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4.

ª edição, revista e atualizada

Modelos
de cartas
para a defesa
dos seus direitos

DECO PROTESTE DIGITAL


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Modelos
de cartas
MODELOS DE CARTAS
Para a defesa dos seus direitos

Revisão técnica e atualização: Ana Carreto


Colaboraram nesta edição: Sandra Justino e Nuno Rico
Projeto gráfico e paginação: Alexandra Lemos
Capa: Nuno Barbosa
Fotografia da capa: Thinkstock Photos
Coordenação editorial e redação desta edição: Paula Sofia Silva

Diretora e editora de publicações: Cláudia Maia


Coordenador dos guias práticos: João Mendes

© 2006-2017 DECO PROTESTE, Editores, Lda.


Todos os direitos reservados por:
DECO PROTESTE, Editores, Lda.
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1900-221 LISBOA  Tel. 218 410 800
Correio eletrónico: guias@deco.proteste.pt
Encomendas: deco.proteste.pt/guiaspraticos

1.ª edição: novembro de 2006


4.ª edição: fevereiro de 2017
Esta edição não contempla alterações
posteriores a janeiro de 2017.

Depósito legal n.º 420529/17


ISBN 978-989-737-082-3

Impressão: Agir
Rua Particular, Edifício Agir
Quinta de Santa Rosa
2680-458 CAMARATE

Esta edição respeita as normas


do novo Acordo Ortográfico.

Esta publicação, no seu todo ou em parte,


não pode ser reproduzida nem transmitida
por qualquer forma ou processo, eletrónico,
mecânico ou fotográfico, incluindo fotocópia,
xerocópia ou gravação, sem autorização prévia
e escrita da editora.
Como usar este livro
Na sociedade em que vivemos, os conflitos são inevitáveis. De um momento para
o outro, qualquer pessoa pode ser confrontada com uma daquelas situações
que nos põem os nervos “em franja”: um acidente de automóvel numa bela
manhã de domingo, uma avaria num aparelho acabadinho de comprar, uma
intoxicação alimentar depois de uma boa refeição no restaurante preferido.
Perante tais acontecimentos, o que fazer?
Infelizmente, não há receitas fáceis nem, muito menos, 100% eficazes. Em certos
casos, conflitos cuja resolução parece bastante complicada acabam por se
solucionar sem problemas de maior; noutros, pequenos incómodos transfor-
mam-se em grandes aborrecimentos, que durante anos nos sugam tempo e
energia. Apesar disso, existem alguns trunfos que, quando bem utilizados,
podem ser determinantes na obtenção de uma solução justa para os problemas.

• Antes de mais, é importante que saibamos exatamente quais são os nos-


sos direitos. Um consumidor bem informado é menos vulnerável e poderá
defender-se de forma mais eficaz. Por exemplo, se alguém estiver interessado
em adquirir produtos por correspondência estará muito mais tranquilo se
souber que a lei lhe permite anular a compra nos 14 dias úteis que se seguem
à receção do artigo encomendado.

• Em segundo lugar, é fundamental saber exigir, de forma clara e precisa, que


os nossos direitos sejam respeitados. E não basta ter razão. Também é neces-
sário, na maioria das situações, que os outros percebam que temos razão e
que possamos prová-lo. Por exemplo, se queremos reaver o dinheiro que
pagámos por um quilo de carne em mau estado, temos de poder provar
que o comprámos num determinado estabelecimento e que, efetivamente,
pagámos o que dizemos ter pago.

• Finalmente, também é importante saber quando e a quem devemos reclamar.


Queixar-se tarde e às pessoas ou entidades erradas é o caminho certo para o
fracasso. Não vale a pena queixar-se a um polícia de que a mesa da cozinha foi
entregue com um defeito no tampo. Ele nada poderá fazer por si. E também
não serve de nada reclamar ao vendedor um mês depois, já que, quando os
defeitos são visíveis, a altura certa para isso é o momento da entrega.

O livro que tem nas suas mãos foi feito para ajudar os consumidores portu-
gueses a conhecerem os seus principais direitos e a exigirem, no momento
certo e de forma clara e precisa, que os mesmos sejam respeitados. Destina-se,
fundamentalmente, a facilitar a resolução de muitos problemas com que se
deparam no dia a dia. Para atingir esse fim, sugerimos que comece por ler
atentamente o capítulo introdutório intitulado Como defender os seus direitos?
Aí encontrará conselhos práticos gerais, que lhe serão úteis em múltiplas
situações. Em seguida, leia os textos introdutórios dos diversos capítulos, que
lhe fornecerão informações básicas sobre os seus direitos em áreas como a
compra e venda de bens, a prestação de serviços, as relações com os bancos,
as seguradoras e a administração pública, entre muitos outros.
Os modelos de cartas que apresentamos ao longo de todo o livro dão-lhe uma
ideia de como proceder em situações mais ou menos concretas, que poderá,
eventualmente, adaptar ao seu caso particular. O índice dos modelos, no final
do livro, ajuda-o a encontrar, com maior rapidez, a carta que pretende. Mas,
ao consultar um determinado modelo, não deixe de ler o texto da parte
introdutória que lhe corresponde: mesmo que lhe pareça semelhante, o seu
caso pessoal pode não estar sujeito aos mesmos prazos ou, até, à mesma lei.

Lembramos que a deco proteste oferece um serviço de apoio, ao qual


poderá recorrer para obter informações relativas a situações específicas e
que, em muitos casos, irá ajudá-lo a perceber quais são as possibilidades de
resolução de um determinado conflito a seu favor (telefones 808 200 145 e
218 410 858). Portanto, não hesite em recorrer aos nossos técnicos, pois é
para si que existimos.
Índice
Como defender os seus direitos? Direitos do dono da obra 83
Prazos para eliminação de defeitos 84
Quando os conflitos surgem 10
Que fazer? 10 Viagens e lazer 85
Porquê escrever? 12 As viagens organizadas 85
Como escrever? 12 As viagens de avião 88
Como enviar? 13 Alojamento e refeições 89

Modelo 1 17 Modelos 43 a 70 90

CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 3
Compra e venda de bens Administração pública e serviços
públicos essenciais
Prazo para entrega dos bens 20
A administração pública 128
As garantias 20 Via graciosa 128
Uma questão de prazos 21 Via contenciosa 129
As diferentes vias 22 Ambas as vias 129
Bens nem sempre garantidos 23
Os serviços públicos essenciais 130
A compra e a venda de imóveis 23 Falta de pagamento 130
Mais vale prevenir 23 Pagamento parcial 131
O contrato-promessa de compra e venda 25 Consumos mínimos e contadores 131
Perturbações do serviço 132
Situações especiais 29
Vendas à distância e fora Modelos 71 a 85 133
do estabelecimento comercial 30
Habitação para férias 31
CAPÍTULO 4
Modelos 2 a 42 34 Bancos e seguradoras

Os contratos bancários 151


CAPÍTULO 2 Contrato de depósito 151
Prestação de serviços Contratos de mútuo 152

A empreitada 82 Os meios de pagamento 153


Características dos contratos 82 Os cartões bancários 153
Outros meios de pagamento 154 Vizinhança 189
Regras a respeitar 189
Os seguros 156 Em caso de conflito 190
Antes de subscrever 156
O pagamento dos prémios 157 Modelos 110 a 126 191
Pôr fim ao contrato 157
Particularidades do seguro automóvel 158
Formas de indemnização 160 A legislação em vigor 213

Modelos 86 a 109 162


Índice dos modelos 218

CAPÍTULO 5
Vida quotidiana

Vida familiar e heranças 187


As relações familiares 187
As heranças 188
Como defender os seus direitos?

Como defender
os seus direitos?

9
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Existem quase sempre diversas formas de exigir que os seus direitos sejam
respeitados. Os meios a utilizar em cada caso dependem, sobretudo, da natu-
reza do conflito e das pessoas ou entidades envolvidas. No entanto, qualquer
que seja a situação, convém ter algumas precauções e respeitar procedimentos
básicos que podem influenciar a evolução de todo o processo.

Quando os conflitos surgem


Imagine que pretende comprar um sofá novo. Vai à loja, escolhe o modelo
e decide fazer a encomenda. O vendedor compromete-se a entregar o sofá
dentro de uma semana e exige-lhe um sinal de 10% do valor total do móvel.
Paga a quantia pedida e volta para casa, aguardando impacientemente que
a semana passe. Tudo parece correr às mil maravilhas…
Finalmente, chega o dia esperado. Os empregados da loja entregam o sofá,
pedem-lhe que assine um papel e preparam-se já para sair, quando descobre,
consternado, que o sofá tem uma enorme rachadura num dos pés! E agora?

Que fazer?
Perante a perspetiva de sair prejudicado do negócio, o que pode fazer? Talvez
a primeira ideia que lhe ocorre seja desistir, pura e simplesmente, de comprar
o sofá! Mas será que pode, e quer mesmo, fazer isso?

Conheça os seus direitos


Perante um potencial conflito, a primeira coisa a fazer é refletir sobre aquilo
a que tem direito. É importante evitar exigências desproporcionadas, que só
o deixariam em posição de fraqueza. Embora, por vezes, exigir um pouco
mais possa constituir uma boa estratégia…

Informe-se
Se não souber ao certo o que tem o direito de exigir, procure informar-se. Neste
caso tratava-se de um defeito bem visível e a decisão teria de ser imediata:

10
Como defender os seus direitos?

ou recusava a entrega do sofá ou a aceitava sob reserva, por exemplo na


condição de ser substituído num curto espaço de tempo. Mas, para fazer a
aceitação sob reserva, seria provavelmente necessário telefonar para a loja e
reforçar, por escrito, o acordo obtido. Na maioria das situações, é preferível
não reagir “a quente”. Em caso de dúvida, contacte o serviço de informação
jurídica da deco proteste (218 410 858 ou 808 200 145).

Poupe munições
Antes de “entrar a matar”, pense se não haverá uma forma consensual, justa
e pacífica de resolver o conflito. Tente falar com a pessoa em causa e aborde
calma, mas firmemente, o problema. Proponha uma solução e tente perceber
se o seu interlocutor mostra uma real intenção de resolver as coisas. Um bom
acordo é sempre preferível a uma disputa de consequências imprevisíveis.

Proteja-se
Mesmo que tenha uma relação de alguma confiança com o vendedor ou o
prestador do serviço, não facilite: procure ficar com uma prova dos compro-
missos assumidos, das quantias entregues, das exigências que fez. Peça o
duplicado das notas de encomenda, exija faturas e recibos, sempre que possível
peça orçamentos e assine contratos. No mínimo, caso não tenha alternativa,
rodeie-se de testemunhas. Como diz o povo, “o seguro morreu de velho”.

A caneta é uma arma


Se uma primeira tentativa de reclamação e conciliação verbal não der resulta-
dos, ou se estes não forem os desejados, escreva. Isso pode significar, nalguns
casos, preencher um livro de reclamações ou um impresso próprio. Mas,
na maioria das situações, é provável que acabe por ter de mandar uma men-
sagem de correio eletrónico ou uma carta, expondo claramente as razões do
conflito, a solução pretendida e o prazo para a respetiva resolução.

Atenção aos prazos


Existem momentos adequados para fazer determinadas exigências ou para
pedir a anulação de um negócio ou contrato. Por vezes, um descuido de um
dia pode impossibilitar a resolução do problema. Além de estar bem infor-
mado, é necessário saber agir (verbalmente ou por escrito) no momento certo.

11
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Porquê escrever?
Entre outras vantagens, a comunicação escrita demonstra claramente que
não pretende deixar os factos cair no esquecimento. Um comerciante mal-
-intencionado pode receber uma queixa verbal de forma mais ou menos
indiferente, sobretudo se não houver testemunhas, mas terá mais dificuldade
em ignorar uma reclamação escrita. Uma carta registada de que o remetente
tenha guardado cópia deixa rasto — e os comerciantes sabem-no.
Em qualquer fase do processo pode ser essencial provar que, em momento
oportuno, fez uma determinada exigência. Esta poderá consistir numa ação
(pagar uma dívida ou reparar uma avaria), numa omissão (não fazer barulho)
ou numa combinação de ambas. Nestes casos, uma carta pode ter um peso
determinante na resolução favorável do conflito. Isso não significa que tenha
de fundamentar juridicamente as suas pretensões. Não é necessário que o
reclamante seja um especialista em Direito. Na verdade, a invocação de dis-
posições da lei apenas faz sentido em certos casos especiais. É por isso que
só as encontrará, neste livro, num número restrito de modelos.

Como escrever?
Fazê-lo de forma minimamente eficaz aumenta as possibilidades de obter os
resultados pretendidos. Por isso, respeite algumas regras gerais que devem
fazer parte de qualquer carta ou mensagem de correio eletrónico (veja o
modelo 1, na página 17).

Identifique-se e identifique
Para que não subsistam dúvidas sobre quem está envolvido na questão,
a carta deverá conter os nomes (ou a denominação social) do remetente e
do destinatário, com moradas completas. Inclua o número de telefone, caso
pretenda que o contactem por essa via.

Situe os factos
Não se esqueça de mencionar o local e a data em que a carta foi escrita. A data
deve ser sempre a do envio.

12
Como defender os seus direitos?

Conte a história
Os antecedentes são importantes, para que os seus motivos sejam facilmente
compreendidos pelo destinatário e/ou por terceiros. Por isso, a carta deverá
conter um relato sucinto dos acontecimentos que levaram ao seu envio.

Diga o que quer


Refira, de forma clara e precisa, o que pretende da pessoa ou entidade a quem
envia a carta: que devolva uma quantia, deixe de ter um tipo de comporta-
mento, repare uma avaria dentro de um determinado prazo, etc.

Não se esqueça dos anexos


Junte à carta (e mencione esse facto) todos os documentos que considere
importantes para a compreensão e prova do sucedido: orçamentos, notas
de encomenda, faturas, recibos, etc. Mas nunca envie originais, só as
cópias!

Assine
Mesmo que contenha o nome e a morada do remetente, uma carta não assi-
nada é como se fosse anónima. Por isso, não se esqueça de a assinar.

Guarde cópias
Digitalize ou faça fotocópias da carta e dos restantes documentos a enviar.
Arquive todos os originais dos documentos e uma cópia da carta numa pasta
própria para o efeito.

Como enviar?
Feita a missiva, outra questão se coloca: como fazê-la chegar ao destinatário,
de forma a não deixar dúvidas de que foi mesmo enviada e recebida?

13
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Carta em mão
Nalguns casos, é possível entregar a carta diretamente, em mão, acompanhada
de uma cópia que ficará com o remetente — esta deverá ser assinada pelo
destinatário e, se se tratar de um comerciante, levar o carimbo comercial
da empresa. Também deve ser aposta a menção “Recebi em   /  /  ”.
Este tipo de notificação pessoal depende da boa vontade de quem recebe a
comunicação, pelo que nem sempre poderá ser utilizado. O que não impede
que, caso se preveja uma recusa, o portador se faça acompanhar de testemu-
nhas que poderão atestar o sucedido.

Carta registada e com aviso de receção


A simples carta registada permite apenas que o remetente prove que a enviou.
A modalidade com aviso de receção tem como objetivo demonstrar que o
destinatário a recebeu efetivamente, pois tem de assinar o impresso próprio
para esse efeito. Ainda que recuse a carta, nada tem a ganhar: o carteiro terá
de mencionar esse facto, o que, para efeitos de prova, equivale a tê-la rece-
bido. O mesmo acontece se o destinatário não a for levantar aos correios no
período indicado no aviso.
É a forma mais habitual de enviar correspondência em caso de conflito:
é prática, simples e razoavelmente eficaz. Por isso, é o meio que propomos
neste guia para a maioria das situações.

Notificação judicial avulsa


Proporciona uma maior certeza quanto ao envio e receção da correspon-
dência, bem como quanto ao seu conteúdo: a notificação é efetuada através
do tribunal, na sequência de um requerimento dirigido a um juiz (veja um
exemplo na página 15). Não equivale, porém, à instauração de uma ação
ou de outro procedimento judicial. Neste caso, o tribunal funciona apenas
como intermediário, permitindo que uma pessoa dê a conhecer a outra a sua
vontade, sem se pronunciar sobre o fundo da questão.

A lei apenas exige que a comunicação seja feita através de notificação judi-
cial avulsa em casos muito excecionais. Mas nada impede que se utilize esta
via, voluntariamente, em muitas outras situações, como, por exemplo, para
denunciar um contrato de arrendamento.

14
Exmo. Sr.
Dr. Juiz do Tribunal
Judicial
da Comarca do Porto
Antónia dos Santos
, residente na Traves
doméstica, contribuin sa da Queimada, n.º
te n.º 999 888 777 3, em Vila Nova de Fam
, vem requerer a not alicão,
Correspondex – Com ificação judicial avu
ércio por Catálogo, Lda lsa de
na pessoa de qualqu ., com sede na Rua dos Soldad
er sócio-gerente ou, ores, n.º 679, no Porto,
qualquer empregad não se encontrando
o, nos termos e com nenhum deles, na pes
os seguintes fundam soa de
entos.
1.º No dia 2 de outubr
o do corrente ano, a
camisola com a referê requerente encomend
ncia 12345/67, consta ou à Correspondex
nte do catálogo distrib uma
(junto nota de encom uído por aquela empre
enda). sa

2.º A camisola foi ent


regue à requerente
(vinte e oito euros). a 10 de outubro, ten
do esta pago o valor
de € 28

3.º No dia 12 de outubr


o, a ora requerente pre
da supra referida cam tendeu resolver o con
isola. trato de compra e ven
da

4.º Para o efeito, e na


data referida no núm
aviso de receção, dec ero anterior, enviou
larando a intenção de uma carta reg istada
resolver o contrato com
anexo), devolvendo, (cópia da carta e reg
na mesma data, a cam istos em
isola.
5.º Nos termos da lei,
a Correspondex, Lda
14 dias a contar da . seria obrigada a res
data em que a requer tituir, no prazo máxim
ente devolveu a cam o de
no montante de € 28, isola, o valor da enc
e, conforme acordado, omenda,
de € 1,72 (recibo em as despesas postais da
anexo). devolução, no monta
nte

6.º O incumprimento
desta obrigação de ree
vendedor a devolver mbolso, dentro do pra
as quantias em dob zo mencionado, obr
ro no prazo de 15 dia iga o
s úteis.
7.º Até à presente dat
a, a Correspondex, Lda
. não devolveu as qua
ntias referidas no n.º
anterior.
8.º Assim, vem requer
er-se a notificação jud
de 5 dias após a notific icial avulsa da Correspon
ação, devolver todas dex, Lda. para, no pra
as quantias que retém zo
+ 1,72 + 1,72, no valor indevidamente: €28
total de €59,44 (cinque + €28
nta e nove euros e qua
renta e quatro cêntim
os).
9.º Desde já se requer
que a notificação seja
pela secretaria. efe tuada por agente de
execução, a nomear

Junta três document


os e duplicados.

Espera deferimento.

Antónia dos Santos


A requerente

A notificação judicial avulsa é, normalmente, mais eficaz do que a simples carta registada, porque
tem o peso da autoridade do tribunal.
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Correio eletrónico
Muitas pessoas utilizam o correio eletrónico como meio de comunicação
rápido, barato e prático. Pelas mesmas razões, muitas empresas disponibilizam
endereços eletrónicos como meio de contacto com clientes e fornecedores.
Em caso de conflito, pode usar-se esta alternativa — os mesmos princípios
relativos ao envio de uma carta são aqui aplicáveis, mas com algumas dife-
renças. Enquanto numa carta existe uma assinatura manuscrita, nas men-
sagens eletrónicas isso não acontece. Embora possa sempre digitalizar-se
uma assinatura para ser aposta à mensagem, usando o mesmo princípio da
correspondência clássica, isso não é essencial. Na verdade, o que importa é
que o remetente se identifique clara e corretamente na mensagem, para que
não surjam dúvidas.
Uma precaução adicional, que lhe permite certificar-se de que a mensagem
é recebida, consiste em usar a funcionalidade (disponível nos programas de
correio eletrónico mais utilizados) que avisa o remetente de que a sua men-
sagem foi aberta e/ou lida. As mensagens relativas a um conflito, incluindo as
de confirmação emitidas pelo programa de correio eletrónico (por exemplo,
de envio, receção, leitura) devem ser guardadas pelo remetente, para que
possam ser impressas a qualquer momento e servir como meio de prova.

ENVIAR A RECLAMAÇÃO ESCRITA


MEIO VANTAGENS INCONVENIENTES
NOTIFICAÇÃO Rápida e gratuita. Não exige a O destinatário pode recusar-se a
PESSOAL participação de intermediários. recebê-la. Exige a deslocação do
O carimbo ou a assinatura do interessado à morada da pessoa
destinatário permitem provar que a ou entidade a notificar e, como
mensagem foi recebida. cautela, a presença de duas
testemunhas.
NOTIFICAÇÃO Maior eficácia. Usa a autoridade do Exige a deslocação do interessado
JUDICIAL AVULSA tribunal para obrigar o destinatário ao tribunal da área de residência do
a receber a comunicação e a tomar destinatário e tem um custo.
conhecimento do conteúdo.
CARTA REGISTADA Prática e barata. Não exige a O destinatário pode evitar a receção
deslocação do interessado. Se tiver da carta, a menos que esta venha
aviso de receção permite provar que acompanhada do aviso de receção.
a mensagem foi recebida.
CORREIO Prático, rápido e barato, pelo menos A mensagem de correio eletrónico
ELETRÓNICO se não tiver de pagar a utilização só é válida como prova se tiver
da internet especificamente para resposta. Portanto, se tiver um
o enviar. prazo a cumprir, não utilize esta
via. Se não receber, pelo menos,
um comprovativo de receção,
formalize a sua reclamação através
de carta registada com aviso de
receção ou no livro de reclamações.

16
Como defender os seus direitos?

MODELO 1
Estrutura geral de uma carta de reclamação

A maioria das cartas que encontrará neste livro segue, com maior ou menor flexibilidade,
este modelo. Como vimos no texto precedente, é importante, sobretudo, que uma carta de
reclamação respeite certas regras essenciais: identificação do remetente e do destinatário,
menção da data e do local do envio, descrição dos antecedentes, exposição clara do que se
pretende, referência a eventuais documentos em anexo e assinatura.
Também é conveniente não descuidar a apresentação da carta. É preferível escrevê-la num
computador, para facilitar a leitura, sobretudo se a sua caligrafia não for muito legível. Guarde
cuidadosamente uma cópia da carta (já assinada, de preferência) e, se a entregar em mão, peça
ao destinatário que a assine, com a menção “Recebi em     /    /    ”. Tratando-se de uma
empresa ou de outra entidade, também deverá ser carimbada.

(Nome e morada completa do remetente)


António Luís Guimarães
Rua das Berlengas, 18
2675-000 ODIVELAS
Tel. 219 310 000 (caso deseje ser contactado por esta via)

(Nome e morada completa do destinatário)


MOBILEX, LDA.
Rua da Ilha do Pessegueiro, 12
2675-000 ODIVELAS

(Localidade e data)
Odivelas, 10 de março de 2017

Carta registada com aviso de receção

(Descrição sucinta do assunto da carta)


Assunto: Demora na entrega de sofá.

Exmo. Senhor,
Exmo(s). Senhor(es),

(Antecedentes: descrição sucinta dos factos que levaram ao envio da carta)

No passado dia 16 de fevereiro, dirigi-me ao seu estabelecimento, sito na morada acima


indicada, com a intenção de adquirir um sofá. Após escolher o modelo que me interessava, ➜

17
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

assinei a nota de encomenda e paguei o sinal exigido, no valor de € 100 (cem euros). No dia 21,
foi-me entregue o sofá encomendado, mas, após breve análise, percebi que o mesmo tinha um
defeito: um dos pés estava rachado!

(Caracterização da situação atual)

Perante tal facto, recusei o sofá, solicitando que me fosse entregue outro exemplar, em bom
estado, o mais depressa possível. No entanto, apesar de me dizerem que não haveria problema
e que a entrega seria feita, o mais tardar, até ao final do mês, ainda continuo à espera.

(Exposição clara do que se pretende)

Como é evidente, o atraso na resolução do problema tem trazido diversos transtornos à minha
família. Por isso, venho exigir que o sofá me seja entregue, sem falta, dentro dos próximos
8 dias. Caso contrário, tenciono anular a referida encomenda e exigir a devolução do sinal.

