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EXCELENTÍSSIMA SENHORA MINISTRA ROSA WEBER, DO E.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

ADI Nº 7064/DF

ASSOCIAÇÃO DOS ADVOGADOS DE SÃO PAULO (“AASP”), inscrita no CNPJ sob o nº


62.500.855/0001-39, com sede na Rua Álvares Penteado, nº 151, Centro, Município de São Paulo,
Estado de São Paulo, CEP 01012-905, por seus advogados e advogadas ora subscritos (instrumento
de mandato anexo), nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade em referência, vem à
presença de V. Exa., requerer seu ingresso no feito na condição de AMICUS CURIAE, com
fundamento nos artigos 138 do Novo Código de Processo Civil e 7º, §2º, da Lei nº 9.868/99, pelos
motivos a seguir expostos.

I. SÍNTESE DOS FATOS

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, em conjunto com


outras entidades legitimadas, ajuizou a presente Ação Direta de Inconstitucionalidade em que
pretende ver declarada a inconstitucionalidade das Emendas Constitucionais nos 113/2021 e
114/2021, bem como para dar interpretação conforme ao art. 107, caput, e inciso I, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias (“ADCT”), introduzido pela Emenda Constitucional
95/2016.

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Os autores argumentam que há inconstitucionalidade formal em razão da violação
ao devido processo legislativo (arts. 5o, inciso LIV, 55, inciso III e 60, §2o da CF), bem como
inconstitucionalidades materiais decorrentes da afronta ao Estado Democrático de Direito (art. 1o,
CF), ao princípio da separação dos poderes (art. 2o, CF), ao direito de propriedade (art. 5o, inciso
XXII, CF), ao princípio da isonomia (art. 5o, caput, CF), ao direito à tutela jurisdicional efetiva e
razoável duração do processo (art. 5o, inciso LXXVIII, CF), ao princípio da segurança jurídica (art.
5o, inciso XXXVI, CF), ao respeito à coisa julgada e ao direito adquirido (art. 5o, inciso XXXVI, CF) e
ao princípio da moralidade, impessoalidade e eficiência administrativas (art. 37, caput, CF).

Requerem, ainda, que seja dada interpretação conforme ao art. 107, caput e inciso
I, do ADCT, incluído pela Emenda Constitucional no 95/2016, para estabelecer que as dívidas
judiciais não estão sujeitas aos limites do Novo Regime Fiscal, sob pena de comprometimento da
independência do Poder Judiciário e da efetividade de suas decisões.

Diante da relevância da matéria discutida no presente feito, bem como presentes


os requisitos legais para que a AASP colabore com o julgamento da presente ação, trazendo
relevantes fundamentos que corroboram a inconstitucionalidade anteriormente mencionada,
aliada à sua notória e já reconhecida representatividade no país, de rigor o seu ingresso no feito
como amicus curiae, tal como demonstrado a seguir.

II. LEGITIMIDADE DA AASP PARA INGRESSAR COMO AMICUS CURIAE - REQUISITOS DE

REPRESENTATIVIDADE E PERTINÊNCIA TEMÁTICA PREENCHIDOS

A AASP é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1943, e que tem, dentre
suas finalidades, a defesa dos direitos, interesses e prerrogativas de seus associados e dos
advogados em geral (artigo 2º do seu Estatuto Social), contando com cerca de 80 (oitenta) mil
associados distribuídos em todo o território nacional. Trata-se de uma entidade reconhecida pela
defesa à causa dos advogados no Brasil, prestando serviços que se tornaram ferramentas
imprescindíveis ao exercício da profissão, propiciando preciosa contribuição ao aprimoramento do
Direito e da Justiça no país.

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A admissão da AASP no presente feito é pertinente e necessária ante a existência
de um interesse institucional legítimo, em virtude da sua notória representatividade e,
principalmente, para que possa atingir seu principal objetivo que é a defesa dos direitos, interesses
e prerrogativas de seus associados e dos advogados em geral, os quais se encontram ameaçados
em virtude das inconstitucionais alterações havidas na sistemática de pagamento de precatórios.

