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_____________________ Curso de Técnicas Laboratoriais – Instrumentos e Materiais de Laboratório

INSTRUMENTOS E
MATERIAIS DE
LABORATÓRIO

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_____________________ Curso de Técnicas Laboratoriais – Instrumentos e Materiais de Laboratório

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA


CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
LABORATÓRIO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

INSTRUMENTOS E MATERIAIS DE
LABORATÓRIO
Organizadores

José Alves Barbosa


Coordenação Geral

Wellington Souto Ribeiro


Coordenador Editorial

Lucas Cavalcante da Costa


Coordenador de Editoração Eletrônica

Helder Horácio de Lucena


Eng. Agrônoma Gilmara Gurjão Carneiro
João Félix dos Santos Neto
Edmilson Igor Bernardo Almeida
Apoio Técnico

Areia – PB – 201

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Sumário

Capitulo 1
__________________________
Utensílios e materiais de laboratório
_______________________________________________
5
Capitulo 2
__________________________
Equipamentos elétricos e eletro-eletrônicos de laboratório
_______________________________________________ 26

Capitulo 3
__________________________
Manuseio e cuidado com os utensílios
_______________________________________________
33

Capitulo 4
__________________________
Pipetas
_______________________________________________ 50

Capitulo 5
__________________________
Capela de exaustão 56
_______________________________________________

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Capitulo 6
__________________________
Bico de Busen 61
_______________________________________________

_______________________
Bibliografia
_______________________________________________ 65

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CAPITULO 1
________________________
Utensílios e materiais de
Laboratório
________________________

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INTRODUÇÃO

O laboratório é uma sala ou espaço físico normalmente equipado com


diversos instrumentos de medição onde se realizam experiências, cálculos,
análises químicas ou biológicas e medições físicas. Em laboratórios de Química,
especificamente, chama-se material de laboratório os instrumentos e/ou
equipamentos utilizados pelos químicos para realizar experiências, efetuar
medições, estudar substâncias ou recolher dados. Existem materiais de variados
tipos, com isso faz-se necessário o estudo para utilizá-los corretamente, evitando
assim, prejuízos ou acidentes. O conteúdo abordado neste módulo será
basicamente para o conhecimento destes materiais com as suas respectivas
funções e modos de uso.

UTENSÍLIOS DE VIDRO

Antes de utilizar qualquer material de vidro verificar se o mesmo não está


quebrado ou se não possui trincas. Vidros quebrados podem causar cortes
profundos e frascos trincados, quando aquecidos, podem quebrar, com
conseqüências imprevisíveis. Todo o material de vidro quebrado deve ser
entregue ao responsável pelo laboratório, pois grande parte pode ser recuperada.
O procedimento mais comum recomendado para a limpeza de materiais de
vidro é o de lavar o objeto cuidadosamente com uma escova e detergente,
enxaguar com água da torneira' e, finalmente, enxaguar com água destilada.
Após a lavagem deixe a água escorrer colocando o objeto com a boca
voltada para baixo ou seque-o em uma estufa. Quando for necessária a utilização
imediata do material, enxágüe-o de duas a três vezes com pequenas porções da
solução a ser utilizada. Se uma limpeza mais cuidadosa for necessária, pode ser
empregada uma solução de sulfocrômica, seguida de lavagem com água destilada.
Cuidado ao empregar soluções de limpeza que contenham ácidos ou álcalis, pois

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os respingos podem destruir suas roupas bem como causar queimaduras sérias.
Não as utilize sem a supervisão do responsável pelo laboratório.
Os materiais de vidro de uso mais comuns no laboratório, cujas
denominações e principais usos são descritos a seguir:

Tubo de ensaio: utilizado para realizar reações químicas em pequena


escala;
Béquer: copo de vidro utilizado para preparar soluções e aquecer líquidos;
Erlenmeyer: usado para titulações e aquecimento de líquidos;
Kitassato: parte do conjunto usado para filtrações a vácuo;
Balão volumétrico: frasco calibrado de precisão utilizado para preparar e
diluir soluções;
Cilindro graduado (ou proveta): usado para medidas aproximadas de
volumes de líquidos;
Bureta: usada para medidas volumétricas precisas;
Pipeta volumétrica: usada para medir volumes fixos de líquidos;
Pipeta graduada: usada para medir volumes variáveis de líquidos;
Funil: usado para transferências de líquidos e para filtrações. O funil com
colo longo e estrias é chamado de funil analítico;
Balão de fundo chato: usado para aquecimento e armazenamento de
líquidos;
Balão de fundo redondo: usado para aquecimento de líquidos e para
realizar reações que envolvam desprendimento de gases;
Balão de destilação: possui saída lateral e é usado para destilações;
Funil de decantação: usado para a separação de líquidos imiscíveis;
Vidro de relógio: usado para cobrir béqueres durante evaporações,
pesagens, etc.;

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Placa de petri: usada para cobrir cristalizadores, para o desenvolvimento de


culturas, e inúmeros outros fins;
Cuba de vidro: utilizado para conter misturas refrigerantes e finalidades
diversas;
Bastão de vidro: usado na agitação e transferência de líquidos;
Pesa-filtro: recipiente usado para a pesagem de sólidos;
Condensadores: utilizados na condensação de vapores em processos de
destilação ou de aquecimento sob refluxo;
Picnômetro: utilizado na determinação da densidade de líquidos;
Aparelho de Kipp: utilizado na produção de gases, tais como, H2S e CO2;
Dissecador: utilizado no armazenamento de substâncias sob pressão
reduzida ou em atmosfera com baixo teor de umidade.
Observação: não secar, na estufa, vidraria graduada ou volumétrica, pois o
aquecimento e posterior resfriamento deformará o vidro, comprometendo as
medidas subseqüentes.

UTENSÍLIOS DE PORCELANA

Os utensílios mais comuns feitos de porcelana, cujos empregossão


descritos a seguir:

Cadinho: usado em calcinações de substâncias;


Triângulo de porcelana: usado para sustentar cadinhos de porcelana em
aquecimentos diretos no bico de Bunsen;
Almofariz e pistilo: usados para triturar e pulverizar substâncias sólidas;
Cápsula: usada na evaporação de líquidos;
Funil de Büchner: usado em conjunto com um kitassato para filtrações a
vácuo.

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UTENSILIOS METÁLICOS

Vários utensílios usados em um laboratório de Química são metálicos.


Alguns deles são descritos a seguir:

Suporte universal, mufa e garra: usados na sustentação de peças para as


mais diferentes finalidades.
A garra metálica pode ser especifica para determinadas peças. Por
exemplo, garra para buretas (garra dupla). Garra para destiladores (formato
arredondado) e anel para funil;
Pinças de Mohr e de Hofmann: usadas para impedir ou reduzir o fluxo de
líquidos ou gases através de mangueiras;
Pinça Metálica: usada para segurar objetos aquecidos;
Tripé: usado como suporte de telas de amianto e de triângulos em
processos de aquecimento com bico de Bunsen;
Espátula: similar a de porcelana e é de uso mais comum, devido ao preço e
a grande variedade de formatos, contudo, tem limitações quanto ao ataque
por substâncias corrosivas.

