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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIADE GOIÁS – CAMPUS ITUMBIARA


Disciplina: Circuitos Elétricos 2
Professor: ClaudioRobertoPacheco

Itumbiara, a gos t o de 2020.

- 1-
VISTO NAS LISTAS DE EXERCÍCIOS

Data marcada Data em que


Visto Nota OBS
para mostrar foi mostrada

Lista1

Lista2

Lista3

Lista4

Lista5

Lista6

Lista7

Lista8

Lista9

Lista10

Lista11

Lista12

Média

SITUAÇÃO Nota
Lista completa e sem atraso 4,0
Lista incompleta ou atrasada em até um dia 2,0
Não mostrar a lista ou mostrar com atraso superior a um dia 0,0

Aluno:

- 2-
EMENTA DA DISCIPLINA

1 - Conceitos fundamentais de fasores, vetores e notação complexa.

2 - Leis, Teoremas e Técnicas de Análises aplicadas a circuitos de corrente


alternada (CA).

3 - Análise de redes resistivas, indutivas, capacitivas e mistas em circuitos CA.

4 - Teoremas e Princípios de rede em circuitos CA.

5 - Métodos de Análise de Circuitos CA.

6 - Potência CA e correção do fator de potência.

7 - Análise de circuitos trifásicos.

- 3-
REFERÊNCIAS

1. Introdução à Análise de Circuitos – Boylestad, Robert L. Pearson Prentice Hall


- 10ª Edição, 2004.
2. Análise de Circuitos – John O’ Malley; Makron Books, Segunda Edição, São
Paulo, 1993.
3. Análise de Circuitos em Engenharia – J. D. Irwing, Pearson Makron Books,
Quarta Edição, São Paulo, 2000.
4. Circuitos Elétricos – James W. Nilsson e Susan A. Reidel, Livros Técnicos e
Científicos Editora S.A., Quinta Edição, 1999.
5. Fundamentos de Análise de Circuitos Elétricos – D. E. Johnson, J. L. Hilburn e
J. R. Johnson, Prentice Hall do Brasil, 4a Edição, 1990.
6. Circuitos Elétricos Corrente Contínua e Corrente Alternada – Otávio Markus;
Editora Érica 5º Edição.
7. Introdução aos Circuitos Elétricos – Richard C. Dorf, James A. Svoboda, LTC,
9º edição, Rio de Janeiro, 2003.
8. Apostila de Circuitos Elétricos 2 – Prof. Moisés Gregório da Silva

AVALIAÇÕES

Provas - 60%
Listas de Exercícios – 40%

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TEXTO PARA REFLEXÃO

O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO!


Quando...
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de “barriga cheia”.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um “Caxias”.
Precisa faltar, é “turista”.
Conversa com os outros professores, está “malhando” os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a “língua” do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, “deu mole”.
É, o professor está sempre errado, mas, se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

Texto extraído da Revista do Professor de Matemática nº 36, publicada pela Sociedade Brasileira
de Matemática.

- 5-
ALFABETO GREGO

Nome Símbolos
Maiúsculas Minúsculas
1 Alfa  
2 Beta  
3 Gama  
4 Delta  
5 Épsilon  
6 Zeta  
7 Eta  
8 Téta  
9 Iota  
10 Capa  
11 Lambda  
12 Miu  
13 Niu  
14 Csi  
15 Omicron  
16 Pi  
17 Ró  
18 Sigma  
19 Tau  
20 Upsilon  
21 Fi  
22 Chi  
23 Psi  
24 Omega  

- 6-
MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS

- 7-
SUMÁRIO
CAPÍTULO I - TENSÕES E CORRENTES AC...........................................- 9 -
LISTA 1.................................................................................................................................... 18
LISTA 2.................................................................................................................................... 26
LISTA 3.................................................................................................................................... 31
CAPÍTULO II – NÚMEROS COMPLEXOS......................................................................... 32
LISTA 4.................................................................................................................................... 35
LISTA 5.................................................................................................................................... 39
CAPÍTULO III – DISPOSITIVOS BÁSICOS E FASORES ............................................ 40
LISTA 6.................................................................................................................................... 45
LISTA 7.................................................................................................................................... 54
CAPÍTULO IV – POTÊNCIA CA E CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ............. 58
LISTA 8.................................................................................................................................... 63
LISTA 9.................................................................................................................................... 70
CAPÍTULO V – CIRCUITOS TRIFÁSICOS ....................................................................... 72
LISTA 10 ................................................................................................................................. 79
LISTA 11 ................................................................................................................................. 82
LISTA 12 ................................................................................................................................. 87
ANEXO 1 - APLICAÇÕES DA TEORIA DE CIRCUITOS ELÉTRICOS ......................... 90
ANEXO 2 – CONVERSÕES ................................................................................................. 95

- 8-
CAPÍTULO I - TENSÕES E CORRENTES AC
Referência: Introdução à Análise de Circuitos – Boylestad, Robert L. Pearson Prentice Hall - 10ª
Edição, 2004 – Capítulo 13.

1.1 - Introdução

Nesta disciplina vamos dirigir nossa atenção para análise de circuitos nos quais a
intensidade da fonte varia de certa maneira. É particularmente importante estudarmos a tensão
variante no tempo fornecida pelas concessionárias de energia elétrica, a qual é denominada de
tensão CA (Corrente Alternada) ou AC (Alternate Current).
O termo “alternada” indica apenas que o valor da tensão ou da corrente se alterna, ao
longo do tempo, regularmente entre dois níveis, veja figura abaixo. O sinal particularmente
importante é a forma de onda alternada senoidal.

Figura 1.1 - Formas de onda alternada

1.2 - Conceitos
A forma de onda senoidal, com seus principais parâmetros, é vista na figura abaixo e será
utilizada como modelo para a definição de alguns termos básicos.

Figura 1.2 – Principais parâmetros de uma forma de onda senoidal

- 9-
Forma de onda: Gráfico de uma grandeza como tensão ou corrente em função de uma variável
como tempo, posição, graus, radianos, etc.

