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AVALIAÇÃO BIMESTRAL (4º BIMESTRE)

COMPONENTE CURRICULAR: PROFESSOR/A:



LITERATURA Lucas Sampaio
Ano

ENSINO MÉDIO
ALUNO/A: Nº

Atenção: DATA:
# q u erm u d a rv em p ra cá 1- Leia atentamente as questõ es; 2- As questõ es devem ter respostas apenas com _____/______/2022
caneta azul ou preta;3- Questõ es objetivas rasuradas serã o desconsideradas;4- Nã o NOTA:
será permitido consulta ou comunicaçã o durante a aplicaçã o da prova;5- É vedado
o uso de equipamentos eletrô nicos na sala de aula durante a prova.

Nã o há trabalho nem gênero de vida no mundo formas de discriminaçã o racial, sendo estas,
mais parecido à cruz e à paixã o de Cristo, que o assim, pouco significativas.
vosso em um destes engenhos [...]. A paixã o de
Cristo parte foi de noite. sem dormir, parte foi “Quando jovem, Antô nio Vieira acreditava nas
de dia sem descansar, e tals sã o as vossas palavras, especialmente nas que eram ditas
noites e os vossos dias. Cristo em tudo com fé. No entanto, todas as palavras que ele
maltratado, e vó s maltratados em tudo. Os dissera, nos pú lpitos, na salas de aula, nas
ferros, as prisõ es, os açoites, as chagas, os reuniõ es, nas catequeses, nos corredores, nos
nomes afrontosos, de tudo isto se compõ e a ouvidos dos reis, clérigos, inquisidores, duques,
vossa imitaçã o, que, se for acompanhada de marqueses, ouvidores, governadores,
paciência, também terá merecimento e ministros, presidentes, rainhas, príncipes,
martíria[...]. De todos os mistérios da vida, indígenas, desses milhõ es de palavras ditas
morte e ressueiçã o de Cristo, os que pertencem com esforço de pensamento, poucas – ou
por condiçã o aos pretos, e como por herança, nenhuma delas – havia surtido efeito. O mundo
sã o as mias dolorosas. continuava exatamente o de sempre. O homem,
P. Antônio Vieira, Sermão décimo quarto, In: igual a si mesmo.”
I, Inácio & T. Lucca (orgs.). Documentos do Ana Miranda, BOCA DO INFERNO.
Brasil colonial. São Paulo: África, 1993, p 2. Essa passagem do texto faz referência a um
73-75. traço da linguagem barroca presente na obra
1. A partir da leitura do texto acima, escrito de Vieira; trata-se do:
pelo padre jesuíta Antô nio Vieira em 1633, a) gongorismo, caracterizado pelo jogo de
pode-se afirmar, corretamente, que, nas terras idéias.
portuguesas da América b) cultismo, caracterizado pela exploraçã o da
a) A Igreja Cató lica defendia os escravos sonoridade das palavras.
dos excessos cometidos pelos seus senhores e c) cultismo, caracterizado pelo conflito entre fé
os incitava a se revoltar. e razã o.
b) As formas de escravidã o nos engenhos d) conceptismo, caracterizado pelo vocabulá rio
eram mais brandas do que em outros setores preciosista e pela exploraçã o de aliteraçõ es.
econô micos, pois ali vigorava uma ética e) conceptismo, caracterizado pela exploraçã o
religiosa inspirada na Bíblia. das relaçõ es ló gicas, da argumentaçã o.
c) A Igreja Cató lica apoiava, com a maioria
de seus membros, a escravidã o dos africanos, 3. Assinale a alternativa incorreta:
tratando, portanto, de justificá -la com base na a) Na obra de José de Anchieta, encontram-se
Bíblia. poesias que seguem a tradiçã o medieval e
d) Clérigos, como P. Vieira, se mostravam textos para teatro com clara intençã o
indecisos quanto à s atitudes que deveriam catequista.
tomar em relaçã o à escravidã o negra, pois a b) A literatura informativa do Quinhentismo
pró pria igreja se mantinha neutra na questã o. brasileiro empenha-se em fazer um
e) Havia formas de discriminaçã o religiosa levantamento da terra, daí ser
que se sobrepunham à s formas de predominantemente descritiva.
discriminaçã o religiosa que se sobrepunham à s

