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A Quarta Geração da Manutenção

Me. Alessandro Trombeta, MBA


Maintenance Manager and Engineering Professor

Por um grande período, as indústrias funcionaram com a prática da Manutenção Corretiva,


com poucos recursos, ferramentas e capacitação. Isso resultava em desperdícios, perda de tempo,
retrabalho, muito esforço com pouco resultado, além do custo é claro. Estamos falando da Primeira
Geração da Manutenção, que perdurou até a Segunda Guerra Mundial e cujo foco era recolocar o
equipamento em funcionamento.
A partir da década de 50, com o aumento da demanda de itens de todos os tipos após a guerra,
as organizações perceberam que já não havia mais espaço para improvisos, “soluções paliativas” e
desperdícios. As máquinas não podiam mais parar, pois tinham que produzir e atender a crescente
demanda. Surge então a chamada Manutenção Preventiva, calçada em atividades simples, como
limpeza e lubrificação de equipamentos. Estamos falando da Segunda Geração da Manutenção, cujo
foco era evitar a quebra das máquinas, aumentar a sua disponibilidade e vida útil, sem esquecer a
vertente custo.

As empresas, em constante evolução, passaram a se preocupar mais com a eficiência de seus


processos produtivos. O mercado passou a tornar-se mais competitivo e, para agravar a situação, a
chegada da automação trouxe um aumento do número de falhas, que impactavam tanto na produção
quanto na qualidade dos produtos. A dificuldade no recrutamento de mão de obra também teve a
sua contribuição. Nesta época, em resposta à estes desafios e na busca por uma maior eficiência,
surge a Metodologia TPM (Total Productive Maintenance), com seus holofotes voltados aos
operadores, também conhecidos como “pais das máquinas”.

Estamos falando da Terceira Geração da Manutenção, que trouxe consigo novas técnicas de
diagnóstico, como a Manutenção Preditiva, novas metodologias de trabalho na manutenção, a
exemplo da Manutenção Centrada em Confiabilidade, e uma nova forma de pensamento, com
preocupações que antes não eram tão evidentes: CUSTO, QUALIDADE, SEGURANÇA E MEIO
AMBIENTE.
A manutenção tem passado por grandes mudanças ao longo de sua evolução, buscando tornar
os processos cada vez mais eficientes e de forma consciente e sustentável. Isso justifica a sua
preocupação com custo, disponibilidade, confiabilidade, segurança e meio ambiente. Hoje podemos
dizer que estes tópicos estão em evidência dentro das organizações. Os gerentes de manutenção têm
como desafio satisfazer as expectativas dos proprietários e acionistas, de seus clientes internos e
externos e da sociedade como um todo. Estes são apenas alguns dos desafios da manutenção
moderna.

Hoje vivemos um cenário de competitividade global e a manutenção está, literalmente, cada


vez mais perdendo o seu significado. Quando falamos em manutenção, estamos nos referindo a um
sistema de gestão, ou seja, uma nova organização da forma de entendimento da necessidade de
sinergia entre todos os departamentos envolvidos nos processos produtivos. Assim, podemos dizer
que o termo “manutenção” aos poucos será substituído por “gestão de ativos”, pois esta nova visão
não é de responsabilidade apenas do Departamento de Manutenção, mas de toda a empresa, e o que
se espera é RESULTADO.

É meus amigos, estamos vivenciando a Quarta Geração da Manutenção, em que o foco é


maximizar a eficácia de um ativo, minimizar as falhas, reduzir perdas e maximizar ganhos. Para
isso, novos desafios devem fazer parte do nosso dia a dia: Gestão de Risco, Confiabilidade Humana
e Acuracidade na Medição e Demonstração dos Resultados.

A confiabilidade humana permite que os operadores se adaptem ao modo de operação, de


forma segura ao sistema, detectando as variabilidades que estão fora do controle, com o objetivo de
preveni-las. Essa metodologia permite identificar e prever falhas e possibilita o planejamento de
sistemas sócio-técnicos seguros.
E não menos importante, temos a medição e a demonstração dos resultados. É importante
ressaltar uma velha expressão conhecida por todos: "quem não mede, não gerencia".

Foi-se o tempo em que a manutenção se resumia a “manter um equipamento”.

Me Alessandro Trombeta

MBA em Gerenciamento da Engenharia da Manutenção

Supervisor de Manutenção na Cocamar

Professor de Engenharia na UniCesumar

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