(Fecho)

Sem outro assunto de momento,

(Assinatura)

António Luís Guimarães

(Enumeração de eventuais cópias de documentos anexos)

Anexos: Fotocópias da nota de encomenda e do recibo do sinal.

18
Capítulo 1

Compra e venda
de bens
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Os contratos de compra e venda de bens estão entre os mais celebrados.


Não sendo necessariamente escritos, caracterizam-se por implicarem uma
transferência dos direitos sobre um determinado bem ou produto, de uma
pessoa ou entidade para outra, mediante um preço.

Prazo para entrega dos bens


Convém que as partes estipulem um prazo para a entrega dos bens e o vendedor
os entregue na data acordada. Mas, se não o tiverem feito, diz a lei que os bens
devem ser entregues sem demora injustificada e até 30 dias após a celebração do
contrato. Não sendo cumprido o prazo acordado ou, não existindo, decorridos
os 30 dias, o consumidor pode solicitar a entrega num prazo adicional razoável.
Se o vendedor não entregar os bens dentro deste prazo, o consumidor tem o
direito de resolver o contrato. Contudo, há situações em que pode fazê-lo de
imediato, sem que seja necessário indicar um prazo adicional. Será assim quando:
—— o vendedor se recusar a entregar os bens;
—— o prazo fixado para a entrega seja de tal forma determinante que dispense
qualquer pedido ou informação prévia;
—— o consumidor tenha informado o vendedor, antes da celebração do con-
trato, de que a entrega dentro de um determinado prazo ou numa data
específica é essencial.

Até 14 dias após a resolução do contrato, o vendedor terá de restituir ao


consumidor a totalidade do montante pago. Ultrapassado este prazo, além
da devolução deste montante em dobro o consumidor poderá pedir uma
indemnização por eventuais danos causados.

As garantias
Neste âmbito, há dois aspetos fundamentais. São eles os prazos a respeitar e
as soluções possíveis quando se constata que o produto tem defeito. Convém
ainda saber que estas regras não se aplicam a todos os bens e a todos os tipos
de defeito, mas apenas a alguns.

20
Compra e venda de bens

RECLAMAR AO PRODUTOR OU AO VENDEDOR?


Quem compra um bem defeituoso pode optar por dirigir-se ao vendedor ou ao pro-
dutor (por exemplo, o construtor de um imóvel) para que lhe sejam reconhecidos os
seus direitos. Das quatro soluções apresentadas pela lei (veja o título As diferentes vias,
na página 22), e sem prejuízo dos direitos que lhe assistem perante o vendedor, o con-
sumidor apenas pode exigir diretamente a responsabilidade do produtor nos casos de
reparação ou substituição.

Uma questão de prazos


• O prazo de garantia legal, durante o qual tanto o vendedor como o produtor
estão obrigados a assegurar a qualidade dos bens, depende da natureza
destes:
—— para os bens móveis, é de 2 anos. Este prazo é válido também para os
bens móveis usados, a não ser que entre as partes tenha sido acordado
um prazo de 1 ano;
—— para os imóveis, 5 anos.

Num caso como noutro, o prazo começa a contar na data de aquisição, pelo
que é sempre importante guardar os documentos comprovativos. Além disso,
a garantia não é útil apenas para o primeiro comprador de um determinado
bem: se este o vender, o novo proprietário (tanto de um bem móvel como
imóvel) também tem os direitos que referimos, até que o prazo da garantia,
contado a partir da data da compra original, se esgote.

• Quando detetar a existência de um defeito em qualquer bem que tenha adqui-


rido, o comprador deve dar conhecimento desse facto ao vendedor ou ao
produtor tão rapidamente quanto possível. A lei estabelece os seguintes limites
para a denúncia de defeitos:
—— se o defeito for num imóvel (por exemplo, um andar para habitação),
o prazo de denúncia é de 1 ano após a deteção;
—— tratando-se de bens móveis (por exemplo, um automóvel), esse prazo é
de apenas 2 meses.

• Existe outro limite fundamental a ter em conta: se, após denúncia do defeito,
o vendedor ou o produtor nada fizerem, o comprador tem apenas 2 anos para
exigir que ele cumpra a sua obrigação (nos imóveis, o prazo é de 3 anos).
Se deixar passar esse prazo, já não poderá recorrer aos tribunais para defen-
der os seus direitos.

21
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

As diferentes vias
• Constatado o defeito, o comprador pode exigir:
—— a reparação do bem adquirido;
—— a sua substituição por outro igual ou equivalente;
—— uma redução do preço;
—— a anulação do negócio, com a devolução da quantia paga ao comprador
e do bem ao vendedor.

A lei não estabelece uma ordem para estas soluções, apenas diz que, em caso
de reparação ou substituição, estas devem concretizar-se num prazo máximo
de 30 dias. A reclamação do comprador deve ter em conta a gravidade do
defeito, a natureza e o preço do bem e o fim a que o mesmo se destinava.
Paralelamente, é possível solicitar ao vendedor/produtor um artigo de substi-
tuição que possa ser utilizado durante o período em que o proprietário fique
privado do bem que adquiriu. Ainda que não esteja obrigado a disponibilizá-
-lo, cabe ao vendedor minimizar os inconvenientes para o consumidor e esta
será uma forma de o fazer.

• Nalgumas situações, a simples reparação será suficiente para resolver o pro-


blema. A lei determina que, enquanto o produto estiver a reparar, o prazo de
garantia fica suspenso. Ou seja, o prazo inicial irá prolongar-se pelo tempo em
que o proprietário ficou privado do seu uso (veja o modelo 4, na página 37). Por
isso, é importante que, ao entregar um produto para reparação, o consumidor
fique com um documento (por exemplo, uma folha de obra) onde constem
as datas de entrega e de devolução. No mínimo, exija um talão comprovativo
da entrega para reparação e, quando levantar o produto, escreva no talão
a menção “Recebi” e a data em que tal aconteceu. Convém que o talão seja
carimbado pela empresa reparadora. Um detalhe importante: a lei deter-
mina expressamente que, em tais situações, não é permitido cobrar qualquer
importância pela reparação, ao contrário do que, na prática, acaba por acon-
tecer em muitos casos, sendo exigido ao consumidor que pague deslocações,
transporte do material, etc.

• A substituição pode ser exigida quando representar um menor prejuízo


para o comprador do que a reparação, nomeadamente quando o vendedor/
produtor tiver à disposição, para entrega imediata, bens com características
idênticas. Na data em que é efetuada a substituição começa um novo prazo
de garantia.

• A redução do preço é possível quando a reparação ou a substituição forem


inviáveis ou muito difíceis e se, apesar do defeito, o comprador estiver inte-
ressado em ficar com o bem que adquiriu. Nalguns casos, a redução do preço

22
Compra e venda de bens

constitui também a solução de compromisso mais simples (por exemplo,


um livro com a capa danificada).

• O comprador pode exigir a anulação do contrato se o defeito o impedir de


realizar os seus objetivos, perdendo, dessa forma, o interesse pela aquisição.

Bens nem sempre garantidos


A garantia de bom funcionamento só pode ser exigida quando:
—— o bem tiver sido adquirido a um vendedor profissional. São consideradas
profissionais todas as pessoas que fazem da compra e venda de produtos
o seu modo de vida. Os particulares não estão obrigados a garantir a quali-
dade dos bens que, eventualmente, vendam. No entanto, não é impossível
anular uma compra feita a um particular, em caso de erro ou quando se
comprove que este atuou de má-fé;
—— se tratar de defeitos ocultos, ou seja, que não eram visíveis para um com-
prador sem conhecimentos especiais na área. Se o vendedor/produtor
souber que o artigo tem defeitos, só pode eximir-se da responsabilidade de
assegurar o seu bom funcionamento se der a conhecer a sua existência ao
comprador ou se os defeitos forem tão evidentes que qualquer comprador
possa aperceber-se deles através de uma inspeção sumária.

A compra e a venda de imóveis


As transações de casas e terrenos estão sujeitas a regras especiais. Estas visam
proteger o comprador de forma mais eficaz, para evitar que, tratando-se do
investimento mais importante para a grande maioria dos cidadãos, os seus
direitos sejam lesados.

Mais vale prevenir


Antes de entregar quaisquer quantias ao vendedor, a pessoa interessada na
aquisição de um imóvel deve certificar-se, na medida do possível, de que tudo
decorrerá sem problemas.

23
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Características do imóvel
Há que verificar cuidadosamente se o imóvel está isento de defeitos de
construção. Fale com os vizinhos, que poderão dizer-lhe se têm conheci-
mento de quaisquer problemas (infiltrações, ruídos, maus cheiros, etc.) e/
ou recorra ao parecer de especialistas. Além dos avaliadores profissionais,
existem empresas especializadas na área da construção civil que avaliam
a qualidade das casas.
Tratando-se de imóveis para os quais tenha sido requerida licença de habita-
ção desde março de 2004, existe também uma Ficha Técnica de Habitação,
que descreve as principais características técnicas e funcionais, incluindo,
por exemplo, plantas e materiais. O imóvel terá ainda de possuir um certi-
ficado energético, que permite verificar qual a sua eficiência em matéria de
consumo de energia. O vendedor deve facultar estes elementos ao potencial
comprador, para que este possa analisar a informação antes de tomar uma
decisão final sobre a compra do imóvel.

Os aspetos legais
Para garantir a legalidade da transação, desloque-se à conservatória do registo
predial da área a que pertence o imóvel, consulte o livro onde o mesmo se
encontra descrito e peça a respetiva certidão (ou uma fotocópia não certifi-
cada, mais barata). Dessa forma, poderá confirmar, por exemplo, se a pessoa
que se apresenta como proprietária do imóvel aí figura como tal e se existem
quaisquer ónus ou encargos por satisfazer.

Convém ter em conta, no entanto, que é perfeitamente normal a existên-


cia de uma hipoteca a favor do banco a que o anterior proprietário tenha
recorrido para financiar a aquisição do imóvel. Nesse caso, bastará, para
que tudo decorra sem problemas, que a hipoteca seja retirada. Isso coincide,
normalmente, com a assinatura do contrato de compra e venda: na maioria
das situações, só a venda da fração permite ao anterior proprietário obter
o dinheiro indispensável para liquidar o empréstimo e levantar a hipoteca.

Contudo, se verificar que existe outro tipo de registos (como uma penhora,
por exemplo), impõe-se o máximo cuidado. A penhora significa que o pro-
prietário foi sujeito a uma ação judicial pelo credor de uma dívida, para
que este possa ser compensado através do imóvel. Neste caso, o facto de o
proprietário ainda se encontrar na posse do imóvel é irrelevante: na maio-
ria das vezes, quando o tribunal decreta uma penhora, o proprietário é
nomeado simples depositário do bem penhorado até que o credor obtenha
o pagamento definitivo da dívida.

24
Compra e venda de bens

Quotas e regulamento do condomínio


Tratando-se de um andar ou moradia que faça parte de um condomínio (pro-
priedade horizontal), também é necessário averiguar se existem dívidas do
proprietário aos demais condóminos. É conveniente falar com o administrador,
pois só este poderá dar-lhe a certeza de que todas as despesas se encontram
liquidadas. Se assim não for, apesar de o comprador não ter qualquer res-
ponsabilidade pessoal nas dívidas, em certos casos poderá ser obrigado (por
via judicial, inclusive) a pagá-las. O que não impede que, posteriormente,
exija do anterior proprietário o devido reembolso. Uma forma de resolver
a questão será chegar a acordo para descontar a dívida ao condomínio no
preço de venda do imóvel, responsabilizando-se o comprador por entregar
esse montante à administração.
Também é importante conhecer o regulamento do condomínio, cuja existên-
cia é obrigatória sempre que haja mais de quatro condóminos. Desta forma
poderá inteirar-se, por exemplo, de eventuais limitações ao uso das partes
comuns e evitar futuros problemas com os vizinhos.

QUEM PAGA AS DÍVIDAS DA FRAÇÃO?


Mais cedo ou mais tarde, o proprietário da fração terá de pagar as quotas do condomínio
que lhe correspondem. Mas o que acontece quando, antes de estas serem pagas, o imó-
vel é vendido? O entendimento dos tribunais, relativamente a esta questão, tem variado.
Alguns consideram que cabe ao anterior proprietário pagá-las, outras que o montante em
dívida também poderá ser exigido ao novo proprietário, a quem caberia certificar-se da
inexistência de dívidas do imóvel antes de assinar o contrato de compra e venda.
Quanto à DECO, defendemos que a transmissão de imóveis deveria obrigar a uma decla-
ração prévia do administrador sobre a (in)existência de dívidas ao condomínio. Esta decla-
ração iria permitir que, caso existam quotas em atraso ou até, por exemplo, falta de paga-
mento da parte devida nas obras, o valor da dívida seja descontado ao preço a receber
pelo antigo proprietário e reverta, de imediato, para o condomínio. E também que o novo
proprietário não seja responsabilizado pelo pagamento. Na prática, seria apenas mais um
documento a juntar ao contrato.

O contrato-promessa de compra e venda


Depois de se certificar de que não existem quaisquer encargos sobre o imó-
vel ou de que estes serão facilmente resolvidos, poderá passar à assinatura
do contrato-promessa de compra e venda. Este consiste num acordo, pelo
qual o proprietário de um imóvel (o promitente-vendedor) se compromete

25
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

a vendê-lo à pessoa interessada (o promitente-comprador), a qual, por sua


vez, se compromete a comprá-lo.

No entanto, o contrato-promessa não é obrigatório. Em muitos casos,


os interessados celebram de imediato um contrato de compra e venda.
A lei também permite que os contratos de compra e venda de imóveis
para habitação adquiridos através de crédito bancário sejam celebrados
através de um documento particular. Esta opção simplifica o processo de
compra e venda e diminui os custos, sem implicar riscos acrescidos para
os interessados. Mas, como é óbvio, não dispensa o registo do negócio na
conservatória.

Requisitos do contrato
Certifique-se de que o contrato contém todas as informações cruciais sobre
o negócio.

Identificação dos contratantes


Tanto os vendedores como os compradores devem ser devidamente iden-
tificados. No mínimo, é necessário indicar o número do cartão de cidadão,
sendo também desejável a apresentação do número de contribuinte. No caso
de pessoas casadas (exceto no regime de separação de bens), o contrato só
será válido se for assinado por ambos os cônjuges.

Cedência contratual a terceiros


Por vezes, os contratos-promessa mencionam que o comprador poderá indicar
ao vendedor uma outra pessoa para o substituir na celebração do contrato
de compra e venda. Tal sucede por chegar à conclusão de que, afinal, não
consegue ou não tem interesse em comprar o imóvel: por exemplo, por não
ter obtido um empréstimo favorável. Assim, para não sofrer as consequências
do não cumprimento do contrato-promessa, encontra alguém que tome a sua
posição, e é com esta que o negócio é concluído.

Identificação do imóvel
É fundamental definir corretamente o imóvel que é objeto do contrato, tanto
nos seus elementos jurídicos (descrição na conservatória do registo predial,
inscrição na matriz do serviço de finanças), como práticos (localização, número
de polícia, área, número de assoalhadas, etc.).

Objeto do negócio
Os vendedores devem comprometer-se claramente a vender o imóvel e os
compradores a comprá-lo.

26
Compra e venda de bens

Preço
O preço pelo qual o imóvel será transacionado deverá constar do contrato-promessa.

Sinal
É bastante comum que os futuros compradores entreguem uma quantia na
assinatura do contrato-promessa, a qual serve de sinal e princípio de paga-
mento do preço total do imóvel.

Reforço de sinal
Apesar de não ser essencial, esta menção é necessária sempre que os compra-
dores se comprometerem a, ainda antes da assinatura do contrato de compra
e venda definitivo, entregar qualquer quantia suplementar aos vendedores.

Data-limite para a celebração do contrato de compra e venda


Como a transferência de propriedade só se verifica com o contrato de compra
e venda, convém que seja fixada uma data-limite para a sua celebração, para
evitar a eternização de uma situação provisória.

Menção da pessoa que se encarregará da marcação do contrato de compra e venda


Geralmente, esta obrigação é atribuída aos compradores. Desta forma, estes
ficam responsáveis pela marcação da data e do local de celebração do contrato
e por notificar, em tempo útil, os vendedores.

Menção de que o imóvel será vendido livre de encargos


Se esta não constar do contrato-promessa, os vendedores não poderão ser
responsabilizados por quaisquer ónus ou encargos que recaiam sobre o imóvel.

Tradição do imóvel
Quando os contratantes acordarem que a posse do imóvel se transfira, de imediato,
para os compradores (ato que, em linguagem jurídica, se designa por tradição),
esse facto deverá ser expressamente mencionado, estabelecendo-se a data e
as condições em que ocorrerá.

Local e data de celebração do contrato-promessa e assinatura


Para que o contrato-promessa seja válido, terá de ser datado e assinado por
todos os intervenientes. Além disso, todas as páginas devem ser rubricadas
no canto superior direito. As assinaturas devem ser reconhecidas pelo notário
(ou, em alternativa, por um advogado ou solicitador). Para isso, os interve-
nientes terão de deslocar-se, pessoalmente, a um cartório notarial, munidos
dos respetivos cartões de cidadão e da licença de habitação do imóvel emitida
pela câmara municipal da área a que o mesmo pertence. Se as assinaturas
não forem reconhecidas, a responsabilidade será sempre atribuída aos ven-
dedores, de forma que estes não poderão valer-se dessa irregularidade para

27
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

não cumprirem o contrato. O contrato está ainda sujeito a imposto de selo,


pago por meio de guia no respetivo serviço de finanças.

Se o contrato-promessa não for cumprido


• Havendo incumprimento dos compradores, por não conseguirem cumprir
os prazos, desistirem do negócio ou não reforçarem o sinal, por exemplo,
os vendedores podem ficar com as quantias entregues. Mas podem ir mais
longe e recorrer aos tribunais para obrigar os faltosos a cumprir o contrato,
ou seja, a comprar o imóvel. Trata-se da chamada execução específica.

• Sendo os vendedores que já não estão interessados em vender ou venderam a


outras pessoas, por exemplo, os compradores podem escolher entre:
—— exigir o pagamento de uma quantia correspondente ao dobro das que
tinham entregue como sinal e seu eventual reforço (aplicável à recusa
definitiva da venda);
—— exigir a diferença entre o preço combinado e aquele pelo qual o imóvel
tenha sido, de facto, vendido a outras pessoas (importante quando esse
montante for superior ao dobro do sinal);
—— requerer a execução específica do contrato-promessa, o que significa recorrer
a tribunal para obrigar os vendedores a respeitar o contratado, forçando-os
a vender o bem — caso estes não tenham entretanto concretizado a venda
do bem a terceiros.

• Imaginemos a seguinte situação: o Sr. Silva comprometeu-se a vender o imó-


vel de que é dono ao Sr. Lopes por 150 mil euros, tendo recebido um sinal
de 10 mil euros. Entretanto, o Sr. Lopes descobre que o Sr. Silva fez a venda
ao Sr. Fernandes por 180 mil euros. Em vez de exigir o pagamento do dobro
do sinal entregue, isto é, 20 mil euros, o Sr. Lopes pode optar por exigir a
diferença entre o preço que tinha ajustado com o Sr. Silva e o valor que este
afinal recebeu do novo comprador: 30 mil euros.

• Caso os compradores, com a devida autorização dos vendedores, já estejam


a utilizar o imóvel, poderão recusar-se a sair. É certo que a venda a outras
pessoas será impedida de forma mais eficaz se o contrato-promessa de compra
e venda for celebrado por meio de escritura pública e esta for registada na
conservatória da área a que pertence o imóvel. Mas isso significa, também,
que os interessados terão de suportar, nesta altura, todos os encargos dessa
escritura e do seu registo e, quando celebrarem o contrato definitivo de com-
pra e venda, voltar a pagar essas despesas.
De qualquer modo, registar o contrato-promessa pode não ser suficiente,
já que, em muitas conservatórias, o tempo que decorre entre os pedidos de

28
Compra e venda de bens

registo das alterações e a respetiva passagem para os livros chega a demorar


vários meses. Isto significa que existe sempre a possibilidade de a (promessa
de) venda do imóvel não constar dos livros na altura da consulta, apesar de,
entretanto, o seu registo ter sido requerido. O mesmo pode acontecer com
eventuais ónus ou encargos.

• Quanto aos contratos-promessa de compra e venda de bens móveis (ou seja,


todas as coisas que não são imóveis, como os eletrodomésticos, os barcos,
os automóveis, etc.), a entrega de um sinal é importante para tentar evitar
incumprimento da outra parte. Isto porque, ao contrário dos imóveis, não é
possível recorrer ao tribunal para obrigar o faltoso a cumprir o prometido.

O problema da promessa unilateral


É preciso ter especial cuidado com determinados “contratos”, principal-
mente se estes disserem respeito a imóveis ainda em fase de construção. Por
vezes, é pedida uma quantia aos interessados a título de reserva de compra.
No entanto, o documento assinado não é um verdadeiro contrato-promessa,
já que o proprietário ou o seu representante (geralmente uma imobiliária)
não se obriga, expressamente, a vender a habitação (quando muito, poderá
comprometer-se a celebrar, mais tarde, o contrato-promessa…).
Assim, como se trata de simples promessas unilaterais, é necessário que esses
documentos refiram, expressamente, que, caso a compra e venda da habitação
não ocorra, os montantes entregues serão devolvidos. Caso contrário, se os
compradores desistissem, poderiam perder essas quantias.
Em suma, é importante que os interessados acautelem os seus direitos, nego-
ciando cuidadosamente os termos dos contratos que vão assinar. Se subsistirem
dúvidas, é preferível não assinar qualquer documento antes de consultar um
especialista (um solicitador ou um advogado, por exemplo).

Situações especiais
Existem algumas situações em que a lei determina, expressamente, a possi-
bilidade de o comprador fazer cessar o contrato de compra e venda:
—— se, numa compra efetuada num estabelecimento comercial, o consumidor
não tiver sido devidamente informado sobre as características do bem e isso
comprometer a sua utilização. O consumidor tem 7 dias úteis (portanto,

29
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

sem contar sábados, domingos e feriados), a partir da data de compra, para


enviar uma carta registada com aviso de receção ao vendedor, manifestando,
expressamente, a vontade de pôr fim ao contrato;
—— na sequência de uma compra efetuada fora do estabelecimento comercial
(incluindo as vendas ao domicílio e por correspondência). O prazo é de
14 dias seguidos, contados a partir da data de receção do produto adqui-
rido. Se o fornecedor não informar corretamente o consumidor sobre o
direito de pôr termo ao contrato, bem como o procedimento e o prazo
para o fazer, o prazo passa para 12 meses a contar da receção dos bens
ou, tratando-se de serviços, da data do contrato. Se, no decurso destes
12 meses, o vendedor cumprir o dever de informação pré-contratual,
o consumidor terá 14 dias, a partir da data em que recebeu a informação,
para resolver o contrato;
—— aquando da compra de direitos reais de habitação periódica e de habitação
turística (mais conhecidos por time-sharing). O prazo é de 14 dias seguidos,
contados a partir da data de celebração do contrato ou da data de receção
do certificado predial.

Comum a todas estas situações é a necessidade de manifestação expressa da


vontade de fazer cessar o contrato, por parte do comprador, e a obrigatori-
edade de cada uma das partes devolver à outra tudo o que tenha recebido.

Vendas à distância e fora


do estabelecimento comercial
• Neste tipo de atividade os contratos de compra e venda realizam-se:
—— no domicílio do consumidor ou no seu local de trabalho;
—— no domicílio de outro consumidor, por exemplo numa reunião para demons-
tração do funcionamento de um produto;
—— em deslocação organizada pelo vendedor fora dos seus estabelecimentos
comerciais;
—— por correspondência e na internet.

• No entanto, não estão abrangidos pela mesma legislação os contratos que


tenham por objeto:
—— a construção, arrendamento e venda de imóveis ou quaisquer outros direi-
tos sobre os mesmos;
—— bens alimentares e bebidas;
—— valores mobiliários (ações, obrigações, etc.);
—— serviços bancários, seguros, fundos de pensões e investimentos em geral.

30
Compra e venda de bens

• Antes da celebração de um contrato à distância e fora do estabelecimento


comercial, o vendedor está obrigado a prestar ao consumidor determinadas
informações. Inclusive, terá de lhe entregar um formulário de livre resolução
para que este possa, se assim o entender, fazer cessar o contrato no prazo
de 14 dias a contar da entrega do bem. Se o vendedor não cumprir o dever
de informação pré-contratual, o prazo para o exercício do direito de livre
resolução é de 12 meses a contar da entrega do bem. Contudo, se, no decurso
deste prazo, o vendedor enviar as informações pré-contratuais, o consumidor
dispõe de 14 dias para resolver o contrato a partir da data em que recebeu
essa informação.