OUTROS MATERIAIS

Além dos materiais já descritos, existem alguns outros materiais que são
descritos a seguir:

Tela de amianto: usada para produzir uma distribuição uniforme de calor


durante o aquecimento com um bico de gás. Trata-se de uma tela metálica
com a região central coberta de amianto;

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Pinça de madeira: usada para segurar tubos de ensaio;


Pipetador ou pêra: é para ser acoplado em pipetas, auxiliando na técnica de
pipetar líquidos;
Pisseta: usualmente feita de plástico. Pode conter água destilada, álcool ou
outros solventes, sendo principalmente usada em lavagens e remoção de
precipitados.
Trompa de água: acoplada a uma torneira, serve para aspirar o ar e reduzir
a pressão no interior de um frasco (na figura correspondente está
representada uma rompa feita de vidro).

INSTRUMENTOS E MATERIAIS DE LABORATÓRIO

Agarradores: Utilizados para segurar buretas, balões, erlenmeyers,


condensadores e funis nos suportes.

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Argola: Suporte para funil de separação, funil simples, tela de amianto e frascos
que são coletados sobre a tela de amianto quando aquecidos.

Balão de fundo chato: Empregado para aquecimento ou armazenamento de


líquidos ou solução.

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Bastão de vidro: É um bastão de vidro maciço utilizado para agitações e para


auxiliar na transferência de líquidos de um recipiente para outro (direcionador de
fluxo).

Béquer (becker): Recipiente de vidro utilizado para aquecer substâncias, recolher


filtrados, fazer decantações, misturar reagentes, preparar soluções e realizar
reações.

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Bico de Bunsen: Bico de gás especialmente construído para usos em laboratórios.


Utilizado para aquecimento até temperaturas de 800ºC. Além deste, utilizam-se
outros métodos de aquecimento em laboratório: banho-maria e banho de óleo.

Bureta: Serve para dar escoamento a volumes variáveis de líquidos. Não deve ser
aquecida. É constituída de tubo de vidro uniformemente calibrado, graduado em
décimos de mililitro. Na parte inferior possui uma torneira. É utilizada para
titulações.

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Cadinho de porcelana: Pequeno recipiente de porcelana que resiste a altas


temperaturas (>1000ºC). Utilizado em calcinações, eliminação de substâncias
orgânicas, secagens, aquecimentos e fusões.

Dessecador: Recipiente de vidro ou porcelana, inteiramente fechado e vedado,


que contém em sua parte inferior uma substância capaz de absorver água. É usado
para conservação de sólidos ou mesmo líquidos, no estado seco, para preservá-los
da umidade. Também é usado para resfriamento de substâncias em atmosfera
contendo baixo teor de umidade.

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Erlenmeyer: Recipiente de vidro utilizado para aquecer e cristalizar substâncias,


especialmente quando estas precisarem ser agitadas. É utilizado também em
titulações e para recolher filtrados. Além dessas aplicações é amplamente
utilizado em microbiologia, para o crescimento de microrganismos e para o
preparo de meios de cultura

Espátula: Utilizada para retirar reagentes sólidos de frascos. Pode ser de


porcelana, plástico ou meta

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Estantes para tubos de vidro: Suporte de madeira ou metal, de vários tamanhos,


para tubos de ensaios.

Frasco lavador (pisseta): Frasco de plástico com tampa. São utilizados para
lavagem de precipitados, cristais, gases, etc. Pode conter água destilada, água
acidificada, etanol, acetona, hidróxido de sódio.

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Funil de separação: Recipiente de vidro, em forma de pêra, que possui uma


torneira e tampa esmerilhada. Utilizado para fazer extrações por meio de
solventes e para a separação em líquidos imiscíveis

Gral de porcelana ou vidro: Empregado para pulverizações de substâncias


sólidas.

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Kitassato: Usado em conjunto com o funil de Büchner na filtração a vácuo.

Lâminas: São vidros retangulares, em geral, no formato de 76 x 26, brancos,


transparentes e com espessura não superior a 1,5 mm. Obs: Lâminas e lamínulas
nuca se seguram na face do vidro, mas sempre apenas pelas bordas.

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Lamínulas: São vidros quadradas (18 x 18) ou retangulares (24 x50), com
espessura entre 0,1-0,2 mm. Servem juntamente com as lâminas para a inclusão
temporária ou permanente do objeto.

Papel filtro: Papel poroso, que retém partículas sólidas, deixando passar apenas a
fase líquida. Quando o líquido é corrosivo se substitui o papel por lã de vidro ou
amianto. Depois de colocado no funil o papel filtro deve ser umedecido, de forma
que fique retido junto à parede.

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Pêra: Usada para pipetar soluções.

Pipeta graduada: Consiste de um tubo de vidro estreito geralmente graduado em


0,1 ml. É usada para medir pequenos volumes variáveis de líquidos. Encontra
pouca aplicação sempre que se deseja medir volumes líquidos com maior
precisão. Não deve ser aquecida.

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Pipeta volumétrica: É constituída por um tubo de vidro com um bulbo na parte


central. O traço de referência é gravado na parte do tubo acima do bulbo. É usada
para medir volumes únicos de líquidos com elevada precisão. Não deve ser
aquecida.

Placa de Petri: Recipiente de vidro que pode se apresentar em vários tamanhos,


sua utilidade é muito variada. Tem grande emprego nas culturas de bactérias,
culturas de fungos, protozoários, etc.

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Provetas: Recipiente de vidro, de capacidade variável geralmente indicada em


mL. Utilizada para medir volumes de líquidos, para preparar soluções de
concentração aproximada ou não conhecida.

Suporte universal: Suporte de ferro utilizado como meio de prender argolas e


agarradores.

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Termômetro: Usado para medir a temperatura durante o aquecimento em


operações como: destilação simples, fracionada, etc.

Tripé e tela de amianto: O tripé é o suporte para a tela de amianto. A tela tem a
propriedade de distribuir o calor, evitando que os frascos quebrem quando
aquecido no fogo.

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Tubo de ensaio: Tubos de vidro, cilíndricos, com tamanhos variados, usados em


vários experimentos. Nele, efetuam-se reações simples. Podem sofre variações de
temperatura.

Vidro de relógio: Peça de vidro de forma côncava. É usado para cobrir béqueres,
em evaporações, pesagens de diversos fins. Não pode ser aquecido diretamente na
chama do bico de Bunsen.