Prova da representatividade da AASP em todo o território nacional e de sua atuação


ativa na defesa dos direitos e prerrogativas dos advogados, bem como das garantias
constitucionais, pode ser colhida das várias decisões que já admitiram a entidade para atuação
como amicus curiae em diversos feitos de controle concentrado de constitucionalidade, como nas
ADCs 43/DF e ADC/DF 44 (Min. Marco Aurélio); na ADI 6.236/DF (Min. Alexandre de Moraes); na ADI
5.755/DF (Min. Rosa Weber); na ADPF 444 (Min. Gilmar Mendes); na ADI 5.747/SP (Min. Luiz Fux); na ADI
4.357 (Min. Ayres Britto); na ADC 71/DF (Min. Celso de Mello), entre vários outros processos.

Na espécie, a discussão travada na presente ADI sobre a inconstitucionalidade das


ECs 113/2021 e 114/2021 é mais um capítulo da batalha dos Poderes Públicos contra a cidadania,
no embate para o pagamento dos precatórios, de extrema relevância social, econômica e jurídica,
impactando direta e continuamente o exercício das atividades dos associados da AASP, além de
violar diversos princípios e direitos garantidos pela Constituição Federal.

Essas normas afetam o exercício da atividade dos advogados associados à AASP,


pois suprimem direitos constitucionais básicos dos litigantes, representados por tais advogados, já
que que violam cláusulas pétreas da Constituição Federal, na medida em que esvaziam direitos e
garantias fundamentais que caracterizam o próprio cerne do Estado Democrático de Direito, pois
estabelecem privilégios desarrazoados ao Poder Público face aos cidadãos. Vários dispositivos
dessas emendas constitucionais atentam contra o princípio da separação dos poderes, o direito de
propriedade, o princípio da isonomia, o direito à tutela jurisdicional efetiva e razoável duração do
processo, o princípio da segurança jurídica, o respeito à coisa julgada e ao direito adquirido, o
princípio do juiz natural e os princípios da impessoalidade, moralidade e eficiência administrativas.
Essas emendas agravarão ainda mais o já crônico problema de atraso no pagamento de dívidas
reconhecidas judicialmente, que se arrastam por décadas.

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As consequências dessas normas são graves aos associados da AASP, pois estes
atuam em inúmeros processos em curso no país que, salvo se verificada a pronta atuação deste E.
STF, serão atingidos pela medida que se presta a inviabilizar os recursos essenciais ao pagamento
de precatórios, seja na condição de patronos dos litigantes, seja na condição de credores dos
próprios precatórios e RPVs emitidos, relativos, em geral, a honorários sucumbenciais.

Dessa forma, tendo em vista seu âmbito de atuação, a pertinência e relevância da


matéria debatida no presente feito e seus imediatos e graves efeitos na atuação e nos direitos dos
associados da AASP, de rigor sua admissão como amicus curiae no presente feito, permitindo-se o
enriquecimento do debate, com o oferecimento de argumentos jurídicos relevantes sobre a
questão constitucional sob exame.

III. RAZÕES PARA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE.


III.1. BREVE RESUMO DAS SUCESSIVAS ALTERAÇÕES CONSTITUCIONAIS.

Não obstante a preocupação manifestada desde o poder constituinte originário com


o equacionamento da crônica inadimplência da Fazenda Pública no pagamento de precatórios, que
motivou, inclusive, seu regramento no ADCT, nas últimas décadas várias alterações foram
introduzidas, sem qualquer resultado, nas regras de pagamento.

Pelo contrário, as alterações constitucionais, em larga medida, apenas serviram para


protelar indefinidamente os pagamentos, solapar direitos dos credores, e criar situações benéficas
apenas para as fazendas públicas, sempre em prejuízo de quem já tem créditos constituídos por
sentenças judiciais transitadas em julgado e que aguardam por anos a fio o pagamento devido.

Os Estados e Municípios vêm protelando por décadas o pagamento de suas dívidas


judiciais, representadas por precatórios. São dezenas de bilhões de reais devidos a pessoas
incapacitadas ou a parentes de pessoas mortas em acidentes causados por agentes públicos, a
servidores que não receberam verbas salariais que lhes eram devidas, a empresas que prestaram
serviços ou forneceram bens ao poder público e não receberam o preço, a contribuintes que
pagaram impostos indevidos e buscam sua restituição, ou a proprietários desapropriados.

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A incapacidade de pagamento reflete-se no instável regramento constitucional,
constantemente alterado ao sabor das conveniências da Fazenda Pública, que vem sendo
agraciada com uma infindável sequência de moratórias aprovadas pelo Congresso Nacional.