• Exercer o direito de resolução implica também devolver os bens recebidos.


Caso o vendedor não se disponibilize para os recolher, o consumidor terá
14 dias, a contar da data em que tiver comunicado a sua decisão, para efetuar
a devolução.
Quando o bem entregue não puder, pela sua natureza ou dimensão, ser devol-
vido pelo correio, cabe ao vendedor recolher o bem e suportar o respetivo
custo. Nos restantes casos, o comprador só será reembolsado das despesas
relativas à devolução se o vendedor aceitar fazê-lo ou não o tiver informado
que esse custo lhe seria atribuído.

• Quanto às quantias pagas pelos bens propriamente ditos, deverão ser reembol-
sadas no prazo de 14 dias a contar da data em que o vendedor foi informado
da decisão de resolução do contrato. Em caso de incumprimento do prazo
de reembolso, o vendedor está obrigado a devolver o dobro dos montantes
pagos, no prazo de 15 dias úteis.

• Convém ainda saber que, se lhe for entregue um produto que não encomendou
nem solicitou por qualquer forma, não está obrigado a pagá-lo. Assim, ou o
devolve (e é reembolsado das despesas com a devolução nos termos acima
referidos) ou, mesmo que fique com ele, não terá de o pagar. Neste último
caso, informe o vendedor das suas intenções, para que não restem quaisquer
dúvidas de que pretende ficar com o produto, mas não tenciona pagá-lo (veja
o modelo 28, na página 65).

Habitação para férias


Os direitos reais de habitação periódica e de habitação turística dizem res-
peito a unidades de alojamento integradas em empreendimentos turísticos
(hotéis-apartamentos e aldeamentos turísticos, por exemplo) devidamente
licenciados pelo Turismo de Portugal.

31
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Direitos reais de habitação periódica


Os titulares destes direitos podem utilizá-los durante um período certo de
tempo em cada ano, o qual é acordado entre o comprador e o vendedor.
O certificado predial que lhes é entregue contém os elementos necessários à
identificação do edifício e do titular, o período de utilização, a duração do
direito (no mínimo 1 ano e, se não for especificado, considera-se que é per-
pétuo), o valor relativo da fração (equivalente à permilagem, na propriedade
horizontal), os ónus ou encargos existentes e, finalmente, a menção à possi-
bilidade de fazer cessar o contrato no prazo de 14 dias seguidos. Esta menção
só não é obrigatória quando o contrato de compra e venda dos direitos reais
de habitação periódica tiver sido precedido de um contrato-promessa: nesse
caso, a menção deve constar deste último.

Como contrapartida pelo uso do alojamento durante o período contratado,


o titular dos direitos terá de pagar uma prestação periódica, cujo valor consta
do título constitutivo. Essa prestação destina-se a compensar o proprietário do
empreendimento pelas despesas com a sua gestão, conservação, reparação e
limpeza e pelo pagamento das contribuições e impostos a que esteja obrigado.
O valor da prestação só pode ser alterado no decurso de uma reunião,
em assembleia geral, dos titulares dos direitos reais de habitação periódica.
Além disso, o novo montante terá de ser aprovado pela maioria dos presentes.
As assembleias gerais têm de ser convocadas, através de carta registada, pelo
menos 30 dias antes da data em que irão realizar-se. Nelas podem participar
e votar todos os titulares, que terão direito ao número de votos estabelecido
no título constitutivo.

As deliberações da assembleia podem ser aprovadas por maioria simples,


qualquer que seja o número de titulares presentes ou representados. Mas o
proprietário do empreendimento ou a entidade que o explora não podem
representar os titulares nem votar a alteração da prestação periódica.

Direitos de habitação turística


Tal como os direitos reais de habitação periódica, os de habitação turística têm
uma duração mínima de 1 ano, mas distinguem-se por o contrato de aquisição
mencionar, geralmente, o montante da prestação periódica e as condições
para a sua atualização. No entanto, mantém-se a obrigação de informar os
interessados sobre os seus direitos, nomeadamente quanto à possibilidade
de fazer cessar o contrato.

32
Compra e venda de bens

Cartões de férias
Proporcionam descontos aos seus compradores, nas unidades turísticas asso-
ciadas à empresa que vende o cartão. Quem adquirir um cartão deste tipo
também pode pôr termo ao contrato nos 14 dias a seguir à assinatura. Muitas
vezes, este tipo de compras é financiado por um banco ou uma sociedade
financeira de aquisição a crédito: quando o contrato é assinado, o consumidor
contrata também um crédito que lhe permite adquirir o produto. Por isso,
se quiser desistir do negócio, deve comunicar essa desistência ao banco ou
à sociedade financeira de aquisição a crédito.

33
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 2
Exigência de reparação de defeito
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Defeito em carro usado.

Exmo. Senhor,

No dia 12 de janeiro do corrente ano, adquiri, no estabelecimento sito na morada acima


indicada, um automóvel usado de marca        , matrícula   -  -  ,cujo
conta-quilómetros indicava um total de 10 mil quilómetros já percorridos, pelo preço de
€ 7500 (sete mil e quinhentos euros).

Na altura, foi-me assegurado pelo vosso vendedor, o Sr. Carlos Brito, que o veículo tinha sido
sujeito a rigorosa inspeção nas vossas instalações e que se encontrava em ótimas condições
de funcionamento. No entanto, passados apenas cerca de 5 meses após a compra do carro,
o motor deixou de funcionar.

Como, nesse espaço de tempo, fiz apenas 5 mil quilómetros com o veículo e não dei azo a
qualquer esforço excecional que pudesse ter originado o defeito (tenho carta há muitos anos
e percorro anualmente algumas dezenas de milhares de quilómetros), só posso concluir que o
defeito no motor já existia quando o adquiri.

Deste modo, a vossa recusa em proceder à reparação do veículo, com a justificação de que,
na altura em que me apresentei nas vossas instalações, já tinha vencido o prazo de garantia de
3 meses que dão a todos os carros usados que comercializam, não tem qualquer cabimento.
Na realidade, compete-vos eliminar o defeito, já que, enquanto profissionais do ramo, têm a
obrigação legal de assegurar o bom funcionamento dos automóveis vendidos pelo prazo mínimo
de 2 anos – tal como se se tratasse de um automóvel novo.

34
Compra e venda de bens

Assim sendo, venho por este meio exigir que, no prazo de 15 dias, procedam à reparação
do veículo. Desde já informo que me apresentarei nas vossas instalações no dia 10 de
agosto e, caso o problema não tenha sido solucionado, comunicarei o sucedido às entidades
competentes e recorrerei a todos os meios à minha disposição para defender os meus direitos.

Sem outro assunto de momento,

O cliente

(Assinatura)

Anexo: Cópia do recibo com a data da compra.

35
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 3
Incumprimento do prazo de entrega
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Não entrega do bem.

Exmo. Senhor,

No passado dia 20 de abril adquiri, no estabelecimento sito na morada acima indicada,


um aparelho de ar condicionado da marca     , pelo valor de €    . O pagamento foi
efetuado no momento.
Conforme fatura-recibo que junto em anexo, na altura foi acordado com o vendedor que a
entrega seria efetuada até ao dia 26 de abril. Contudo, até à presente data, o mesmo ainda
não foi entregue.

Já efetuei vários contactos junto do V. estabelecimento (indicar as datas) e obtive a resposta de


que o bem está para entrega.

Assim sendo, venho por este meio exigir que, no prazo de máximo de 8 dias, procedam à
entrega do referido aparelho de ar condicionado, sob pena de resolução do contrato, e sem
prejuízo do direito de indemnização por eventuais danos causados.

Sem outro assunto de momento,

O cliente

(Assinatura)

Anexo: Cópia da fatura recibo.

36
Compra e venda de bens

MODELO 4
Extensão do período de garantia

Quando, devido a uma avaria ou defeito, há privação do uso de um bem durante o prazo
de vigência da garantia, esta prolonga-se por um período de tempo igual ao que levou a
reparação.

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Drone com defeito.

Exmo. Senhor,

No dia 15 de março de 2015, adquiri, no vosso estabelecimento, sito na morada acima


indicada, um drone novo, pelo preço de € 250 (duzentos e cinquenta euros). Há precisamente
uma semana, constatei que o aparelho tinha uma avaria que o impossibilitava de levantar voo.
No passado dia 22 de março, tendo solicitado a reparação da referida avaria, foi-me dito que
teria de assumir todos os custos, uma vez que o prazo de garantia já tinha sido ultrapassado.

No entanto, isso não é verdade. É certo que o aparelho foi adquirido há pouco mais de 2 anos.
Porém, como, durante esse prazo, teve outro problema (imagem desfocada), teve de ser sujeito
a reparação no vosso serviço pós-venda, o que demorou 15 dias, como consta da fatura de
que junto cópia.

Ora, a lei diz que, enquanto um determinado bem se encontrar em reparação, o prazo de
garantia fica suspenso, já que o cliente fica impedido de o utilizar. Por isso, como o drone esteve
nas vossas instalações entre os dias 10 e 25 de junho de 2015, o período de garantia,
atualmente de 2 anos, passou a estender-se até 30 de março de 2017, de forma que a minha
solicitação foi feita dentro do prazo devido.

37
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Assim sendo, venho, por este meio, exigir que, no prazo máximo de 15 dias, procedam à
reparação do defeito acima mencionado. Caso contrário, recorrerei a todos os meios à
disposição para a defesa dos meus direitos.

Sem outro assunto de momento,

O cliente

(Assinatura)

Anexos: Cópias do recibo da compra e da fatura da reparação.

38
Compra e venda de bens

MODELO 5
Denúncia de defeito (fora do prazo de garantia)

A enviar ao fabricante ou ao representante da marca.

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Denúncia de defeito.

Exmos. Senhores,

No dia    /   /   , adquiri, no estabelecimento         situado na


Rua         , n.º   , em       , um frigorífico da marca      ,
modelo      , pelo preço de € 500 (quinhentos euros). Recentemente, surgiram problemas
de funcionamento no referido aparelho: formam-se enormes quantidades de gelo no congelador, o que
nos obriga a descongelá-lo quase todas as semanas.

Apesar de o prazo de garantia já ter terminado, parece-me estranho que um bem de tal preço e
destinado a longa duração apresente este tipo de defeito, após tão pouco tempo de utilização
(todos os frigoríficos que possuí, até à data, duraram pelo menos 8 anos, sem quaisquer
problemas). Como tenho respeitado sempre as instruções de utilização, penso que uma
empresa tão conceituada como a vossa deveria compensar-me pelo prejuízo. Até porque a minha
expectativa ao comprar o vosso produto (e tenho vários da mesma marca) era a de que este teria
uma qualidade e fiabilidade muito acima da média (características que se refletem nos preços, que
são, geralmente, mais elevados do que os da concorrência).

Por isso, ciente de que, em termos legais, nada posso exigir, resta-me aguardar a resposta
de V.  Exas., a qual, obviamente, influenciará bastante as minhas futuras decisões quanto à
aquisição de produtos da marca que representam.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do documento comprovativo da compra.

39
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 6
Exigência de reparação ao domicílio
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Reparação.

Exmos. Senhores,

No passado dia 14 de março adquiri, no vosso estabelecimento, uma impressora multifunções


da marca      , modelo      , pelo preço de € 150 (cento e cinquenta euros).
Durante a primeira utilização, verifiquei que o aparelho não puxa o papel.

Por isso, venho, por este meio, solicitar que, no prazo de 15 dias, seja enviado um técnico
a minha casa, para reparação do referido defeito. Agradeço que me contactem com
antecedência, para o número de telefone      , a fim de combinarmos o dia e a hora
mais adequados.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do documento comprovativo da compra.

40
Compra e venda de bens

MODELO 7
Exigência de substituição de aparelho com defeito
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Substituição de aparelho com defeito.

Exmos. Senhores,

No passado dia 10 de outubro, adquiri, no vosso estabelecimento, um aparelho de alta-


-fidelidade da marca      , modelo      , pelo preço de € 350 (trezentos
e cinquenta euros). No entanto, verifiquei, logo nas primeiras utilizações, que o mesmo não
funcionava corretamente: o som era constantemente interrompido por ruídos estranhos.

Uma vez que se trata de um defeito grave, que impede a utilização normal do aparelho, venho,
por este meio, exigir que, dentro de um prazo máximo de 15 dias, me seja entregue um novo
aparelho de alta-fidelidade, da marca e modelo que adquiri.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexos: Cópias do documento comprovativo da compra.

41
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 8
Anulação de compra
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Devolução de vestido com defeito e reembolso da quantia paga.

Exmo. Senhor,

No dia 2 de abril, adquiri, no vosso estabelecimento, sito na morada acima indicada, um vestido
de noiva, pelo preço de € 1000 (mil euros), para ser utilizado no meu casamento, que iria
realizar-se no passado dia 14 de abril. Na véspera do casamento, ao provar de novo o vestido,
verifiquei que este tinha um rasgão, defeito que até aí me tinha passado despercebido e que
não ficou a dever-se a qualquer má utilização da minha parte.

Tendo regressado à vossa loja, para comunicar o sucedido, a vendedora (Sra. D. Arlete Bastos)
reconheceu a existência do defeito de origem e, informando-me de que seria impossível, em tão
curto espaço de tempo, repará-lo, propôs-me que escolhesse outro vestido que me agradasse.
No entanto, apesar de ver todos os que se encontravam expostos, não gostei de nenhum, pelo
que deixei o que havia adquirido no vosso estabelecimento e comprei um vestido de noiva noutra
loja, que usei no dia do casamento.

Como é óbvio, atualmente não tenho qualquer interesse na reparação do defeito existente no
vestido que devolvi, pois só o adquiri para aquele motivo específico e não posso usá-lo para
outros fins. Por isso, agradeço que me devolvam a quantia despendida até ao dia 30 de abril,
data em que penso deslocar-me ao vosso estabelecimento para esse fim.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

A cliente

(Assinatura)

Anexo: Cópia do recibo de compra.

42
Compra e venda de bens

MODELO 9
Recusa de vale
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Devolução de artigo com defeito.

Exmos. Senhores,

No passado dia 13 de novembro, adquiri, no vosso estabelecimento, uma camisola de lã,


da marca       , por € 50 (cinquenta euros). No entanto, quando a vesti pela
primeira vez, reparei que tinha um defeito: um rasgão junto à axila esquerda, que nem eu nem a
vossa empregada (a Sra. Celeste Cruz) detetámos na altura da compra.

Por isso, no dia seguinte, voltei à loja, onde a mesma empregada reconheceu a existência do
referido defeito. Como, infelizmente, não havia nenhuma camisola igual à que pretendia, pedi que
me devolvessem a quantia paga. Para minha surpresa, a empregada disse-me que tal não era
possível e que apenas poderiam dar-me um vale, no mesmo valor, para ser utilizado na compra
de outra peça de roupa.

Parece-me, no entanto, que estamos perante um equívoco: não tenho culpa de a camisola que
comprei estar com defeito e, não estando interessado em qualquer outro artigo da vossa loja,
não podem obrigar-me a comprar algo que não quero. Por isso, venho exigir, por este meio, que
me devolvam o montante acima referido, até ao próximo dia 30 de novembro. Caso contrário,
denunciarei a situação às entidades competentes e recorrerei a todos os meios de que
disponho para defender os meus direitos.

Sem outro assunto de momento,

(Assinatura)

43
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 10
Exigência de reparação de avaria
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Garantia de artigo.

Exmos. Senhores,

No passado dia 1 de novembro, adquiri ao Sr.               um automóvel da


marca       , modelo       , com a matrícula   -  -  , o qual,
de acordo com a documentação que me foi entregue, tinha sido comprado no vosso stande no
dia    /   /   .

O referido veículo ainda se encontra, portanto, dentro da garantia de 2 anos. E o facto de me


ter sido vendido nada altera relativamente à vossa obrigação de repararem quaisquer defeitos
que possam manifestar-se enquanto aquele prazo não se esgotar. Por isso, não aceito o
argumento de que a vossa empresa não irá reparar gratuitamente a avaria no distribuidor, que
agora surgiu, por eu não ser o comprador original. Para o efeito, o que importa é que o veículo
ainda está dentro do prazo de garantia.

Assim, aguardo que, durante os próximos 15 dias, procedam à reparação da avaria no


distribuidor do veículo. Caso contrário, terei que recorrer às instâncias competentes,
se necessário as judiciais, para a defesa dos meus direitos.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexos: Documentos relativos à compra original e documento de transferência de propriedade.

44
Compra e venda de bens

MODELO 11
Perda de interesse na compra de um produto
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Câmara de vídeo.

Exmos. Senhores,

No passado dia 23 de março, encomendei, no vosso estabelecimento situado na


Rua            , n.º   , em       , uma câmara de vídeo da
marca     , modelo      , que estava anunciada, na montra, ao preço de € 500
(quinhentos euros). Não trouxe o aparelho, porque me informaram de que os respetivos stocks
estavam esgotados. Nessa altura, referi ao empregado de serviço, Sr. Jacinto Nunes, que só
manteria o interesse se a câmara me fosse entregue até ao dia 31 de março, véspera da data
em que se celebraria o batizado do meu filho (ver cópia da nota de encomenda). Por isso, foi
com alguma surpresa que, ontem, dia 9 de abril, recebi um telefonema da parte do Sr. Jacinto
Nunes, informando-me de que tinham chegado os novos aparelhos e de que deveria passar pela
loja, a fim de regularizar a situação.

No entanto, como a venda não se realizou até ao dia 31 de março, tive de adquirir a câmara de
vídeo noutra loja. E, como foram V. Exas. a faltar ao combinado, considero-me livre de qualquer
obrigação para convosco.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia da nota de encomenda.

45
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 12
Reclamação por alteração do preço anunciado
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Tablet

Exmos. Senhores,

No passado dia 23 de outubro, encomendei, no vosso estabelecimento, situado na


Rua        , n.º   , em      , um tablet da marca     ,
modelo      , que estava anunciado, na montra, ao preço de € 500 (quinhentos
euros). Não trouxe o aparelho nessa altura, porque me informaram de que os respetivos stocks
estavam esgotados.

Entretanto, recebi um telefonema do vosso empregado, o Sr. Jacinto Nunes, avisando-me de que
poderia passar pela loja, uma vez que já tinham novos exemplares para entrega. Porém, quando me
apresentei no vosso estabelecimento, foi-me dito que, afinal, teria de pagar € 520, porque o preço
anterior era relativo a uma promoção e já tinham passado 15 dias sobre a data da encomenda.
Respondi que esses aspetos não eram relevantes, uma vez que tinha em meu poder a nota de
encomenda no valor de € 500 (de que junto cópia) e que só não tinha trazido o aparelho na altura
devido à rutura de stocks. No entanto, os meus argumentos não foram atendidos, tendo-me sido
recusada, finalmente, a venda do aparelho.

Como tal atuação é incorreta e ilegal, venho, por este meio, exigir que me seja vendido o
referido aparelho, ao preço de € 500. Para esse fim, deslocar-me-ei, mais uma vez, ao vosso
estabelecimento, no próximo dia 15 de novembro. Face a nova recusa, informo que darei
conhecimento do ocorrido à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e recorrerei a
todos os meios ao meu dispor para defender os meus direitos.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia da nota de encomenda.

46
Compra e venda de bens

MODELO 13
Reclamação por venda de brinquedo perigoso

A Direção-Geral do Consumidor é uma das instituições que integram o Sistema Europeu de Vigilância
de Acidentes Domésticos e de Lazer (mais conhecido como Sistema ADELIA/EHLASS), que é uma
espécie de “observatório” de acidentes domésticos. Se suspeitar que determinado brinquedo, utensílio
ou artigo é perigoso, pode (e deve) denunciar o facto a essa entidade.

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Brinquedo perigoso.

Exmos. Senhores,

No passado dia 28 de junho, adquiri, no estabelecimento sito na Rua          ,


n.º   , em        , uma roca em material sintético, da marca      , que
V. Exas. representam.

A embalagem referia que a roca era adequada para crianças entre os 6 e os 12 meses. Contudo,
quando o meu filho, que tem 8 meses, brincou com ela, tentou metê-la na boca, o que é normal
numa criança desta idade, e ia sufocando. Verifiquei, então, que, ao contrário do que acontece
com a maioria dos produtos deste tipo, cujo formato impede este tipo de acidentes, a roca em
questão estava mal concebida (do ponto de vista ergonómico).

Como é óbvio, não voltei a dar a roca à criança e penso entregá-la à Direção-Geral do Consumidor, para
que a analise e, caso se confirme que é perigosa, mande retirá-la do mercado. Por outro lado, como
acredito que a segurança das crianças faz parte das vossas preocupações, sugiro que façam chegar
esta reclamação aos responsáveis pela conceção dos brinquedos da marca        .

Com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do recibo de compra.

47
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 14
Exigência de reembolso de preço de bilhete
devido a cancelamento de espetáculo
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Reembolso de preço de bilhete.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, exigir que, enquanto organizadores, me restituam o valor dos dois
bilhetes que adquiri para a representação da peça       , cuja estreia deveria ter
ocorrido no dia 12 de março, mas acabou por ser adiada sem qualquer justificação.

Em contacto telefónico com um dos vossos funcionários, foi-me dito que a empresa não
procederia ao reembolso de quaisquer montantes, já que os bilhetes poderão ser utilizados
quando a peça for realmente posta em cena (no entanto, não me soube dizer a data em que
isso aconteceria). Como, por razões profissionais, vou estar noutra região do país durante um
largo período de tempo e, portanto, o mais provável é que não possa ver a referida peça, venho,
por este meio, exigir o reembolso dos dois bilhetes (2 x € 25). Para isso, dirigir-me-ei às vossas
instalações nos 8 dias seguintes à receção desta carta.

Sem outro assunto de momento, apresento os meus cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia dos bilhetes adquiridos.

48
Compra e venda de bens

MODELO 15
Falta de instruções em português
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Manual de instruções.

Exmos. Senhores,

No passado dia 16 de abril, adquiri, no vosso estabelecimento, um gravador de DVD da


marca      , modelo      , pelo preço total de € 500 (quinhentos euros).
Porém, quando cheguei a casa, verifiquei, ao abrir a caixa que continha o aparelho, que as
instruções não vinham em português, mas apenas em inglês, francês e espanhol, línguas que
não domino.

Assim, venho, por este meio, exigir que, no prazo máximo de 15 dias, me sejam enviadas as
necessárias instruções de funcionamento em português, pois, como sabem, trata-se de um
direito consagrado na lei, que a vossa empresa é obrigada a respeitar. Caso contrário, terei de
dar conhecimento do sucedido à Autoridade da Segurança Alimentar e Económica.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia da fatura.

49
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 16
Reclamação por informação insuficiente
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Devolução de aparelho devido a informação insuficiente.

Exmo. Senhor,

No passado dia 19 de junho, adquiri, no vosso estabelecimento, por € 1500 (mil e quinhentos
euros), um aspirador multifunções da marca       , modelo       , após
demonstração feita pelo vosso vendedor, Sr. Óscar Moniz, que fez questão de salientar que o
prazo de garantia do referido aparelho era de 5 anos.

No entanto, quando, já em casa, abri a caixa que continha o aspirador e os acessórios,


verifiquei, ao ler cuidadosamente o certificado da garantia, que esta perderia os seus
efeitos se eu não substituísse os filtros todos os meses, filtros esses que eram fornecidos,
exclusivamente, pelo fabricante do aparelho.

Como esta condição não tinha sido referida nem me havia sido transmitida qualquer outra
informação sobre filtros específicos para aquele modelo, voltei ao vosso estabelecimento para
esclarecer o assunto. Nessa ocasião, o Sr. Óscar Moniz disse-me que, efetivamente, os filtros
deveriam ser trocados a cada 30 dias e que o seu custo era de € 25 (vinte e cinco euros)!

Em resumo, esse facto representaria, anualmente, um encargo de € 300 (trezentos euros),


o que me parece um valor despropositado, sobretudo tendo em conta o preço, já bastante
elevado, do próprio aparelho. Obviamente, se essa informação me tivesse sido dada na altura
certa, não o teria adquirido. Por isso, uma vez que não me foram dados todos os elementos
necessários e relevantes para a compra do referido aparelho, venho, por este meio, manifestar
a minha falta de interesse em manter a sua posse, exercendo, desse modo, o direito de
retratação do contrato de compra e venda convosco celebrado.

