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Intervenção arquitetónica na Rua das Fontainhas

Leonor Canudas

O proposto exercício pretendia que, por meio de dois programas distintos, uma residência e um
centro cívico, a área envolvente ao terreno da intervenção na rua das Fontainhas recebesse uma
requalificação. A área onde se localiza o terreno é predominantemente residencial, destacando-
se a habitação social projetada por Álvaro Siza e o conjunto de casas burguesas portuguesas que
definem a rua das Fontainhas.

A implantação sofreu várias alterações, ao longo do desenvolvimento do projeto, no entanto,


todas as propostas anteriores pretendiam estabelecer uma praceta na parte superior do
terreno, junto a São Victor. Em adicional, a residência encontrou-se sempre voltada a sul,
enquanto o centro cívico ocupou o limite junto ao Lar das Fontainhas, possibilitando propostas
nas quais o equipamento se encontrava na sua totalidade enterrado e outras em que se
desenvolvia a partir de um primeiro piso enterrado. Na proposta final, a residência foi
estabelecida no limite mais a norte e de modo a garantir a continuidade da rua das Fontainhas;
em adicional, o edifício foi fixado à cota máxima 89, com o intuito de criar relação com a pré-
existência, nomeadamente as duas casas à cota também 89. Os acessos tanto à residência, como
ao centro cívico são feitos pela praça no setor superior do terreno, criando dinamismo e vida à
mesma e as entradas são marcadas por palas. No que toca ao espaço público, o grande destaque
é, conforme referido, a praça que faz a entrada para os dois edifícios. No entanto, encontram-
se ainda dois espaços de relevo para a proposta: o espaço privado compreendido entre a
residência e as duas casas burguesas que integram o terreno; e o largo estabelecido a uma cota
superior à da rua (75), de modo a abafar o ruído do tráfego intenso que se faz na rua das
Fontainhas. De igual modo, o largo oferece uma vista privilegiada aos que ocupam as oficinas
do equipamento, garantindo ainda a continuidade desse espaço para o exterior. Por fim, o
espaço da esplanada do café, à cota 81, é também um espaço de interesse, na medida em que
potencializa ao máximo o usufruto daquele que é, na minha opinião, o ponto forte do terreno,
a visão panorâmica da ponte D. Infante e da sua envolvente. Além disso, é também importante
salientar a continuidade do espaço público destacando-se o percurso desde a praça à cota 85
até à pala junto que esconde a empena da casa à cota 83 do mesmo terreno, a qual funciona
como mirante.

Em última análise, a proposta apresentada tentou responder à diferença de cotas entre cada
extremo do terreno, bem como resolver as duas grandes empenas, a empena a sul, no canto
superior do terreno, cuja cota era 99, por meio da continuação da residência, através de uma
pala; e a empena na parte inferior do terreno, com já referido, por meio da pala que faz a
continuidade da praça. O problema mais grave apontado à proposta será o modo como é feito
a entrada para o estacionamento da residência, apresentando problemas a nível de falta de
relação com o resto da proposta.

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