Valor instantâneo: Amplitude de uma forma de onda em um instante de tempo qualquer. É


representada pelas letras minúsculas (e1, e2) no gráfico.

Amplitude de pico: Valor máximo de uma forma de onda em relação ao valor médio. É
representada por letra maiúscula. No gráfico acima está representado pela por Em

Valor de pico: Valor máximo de uma função medido a partir do nível zero. No caso da forma de
onda acima, a amplitude de pico e o valor de pico são iguais, pois o valor médio é da função é
zero volt.

Valor de pico a pico: Diferença entre os valores de pico positivo e negativo, isto é, a soma dos
módulos das amplitudes positiva e negativa. No gráfico está representado por Ep-p.

Forma de onda periódica: Forma de onda que se repete continuamente após certo intervalo de
tempo constante.

Período (T): Intervalo de tempo entre repetições sucessivas de uma forma de onda periódica (T1
= T2 = T3). Pontos similares sucessivos podem ser utilizados para determinar o período T.

Ciclo: Parte de uma forma de onda contida em um intervalo de tempo igual a um período.

Frequência (f): O número de ciclos que ocorre em um segundo.

Figura 1.3 – Definição de ciclo e período de uma forma de onda senoidal

Figura 1.4 – Ilustração do efeito da mudança de frequência

- 10 -
Pela figura (1.4) vemos que as frequências das formas de onda são:

figura (a): 1 ciclo por segundo


figura (b): 2,5 ciclos por segundo
figura (c): 2 ciclos por segundo

A unidade de medida de frequência é o hertz (Hz), em homenagem ao cientista Alemão


Heinrich Rudolph Hertz.

1 hertz (Hz) = 1 ciclo por segundo

Como a frequência é inversamente proporcional ao período, as duas grandezas estão


relacionadas por:

1 1
f  ou T  (1.1)
T f

EXEMPLO 1.1
Faça uma tabela contendo os principais múltiplos e submúltiplos utilizados na teoria de Circuitos
Elétricos e a seguir calcule o período de uma forma de onda periódica cuja frequência é:
a) 60Hz b) 1MHz c) 50µHz d) 0,001Hz e) 20kHz f)40mHz

Respostas:
a) 16,67ms b) 1µs c) 20.000s d) 1.000s e) 50µs f) 25s

EXEMPLO 1.2
Determine o período, a frequência, e o valor de pico a pico da forma de onda a seguir:

- 11 -
EXEMPLO 1.3

O osciloscópio é um instrumento que pode exibir em uma tela formas de onda como as que
acabamos de discutir. Supondo que o osciloscópio da figura abaixo mostre a tela ao lado.
Determine:

Sensibilidade Vertical = 0,1V/div


Sensibilidade Horizontal = 50µs/div

a) O período da função;

b) A frequência da função;

c) O valor de pico da função;

d) A amplitude da função;

e) O valor de pico a pico da função.

- 12 -
O radiano:
A unidade radianos (rad) é uma unidade de medida alternativa para graus e a unidade de
ângulo do SI.

Um radiano é o ângulo subentendido para um arco de na circunferência de um círculo se


o arco possui comprimento igual ao raio.

Figura 1.5 – Definição de radiano

Como o comprimento de uma circunferência de raio r é igual a 2. п .r, então, 360º


correspondem a 2 п radianos. Assim 1 radiano é equivalente a:
360 180
1rad   57,296
2 

Para efetuar a conversão de grau para radiano ou vice-versa basta lembrarmos que
180º corresponde a п radianos e efetuar uma regra de três simples.

EXEMPLO 1.4
Converta os seguintes ângulos em graus para ângulos em radianos:

a) 90º b) 30º c) 60º

EXEMPLO 1.5
Converta os seguintes ângulos em radianos para ângulos em graus:
 3
a) rad b) rad c) 5 rad
2 2 3

- 13 -
Velocidade angular (ω)
Há um interesse particular no fato de
a forma de onda senoidal poder ser obtida a
partir das projeções de um vetor girando
com movimento circular uniforme em torno
de um ponto fixo. Este vetor é chamado de
fasor. Traçamos um ciclo completo da
senóide após o vetor radial completar uma
rotação de 360º em torno do centro. Veja a
figura ao lado.
A velocidade com que o fasor gira
em torno do centro é denominada
velocidade angular (ω) e pode ser
determinada pela seguinte relação.


    ângulo _ percorrido (1.2)
t tempo _ gasto

Para completar uma volta completa o


ângulo percorrido é 360º = 2 п radianos e o
tempo gasto é o próprio período (T), assim a
equação acima fica:

2
  T (1.3)

1
Como visto T  assim a equação
f
acima pode ser reescrita como:

 2. f (1.4)

A unidade de ω é o rad/s.

Figura 1.6 – Conceito de fasor

14
EXEMPLO 1.6
Determine a velocidade angular relativa a
uma forma de onda senoidal cuja frequência
é 60Hz.

EXEMPLO 1.7
Determine a frequência e o período da
senóide mostrada nas figuras a seguir.

15
EXEMPLO 1.8
Dado o valor de rad/s, determine o
intervalo de tempo necessário para a forma
de onda passar pelo ponto correspondente a
90º.
Resposta 7,85ms

EXEMPLO 1.9
Determine o ângulo em t = 5ms para uma
forma de onda senoidal de 60Hz.
Resposta 108º

EXEMPLO 1.10
Qual a frequência de uma onda que completa
42 ciclos em 6 segundos?

EXEMPLO 1.11
Faça o esboço de uma onda quadrada
simétrica com frequência de 20kHz e
amplitude 10mV.

16
EXEMPLO 1.12
Transitórios ou surtos no sistema elétrico são
caracterizados pelo súbito acréscimo ou
decréscimo em corrente ou tensão. Em
transitórios oscilatórios as magnitudes são
da ordem de 2 vezes a nominal tendo sua
origem no chaveamento de equipamentos e
descargas atmosféricas. Supondo que o
gráfico abaixo ilustra um transitório com
duração exata de ¾ do ciclo da senóide na
frequência do sistema elétrico brasileiro,
determine, em ms, o tempo de duração exato
deste distúrbio.