50
Compra e venda de bens

Assim, informo que, dentro de 3 dias, me deslocarei ao vosso estabelecimento para devolver o
aspirador e reaver a quantia de € 1500 (mil e quinhentos euros) que paguei por ele.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,



O cliente

(Assinatura)

Anexos: Cópias do recibo da compra e do certificado de garantia.

51
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 17
Denúncia de venda de alimentos fora de prazo
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica


Rua Rodrigo da Fonseca, 73
1269-274 LISBOA

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Alimentos fora de prazo.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, alertar V. Exas. para o facto de, no passado dia 26 de março, ter
adquirido, no supermercado      , sito no n.º    da Rua         ,
em      , quatro embalagens de iogurte da marca      , cujo prazo de validade
se encontrava já expirado.

Infelizmente, só no dia seguinte me apercebi desse facto, quando me preparava para comer um
dos iogurtes: a data-limite de validade era o dia 18 de março, ou seja, 8 dias antes do dia em
que os adquiri.

Como ainda tinha o talão comprovativo da compra, voltei ao supermercado, onde expus a
situação ao gerente, o Sr. Fonseca. Este começou por negar a possibilidade de ter vendido
iogurtes fora de prazo, mas, perante as evidências, acabou por admitir que tinham sido
adquiridos no seu estabelecimento e na data referida. No entanto, recusou-se a restituir o valor
dos iogurtes e nem sequer apresentou desculpas pelo sucedido.

Tratando-se de um comportamento incorreto, é meu dever dar-vos conhecimento do ocorrido, a fim de


evitar que o mesmo possa suceder a outras pessoas. Assim, agradeço que intervenham, fiscalizando o
referido estabelecimento. Também gostaria que me informassem sobre as vossas conclusões.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do talão de compra.

52
Compra e venda de bens

MODELO 18
Disparidade entre preços afixados e preços cobrados
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica


Rua Rodrigo da Fonseca, 73
1269-274 LISBOA

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Problema com preços.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, denunciar a V. Exas. uma situação que, por se ter tornado demasiado
frequente, não deve ser simplesmente fruto do acaso ou de distração. Na verdade, e por
sistema, tenho vindo a assistir, no supermercado       , à seguinte prática: é afixado
um preço nas prateleiras e, na caixa, o cliente acaba por pagar mais caro pelo mesmo produto.

Por acaso, tenho por hábito reparar nos preços afixados e memorizá-los. Sempre que
confronto os funcionários que trabalham nas caixas com esta situação, estes justificam o
facto com erros e pedem as maiores desculpas. Contudo, suspeito que tal disparidade não
seja inocente e que pessoas mais distraídas estejam a pagar mais do que deviam.

Deste modo, sugiro que investiguem o supermercado sito no n.º    da


Rua          , e, se possível, me façam chegar as conclusões do vosso trabalho.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

53
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 19
Pedido de assinatura de contrato-promessa
de compra e venda

Este tipo de carta pode ser utilizado, com as devidas adaptações, para todos os casos em que
ainda não tenha sido celebrado um contrato-promessa de compra e venda de habitação, mas
tenha sido assinada uma promessa unilateral a vincular o comprador.

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Pedido de assinatura de contrato-promessa.

Exmos. Senhores,

No dia 16 de abril, deslocámo-nos ao empreendimento imobiliário       , ainda em fase


de construção, onde fomos recebidos pelo Sr. Alcindo Nunes, que nos mostrou o andar-modelo.
Como ficámos interessados na aquisição do T2 situado no primeiro andar do lote 2, celebrámos,
nessa altura, um contrato com a vossa imobiliária, em que nos comprometemos a adquirir o
referido andar por € 100 000 (cem mil euros). Como sinal do nosso interesse, entregámos a
quantia de € 500 (quinhentos euros), único montante que nos foi exigido.

No entanto, mais tarde, ao analisarmos melhor o conteúdo do contrato, verificámos que este apenas
continha uma promessa unilateral, que nos vinculava à compra do andar, sem que constasse que
V. Exas. também ficavam obrigados a vendê-lo. Por isso, vimos solicitar que seja assinado por ambas
as partes um contrato-promessa de compra e venda, e ficamos a aguardar que, nos próximos
15 dias, nos deem conhecimento dos elementos necessários à sua celebração (licença de utilização
do andar, identificação completa da empresa, etc.).

Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos, apresentando os nossos melhores


cumprimentos,

(Assinaturas)

Anexo: Cópia da promessa unilateral.

54
Compra e venda de bens

MODELO 20
Marcação do contrato definitivo de compra e venda
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Contrato de compra e venda.

Exmos. Senhores,

Na qualidade de promitentes-compradores da casa sita na morada        , como consta


do contrato-promessa que celebrámos em 1 de novembro passado, constatámos que o referido
documento não mencionava um prazo para a celebração do contrato definitivo de compra e venda.

Como, entretanto, já se passaram 5 meses, parece-nos razoável procedermos à marcação do


contrato de compra e venda. A assinatura deste terá lugar no dia  /   /   , às 14h00,
no Cartório Notarial da Dra.       , na Avenida            , pelo que
agradecemos a vossa comparência nessa data e local.

Toda a documentação necessária para a realização do referido contrato, nomeadamente,


certidão do registo predial, caderneta predial, licença de utilização e outros, deverá ser
entregue ao funcionário do cartório, Sr. Carlos Silva, até ao dia   /   /   .

Se houver algum impedimento para a data que marcámos, podem contactar-nos através dos
nossos telemóveis (       e       ), de forma a marcarmos outra data,
próxima da que escolhemos, que vos convenha.

Como certamente compreenderão, esta situação tem-nos causado grandes prejuízos, pelo
que esta é a derradeira oportunidade para cumprir o contrato-promessa de compra e venda.
Caso V. Exas. não compareçam nem tampouco procedam à entrega da documentação referida,
perderemos o interesse no mesmo e, em consequência, ter-se-á por incumprido o contrato, por
vossa exclusiva responsabilidade, com todas as consequências legais.

Sem mais de momento, subscrevemo-nos, apresentando os nossos melhores cumprimentos,

(Assinaturas)

55
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 21
Exigência de devolução de sinal
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Incumprimento de contrato-promessa de compra e venda.

Exmos. Senhores,

No dia 24 de janeiro do corrente ano, celebrámos um contrato-promessa de compra e venda,


referente a um andar sito na morada              , em        ,
de que V. Exas. são proprietários. Nessa altura, foi-vos entregue um cheque no valor de
€ 10 000 (dez mil euros), a título de sinal, conforme recibo em nosso poder. De acordo com o
combinado, as chaves da casa foram-nos entregues na mesma ocasião.

Como verificámos que, após essa data, tinha sido registada uma penhora sobre o referido
andar, enviámos, no dia 28 de fevereiro, uma carta em que solicitávamos que a situação fosse
regularizada até ao dia 10 de março. Entretanto, contactámos diretamente o banco que havia
requerido a penhora, tendo sido informados de que V. Exas. não tinham manifestado qualquer
intenção de pagar a dívida que lhe dera origem.

Deste modo, consideramos que o contrato-promessa não foi cumprido por V. Exas., pois já foi
ultrapassado o prazo que estabelecemos para a regularização da situação e, como sabem,
é essencial, para nós, que o andar esteja livre de quaisquer encargos. Assim, vimos exigir que,
de acordo com a lei, nos seja pago, no prazo máximo de 15 dias, o dobro do sinal entregue,
ou seja, € 20 000 (vinte mil euros).

Mais, informamos que não abandonaremos a casa até que nos seja entregue a referida quantia
e que, em caso de necessidade, recorreremos aos tribunais para fazermos valer os nossos
direitos.

Sem outro assunto de momento,

(Assinaturas)

56
Compra e venda de bens

MODELO 22
Exigência de indemnização
por incumprimento de contrato
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Contrato de compra e venda de habitação.

Exmos. Senhores,

No dia 24 de maio do corrente ano, celebrámos um contrato-promessa de compra e venda,


referente a um andar sito na Rua            , n.º   , em        ,
de que V.  Exas. são proprietários, pelo preço total de € 150 000 (cento e cinquenta mil
euros).

No passado dia 20 de setembro, recebemos, com alguma surpresa, uma carta enviada por
V. Exas., na qual nos comunicavam que tinham perdido o interesse na venda da casa e nos
devolviam, por cheque, o sinal de € 10 000 (dez mil euros) então entregue. No entanto,
quando, alguns dias depois, nos deslocámos ao local, alguns vizinhos comentaram que
a casa teria sido vendida a outras pessoas, por preço desconhecido. Contactada a
conservatória do registo predial da área, pudemos confirmar que, efetivamente, fora
registada uma compra a favor de outras pessoas. Finalmente, dirigimo-nos ao notário
onde havia sido celebrada a escritura de compra e venda, e aí fomos informados de que a
casa tinha sido vendida por € 180 000 (cento e oitenta mil euros).

Como está comprovado que V. Exas. não cumpriram o contrato-promessa que celebraram
connosco (e até agiram com alguma má-fé), não podemos aceitar como justa a simples
devolução do sinal, nem sequer a entrega do dobro do seu valor. Assim, como entre o preço
que nos tínhamos comprometido a pagar e aquele pelo qual V. Exas. efetivamente venderam
o imóvel existe uma diferença de € 30 000 (trinta mil euros), é esse o montante que temos
direito a receber.

57
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Uma vez que já temos em nosso poder a quantia de € 10 000 (dez mil euros), aguardamos
que, no prazo máximo de 15 dias, nos façam chegar a diferença (ou seja, € 20 000). Caso
contrário, recorreremos à via judicial para a defesa dos nossos direitos.

Sem outro assunto de momento,

(Assinaturas)

Anexos: Cópia do contrato-promessa de compra e venda.


Cópia da certidão da escritura do contrato de compra e venda celebrado com terceiros.

58
Compra e venda de bens

MODELO 23
Exigência de regularização de situação
para a compra de casa
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Andar em situação irregular.

Exmos. Senhores,

No dia 24 de maio do corrente ano, celebrámos um contrato-promessa de compra e venda,


referente a um andar sito na Rua        , n.º   , em      , de que V.  Exas.
são proprietários. Nessa altura, foi-vos entregue um cheque no valor de € 10 000 (dez mil
euros), a título de sinal, conforme recibo de que juntamos cópia.

Antes da celebração do referido contrato, dirigimo-nos à conservatória do registo predial


da área onde se situa o imóvel e aí pudemos confirmar que não havia quaisquer encargos ou
ónus sobre o andar (uma das condições que constavam do contrato). No entanto, há alguns
dias, ao falar com um dos vizinhos, fomos informados de que V. Exas. teriam sido visitados por
funcionários do tribunal, no que parecia ser uma diligência relacionada com uma ação judicial.
Por isso, deslocámo-nos novamente à conservatória do registo predial, onde verificámos
que, já depois da visita anterior, tinha sido registada uma penhora relativa à fração que
pretendemos adquirir.

Se essa situação se mantiver, é evidente que não teremos qualquer interesse na aquisição
da casa. Por isso, vimos, por este meio, solicitar que a situação seja regularizada o mais
depressa possível. É imprescindível que os encargos e os ónus que, atualmente, recaem
sobre o andar, sejam levantados até ao próximo dia 10 de julho. Só assim poderemos
avançar com a marcação da escritura de compra e venda da casa, conforme estipulado no
contrato-promessa.

59
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Se tal não vier a suceder, consideraremos que houve incumprimento, da vossa parte,
do contrato-promessa de compra e venda, pelo que, de acordo com a lei, terão de nos pagar o
dobro do sinal entregue, ou seja, € 20 000 (vinte mil euros).

Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos, apresentando os nossos melhores


cumprimentos,

(Assinaturas)

Anexo: Recibo do sinal.

60
Compra e venda de bens

MODELO 24
Denúncia de defeitos em habitação
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Defeitos em habitação.

Exmos. Senhores,

Como sabem, pelas minhas denúncias verbais anteriores, persistem alguns defeitos na minha
fração, que será necessário eliminar com urgência, conforme lista a seguir:
– diferença entre o rodapé da sala e o do corredor;
– fratura na pedra de mármore da janela da cozinha.

Deste modo, agradeço que procedam rapidamente aos trabalhos destinados a reparar tais
defeitos. Lembro que paguei pelo imóvel um preço bastante razoável, na expectativa de que
teria uma qualidade acima da média, o que afinal não se tem verificado, para minha grande
desilusão.

Caso os defeitos acima descritos não sejam reparados, de forma satisfatória, no prazo
máximo de 15 dias, recorrerei aos meios legais à minha disposição para ver a situação
regularizada.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinaturas)

61
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 25
Exigência de redução do preço de aquisição de uma habitação, devido a defeito
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Defeito de construção.

Exmos. Senhores,

No dia    /   /   , adquirimos a V. Exas. um andar sito na Rua           ,


n.º   , em       , no estado de novo, pelo preço de € 175 000 (cento e setenta e
cinco mil euros), que passámos a habitar imediatamente.

Como sabem, alguns dias depois detetámos um defeito grave: num dos quartos ouviam-se
perfeitamente todos os barulhos emitidos pelos vizinhos do lado, o que não acontecia nas
frações que se encontravam acima e abaixo de nós. Esse facto exigiu que fossem realizadas
obras de insonorização, aconselhadas e pagas por V. Exas., mas que, infelizmente, não
resolveram o problema: os ruídos incómodos mantêm-se, ainda que menos intensos.

Pedido o parecer de especialistas (cujo relatório juntamos), estes referiram que o problema
é provavelmente estrutural, de forma que só derrubando paredes-mestras seria possível
resolvê-lo. No entanto, como é óbvio, esse tipo de intervenção não é viável, devido aos
transtornos que traria a todos os condóminos e aos riscos para a própria segurança do prédio.

Dada a impossibilidade prática de reparar o defeito e o nosso interesse em permanecer na


casa, de que, apesar de tudo, gostamos, pensamos que a única forma de compensar os nossos
prejuízos consiste numa redução do preço de aquisição do andar, num valor que não deverá
ser inferior a € 30 000 (trinta mil euros). Assim, aguardamos que, dentro de um máximo de
15 dias, nos façam chegar a referida quantia. Caso contrário, recorreremos aos tribunais,
como forma de defendermos os nossos direitos.

Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos, apresentando os nossos melhores cumprimentos,

(Assinaturas)

Anexo: Relatório elaborado pelos especialistas de         .

62
Compra e venda de bens

MODELO 26
Exigência de indemnização por defeito em habitação
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Defeito em habitação.

Exmos. Senhores,

Enquanto vendedores profissionais, V. Exas. não procederam à eliminação dos defeitos que
cedo se manifestaram na minha habitação. E, por erro meu, deixei passar o prazo de 3 anos,
após a primeira denúncia escrita desses defeitos, dentro do qual poderia ter recorrido ao
tribunal para vos obrigar a reparar os problemas, como era vossa responsabilidade.

Apesar de nada terem feito para eliminar os defeitos comunicados, foram, por outro lado,
diligentes a responder que o mencionado prazo de 3 anos já tinha sido ultrapassado. Mas, se é
verdade que já não posso recorrer ao tribunal para vos impor a reparação devida, posso ainda
avançar com uma ação judicial para obter uma indemnização pelos prejuízos resultantes da
falta de qualidade da casa e pela vossa inação em resolver esses problemas.

Deste modo, dou-vos uma última oportunidade para eliminarem os defeitos que já conhecem,
podendo ainda fazê-lo nos próximos 2 meses. Se tal não acontecer, avançarei então para
o tribunal, dado que o prazo para obter uma indemnização é de 5 anos a contar da data de
compra da casa, o que ainda me garante muito tempo para tomar essa medida.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

63
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 27
Responsabilidade pelas dívidas de anterior condómino
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Dívidas ao condomínio.

Exmo. Senhor,

Na sequência da compra do apartamento que lhe pertencia, formalizada por escritura pública
no passado dia 8 de março, deparei-me com uma situação muito desagradável.

De facto, ao falar com o administrador do prédio, o Sr.         , do 3.º esq.,


este informou-me de que existia uma dívida relativa à minha fração, que ascendia a € 1000
(mil euros), relativos a 10 meses de quotas. Acabei por assumir esse encargo para com o
condomínio e pagar o valor em dívida, ainda que fosse anterior à compra da casa.

Considero lamentável que não me tenha informado sobre a dívida. Obviamente, se tivesse
sabido de tal facto, na altura das negociações, não deixaria de ter imposto uma redução do
preço da casa, no mesmo montante.

De qualquer modo, embora tenha deixado passar o momento mais oportuno, não abdico da
restituição do montante que tive de liquidar, cuja responsabilidade não me pertence. Assim,
junto cópia dos recibos de pagamento e agradeço que me faça chegar o respetivo valor nos
próximos 15 dias. Caso contrário, informo que recorrerei a todos os meios ao meu alcance,
inclusive judiciais, para obtê-lo.

Sem mais de momento, subscrevo-me,

(Assinatura)

Anexo: Cópia dos recibos de pagamento.

64
Compra e venda de bens

MODELO 28
Recusa de pagamento de produto não solicitado
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Livro não encomendado.

Exmos. Senhores,

No passado dia 20 de setembro, recebi um livro com o título           , enviado


pela vossa empresa. Junto vinha uma carta, onde referiam que o livro custava € 25 (vinte e
cinco euros) e que agradeciam que esse valor fosse liquidado até ao próximo dia 6 de outubro,
ou, caso não estivesse interessado em comprá-lo, que procedesse à sua devolução.

No entanto, como sabem, não vos encomendei qualquer livro. Por isso, considero que o enviaram
por vossa própria conta e risco e decidi simplesmente ficar com ele, pois, de acordo com a lei,
não sou obrigado a pagá-lo nem a devolvê-lo.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

65
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 29
Comunicação de cessação de contrato
de compra e venda por correspondência
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Resolução de contrato.

Exmos. Senhores,

No dia 12 de novembro, após receção de um folheto publicitário que me havia sido endereçado,
encomendei um telemóvel         pelo preço de € 300 (trezentos euros).
Seguidamente, preenchi e assinei a autorização de transferência bancária, para pagamento de
quatro prestações mensais de € 75.

No entanto, cheguei à conclusão de que não estou suficientemente interessado no produto


referido, pelo que, nos termos da lei, venho, por este meio, fazer cessar o respetivo contrato de
compra e venda. Informo também que já cancelei a ordem de transferência que tinha dado ao
meu banco.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

66
Compra e venda de bens

MODELO 30
Comunicação de cessação de contrato de compra e venda
por correspondência, após receção do produto
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Resolução de contrato.

Exmos. Senhores,

No dia 12 de novembro, após receção de um folheto publicitário que me havia sido endereçado,
encomendei um telemóvel        pelo preço de € 300 (trezentos euros).
Seguidamente, preenchi e assinei a autorização de transferência bancária, para pagamento de
quatro prestações mensais de € 75.

No entanto, ontem, quando recebi o aparelho, cheguei à conclusão de que não estou
suficientemente interessado, pelo que, nos termos da lei, venho, por este meio, fazer
cessar o respetivo contrato de compra e venda. Informo também que já cancelei a ordem de
transferência que tinha dado ao meu banco.

Hoje mesmo procedi à devolução do aparelho, pelo correio. Assim, agradeço que me devolvam,
no prazo de 14 dias, o montante de € 75, correspondente à prestação já paga, acrescido de
€     relativos aos custos de expedição, num total de €    .

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do talão referente aos custos de expedição do produto devolvido.

67
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 31
Ausência de reembolso no prazo de 14 dias
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Resolução de contrato.

Exmos. Senhores,

Como é do V. conhecimento, após receção de um folheto publicitário que me havia sido


endereçado, no dia 12 de novembro encomendei o telemóvel        , por um
preço total de €300 (trezentos euros). Seguidamente, preenchi e assinei a autorização de
transferência bancária, para pagamento de quatro prestações mensais de €75.

Recebi o aparelho no passado dia 20 de novembro e, ao experimentá-lo, cheguei à conclusão


de que não estou suficientemente interessado, pelo que, no dia seguinte (21 de novembro),
nos termos da lei, fiz cessar o respetivo contrato de compra e venda, através de carta
registada com aviso de receção, e devolvi o produto (em anexo envio comprovativo do registo
e da receção). Solicitei ainda que fosse devolvida a quantia de €75, acrescida dos custos de
devolução no montante de €    .

Uma vez que já passaram mais de 14 dias sem que tenha recebido o reembolso, solicito que
devolvam os montantes que paguei em dobro (o que perfaz a quantia de €    ) no prazo
máximo de 15 dias úteis, conforme previsto por lei, sob pena de recurso aos mecanismos
legais disponíveis para resolver a presente situação e de pedido de indemnização por prejuízos
causados.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

68
Compra e venda de bens

MODELO 32
Rescisão de contrato dentro do prazo contratual
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Rescisão de contrato de compra e venda.

Exmos. Senhores,

No dia 1 de abril, contratei, em minha casa, a compra de um aspirador multifunções, que me


permitiria fazer as limpezas domésticas de forma eficiente e rápida. Contudo, após começar
a utilizar o aparelho, verifiquei que não me satisfazia completamente. Assim, no dia 16 do
mesmo mês, enviei-vos uma carta registada, com aviso de receção, pondo termo ao contrato e
referindo que o aparelho estava à vossa disposição, em minha casa, para virem recolhê-lo.

Para minha surpresa, a vossa resposta refere que a lei apenas prevê um prazo de 14 dias para
terminar este tipo de contratos celebrados no domicílio do consumidor, prazo que se teria
esgotado, dessa forma, no dia 15. Como tal, não aceitaram a minha rescisão, alegadamente,
feita fora de prazo.

Ora, parece que se esquecem do facto de o próprio contrato que assinei referir que esse
prazo é de 15 dias. Como o prazo do contrato é mais favorável do que o da lei, é aquele que se
aplica. Assim, ao terminar o contrato no dia 16, estava a fazê-lo, precisamente, no último dia
permitido, pelo que o negócio foi validamente terminado. Deste modo, reitero que o aparelho
está à vossa disposição em minha casa, bastando marcarem comigo uma data e uma hora
para o virem levantar.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

69
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 33
Exigência de pagamento de prémio
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Encomenda de artigo e reclamação de prémio.

Exmos. Senhores,

No passado dia 12 de fevereiro, recebi uma carta enviada pela vossa empresa, que me era
pessoalmente dirigida, informando-me de que tinha ganho um prémio de € 500 (o texto refere
expressamente: “V. Exa. ganhou € 500”), bastando, para o receber, que encomendasse um dos
artigos que comercializam, de valor superior a € 15.

Deste modo, venho, por este meio, encomendar uns calções de banho, com a
referência         , pelo valor de € 25, que pagarei quando receber o artigo.

Venho também solicitar que me seja pago o prémio prometido, aguardando que me indiquem
quando e como poderei recebê-lo.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Talão de encomenda.

70
Compra e venda de bens

MODELO 34
Denúncia de burla
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

Exmo. Senhor Procurador do Tribunal


de Instrução Criminal de ­­­          

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Denúncia de burla.

Exmo. Senhor Procurador,

           , portador do cartão de cidadão n.º          e


residente em             , vem, por este meio, dar conhecimento da
atuação da empresa          , com o apartado postal n.º       .

No dia 22 de outubro do corrente ano, depois de ler um anúncio no jornal       sobre o
produto        , destinado à cura do reumatismo, enviei para aquele apartado um
pedido de três embalagens. Como, de acordo com o anúncio, cada embalagem custava € 15,
juntei um cheque no valor de € 45.

No dia 6 de novembro, verifiquei, pelo extrato bancário, que o cheque, com o n.º       ,
sobre o Banco      , já tinha sido apresentado a pagamento, o que me pareceu normal,
pensando que não tardaria a receber as embalagens encomendadas. No entanto, como,
1 mês depois, ainda não tinha recebido qualquer encomenda, escrevi uma carta dirigida ao tal
apartado, indagando as razões do atraso. Para minha surpresa, a carta foi devolvida pelos
CTT, com a indicação de que o apartado já não existia. Questionados sobre a identidade das
pessoas que o tinham alugado, os CTT responderam que não podiam divulgar tais elementos e
que não assumiam qualquer responsabilidade pelos atos de quem alugava os apartados.