A Constituição de 1988, por intermédio do ADCT, já previra o parcelamento dos


precatórios então pendentes por 8 anos. No ano de 2000, a Emenda Constitucional n. 30 parcelou
a dívida por mais 10 anos, mas tal parcelamento foi suspenso por medida cautelar na Adi nº 2356.
Sobreveio, em 2009, a EC 62, julgada inconstitucional por esse STF na Adi 4357, pois fixava o prazo
do regime especial por 15 anos: a Suprema Corte modulou os efeitos de sua decisão para permitir
que o pagamento ocorresse até 2020.

A despeito de evidentes inconstitucionalidades na EC 62/2009, foi por ela criado um


importante mecanismo, com aptidão para encaminhar uma solução para os débitos dos
precatórios de Estados, DF e Municípios, que poderiam ser assumidos pela União, com o
refinanciamento da dívida (cf. art. 100, § 16).

A ADI 4357 foi, ao final, acolhida por esse E. STF, já que a moratória no pagamento
dos precatórios violou diversos dispositivos constitucionais que asseguram o estado de direito, o
princípio da separação dos poderes, a isonomia, a duração razoável do processo, o direito de
propriedade, dentre outros.

Sobreveio a EC 94/2016, originada de um esforço de concertação entre os Poderes


da República, para acatamento da decisão proclamada por essa Suprema Corte a respeito da
necessidade de solução da dívida até o final do ano de 2020, adotando-se o sistema de pagamentos
mensais correspondentes a um percentual da receita corrente líquida dos devedores, suficiente
para a quitação dentro do prazo.

Em seguida, foi promulgada, no ano de 2017, a EC nº 99, prorrogando-se novamente


o prazo para pagamento, desta feita para 31 de dezembro de 2024, assim resgatando o prazo de
15 anos, já declarado inconstitucional por esse Excelso Pretório, no julgamento da ADI 4357. A
despeito de uma nova (e inconstitucional) moratória, foram introduzidos mecanismos para a

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viabilização de pagamentos. Permitiu-se a compensação fiscal, a utilização de depósitos judiciais,
a celebração de acordos, a contratação de empréstimos e, no que interessa ao presente feito, foi
instituída uma linha de financiamento do governo federal para Estados e Municípios pagarem os
precatórios em atraso (cf. art. 101, §4º, do ADCT).

Nenhum esforço foi empreendido pelos entes públicos devedores, no sentido de


utilizar a linha de crédito para financiamento pela União e adotar as providências necessárias para
a solução das dívidas, já beneficiadas pela inconstitucional moratória da EC 99/2017. E, muito antes
do término desse prazo, o Congresso Nacional inseriu no bojo da denominada “PEC Emergencial”,
voltada precipuamente a debater os efeitos e medidas necessárias para enfrentamento da crise
financeira produzida pelo cenário de pandemia, uma nova e ainda mais dilatada moratória, contida
na EC 109/2021, que revogou a linha de crédito especial concedida pela União federal aos entes
devedores para pagamento de precatórios e ampliou, novamente, o prazo para pagamento dos
precatórios (até 2029), violando diversos dispositivos constitucionais. Essa EC 109/21 é
questionada nas ADIs 6804 e 6805, ainda aguardando julgamento por parte deste E. Supremo
Tribunal.

E, na sequência, foram aprovadas as ECs 113 e 114/2021 que também afrontam


uma série de dispositivos e princípios constitucionais, e contribuirão para deteriorar ainda mais a
situação da dívida de precatórios, prejudicando sobremaneira os credores.

Sem prejuízo ao quanto já exposto, de forma detalhada, na inicial, a AASP pede


vênia para, resumidamente, trazer os principais fundamentos que evidenciam as
inconstitucionalidades materiais das ECs 113/2021 e 114/2021.

III.2. O “ENCONTRO DE CONTAS”, A NOVA “COMPENSAÇÃO COMPULSÓRIA”. VIOLAÇÃO AOS ARTS.


