Este documento é um pedido de defesa para um cliente acusado de peculato. O réu pede para converter o processo em um acordo de não persecução penal de acordo com a nova lei, alegando que o caso se enquadra nos requisitos. O documento resume a denúncia contra o réu e outro co-réu de desviarem recursos públicos por meio de saques bancários irregulares quando trabalhavam em uma escola. A defesa alega que a nova lei permite a aplicação de acordo mesmo em processos em andamento.
Este documento é um pedido de defesa para um cliente acusado de peculato. O réu pede para converter o processo em um acordo de não persecução penal de acordo com a nova lei, alegando que o caso se enquadra nos requisitos. O documento resume a denúncia contra o réu e outro co-réu de desviarem recursos públicos por meio de saques bancários irregulares quando trabalhavam em uma escola. A defesa alega que a nova lei permite a aplicação de acordo mesmo em processos em andamento.
Este documento é um pedido de defesa para um cliente acusado de peculato. O réu pede para converter o processo em um acordo de não persecução penal de acordo com a nova lei, alegando que o caso se enquadra nos requisitos. O documento resume a denúncia contra o réu e outro co-réu de desviarem recursos públicos por meio de saques bancários irregulares quando trabalhavam em uma escola. A defesa alega que a nova lei permite a aplicação de acordo mesmo em processos em andamento.
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 3ª. VARA CRIMINAL FEDERAL DA 3ª. VARA FEDERAL DA SECAO JUDICIARIA DE BELEM DO ESTADO DO PARA
ALEGACOES FINAIS
PROCESSO NUMERO 0022563-93.2019.4.01.3900
AÇÃO CRIMINAL
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
DFENDENTE: ALCY DE JESUS SILVA CORREA
ALCY DE JESUS SILVA CORREA, brasileiro,
solteiro, professor, identidade numero 5148815 SEGUP-PA, CPF numero 935529982-68, residente e domiciliado na Rua Coronel Raimundo Leao, numero 1505, bairro de Brasilia, cidade de Cameta, estado do Para, VEM com o devido acatamento e respeito perante a elevada presença de Vossa Exa., através de seu defensor constituído, procuração nos autos, e com escritório profissional na Rua Coronel Raimundo Leão, numero 739-A, bairro Centro, cidade de Cametá, estado do Pará, ALEGACOES FINAIS, pelo que o faz consoantes os fundamentos de fato e de direito que abaixo se seguem:
I-DOS TERMOS DA EXORDIAL ACUSATÓRIA
01.O digno RMPF ofereceu denúncia, formulada em 02-08-2019,
lastreada em Procedimento policial, onde narra que o ora defendente e o co-reu MANOEL ALVIM BATISTA DA SILVA, na qualidade de funcionários públicos, de forma livre e consciente, no período de VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 janeiro ate junho do ano de 2014, teriam realizado a apropriação de recursos públicos através da efetuação de saques indevidos em proveito próprio e/ou de terceiros, de contas bancarias que o ora defendente teria acesso enquanto tesoureiro do Conselho Escolar da Escola Estadual de Ensino Medio Jarbas Passarinho, mediante a apresentação de cheques com o uso de assinatura falsificada da Coordenadora do referido Conselho Escolar, Sra Josiane Tavares Gomes
02.Pontua a acusação que um dos terceiros beneficiados com os
saques indevidos teria sido o co-reu MANOEL ALVIM BATISTA DA SILVA e que o defendente, enquanto na função de tesoureiro do Conselho Escolar tinha o dever de assinar em conjunto com o coordenador, as cartulas chequicas para a movimentação dos recursos geridos pelo Conselho Escolar, dentre eles recursos federais oriundos do “Programa Ensino Medio Inovador/Projeto Jovem do Futuro” e assim sob ordens do co-reu teria efetuado saques dos recursos nas contas bancarias numero 5.511-5 e numero 31.538-9 do Banco do Brasil, tendo como favorecidos nominais seu irmão, duas cunhadas e sua esposa,além de outros que nem chegaram a ser identificadas e, ainda, pessoas jurídicas