Resp. tempo de duração = 12,5ms

17
LISTA 1 A figura a seguir mostra uma forma de onda senoidal
na tela de um osciloscópio. As sensibilidades
1) Encontre os períodos das correntes que tem indicadas pelos cursores estão fornecidas.
frequência de:
a) 1,2 mHz
b) 2,31 kHz
c) 16,7 MHz.
Resp. a) 833 s b) 433 µs c) 59,9 ns

2) Quais as frequências dos sinais periódicos que tem


períodos de:
a) 18,3s
b) 42,3s
c) 1 dia?
Resp. a) 54,6 mHz b) 23,6 mHz c) 11,6 µHz

3) Quais são o período e a frequência de uma corrente Dados:


periódica que tem 423 ciclos em 6,19 ms? Sensibilidade Vertical = 0,5mV/div
Resp. 14,6 µs, 68,3 kHz Sensibilidade Horizontal = 5ms/div

8) A frequência da onda é:
4) Converta os seguintes ângulos em graus para a) 0,05Hz
ângulos em radianos: b) 50kHz
a) -40º c) 50Hz
b) -1123º d) 10Hz
c) 78º. e) Nenhuma das anteriores
Resp. a) – 0,698 rad b) –19,6 rad c) 1,36 rad Resp. Letra C

5) Converta os seguintes ângulos em radianos para 9) A tensão de pico a pico da onda é:


ângulos em graus: a) 2V
a) 13,4 rad b) 2mV
b) 0,675 rad c) 1V
c) -11,7 rad. d) 1mV
e) Nenhuma das anteriores
Resp. a) 768º b) 38,7º c) – 670º
Resp. Letra B

6) Encontre o período das tensões senoidais que têm


as seguintes frequências angulares: 10) A rede de alimentação de energia elétrica de uma
concessionária é de Vrms = 220V na frequência de
a) 120π rad/s
60Hz. Pode-se afirmar que a frequência angular e o
b) 0,625 rad/s período são respectivamente iguais a:
c) 62,1 krad/s. a) 60 rad/s e 16,67ms
Resp. a) 16,7 ms b) 10,1 s c) 101 µs b) 60 rad/s e 16,67µs
c) 377 rad/s e 16,67s
d) 377rad/s e 16,67µs
7) Encontre a frequência angular das correntes e) 377 rad/s e 16,67ms
senoidais que tem os períodos de Resp. Letra E
a) 17,6 µs
b) 4,12 ms
c) 1 dia
Resp. a) 357 krad/s b) 1,53 krad/s c) 72,7 µrad/s

18
11) (INMETRO-2010) Considere que a figura acima
mostre a tela de um osciloscópio em que é
visualizado um sinal senoidal. Considere, ainda, que
a escala horizontal seja de 10 ms por divisão e que a
escala vertical seja de 200 mV por divisão. Nessa
situação, a tensão pico a pico e a frequência do sinal
são, respectivamente, iguais a
a) 1,2 V e 100 Hz.
b) 0,6 V e 200 Hz.
c) 0,6 V e 100 Hz.
d) 2,4 V e 200 Hz.
e) 6 V e 200 Hz.

Resp. Letra A

19
1.3 Expressão geral para tensões ou correntes senoidais

A expressão matemática geral para uma forma de onda senoidal é:

v(t) Vm sen(t V ) (1.5)

Onde:
v(t) – é o valor instantâneo da tensão [V]
Vm - é o valor de pico (valor máximo) da senóide [V]
ω – é a frequência angular [rad/s]
t – é um instante de tempo [s]
θV – é o ângulo de fase inicial da tensão e expressa o ângulo, que a forma de onda foi deslocada
[graus ou rad].

EXEMPLO 1.14
Faça o gráfico da função senoidal v(t) = 20sen(377t).
a) No domínio do tempo (t) em ms;
b) No domínio do ângulo (ωt) em radianos e em graus;
c) Determine v(t) para t1 = 4ms e t2 = 12ms

20
EXEMPLO 1.15
Seja uma função senoidal mostrada abaixo.

Figura 1.7 – Exemplo 1.15

Determine:

a) o período da onda

b) a frequência em Hz

c) frequência angular em rad/s

d) a fase inicial

e) o valor de pico da tensão

f) a amplitude da tensão

g) o valor de pico a pico

h) a expressão matemática da tensão em função do tempo v(t)

i) o valor de v(t) quando t = 2ms

j) o valor de v(t) quando t = 8ms

21
1.4 Relação de fase
Os termos adiantados e atrasados são usados para indicar diferenças de fase entre duas
formas de ondas senoidais de mesma frequência plotadas no mesmo gráfico. Na figura abaixo
dizemos que:

 A curva da função co-seno está adiantada 90º em relação à função seno;


 O gráfico da função seno está atrasado 90º em relação ao co-seno;
 O defasamento angular (diferença de fase) entre as funções é 90º.

Figura 1.8 – Relação de fase entre seno e co-seno.

Quando duas formas de onda interceptam o eixo horizontal no mesmo ponto e com
mesma inclinação, elas estão em fase (defasamento = 0º).

A diferença de fase entre duas senóides pode ser encontrada pela diferença entre os
ângulos de fase das duas, considerando que:
a) ambas tenham a forma seno ou co-seno
b) as amplitudes tenham o mesmo sinal (positivo ou negativo)
c) as frequências sejam as mesmas.