1º, CAPUT; 2º; 5º, CAPUT E INCISOS I, XXXV, XXXVI, XXXVII, LV, LIV, LXXVIII TODOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Numa tentativa de se desviar da jurisprudência desta C. Corte, a EC 113/2021


conferiu nova redação ao §9º do art. 100 da CF para tentar impor aos credores das Fazendas
Públicas o que se chamou desta vez de “encontro de contas”, um procedimento por meio do qual
os créditos de precatórios devem ser compensados com eventuais débitos inscritos em dívida ativa

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contra o mesmo credor. Ocorre que essa nova redação repete conteúdo idêntico ao previsto na
EC 62/2009, já declarado inconstitucional no bojo das ADIs 4357 e 44251, ocasião em que este
Supremo Tribunal Federal rechaçou a sistemática de compensação de débitos em proveito
exclusivo da Fazenda pública, afirmando que esse tipo de procedimento “embaraça a efetividade da
jurisdição (CF, art. 5º, XXXV), desrespeita a coisa julgada material (CF, art. 5º, XXXVI), vulnera a Separação
dos Poderes (CF, art. 2º) e ofende a isonomia entre o Poder Público e o particular (CF, art. 5º, caput),
cânone essencial do Estado Democrático de Direito (CF, art. 1º, caput)”.

E vale lembrar que essa sistemática foi declarada inconstitucional porque fere a
coisa julgada, na medida em que restringe a eficácia das decisões judiciais transitadas em julgado
em cada caso concreto. Ainda, fere o princípio da separação dos poderes, pois subordina a atuação
do Juízo de Execução a essa providência do “encontro de contas” pelo Tribunal em sua função
administrativa. Nesse sentido, afronta também o princípio do juiz natural ao alterar o juízo no curso
do processo para que o juiz da ação de cobrança delibere sobre o valor do precatório já expedido.
Esse novo procedimento fará com que seja instaurada uma nova etapa no procedimento que já
costuma se estender por décadas, ferindo o princípio de duração razoável do processo e da
razoabilidade, pois essa medida não é necessária, haja vista que a Fazenda já possui outros meios,
igualmente eficazes, para cobrar seus créditos.

Neste sentido, a medida também causa “ofensa direta ao art. 5°, inciso XXXVI (...)
atenta contra a segurança jurídica, porque, na verdade, paralisa a pretensão. (...). Paralisa a
satisfação prática de um direito reconhecido judicialmente de modo definitivo”, de sorte que, “uma
vez inscrita a dívida, a obrigação do órgão público é promover imediatamente a execução fiscal. E
está aí o modo adequado até para paralisar a cobrança do crédito do precatório, bastando ao
órgão público que promova a penhora desse mesmo crédito. É, muito simples, inscrita a dívida,
executa e penhora o crédito, não havendo necessidade doutro expediente” (ADI 3.453/DF, voto do
Min. CEZAR PELUSO).

1
STF, Tribunal Pleno, Relator Min. AYRES BRITTO, Relator para Acórdão Min. LUIZ FUX, julgadas em 14/03/2013.

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Fere ainda o princípio da isonomia ao conceder nova prerrogativa à União “como se
já fosse pouco a prerrogativa do regime em si do precatório”, sem nenhum equivalente ao credor.
Nesse sentido, nas palavras da Min. Rosa Weber, “(...) chancela-se compensação compulsória
(automática e unilateral) do crédito judicial determinante da expedição do precatório com débitos
do credor perante a Fazenda Pública, mediante informação da Fazenda devedora, no prazo de
trinta dias. Isso significa conceder super prerrogativa à Fazenda Pública, que já dispõe de meios
eficazes à cobrança de seus créditos, com desrespeito ao princípio isonômico” (cf. voto nas ADIs
4357 e 4425).

Diga-se, ademais, que ficam feridos de morte o devido processo legal, o


contraditório e a ampla defesa, pois o trâmite da nova compensação não prevê a intimação prévia
do credor e/ou dos juízos das execuções contra a fazenda pública e das ações de cobrança.

O princípio da proporcionalidade é igualmente desrespeitado pela pretendida


equiparação entre créditos definitivos, líquidos e certos (detidos pelos credores dos precatórios) e
supostos créditos ainda sub judice e, assim, não chancelados em definitivo pelo Poder Judiciário.
Viola-se a proporcionalidade, ainda, por não terem sido excepcionados ao menos os casos em que
os supostos débitos inscritos em dívida ativa estejam com exigibilidade suspensa, garantidos em
juízo ou parcelados, de modo que o contribuinte que se encontre, por exemplo, num “limbo
processual” entre o término da discussão administrativa do lançamento e o início do processo
judicial visando à anulação de eventual decisão que lhe tenha sido desfavorável, corre o risco de
ter o valor ainda pendente de discussão judicial abatido do montante do precatório a que tem
direito, sem qualquer possibilidade de defesa. Isso irá gerar uma infinidade de litígios
desnecessários porque, em razão das discussões específicas que ocorrem perante cada juízo
distinto (juízo do precatório onde corre a execução contra o Poder Público; juízo da execução fiscal
contra o particular e processos administrativos e mandados de segurança contra os Presidentes
dos Tribunais), a norma desencadeará milhares de novas controvérsias, possivelmente com
discussões vinculadas a Tribunais distintos, fomentando potenciais conflitos de competência e
abarrotando ainda mais o Judiciário de demandas desnecessárias. Aí está evidente a violação da
efetividade do Poder Judiciário porque os percalços acima, aliados à judicialização do tema e à falta