03.Assevera que a coordenadora do conselho escolar na época não
teria reconhecido sua assinatura nos cheques e que esta teria sido forjada pelo defendente, bem como que os mesmos não teriam nenhuma autorização ou ordem de pagamento por nenhum produto ou prestação de serviços destinada à escola estadual Julia Passarinho, tendo a exordial listado os cheques supostamente falsificados e sacados pelo defendente em tabela própria anexada a denuncia, totalizando 16(dezesseis) cheques no importe somatório de R$ 75.455,00( setenta e cinco mil, quatrocentos e cinquenta e cinco reais)
04.Disserta que o defendente em seu depoimento perante a SEDUC-
PA na Sindicancia Investigatoria numero 89-2015, onde teria reconhecido a veracidade de suas assinaturas nos cheques em questão, confessando que a destinação dos mesmos não seria para pagamento de fornecedores ou serviços prestados para a escola estadual descrita alhures, e que inclusive um dos beneficiários, Sr. JOAO HEUDES AMARAL SOUZA que prestou depoimento em inquérito policial, confirmou que apareceu como “favorecido” de um dos cheques no valor de R$ 7.130,00( sete mil, cento e trinta reais), a pedido do defendente como forma de “favor”
05.Narra ainda a preambular acusatória que o liame psicológico entre
os réus derivaria da contratação do defendente como temporário da SEDUC e que esta teria sido intermediaria pelo co-reu vereador DUCA VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 ALVIM, que teria sido o responsável por possibilitar a extensão do contrato temporário do defendente por 24(vinte e quatro) meses, onde o parlamentar teria coordenado vários saques realizados pelo defendente,tanto que a esposa do vereador na época dos fatos, Sra. ERIDETE ARNAUD recebeu parte dos valores depositados em sua conta e os teria destinado ao co-reu
06.Frisa o parquet que os fatos narrados configurariam o crime de
peculato previsto no caput do artigo 312 do CPB, na forma continuada entre janeiro a junho de 2014 e que a autoria e materialidade dos delitos estaria comprovado diante dos depoimentos testemunhais colhidos em sede inquisitorial, equiparando-se os réus na qualidade de funcionários públicos na forma do artigo 327, paragrafo 1º do CPB, pugnando o digno RMPF pelas suas condenações na forma da lei e ainda pela reparação dos danos causados diante de infracao cometida contra a administração publica, nos moldes do artigo 387, inciso IV do CPP, indicando como valor a ser ressarcido a monta de R$ 75.455,00( setenta e cinco mil, quatrocentos e cinquenta e cinco reais)
II –- DA PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA-DA
NECESSIDADE E DIREITO SUBJETIVO DE CHAMAMENTO DO FEITO A ORDEM PASRA CONVERSAO EM DILIGENCIA PARA ENVIO DOS AUTOS AO MP DE SOBRE A POSSIBILIDADE DE REALIZACAO DE ACORDO DE NÃO PERSECUCAO PENAL CONSIDERANDO QUE A DENUNCIA FOI OFERECIDA ANTES DE ENTRAR EM VIGOR O ARTIGO 28-A DO CPP INSTITUIDO PELA LEI 13.964/2019 DO PACOTE ANTI-CRIME
01.Tendo em vista a natureza do ANPP, parece claro que é possível a
sua aplicação mesmo em casos que o processo esteja em curso , ou que já tenha sido proferida sentença condenatória, sem trânsito em julgado.
02.Essa conclusão encontra-se alinhada com os fatores que deram
ensejo à criação desse instituto, pois possibilita a resolução célere dos casos menos graves, priorizando a atuação do Poder Judiciário no julgamento dos casos mais graves e, por fim, permite a minoração dos efeitos de uma condenação judicial.
VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA
RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 03.O reu pretende, com base em inovação legislativa, que lhe seja oportunizado, de acordo com a conveniência do dominus , acordo de não persecução penal. A verdade é que a lei "anticrime" deu um passo demasiadamente largo pois não dimensionou o tamanho do problema que a interpretação da novatio legis in mellius gerará ao Poder Judiciário.