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CAPITULO 2
________________________
Equipamentos elétricos e
eletro-eletrônicos de laboratório
________________________

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Balança analítica: Instrumento usado para determinação de massas de reagentes.


As balanças analíticas possuem precisão de 0,0001 g.

Balança de precisão: Instrumento usado para determinação de massas. As


balanças de precisão possuem precisão de 0,01 g.

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Mufla: Utilizada para prender, nos suportes universais, os agarradores que não as
contenham em seus cabos.

pH – metro ou medidor de pH: consiste em um potenciômetro (medidor de


diferença de potencial) um eletrodo e um sensor de compensação de temperatura.

pHmetro de bancada
É indicado para trabalhos que requerem controle ou monitoramento do pH,
mV e temperatura. Tem ainda como diferencial a indicação e compensação
automática de temperatura.

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pHmetro de bolso
Substitui o papel pH e possui compensação automática de temperatura.

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Refratômetro: Refratômetro tipo BRIX, utilizado na medição de concentração de


açúcar em alimentos em geral.

Chapa elétrica: Utilizada para aquecimento de amostras.

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Capela de exaustão: é um gabinete ventilado, que está dentro de um ambiente


laboratorial cuja ventilação também deve estar corretamente projetada, para que o
sistema leve para fora do edifício os efluentes indesejáveis.

Destilador: Destilador de água é um equipamento que purifica água por


destilação, retirando da água elementos microbiológicos e físico-químicos
tornando-a pura. Funciona fervendo a água, cujo vapor sobe pela serpentina de
condensação, após ser resfriado pelo ventilador de ar a água condensa em gotas
de pura água destilada.

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Espectrofotômetro: Os espectrofotômetros são instrumentos de análise que


permitem:

Selecionar o comprimento de onda (lâmbda) da radiação adequado à


análise de um determinado componente
Medir a intensidade I do feixe emergente que corresponde a um
determinado feixe incidente Io, convertendo o sinal recebido no detector
em medida de Absorvância para o comprimento de onda da análise.
Determinar a concentração de uma espécie em solução a partir do gráfico
da variação de absorvância (ou transmitância) em função da concentração
de várias soluções-padrão.

A precisão dos comprimentos de onda para análise são chamados de bandas de


passagem, mais comum na ordem de 10nm. O espectro da análise mais comum é
de 360nm à 1000nm para a faixa visível.

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CAPITULO 3
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Manuseio e cuidado com os
utensílios
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MANUSEIO DE SÓLIDOS

Para retirar um sólido, na forma de pó ou grânulos, de um frasco é utilizada


uma espátula cuidadosamente limpa, para evitar contaminações. Se o frasco tiver
uma boca estreita, impossibilitando a introdução de uma espátula, deve ser feita
em primeiro lugar, uma transferência do sólido para um pedaço de papel ou para
um recipiente de vidro. Após o uso, feche bem o frasco para evitar a
contaminação do reagente através da entrada de poeira ou do aumento da
umidade.
Após o uso, feche bem o frasco para evitar a contaminação do reagente
através da entrada de poeira ou do aumento da umidade.

MANUSEIO DE LÍQUIDOS

Quando retirar líquidos de um frasco, algumas precauções devem ser


tomadas:
Ao transferir um líquido, evite que o mesmo escorra externamente, danificando o
rótulo de identificação, impedindo assim, a leitura do nome da substância;

Antes de derramar um líquido, incline-o frasco de modo a molhar o


gargalo, o que evitará que o líquido escoe bruscamente.
Ao verter líquido sem um recipiente utilize um funil ou um bastão de vidro
pelo qual o liquido escorrerá;
Em nenhuma circunstância coloque bastões de vidro, pipetas ou quaisquer
outros materiais dentro de frascos de reagentes. Para pipetar, transfira uma
porção do líquido para um frasco limpo e seco, e a partir deste efetue a
operação;

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Não retome líquido não utilizado ao frasco de reagente. Retire o mínimo


necessário e o excesso coloque em um frasco separado para futuros usos ou
para ser recuperado;
Não coloque líquidos aquecidos dentro de frascos volumétricos, pois o
processo de expansão / contração, devido ao aquecimento seguido de
resfriamento, altera a calibração desses frascos.

AQUECIMENTO DE SUBSTÂNCIAS

Os utensílios mais comuns utilizados no aquecimento de substâncias são:


bico de Bunsen, chapa aquecedora e manta aquecedora. Alguns cuidados gerais
devem ser observados quando da realização de aquecimento de substâncias:

Não utilize uma chama para aquecer substâncias inflamáveis; Não aqueça
substâncias em frascos volumétricos;
Não aqueça substâncias em recipientes totalmente fechados;
Iniciar sempre o aquecimento de forma branda, intensificando-o depois de
alguns segundos;
Ao aquecer líquidos em tubos de ensaio, não aqueça o fundo do tubo
Posicione a chama na altura do nível do líquido. Use uma pinça de madeira
para segurar o tubo.
Não volte a boca do tubo de ensaio em sua direção ou na direção de seus
companheiros;
Terminado o uso do gás, verifique se todos os registros estão devidamente
fechados, evitando assim o perigo de escape.

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MANUSEIO DE TUBOS DE VIDRO

O trabalho com vidro exige muito cuidado, pois envolve o perigo de cortes
e queimaduras (ver o Módulo I).

Inserção de tubos de vidro em rolhas,


Nesta operação verifique se:

As bordas do tubo de vidro não contêm regiões cortantes;


O orifício na rolha tem um diâmetro condizente com o diâmetro do tubo.
Em seguida, observar as seguintes etapas de procedimento:
Aplicar uma pequena quantidade de lubrificante à superfície (glicerina ou
água);
Proteja as mãos com um tecido grosso;
Segure o tubo de vidro bem próximo à rolha;
Aplique uma leve pressão combinada com movimentos de rotação.

CUIDADOS A TER COM O MATERIAL

Evitar a contaminação e proceder à lavagem;


Manusear adequadamente todo o material de laboratório;
Evitar a contaminação (e.g. contacto com a bancada) ou perdas de material
(de substâncias expostas durante a sua utilização).
Não empregue vidraria trincada.
Arredonde no fogo as bordas dos tubos que estiverem cortantes.

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Ao introduzir tubo de vidro ou termômetro em rolhas, umedeça-os


convencionalmente e enrole a peça de vidro numa toalha para proteger as
mãos.
Coloque peças quentes de vidro em local apropriado.
Para sustentar uma peça de vidro por meio de uma garra metálica,
envolva com pedaço de borracha ou pano.
Fale somente o necessário.
Proíba o uso de rádio/TV no laboratório.