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de regulamentação, impedirão, na prática, o levantamento de qualquer valor pelo credor do
precatório, frustrando a satisfação do bem da vida daquele que já precisou se submeter a longo e
moroso processo judicial.

Para além de gerar conteúdo inconstitucional, a ECs 113/2021 gera insegurança


jurídica, instabilidade institucional e econômica, a partir da desconsideração da jurisprudência
desta Suprema Corte em tema idêntico decidido alguns anos atrás.

III.3. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA PELA SELIC. VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 2º E 5º, CAPUT E
INCISOS I, XXII, XXXVI E XXXV, TODOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

A EC 113/2021, mais uma vez, dispõe sobre questão já julgada e decidida como
inconstitucional por este Supremo Tribunal Federal. Com efeito, em seu artigo 3º, estabelece que:

Art. 3º. Nas discussões e nas condenações que envolvam a Fazenda Pública, independentemente de
sua natureza e para fins de atualização monetária, de remuneração do capital e de compensação da
mora, inclusive do precatório, haverá a incidência, uma única vez, até o efetivo pagamento, do índice
da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), acumulado mensalmente

Este C. Supremo Tribunal Federal já declarou que a adoção da mesma taxa de juros
e correção monetária para todos os precatórios, “independentemente da sua natureza”, viola a
isonomia. E isso porque “os critérios de fixação dos juros moratórios devem ser idênticos para a
Fazenda Pública e para o cidadão, nos limites da natureza da relação jurídica analisada” (cf. voto
do Min. EDSON FACHIN na RG-RE 870.947).

E de fato, em relação aos precatórios não tributários, é certo que o Poder Público
ao atualizar seus créditos não tributários segue o disposto na jurisprudência e nas regras do
Manual de Cálculos da Justiça Federal, ou seja, tem em seu favor a fixação de juros de mora de
poupança acrescidos de correção monetária pelo IPCA-e. Por essa razão é absolutamente injusto
que, ao figurar como devedor não tributário, pague suas dívidas por índice diverso.

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Mas o princípio da isonomia é ferido também pelo fato de que a própria EC 113/21
fixou o IPCA-e como índice atualização do teto de gastos, conforme a nova redação dada ao art.
107, §1º, II do ADCT. Em outras palavras, quando há interesse orçamentário do Poder Público,
determina-se a aplicação do IPCA-e (índice até então utilizado para a correção dos precatórios).
Porém, para resguardar direito dos particulares (credores não-tributários do Estado), o artigo 3º
da mesma EC alterou o critério então vigente (IPCA-e + juros de poupança) e impôs a utilização da
taxa SELIC que é sabidamente inferior. Esse tratamento desigual já foi rechaçado inúmeras vezes
pela jurisprudência desse E. Superior Tribunal ao fundamento de que “(...) havia ruptura do
princípio da isonomia, porque a Fazenda Pública pagava segundo um índice e, na hora de cobrar e
pagar ao credor tributário, ela utilizava outro, a menor, (...)” (Voto da Min. CARMÉN LÚCIA, p. 66
do RG-RE 870.947 - DJe 20/11/2017).

Mas vale lembrar, ainda, que a utilização da SELIC como critério de correção
monetária e de compensação da mora no pagamento dos precatórios também ofende o direito de
propriedade. Isso porque a comparação entre os índices previstos pelo Manual de Cálculos da
Justiça Federal (IPCA-e + juros de poupança) e a SELIC, no acumulado de 2021/2022, demonstra
que a SELIC correspondeu a apenas 38,21% da outra forma de correção. Se for considerado o
período de 2018 a 2022, a SELIC correspondeu a 50,55% da outra forma de correção. Portanto, o
que a União busca com a alteração do índice é dilapidar o patrimônio de seus credores ao longo
do tempo, o que viola a propriedade, a coisa julgada e a separação dos Poderes. Nas palavras do
Min. AYRES BRITTO:

