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UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ
CURSO DE DIREITO
Erick Orlando da Silva Alves
erickosalves@yahoo.com.br
RESENHA CRÍTICA
Segundo o autor, há uma tentativa de descrever como funcionava o instituto da escravidão no
Império e as reações existentes entre as leis, escravo e seus senhores. Essas relações eram marcadas por
profundas incoerências entre as dominações dos escravos que ora eram vistos como “coisas” ora eram
sujeitos.
Na lei civil, uma vez que regem os direitos de propriedade dos senhores sobre os escravos, estes
adotavam o sentido de coisa, pois pertenciam a alguém (sujeito). Como tal não poderiam ter direitos
civis, tais como possuir bens, constituir família, deixar heranças, entre outros. No entanto algumas
adaptações foram criadas para normatizar esta relação, uma vez que esses “escravos” adotavam
características humanas como constituir família terem relação sexual e por conseguintes filhos com seus
senhores e senhoras.
Já na lei penal, ocorre mais um malabarismo jurídico, pois aquele que era considerado “coisa”
agora passa a condição de “sujeito”. Tudo para que os escravos pudessem ser punidos por seus atos ou
crimes com pessoa imputável e assim não culpabilizar seus senhores por suas infrações. Além disso,
deve-se salientar o relativismo aplicado aos castigos físicos pelos quais eram submetidos os escravos
que fugiam ou cometiam insurreições. Apesar de haver uma tentativa de abrandar e humanizar a relação
com seus senhores, proibindo estes de dispor da vida e morte do escravo; ainda assim, castigos físicos
severos como açoites, marcação com ferros e torturas eram permitidos.
Por fim, o autor constata um amplo leque de contradições entre o Brasil Imperial e os ideais
cristãos de liberdade humana e respeito ao próximo, além de ideias liberais e iluministas, uma vez que a
persistência da escravidão vai fundamentalmente contra essas práticas.
REFERÊNCIA
1 – WOLKMER, A. C. Fundamentos da História do Direito. Belo Horizonte 2006.