Sejam duas funções dadas abaixo v1(t) e v2(t):

v(t) V p sen(t V )


(1.6)
i(t) I p sen(t I )

Então a diferença de fase será θ = θv - θi

22
i(t) está atrasada em relação à v(t) de θv - θi
Se θv - θi > 0
v(t) está adiantada em relação a i(t) de θv - θi

i(t) está adiantada em relação à v(t) de θi – θv


Se θv - θi < 0
v(t) está atrasada em relação a i(t) de θi – θv

EXEMPLO 1.16

Determine a relação de fase entre as formas de onda senoidais em cada caso dos seguintes pares.
v(t) 10sen(t 30º )
a)
i(t) 5sen(t 70º )

i(t) 15cos(t 60º )


b)
v(t) 10cos(t 20º )

i(t) 15sen(t 60º )


c)
v(t) 10sen(t 60º )

23
Muitas vezes é necessário realizar manipulações algébricas para se determinar a relação
de fase entre duas funções. As relações trigonométricas entre diversas formas das funções seno e
co-seno podem ser deduzidas a partir da figura abaixo.

Figura 1.9 – Método gráfico para encontrar relações trigonométricas entre seno e co-seno.

Da figura anterior podemos ver que:

cos sen( 90º )


sen cos( 90º )
sensen(180º )
cos sen(270º ) sen( 90º ) (1.7)
Etc...

Além disso, não devemos esquecer que:

sen() sen() 
(1.8)
cos() cos

Outras relações trigonométricas importantes são:

1  cos 2 (1.9)
sen 2  
22

1  cos 2
cos 2   
2



24
EXEMPLO 1.17 - Determine a relação de fase entre as funções a seguir:

a) v(t) 100sen(377t 30º ) e i(t) 40 cos(377t 10º ) .


Resposta: v(t) está atrasada de +130º em relação a i(t).

b) i(t) 2 cos(377t 10º ) e v(t) 3sen(377t 10º ) .


Resposta: i(t) está adiantada 110º em relação a v(t). Ou v(t) está atrasada 110º em relação a i(t).

c) i(t) sen(377t 30º ) e v(t) 2sen(377t 10º ) .


Resposta: v(t) está adiantada 160º em relação a i(t). Ou i(t) está atrasada 160º em relação a v(t).

d) i(t) 2 cos(377t 60º ) e v(t) 3sen(377t 150º ) .


Resposta: v(t) e i(t) estão em fase.

25
LISTA 2
8) Encontre as relações de fase entre os seguintes
1) Determine as amplitudes e frequências das funções pares de senóides:
a seguir: (a) v = 6 sen (30t -40º) V,
a) v(t) = -63,7 cos (754t – 50º) [mV] i = 10 sen (30t – π/3) mA
b) i(t) = 429 sen (4000t + 15°) [A]
Resp.
(b) v = -8 sen (40t -80º) V,
a) 63,7mV e 120Hz
i = -10 sen (40t – 50o) V
b) 429A e 637 Hz
Resp.
(a) v está adiantada 20º de i
2) Encontre os valores instantâneos de (b) v está atrasada 30º de i
i = 80 sen 500t [mA] em:
a) t = 4 ms
b) t = 2,1 s 9) Sejam as formas de onda de tensão e corrente em
Resp. (a) 72,7 mA, (b) 52 mA uma determinada carga, dadas por:
v(t) 3sen(t 10) e i(t) 2 cos(t 10)
3) Qual a frequência de um onda de seno de tensão Pode-se afirmar que:
que tem 45 V de pico e que aumenta continuamente a a) As formas de onda estão em fase.
partir de 0 V em t = 0 s até 24 V em t = 46,2 ms? b) A tensão está adiantada em relação à corrente 20º.
c) A tensão está atrasada em relação à corrente 20º.
Resp. 1,94 Hz
d) A tensão está adiantada em relação à corrente
110º.
4) Se uma onda co-seno de tensão tem um pico de 20 e) A tensão está atrasada em relação à corrente 110º.
V em t = 0 s, e se ela leva 0,123 s para decrescer de Resp. Letra “ E ”
20 para 17 V, encontre a tensão em t = 4,12 s.
Resp. 19,3 V
10) Dada a função senoidal de tensão no domínio do
tempo v(t) = 311,127.sen (377t) [V].
5) Quais os valores instantâneos de Determine:
i = 13,2 cos (377t + 50º) mA em: a) O gráfico da função domínio do tempo (t) em ms;
a) t = - 42,1 ms b) O gráfico da função no domínio do ângulo ( ωt)
b) t = 6,3 s? em graus;
c) O gráfico da função no domínio do ângulo ( ωt)
Resp.
em radianos;
a) – 10 mA
d) O valor instantâneo de v(t) para t1 = 4,1ms e t2 =
b) 7,91 mA
12,1ms.
Resp. Ver exemplo 1.14.
Resp. Letra “d”
6) Determine o valor instantâneo da corrente i(t) em t
= 3ms, onde i(t) = 15cos (800t + 60º) [mA]. Em t1 temos: v(t) = 311V
Em t2 temos v(t) = -307,6 V
Resp. i = -14,305 mA

11) (FURNAS 2009) Uma tensão alternada é descrita


7) Encontre o período da função de tensão v(t) dada
pela expressão v(t) = 4 + 3 sen (800πt – 15º). por v= 50cost V. O valor da tensão em t   s é:
Resp. 2,5 ms 4
a) 25 2 V
b) 30V
c) 30 2 V
d) 30 3
e) 50V
Resp. Letra A

26
1.5 Valor médio
O conceito de valor médio é importante para todos os ramos do conhecimento. Na figura
abaixo, por exemplo, pode ser necessário conhecer a altura média do monte de areia para
determinar o volume de areia disponível. A altura média do monte de areia é a altura que será
obtida se mantivermos constante a distância entre as extremidades do monte e espalharmos a
areia até que a altura fique uniforme (figura 1.10 b). A área da secção reta da figura 1.10(a) será
então igual à área da seção retangular da figura 1.10(b), que é dada por: A = b x h. É claro que a
profundidade do monte deve ser a mesma para que os volumes sejam os mesmos.

Figura 1.10 – Conceito do valor médio

Se existe uma depressão no terreno, como mostrado abaixo, uma parte da areia é usada
para preencher a depressão, resultando num valor médio ainda menor.