[D]e nada adianta o direito reconhecido pelo Judiciário ser corretamente atualizado até a data de
expedição do precatório, se, entre a expedição do requisitório e seu efetivo pagamento, pode ele (o
direito) sofrer depreciação de 10, 20, 40%. (...) incidência mutilada da correção monetária, isto é,
qualquer tentativa de aplicá-la a partir de um percentualizado redutor, caracteriza fraude à
Constituição. (P. 19 do voto do Min. AYRES BRITTO na ADI 4357)

Esse debate ocorreu no julgamento conjunto das ADIs 4.357 e 4.425, e também no
julgamento do Tema 810 da Repercussão Geral (Acórdão proferido no julgamento do RE 870.947,
de relatoria do Min. LUIZ FUX), quando se decidiu pela inconstitucionalidade da correção

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monetária por meio dos índices de remuneração (naquele caso a caderneta de poupança) que não
tivessem a capacidade de recompor as perdas inflacionárias, exatamente pela violação ao direito
de propriedade:

A atualização abaixo do índice inflacionário, de forma unilateral e impositiva,


representa confisco do patrimônio do particular e viola o princípio da justa indenização, em relação
a direitos já reconhecidos em sentenças transitadas em julgado. E, ademais, viola, ainda, a
separação de Poderes já que os Poderes Executivo e Legislativo acabam por interferir na atuação
independente e autônoma do Poder Judiciário.

III.4. O SUBTETO PARA PAGAMENTO DE PRECATÓRIOS E A POSTERGAÇÃO SEM PREVISÃO DE


TEMPO. VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 1º, CAPUT E INCISO III, 2º, 5º, CAPUT E INCISOS I, XXII, XXXV, XXXVI E

LXXVIII, 37, CAPUT, TODOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

A EC 114/2021 definiu uma nova redação para o art. 107-A do ADCT em que se
estabeleceu um limite anual para pagamentos de precatórios, adiando indefinidamente o
pagamento dos requisitórios que superem o valor deste subteto.

A imposição desse teto viola o acesso à jurisdição, a efetividade jurisdicional e a


separação dos Poderes e limita a própria ideia de Estado de Direito, já que supõe que o Poder
Público apenas responda em parte pelas suas ilicitudes à medida em que o orçamento lhe permita.
Também esse assunto de contingenciamento de recursos públicos para pagamentos de precatórios
já foi objeto de análise por esta C. Corte. Vale lembrar, nesse sentido, o voto do Min. LUIZ FUX, no
julgamento da ADI 4.357:

Na forma do art. 97, §14, do ADCT, não há horizonte temporal pré-definido para o fim desse modelo,
que perdurará enquanto os estoques de precatórios pendentes de pagamento forem superiores ao
valor dos recursos vinculados à sua satisfação. (...) A previsão de contingenciamento de recursos
orçamentários para o pagamento de precatórios também subverte o amplo acesso à justiça e a plena
efetividade da prestação jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV). Com efeito, beira as raias do absurdo
jurídico que a autoridade pública no Brasil, independentemente do número de ilícitos que cometa,
somente responda até certo limite, traduzido em percentuais de receita corrente líquida (...) grotesca

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espécie de imunidade parcial do Estado à ordem jurídica, em franca colisão com a ideia de Estado de
Direito, que clama pela sujeição completa e irrestrita do poder ao império da lei (rule of law).
(ADI 4.357, p. 114 do voto Min. LUIZ FUX)

Não bastasse o longo tempo de tramitação dos processos, a satisfação dos créditos
reconhecidos definitivamente pelo Poder Judiciário pode se arrastar por prazo indeterminado,
fulminando completamente a efetividade da prestação jurisdicional.

O desenvolvimento de um processo judicial costuma levar anos, até que sejam


percorridas todas as instâncias do Poder Judiciário. No caso do Poder Público, não raro as
procuradorias ingressam com todos os recursos possíveis para retardar o trânsito em julgado e a
execução do título executivo. Quando, enfim, há o trânsito em julgado (ou “os trânsitos em
julgado”, das decisões proferidas tanto na fase de conhecimento quanto na do cumprimento de
sentença), finalmente expede-se o precatório. Não bastasse essa verdadeira via crucis, a prevalecer
as alterações impugnadas na presente ADI, permanecerá o credor à espera da efetiva satisfação
de seu crédito, por prazo indefinido.

