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LÊDA SOARES JANOT

FÁBIO SOARES JANOT


DENISE SCHIPMANN DE LIMA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL


SUPERIOR DO TRABALHO

PROCESSO N.º AIRR-1345-45.2010.5.10.0002

FAACO – ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E APOSENTÁVEIS DOS


CORREIOS E TELÉGRAFOS, já qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista que
move contra ECT – EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS, UNIÃO E
INSTITUTO NACIONAL DA SEGURIDADE SOCIAL - INSS, também qualificada, por seus
advogados in fine assinados, vem, respeitosa e tempestivamente, perante Vossa
Excelência, interpor

AGRAVO REGIMENTAL

Pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.

O Presidente do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho negou


seguimento ao recurso de Agravo de Instrumento em Recurso de Revista pelos
seguintes argumentos:

“O exame dos autos revela que o Eg. Regional, à luz do acervo


fático-probatório, manteve a sentença que julgou
improcedente o pedido de extensão do benefício de
complementação da aposentadoria previsto na Lei n.º
8.529/92, porquanto não implementados os requisitos
indispensáveis.

(...)

Contudo, o Regional não examinou a matéria pelo prisma dos


argumentos recursais, limitando-se ao exame da matéria pelo
ângulo da legalidade da complementação de aposentadoria
dos ex-empregados e dos ex-servidores do Departamento dos

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Correios e Telégrafos, não fazendo o paralelo entre estes e os


empregados ferroviários, como pretendeu fazer a recorrente.

Assim a ausência de prequestionamento da matéria trazida nas


razões recursais inviabiliza a admissibilidade do apelo, nos
termos da Súmula 297/TST.

Dessa forma inviável a aferição de violação dos dispositivos


alegados, bem como inespecífica a divergência jurisprudencial
indicada.”

Em que pese o fato da decisão recorrida fazer referência à falta de


prequestionamento, há que se dizer que foi interposto recurso de embargos de
declaração para prequestionar toda a matéria omissa no acórdão regional, mas a
Turma não se pronunciou sobre todos os pontos, indicando, ainda, que “deve a parte
recorrer mediante a via processual adequada”.

Percebe-se, portanto, que a inexistência de pronunciamento no


acórdão sobre toda a matéria foge à vontade da recorrente, sendo excesso de
formalismo a negativa de apreciação da matéria por parte da Colenda Corte.

Na verdade, houve prequestionamento ficto, devendo o Colendo TST


diante dos princípios da celeridade e da economia processuais, buscar a mitigação do
excesso de formalismo, bastando que a parte postule a prestação jurisdicional
suplementar, por via de embargos de declaração, como ocorreu no caso em debate.
Assim, encontra-se o entendimento da Primeira Turma, no julgamento do RR 645206-
52.2000.5.12.5555, Relator Lelio Bentes Correa, Julgamento em 17.03.2004, DJ de
28.05.2004.

Restando ultrapassada a questão, há que se esclarecer acerca de fato


novo que traz consequências para o presente processo: Julgamento do RESP
1.175.312/DF, publicado no DJE de 04.04.2013, julgado pelo Ministro Relator
Sebastião Reis Júnior, em que foi reconhecido o direito de dois aposentados a
receberem a complementação de aposentadoria por terem comprovado que foram
integrados à ECT oriundos do antigo DCT, como é o caso de todas as pessoas que se
encontram em listagem anexa a este recurso.

Fato é que todos os que foram admitidos ainda pelo antigo DCT
participaram do mesmo processo seletivo de outros que foram regidos pela Lei 1711,
com a diferença de que pela colocação no concurso, foram admitidos pelo regime
celetista, nascendo justamente aí a diferença de tratamento entre os servidores que
entraram na empresa pela mesma porta e executavam exatamente os mesmos
serviços, mas tinham regência por legislações distintas.

Também é fato que todas as pessoas que entraram na empresa


(antiga DCT e atual ECT), conforme listagem anexa, são pessoas muito idosas e

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representam menos 10% do total das pessoas que estão nas listagens anexas à petição
inicial.

Por serem idosas é notório que fazer com que todas procurem seus
direitos em ações individuais é no mínimo contraproducente, haja vista que já fazem
parte de ação cujo objetivo é justamente o mesmo: recebimento da complementação
de aposentadoria pela Lei 8.529/92.

É evidente que as pessoas aqui envolvidas justamente por serem


idosas não possuem mais tempo e saúde para ajuizarem nova ação individual, pedindo
a equiparação ao entendimento já sedimentado do STJ. A justiça tardia não é justiça,
como já dizia Rui Barbosa.

A observância ao julgado do STJ também é importante pelo fato de


que a situação peculiar das pessoas da listagem anexa faz com que o julgamento do
presente processo a esse grupo específico não possa ser jogado em vala comum, visto
que é evidente a situação distinta do grupo dentro da presente ação e,
principalmente, de entendimento sedimentado no Superior Tribunal de Justiça.

Por todo o exposto, REQUER o provimento do recurso, a fim de que o


Recurso de Revista possa ser processado e julgado, a fim de que, finalmente, os
associados da Recorrente possam ter o tratamento isonômico, recebendo a
complementação de aposentadoria da Lei 8.529/92 que já vem sendo pago aos seus
colegas de trabalho de forma contínua.

Requer, finalmente, que todas as publicações sejam feitas em nome


do Dr. Fábio Soares Janot, inscrito na OAB/DF sob o n.º 10.667.

Termos em que pede e espera deferimento.

Brasília/DF, 15 de agosto de 2013.

Denise Schipmann de Lima


OAB/DF 18.587

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