Figura 1.11 – Influência de depressões (valores negativos) sobre o valor médio

27
Se representarmos por G o valor médio temos:

Soma _ a lg ébrica da área (1.10)


G 
comprimento da curva

Para uma onda periódica o valor médio será:

Soma _ a lg ébrica da área


G  (1.11)
tempo

Ou ainda para uma forma de onda periódica de tensão v(t) qualquer, o valor médio será:

1 T
G
T
 v(t)dt
0
(1.12)

OBSERVE QUE:

a) A área a ser considerada é a área contida entre a forma de onda corresponde a e o eixo do
tempo em um intervalo igual a um período;
b) Áreas acima do eixo do tempo são consideradas positivas e áreas abaixo são negativas;
c) O valor médio de uma senóide é sempre zero, porque, em um período, as áreas negativas
e positivas se cancelam na soma.

EXEMPLO 1.18
Determine o valor médio das formas de onda vistas a seguir.

Figura 1.11 – Exemplo 1.20

28
1.6 Valor eficaz
Por definição o valor eficaz ou de uma onda de tensão ou corrente periódica (Vef ou Ief) é
a tensão ou corrente CC positiva que produz a mesma perda de potência média em um resistor.

Figura 1.13 – Arranjo experimental para estabelecer uma relação entre grandezas AA e CA

Outro nome muito utilizado para valor eficaz é valor rms (root mean square) que
significa valor médio quadrático. Este nome se origina em função do procedimento utilizado
para obtenção dos valores eficazes de qualquer onda de tensão ou corrente periódica (não apenas
senoidais).

O procedimento é:

1. Eleve ao quadrado (square) a tensão ou corrente periódica;

2. Encontre a média (mean) dessa onda quadrada em um período;

3. Encontre a raiz (root) quadrada desse resultado.

O valor eficaz da tensão ou corrente, cuja variação com o tempo é conhecida pode ser,
pode ser calculado a partir das seguintes equações respectivamente:

T
1 2
T 0
Vef  Vrms  v (t )dt (1.13)

T
1 2
T 0
I ef  I rms  i (t )dt (1.14)

29
IMPORTANTE

Para uma onda de tensão ou corrente senoidal o valor eficaz pode ser obtido por:
Vp Ip
Vef Vrms  e I ef I rms 
 2 2

Onde Vp e Ip são os valores de pico da tensão e da corrente respectivamente.

EXEMPLO 1.19
Determine o valor eficaz das formas de onda vistas a seguir.

EXEMPLO 1.20
Determine o valor eficaz da forma de onda vista a seguir.

30
LISTA 3
1) Encontre o valor médio das ondas periódicas mostradas nas Figuras a seguir:

a) b)

Resp. 3,5 Resp. 15

2) Qual a expressão para uma onda co-seno de corrente de 400 Hz que tem um valor eficaz de 13,2 mA?
Resp. i = 18,7 cos 800πt mA

3) Encontre o valor eficaz de uma corrente periódica que tem um valor de 40 mA para dois terços de um período e
25 mA para o um terço restante. O valor eficaz seria diferente se a corrente fosse – 25 mA em vez de 25 mA para um
terço do período?
Resp. 35,7 mA, não

4) Determine o valor médio e o valor eficaz das formas de onda vistas a seguir.

Resposta: a) Vmédio = 0V e Vef = 12V b) Vmédio = 5V e Vef = 13,9284V

5) Explique com suas palavras qual o significado do valor eficaz?

31
CAPÍTULO II – NÚMEROS COMPLEXOS

Referência: Introdução à Análise de Circuitos – Boylestad, Robert L. Pearson Prentice Hall - 10ª
Edição, 2004 – Capítulo 14.

Inicialmente será feito uma introdução ao sistema de números complexos que, quando
aplicado à forma de ondas senoidais, resulta em uma técnica, de aplicação rápida, direta e
precisa, para determinar a soma algébrica de formas de onda.
Um número complexo pode ser representado por um ponto em um plano, referido a um
sistema de eixos cartesianos. Este ponto também determina um raio vetor a partir de uma origem.
São usadas duas formas para representar um número complexo: a retangular e a polar. Cada uma
delas representa um ponto no plano ou um raio da origem até este ponto.

Figura2.1 – Eixos real e imaginário do plano complexo

Onde j é definido como unidade imaginária, cujo valor é j  1 .

A denominação "imaginária" pode ser entendida como um recurso imaginativo da mente


humana já que não há número real cujo quadrado seja negativo, imagina-se (daí o nome) que haja
um número especial, dotado de tal propriedade. Isso, em linguagem simples, porém de forma
alguma desprovida de verdade matemática, consiste uma nova classe de números: os números
imaginários.

32
FORMA RETANGULAR
A representação na forma retangular de um número complexo C é:

C X  jY (2.1)

A figura a seguir mostra a representação de um número complexo:

Figura 2.2 – Eixos real e imaginário do plano complexo

FORMA POLAR 
A representação de um número complexo na forma polar é: 

C Z (2.3)

Onde:
Z – indica apenas o módulo do número complexo
θ – é sempre representado no sentido anti-horário a partir do eixo real positivo

Figura 2.3 – Forma polar de um número complexo

33
CONVERSÃO ENTRE AS DUAS FORMAS

As duas formas são relacionadas pelas equações a seguir, conforme ilustrado na figura
abaixo.