Como não posso aceitar que as pessoas da alegada empresa ajam impunemente, e entendendo
que o meu silêncio apenas contribuiria para que voltassem a fazer o mesmo, venho, por este
meio, solicitar que os vossos serviços investiguem a identidade dos responsáveis por este

71
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

comportamento criminoso e que lhes seja dada a punição prevista na lei para este tipo
de crime.

Sem outro assunto de momento, apresento os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexos: Cópias do anúncio do jornal e do extrato bancário.

72
Compra e venda de bens

MODELO 35
Perda de interesse na aquisição de um produto
(compra efetuada no local de trabalho)

A legislação relativa aos contratos de compra e venda celebrados fora do estabelecimento comercial
abrange, entre outros, os que ocorrem no local de trabalho do consumidor. Isto significa que
o comprador pode fazer cessar o contrato nos 14 dias posteriores à data da entrega do bem. Para o
caso de vir a ser necessário, tenha o cuidado de se rodear de testemunhas (por exemplo, dois dos
seus colegas) que possam atestar que o contrato foi efetivamente celebrado no local de trabalho.

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Aspirador multifunções.

Exmos. Senhores,

No passado dia 13 de novembro, após uma reunião de promoção dos vossos produtos, que
ocorreu no meu local de trabalho, adquiri um aspirador multifunções, pelo preço de € 1500
(mil e quinhentos euros). Na mesma altura, preenchi e assinei a autorização de transferência
bancária, para pagamento de 10 prestações mensais de € 150 (cento e cinquenta euros).

No entanto, cheguei à conclusão de que o referido aparelho não é adequado para as minhas
necessidades e, portanto, nos termos da lei, venho, por este meio, fazer cessar o respetivo
contrato de compra e venda. Informo também que já cancelei a ordem de transferência que
tinha dado ao meu banco.

Como, dado o seu volume, é impraticável devolver o aspirador pelo correio, agradeço que me
informem sobre a data mais adequada para virem buscá-lo a minha casa e que me devolvam,
no prazo de 14 dias, a importância correspondente à primeira prestação, já paga, de € 150
(cento e cinquenta euros).

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

73
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 36
Denúncia de contrato de compra e venda
(por incumprimento de requisitos legais)

A lei estabelece que os contratos a que o consumidor possa pôr termo apenas num prazo de
14 dias mencionem, explicitamente, que assim é. Caso contrário, este dispõe de 12 meses para
pedir a resolução do contrato. Se essa informação chegar a ser comunicada ao comprador,
no decurso dos 12 meses, o prazo de 14 dias conta-se a partir da receção dessa comunicação.
Veja também o título Situações especiais, na página 29.

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Aspirador multifunções.

Exmos. Senhores,

No passado dia 13 de novembro, após uma reunião de promoção dos vossos produtos, que
decorreu no meu local de trabalho, adquiri um aspirador multifunções, pelo preço de € 1500
(mil e quinhentos euros). Na mesma altura, preenchi e assinei a autorização de transferência
bancária, para pagamento de 10 prestações mensais de € 150 (cento e cinquenta euros).

No entanto, não estou satisfeito com a prestação do aparelho e, no dia 18 de dezembro


verifiquei, ao analisar atentamente o contrato de compra e venda, que o referido documento
não menciona, como a lei exige, a possibilidade de o comprador fazer cessar o negócio. Como
a lei me concede 12 meses para pôr termo a este tipo de contratos quando o dever de
informação não é cumprido, venho agora fazer uso desse direito. Assim, exijo que me seja
devolvida, dentro de um prazo máximo de 14 dias, a importância correspondente às duas
prestações já pagas (€ 300).

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

74
Compra e venda de bens

MODELO 37
Cessação de contrato em venda efetuada por iniciativa do vendedor
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Cessação de contrato.

Exmos. Senhores,

No passado dia 13 de janeiro, celebrámos um contrato de compra e venda de um colchão


ortopédico, pelo preço total de € 1500 (mil e quinhentos euros). Ficou imediatamente saldada
a quantia de € 150 (cento e cinquenta euros) e subscrevemos três letras, cada uma com um
valor unitário de € 450 (quatrocentos e cinquenta euros). A compra foi efetuada na sequência
de uma reunião, que decorreu num local que, presumo, seja a vossa sede, mas não estava
identificado como pertencente a uma empresa. Fomos convidados a comparecer nesse local
por meio de um telefonema efetuado para a nossa residência, em que nos foi dito que havíamos
sido contemplados com um prémio de dois telemóveis.

Poucos dias depois, a 22 de janeiro (portanto, dentro do prazo legal), fizemos cessar o
contrato, por meio de carta registada com aviso de receção, invocando o direito de retratação
e exigindo que nos fossem devolvidos os montantes já pagos e as letras subscritas. Contudo,
V. Exas. recusaram a devolução dessas quantias.
Ora, como ficou claro da descrição acima e como referimos na carta em que exercemos o
direito de retratação, a assinatura do contrato ocorreu após diligências da vossa parte.
O negócio que nos foi proposto nada tinha a ver com o motivo da nossa deslocação (por vós
referida como indispensável para o levantamento dos telemóveis, que, afinal, não passavam de
um engodo para nos convencer a adquirir o colchão).

Deste modo, vimos reiterar a exigência da devolução dos montantes pagos e das letras
entregues, dentro de um prazo máximo de 8 dias. Caso contrário, recorreremos a todas as
vias legais disponíveis para a defesa dos nossos direitos.

Sem outro assunto de momento,

(Assinaturas)

75
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 38
Cessação de contrato de compra e venda (time-sharing)
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Cessação de contrato.

Exmos. Senhores,

No passado dia 20 de fevereiro, celebrámos convosco um contrato que nos dava o direito
de utilizar, durante a 20.ª semana de cada ano, um apartamento que faz parte do vosso
empreendimento       , sito em        . O preço total contratado foi de
€ 5000 (cinco mil euros), tendo sido pago, de imediato, o montante de € 500 (quinhentos
euros) e assinada uma autorização de transferência bancária para pagamento de dez
prestações mensais de € 450 (quatrocentos e cinquenta euros).

No entanto, após reflexão mais aprofundada, chegámos à conclusão de que já não estamos
interessados na aquisição do referido direito, pelo que, nos termos da lei, vimos fazer cessar
o contrato de compra. Informamos, também, que já cancelámos a ordem de transferência que
tínhamos dado ao banco.

Assim, agradecemos que nos seja devolvida, no prazo máximo de 15 dias, a quantia de € 500
(quinhentos euros) que, como referimos, foi entregue a V. Exas. por ocasião da assinatura do
contrato.

Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos, apresentando os nossos melhores


cumprimentos,

(Assinaturas)

76
Compra e venda de bens

MODELO 39
Denúncia de contrato de compra e venda, por incumprimento
de requisitos legais (time-sharing)
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Contrato n.º        .

Exmos. Senhores,

No passado dia 20 de fevereiro, celebrámos convosco um contrato que nos dava o direito
de utilizar, durante a 20.ª semana de cada ano, um apartamento que faz parte do vosso
empreendimento         , sito em          .

No entanto, ao analisar o dito contrato, verificámos, com alguma surpresa, que não menciona a
possibilidade de os compradores do direito fazerem cessar o negócio, como a lei exige.

Como a falta de referência expressa desse direito determina, por lei, que o contrato seja
considerado nulo, e, após reflexão, constatámos que afinal não temos interesse em mantê-lo,
vimos, por este meio, exigir que no prazo máximo de 15 dias nos seja devolvida a quantia de
€ 2500 (dois mil e quinhentos euros), entretanto entregue a V. Exas. para pagamento do
referido contrato. Findo esse prazo, sem que a situação seja regularizada, avançaremos com a
competente ação judicial.

Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos, apresentando os nossos melhores


cumprimentos,

(Assinaturas)

77
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 40
Cessação de contrato após receção do certificado predial (time-sharing)
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Cessação de contrato.

Exmos. Senhores,

No passado dia 20 de fevereiro, celebrámos convosco um contrato que nos dava o direito
de utilizar, durante a 20.ª semana de cada ano, um apartamento que faz parte do vosso
empreendimento        , sito em        , e de que acabámos de receber
o respetivo certificado predial. O preço total contratado foi de € 5000 (cinco mil euros),
tendo sido pago, de imediato, o montante de € 500 (quinhentos euros) e assinada uma
autorização de transferência bancária para pagamento de dez prestações mensais de € 450
(quatrocentos e cinquenta euros), quatro das quais já se encontram liquidadas.

No entanto, após reflexão mais aprofundada, chegámos à conclusão de que já não estamos
interessados na aquisição do referido direito, pelo que, nos termos da lei, vimos fazer cessar
o contrato de compra. Informamos, também, que já cancelámos a ordem de transferência que
tínhamos dado ao banco.

Assim, agradecemos que nos seja devolvida, no prazo máximo de 15 dias, a quantia de
€ 2300 (dois mil e trezentos euros) que, entretanto, tínhamos entregado a V. Exas.

Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos, apresentando os nossos melhores


cumprimentos,

(Assinaturas)

78
Compra e venda de bens

MODELO 41
Recusa de pagamento de despesas de manutenção não aprovadas (time-sharing)
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Despesas de manutenção.

Exmos. Senhores,

No dia 20 de fevereiro do corrente ano, celebrámos convosco um contrato que nos dava o
direito de utilizar, durante a 20.ª semana de cada ano, um apartamento que faz parte do
vosso empreendimento        , sito em       , e de que acabámos de
receber o respetivo certificado predial. O valor contratado foi de € 5000 (cinco mil euros) e já
está pago na totalidade.

Estamos conscientes de que, de acordo com a lei, estamos obrigados a pagar uma prestação
periódica, destinada a garantir uma correta gestão do empreendimento e a fazer face às
despesas de manutenção do imóvel. No entanto, não temos intenção de pagar a quantia
mensal de € 50 que nos foi recentemente exigida. Isto, porque, além de não ter sido
apresentada qualquer justificação para um aumento tão elevado relativamente ao ano
passado (em que a prestação era de apenas € 15), também não fomos convocados para
qualquer assembleia destinada a discutir a aprovação do orçamento para este ano ou a
aprovar o aumento da prestação periódica.

Pelas razões apontadas, reafirmamos a nossa intenção de não efetuar o pagamento requerido,
até que seja tomada uma decisão conjunta em assembleia convocada para o efeito.

Sem outro assunto de momento,

(Assinaturas)

79
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 42
Cessação de contrato de compra de cartão de férias
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Cartão de férias (cessação do contrato).

Exmos. Senhores,

Vimos, por este meio, fazer cessar o contrato de aquisição de um cartão de férias, celebrado
no passado dia 26 de junho numa loja do Centro Comercial        , na sequência de
uma abordagem na Rua            , em         , por parte de
dois jovens que representavam a vossa empresa.

Como ainda não passaram 14 dias sobre a data de celebração do contrato, a presente
comunicação tem como finalidade fazer cessar os seus efeitos. Em consequência, ficamos a
aguardar que nos devolvam o cheque n.º       , sobre o Banco      , no valor
de € 500 (quinhentos euros), que vos foi entregue nessa altura. Aproveitamos, também, para
informar que já cancelámos a ordem de transferência bancária que tínhamos dado em vosso
favor.

Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos,

(Assinaturas)

80
Capítulo 2

Prestação
de serviços
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Nos contratos de prestação de serviços, um dos contratantes compromete-se a


entregar ao outro um determinado resultado do seu trabalho manual ou intelectual.
Distinguem-se dos contratos de trabalho propriamente ditos, porque a pessoa
contratada exerce a sua atividade de forma autónoma e não tem de obedecer a
quaisquer ordens específicas, podendo definir, de acordo com os conhecimentos
da sua “arte”, a forma mais adequada de chegar ao resultado pretendido.

A empreitada
De entre os vários tipos de contratos de prestação de serviços, o mais importante
é o contrato de empreitada, que se caracteriza pelo compromisso assumido por
alguém ou por alguma entidade de entregar uma obra dentro de um determi-
nado prazo, mediante um preço. Geralmente, associa-se a ideia de empreitada à
realização de obras em imóveis, mas há muitas outras situações em que o termo
pode ser corretamente utilizado: a reparação de um automóvel, a pintura de
um quadro, a construção de um móvel, a encadernação de um livro ou até a
limpeza de um fato numa lavandaria também são bons exemplos de empreitadas.

Características dos contratos


Regra geral, estes contratos são efetuados apenas verbalmente. No entanto,
pela sua complexidade e pelos valores envolvidos, algumas empreitadas
apresentam maiores riscos e justificam que as condições acordadas sejam
definidas por escrito. Será o caso, por exemplo, dos contratos respeitantes à
construção, modificação ou reparação de imóveis.

• Neste documento, os contratantes devem especificar claramente:


—— o objeto do contrato, ou seja, a definição exata dos trabalhos a executar;
—— o prazo de realização, que pode compreender diversas fases que convém definir;
—— o preço ou custo final, com eventuais pagamentos parcelares, geralmente
correspondentes às fases definidas;
—— os materiais a utilizar, rubrica que deve incluir a quantidade e a qualidade
dos produtos a usar, o nome do responsável pela sua escolha e/ou forne-
cimento e se o seu custo se integra ou não no preço total;
—— as penalizações que recairão sobre o empreiteiro, se, por exemplo, houver
atrasos na execução da obra.

82
Prestação de serviços

• Também acontece frequentemente, no decurso de uma empreitada, ser neces-


sário fazer alterações ao plano inicial. Surgem, normalmente, por iniciativa
do dono da obra (ou seja, quem pediu a sua realização) e deverão ser postas
por escrito, através de um aditamento ao contrato inicial. Como é óbvio,
se as modificações implicarem um aumento ou uma diminuição dos custos
ou do trabalho para o empreiteiro, o preço final também deverá ser revisto.
No entanto, se o trabalho ou os custos a suportar pelo empreiteiro sofrerem
um acréscimo de 20% do valor inicialmente contratado, este tem o direito de
fazer cessar o contrato e, inclusivamente, exigir uma indemnização.

• Caso as alterações sejam introduzidas pelo empreiteiro, este só pode exigir


do dono da obra o aumento correspondente no pagamento se as mesmas
se deverem à necessidade de respeitar regras técnicas ou direitos de outras
pessoas que não fossem conhecidos ou previsíveis quando o contrato foi cele-
brado. Por exemplo, se, iniciados os trabalhos, for detetada uma viga oculta,
no prédio vizinho, que obrigue ao desvio da obra planeada, o empreiteiro
tem legitimidade para exigir uma quantia suplementar.

• Se forem introduzidas modificações não necessárias ou sem a devida auto-


rização do dono da obra, considera-se que o contrato não foi corretamente
cumprido. E, nesse caso, mesmo que o dono da obra a aceite com as alte-
rações não autorizadas, não é obrigado a pagá-las. Cumprido o contrato,
a propriedade do resultado da empreitada é transferida:
—— os materiais usados pelo empreiteiro num imóvel passarão a pertencer
ao dono da obra à medida que forem incorporados no solo ou noutra
propriedade do mesmo;
—— tratando-se de um bem móvel, o resultado final só é transferido para o dono
da obra quando este der a sua aceitação final.

• A aceitação constitui o ato pelo qual o cliente, após verificação da obra (podendo,
se necessário, recorrer a peritos), reconhece que o resultado corresponde ao
que tinha sido contratado. Não é necessário que assuma uma forma escrita
e pode consistir, simplesmente, no pagamento da quantia contratada ou na
receção das chaves. No fundo, trata-se de um comportamento que indique
não haver contestação quanto à qualidade do trabalho efetuado.

Direitos do dono da obra


Quais os direitos do consumidor (e, tecnicamente, dono da obra) em caso
de incumprimento ou de cumprimento defeituoso do contrato por parte do
empreiteiro?

83
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

A causa do incumprimento pode ser um atraso na conclusão da obra ou


nalguma(s) das fases intermédias eventualmente contratadas. Nesse caso,
o dono da obra não poderá deixar de pagar, pura e simplesmente, o que
havia sido combinado. Mas pode pagar apenas uma percentagem corres-
pondente à parte do trabalho que tenha ficado pronta dentro dos prazos
acordados. Aliás, é precisamente para clarificar as dúvidas que possam
surgir nessas situações que convém que o contrato defina penalizações
para os atrasos. Geralmente, estabelece-se que, por cada período (dia,
semana, mês) de atraso, o dono da obra possa deduzir uma determinada
quantia ao preço total.

Também pode acontecer que, terminada a obra, o cliente constate a existência


de defeitos (veja o modelo 50, na página 100). É importante que a qualidade
da obra seja verificada antes da aceitação, podendo qualquer das partes
recorrer a peritos, de forma a determinar se o trabalho corresponde ou não
ao que constava do contrato.
Se, dentro de um prazo razoável, o cliente não verificar a obra ou não comunicar
ao empreiteiro os resultados da inspeção, considera-se que a mesma foi aceite.
Portanto, é essencial fazer a verificação o mais rapidamente possível. Caso
contrário, corre o risco de perder os seus direitos. Por exemplo, se existirem
defeitos aparentes (isto é, perfeitamente visíveis para qualquer pessoa sem
conhecimentos específicos) e a obra tiver sido aceite, não é possível exigir,
mais tarde, a sua reparação.

Prazos para eliminação de defeitos


Quanto aos defeitos ocultos detetados após aceitação da obra, a lei estabelece
prazos para o exercício dos direitos da pessoa lesada. Tratando-se de cons-
trução, modificação ou reparação de um imóvel, a garantia é de 5 anos após
a entrega; em todos os outros casos (como, por exemplo, a reparação de um
automóvel), a garantia é de apenas 2 anos.
Detetado o defeito, o dono da obra tem, no caso dos imóveis, 1 ano para
comunicar o facto ao empreiteiro; nas demais situações, esse prazo é de
apenas 2 meses.

O cliente pode exigir a eliminação do defeito ou, se tal não for possível, que
a obra seja refeita de raiz, desde que isso não implique despesas despropor-
cionadas em relação ao defeito a eliminar. Também pode exigir uma redução
do preço contratado (o que será mais fácil de conseguir se ainda não tiver
pago tudo) ou a anulação do contrato, se os defeitos não permitirem que a
obra seja utilizada para o fim desejado.

84
Prestação de serviços

Em qualquer das hipóteses, o dono da obra pode ainda requerer uma indem-
nização por eventuais prejuízos patrimoniais e não patrimoniais devidos à
falta de qualidade da obra.

Há ainda um outro prazo a ter em conta: após comunicar ao empreiteiro a


existência do defeito, o dono da obra tem 3 anos para fazer com que aquele
o corrija (recorrendo, se necessário, a uma ação judicial). Caso contrário,
também perderá o direito à reparação.

Viagens e lazer
Do ponto de vista dos contratos (e, portanto, das obrigações a respeitar), não
há assim tantas diferenças entre a agência de viagens que se propõe levá-lo
de férias às Caraíbas e o marceneiro que tenciona contratar para fazer o novo
roupeiro para o seu quarto. Com efeito, ambos estão sujeitos à lei que rege
os contratos de prestação de serviços e, portanto, salvaguardadas as devidas
diferenças, têm de seguir um “caderno de encargos” e fornecer um determi-
nado resultado dentro de um prazo, contra um preço a combinar (veja o título
A empreitada, no início deste capítulo). E o mesmo se pode dizer de outras
entidades fornecedoras de serviços de lazer, como, por exemplo, os hotéis e
os restaurantes. Nas próximas páginas, vamos analisar alguns aspetos parti-
culares da relação dos consumidores com essas entidades.

As viagens organizadas
Podemos falar numa viagem organizada sempre que o cliente tenha contratado
com uma agência um roteiro completo de duração superior a 24 horas, com todos
os custos incluídos, de que constem, pelo menos, dois dos seguintes serviços:
—— o transporte;
—— o alojamento;
—— outros serviços (eventos culturais, desportivos, religiosos), que representem
parte significativa da viagem.

Um exemplo de viagem organizada será uma semana de férias em Espanha,


em que a agência de viagens defina o meio de transporte (autocarro), o aloja-
mento (noites no hotel X e/ou na pousada Y) e um determinado programa de

85
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

visitas. Como vimos, não é necessário que os três elementos referidos estejam
presentes. Dois são suficientes para que, do ponto de vista legal, se considere
tratar-se de uma viagem organizada. Essencial, em qualquer situação, é que
a viagem dure mais de 24 horas.

Dever de informação
A agência deve informar os seus clientes, com antecedência, de todos os
elementos necessários à concretização da viagem (por exemplo, custos,
passaportes e vistos, vacinas, etc.). Tais informações também devem constar
dos programas postos à disposição do público em geral.
Paralelamente, devem ser fornecidos outros dados, como, por exemplo, as condi-
ções de pagamento, as características dos meios de transporte e dos alojamentos
a utilizar, a forma de contactar os representantes locais da agência e o número
mínimo de participantes (quando este for essencial para que a viagem se concretize).

No que respeita ao preço, é importante que sejam claramente indicadas as


condições em que este pode ser alterado. Mas, sejam quais forem as razões,
não são permitidas alterações nos últimos 20 dias antes do início da viagem.
Mesmo antes dessa data, é necessário que o contrato preveja expressamente
essa possibilidade e contenha a forma de cálculo da alteração (veja, a propósito,
o modelo 61, na página 113). As justificações válidas para modificar o preço são:
—— variações nos custos dos transportes ou do combustível;
—— mudanças legais quanto aos impostos e taxas aplicáveis;
—— flutuações no câmbio das moedas.

Se a agência não respeitar alguma destas condições, o cliente pode rescindir


o contrato ou, se quiser, fazer a viagem sem pagar o aumento exigido.

Rescisão do contrato
O cliente pode rescindir o contrato em qualquer altura, sem ter de apresentar
motivos especiais para isso. Nesse caso, a agência deve devolver-lhe o dinheiro
da viagem, após dedução de eventuais encargos e de uma percentagem do
preço não superior a 15%.

Se o cliente rescindir o contrato por razões imputáveis à agência (por exemplo,


devido a alteração do preço sem respeito pelas condições referidas ou por a
viagem ter sido cancelada), esta terá de devolver-lhe o dinheiro sem quaisquer
deduções. Em alternativa, o cliente pode optar por participar noutra viagem,
tendo direito à devolução de uma eventual diferença de preço.

86
Prestação de serviços

Se o desejar, o cliente também pode ceder a sua posição a outra pessoa inte-
ressada na viagem. Para isso, basta informar a agência, por escrito, até 7 dias
antes da data prevista para a partida. Esse prazo é alargado para 15 dias no
caso dos cruzeiros ou de viagens aéreas de longo curso.

Alterações durante a viagem


Se, no decurso da viagem, a agência chegar à conclusão de que não pode
assegurar alguns dos serviços a que se tinha comprometido (por exemplo,
estadia no hotel X), deverá substituí-los por outros equivalentes. Caso a
viagem tenha de ser interrompida ou o cliente não aceite as alterações
propostas, a agência é obrigada a fornecer um transporte alternativo, que
lhe permita regressar ao local de partida ou o faça chegar a outro destino
que considere adequado. O cliente tem direito a que lhe seja restituída a
diferença entre o preço dos serviços efetivamente prestados e os que tinham
sido contratados.
Pode acontecer que a agência não seja diretamente responsável pelo incum-
primento do contrato. Por exemplo, é frequente que as falhas se devam a
incapacidade de empresas subcontratadas localmente. No entanto, para o
cliente, isso é irrelevante: é sempre à agência que vendeu o serviço que deve
dirigir-se para exigir uma eventual indemnização.

Como reclamar?
As agências de viagens têm livro de reclamações, que os clientes podem solicitar
se estiverem descontentes com o serviço. As reclamações são encaminhadas
para o Turismo de Portugal, entidade a que o cliente também poderá recorrer
para acionar o Fundo de Garantia de Viagens de Turismo (encontrará um
formulário para o efeito em www.turismodeportugal.pt). Tanto a reclamação
como o recurso ao Fundo de Garantia devem ser efetuados no prazo máximo
de 30 dias após o final da viagem. Outra possibilidade, para tentar resolver o
diferendo, é contactar o Provedor do Cliente junto da Comissão Arbitral do
Turismo de Portugal.

Indemnizações com limite


A lei fixou montantes para algumas das indemnizações a pagar pelas
transportadoras:
—— em caso de morte ou danos corporais em transporte marítimo, a indemni-
zação pode ir até aos 441 436 euros; nas viagens aéreas, o valor de referência

87
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

ronda os 120 mil euros, mas as indemnizações são atribuídas, caso a caso,
pelos tribunais;
—— havendo perda de bagagem, até 449 euros por artigo e 1397 euros no total.

