problemas sociais e naturais. Assim, e por
se tratar de uma pessoa, a corporação acaba sendo analisada no filme como um
psicopata, pois não se preocupa com os outros, não tem alma a salvar e nem corpo a
confinar, o que a faria particularmente patológica e destrutiva.

2.2. DEMOCRACIA LIMITADA

2.3. MARKETING, MANIPULAÇÃO E INFLUÊNCIA NO CONSUMO INFANTIL

O documentário mostra também como as grandes corporações manipulam


informações a fim de que as pessoas comprem seus produtos. Como o
objetivo é a venda, pontos negativos e prejudiciais dos produtos são
excluídos da propaganda, deixando de a lado a saúde e qualidade de vida de
seus consumidores.

Um dos exemplos citados é um caso das empresas Fox e Monsanto, onde dois
jornalistas que cobriam uma reportagem para um programa de investigação da
Fox, descobriram que o hormônio geneticamente modificado rBGH, produzido
pela Monsanto, era injetado nas vacas para aumentar a produção de leite e
que esse trazia problemas enormes para a saúde humana e para os animais.
Todavia, a Fox se recusou a divulgar a história escrita pelos seus jornalistas
pois isso traria a perda de alguns patrocinadores do canal, logo a perda de
lucro. Para isso, tentaram subordiná-los para que esquecessem a história ou a
alterassem, mas quando esses se recusaram e entraram na justiça contra as
empresas, perderam e ainda foram demitidos. Além da extrema manipulação,
isso mostra o poder que as corporações têm sobre o Governo e das próprias
leis.

Outro ponto relacionado as vendas é o marketing e a forma antiética em que


ele tem sido feito. É questionado como as propagandas das grandes
corporações são voltadas para as crianças e jovens, pessoas cuja
manipulação é mais fácil de ser feita quando é atrelado a um produto uma
ideia de extrema necessidade. A estratégia consiste em usar as crianças para
que elas insistam e convençam seus pais a comparem os produtos, ou seja, a
ideia não é mostrar a utilidade dos brinquedos, por exemplo, mas sim,
mostrarem a elas por meio de comercias como convencer seus pais a
comprarem para elas.

Considerando a rotina corrida dos pais e o pouco para os filhos, a insistência


acaba aflorando um desejo de culpa, o que faz o pai comprar o produto a fim
de compensar a falta de atenção que dá ao filho. Deixando claro que as
corporações influenciam até nas relações intrafamiliares das pessoas e no
molde comportamental das crianças, seus futuros consumidores diretos.

2.4 o público, o privado e a corrupção

Finalmente, é questionado a divisão entre o privado e o público. Com a


desregulamentação, a privatização e, sobretudo o capitalismo, vemos o privado
tirando os direitos do bem comum. É retratado no documentário a privatização
até de elementos da natureza, como o ar ou a agua, dando as Corporações,
de fato, um poder enorme sobre a população e o Governo.

O ar limpo, a água pura e os ambientes seguros. As corporações tem


literalmente a vida das pessoas sob seu poder. E isso não é criação de riqueza,
é usurpação de riqueza. Através dos séculos, cada vez mais coisas se
tornavam públicas, mas nas últimas décadas, houve o inverso.

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