A ESCOLHA DO MATERIAL EM CONFORMIDADE COM O OBJETIVO

A seleção do material a utilizar deverá ser levada a cabo tendo em conta:

Os respectivos tipos: grosseiro (copos, erlenmeyers, provetas), semi-


analítico (pipetas graduadas, balança de bancada, termómetro...) e analítico
(balão diluição, pipeta volumétrica, bureta, balança analítica...);
As classes de material volumétrico analítico: tipos A, B, C (classe A é a
mais rigorosa);
A temperatura de calibração (20 ºC) e tempo de escoamento das pipetas
volumétricas (~15 s);
A sua função;
O procedimento adequado.

Exemplos de erros:
- Aquecer um balão de diluição, pesar num balão de diluição, titular num copo ou
proveta, etc.

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Procedimento corretos:
- Pesar num copo (vidro de relógio ou caixa de alumínio), dissolver o quente num
copo, titular num erlenmeyer, medir volumes aproximados numa proveta, medir
volumes rigorosamente em buretas, preparar soluções em balões de diluição,
colher amostras com pipetas volumétricas, efetuar diluições com material
analítico.

SECAGEM E ESTERELIZAÇÃO

Evitar mudanças bruscas de temperatura e aquecimentos heterogêneos. Os


funis de placa porosa, os filtros de passagem e outros aparelhos de vidro
sinterizado, com discos de diâmetro superior a 50mm, quando tenham de ser
secos ou esterilizados devem ser colocados em estufas frias. A velocidade de
aquecimento não deverá ser superior a 2°C/min. Só assim se pode evitar que,
devido a diferenças demasiadamente grandes de temperatura entre o disco
filtrante e o recipiente que o contém, surjam tensões internas que possam
provocar a quebra do aparelho de filtração.
Na estufa ou no esterilizador, os aparelhos de filtração devem ser
colocados, quando possível, assentando pela sua borda superior, isto é, com o pé
para cima; uma base perfurada e vantajosa, pois permite a convecção do ar entre
o interior do recipiente e a estufa. Se não se puder evitar uma posição inclinada
dos aparelhos de filtração nas estufa (filtros de passagem) qualquer ponto de
apoio junto da linha de junção do disco deve ser protegido contra um
aquecimento prematuro, colocando pôr baixo pôr exemplo um anteparo.
Se nenhum precipitado penetrou nos poros, basta em muitos casos
enxaguar a superfície a torneira ou com o esguicho. A superfície do disco poroso
pode ser limpa com um esfregão de borracha.

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LIMPEZA MECÂNICA

Os filtros de vidro devem ser limpos imediatamente após o uso. Se nenhum


precipitado penetrou nos poros, basta em muitos casos enxaguar a superfície a
torneira ou com o esguicho. A superfície do disco poroso pode ser limpa com um
pincel ou com um esfregão de borracha.
Se uma parte do precipitado atravessou os poros, então e necessária uma
lavagem a jato de água pôr retrocesso. Em aparelhos de filtração de porosidade de
0 a 2, pode realizar-se isso diretamente a torneira, ligando o tubo do funil de
placa porosa, pôr meio de um tubo de borracha, a torneira da canalização da água,
fazendo correr esta em sentido contrario ao da filtração através do disco de vidro
poroso. A pressão da água não pode, no entanto, ultrapassar uma atmosfera. Se a
porosidade for 3,4 ou 5, remove-se o precipitado do disco esfregando ou por meio
de jato de água e faz-se passar água sob pressão em sentido contrario ao da
filtração. Os filtros obstruídos por poeiras e sujidade durante a filtração de gases
podem ser limpos tratando-os com uma solução quente de um detergente, seguida
de um insuflamento de ar purificado feito a partir do lado limpo do filtro. Com a
espuma as partículas da sujidade aparecem à superfície a são removidos pôr
enxágüe.

LIMPEZA QUÍMICA

Se depois da limpeza mecânica ainda há poros obstruídos ou se quer ter a


certeza, antes de uma filtração, de que não ficaram resíduos no filtro, de uma
operação anterior, é necessária então uma limpeza química profunda. A escolha
do dissolvente a empregar depende naturalmente do tipo das impurezas. Assim
por exemplo:

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Ácido Sulfúrico concentrado e quente


Sulfato de bário
( 100 ºC )
Cloreto de prata Solução amoniacal quente
Ácido clorídrico quente e clorato de
Óxido de cobre
potássio.
Resíduo de mercúrio Acido nítrico concentrado e quente
Sulfureto de mercúrio Água regia quente
Solução amoniacal quente ou ácido
Albumina
clorídrico
Gordura, óleo Tetracloreto de carbono
Ácido Sulfúrico concentrado com
adição de ácido nítrico, de
Outras substancias
nitrato de sódio ou de dicromato de
potássio.
Aquecer com cautela a cerca de 200°C
a mistura de 5 volumes de ácido
Carvão animal
nítrico concentrado.

Naturalmente deve-se fazer depois uma lavagem com água abundante.


Em trabalhos de bioquímica deve-se evitar uma limpeza com dicromato
sulfúrico, pois os compostos de cromo (III) nele existentes e formados pôr
redução são absorvidos a superfície dos discos filtrantes. Devido a sua libertação,
num uso ulterior do filtro, as substâncias biológicas podem deteriorar-se
consideravelmente. Esse perigo não existe utilizando ácido sulfúrico com adição
de nitrato ou perclorato. Resultam apenas produtos de redução facilmente
solúveis, que se podem remover completamente pôr enxágüe ulterior.

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Como o ácido fosfórico concentrado quente e lixívia alcalina quente


atacam a superfície do vidro, esses compostos não são apropriados para a
respectiva limpeza. Mas se eles tiverem de ser filtrados, e inevitável um
alargamento do diâmetro dos poros e, portanto uma redução da duração dos
aparelhos de filtração.

LAVAGEM

1. Lave a vidraria imediatamente após o uso. Se uma lavagem completa não


for possível, coloque-a de molho em água. Caso isso não seja feito, a
remoção poderá tornar-se impossível.
2. A maioria dos materiais de vidro novos é levemente alcalina durante a
reação. Para experiências químicas de precisão, materiais de vidro novos
devem ser colocados de molho pôr algumas horas em solução ácida
(solução a 1% em ácido clorídrico ou nítrico) antes de serem lavados.
3. Os materiais de vidro contaminados com sangue coagulado (Tubos
sorológicos), meios de cultura (Placas de petri) etc., etc., e que devem ser
esterilizados antes da lavagem, podem ser mais bem processados no
laboratório, colocando-os em uma vasilha grande, com água e qual tenham
sido adicionados 1 a 2% de sabão ou detergente, deixando ferver pôr 30
minutos. Os materiais de vidro podem então ser enxaguados com água
corrente, esfregados com detergentes e enxaguados novamente.
4. Laboratórios maiores podem preferir autoclavar materiais de vidro ou
esterilizá-los em grandes estufas a vapor ou equipamentos similares. Se
uma virose ou colônia de microorganismos estiver presente, a
autoclavagem será absolutamente necessária.