Figura 2.4 – Relação entre as duas formas

RETANGULAR PARA POLAR

Z X 2 Y 2 (2.4)

Y  Y 
 arctg tg 1
X  X (2.5)

POLAR PARA RETANGULAR 



X Z.cos  (2.6)

Y Z.sen (2.7)

34
LISTA 4
1 - Resolva as seguintes operações:
a) j6 – j7 + j4 – j9
 os seguintes quocientes na
6 - Encontre  forma polar:
b)(𝑗2)2 . (−𝑗3). (𝑗7). (−𝑗8). (𝑗0,9)
173 62,1 4,13 - j3,21
c) 8 / -j4 a) b)
Respostas a) –j6 b)-604,8 c) j2 38,914,1 7,2123,1

2 - Resolva as seguintes operações e expresse os
resultados na forma retangular: Resposta
a) (4,59 + j6,28) + (5,21 – j4,63) a) 4,4576,2
b) 30 + j4 – 5 + j6 – 7 + j8 – 9+ j10 - 11
Respostas a) 9,8 + j1,65 b) -2 + j28 b) 0,725119,04

3 - Converta os seguintes números para a forma 7 - Encontre os seguintes produtos na forma polar:
polar: a) 330.440
a) 8,1 + j11 b) 215.840
b) 16,3 – j12,2

c) – 33,4 + j14,7 Resposta
d) -12,7 – j17,3
a)1270
e) 16,2 + 16,2
f) -19,1 + j19,1 b)1625

Respostas
a)13,753,6
b) 20,436,8
c) 36,5156
d) 21,5126
e) 22,945
f) 27135

4 - Converta os seguintes números para a


forma retangular:
a)11,851
b)13,7142
c)15,8215

Respostas
a) 7,43 + j9,17
b) – 10,8 + j8,43
c) – 12,9 – j9,06

5 - Resolva a seguinte operação e expresse o


resultado na forma polar:
6,31  j8,23 7,1423,18,9247,5
Resposta 6,959,51

35



FASORES

Introdução

Como visto no início do capítulo, a adição de tensões e correntes senoidais é necessária


com frequência quando se trata de análise CA. Um método válido, porém longo, é traçar as duas
formas de onda senoidais no mesmo gráfico e somar algebricamente as ordenas em cada ponto,
como mostrado abaixo para: c = a + b.

Figura 2.5 – Adição de duas tensões senoidais

Entretanto este pode ser um processo longo, tedioso e com precisão limitada. Um método
mais rápido usa um vetor girante mostrado na figura a seguir. Este vetor radial que tem um
módulo (comprimento) constante e com uma extremidade fixa na origem é denominado fasor
quando usado na análise de circuitos ou sistemas elétricos. Veja a figura da página seguinte.

36
ADIÇÃO DE FORMAS DE ONDAS SENOIDAIS

Se for necessário adicionar duas funções senoidais, devemos primeiro convertê-las para a
forma fasorial e calcular a soma usando a álgebra dos números complexos. O resultado pode ser
então convertido para uma função no domínio do tempo.
A figura a seguir ilustra este processo:

Supondo as correntes i1 e i2 dada pelas


equações abaixo.
i1 = 5 sen(ωt + 30°)
i2 = 6 sen(ωt + 60°)

Então temos pela LCK:


iT = i1 + i2

Figura 2.6 – Adição de duas correntes senoidais

37
EXEMPLO 2.1
Supondo as correntes i1 e i2 no circuito abaixo dada pelas seguintes equações.
i1 = 5 sen(ωt + 30°)
i2 = 6 sen(ωt + 60°)

a) Determine a corrente fasorial IT da fonte e a corrente iT no domínio do tempo.


b) Veja a figura contendo os vetores das correntes na página anterior e compare com sua resposta.

38
LISTA 5
1) Encontre os fasores de tensão e corrente correspondente na forma polar:
a) v(t)  2.30sen(400t 30) V
b) v(t) 311.sen(20t 70) V
c) i(t) 2.sen(10t 15) mA
d) i(t) 1,4142.sen10t mA
e) i(t) sen10t A

Respostas
a) V̂ 3030V
b) V̂ 22070V
c) Iˆ  215mA
d) Iˆ 10 mA
e) Î 707,1070 mA

2) Encontre as tensões e correntes correspondentes aos seguintes fasores de tensões e correntes,


considerando todas as senóide com frequência de 120Hz.
a) V̂ 15,162V b) Iˆ 9,6231mA

Respostas
a) v = 21,35 sen (754t + 62º) V
b) i = 13,60 sen (754t – 31º) mA

3) Calcule a tensão de entrada (ein) no circuito visto na figura a seguir.


Dados:
va 50sen(377t 30)
f60Hz
v 30sen(377t  60º)

Resposta: ein 77,43sen(377t 41,17)

39
CAPÍTULO III – DISPOSITIVOS BÁSICOS E FASORES
Referência: Introdução à Análise de Circuitos – Boylestad, Robert L. Pearson Prentice Hall -
10ª Edição, 2004.
Capítulo 10 – Capacitores
Capítulo 12 – Indutores
Capítulo 14 – Dispositivos Básicos e Fasores
Capítulo 15 e 16 – Circuitos CA série e paralelo
Capítulo 17 – Métodos de Análise de Circuitos
Capítulo 18 – Teoremas sobre Circuitos CA

3.1 - INTRODUÇÃO

Estudaremos neste capítulo a resposta dos dispositivos básicos, resistor (R), Indutor(L)
e Capacitor (C) à tensões senoidais.

3.2 RESISTOR
No caso de um dispositivo puramente resistivo, a tensão e a corrente no dispositivo
estão em fase, sendo a relação no dispositivo entre seus valores de pico dada pela Lei de Ohm.

Figura 3.1 – Tensão e corrente em um resistor

Portanto, para elementos puramente resistivos temos que:

Vm R.Im ou VEF R.I EF (3.1)

A impedância de um elemento resistivo será dada por:

Ẑ R R0 (3.2)

40
3.3 INDUTOR

Para um indutor, a tensão VL está adiantada 90° em relação à corrente iL. Ou também se
pode dizer que a corrente iL está atrasada 90° em relação a tensão vL.

Figura 3.2 – Tensão e corrente em um indutor

No caso de um elemento indutivo com indutância (L) dada em Henrys, o termo ω.L
possui um efeito limitador de corrente similar à resistência R de um resistor sendo chamado de
reatância indutiva do indutor tendo como símbolo XL cuja unidade de medida é o ohm (Ω).