As viagens de avião
Uma das maiores fontes de conflito entre as transportadoras aéreas e os seus
clientes está ligada à possibilidade de serem vendidos mais lugares do que
os efetivamente disponíveis para um determinado voo. É a sobrerreserva
ou overbooking. Perante tal situação, o portador de um bilhete válido e com
reserva confirmada pode escolher entre:
—— o reembolso total do dinheiro, desistindo da viagem;
—— um voo alternativo, tão rápido quanto possível, que o leve ao destino
desejado. Embora esta seja a opção mais simples e habitual, se a espera
se revelar demasiado demorada e houver outro transporte que permita
ao consumidor chegar mais cedo ao seu destino (comboio ou carro, por
exemplo), essa também será uma hipótese a considerar;
—— um voo numa data posterior, de acordo com a sua preferência.

Os passageiros a quem foi recusado o embarque têm ainda direito a uma


indemnização no valor de:
—— 250 euros, tratando-se de um voo para uma distância até 1500 quilómetros;
—— 400 euros, para voos mais longos na União Europeia e para outros voos
entre 1500 e 3500 quilómetros;
—— 600 euros, nas distâncias superiores a 3500 quilómetros.
Em determinadas situações, e dependendo da hora de chegada ao destino
final, a indemnização pode ser reduzida para metade.

Se o cliente tiver adquirido um bilhete para uma determinada classe, que


esteja completa, mas aceitar viajar numa classe inferior, tem direito, como é
evidente, a ser reembolsado da diferença de preço. Também é habitual que,
havendo overbooking na classe económica, as companhias transfiram alguns
passageiros para executiva sem cobrar mais por isso.

Finalmente, além das compensações monetárias, o cliente tem o direito de


fazer duas chamadas telefónicas ou ao acesso a telefax ou correio eletrónico,
de forma a minimizar as consequências pessoais e/ou profissionais do atraso.
O mesmo se aplica a necessidades de alimentação ou alojamento, de acordo
com o tempo de espera, bem como a eventuais despesas de deslocação para
aeroporto alternativo (à partida ou à chegada).

88
Prestação de serviços

Do mesmo modo, se um voo for cancelado, o cliente tem direito à devolução


do preço do bilhete ou a receber o valor correspondente ao custo de um
transporte alternativo para o seu destino, bem como ao pagamento de todas
as despesas relacionadas com o cancelamento (por exemplo, deslocação para
o aeroporto, refeições, comunicações, etc.). Este tipo de despesa será também
suportado pela transportadora aérea nos atrasos superiores a 2 horas, sendo
que, se for previsível um atraso superior a 5 horas, deve propor o reembolso
do bilhete.

Alojamento e refeições
Nestas áreas, os problemas estão relacionados, sobretudo, com a falta de
qualidade do serviço prestado (por exemplo, na higiene ou no atendimento).
Em caso de insatisfação, os clientes podem recorrer ao livro de reclamações.
Todos os estabelecimentos deste tipo são obrigados a possuir esse livro e a
apresentá-lo sempre que é pedido. A reclamação será posteriormente enca-
minhada para os serviços do Turismo de Portugal ou para a câmara municipal
da área, consoante a situação específica.

Não compete ao estabelecimento visado avaliar se a reclamação a efetuar jus-


tifica ou não a apresentação do livro. Por isso, perante uma recusa, o cliente
tem legitimidade para recorrer de imediato às autoridades policiais ou aos
serviços da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.
Se necessário, os clientes podem fazer chegar diretamente a sua reclamação
ao Turismo de Portugal, à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica
ou à câmara municipal da área onde se situa o estabelecimento. A recusa de
apresentação do livro de reclamações pode ser suficiente para que o estabe-
lecimento faltoso fique sujeito a uma penalização que, tratando-se de uma
pessoa coletiva, pode elevar-se a vários milhares de euros.

89
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 43
Pedido de orçamento para execução de obras
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Pedido de orçamento.

Exmo. Senhor,

Venho, por este meio, formalizar o pedido de orçamento relativo às obras a realizar na minha
propriedade, sita em            , que são as seguintes:
– construção de um muro de vedação da propriedade, com uma altura de 1,50 metros e um
perímetro total de 70 metros;
– colocação de um portão;
– abertura de uma fossa com 1 metro de diâmetro e 2 metros de profundidade.

Nas referidas obras, pretendo que sejam utilizados os seguintes materiais:


– tijolos de cimento para o muro e a fossa;
– ferro para os tubos e o portão.

Agradeço que, tão brevemente quanto possível, me seja remetido um orçamento detalhado,
discriminando cada um dos itens acima referidos e separando os montantes destinados ao
material e à mão de obra. Deverá também mencionar qual o valor dos impostos a suportar,
designadamente o IVA. Relembro que, de acordo com o combinado, a elaboração do orçamento
não implicará quaisquer custos, independentemente da minha decisão sobre o mesmo.

Em caso de aceitação do orçamento, a obra terá de ser acabada, impreterivelmente, até ao dia
30 de setembro do corrente ano.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

90
Prestação de serviços

MODELO 44
Aceitação de orçamento
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Aceitação de orçamento.

Exmo. Senhor,

Venho, por este meio, acusar a receção do orçamento, com data de 3 de julho, respeitante às
obras a efetuar na minha residência, sita em ­­­­           .

Não colocando qualquer objeção ao exposto no referido orçamento, pode considerá-lo


integralmente aceite. Sugiro, desde já, que marquemos uma reunião numa data próxima, para
que possa entregar-lhe as chaves e a quantia de € 750 (setecentos e cinquenta euros),
correspondente a 20% do valor orçamentado, agradecendo, desde já, que nessa ocasião me
seja entregue um recibo nesse valor. Relembro, como combinámos na reunião anterior, que as
obras deverão estar concluídas até ao próximo dia 31 de julho.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

91
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 45
Recusa de pagamento de reparação não autorizada
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Reparação não autorizada.

Exmos. Senhores,

No passado dia 2 de julho, detetei uma avaria no meu frigorífico, pelo que contactei os vossos
serviços, solicitando a sua reparação. No dia seguinte, deslocou-se a minha casa um dos
vossos técnicos, o Sr. Armindo Teixeira, que, após exame detalhado ao aparelho, concluiu que o
defeito tinha origem no motor e me entregou um orçamento para reparação da avaria no valor
de € 90 (noventa euros). Rubriquei o original do orçamento, para confirmar a sua aceitação, e o
frigorífico foi levado para as vossas instalações, onde foi reparado.

No entanto, para minha surpresa, o funcionário que veio entregar o aparelho apresentou-me
uma fatura no valor de € 120 (cento e vinte euros), dizendo que a diferença entre o valor
orçamentado e o da reparação se devia ao facto de terem sido detetados e reparados
outros defeitos.

Obviamente, não ponho em causa a existência de tais defeitos, até porque não possuo
conhecimentos técnicos que me permitam fazê-lo. Mas não estou de acordo com o vosso
procedimento, pois nem me puseram ao corrente dos problemas, nem solicitaram a minha
autorização para os reparar. Por isso, considero que atuaram pela vossa própria conta e risco
e apenas pagarei a quantia a que me obriguei, correspondente ao valor orçamentado. Junto
cheque no valor de € 90 (noventa euros).

Sem outro assunto de momento,

(Assinatura)

Anexos: Cópia do orçamento autorizado.


Cheque n.º           , sobre o Banco         , no valor de € 90.

92
Prestação de serviços

MODELO 46
Exigência de reparação e aparelho de substituição
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Reparação de aparelho de televisão.

Exmos. Senhores,

No passado dia 12 de março, entreguei para reparação, no vosso estabelecimento,


um aparelho de televisão da marca          e modelo        .
Nessa altura, referi que desejava que o aparelho fosse rapidamente reparado,
independentemente do custo, de forma que o funcionário de serviço, o Sr. Joaquim Santos,
me informou que a reparação não demoraria mais de 2 semanas.

No entanto, o aparelho encontra-se nas vossas instalações há mais de 1 mês, tendo-me sido
dito, recentemente, que o atraso na reparação se devia ao facto de vos faltar uma peça, que
teria de ser enviada pelo representante da marca em Espanha. Ora, sendo a vossa empresa
um reparador oficial, não faz sentido que não possuam todas as peças que permitam eliminar
rapidamente os defeitos dos aparelhos da marca que representam. Por outro lado, também
não é admissível que, após tantos telefonemas, só agora me tenham dito a verdadeira razão
da demora.

Pelas razões apontadas, concedo-vos um máximo de 8 dias para que o aparelho me seja
entregue, devidamente reparado. Exijo também que me seja atribuído um aparelho de
substituição, que eu possa utilizar até que a avaria seja resolvida. Aproveito para informar
que dei conhecimento da situação ao representante da marca no nosso país, bem como
ao fabricante.

Sem outro assunto de momento,

(Assinatura)

93
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 47
Recusa de pagamento de deslocação
(para reparação de defeito dentro do prazo de garantia)
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Cobrança de deslocação.

Exmos. Senhores,

No dia 20 de janeiro do corrente ano, adquiri, no vosso estabelecimento, um frigorífico da


marca         e modelo       . No passado dia 2 de julho, detetei uma
avaria no aparelho, pelo que contactei os vossos serviços pós-venda e solicitei a sua reparação.
No dia seguinte, deslocou-se a minha casa um dos vossos técnicos, o Sr. Armindo Teixeira, que,
após exame detalhado, concluiu que o defeito tinha origem no motor e levou o aparelho para
reparação nas vossas instalações.

No dia 7 de julho, foi-me comunicado que o aparelho já tinha sido reparado e, efetivamente,
foi entregue em minha casa no dia seguinte. No entanto, o funcionário que fez a entrega
apresentou-me uma fatura de € 15 (quinze euros) relativa à deslocação do técnico que
inspecionara o frigorífico, afirmando que era política da empresa cobrar sempre o custo da
deslocação.

Ora, como se tratava de uma verdadeira avaria (e não de um falso alarme), que justificava
perfeitamente a deslocação do vosso técnico, e o aparelho se encontra ainda no prazo de
garantia, não me deve ser cobrada tal quantia. Não tenho culpa do defeito e, por isso, nem sou
obrigado a pagar a reparação nem a deslocação do vosso técnico, que era necessária para
a constatação da avaria. Como sabem, a garantia tem por função assegurar que, dentro de
determinado prazo, o comprador não tem de suportar quaisquer encargos devidos ao facto de
o bem não ter as qualidades que determinaram a sua aquisição.

94
Prestação de serviços

Pelas razões apontadas, informo que não pagarei a fatura de € 15 (quinze euros) entregue
pelo vosso técnico.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia da certidão de garantia.

95
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 48
Exigência de devolução das peças substituídas

Em caso de dúvida acerca do preço praticado para uma determinada reparação, a entrega das
peças substituídas pode permitir ao cliente verificar os defeitos existentes e controlar, dessa
forma, o trabalho efetuado.

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Devolução de peças substituídas.

Exmos. Senhores,

No passado dia 12 de março, entreguei para reparação, no vosso estabelecimento,


um aparelho de televisão da marca        e modelo       . Tendo em
conta que o aparelho tivera uma avaria semelhante, resultante de um defeito numa peça cuja
reparação fora simples e de custo pouco elevado, não exigi que me fizessem um orçamento
prévio, pelo que dei ao funcionário de serviço ordem de reparação imediata. Por isso, foi com
alguma surpresa que fui informado de que o montante da reparação ascendia a € 160 (cento
e sessenta euros), por, segundo me disseram, ter havido necessidade de substituir algumas
peças importantes.

Paguei a fatura imediatamente, apesar de ter dúvidas quanto ao valor debitado, porque não
possuo conhecimentos técnicos que me permitam pôr em causa as vossas afirmações e
me foi dito que, caso não o fizesse, o aparelho teria de ficar retido nas vossas instalações.
No entanto, quando pedi que me entregassem as peças substituídas, foi-me dito que tal não
seria possível, uma vez que o técnico que efetuara a reparação estava de férias e não sabiam o
que tinha feito com elas.

96
Prestação de serviços

Ora, como sabem, V. Exas. estão obrigadas a entregar aos clientes todas as peças
substituídas. Por isso, venho, por este meio, exigir que as referidas peças me sejam entregues
dentro de um prazo máximo de 8 dias. Caso contrário, terei de denunciar o sucedido à
Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do recibo da reparação.

97
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 49
Exigência de nova reparação de defeito
(dentro do prazo de garantia da reparação anterior)
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Reparação de defeito dentro do prazo de garantia.

Exmos. Senhores,

No dia 2 de julho detetei uma avaria no meu frigorífico, pelo que contactei os vossos serviços,
solicitando a sua reparação. No dia seguinte, deslocou-se a minha casa um dos vossos
técnicos, o Sr. Armindo Teixeira, que, após exame detalhado ao aparelho, concluiu que o defeito
tinha origem provável no motor e avaliou o custo da sua substituição em cerca de € 100
(cem euros).

Aceite o orçamento, o frigorífico foi transportado para as vossas instalações, onde foi
reparado. O aparelho foi-me devolvido 8 dias depois, pelo que procedi ao pagamento da
fatura, no valor combinado (ver recibo em anexo). No entanto, passados 5 meses, voltou a
avariar-se. Dei conhecimento do facto aos vossos serviços. Um novo exame permitiu concluir
que se tratava de uma avaria no motor, idêntica à anterior. No entanto, para minha surpresa,
foi-me entregue um orçamento para a reparação desta avaria no valor de € 120 (cento e
vinte euros).

Como sabem, qualquer reparação feita em bens móveis (o que inclui os eletrodomésticos)
é considerada uma empreitada, pelo que, de acordo com a lei, todas as peças substituídas
devido a uma avaria beneficiam de uma garantia de 2 anos. Além disso, o trabalho realizado
com vista à eliminação dos defeitos tem também uma garantia de 2 anos, pelo que, se, durante
esse período, se registar nova avaria, devida a deficiências no serviço prestado, a reparação
terá de ser feita sem quaisquer custos para o cliente.

98
Prestação de serviços

Assim, como nenhum destes prazos se encontra esgotado, venho, por este meio, exigir que o
defeito em causa seja eliminado sem quaisquer encargos para mim.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexos: Cópia do recibo da reparação anterior e cópia do orçamento.

99
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 50
Execução de obra atrasada e com defeitos
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Obra atrasada e com defeitos.

Exmo. Senhor,

Em    de        de    , foi entre nós combinada a execução de uma empreitada


na minha propriedade, sita em                      ,
comprometendo-se V. Exa. a realizar o seguinte:
– (descrição pormenorizada dos trabalhos a realizar).

O preço total combinado foi de          , com pagamentos parcelares


de   %,   % e   %, a    de        de    ,    de        de    e   
de         de    , respetivamente. Também ficou determinado que a obra teria
de estar finalizada, impreterivelmente, 90 dias após a data do seu início, sendo esta uma
condição essencial para a celebração do contrato.

De acordo com os termos contratuais, efetuei, atempadamente, os dois primeiros


pagamentos parcelares acima descritos, pelo que não existe, da minha parte, qualquer
incumprimento das obrigações assumidas. No entanto, o mesmo não se verificou da vossa
parte, já que, passados os 90 dias, as obras não estão terminadas. Além disso, o trabalho
executado não tem a qualidade desejada, o que, face aos prejuízos que tal facto acarreta, não
me permite aceitá-lo. Designadamente, verificam-se os seguintes defeitos:
– (descrição pormenorizada dos defeitos encontrados).

Assim, face ao incumprimento do que havia sido acordado, venho, por este meio, formalizar
a cessação do contrato, considerando-me desobrigado do pagamento da quantia ainda não
entregue. Informo, também, que me reservo o direito de exigir quaisquer outras compensações
que considere necessárias relativamente aos prejuízos causados pela vossa atuação.

Sem mais de momento,

(Assinatura)

100
Prestação de serviços

MODELO 51
Reclamação por atraso nas obras
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Atraso nas obras.

Exmo. Senhor,

Em 20 de março do corrente ano, chegámos a acordo sobre a execução de uma empreitada na


minha propriedade sita na morada       , em Rio de Mouro, tendo-se comprometido
V. Exa. a realizar, com materiais fornecidos por mim, os seguintes trabalhos:
– construção de um muro de vedação da propriedade, com uma altura de 1,50 metros e um
perímetro total de 70 metros;
– colocação de um portão em ferro;
– abertura de uma fossa de formato quadrangular, com 1 metro de lado e 2 metros de profundidade.

Para os trabalhos referidos, o preço combinado foi de € 1500 (mil e quinhentos euros) e as datas
expressamente referidas para o início e a conclusão da obra foram os dias 24 e 30 de março de
2017, respetivamente, sendo esta uma condição essencial para a celebração do contrato.
Atempadamente, pus à disposição os materiais que me comprometi a deixar no local da obra,
pelo que não existe, da minha parte, qualquer incumprimento das obrigações que assumi.
No entanto, o prazo contratado não foi respeitado: na presente data, a obra ainda não está
terminada e não há quaisquer fatores externos para justificar o atraso. A única razão para
o sucedido consiste no facto de, durante a semana aprazada, se terem registado várias
ausências dos trabalhadores ao seu serviço, como pude comprovar no local.

Assim, venho por este meio exigir que a obra seja terminada, no máximo, até ao dia 17 de abril,
reservando-me, desde já, o direito de deduzir uma percentagem de 10% ao preço contratado
por cada semana de atraso (contadas a partir do dia 30 de março).

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

101
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 52
Penalização por incumprimento

Os contratos de prestação de serviços podem prever eventuais penalizações, a aplicar em caso


de não cumprimento integral ou atempado das obrigações. Tais cláusulas, ditas penais, deverão
mencionar, expressamente, o tipo de incumprimento que poderá determinar a sua aplicação,
bem como as sanções correspondentes.

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Consequências de atraso.

Exmo. Senhor,

No passado dia 28 de novembro foi entre nós acordada a execução de um trabalho de


empreitada na minha propriedade, sita na morada         , em Vila Nova de
Milfontes, comprometendo-se V. Exa. a realizar o seguinte:
– fornecimento de uma nova cozinha, com substituição dos armários existentes por outros de
madeira de pinho, do lava-loiças antigo por outro com duas pias, da marca       , e do
chão existente por ladrilhos cor de tijolo, da marca        .

O preço total combinado foi de € 1500 (mil e quinhentos euros), com pagamentos parcelares
de 15%, 25% e 60%, a 15 de janeiro, 21 de janeiro e 31 de janeiro, respetivamente. Também
ficou determinado que a obra teria de estar finalizada, impreterivelmente, até ao dia 27 de
janeiro, sendo esta uma condição essencial para a celebração do contrato.

Conforme havíamos combinado, efetuei, atempadamente, os pagamentos parcelares a que me


comprometi, com exceção do último, dado que o incumprimento do prazo já era notório.

Com efeito, V. Exa. não respeitou o prazo a que se tinha comprometido. Estamos já a 2 de
fevereiro e a obra ainda não está terminada. E nem sequer se pode considerar que houve
fatores externos responsáveis pelo atraso, pois o mesmo deve-se, unicamente, ao facto de,

102
Prestação de serviços

durante vários dias, nenhum trabalhador ao seu serviço se ter apresentado no local da obra.
Deste modo, venho, por este meio, informar V. Exa. que, de acordo com a cláusula estabelecida
no contrato, aplicarei imediatamente as penalizações previstas, deduzindo ao montante a
pagar a quantia diária de € 75 (setenta e cinco euros).

Sem outro assunto de momento,

(Assinatura)

103
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 53
Denúncia de falta de emissão de recibo
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

Serviço de Finanças
de           

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Falta de emissão de recibo.

Exmos. Senhores,

Francisco Mendes, morador na Praça          , portador do cartão de cidadão


n.º         , contribuinte n.º        , vem, por este meio, denunciar
a V. Exas. que, ao recorrer aos serviços da empresa de canalizações      para
desentupimento rápido de uma sanita, não obteve o recibo do pagamento.

De facto, no passado dia 9 de abril, a minha sanita entupiu, pelo que tive de recorrer à dita
empresa. Um técnico deslocou-se a minha casa no próprio dia e, após 1 hora de trabalho,
resolveu o problema. Ao apresentar-me a conta, no montante de € 100, procedi ao
pagamento, exigindo o respetivo recibo. Contudo, o técnico disse-me que não tinha o livro
de recibos com ele, dando-me apenas um cartão com a menção “pago” escrita à mão, o que,
obviamente, não me satisfez. O técnico ficou então de me enviar o recibo pelo correio, mas tal
nunca chegou a acontecer, apesar de eu ter telefonado à empresa nesse sentido várias vezes
nas últimas 3 semanas.

Deste modo, não querendo pactuar com este tipo de práticas de fuga ao fisco, que apenas
fazem com que os contribuintes honestos tenham de pagar cada vez mais, venho levar tais
factos ao vosso conhecimento, para que atuem em conformidade.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do papel manuscrito onde foi mencionado o valor do serviço.

104
Prestação de serviços

MODELO 54
Recusa de obra
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Contrato de empreitada (recusa da obra apresentada).

Exmo. Senhor,

A 28 de novembro do ano transato foi entre nós acordada a execução de um trabalho de


empreitada na minha propriedade, sita na morada            , em Vila Nova
de Milfontes, comprometendo-se V. Exa. a realizar o seguinte:
– fornecimento de uma nova cozinha, com substituição dos armários existentes por outros de
madeira de pinho, do lava-loiças antigo por outro com duas pias, da marca       , e do
chão existente por ladrilhos cor de tijolo, da marca        .
O preço total combinado foi de € 2000 (dois mil euros), com pagamentos parcelares de 15%, 25%
e 60%, a 16 de janeiro, 23 de janeiro e 30 de janeiro do corrente ano, respetivamente. Para cumprir
a minha parte do contrato, efetuei, nos dias combinados, o pagamento das duas primeiras parcelas.

No entanto, o trabalho executado não tem a qualidade desejada, o que, face aos prejuízos que tal
facto acarreta, não me permite aceitá-lo. Designadamente, verificam-se os seguintes defeitos:
– muitos dos ladrilhos colocados no chão da cozinha estão rachados ou mesmo partidos;
– o material utilizado para os móveis não é madeira de pinho, ao contrário do que tinha sido
combinado, mas sim aparite folheada a pinho.

Face ao incumprimento do que havia sido acordado, venho, por este meio, formalizar a recusa
da obra entregue e consequente cessação do contrato, considerando-me desobrigado do
pagamento da quantia restante, caso os referidos defeitos não sejam eliminados no prazo de
8 dias. Informo também que me reservo o direito de exigir quaisquer outras compensações que
considere necessárias relativamente aos prejuízos causados pela vossa atuação.

Sem mais de momento,

(Assinatura)

Anexos: Cópias do contrato e dos recibos dos pagamentos parcelares.

105
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 55
Recusa de obra não orçamentada
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Recusa de obra não orçamentada.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, alertar V. Exas. para o facto de o contrato de empreitada que
celebrámos, a 3 de julho passado, para a realização de obras em minha casa, ser perfeitamente
claro quanto aos trabalhos a realizar.

Assim, espanta-me ter constatado, na visita que ontem fiz às obras realizadas, que tinham
colocado um murete junto à entrada da garagem. Tal trabalho não está contemplado no plano
de obra, não estando, portanto, orçamentado. Assim, se, por qualquer motivo, concluíram que o
mesmo seria necessário, deveriam ter falado comigo previamente, para que aprovasse ou não a
sua execução.

Deste modo, como não considero necessária a colocação do murete, não aceitarei qualquer
pedido de pagamento relativo ao mesmo.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do orçamento.

106
Prestação de serviços

MODELO 56
Reclamação por roupa estragada em lavandaria
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Fato estragado.

Exmos. Senhores,

No passado dia 22 de março, entreguei para limpeza, no vosso estabelecimento, um fato


completo, composto por calças e casaco, em lã e de cor cinzento-escura, como consta do talão
preenchido na ocasião e cujo duplicado (de que junto cópia) me foi entregue pela funcionária de
serviço, a Sra. Teresa Alexandre.