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5. Se o material de vidro estiver indevidamente embaçado, sujo ou contiver


material orgânico coagulado, ele deve ser lavado em solução de limpeza
com ácido crômico (*). O dicromato deve ser manuseado com extrema
precaução pôr ser um agente corrosivo muito poderoso.
1. (*) Solução de limpeza com sulfocrômica: use dicromato de sódio ou
potássio em pó, comercial ou P.A. se o composto estiver na forma de
cristais, amassar com bastão até se tornar um pó bem fino. Coloque 20gr.
de pó em um griffin de 1 litro, adicione um pouco de água, suficiente para
formar uma pasta grossa. Lentamente, adicione 300 ml. de concentrado
comercial de ácido sulfúrico, agitando bem. Transfira o conteúdo para um
recipiente de vidro com tampa. Maiores quantidades podem ser feitas nas
mesmas proporções. Use a solução sobrenadante clara . A solução
sulfocrômica pode ser usada repetidamente até se tornar de cor esverdeada.
Dilua em grandes volumes de água antes de jogar fora ou neutralize a
solução diluindo-a com hidróxido de sódio. A solução sulfocrômica é
fortemente ácida e provoca queimaduras violentas na pele. Cuidado ao
manuseá-la.
6. Quando for necessário usar solução sulfocrômica, o produto a ser limpo
deve ser enxaguado com a solução ou preenchido com a mesma e deixá-lo
atuar. O tempo máximo que a solução deve permanecer depende da
extensão da contaminação. Produtos relativamente limpos necessitam de
apenas alguns minutos, enquanto que se houver resíduos sólidos, talvez
seja necessário deixar toda uma noite. Devido à intensa ação corrosiva da
solução sulfocrômica, é de boa prática colocar o frasco de solução em
bandeja de vidro, chumbo ou revestido com chumbo.

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_____________________ Curso de Técnicas Laboratoriais – Instrumentos e Materiais de Laboratório

7. Alguns tipos especiais de precipitado exigem remoção com acido nítrico,


água regia ou acido sulfúrico fumegante. Estas são substancias muito
corrosivas e devem ser usadas somente quando estritamente necessário.
8. Ao lavar o recipiente pode-se usar sabão detergente ou pó de limpeza (com
ou sem abrasivo). Detergentes comerciais para vidro podem ser os neutros
utilizados normalmente nas residências. A água deve estar quente. Para
recipientes excepcionalmente sujos, um pó de limpeza com uma leve ação
abrasiva dará resultados mais satisfatórios. O abrasivo não deve riscar o
vidro. Durante a lavagem, todas as partes do vidro devem ser esfregadas
com uma escova. Isto significa que um jogo completo de escovas deve
estar sempre a mão: escovas que sirvam em tubos de ensaio, buretas, funis,
frascos graduados, frascos e garrafas de varias formas e tamanhos. Escovas
elétricas são úteis quando um grande numero de utensílios devem ser
lavados. Não use escovas muito gastas para evitar que a parte metálica
risque o vidro. Vidros riscados são mais propensos a quebrar durante o uso.
Qualquer marca na superfície uniforme do vidro e um ponto de quebra em
potencial, especialmente nos casos de aquecimento do mesmo. Não permita
que ácidos entrem em contato com recipientes recém-lavados antes de
enxaguá-los muito bem e se certificar que o sabão (ou detergente) foi
completamente removido. Se isso acontecer, uma camada de graxa poderá
se formar.
9. A melhor maneira de remover gordura e ferver com uma solução fraca de
carbonato de sódio. Acetona ou outros solventes para gordura podem ser
utilizados. Soluções alcalinas fortes não devem ser usadas. Graxa de
silicone e mais facilmente removível de machos, conchas e de torneiras
pela ação do clorofórmio ou de solventes clorados. Ácido sulfúrico
fumegante, pôr 30 minutos, também pode ser usado. Lembre-se sempre

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que e muito importante remover toda e qualquer solução utilizada na


limpeza.

ENXAGÜAMENTO

1. A remoção de todo e qualquer resíduo de sabão, detergente e outros


materiais de limpeza faz-se absolutamente necessária antes da utilização
dos materiais de vidro. Isto é particularmente importante com detergentes,
pois leves traços dos mesmos interferirão com reações sorológicas e de
cultura.
2. Depois de lavar, enxágüe os materiais de vidro com água corrente. Quando
tubos de ensaio, frascos graduados e similares forem enxaguados com água
corrente deixe-a correr pôr fora e pôr dentro pôr um determinado período
de tempo. A seguir encha parcialmente os frascos com água, agite bem e
esvazie pôr pelo menos 6 vezes. Para melhor enxaguar pipetas e buretas,
coloque uma mangueira de borracha na torneira e adapte a outra
extremidade da mangueira na saída das pipetas e buretas fazendo a água
correr através delas. Se a água da torneira for muita “dura”, é melhor fazê-
la passar pôr um desmineralizador antes de usa-la.
3. Enxágüe a vidraria numa grande vasilha com água destilada para em
seguida enxaguá-la em um filete também de água destilada proveniente de
um garrafão de 20 litros, sobre uma prateleira, ao qual se adapta uma
mangueira. Recomendam-se isto no lugar de se enxaguar diretamente em
torneira de água destilada, para se reduzir perdas da mesma
4. Para ensaios microbiológicos, onde os testes são extremamente sensíveis,
uma lavagem meticulosa deve ser efetuada, seguida de um enxagüamento
de 12 vezes com água destilada.

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MANUSEIO E ARMAZENAMENTO

1. Quando lavar ou enxaguar pipetas, provetas ou buretas tenha cuidado para


não deixar a ponta bater na pia ou na torneira. A maioria das quebras
ocorre pôr esta razão. Muitos laboratórios acham que um material de
proteção sobre as pias ajuda bastante.
2. Seque tubos de ensaio, frascos e outros materiais, mantendo-os suspensos
através de ganchos ou colocando-os sobre cestos com a boca virada para
baixo e deixando-os secar ao ar ou ainda colocando-os em cestos para secar
em estufa (*). A temperatura de secagem não deve exceder a 140ºC. Antes
de se colocar o material de vidro no cesto, cubra a base deste com uma
folha de papel toalha absorvente, limpa e dobrada. Isso evitara, que
resíduos de sujeira fiquem nas bocas dos tubos.
(*) Nunca aqueça diretamente material de vidro vazio utilizado para
medidas volumétricas. Tal material deve ser secado à temperatura não
maior que 140 ºC.
3. Seque buretas, pipetas e provetas deixando-as em pé sobre um papel toalha
dobrado. Proteja o material de vidro limpo contra poeira. A melhor maneira
de fazer isto é tapá-lo com um chumaço de algodão, rolha de cortiça,
colocando um pedaço de papel grosso ao redor da tampa ou colocando o
material em um armário à prova de poeira.
4. Quando for armazenar peças, coloque-as em suportes desenhados
especialmente para elas. Assegure-se de que as peças não se toquem, para
evitar choques mecânicos.
5. Não armazene soluções alcalinas em frascos volumétricos ou buretas.
Tampas e torneiras podem emperrar.