04.A norma de aplicação da medida restritiva antecipatória torna
possível a celebração do negócio jurídico em qualquer fase processual, uma vez que não foi estipulado pelo legislador um regramento de transição. (WUNDERLICH, Alexandre e NETO, João Vieira. Acordo de não persecução penal recursal: novatio legis in mellius?. Consultor Jurídico, 2020. Disponível em: . Acesso em: 11 de set. de 2020).
05.Em 23.01.2020, entraram em vigor as disposições da Lei
13.964/19, que alteraram o Código de Processo Penal, acrescentando, entre seus dispositivos, o art. 28-A, com a seguinte redação:
“Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado
formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do ; IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. § 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por
VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA
RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. § 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. § 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. § 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. § 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. § 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. § 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento. § 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. § 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. § 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade. § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código”
06.A lei concretizou um antigo intento do Conselho Nacional do
Ministério Público – CNMP, a necessidade de soluções: alternativas no Processo Penal que proporcionem celeridade na resolução dos casos menos graves, priorização dos recursos financeiros e humanos do Ministério Público e do Poder Judiciário para processamento e julgamento dos casos mais graves e minoração dos efeitos deletérios de uma sentença penal condenatória aos acusados em geral, que teriam mais uma chance de evitar uma condenação judicial, reduzindo os efeitos sociais prejudiciais da pena e desafogando os estabelecimentos prisionais. A tentativa anterior de regulamentação da matéria deu-se por meio da do CNMP.
07.Contudo, a simples existência de tal normatização despertava
intensos debates doutrinários, especialmente pela possível inconstitucionalidade formal que a inquinava, tendo em vista a veiculação de matéria reservada à lei federal por meio de resolução administrativa .
08.Com a promulgação da Lei 13.964/19, porém, não subsistem mais
dúvidas, o acordo de não persecução penal passa a integrar VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 efetivamente o ordenamento jurídico brasileiro, mitigando o princípio da obrigatoriedade da ação penal pública e ampliando sobremaneira as hipóteses em que o investigado pode celebrar acordo com o Ministério Público.
09.No caso do reu, entende a defesa não ha dado objetivo que
impossibilite o mesmo de se beneficiar da inovação pois o mesmo preenche todos os requisitos legais para o oferecimento do beneficio,conquanto a denuncia foi oferecida antes da entrada em vigor do dispositivo penal que instituiu no ordenamento jurídico o aludido beneficio da ANPP
10. Desse modo, diante da novidade do texto normativo e da
aparente indeterminação de alguns conceitos e procedimentos, entende-se que cabe ao titular da ação penal a tarefa de decidir pela proposição ou não do acordo de não persecução penal. Com relação à necessidade de confissão formal e circunstanciada, não deve ser levado em consideração, nos casos em que a norma será aplicada retroativamente, se o acusado confessou o delito na Delegacia de Polícia ou em Juízo – como no caso. Isso porque deve ser marcada solenidade específica, com a presença de Advogado ou Defensor Público, para que sejam explicadas ao acusado as consequências que a sua admissão trará, dando-lhe a opção de confessar ou não aceitar o acordo.
10.Em princípio, repita-se, é possível que o Ministério Público conclua
pela concessão do referido benefício, desde que o considere aplicável aos casos já em andamento. Embora ainda não haja entendimento pacífico acerca dessa questão, é possível retirar orientação da jurisprudência dada pelos Tribunais Superiores, quando analisaram o tratamento dispensado a outros institutos que têm a mesma natureza..Nesse sentido, destaca-se, por relevante, a decisão proferida na ADI 1.719, na qual se questionava a constitucionalidade da norma contida no art. 90 da Lei 9.099/95, que vedava a aplicação das disposições do Diploma Legal aos "processos penais cuja instrução já estiver iniciada".
12. No voto do Exmo. Ministro Joaquim Barbosa (relator da ADI),
ficou assentado que a norma questionada deveria ser interpretada conforme a Constituição Federal, de maneira que a vedação seria referente apenas às matérias de natureza processual, enquanto as de natureza penal material e de conteúdo mais benéfico aos acusados retroagiriam para alcançar até mesmo os processos cuja instrução já estivesse em curso.