Evidente, ainda, a violação ao direito de propriedade e a tentativa de confisco, pois


os credores só terão a garantia de recebimento de valores no exercício financeiro seguinte
mediante renúncia de 40% de seus créditos. Esse dispositivo de postergar por prazo indeterminado
o pagamento (e ainda como que chantagear o credor para que abra mão de seu direito sob pena
de não receber nada) é uma verdadeira institucionalização do “calote”. Além de inconstitucional é
absolutamente imoral.

Fere a separação dos Poderes ao tratar o adimplemento das dívidas do Estado como
uma mera escolha política dos governantes, e viola a moralidade e a eficiência administrativa ao
permitir que o Estado possa não adimplir com suas dívidas.

Mas fere também a efetividade da tutela jurisdicional e o princípio da razoável


duração do processo ao adiar injustificadamente o pagamento dos precatórios. Nessa linha, este
STF já dispôs que

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“os modelos de moratória violam, a mais não poder, a duração razoável do processo (CF, art. 5º,
LXXVIII). Permitir que precatórios judiciais sejam saldados em até 15 anos – ou em prazos até

maiores, considerada a ausência de balizas temporais no modelo de parcelamento previsto


do art. 97, §1º, II, do ADCT – é medida que ultrapassa qualquer senso de razoabilidade. (...)
Compromete ainda o amplo acesso à justiça e a plena efetividade da prestação jurisdicional (CF, art.
5º, XXXV) (...) A moratória instituída pela EC nº 62/09 ultraja ainda a Separação de Poderes (CF, art.
2º), o direito adquirido e a coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI).
(Acórdão que julgou a ADI 4.357, Voto Vista do Min. LUIZ FUX)

A segurança jurídica e, indiretamente, a coisa julgada são ultrajadas ao tolher a


certeza e exigibilidade da sentença transitada em julgado. Também é deste E. Supremo Tribunal a
decisão que entendeu que

ao admitir a liquidação ‘em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos’ dos
‘precatórios pendentes na data de promulgação’ da emenda, violou o direito adquirido do
beneficiário do precatório, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Atentou ainda contra a
independência do Poder Judiciário afronta ‘a separação dos Poderes’ e ‘os direitos e garantias
individuais’.
(Ementa da MC na ADI 2356, Pleno, DJ 19/05/2011).

Não se pode esquecer que também em relação a este dispositivo a isonomia resta
comprometida, ao privilegiar-se o Estado, possibilitando que, após ser condenado ao pagamento
de valores em sentença judicial, postergue continuamente o prazo para cumprimento de sua
obrigação.

E o subteto de precatórios não poderia ter se pautado no Novo Regime Fiscal – NRF
que tem como marco os gastos públicos do ano-base de 2016, pois as dívidas judiciais dos
precatórios se equiparam à dívida pública mobiliária e esta não está submetida ao NRF. A
equiparação da natureza da dívida judicial e da dívida mobiliária advém da interpretação conforme
a Constituição do art. 107, caput e inciso I, do ADCT.

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Além disso, a aprovação do artigo 107-A do ADCT automaticamente produz um
estoque – até então inexistente – de R$ 44,9 bilhões apenas considerado o previsto no orçamento
para o ano de 2022. Em 2027, essa dívida poderá atingir – em um cenário conservador – a casa dos
R$ 420 bilhões acumulados, quantia impagável pelas gerações futuras2. Esse cenário é ainda mais
grave quando se verifica que a limitação do pagamento não se baseou na falta de recursos, mas na
falaciosa aplicação do NRF, haja vista a existência de saldo de R$ 1.490.921.000.000,00 na conta
única do Tesouro Nacional3. Essa alteração em última análise, interfere até na credibilidade do
próprio país no cenário internacional.

Considerando que o pagamento dos precatórios federais se encontra rigorosamente


em dia, não se vislumbra o atendimento ao critério de razoabilidade na criação de mecanismo traz
tantos impactos negativos. A postergação para os exercícios seguintes dos valores não pagos em
dia criará uma bola de neve, já que aos pagamentos não feitos se somará as novas expedições, cuja
consequência é apenas em prejuízo do credor que se verá obrigado a aderir ao parcelamento ou
abrir mão de parte de seu crédito.

Por fim, mas não menos importante é a violação da dignidade da pessoa humana. A
protelação indefinida do pagamento de dívidas líquidas impõe sacrifícios gravíssimos ao
patrimônio dos credores, os quais, lamentavelmente, sequer terão a oportunidade de usufruir do
crédito que lhes foi outorgado nas ações movidas em face do Poder Público.