X L L (3.3)

Onde:
XL – Reatância Indutiva (Ω)
ω – Frequência angular (rad/s)
L – Indutância do indutor (Henrys) [H]

Pela equação acima também é possível verificar que para frequências muito elevadas o
indutor é um circuito aberto e para frequências muito baixa aproximadamente 0 Hz ou CC o
indutor é um curto-circuito.

Os símbolos mais usuais dos indutores estão mostrados abaixo:

Figura 3.3 – Símbolos do indutor

A impedância de um elemento indutivo será dada por:

Ẑ L X L 90 (3.4)

41
Energia armazenada em Indutores
O indutor é capaz de armazenar energia na forma de campo magnético. Isto ocorre
porque, quando o indutor é percorrido por uma corrente elétrica, a lei de Faraday providencia
um acúmulo de cargas positivas na entrada do indutor e negativas na saída. É este acúmulo de
cargas que representa um armazenamento de energia em campo magnético.
Pode-se demonstrar que a energia (E) armazenada em um indutor é dada por:

1
E  .L.i 2 (3.5)
2
Onde:
E – é a energia armazenada pelo indutor dada em joules (J)
L – é a indutância do indutor dada em henry (H)
i(t) – é a corrente sobre o indutor dada em ampères (A)

EXEMPLO 3.1
Determine a energia armazenada no indutor do circuito a seguir considerando que todas
as correntes e tensões tenham atingidos seus valores finais.
Resposta: EL = 25J.

42
3.4 CAPACITOR

Para um capacitor, a corrente tensão VC está atrasada 90° em relação a corrente iC. Ou
também se pode dizer que a corrente iC está adiantada 90° em relação a tensão vC.

Figura 3.4 – Tensão e corrente em um capacitor

No caso de um elemento capacitivo com capacitância (C) dada em farads (F), o termo
1/wC possui um efeito limitador de corrente similar à resistência R de um resistor
sendo chamado de reatância capacitiva do capacitor tendo como símbolo XC cuja unidade de
medida é o ohm (Ω).

(3.6)
Xc=1/wC
Onde:
XC – Reatância Capacitiva (Ω)
ω – Frequência angular (rad/s)
C – Capacitância do capacitor (farads) [F]

Pela equação acima também é possível verificar que para frequências muito elevadas o
capacitor é um curto-circuito e para frequências muito baixa aproximadamente 0 Hz ou CC o
capacitor é um curto aberto.

A impedância de um elemento capacitivo será dada por:

Ẑ L X C 90 (3.7)

43
Energia armazenada em Capacitores

O capacitor ideal não dissipa a energia que lhe é fornecida, mas a armazena na forma de
campo elétrico entre as superfícies condutoras. Isso ocorre porque, quando o capacitor esta
sujeito a uma diferença de potencial, haverá um acúmulo de cargas nas placas do capacitor. É
este acúmulo de cargas que representa um armazenamento de energia em campo elétrico.
Pode-se demonstrar que a energia (E) armazenada em um capacitor é dada por:

1
E  .C.v 2 (3.8)
2

Onde:
E – é a energia armazenada pelo capacitor dada em joules (J)
C – é a capacitância do capacitor dada em farads (F)
v – é a tensão sobre o capacitor dada em volts (V)

EXEMPLO 3.2
Determine a energia armazenada pelo capacitor e pelo indutor no circuito a seguir
considerando que todas as correntes e tensões tenham atingidos seus valores finais. Considere
L1 = mH e C = 1µF.
Resposta: EC = 18µJ e EL = 2 mJ

44
LISTA 6
1 – Determine a corrente I1 no circuito a seguir considerando que todas as correntes e
tensões tenham atingidos seus valores finais.
Resp. I1 = 5A

2 – Determine a corrente I1 e a energia armazenada pelo indutor de 6mH no circuito


abaixo considerando que todas as correntes e tensões tenham atingidos seus valores
finais.
Resp. I1 = 7A; E = 147mJ

3 – Determine a corrente IL e a tensão VC considerando que todas as correntes e tensões


tenham atingidos seus valores finais. Dados L1 = mH e C = 1µF.
Resp. I1 = 2A VC = 6V

4) Qual a expressão para uma onda co-seno de corrente de 400 Hz que tem um valor
eficaz de 13,2 mA?
Resp. i(t) = 18,7 cos 800πt [mA]

5) Encontre as reatâncias de um indutor de 180 mH em:


a) 754 rad/s b) 400 Hz c) 250 kHz
Resp. (a) 136 Ω, (b) 452 Ω, (c) 283 kΩ

45
6) Encontre as indutâncias dos indutores que têm as reatâncias de:
a) 72,1 Ω em 754 rad/s Resp. 95,6 mH,
b) 11,9 Ω em 12 kHz Resp. 158 µH
c) 42,1 kΩ em 2,1 MHz Resp. 3,19 mH

7) Quais são as frequências para as quais um indutor de 120 mH tem reatância de


a)45 Ω b)97,1 kΩ Resp. (a) 59,7 Hz, (b) 129 kHz

8) Qual a corrente que circula por um indutor de 80 mH que tem um tensão de 120 V, 60
Hz, sobre ele?
Resp. 3,98 A

9) Qual a indutância de um indutor que irá solicitar uma corrente de 250 mA quando
conectado a uma tensão de 120V, 60 Hz?
Resp. 1,27 H

10) Encontre a reatância de um capacitor de 0,25 µF em


a) 754 rad/s b) 400 Hz c) 2 MHz
Resp. a)5,31 kΩ b)1,59 kΩ c)0,318 Ω

11) Encontre as capacitâncias dos capacitores que têm as reatâncias de:


a) 700 Ω em 377 rad/s; b) 450 Ω em 400 Hz; c)1,23kΩ em 25 kHz.
Resp. a) 3,79 µF b)0,884 µF c) 5,18 nF