13.Dentre as normas consideradas de conteúdo material estariam,
justamente, as "prescrições que consagram as medidas despenalizadoras" que, nas palavras do Ministro Celso de Mello – cujo VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 julgamento de questão de ordem no Inquérito 1.055, em 24.4.96, foi citado pelo também Excelentíssimo Ministro Relator da ADI: "qualificam-se como normas penais benéficas, necessariamente impulsionadas, quanto à sua aplicabilidade, pelo princípio constitucional que impõe à lex mitior uma insuprimível carga de retroatividade virtual e, também, de incidência imediata".
14.Dessa feita, é possível concluir que o acordo de não persecução
penal, enquanto instituto despenalizador, por ser norma híbrida, reveste-se de caráter material, de maneira que sua aplicação não só é imediata, mas também retroage para beneficiar os acusados que, conquanto se amoldem às suas balizas, não foram amparados pelo instituto, porque até então ele não existia.
15.De mais a mais, veja-se que a aplicação da norma neste
momento processual, embora possa causar alguma estranheza, dado que sua previsão se reporta a momento anterior à denúncia, não é inviável, porque não houve oportunidade posterior à vigência da Lei e anterior a este julgamento para manifestação do acusado.
16.Ressalta-se, ainda, que recente enunciado (número 98) da 2ª
Câmara Criminal do Ministério Público Federal admite a possibilidade de assinatura de acordo de não persecução penal em ações que já estão em tramitação, ainda que em recurso, e desde que haja confissão.
17.A chamada "lei anticrime" (Lei 13.964/19) acrescentou ao Código
de Processo Penal o artigo 28-A, que prevê novas hipóteses de acordo de não persecução penal — para casos em que não há arquivamento do inquérito policial e nos quais o investigado tenha confessado "formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a quatro anos".
18.Leia-se a íntegra do enunciado:
"É cabível o oferecimento de acordo de não persecução penal no
curso da ação penal, isto é, antes do trânsito em julgado, desde que preenchidos os requisitos legais, devendo o integrante do MPF oficiante assegurar seja oferecida ao acusado a oportunidade de confessar formal e circunstancialmente a prática da infração penal, nos termos do art. 28-A da Lei n° 13.964/19, quando se tratar de processos que estavam em curso quando da introdução da Lei
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RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 13.964/2019, conforme precedentes. Alterado na 184ª Sessão Virtual de Coordenação, de 09/06/2020."
19.No caso do apelante, o caso concreto atende as exigências do
instituto a serem observadas: a) não ser o caso de arquivamento da investigação; b) infração penal à qual seja cominada pena mínima inferior a 4 (quatro) anos; c) não haver a presença de violência ou grave ameaça; d) não ser crime de violência doméstica; e) não ser cabível a transação penal; f) não ser o investigado reincidente e nem possuir antecedentes que denotem conduta criminosa habitual e g) não ter sido beneficiado nos últimos 5 (cinco) anos com o ANPP, transação ou sursis processual.
20.Observa-se que a Lei n. 13.964/2019 não impõe um limite
temporal para a sua celebração, daí surgindo a seguinte dúvida: O acordo de não persecução penal é cabível em processos com denúncia já recebida, ou com instrução em curso, ou mesmo com sentença condenatória já proferida, mas sem trânsito em julgado?
21.Para responder a esses questionamentos, primeiramente, deve-se
esclarecer que o ANPP, ao criar uma causa extintiva da punibilidade, revela a sua natureza mista de norma processual e norma penal, devendo, por isso, retroagir para beneficiar o agente, nos termos estatuídos pelo artigo 5º, inciso XL, da Constituição da República e pelo artigo 2º, parágrafo único, do Código Penal, já que a celebração do acordo mostra-se mais benéfica do que a condenação criminal.
22.É necessário lembrar, ainda, que, ao tempo em que elaborada a
Lei n. 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais), discussão semelhante já foi travada na doutrina e jurisprudência quanto ao instituto da suspensão condicional do processo, previsto no artigo 89 do referido Diploma Legal.