O fato é que milhares de credores já morreram, aguardando o pagamento de


precatórios. A vida humana por vezes não dura o necessário para a conclusão dos processos e o

2O Instituição Fiscal Independente estimou o acúmulo, em 2026, de cerca de 420 bilhões de precatórios.
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/594276/CI14.pdf.

A Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara estimou o acúmulo, em 2026, de cerca de 121 bilhões de
precatórios não pagos. https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/2021/nota-informativa-pec-23-aprovada-sf_-
versao-final

3
Cf. notícia que a arrecadação pela Fazenda teve o melhor resultado em 27 anos:
https://www.poder360.com.br/economia/arrecadacao-federal-salta-237-em-julho-soma-r-1713-bi-e-bate-recorde/

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cumprimento das ordens judiciais. A isso se soma o risco concreto de que, às vésperas do término
da moratória ora impugnada, outra seja imposta por nova emenda constitucional.

Além do sacrifício da propriedade, desfalcada pela resistência ao cumprimento das


condenações judiciais impostas ao Estado, a dignidade da pessoa humana é profundamente
aviltada.

Os credores são expostos a situações verdadeiramente humilhantes, diante da


impossibilidade de fazer valer o direito que já lhes foi concedido judicialmente. Em muitos casos,
são pessoas profundamente necessitadas – especialmente no caso de credores idosos - que
dependem desses valores para o pagamento de despesas cotidianas ou mesmo de tratamentos de
saúde.

No atual período de aguda crise financeira, provocada pelos nefastos impactos


socioeconômicos advindos da pandemia da Covid-19, a imposição de um novo sacrifício aos
credores do Poder Público mediante perpetuação do calote no pagamento das dívidas revela total
incompatibilidade com os direitos e garantias fundamentais acima enunciados. No fim das contas,
sequer existe um horizonte de recebimento dos créditos em face da eliminação de mecanismos
essenciais para a obtenção dos recursos necessários aos pagamentos.

IV.PEDIDO

Diante do exposto, tendo em vista o âmbito de sua atuação, da pertinência e


relevância da matéria debatida no presente feito e seus imediatos e graves efeitos na atuação e
nos direitos dos seus associados, a AASP requer seja admitido o seu ingresso no feito, na qualidade
de amicus curiae, de modo a possibilitar a prática dos atos próprios dessa figura processual,
inclusive a oportuna apresentação de manifestações, memoriais, pareceres e a realização de
sustentação oral, em conformidade com a legislação e a jurisprudência dessa C. Corte Suprema.

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Requer igualmente que todas as intimações sejam feitas necessariamente em nome
da advogada JULIANA VIEIRA DOS SANTOS, inscrita na OAB SP sob n. 183.122, sob pena de
nulidade.

Nestes termos,
pede deferimento.
Brasília, 12 de maio de 2022.

Mário Luiz Oliveira da Costa


OAB/SP n. 117.622
Presidente da AASP - Associação dos Advogados de São Paulo

Juliana Vieira dos Santos


OAB/SP n. 183.122
Conselheira – Associação dos Advogados de São Paulo

Assinado de forma digital por


DANIEL NUNES VIEIRA DANIEL NUNES VIEIRA PINHEIRO
PINHEIRO DE DE CASTRO:24904364813
Dados: 2022.05.12 17:23:16
CASTRO:24904364813 -03'00'

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Poder Judiciário
Supremo Tribunal Federal

Recibo de Petição Eletrônica

64
Petição 34799/2022

0
:17 I 7
Processo ADI 7064

:26 AD
Tipo de pedido Amicus curiae

Relação de Peças 1 - Pedido de ingresso como amicus curiae


Assinado por:
17 13
DANIEL NUNES VIEIRA PINHEIRO DE CASTRO
2 - 8-
2 - Procuração
Assinado por:
02 .64

DANIEL NUNES VIEIRA PINHEIRO DE CASTRO

3 - Documentos de identificação
5/2 043

Assinado por:
DANIEL NUNES VIEIRA PINHEIRO DE CASTRO

4 - Documentos de identificação
2/0 9.

Assinado por:
DANIEL NUNES VIEIRA PINHEIRO DE CASTRO
: 1 : 24

Data/Hora do Envio 12/05/2022, às 17:26:01


Em por

Enviado por DANIEL NUNES VIEIRA PINHEIRO DE CASTRO (CPF:


249.043.648-13)
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