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LIMPEZA DE TIPOS ESPECÍFICOS DE VIDRO

Pipetas

Coloque as pipetas, pontas para baixo, em uma cuba ou jarra alta


imediatamente após o uso. Não as jogue na cuba ou jarra para não lascar ou
quebrar as bordas o que torná-las-ia impróprias para medidas precisas. Uma
almofada de algodão ou lã de vidro colocada na base da jarra evitará a quebra das
bordas. Certifique-se de que o nível de água é suficiente para imergir uma boa
parte ou toda a pipeta. Na hora conveniente, as pipetas poderão então ser
drenadas e colocadas em uma jarra contendo detergente dissolvido ou no caso de
estarem excepcionalmente sujo em uma jarra com solução sulfocrômica. Depois
de deixar de molho pôr várias horas ou durante a noite, drene as pipetas e faça
correr água de torneira através delas até que todos os traços de sujeira sejam
removidos. Coloque de molho em água destilada pôr pelo menos 1 hora. Retire da
água destilada, enxágüe, seque as partes externas com papel toalha, agite para
retirar resíduos das paredes e seque. Secadores elétricos para pipetas são também
equipamentos normais.
Em laboratórios onde um grande número de pipetas é usado diariamente,
seria conveniente utilizar uma lavadora automática de pipetas. Algumas destas
máquinas, feitas de metal, são bastante elaboradas e podem ser conectadas a
pontos de água quente e fria. Outras como as de polietileno são menos elaboradas
e podem ser conectadas a pontos de água através de mangueiras. Cestos e jarros
de polietileno podem ser utilizados para enxaguar pipetas ou colocá-las de molho
em soluções de limpeza de ácido crômico. Secadores elétricos para pipetas são
também equipamentos normais. Depois da secagem, coloque as pipetas em
gavetas à prova de poeira. Embrulhe as pipetas sorológicas e bacteriológicas em

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papel ou coloque-as em estojos e utilize esterilizador a ar seco à temperatura de


160ºC, pôr 2 horas. Pipetas utilizadas para transferir material infeccioso devem
conter um chumaço de algodão na extremidade da boca antes de esterilizar. Isto
evitará que o material a ser medido seja incidentemente aspirado para dentro da
boca.

Pipetas diluidoras para contadores de células sangüíneas

Depois do uso, enxágüe muito bem com água fria corrente, água destilada,
álcool ou acetona e, em seguida, éter.
Seque pôr sucção. Não sopre dentro de pipetas pois isso fará com que haja
condensação no seu interior.
Para remover partículas de sujeira ou sangue coagulado, deve se utilizar
uma solução de limpeza. Um tipo de solução pode ser bom para alguns casos
enquanto que algo mais forte deve ser usado para outros. É melhor encher a
pipeta com a solução de limpeza e deixá-la permanecer durante a noite.
Hipoclorito de sódio (alvejante para tecidos) ou detergente pode ser utilizado.
Peróxido de hidrogênio normal pode também ser útil. Em casos mais difíceis use
ácido nítrico concentrado. Algumas partículas para serem removidas podem
necessitar que um fio de crina, rabo de cavalo ou arame de aço bem fino seja
passado internamente. Cuidado para não riscar o interior da pipeta.

Buretas

Remova a torneira ou ponteira de borracha e lave a bureta com detergente e


água.

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Enxágüe com água corrente até que a sujeira seja removida. Enxágüe então
com água destilada e seque.
Lave a torneira ou ponteira de borracha separadamente. Antes de colocar a
torneira de volta na bureta, lubrifique a junta com um lubrificante apropriado. Use
somente uma pequena quantidade de lubrificante. Buretas devem estar cobertas
quando fora de uso.

Lâminas e lamínulas para microscópio

É muito importante que as lamínulas usadas nas preparações de lâminas


sangüíneas ou culturas bacteriológicas estejam perfeitamente limpas, sem riscos.
Lâminas devem ser lavadas, colocadas em ácido acético glacial pôr 10
minutos, enxaguadas com água destilada e secadas com papel toalha limpo ou
flanela.
Antes de usar, lavar com álcool e secar. As lâminas devem, depois do
tratamento com ácido e enxagüamento, ser colocadas em uma jarra larga e
imersas em álcool.
Quando necessário, retire-as da jarra e seque-as com papel toalha limpo ou
flanela. Se as lâminas forem guardadas secas, lave-as com álcool antes de usar.

Tubos de Ensaio

Tubos de ensaio já usados devem sempre ser esterilizados antes da limpeza.


O melhor método geral para esterilizar culturas é autoclavar a 121º C pôr 30
minutos (Pressão de 15 libras/pol²). Veículos que se solidificam pôr resfriamento
devem ser retirados enquanto os tubos estiverem quentes. Depois que os tubos
forem esvaziados, escove-os com detergente e água, enxágüe bem com água

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corrente primeiro e em seguida com água destilada, colocando-os em um cesto


para secagem.
Se os tubos forem ser utilizados com veículos que são esterilizados pôr
autoclavagem, não os tampe até que os veículos sejam adicionados. Os veículos e
os tubos são então autoclavados juntos.
Se os tubos forem ser utilizados com um veículo estéril e se eles precisarem
ser esterilizados pôr fracionamento ou outros métodos, tampe e esterilize os tubos
dentro da autoclave ou esterilize os tubos dentro da autoclave ou esterilize-os pôr
ar seco antes de adicionar o veículo.

Placas de petri e frascos para cultura

Esterilize e limpe usando o mesmo procedimento descrito para tubos de


ensaio.
Embrulhe bem com papel grosso ou coloque num recipiente apropriado
para este fim.
Esterilize em autoclave ou esterilizadores de ar seco.
É sumamente importante que, depois do processo de lavagem, seja
removido todo e qualquer vestígio de ácidos, álcalis ou detergente. Qualquer
um dos dois, ácidos ou álcalis, mesmo em pequenas quantidades, destrói
complementos, e em grandes quantidades produzem hemólise. Detergentes
reagem com soluções sorológicas.