23.Naquela ocasião, discutiu-se acerca da necessidade ou não de
oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo em feitos com sentença condenatória já proferida, tendo a jurisprudência se consolidado no sentido de que os efeitos penais das normas insculpidas na então novel legislação possuiriam aplicação retroativa, de modo que incidiriam ainda que o processo estivesse em fase recursal:
A LEI Nº 9099/95, NAQUILO QUE BENEFICIAR, EM SEDE PENAL, O
RÉU, DEVE SER APLICADA AINDA QUE O PROCESSO JÁ ESTEJA EM FASE RECURSAL (ARTIGO 2º, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO PENAL). RECURSO PROVIDO, COM O RETORNO DOS AUTOS PARA QUE SE VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 APLIQUE A LEX MITIOR. (STJ, REsp 123169, Relator: Felix Fischer, 5ª turma, DJe: 08/09/97 — grifou-se).
24.Desse modo, tendo em vista a natureza do ANPP, parece claro
que é possível a sua aplicação mesmo em casos que já tenha sido proferida sentença condenatória, sem trânsito em julgado, sendo aplicável, portanto, a processos em curso, ainda que em fase recursal. Essa conclusão encontra-se alinhada com os fatores que deram ensejo à criação desse instituto, pois possibilita a resolução célere dos casos menos graves, priorizando a atuação do Poder Judiciário no julgamento dos casos mais graves e, por fim, permite a minoração dos efeitos de uma condenação judicial.
25.Nesse contexto, em razão da inequívoca retroatividade
da lex mitior, enquanto não houver trânsito em julgado, é direito subjetivo dos acusados em geral que haja proposta do ANPP, a ser formulada pelo Ministério Público, exatamente como teriam direito caso a ação penal estivesse para ser ajuizada.
26.É oportuno, e, DESDE JÁ SE REQUER,portanto, sob pena de
cerceamento de defesa, com fundamento no art. 616 do Código de Processo Penal, que seja chamada o feito a ordem para que os autos sejam encaminhados ao Ministerio Publico Federal, para que oferte-se ao reu o acordo de não persecução penal positivado no art. 28-A do Código de Processo Penal. convertendo-se, o processamento da presente acao criminal em diligência, com a remessa dos autos ao Ministério Público, do acordo previsto no art. 28-A do Código de Processo Penal, no prazo a ser determinado por Vossa Exa e, bem como que não há nos autos qualquer circunstância que cause a nulidade do referido ato, devem os autos, após a propositura, ou não, do Acordo de Não Persecução Penal,, ir o ANPP para o este juizo , para, após análise dos seus termos, ser homologado
IV-DA PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA-
INDEFERIMENTO DA PROVA PERICIAL PARA ATESTAR AS ASSINATURAS FALSAS NOS CHEQUES QUE VIESSEM A COMPROVAR O DESVIO DOS VALORES POR PARTE DO DEFENDENTE
01.Embora, de fato, haja relatório emitido pela SEDUC que
supostamente fora praticado crime pelo defendente, na qualidade de tesoureiro do Conselho Escolar da Escola Estadual Julia Passarinho, esta não procede, pois não foi comprovada a conduta delituosa da VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 agente visto que a Acusação se baseou totalmente em processo administrativo sem nenhum outro elemento ou prova de que o mesmo tenha praticado tal ato, isto é, saques de valores mediante ato de forjar assinatura da coordenadora do Conselho, visto que sequer foi procedida pericia técnica neste sentido para atestar a falsidade das assinaturas nas referidas cartulas chequicas e assim comprovar que o acusado teria se apropriado dos referidos valores, diligencia esta indeferida pelo juízo, pelo que desde já em sede preliminar pugna-se pela reabertura da instrução processual para fins de que sejam periciadas as cartulas chequicas para este fins colimados
02.A defesa sempre suscitou tal vício desde o oferecimento da
denúncia, e nunca quedou-se inerte nas diversas oportunidades que teve para se manifestar sobre o tema, , conduta compatível com o princípio da boa-fé e da cooperação, que norteiam o comportamento das partes no processo penal, não se tratando de uma faculdade do juízo a ordem para o exame pericial, mas sim de uma incumbência de uma obrigação a qual o juiz está vinculado, devendo determinar o exame pericial solicitado.