Quando, 3 dias depois, fui levantar o fato, reparei logo que estava estragado, pois tinha
algumas manchas bem visíveis, além de todo ele apresentar uma cor mais clara. Como é
óbvio, reclamei imediatamente e exigi que o fato me fosse devolvido nas condições em que o
tinha entregado, ou seja, sem as manchas e a descoloração. No entanto, a vossa funcionária
afirmou que isso era impossível. Segundo ela, a lavandaria tinha atuado de forma correta,
com as precauções e cautelas normais, e tinha aplicado os produtos normalmente utilizados
na limpeza de fatos de lã, acabando por insinuar que o problema poderia estar na própria
qualidade do tecido. Argumentação que não faz qualquer sentido, pois o mesmo fato foi limpo
inúmeras vezes noutras lavandarias, sem que nada de semelhante tivesse sucedido.

Assim, considero a vossa empresa totalmente responsável pelos estragos causados no fato
que entreguei. Como fico impedido de o utilizar, exijo uma indemnização de montante igual ao
seu valor (€ 250, como consta do recibo de compra, de que junto cópia). A referida quantia
deverá ser-me entregue durante os próximos 8 dias. Caso contrário, recorrerei a todos os
meios legais ao meu dispor para a defesa dos meus direitos.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexos: Cópias do duplicado do talão da limpeza e do recibo de compra do fato.

107
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 57
Reclamação por cobrança de serviços não solicitados
(prestados por agência funerária)
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Funeral do Sr.               .

Exmos. Senhores,

Na sequência do falecimento de meu pai, ocorrido no passado dia 12, negociei com a vossa
empresa a realização do funeral. Nessa altura, combinámos que seria utilizada uma urna cujo
preço era de € 1000 (mil euros) e que o restante serviço (fundamentalmente, a preparação
do falecido e o transporte para o cemitério) ficaria por € 500 (quinhentos euros).

Realizado o funeral, foi com surpresa que recebi a vossa fatura, no valor total de € 1900 (mil
e novecentos euros). Quando questionei o vosso funcionário, o Sr. Carlos Magalhães, sobre a
discrepância entre o valor que me havia sido dado e o da fatura, ele fez-me notar que havia uma
outra despesa, denominada “4 ramos de flores”, a que correspondia o montante de € 400
(quatrocentos euros).

No entanto, quando falei com o Sr. Alcindo Miranda, para combinarmos os pormenores do
funeral, não pedi que a vossa empresa colocasse quaisquer flores, pois considerei que as que
seriam colocadas por familiares e amigos seriam suficientes. Por outro lado, a referida despesa
não consta do documento que me entregaram quando pedi o orçamento e de que junto cópia.
Finalmente, também constatei, quando me desloquei às vossas instalações, que não constava
do preçário exposto qualquer referência aos ramos de flores, contrariando a disposição legal
que obriga as agências funerárias a afixar o custo de todos os serviços prestados.

Pelas razões apresentadas, uma vez que não encomendei as referidas flores, pagarei apenas a
importância de € 1500 (mil e quinhentos euros), para o que junto cheque nesse valor. Informo

108
Prestação de serviços

também que, nesta data, foi enviada uma cópia desta carta aos serviços da Autoridade de
Segurança Alimentar e Económica.

Sem outro assunto de momento,

(Assinatura)

Anexos: Cópias do documento apresentado como orçamento e da fatura n.º     


Cheque n.º          , sobre o Banco          .

109
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 58
Reclamação por danos em parque de estacionamento
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Danos em automóvel.

Exmos. Senhores,

No passado dia 18 de setembro, pelas 14h00, entrei no vosso parque de estacionamento


sito em         , no meu automóvel de marca       , modelo       
e matrícula   -  -  , como se pode comprovar pelo talão de parqueamento, de que
junto cópia. Quando voltei ao parque, por volta das 16h00, verifiquei que a fechadura da
porta do lado do condutor tinha sido arrombada. Porém, como não havia qualquer objeto de
valor no interior do veículo, nada foi furtado. Estes factos foram imediatamente comunicados
ao funcionário de serviço, o Sr. Artur Meirinho, bem como às autoridades policiais, onde
apresentei queixa criminal contra desconhecidos (ver cópia do auto, que junto).

Como sabem, tratando-se de um parque onde o estacionamento é pago, a vossa empresa


está obrigada a devolver os automóveis nele depositados nas mesmas condições em que
são entregues e deve atuar de forma a evitar que os veículos sofram quaisquer danos
(nomeadamente, vigiando adequadamente as instalações). Como não foi isso o que sucedeu,
venho, por este meio, exigir que me indemnizem pelos prejuízos sofridos na minha viatura,
no montante de € 200 (duzentos euros), correspondentes ao custo de uma nova fechadura,
como poderão comprovar pela cópia da fatura da oficina, que junto.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexos: Cópias do talão de parqueamento, do auto policial e da fatura da reparação.

110
Prestação de serviços

MODELO 59
Denúncia de comportamento incorreto de taxista
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Denúncia do motorista do táxi com a matrícula   -  -  .

Exmos. Senhores,

No dia 26 de janeiro, na Rua           , em       , entrei num táxi com


a matrícula   -  -  , de vossa propriedade (pelo menos, assim constava no tablier),
tendo pedido ao motorista que me deixasse na Rua        . Este tomou um trajeto
que considero inadequado, pois, como conheço bem a zona e faço, frequentemente, o mesmo
caminho por táxi, sei que aquele implicava um desvio à rota mais direta e desafogada de
trânsito. Foi o que disse ao motorista, em termos claros e corretos, mas ele apenas respondeu
que sabia perfeitamente qual era o melhor caminho e que, caso eu não estivesse satisfeito,
o melhor era sair do táxi.

Perante tal atitude, foi exatamente o que fiz, pedindo-lhe que parasse logo ali. Ele obedeceu,
mas disse-me que teria de pagar € 3 pelo trajeto percorrido, mais € 2,50 pelo transporte
da bagagem (segundo ele, eu tinha demasiadas malas e todas muito volumosas). Perante a
minha recusa e a lembrança de que o máximo que podia cobrar pelo transporte de bagagem era
€ 1,60, independentemente do seu número ou volume, o referido taxista ameaçou-me e disse
que não me deixaria retirar as malas se não pagasse a quantia pedida.

Como não avistei nenhum agente da autoridade e o táxi estava a impedir a passagem de
outros veículos, acabei por ceder e efetuar o pagamento. Pedi uma fatura, mas o motorista
recusou-se a discriminar as importâncias entregues, mencionando apenas o total (€ 5,50).

Como o comportamento deste taxista (que também recusou identificar-se) foi bastante
incorreto e até ilegal, pois cobrou um valor superior ao permitido por lei, venho, por este
meio, informar V. Exas. de que entregarei uma cópia desta carta à Autoridade de Segurança
Alimentar e Económica, entidade competente para fiscalizar e punir este tipo de atuação.

111
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Espero também que a vossa empresa tome as providências necessárias para impedir que
qualquer motorista dos vossos táxis volte a comportar-se da forma descrita.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do recibo.

112
Prestação de serviços

MODELO 60
Comunicação de desistência de viagem
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Viagem organizada a Espanha, entre 15 e 21 de junho.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, comunicar a V. Exas. que, por razões pessoais, pretendo anular a minha
participação na viagem a Espanha que a vossa agência irá organizar dentro de 15 dias, mais
concretamente entre os dias 15 e 21 de junho.

Assim, passarei pela vossa agência durante a próxima semana, a fim de ser reembolsado dos
€ 250 já entregues.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do recibo referente ao sinal.

113
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 61
Recusa de pagamento de aumento de preço em viagem organizada
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Viagem organizada ao Brasil.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, protestar contra o aumento do preço da viagem ao Brasil, marcada para
os dias 1 a 15 do próximo mês, de acordo com a mensagem de correio eletrónico que ontem
me foi enviada pelo vosso representante, o Sr. Francisco Fernandes. Nessa comunicação,
referia-se que o aumento se devia a alterações cambiais e que os interessados deveriam
suportar um agravamento de € 150, caso desejassem manter as suas reservas.

O meu protesto deve-se às seguintes razões: em primeiro lugar, as alterações cambiais


invocadas não são reais, pois o valor do dólar, moeda em que foi feito o pagamento,
é atualmente inferior ao que tinha na data em que adquiri os bilhetes (apesar de, entretanto,
ter havido algumas oscilações); em segundo lugar, a verdade é que, independentemente
das circunstâncias atrás referidas, o contrato que assinei não prevê a possibilidade de
agravamento do preço em função de alterações cambiais nem a fórmula de cálculo para uma
eventual atualização.

Assim sendo, desejo informar V. Exas. do meu firme propósito de não pagar a quantia que
exigem, mantendo, no entanto, a intenção de apanhar o avião do dia 1 para o Brasil, já que
planeei as minhas férias nesse sentido. Por isso, agradeço que, nos próximos 3 dias, confirmem,
por escrito, a minha participação na viagem. Caso contrário, darei conhecimento do sucedido
ao Turismo de Portugal e, caso se revele necessário, recorrerei à via judicial para a defesa dos
meus direitos.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do contrato.

114
Prestação de serviços

MODELO 62
Exigência de indemnização a agência de viagens
(por incumprimento parcial do contrato)
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Viagem organizada a Espanha, entre 15 e 21 de abril.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, comunicar a V. Exas. o meu desagrado por, na viagem a Espanha
recentemente organizada pela vossa agência, entre os dias 15 e 21 de abril, não terem
sido efetuadas algumas das mais importantes visitas programadas. De facto, tinham sido
contratadas visitas a Toledo e ao Escorial, locais de extraordinária importância cultural e
histórica, que não chegaram a realizar-se, tendo o grupo permanecido em Madrid no dia em que
estavam previstas.

Questionada no local, a vossa representante, Sra. Fátima Pires, não soube dizer-nos exatamente
quais as razões da alteração ao programa, referindo apenas que houve alguns problemas com
o aluguer de autocarros para a deslocação, a partir de Madrid. Como não tive nada a ver com
tais problemas e um dos principais motivos que me levaram a fazer a viagem foi, precisamente,
a possibilidade de visitar Toledo e o Escorial, considero que as minhas expectativas foram
frustradas e que, neste ponto específico, a vossa agência não cumpriu o contrato celebrado.

Como as visitas teriam ocupado um dia inteiro, considero-me no direito de exigir, no mínimo,
uma indemnização de € 100 (cem euros), correspondente a 1/7 do preço total da viagem (que
foi de € 700, conforme recibo anexo). Passarei pelas vossas instalações durante a próxima
semana, a fim de ser reembolsado da referida quantia. Perante uma eventual recusa, informo
que darei conhecimento da situação ao Turismo de Portugal.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Recibo do pagamento da viagem.

115
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 63
Exigência de indemnização a agência de viagens
(por incumprimento do contrato)
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Viagem organizada à República Dominicana, entre 12 e 18 de abril.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, comunicar a V. Exas. que, na viagem à República Dominicana,
recentemente organizada pela vossa agência, entre os dias 12 e 18 de abril, ocorreram factos
que denotam negligência da vossa parte e também desrespeito pelos direitos dos vossos
clientes.

Como sabem, contratámos 1 semana de férias numa estância balnear dotada de todas
as infraestruturas habituais nos circuitos turísticos internacionais, com alojamento no
Hotel Excelsior (de quatro estrelas). Estas condições aliciantes pareciam ser sobejamente
confirmadas pelos folhetos que nos foram entregues, onde abundavam fotografias de praias
paradisíacas e dos interiores do hotel, que parecia bastante confortável e até luxuoso.

No entanto, chegados ao local, fomos literalmente “despejados” num hotel, chamado Eden,
que nada tinha de luxuoso, muito pelo contrário: os quartos eram mal arejados e não tinham
ar condicionado, a roupa das camas tinha péssimo aspeto e não havia casas de banho
privativas (além disso, as que existiam apresentavam um cheiro nauseabundo). Como é óbvio,
manifestámos imediatamente a nossa insatisfação, mas o vosso representante, Sr. Rui
Vieira, apenas nos disse que a responsabilidade pelo sucedido cabia à agência local que tinham
subcontratado e que a transferência para outro hotel era impossível, pois estavam todos
lotados. Assim, porque não tínhamos alternativa, lá ficámos no Hotel Eden, à espera que os
dias passassem. Nem sequer aproveitámos a praia, pois, apesar de esta ser bonita, o acesso
fazia-se necessariamente através de um bairro de marginais, havendo outros hóspedes do
hotel que chegaram a ser atacados e roubados.

116
Prestação de serviços

Pelas razões apontadas, consideramos que as nossas expectativas foram totalmente


frustradas e que a vossa agência não cumpriu minimamente o contrato celebrado. Assim,
vimos, por este meio, exigir a restituição do montante total pago (€ 1000), já que, embora
tenhamos feito a viagem até à República Dominicana, temos o direito de ser compensados
pelos incómodos e prejuízos que a situação descrita provocou.

Passaremos pela vossa agência durante a próxima semana, a fim de sermos reembolsados da
referida quantia. Perante uma eventual recusa, informamos que daremos conhecimento do
sucedido ao Turismo de Portugal.

Sem outro assunto de momento, apresentamos os nossos melhores cumprimentos e


subscrevemo-nos,

(Assinaturas)

Anexos: Cópias do contrato, do folheto de promoção e do recibo.

117
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 64
Recusa de pagamento de despesas não comprovadas
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Viagem organizada ao México.

Exmos. Senhores,

Como sabem, no passado dia 15 de fevereiro contratei uma viagem ao México, anunciada na
vossa agência, que incluía a viagem de avião até ao destino, o alojamento num hotel e várias
atividades.

Por razões de ordem familiar, tive de adiar a viagem. Assim, com a antecedência exigida por lei,
comuniquei-vos a desistência da reserva, dispondo-me a pagar a penalização devida.

Contudo, surpreende-me agora a vossa exigência, expressa na comunicação escrita que recebi
ontem, de pagar uma quantia superior aos 15% do valor da viagem admitidos na lei como
penalização, sob pretexto de que teriam já suportado outras despesas com a viagem.

Deste modo, venho exigir que me comprovem tais despesas e que estas se relacionam
diretamente com a minha reserva, para o que terão de me enviar o respetivo recibo. Se tal não
acontecer, ou se esse documento não me oferecer credibilidade, não pagarei nada além dos
15% do preço contratado, como está definido na lei.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

118
Prestação de serviços

MODELO 65
Exigência de indemnização por atraso devido a overbooking
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Voo Lisboa-Paris n.º    , no dia 23 de fevereiro.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, comunicar a V. Exas. que, com a intenção de embarcar no avião que faria
a viagem Lisboa-Paris (voo    ), às 13h00 do dia 23 de fevereiro, me desloquei nesse
mesmo dia ao aeroporto de Lisboa, apresentando-me pelas 11h00 ao balcão da vossa
companhia para efetuar o check-in. Para minha surpresa, sobretudo porque tinha confirmado
a reserva 2 dias antes, a funcionária de serviço, Sra. Marina Pais, informou-me de que o voo
estava lotado e de que seria impossível embarcar àquela hora.

A referida informação suscitou acesa discussão: a alteração poderia trazer-me graves


inconvenientes profissionais, uma vez que me tinha comprometido a comparecer numa
importante reunião de negócios em Paris, pelas 19h00. Perante os meus protestos,
deram-me a possibilidade de embarcar no voo seguinte, que, segundo a funcionária, chegaria a
Paris às 17h45 locais, o que ainda me permitiria chegar a horas à referida reunião. Como não
via alternativa, aceitei esta sugestão. Assim, embarquei no voo seguinte (voo   ), mas este
apenas aterrou em Paris às 18h15. Por essa razão, cheguei à reunião com meia hora de atraso
e, mesmo assim, graças a uma verdadeira corrida contrarrelógio por parte do taxista!

Como sabem, pondo de parte os prejuízos profissionais que esta situação me trouxe, que
é impossível contabilizar, tenho pelo menos o direito de exigir uma indemnização no valor de
€ 125, pelo facto de o voo em que embarquei ter chegado mais de 2 horas depois da hora
prevista para a aterragem do voo que tinha reservado. Assim, agradeço que entrem em
contacto comigo dentro de um máximo de 8 dias, a fim de combinarmos a forma de reembolso.

119
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Caso contrário, recorrerei aos meios legais à minha disposição para a defesa dos meus
direitos.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do bilhete de avião e do cartão de embarque.

120
Prestação de serviços

MODELO 66
Exigência de indemnização por perda de bagagem
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Perda de bagagem.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, comunicar a V. Exas. que, na sequência de uma viagem de avião Lisboa-
-Paris (voo n.º   ), que se iniciou às 13h00 e terminou às 16h00 (hora local em França)
do passado dia 23 de fevereiro, a bagagem que havia entregue ao vosso cuidado no Aeroporto
de Lisboa desapareceu.

Apesar de toda a simpatia e disponibilidade demonstradas pelos vossos funcionários em


Paris, não foi possível averiguar se a referida bagagem chegou a ser embarcada no avião que
me transportou. A verdade é que fiquei sem uma mala de viagem, que continha vestuário e
diversos utensílios de higiene pessoal. Para terem uma ideia do incómodo que esta situação me
provocou, junto uma lista que descreve todos os artigos desaparecidos e seu respetivo valor,
num total de € 750 (setecentos e cinquenta euros). Embora, quando reclamei no aeroporto,
me tenham sido dados um kit de higiene e o equivalente a 100 dólares, para fazer face às
primeiras despesas, isso é manifestamente insuficiente para me compensar pelo prejuízo
que sofri.

No entanto, cabendo a V. Exas. assumir a responsabilidade pela perda da minha bagagem,


venho, por este meio, exigir que me indemnizem pelos prejuízos materiais que sofri, no valor de
€ 750. Caso não receba qualquer comunicação da vossa parte nesse sentido, dentro de um
máximo de 15 dias, recorrerei à via judicial para a defesa dos meus direitos.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexos: Cópia do bilhete de avião Lisboa-Paris e dos talões da bagagem.


Lista de artigos desaparecidos e respetivo valor.

121
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 67
Exigência de indemnização por atraso em voo
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Atraso do voo n.º    .

Exma. Administração da        

Atempadamente, adquiri, na vossa companhia, um bilhete para o voo n.º    , com destino a
Madrid, marcado para as 13h00 do passado dia 14 de março.

Depois de ter feito o check-in com a antecedência necessária, verifiquei que, afinal, havia
um atraso. Na verdade, meia hora antes do horário previsto para a partida, o atraso já era,
de acordo com a informação dada no momento, de 45 minutos.

Contudo, tal estimativa acabou por não se concretizar: o embarque apenas teve lugar às
17h20 do mesmo dia, ou seja, mais de 4 horas após o previsto. Na altura, apresentei uma
queixa relativa ao atraso do voo.

Como, infelizmente, fui prejudicado por tal situação, venho, por este meio, exigir uma
indemnização, no montante de € 250 (duzentos e cinquenta euros), que considero ajustada
aos inconvenientes que sofri. Pode dizer-se que quase poderia ter ido de carro para o meu
destino, durante o tempo que estive à espera no aeroporto.

Na certeza de que irão disponibilizar a quantia devida sem necessidade de mais exigências,
subscrevo-me, com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

122
Prestação de serviços

MODELO 68
Denúncia de recusa de apresentação do livro de reclamações

Independentemente das razões apresentadas pelo cliente para pedir o livro de reclamações,
este nunca pode ser recusado. Fazê-lo é ilegal e justifica, inclusive, a intervenção das
autoridades policiais.

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

Turismo de Portugal
(ou Câmara Municipal de          )

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Denúncia de mau serviço e recusa de apresentação do livro de reclamações.

Exmos. Senhores,

Venho, pela presente, dar-lhes conhecimento da seguinte situação:


– no dia 22 de agosto, pelas 13h30, desloquei-me, juntamente com a minha família,
ao restaurante       , sito na Rua         , em        ;
– após termos feito os pedidos, esperámos durante mais de meia hora sem que nada nos fosse
servido (exceto o normal couvert). Quando, finalmente, vieram os pratos pedidos, notámos
que um deles, de bacalhau, tinha um cheiro intenso e pouco agradável, que nos fez suspeitar de
que estaria estragado. Chamámos um dos empregados, que, perante a nossa reclamação, nos
atendeu de forma bastante incorreta, começando logo por dizer que o bacalhau estava ótimo
e que a ele não lhe cheirava a nada. Assim, mandámos chamar o gerente, que teve uma atitude
semelhante à do empregado. Nestas circunstâncias, não tivemos outra alternativa senão
pedir que nos trouxessem o livro de reclamações;
– porém, o livro de reclamações foi-nos recusado, com o argumento de que tinha sido levado
para o escritório da empresa que tratava da contabilidade e, como era sábado, não havia
qualquer possibilidade de o irem buscar;
– depois de pagarmos a despesa (excluindo o bacalhau, que me recusei a comer e, portanto,

123
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

a pagar), ainda tentei encontrar um agente da autoridade, mas tal não foi possível, pelo que
solicito a vossa intervenção, aplicando as sanções legais previstas ao restaurante. Informo
também que os factos acima descritos podem ser confirmados pelo Sr. Luís Carlos Sampaio e
Sra. Alice Sampaio, que os presenciaram.

Sem outro assunto de momento, apresento os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do recibo.

124
Prestação de serviços

MODELO 69
Denúncia de alimentos deteriorados em restaurante
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica


Rua Rodrigo da Fonseca, n.º 73
1269-274 LISBOA

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Denúncia de restaurante.

Exmos. Senhores,

Vimos, por este meio, dar conhecimento a V. Exas. de que, na sequência de um almoço
no restaurante       , sito no n.º    da Rua            ,
em       , os signatários desta carta sofreram uma intoxicação alimentar, que exigiu
tratamento hospitalar e ausência do local de trabalho durante 3 dias.

Concluímos que o referido restaurante         terá sido o responsável pelo


sucedido devido ao facto de termos tido conhecimento de outras pessoas que, nesse dia,
aí pediram o mesmo prato (filetes de pescada) e tiveram exatamente os mesmo sintomas
(mal-estar intenso, dores fortes no estômago e descontrolo intestinal).

Questionado, posteriormente, sobre as condições de higiene da comida servida, o gerente


do restaurante, o Sr.           , limitou-se a dizer que eram irrepreensíveis e,
quando exigimos a apresentação do livro de reclamações, recusou-se a fazê-lo.

Pelas razões apresentadas, agradecemos que os vossos serviços intervenham, fiscalizando a


atuação do restaurante         . Agradecemos também que nos informem acerca
das vossas conclusões.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinaturas)

Anexos: Cópias dos documentos comprovativos de tratamento hospitalar e de baixa por


doença; cópia do recibo da refeição.

125
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 70
Reclamação por acidente em autoestrada provocado por animal
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Acidente provocado por animal.

Exmos. Senhores,

No dia 4 de março, conduzia o meu veículo       , com a matrícula   -  -  ,


em direção a        , quando, cerca do quilómetro 114 da autoestrada que V. Exas.
exploram, um cão de porte médio se atravessou na via, surpreendendo-me de tal forma que,
apesar de uma travagem de emergência, não consegui evitar o embate. Como é lógico, àquela
velocidade, o pobre animal morreu instantaneamente e o meu carro ficou imobilizado, com a
frente destruída, acabando por ter de ser rebocado.

Depois de o ter levado a uma oficina da marca, os mecânicos estimaram a reparação em


€ 2000 (dois mil euros). Considero este valor muito elevado, até porque não tenho seguro
de danos próprios. Além disso, não me considero obrigado a suportar tal despesa, já que a
responsabilidade pelo atravessamento do animal é vossa. Na verdade, enquanto esperava
pelo reboque, tive oportunidade de verificar que qualquer animal de tamanho médio (cão,
porco, cabra, etc.) facilmente teria acesso à autoestrada, pois a vedação naquela zona era
praticamente inexistente.

Aliás, tratei de imediato de tirar fotografias do local, com o meu telemóvel, de que junto
seis exemplares: estes documentam o que afirmo e, se necessário, uma inspeção ao local
poderá confirmar o mesmo. Considero que não tomaram as medidas necessárias para
evitar a passagem de animais para as vias da autoestrada entregue à vossa exploração e,
em consequência, exijo que procedam ao pagamento da reparação do meu carro. Caso não o
façam, não deixarei de recorrer ao tribunal para defender os meus direitos.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexos: Seis fotografias do local do acidente; cópia do orçamento da oficina.

126
Capítulo 3

Administração
pública e serviços
públicos essenciais
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

A administração pública
As situações potencialmente conflituosas com a administração pública (que
abrange a administração central, a administração local e os institutos públi-
cos) são numerosas e diversificadas. Os modelos que apresentamos ajudarão
os leitores a perceber qual o tipo de cartas e/ou requerimentos que deverão
apresentar às instituições públicas, de forma a fazer valer os seus direitos.
Fundamentalmente, existem duas vias possíveis de defesa dos cidadãos
face a qualquer ato ilegal ou indevido por parte da administração pública:
a graciosa e a contenciosa.

