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I. Introdução
poder praticar os actos inerentes à sua função (ou funções) mas também
de interferir nos actos de outros órgãos.
O que é importante relevar neste domínio das finanças federais é que
em todos ou quase todos os Estados federais o órgão ou órgãos que são
a(s) autoridade(s) orçamentais são os Parlamentos (cabendo-lhes as
funções de aprovação/autorização e de controlo).
A referência à matéria das finanças federais não significa que o
Estado federal se distinga, neste domínio, do Estado unitário, para além
do que o exige a sua natureza composta ou complexa, o que já não é pouco.
As questões que se põem são, como já acentuámos, pois, funda
mentalmente as seguintes:
Seja como for, podemos já avançar que todas estas questões se põem
a par e passo, são indissociáveis das questões fundamentais que já
evidenciámos, ou seja, da repartição de atribuições e de competência
União/Estados federados e da separação de poderes nos órgãos da União
e dos Estados federados.
Com efeito, a matéria financeira é instrumental e vital para
prossecução daquelas atribuições e para o exercício da competência. São
instrumentos ao serviços da concretização de políticas: social, de saúde,
agrícola, etc..
E útil mencionar este ponto por, na verdade, o Estado federal se
caracterizar por dispor de um sistema financeiro, um ordenamento
jurídico-financeiro integrado, ao contrário do que acontece com outras
associações de Estados, v.g. confederações e a generalidade das
organizações internacionais.
Todos os Estados federais dispõem, ao nível da União, de orçamento
federal, com receitas próprias (para fazer face às despesas respectivas),
de uma autoridade federal orçamental própria (Parlamento), de
Administração financeira federal e de um órgão federal de controlo
financeiro externo e independente próprio (Tribunal de Contas ou
instituição congénere), tudo inserido num ordenamentojurídico-financeiro
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