03.Neste sentido, imprescindível e pericia grafotécnica dos cheques
para fins de comprovação da materialidade do delito, razão pela qual pugna pela reabertura da instrução processual para fins de que seja realizada a referida diligencia
PENAL. PROCESSO PENAL. ART. 304 C/C ART. 297, AMBOS DO
CÓDIGO PENAL. FALSIDADE IDEOLÓGICA. CERTIFICADO DE BACHAREL EM COMUNICAÇÃO SOCIAL. CÓPIA. PERÍCIA GRAFOTÉCNICA. POSSIBILIDADE. RECURSO IMPROVIDO. 1. Caso em que não há controvérsia acerca da falsidade da cópia do diploma encartado nos autos, cingindo-se a discussão sobre o autor de sua utilização perante o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Rondônia/RO. 2. O fato de o documento (certificado de conclusão do curso) tratar-se de cópia não tem o condão, por si só, de impedir a configuração do crime tipificado no art. 304, Código Penal, pois a comprovação do delito em comento prescinde da realização de exame pericial, uma vez que a falsidade atinge a declaração expressa no documento e não sua forma material. 3. Incabível falar-se em falsificação grosseira quando a falsidade somente foi descoberta porque o presidente do sindicato solicitou informacoes à Universidade Federal de Mato Grosso acerca da autenticidade do diploma, cuja resposta foi no sentido de inexistir registros da participação do réu em Atas de Colação de Grau e que seu nome não consta e nunca constou do quadro de acadêmicos do curso de Comunicação Social daquela universidade que, por conseguinte, não registrou nenhum diploma em favor de DANNY BUENO DE MORAES. 4. Réu que não trouxe aos autos prova capaz VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 de infirmar a conclusão dos peritos no sentido de que "No cotejo entre as assinaturas/rubricas apostas nas reprografias dos documentos constantes das fl.10 (sobre a inscrição" Diplomado "), fl.27 (sobre as incrições" ASSINATURA DO PORTADOR ") e fl.28 (no verso do cartão do CPF, e na Cédula de Identidade) e o material padrão em nome de DANNY BUENO DE MORAES, foram constatadas convergências de ordem formal e genética, notadamente na gênese gráfica, calibre, ataques e arremates, momentos gráficos, idiografismos, na inclinação, entre outras. Essas convergências levaram as Peritas a concluir que tais lançamentos partiram do punho do fornecedor de material gráfico supramencionado ..." 5. Recurso improvido.(TRF-1 - APR: 00143258220104014100, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL MÁRIO CÉSAR RIBEIRO, Data de Julgamento: 04/07/2017, TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: 14/07/2017)
V-DO MERITO-DA REALIDADE DOS FATOS-DA NEGATIVA DE
AUTORIA-DA INSUFICIENCIA DO CONJUNTO PROBATORIO PARA ARRIMAR A CONDENACAO EM DESFAVOR DO DEFENDENTE PELO CRIME DE PECULATO DESVIO– DA ABSOLVICAO DO ACUSADO PELO PRINCPIO DO IN DUBIO PRO REO
01.Excelência, a condenação do acusado não merece prosperar tendo
em vista que não existe nos autos elementos comprobatório de que o mesmo tenha concorrido na pratica delituosa, pelo que se apurou na instrução processual
02.Com efeito, o Art. 312 do Código Penal, assim descreve a conduta
tipificada como peculato:
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
03.O crime de peculato tem suas raízes remotas no direito romano, e
se efetiva com a subtração de coisas pertencentes ao Estado. Desde esta época a ação de desviar recursos do erário público pressupõe a realização de uma conduta imoral, ainda que nem toda imoralidade possa, por si só, caracterizar um delito. É também contrária à legalidade e violadora do dever de probidade. VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 04.Esse é também o entendimento de Bitencourt para quem: “a eficiência do Estado está diretamente relacionada com a credibilidade, honestidade e probidade dos seus agentes, pois a atuação do corpo funcional reflete-se na coletividade, influenciando decididamente na formação ético-moral e política dos cidadãos, especialmente no conceito que fazem da organização estatal”
05.Há que se valer do entendimento dado ao verbo em que se
resultará a pratica delituosa, o que necessariamente devera ser comprovado é sempre o dolo, a vontade de causar prejuízo no caso ao Conselho Escolar através dos recurso federais repassados, ou então provar-se que o denunciado tinha a intenção de lesar, o que não aconteceu no caso em tela.
