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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO SANTA RITA

ANO LETIVO DE 2022

Área do conhecimento: Linguagens


( X ) Ensino Fundamental ( ) Ensino médio
Professor (a): Maicon Barbosa
Ano: 9 ano Turma: Bimestre:
Aluno(a):

ARTE, POLÍTICA E SOCIEDADE

Cena do espetáculo Tempo suspenso, da Cia. Artesãos do Corpo (2016).

Cena do espetáculo Baque, da Cia. De Danças de Diadema (2001).

Observe as imagens e responda:

1 – O que cada uma das imagens mostra?


2 – Há algo em comum entre as duas?
3 – Quais situações você diria que estão sendo representadas em cada uma delas?
4 – Quais elementos presentes nas imagens lhe fazem pensar em uma situação ou outra?
5 – Para você, quais sentimentos as imagens evocam? Por quê?
6 – Você relaciona as imagens a situações da realidade atual? Quais e por quê?

DANÇA E REALIDADE

Os artistas podem ter muitas motivações para realizar seus trabalhos. Para alguns, a arte é uma
expressão profundamente pessoal e subjetiva. Em certas épocas e culturas, as manifestações artísticas
podem  também estar ligadas a um pensamento dominante sobre o que é ou não considerado arte, e o que
o artista pensa ou sente é pouco visível em suas obras, porque elas são a expressão da visão do mundo de
determinado grupo social. Para outros artistas, porém, em diferentes épocas e culturas, a arte é
manifestação do que pensam  e veem no mundo, uma forma de assumir uma posição crítica frente à
realidade social e política que os cerca. Eles relacionam sua arte a estas situações de diferentes maneiras,
algumas vezes para lançar luzes sobre o assunto, outras procurando transformar a realidade de forma mais
direta.

MOVIMENTO: DANÇA E MIGRAÇÃO

A preocupação em abordar temas da realidade, do ser humano e suas relações em sociedade, seus
problemas e conflitos, pode ser encontrada na arte em vários períodos, mas são mais presentes em épocas
e culturas em que a arte é concebida como parte da sociedade, e não algo fora ou distante dela. Na dança,
por exemplo, por muito tempo prevaleceu um ideal ligado a temas mais etéricos, ou seja, relacionados ao
sublime, ao celeste e ao delicado. Aos poucos, os artistas adquiriram liberdade expressiva e passaram a
relacionar a dança a temáticas cotidianas, próximas à vida das pessoas. Nesse sentido, alguns artistas e
obras passam a lidar com temas sociais, abordando questões de cunho político, fazendo da dança também
um campo de reflexão sobre as relações humanas.
  

Cena do espetáculo Baque, da Companhia de Danças de Diadema (2001).

Observe a imagem e responda:

7 – Como você percebe os elementos presentes na imagem?


8 – Você a associa a situações cotidianas? Quais?
9 – Compare a segunda imagem desta aula, em que o homem bebe água em uma bacia, com esta. Você vê
alguma relação entre as duas?

O espetáculo mostrado nessas imagens chama-se Baque, de 2001, e é da Companhia de Danças


de Diadema, região metropolitana de São Paulo. O grupo é subsidiado pela prefeitura da cidade de
Diadema, tem 22 anos e 26 obras em seu repertoria. Essas obras são de diversos coreógrafos de diferentes
lugares do Brasil. O coreógrafo de Baque se chama Mário Nascimento e, apesar de ser de São Paulo, tem
a própria companhia em Minas Gerais, a Cia. Mário Nascimento.
Baque faz um estudo coreográfico acerca do que seria o instante da vida de um migrante no seu
novo lugar, um homem que, em função da fome e da sede, se muda para um grande centro urbano do
Brasil. As bacias de alumínio são utensílios comuns em regiões do Nordeste do país e fazem referência
direta às migrações de pessoas do Nordeste provocadas pela seca, muito comuns especialmente no século
20, fazendo com que metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro recebessem um contingente enorme de
migrantes, os chamados retirantes. Baque retrata o choque de processo de adaptação do migrante, da
assimilação dos novos costumes em conflito com os hábitos trazidos de seu local de origem, que
dificilmente chega a abandonar completamente. Essa mistura de experiencias gera a formação de uma
nova maneira de existir para o migrante e dá às metrópoles características peculiares, a partir dessas
fusões culturais. Essa temática é o ponto de partida da criação do espetáculo: a do baque que sente uma
pessoa ao se deslocar de seu lugar de origem para um lugar desconhecido e diferente. Para abordar essas
diferenças, as escolhas coreográficas do espetáculo variam em sua dinâmica, passando por momentos de
grande brutalidade a outros de muita fragilidade.

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