Transformando a Educaçã o. Inovando com Tradiçã o


c) A literatura seiscentista reflete um igreja cató lica contra reformista, especialmente
dualismo:o ser humano dividido entre a por dizer que a existência do inferno era
matéria e o espírito, o pecado e o perdã o. incerta.
d) O Barroco apresenta estados de alma d) Nota-se bem a influência da doutrina contra
expressos através de antíteses, paradoxos, reformista, na visã o ameaçadora e terrível que
interrogaçõ es. o texto apresenta a propó sito da vida eterna. A
e) O conceptismo caracteriza-se pela linguagem autoridade da filosofia grega é invocada,
rebuscada, culta, extravagante, enquanto o embora declarando sua inferioridade perante o
cultismo é marcado pelo jogo de ideias, pensamento cristã o.
seguindo um raciocínio ló gico, racionalista. e) A imaginaçã o serve de apoio à demonstraçã o
de ideias, dispostas racionalmente e
4. Leia o trecho do famoso do Sermã o da valorizadas por um estilo que sabe valer-se das
Quarta Feira de Cinza (1670) e assinale a figuras de construçã o, como a aná fora, de
alternativa incorreta a seu propó sito. pensamento, como a antítese, e tropos, como a
metá fora, para, com eloquência, melhor
"A morte tem duas portas. Uma porta de vidro, persuadir. Essas marcas permitem enquadrar o
por onde se sai da vida; outra porta de fragmento acima no estilo conceptista Barroco.
diamante, por onde se entra à eternidade. Entre 5. Jesuíta, ardoroso defensor da liberdade do
estas duas portas se acha subitamente um homem, lutou contra a escravizaçã o do índio e
homem no instante da morte, sem poder tornar a desumanidade com que eram tratados os
atrá s, nem parar, nem fugir, nem dilatar, senã o escravos. Considerado, pela crítica literá ria, o
entrar para onde nã o sabe, e para sempre. Oh maior exemplo de conceptismo em Língua
que transe tã o apertado! oh que passo tã o Portuguesa. Sendo famoso por seus Sermõ es.
estreito! oh que momento tã o terrível! Trata-se de:
Aristó teles disse que entre todas as coisas a) Padre José de Anchieta
terríveis, a mais terrível é a morte. Disse bem; b) Gregó rio de matos
mas nã o entendeu o que disse. Nã o é terrível a c) Padre Antô nio Vieira
morte pela vida que acaba, senã o pela d) Padre Eusébio de Matos
eternidade que começa. Nã o é terrível a porta e) Bento Teixeira
por onde se sai; a terrível é a porta por onde se
entra. Se olhais para cima: uma escada que 6. Leia o poema e assinale o movimento
chega ao céu; se olhais para baixo: um literá rio ao qual ele pertence, bem como o seu
precipício que vai parar no inferno. E isto autor:
incerto". CARPE DIEM
Que havemos d'esperar, Marília bela?
a) Passagem famosa do Sermã o da Quarta Feira Que vã o passando os florescentes dias?
de Cinza, celebrado em Roma, em 1670. O tema As gló rias que vêm tarde, já vêm frias;
canô nico desse sermã o encontra-se no livro e pode enfim mudar-se a nossa estrela.
bíblico do Gênese, 3, 13, nas palavras de Deus a Ah! nã o, minha Marília,
Adã o: "Memento, homo, quia pulvis es et in aproveite o tempo, antes que faça
pulverem reverteris" ("Lembra-te, homem, de o estrago de roubar ao corpo as forças
que és pó e ao pó voltará s"), que constitui seu e ao semblante a graça!
conceito predicá vel. a) Romantismo, de autoria de Gonçalves Dias.
b) As metá foras das portas estabelecem uma b) Arcadismo, de autoria de Machado de Assis.
relaçã o antitética: a imagem do vidro desperta c) Arcadismo, de autoria de Tomá s Antô nio
a noçã o de efemeridade das coisas da vida, que Gonzaga.
regressa ao pó de onde veio, uma vez que o d) Simbolismo, de Alphonsus de Guimaraens.
vidro é feito de areia; a imagem do diamante se e) Romantismo, de autoria de Á lvares de
associa a noçã o de perenidade, significando o Azevedo.
início da vida eterna.
c) A doutrina expressa por Vieira nessa 7. O Arcadismo é um estilo de época que pode
passagem, por ser fundamentada em ser definido, segundo o que determina a
Aristó teles, contrariava a visã o canô nica da seguinte afirmaçã o:
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a) Nesse período o homem é regido pelas leis d) Circulaçã o de manuscritos anô nimos de teor
físico-químicas, pela hereditariedade e pelo satírico e conteú do político.
meio social. e) Penetraçã o de tendência mística e religiosa,
b) A poesia dessa época dá ênfase ao poder de vinculada à expressã o de ter ou nã o fé.
vidência do artista.
c) Destaca-se nessa fase certo gosto pelo
equilíbrio, pela simplicidade e pela harmonia, a
partir dos modelos clá ssicos antigos.
d) Há nessa Escola literá ria uma tendência à
valorizaçã o do humor, com vistas a afugentar
as circunstâ ncias desagradá veis da vida.
e) Enfatiza-se na criaçã o poética, desse
momento, a utilizaçã o do valor sugestivo da
mú sica.

8. Os autores á rcades brasileiros apresentam


uma obra divorciada das necessidades
brasileiras, na segunda metade do século XVIII.
Como processo de defesa à liderança do
pú blico, tais letrados criam:
a) poemas de profundo subjetivismo;
b) os contos regionais de mineraçã o;
c) a dialética;
d) as academias;
e) a literatura româ ntica.

9. "Voltaram à baila os deuses esquecidos, as


ninfas esquivas, as ná iades, as oréades e os
pastores enamorados, as pastoras insensíveis e
os rebanhos numerosos das bucó licas de
Teó crito e Virgílio."
(Ronald de Carvalho, PEQUENA HISTÓRIA
DE LITERATURA BRASILEIRA)
O trecho acima refere-se ao seguinte
movimento literá rio:
a) Romantismo.
b) Barroco.
c) Arcadismo.
d) Parnasianismo.
e) Naturalismo.

10. Aponte a alternativa cujo conteú do nã o se


aplica ao Arcadismo.
a) Desenvolvimento do gênero épico,
registrando o início da corrente indianista na
poesia brasileira.
b) Presença da mitologia grega na poesia de
alguns poetas desse período.
c) Propagaçã o do gênero lírico em que os
poetas assumem a postura de pastores e
transformam a realidade num quadro
idealizado.

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