05.O “apropriar-se” no artigo ventilado deve se compor de
elementos típicos e sobre os tais, nos ensina Victor Eduardo Rios Gonçalves que:
Apropriar-se significa fazer sua a coisa de outra pessoa,
invertendo o ânimo sobre o objeto.
07.O acusado em momento algum dos autos declara que tenha se
apropriado dos recursos oriundos dos cheques nominados na denuncia ou a ele é atribuído tal condição por qualquer das partes ou testemunhas arroladas, exceto da testemunha JOAO HEUDES o qual comprovadamente mentiu em juízo ao tentar imputar inverdades de que teria sacado um cheque e entregado valores ao acusado na porta do Banco do Brasil de Cameta-PA, depoimento que não deve ser levado em consideração pelo juízo, sem prejuízo da abertura de procedimento criminal contra a testemunha por crime de falso testemnunho
08.Este argumento “de per si” já extingue a possibilidade de se
levantar a tese de Peculato pelos atos destacados
09.Vê-se, pois, que para a caracterização do crime de peculato o
agente deve praticar uma dessas condutas: dispor da coisa como se fosse sua, retendo-a, vendendo-a, dispondo dela; ou empregá-la em fim diverso de sua destinação específica, em proveito próprio ou alheio.
10.Assim nos ensina Damásio de Jesus:
VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 “na apropriação há inversão do título da posse, dispondo o sujeito da coisa como se fosse dono (retendo-a, alienando-a etc.) No desvio, o funcionário, embora sem o animus rem sibi habendi, i. E., sem ânimo de apossamento definitvo, emprega o objeto material em fim diverso de sua destinação específica, em proveito próprio ou alheio.” (apud Direito Penal 4º V., 13ª ed., rev. E atual., São Paulo: Saraiva, 203, p.130).
11.É que se observa, sem muito esforço de raciocínio, que no
caso em exame não há que se falar em cometimento do delito de peculato, tipificado no Art. 312, do Código Penal, seja em sua modalidade peculato-apropriação, seja em sua modalidade peculato-desvio, isso porque, no caso concreto, não restou devidamente comprovado o elemento subjetivo do tipo, consistente na vontade livre e consciente do defendente de desviar dinheiro ou qualquer outro valor proveniente dos recursos federais repassados ao Conselho Escolar da Escola Julia Passarinho, visto que de boa-fe e na qualidade de cabo eleitoral do co-reu MANOEL ALVIM, o defendente entregou os cheques assinados para o mesmo e o finado diretor da escola, Sr FRANCISCO, pensando que o referido diretor iria gerir os recursos de boa-fe, jamais pensando que iriam ocorrer desvios de tais valores
12.A consumação do crime de peculato-desvio (art. 312, caput, 2ª
parte, do CP) ocorre no momento em que o funcionário efetivamente desvia o dinheiro, valor ou outro bem móvel, em proveito próprio ou de terceiro, ainda que não obtenha a vantagem indevida. Se o Funcionário que recebe dinheiro ou outro valor de particular e aplica na própria repartição, via de consequência comete o crime de peculato, na modalidade desvio, tendo em vista que o valor foi destinado ao Estado, não cabendo ao funcionário público promove-lo sem a devida autorização legal, qualquer que seja sua finalidade.
13.Para fins de elucidação prática, interessante julgado do STF, no
qual se afirmou que o desvio pode ser feito de qualquer forma, independentemente se causar prejuízo para a administração, devendo levar em consideração o dinheiro público que foi parar em local indevido. Vejamos:
“O Tribunal, por maioria, recebeu denúncia oferecida pelo
Ministério Público Federal contra Deputado Federal, em que se lhe VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 imputa a prática do crime previsto no art. 312 do CP, na modalidade de peculato-desvio, em razão de ter supostamente desviado valores do erário, ao indicar e admitir determinada pessoa como secretária parlamentar, quando de fato essa pessoa continuava a trabalhar para a sociedade empresária de titularidade do denunciado.Inicialmente, rejeitou-se a arguição de atipicidade da conduta, por se entender equivocado o raciocínio segundo o qual seria a prestação de serviço o objeto material da conduta do denunciado. Asseverou-se que o objeto material da conduta narrada foram os valores pecuniários (dinheiro referente à remuneração de pessoa como assessora parlamentar). (...) Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Celso de Mello, que rejeitavam a denúncia por reputar atípica a conduta imputada ao denunciado”STF, Inquérito n. 1.926/DF, Pleno, rel. Ellen Gracie, 09.10.2008, m.v., Informativo 523.