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CAPITULO 4
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Pipetas
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PIPETAS

Existem vários tipos de pipetas, todas com a mesma finalidade:


transferência de líquidos de um local para outro. A transferência pode ser
volumétrica, como na maioria das pipetas, ou não, como no caso das pipetas de
Pasteur. Os principais tipos de pipetas usadas em biotecnologia são:
- pipetas sorológicas (graduadas): estas são as pipetas-padrão de uso diário.
Normalmente são de vidro, mas também podem ser de plástico. Podem ser de
vários volumes e são usadas rotineiramente na medida de líquidos. A
autoclavagem deve ser evitada, pois prejudica a calibração. A secagem também
deve ser cuidadosa, em temperaturas que não excedam 45ºC. Modo de usar:
Depois de perfeitamente limpa e seca, a pipeta pode ser introduzida na solução a
ser transferida, tendo o cuidado para evitar a formação de bolhas. A sucção deve
ser feita com o auxílio de um pipetador* ou de uma pêra de sucção. Se a pipeta
estiver úmida, deve-se “ambientar” a pipeta com o líquido a ser transferido e em
seguida proceder a transferência. A pipeta escolhida deve ser o mais próximo
possível do volume a ser medido. A parte externa da pipeta pode ser seca com o
auxílio de um papel filtro. Em seguida, o líquido pode ser escoado da pipeta para
o recipiente receptor e a última gotinha pode ser removida encostando-se a
mesma contra a parede do recipiente. Nunca se deve soprar a porção do líquido
que fica retido na extremidade da pipeta. * Existem dezenas de pipetadores,
portanto, você poderá encontrar aquele que sirva exatamente a sua necessidade.

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- pipetas volumétricas: o modo de utilização destas pipetas é o mesmo das


pipetas sorológicas. Ao contrário das anteriores, medem apenas um volume fixo.

- pipetas volumétricas: possuem apenas um traço final, para indicar o


volume fixo e final indicado por ela, sendo estas mais rigorosas que as graduadas.

- pipetas de Pasteur: são de vidro ou de plástico. Não são usadas para medir
volumes, apenas para transferências mais grosseiras. São boas para preencher
tubos para balanceamento de centrífugas e para remover e transferir
sobrenadantes.

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- micropipetas: são instrumentos que carregam volumes em microlitros


(µL, sendo 1000 µL= 1 mL) por ação da capilaridade ou por bulbos de sucção.
São usadas para medir volumes pequenos e altamente precisos. As mais comuns
são as P1 (1 µL) P5 (até 5 µLP10 (entre 5 e 10 µL), P20 (entre 10 e 20 µL), P200
(entre 40 e 200 µL), P1000 (entre 200 e 1000 µL) e P5000 (entre 1000 e 5000
µL).

Modo de usar:
- coloque a ponteira (tip) adequada. - aperte o êmbolo da pipeta até o
atingir o primeiro estágio. - coloque a ponteira dentro da solução a ser pipetada
(segurando o êmbolo apertado). Solte o êmbolo vagarosamente, certificando-se
para que a ponteira esteja sempre dentro da solução. Este movimento deve ser
lento, para que a solução não “suba” muito rapidamente. Jamais se deve permitir
que o líquido atinja o interior da micropipeta. Ele deve sempre ficar confinado na
ponteira (ou tip).

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- Descarte a solução, empurrando o êmbolo. Na maioria das micropipetas o


êmbolo deve ser empurrado duas vezes para liberar o conteúdo da ponteira.
Empurre até que você sinta uma resistência e então empurre de novo,
gentilmente. Esse empurrão final expele a última gotinha do volume e deve ser
dado o mais suavemente possível para evitar a formação de aerossóis. Estas
pipetas devem sempre ser manipuladas com extremo cuidado, pois são
relativamente caras e frágeis. Devem ser calibradas em todos os poucos meses
durante o ano, dependo da freqüência de uso. Algumas podem ser calibradas no
próprio laboratório, seguindo o procedimento sugerido pelo fabricante; outras
devem ser calibradas por profissionais. Este tipo de pipeta JAMAIS PODE SER
AUTOCLAVADA. No entanto, as ponteiras podem, portanto, podem ser
utilizadas em operações que exijam esterilidade.

TÉCNICA BÁSICA DE PIPETAGEM

Técnica de pipetagem (pipetas de vidro)

1. Segura-se a pipeta entre o polegar e os 3 últimos dedos da mão.


2. Coloca-se a pipeta no líquido (bem abaixo de sua superfície) e aspira-se
cuidadosamente até que a coluna do líquido esteja um pouco acima da
marca superior ( a aspiração se faz comumente com a boca, no caso de
líquidos voláteis e/ou tóxicos, a mesma pode ser feita com pêras de
aspiração).
3. Fecha-se a abertura com o dedo indicador e retira-se a pipeta da solução.
Deixando entrar um pouco de ar vagarosamente pela extremidade superior
(controlar com o dedo indicador), permite-se escorrer a coluna de líquido

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até a coluna atingir a marca superior (mantendo em posição vertical e a


marca ao nível dos olhos).
4. Remove-se então o líquido aderente a parede externe da pipeta por um
papel absorvente.
5. Em seguida, coloca-se a ponta da pipeta junto a parede interna do tubo
receptor, deixando escoar lentamente o conteúdo da pipeta até o nível
desejado. No escoamento completo é importante remover a última gota
encostando a pipeta na parede do tubo.

RECOMENDAÇÕES

Ao pipetar soluções cujo frasco contém depósito de soluto, introduzir a


pipeta no sobrenadante.
Nunca introduzir pipetas sujas nos frascos que contenham soluções ou
reativos químicos puros.
Deve-se sempre usar pipetas secas para não diluir o líquido.

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CAPITULO 5
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Capela de exaustão
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CAPELA DE EXAUSTÃO

Uma capela de exaustão é um gabinete ventilado, que está dentro de um


ambiente laboratorial cuja ventilação também deve estar corretamente projetada,
para que o sistema leve para fora do edifício os efluentes indesejáveis provocados
por um procedimento efetuado no interior da capela.

Estes gabinetes devem ser construídos com materiais adequados para cada
caso, normalmente as capelas possuem uma janela envidraçada que abre
verticalmente (sash) e permanece aberta em qualquer posição (altura) pois está
balanceada por um sistema de contrapesos, em alguns casos possui um sistema
defletor para direcionamento do fluxo de ar interno, em um sistema de desvio
(bypass) para controle do volume de ar, este gabinete pode ser acomodado em
uma bancada, carrinho ou sobre um gabinete especificamente projetado.