12) Ressonância é a tendência de um sistema a oscilar em máxima amplitude em certas


frequências, conhecido como 'frequências ressonantes'. Nessas frequências, até mesmo
forças periódicas pequenas podem produzir vibrações de grande amplitude, pois o sistema
armazena energia vibracional. O fenômeno da ressonância ocorre com todos os tipos de
vibrações ou ondas; mecânicas, acústicas, eletromagnéticas, etc. Este fenômeno tem
aplicações importantes em todas as áreas da ciência, sempre que há a possibilidade de
troca de energia entre sistemas oscilantes. Encontre a frequência na qual um capacitor de
0,1 µF e um indutor de 120mH têm o mesmo valor de reatância. Resp. 1,45 kHz

13) Qual a capacitância de um capacitor que solicita uma corrente de 150 mA quando
conectado a uma fonte de tensão de 100 V/400 Hz? Resp. 0,597 µF

14) (Eletrobrás) – Um capacitor de 50µF, conectado a fonte de tensão alternada senoidal


de 120 Volts, 60 Hz, apresenta uma reatância capacitiva aproximadamente igual a:
(A) 45Ω;
(B) 53,05 Ω;
(C) 100 Ω;
(D) 265,25 Ω;
(E) 500 Ω.
Resp. Letra B

46
15) (CELG 2004) Considere um circuito elétrico capacitivo, alimentado por uma fonte de
corrente alternada senoidal e frequência (f). Marque a alternativa INCORRETA:

a) Num circuito ideal, puramente capacitivo, não haveria dissipação de energia.


b) A reatância capacitiva (Xc) não depende da frequência do sinal senoidal da fonte.
c) Se a tensão aplicada ao capacitor for senoidal, a corrente também deverá ser senoidal.
d) Para uma frequência (f) extremamente alta, o capacitor comporta-se como um curto-
circuito (Xc tende a zero).
e) Quanto maior for a frequência (f) da fonte senoidal, menor será o valor da reatância
capacitiva (Xc) do circuito.
Resp. Letra B

16) Um chuveiro elétrico residencial tem o circuito interno e especificações dadas a seguir.
As potências especificadas são as potências médias dissipadas pelas resistências internas.
Determine o valor de R2.

Alimentação: 220Vrms
Potencia Inverno: 3,5kW
Potência Verão: 2,5kW

Resp. R2 = 5,53 Ω

17) (Vestibular IFG 2011/1) Considere o circuito constituído por um gerador, um resistor
ôhmico e três capacitores, como mostra o esquema abaixo.

De acordo com o esquema e os valores nele indicados, analise as proposições a seguir:


I. A capacidade do capacitor equivalente é 6µF.
II. A intensidade de corrente no resistor R = 4Ω é igual a 3A.
III. A ddp nos terminais do capacitor C3 é igual a 8V.

Assinale a alternativa correta:

a) Somente a proposição I.
b) Somente a proposição II.
c) Somente as proposições I e II.
d) Somente as proposições I e III.
e) Somente a proposição III.

Resp. Letra E

47
3.5 IMPEDÂNCIA
A impedância possui o símbolo Z e unidade ohm (Ω). Para um circuito de dois
terminais com um fasor de tensão de entrada V e um fasor de corrente de entrada I, como
mostrado abaixo, a impedância Z do circuito é definida por:


Ẑ 

(3.9)

A figura abaixo ilustra a equação anterior.

Figura 3.5 – Conceito de impedância de um circuito

De uma maneira geral a impedância Z pode ser escrita como:

Z R  jX (3.10)

Onde:
R – é a parte real da impedância (resistência)
X – é a parte imaginária da impedância (reatância)

Como é evidente a partir de Z = V/I, o ângulo de impedância é o ângulo no qual a


tensão de entrada está adiantada em relação à corrente de entrada, considerando que este
ângulo é positivo. Se ele é negativo, então a corrente está adiantada da tensão. Um circuito com
um ângulo de impedância positivo normalmente é chamado indutivo, porque a reatância
indutiva domina a reatância capacitiva. Similarmente, um circuito com ângulo de impedância
negativo é chamado de circuito capacitivo.
Pelo fato de a impedância relacionar os fasores de tensão e corrente da mesma forma
que a resistência relaciona tensões e correntes CC, temos que as impedâncias podem ser
associadas da mesma forma que as resistências. Assim:

48
IMPEDÂNCIA EM SÉRIE
Para circuitos em série, a impedância total ZT será:

Zˆ T Ẑ1 Ẑ 2 Ẑ 3 ... Ẑ N (3.11)

Figura 3.6 – Impedâncias em Série

IMPEDÂNCIA EM PARALELO
Para circuitos em paralelo, a impedância total ZT será:

1 1
1 1 1  ... 
  (3.12)
Zˆ T Zˆ1 Zˆ 2 Zˆ 3 Zˆ N

Figura 3.7 – Impedâncias em Paralelo

ADMITÂNCIA E SUSCEPTÂNCIA
Em circuitos de corrente alternada definimos a admitância (Y) como sendo igual a
(1/Z). A unidade admitância no SI é o siemens (S) cujo símbolo é S. A admitância é a medida
do quanto um circuito CA admite, ou permite, a passagem da corrente elétrica. Assim temos:

1
Ŷ  1 G  jB
 (3.13)
Ẑ R  jX
Onde:
Y – Admitância (S)
G – Condutância (S)
B – Susceptância (S)

Z – Impedância (Ω)
R – Resistência (Ω)
X –Reatância (Ω)

49
DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIA

Um diagrama de impedâncias auxilia na compreensão de impedâncias. Esse diagrama é


construído em um plano de impedância que, como mostrado na figura seguinte, tem um eixo
horizontal de resistências, designado por R, e um eixo vertical de reatâncias, designado por jX.
Ambos os eixos têm a mesma escala.

O diagrama indicado é de:

Circuito indutivo: Z1 6  j5 7,8139,8



Circuito capacitivo: Z 2 8 j6 1036,9



Figura 3.8 – Diagrama de Impedância

EXEMPLO 3.3
Construa o diagrama de impedância para o circuito mostrado a seguir.

50

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