14.Durante a conduta delitiva não poderá estar presente qualquer
tipo de violência, fraude, ou mesmo erro, senão, estar-se-ia caracterizar por outras espécies de crimes, mas não o de peculato desvio, restando caracterizada a ausência de dolo do defendente pois jamais desviou recursos que lhe incumbia a administração em finalidades estranhas aos “Programa Ensino Médio Inovador/Projeto Jovem Futuro”, visto que a gestão dos recursos por ordens por vereador DUCA ALVIM cabia ao diretor da escola, genro deste ultimo, pessoa já falecida conhecida por CHICAO, não restando provado que os recursos seriam desviados posteriormente. O fato de aparecer parentes do acusado na lista de beneficiários foi explicado na instrução já que tal lista de nomes foi fornecida do acusado ao co- reu, a pedido deste ultimo, não sabendo o acusado para quais finalidades, descabendo por conseguinte a hipótese de peculato- desvio, praticada pelo réu, o elemento subjetivo resta consubstanciado a partir da obtenção de proveito própiro ou para terceiro, no caso de seus familiares, ate porque nenhum foi chamado em juízo para confirmar tais benesses sendo que o simples fato de lacos afetivos ou consanguíneos não são provas suficientes para arrimar uma condenação neste tipo penal, faltando elementos mais robustos para sua caracterizacao
15.Como dito, apesar de incontroverso que a assinatura de 20
(vinte) folhas de cheques e a entrega para a outra pessoa, conforme declarado em juízo, nao consubstancia finalidade
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RUA: DOUTOR MALCHER,NÚMERO 21 APT:301, BAIRRO:CIDADE VELHA CEP:66020-2250 CIDADE:BELÉM-PARÁ E-MAIL:veninojunior@ig.com.br VENINO PANTOJA ADVOCACIA E CONSULTORIA VENINO TOURÃO PANTOJA JÚNIOR ADVOGADO OAB-PA 11505 distinta do previsto em lei e crime pelo delito de peculato- desvio em razão da ausência do elemento subjetivo do dolo
16.Neste sentido:
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE PECULATO.
ALEGAÇÃO DE PROVA INEQUÍVOCA DE PARTICIPAÇÃO DOS APELADOS NA PRÁTICA DO CRIME. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE DOLO. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Não restando configurado o elemento subjetivo indispensável à configuração do crime de peculato, consistente no fim de se apossar da coisa em proveito próprio ou de terceiro, não há que se falar na configuração do delito e tampouco em violação ao Art. 312, do Código Penal. 2. Recurso a que se nega provimento.(TJ-AC 00088965020088010001 AC 0008896-50.2008.8.01.0001, Relator: Francisco Djalma, Data de Julgamento: 13/11/2014, Câmara Criminal, Data de Publicação: 20/11/2014)
17.Portando analisando o acima exposto é concluso que não houve
dolo do denunciado, tendo o mesmo cumprido com retidão suas funções quando estava ocupando o cargo de tesoureiro do conselho escolar mencionado na denuncia
18.Assim, é imperiosa a absolvição do acusado mencionando a
causa na parte dispositiva, desde que reconheça estar provado que o réu não concorreu para a infração penal.,
19..Ante o exposto, a sua absolvição é medida que se impõe. Dessa
forma, requer a defesa a absolvição do réu
VI-PEDIDO
01.Diante da explanação acima, entende a defesa que o denunciado
não pode ficar a mercê de tão dura reprimenda, como pretende o ilustre RMPE, requerendo a analise de todas as preliminares elencadas nesta denuncia e se não for este o entendimento de Vossa Exa, que no mérito do acusado seja absolvido por insuficiência de provas