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Utilizamos o termo Capela de Exaustão por ser o termo mais difundido,


mais outros termos também são utilizados, como Capelas químicas, Capelas de
Exaustão, Gabinetes, etc.
As capelas de gases são na realidade um equipamento de segurança do
trabalhador em laboratório, sendo disponíveis no mercado construídas em muitas
formas. Tamanhos, materiais e diferentes revestimentos, e devem ser
configurados para acomodar uma grande variedade de procedimentos químicos.
Entretanto esta flexibilidade pode oferecer equipamentos que podem
resultar em diferentes desempenhos e níveis de proteção ao operador.
Os produtos químicos voláteis e aqueles que liberam vapores tóxicos
devem ser manipulados, exclusivamente, em capelas de exaustão. As
características recomendáveis para a construção de capelas, dentro dos padrões
aceitáveis, são descritas a seguir: - as capelas devem ser construídas,
preferencialmente, em aço inoxidável, porém é aceitável que sejam construídas
em alvenaria com cúpula de aço inoxidável, para facilitar a limpeza. - a área
máxima do balcão deve ser de 3 m x 0,80 m e altura de 85 cm. - as janelas devem
possuir movimentação vertical e armação com contrapeso. - o sistema de
escoamento de esgoto deve ser resistente a agentes corrosivos. - deve possuir uma
entrada de ar auxiliar ou secundária, para manter a mesma vazão de ar com a
janela fechada. - deve possuir um sistema de filtros funcionando. - deve possuir
peitoril, para conter pequenos vazamentos. - o fluxo de ar de uma capela deve ser
laminar e potente. Como usar uma capela de vapores químicos:

1. Ligue a capela e verifique se a exaustão está funcionando (é possível


ouvir ou sentir). Nem o ar condicionado nem o ventilador devem estar
funcionando perto da capela, pois isso poderá interferir nas correntes de
ar dentro da mesma.

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2. A janela deve estar abaixo da altura do queixo do manipulador! Abaixe


a janela até a altura indicada na parte frontal da capela. Quanto mais
baixa a altura, ou seja, quanto mais fechada a janela, mais proteção
haverá.

3. Trabalhe, no mínimo, 20 cm dentro da capela.

4. Prenda os papéis e outros materiais leves. Eles podem ser sugados pelo
sistema de exaustão.

5. Não bloqueie as fendas de exaustão traseiras ou o espaço entre a borda


dianteira de metal e a superfície de trabalho.

6. Coloque a fonte de emanações a pelo menos 20 cm dentro da capela


(Veja a figura abaixo; a recomendação seria a primeira situação
representada)

ÓTIMO BOM RUIM

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7. NÃO USE A CAPELA COMO LOCAL DE ESTOCAGEM (veja a


figura 2). Mantenha a área de trabalho limpa de contaminantes e de
recipientes. O acúmulo de recipientes e equipamentos prejudica o fluxo
de ar na capela, criando também situações de retorno do contaminante
para a atmosfera do laboratório (veja figura abaixo). Em adição, a
presença de reagentes, resíduos e -sabe lá mais o que- cria uma situação
real de acidente grave.

8.

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CAPITULO 6
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Bico de Busen
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MANUSEIO DO BICO DE BUNSEN

O bico de Bunsen é um dispositivo usado em química para efetuar


aquecimento de soluções em laboratório.Este queimador, muito usado no
laboratório, é formado por um tubo com orifícios laterais, na base, por onde entra
o ar, o qual se vai misturar com o gás que entra atraves do tubo de borracha. O
bico de Bunsen foi aperfeiçoado por Robert Wilhelm Bunsen, a partir de um
dispositivo desenhado por Michael Faraday. Em biologia, especialmente em
microbiologia e biologia molecular, é usado para manutenção de condições
estéreis a quando da manipulação de microorganismos, DNA, etc.
O aquecimento em laboratório é feito, geralmente, utilizando-se
queimadores de gases combustíveis sendo o mais simples deles o bico de Bunsen.
Outro desses queimadores é o bico de Meker, o qual é uma modificação do bico
de Bunsen. Este queimador é maior que o de Bunsen e possui uma grelha que
ajuda na formação de uma chama mais quente e mais distribuída.

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De uma maneira geral, o gás entra no queimador pela sua base e seu fluxo é
regulado por uma torneira externa na parte inferior do bico. À medida que o gás
sobe pelo tubo do queimador, o ar é injetado através de orifícios situados um
pouco acima da base. A quantidade de ar pode ser controlada girando-se o anel
que fica sobre os orifícios. A etapa inicial para se acender um bico de gás é fechar
a entrada de ar e posicionar o queimador longe de objetos inflamáveis. A seguir,
deve-se abrir o gás e acender o queimador. A chama obtida apresenta uma cor
amarela brilhante e é bastante grande. Esta chama é "fria" e inadequada ao uso
porque a mistura é pouco oxidante. Para que uma chama mais quente seja obtida,
deve-se deixar o ar entrar gradualmente no sistema, até que sua coloração se tome
azulada. Nota-se então, duas regiões cônicas distintas, como mostradas na Figura:
a interna, mais fria, chamada de zona redutora, e a externa, quase invisível,
chamada de zona oxidante. A região mais quente, com temperatura em tomo de
1560ºC, está situada logo acima do cone interno.

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Quando se usa o bico de Bunsen, deve-se primeiramente fechar a entrada


de ar; em seguida, um fósforo deve ser aceso perto do ponto mais alto da câmara
de mistura, daí, a válvula de gás pode ser aberta, dando origem a uma chama
grande e amarela que desprende fuligem. Esta chama não tem uma temperatura
suficiente para o aquecimento de substância alguma, para conseguir uma chama
mais "quente", a entrada de ar deve ser aberta até que se consiga uma chama azul;
isto ocorre porque o oxigênio mistura-se com o gás, tornando a queima deste mais
eficiente.

As diferentes chamas obtidas com um bico de Bunsen

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Resumo das etapas de uso do bico de Busen:

1. Abrir a chave geral de gás do laboratório.


2. Abrir a válvula do registro de gás individual de cada bico (ele está
localizado, geralmente, próximo do bico).
3. Verificar se a entrada de ar do bico está aberta. Com ela fechada não é
possível ligar o bico.
4. Girar a válvula que liga efetivamente o bico e, com auxílio de um isqueiro
ou de palitos de fósforo, acender o bico. A altura da chama pode ser
controlada através do controle da entrada de ar. Para desligar: desligar a
válvula do registro de gás (item 2), desligar o bico (item 4).

DESUSO

Os bicos de Bunsen estão sendo substituídos hoje em dia por outros


sistemas de aquecimento usando energia elétrica. Sistemas elétricos são mais
seguros, pois não produzem chamas, eliminando assim o risco de reações não
controladas. Também são mais eficientes que os bicos de Bunsen pois conseguem
atingir temperaturas muito mais altas, e em uma área muito mais abrangente do
que a chama atingiria. Os bicos de Bunsen ainda são muito usados em
laboratórios devido a velocidade com que conseguem atingir altas temperaturas e
também para esterilização de materiais.

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_____________________ Curso de Técnicas Laboratoriais – Instrumentos e Materiais de Laboratório

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Bibliografia
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_____________________ Curso de Técnicas Laboratoriais – Instrumentos e Materiais de Laboratório

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