Via graciosa
Consiste na possibilidade de o cidadão requerer diretamente à administração
que altere ou revogue um determinado ato ou decisão. Não é obrigatório
seguir, para isso, formalismos especiais, mas existem dois meios principais:
—— a reclamação graciosa deve ser dirigida ao autor do ato administrativo
em questão e interposta no prazo máximo de 15 dias (a contar da data
de notificação ou de publicação no Diário da República). Tratando-se de
uma reclamação a apresentar nas Finanças o prazo é de 120 dias, contados
a partir do termo do prazo para pagamento voluntário ou, quando não
houver liquidação, da respetiva notificação;
—— o recurso hierárquico deve ser remetido ao órgão que, na organização
administrativa, se encontra numa posição hierarquicamente superior ao
que emitiu a decisão ou praticou o ato controverso. É interposto no prazo
de 30 dias úteis, sempre que não haja possibilidade de fiscalização pelos
tribunais, o que acontece apenas excecionalmente, e de 60 dias, quando,
além da via graciosa, o cidadão também possa requerer a fiscalização
judicial do ato administrativo, isto é, recorrer à via contenciosa.

Tanto a reclamação graciosa como o recurso hierárquico devem ser apreciados


pela administração no prazo de 30 dias ou, em situações que exijam novos
recursos ou outras diligências, até ao máximo de 90 dias. No entanto, esses
prazos nem sempre são respeitados pela administração.

O pedido de revisão oficiosa, previsto para determinadas situações fiscais


(por exemplo, erro dos serviços ou duplicação da coleta), tem como objetivo
requerer a anulação de um ato ilegal na sua origem, mas tornado válido pela
passagem do tempo. Este pedido pode ser apresentado até 4 anos após a

128
Administração pública e serviços públicos
Nome do essenciais
capítulo

liquidação, ou, a qualquer momento, se o tributo ainda não tiver sido pago
devido a erro imputável aos serviços.

Via contenciosa
Também pode ser utilizada para anular um ato administrativo ilegal ou inde-
vido, recorrendo a uma ação judicial no prazo máximo de 2 meses a contar
da data de notificação do ato ou da sua publicação no Diário da República.
É necessário que o recurso seja apresentado por um advogado. Os efeitos
práticos do ato ilegal ou indevido podem ficar suspensos até que o recurso
seja apreciado.

Existe a possibilidade de os cidadãos acederem à justiça sem terem de supor-


tar os custos da via judicial (que incluem, entre outros, os honorários de um
advogado e os encargos com o processo). Para terem este apoio judiciário,
os interessados terão de preencher um formulário na Segurança Social e juntar
os documentos pedidos. Os documentos podem ser entregues pessoalmente,
por fax e correio tradicional ou eletrónico. O sítio da Segurança Social na
internet disponibiliza um simulador que permite verificar qual o benefício a
que o requerente tem direito.

A lei limita o apoio judiciário aos agregados com rendimentos muito baixos.
É ainda necessário que mencionem os bens que eventualmente detenham,
desde imobiliários a automóveis, depósitos bancários, contas poupança, etc.

Ambas as vias
É possível acumular as duas vias: os cidadãos podem recorrer, simultane-
amente, à via graciosa (e, dentro desta, utilizar a reclamação graciosa e o
recurso hierárquico) e à contenciosa, aumentando assim as possibilidades de
sucesso. Apesar do tempo e do dinheiro que isso irá exigir, em alguns casos é
mesmo importante recorrer a ambas em simultâneo, para não correr o risco
de deixar passar prazos que possam inviabilizar alguma das soluções possíveis.

Também é importante saber que a administração pública é responsável pelos


prejuízos que a incorreta atuação dos seus órgãos ou agentes possa acarretar
para os cidadãos. Nesse caso, a respetiva indemnização deve ser exigida dire-
tamente ao órgão responsável e, se a resposta deste não for dada em tempo
útil ou for negativa, pode interpor-se recurso nos tribunais administrativos.

129
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Por outro lado, o princípio da transparência determina que os cidadãos pos-


sam tomar conhecimento da atuação da administração em matérias que
lhes digam respeito, o que funciona também como um meio de controlo da
atuação administrativa.

Os serviços públicos essenciais


Consideram-se serviços públicos essenciais os que são indispensáveis para a
vida quotidiana dos cidadãos e lhes permitem assegurar necessidades elemen-
tares. É o caso do fornecimento de água, energia elétrica e gás e dos serviços
de telecomunicações (telefone fixo e móvel, acesso à internet, televisão por
cabo) e correios, bem como dos de recolha e tratamento de águas residuais
e de gestão dos resíduos sólidos urbanos.

Falta de pagamento
Não é possível interromper, sem aviso prévio, o fornecimento de um serviço
devido a falta de pagamento. A empresa terá de enviar uma carta ao faltoso,
avisando-o do atraso no pagamento e indicando os meios à disposição para
regularizar a dívida, bem como o prazo a partir do qual o serviço será cortado,
se tal não for efetuado: 20 dias. Nas comunicações eletrónicas, os prazos são
diferentes. Neste caso, se a fatura não for paga na data inicialmente prevista,
o fornecedor tem 10 dias para informar o cliente de que tem mais 30 dias
para pagar, sob pena de suspensão do serviço. Se, durante esses 30 dias,
a dívida continuar por liquidar, a operadora tem mais 10 dias para suspender
o serviço durante um período de 30 dias, e não pode enviar mais faturas.
Se, entretanto, o cliente pagar a conta ou estabelecer com a empresa um
acordo de pagamento por escrito, esta deve repor o serviço de imediato ou,
quando isso não for tecnicamente possível, no prazo de 5 dias úteis a contar
do pagamento ou do acordo. Se o cliente nada fizer, após o corte temporário
de 30 dias, o contrato deixa automaticamente de existir.

O consumidor tem direito a uma fatura mensal onde os valores estejam devi-
damente discriminados. Ou seja, os diferentes serviços prestados devem
estar especificados com as respetivas tarifas. Nas comunicações eletrónicas,

130
Administração pública e serviços públicos
Nome do essenciais
capítulo

caso o consumidor o solicite, a fatura contém todos os serviços prestados de


forma detalhada.

As empresas fornecedoras não podem exigir o pagamento de faturas emitidas


há mais de 6 meses. E o mesmo período determina a validade para efetuarem
correções sobre consumos contabilizados, incorretamente, a seu desfavor.
Por isso, basta guardar as faturas relativas aos serviços públicos essenciais
durante 7 meses para poder provar que as contas estão em dia.

Também convém saber que as dívidas do inquilino ou do proprietário de


uma casa a um fornecedor não são transmissíveis. Assim, os novos inquilinos
ou proprietários a quem seja exigido o pagamento de tais dívidas (ou pior,
a quem seja recusada a celebração de novo contrato, como por vezes acontece)
devem exigir a prestação do serviço e, se preciso for, recorrer aos tribunais.

Pagamento parcial
O consumidor pode pagar apenas uma parte da fatura, sempre que estiver em
desacordo com uma determinada parcela respeitante a um serviço que não
esteja relacionado com o objeto principal do contrato. É o caso, por exemplo,
das taxas municipais (tratamento de águas, limpeza de esgotos, etc.) que,
em muitas autarquias, fazem parte da fatura da água.
Se discordar da cobrança de um desses valores, não corre o risco de ficar sem
eletricidade ou sem água: a lei permite que pague apenas o serviço essencial e
que use os meios ao seu dispor para contestar o outro pagamento, até que se
determine se está ou não obrigado a efetuá-lo. Pode mesmo exigir um recibo
respeitante à quantia já paga.

Consumos mínimos e contadores


Ainda quanto às faturas, é expressamente proibida a cobrança de consumos
mínimos, entendendo-se estes como todo e qualquer valor que não corresponda
ao consumo efetuado pelo cliente. No entanto, nalgumas situações, torna-se
difícil apurar se a cobrança de um determinado montante se enquadra ou
não nesta proibição. Por isso, cada caso terá de ser analisado isoladamente
(veja também o modelo 79, na página 143). É proibido cobrar aluguer pelos
contadores, amortização ou inspeção periódica dos mesmos, já que estes são
essenciais ao cumprimento do contrato.

131
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Perturbações do serviço
Se houver deficiências no fornecimento do serviço (mesmo que não tenha
havido culpa ou negligência por parte da empresa), de forma que cause pre-
juízos a particulares, estes podem exigir a indemnização correspondente.
É o caso, por exemplo, de alterações bruscas de tensão no fornecimento da
eletricidade, provocando avarias nos eletrodomésticos (veja o modelo 81,
na página 145).

132
Administração pública e serviços públicos
Nome do essenciais
capítulo

MODELO 71
Requerimento de indemnização
à administração local

Este tipo de requerimento poderá ser utilizado para reclamações devidas a acidentes
provocados pelo mau estado das estradas, má sinalização, etc. Se, em vez de uma estrada
municipal, se tratar de uma estrada nacional, o requerimento deverá ser dirigido à
Infraestruturas de Portugal, S.A. Tratando-se de uma autoestrada, a entidade a contactar será a
respetiva concessionária.

MODELO EDITÁVEL

Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal


de         

            e          , residentes na Rua        


     , n.º   , em         , portadores, respetivamente, dos cartões de
cidadão n.os         e        , vêm expor os seguintes factos:

– no passado dia    de         de    , os requerentes transitavam


na estrada municipal que liga         a         , no seu
veículo        , modelo        e matrícula   -  -  , quando,
aproximadamente ao quilómetro    , depararam, à saída de uma curva, com um enorme
buraco, não assinalado, que ocupava praticamente toda a via em que seguiam;
– apesar de uma travagem violenta, o veículo passou pelo buraco, cuja
profundidade atingia    centímetros, o que provocou diversos danos na viatura
(conforme fotos em anexo). Estes factos podem ser confirmados pelos Srs.                
e                  , que os presenciaram;
– rebocado o veículo e entregue na oficina         , representante oficial da marca,
a reparação foi orçamentada em € 1500 (mil e quinhentos euros), conforme documento
anexo.

Como os danos foram originados, unicamente, pelo facto de o nosso veículo ter caído no buraco
não assinalado, nas condições acima descritas, e cabendo ao município a conservação e a
manutenção da referida estrada, vimos, por este meio, exigir que a Câmara Municipal suporte o
custo da reparação.

133
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Caso não obtenhamos uma resposta positiva, dentro dos próximos 8 dias, iremos recorrer aos
tribunais para a defesa dos nossos direitos.

Pedem deferimento.

(Localidade e data)

Os requerentes

(Assinaturas)

Anexos: Fotos do local do acidente e dos danos no veículo.


Orçamento apresentado pela oficina         .

134
Administração pública e serviços públicos
Nome do essenciais
capítulo

MODELO 72
Recurso hierárquico devido a falta
de fundamentação de ato administrativo

A falta de fundamentação, por escrito, de qualquer ato administrativo, é motivo suficiente


para a sua anulação. Para atingir esse objetivo, o cidadão pode optar pela via graciosa ou pela
contenciosa ou até combinar as duas.

MODELO EDITÁVEL
Exmo. Senhor Ministro
do Planeamento e das Infraestruturas

Eu,                     , portador do cartão de cidadão


n.º        , residente em                 , venho, por este
meio, recorrer do despacho com o n.º         , assinado pelo Exmo. Sr. Secretário
de Estado das Infraestruturas e publicado no Diário da República        , o qual
declara a utilidade pública e a urgência de expropriação de um prédio rústico de minha
propriedade, sito no lugar de        , concelho de       . Este recurso tem
os seguintes fundamentos:

– a declaração do Exmo. Sr. Secretário de Estado das Infraestruturas não se encontra


devidamente fundamentada: o despacho decreta, pura e simplesmente, a utilidade pública
e a urgência de expropriação do prédio rústico, sem fazer qualquer referência ao motivo
determinante da mesma nem, tão-pouco, ao diploma legal que, em abstrato, permitiria esse
ato;
– desse modo, a referida declaração deve ser considerada ilegal, por total falta de
fundamentação.

Nestes termos, venho requerer a V. Exa. que anule o referido despacho, sem prejuízo de
eventual recurso à via judicial para esse fim, caso a anulação não seja decretada.

Pede deferimento.

(Localidade e data)

O recorrente

(Assinatura)

135
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 73
Requerimento de acesso a documentos da administração pública
MODELO EDITÁVEL
Exmo. Senhor gestor da Infraestruturas de
Portugal, S.A. da região de        

                e                , residentes


na Rua            , n.º   , em         , portadores,
respetivamente, dos cartões de cidadão com o n.º          e
       , vêm, por este meio, expor o seguinte:

– os requerentes são proprietários de um prédio rústico, sito no lugar de ........................., concelho
de          , tendo sido recentemente informados de que a nova estrada que
ligará          a       irá passar nessa zona;
– os requerentes adquiriram a referida propriedade com a intenção de nela construírem uma
habitação, pois o Plano Diretor Municipal de          permitia que, precisamente
nessa zona, fossem erigidas moradias, dentro de determinadas condições;
– sucede que, passando a estrada pelo lugar de          , isso impedirá ou,
pelo menos, prejudicará gravemente a construção de habitações, dadas as previsíveis
consequências ambientais decorrentes da passagem de tráfego, como sejam a poluição,
o ruído e a desvalorização da paisagem.

Assim, estando diretamente interessados na questão, vimos requerer o acesso aos planos
que contêm o trajeto previsto para a nova estrada, pedindo, desde já, que nos seja indicado o
local onde poderemos consultar o respetivo processo.

Pedem deferimento.

(Localidade e data)

Os requerentes

(Assinaturas)

136
Administração pública e serviços públicos
Nome do essenciais
capítulo

MODELO 74
Denúncia de negligência de serviços de saúde
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

Direção-Geral da Saúde
Alameda D. Afonso Henriques, 45
1049-005 LISBOA

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Negligência dos serviços do Hospital de        .

Exmos. Senhores,

Maria Emília Vaz Henriques, portadora do cartão de cidadão n.º     , residente em
                  , vem, por este meio, dar conhecimento da
atuação dos médicos e enfermeiros do Hospital de       , na seguinte situação:

– no dia   /  /    , por volta das 14h30, o meu filho Luís Carlos Henriques caiu
em casa, de forma bastante aparatosa. Como começou a queixar-se de fortes dores no ombro
direito, levei-o imediatamente ao Hospital de       , para ser examinado;
– quando chegámos, pelas 14h45, informei a enfermeira que se encontrava na receção
(de nome            , como vim a saber mais tarde) do que se tinha passado
e referi que o meu filho tinha muitas dores. A enfermeira disse-me que teríamos de esperar,
pois os médicos de plantão estavam, segundo disse, bastante ocupados;
– cerca de hora e meia depois, como o meu filho ainda não tinha sido chamado e se contorcia
com dores, tomei a iniciativa de entrar nos serviços, pois a enfermeira não aparecia há
bastante tempo. Ao entrar na primeira porta, vi que a mesma enfermeira conversava
animadamente com dois homens, que, segundo vim a saber, eram os médicos de serviço,
os Drs.               e            . Nenhum deles parecia
muito preocupado com a longa lista de doentes que aguardavam na sala de espera;
– perante os meus protestos, a enfermeira veio dizer-me, asperamente, que não tinha o direito
de estar ali e que o meu filho seria atendido na sua vez, como todos os outros. O meu filho
acabou por ser examinado meia hora mais tarde, chegando os médicos à conclusão de que
tinha uma fratura na omoplata direita.

137
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Como o comportamento acima descrito me parece intolerável e inadmissível, venho, por este
meio, solicitar que sejam tomadas as medidas disciplinares previstas para tais situações.
Caso seja necessário, os Srs.            e          , que,
na altura, se encontravam no Hospital de           poderão confirmar os factos
apresentados.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia da declaração de permanência no Hospital.

138
Administração pública e serviços públicos
Nome do essenciais
capítulo

MODELO 75
Pedido de revisão oficiosa
MODELO EDITÁVEL
Exmo. Senhor Chefe do Serviço
de Finanças de      

                    vem, por este meio, requerer a revisão


da liquidação do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) referente ao prédio misto de que é
proprietário, sito no lugar de             deste concelho, com os números
matriciais     e    , relativa ao ano de    , com os seguintes fundamentos:
– o requerente, ao verificar, recentemente, os documentos relativos aos impostos,
apercebeu-se de que a liquidação do IMI acima referido continha um erro, pois, não tendo em
conta que o prédio é misto, aplicava-lhe a taxa única de 0,8% (aplicável aos prédios rústicos),
sendo certo que ao valor tributável da componente urbana do mesmo deveria ter sido aplicada
uma taxa de apenas 0,4%;
– como é natural, este erro passou despercebido na altura da receção do aviso de pagamento,
razão pela qual não se procedeu, imediatamente, à devida reclamação.

Havendo um erro por parte dos vossos serviços, a liquidação do IMI relativo ao ano de    
deverá ser revista à luz dos fundamentos invocados, sendo aplicada a taxa correta ao valor
tributável da parte urbana do prédio e determinada a devolução do imposto pago em excesso.

Pede deferimento.

(Localidade e data)

O requerente

(Assinatura)

139
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 76
Pagamento de imposto em prestações

O pedido de pagamento em prestações também pode ser efetuado através do Portal das
Finanças (www.portaldasfinancas.gov.pt).

MODELO EDITÁVEL
Exmo. Senhor Diretor
do Serviço de Finanças de        

Eu,                     , contribuinte n.º        ,


residente em                 , tendo recebido a nota de liquidação
do IRS relativa ao último ano fiscal, com um valor a pagar de 810 euros, venho, por este meio,
informar que, infelizmente, atravesso um período de dificuldades financeiras que me impede de
pagar integralmente este montante no prazo legal.

Nessa medida, e como não tenho quaisquer dívidas às Finanças, venho por este meio requerer
que o referido imposto seja pago em 6 (seis) prestações mensais, ao abrigo da lei.

Agradeço pronta resposta a este requerimento.

Pede deferimento.

(Localidade e data)

O requerente

(Assinatura)

Anexo: cópia de liquidação do IRS.

140
Administração pública e serviços públicos
Nome do essenciais
capítulo

MODELO 77
Quantidade de água insuficiente
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa dos remetentes)

(Nome e morada completa dos serviços)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Deficiências no abastecimento de água.

Exmos. Senhores,

Na qualidade de titulares, respetivamente, dos contratos n.º         


e         , vimos alertá-los para o facto de, desde há alguns meses,
o abastecimento de água às nossas habitações não ser constante. Têm existido várias falhas
no abastecimento, havendo períodos (que se estendem, por vezes, durante mais de 48 horas),
em que não há água ou em que esta tem um caudal ínfimo, o que traz vários incómodos e
prejuízos aos nossos agregados familiares.

Assim, vimos exigir que, no prazo máximo de 20 dias úteis, o abastecimento de água seja
regularizado. Caso contrário, reservamo-nos o direito de recorrer à via judicial, de forma a obter
a justa compensação por todos os prejuízos sofridos.

Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos,

Os clientes

(Assinaturas)

141
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 78
Água de má qualidade
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa dos serviços)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Qualidade da água.

Exmos. Senhores,

Na qualidade de titular do contrato n.º        , referente à minha casa sita na


morada acima, venho alertar V. Exas. para o facto de, desde há várias semanas, a água
canalizada que é fornecida pelos vossos serviços apresentar, com frequência, algumas
deficiências.

De facto, tanto eu como os meus vizinhos temos vindo a notar que a água de abastecimento
público tem, por vezes, um aspeto turvo e um cheiro intenso, que é diferente do odor
característico dos produtos desinfetantes normalmente utilizados. Nessas ocasiões,
torna-se impossível utilizar a água para beber ou cozinhar, sendo necessário fervê-la, e até
a roupa saída da máquina de lavar apresenta o mesmo cheiro, com todos os incómodos e
prejuízos que daí resultam.

Assim, venho exigir que, no prazo máximo de 20 dias, eliminem os problemas relacionados com
a qualidade da água, sem o que me reservo o direito de recorrer à via judicial para obter a justa
compensação por todos os prejuízos sofridos. Informo também que, nesta mesma data, foi
enviada uma cópia desta carta à Direção-Geral do Ambiente.

Sem outro assunto de momento,

O cliente

(Assinatura)

142
Administração pública e serviços públicos
Nome do essenciais
capítulo

MODELO 79
Reclamação por cobrança de consumo mínimo
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa dos serviços)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Cobrança de consumos mínimos.

Exmos. Senhores,

Na qualidade de titular do contrato de fornecimento de água canalizada n.º   , relativo à


minha residência sita na Rua          , n.º   , em    , recebi, no passado
dia 13 de maio, a vossa fatura n.º       , no montante de € 1,20 (um euro e vinte
cêntimos), para pagamento até ao dia 23 do mesmo mês.

Este montante refere-se a uma intitulada taxa de pressão, que nunca tinha sido cobrada
antes, ainda que se encontre prevista no regulamento do serviço. No entanto, como, durante
o período a que se refere a fatura, não utilizei a referida residência, que é, principalmente, uma
casa de férias, considero que a referida taxa de pressão corresponde, na prática, à cobrança
de um consumo mínimo. Não sendo essa cobrança permitida por lei, venho, por este meio,
informar que não irei efetuar o pagamento da fatura.

Sem outro assunto de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

Anexo: Cópia da fatura.

143
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 80
Reclamação por corte sem pré-aviso
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa dos serviços)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Corte sem pré-aviso.

Exmos. Senhores,

Na qualidade de titular do contrato de fornecimento de água canalizada n.º   , recebi,


no passado dia 13 de junho, a v/ fatura n.º      , no montante de € 37,85 (trinta e
sete euros e oitenta e cinco cêntimos), para pagamento até ao dia 23 do mesmo mês.

No entanto, por motivos respeitantes à minha vida profissional, designadamente por ter
estado ausente no estrangeiro, esqueci-me de efetuar o pagamento da referida fatura.
E só me lembrei disso quando ontem fui surpreendido com o corte, sem qualquer aviso,
do fornecimento de água canalizada à minha habitação.
Tendo contactado de imediato os v/ serviços, o funcionário que me atendeu, Sr. Alberto
Marques, referiu que este era o procedimento normal, pelo que não só tinha de efetuar o
pagamento da fatura em dívida, como, para que o abastecimento fosse reposto, tinha de pagar
o custo da ligação à rede, no valor de   , como se estivesse a celebrar novo contrato.

Contudo, a lei obriga os v/ serviços a dar conhecimento, por escrito, da existência de qualquer
dívida, só podendo o fornecimento ser suspenso passados 20 dias sobre essa comunicação,
o que, no caso presente, não aconteceu.

Obviamente, irei efetuar o pagamento da fatura em atraso, mas recuso-me a pagar a taxa de
ligação e exijo que, no prazo máximo de 24 horas, o fornecimento de água canalizada à minha
habitação seja restabelecido, sem quaisquer custos. Além disso, desde já me reservo o direito de
recorrer a todos os meios ao meu alcance para obter uma compensação pelos prejuízos sofridos.

Sem outro assunto de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

144
Administração pública e serviços públicos
Nome do essenciais
capítulo

MODELO 81
Prejuízos por falhas no fornecimento de eletricidade
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da empresa


fornecedora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Pedido de indemnização.

Exmos. Senhores,

Na qualidade de titular do contrato n.º        , referente à minha habitação sita


na morada acima indicada, informo que, no passado dia 12 do corrente mês, por volta das
21h00, se verificou uma forte intermitência no fornecimento de energia elétrica. Esse facto
originou avarias graves nos sistemas de alimentação dos seguintes aparelhos:
– computador pessoal;
– televisor;
– máquina de lavar roupa.

O custo de reparação destes aparelhos ascendeu a € 186,50 (cento e oitenta e seis euros e
cinquenta cêntimos), conforme consta das cópias das faturas em anexo. Todas as reparações
foram efetuadas por técnicos especializados, que atestaram a causa das avarias, como
podem verificar nas declarações de que também junto cópia.

Assim, venho, por este meio, exigir, no prazo máximo de 15 dias, uma indemnização pelos
prejuízos, na forma de reembolso da quantia despendida com a reparação dos aparelhos. Caso
contrário, recorrerei a todos os meios legais ao meu dispor para a defesa dos meus direitos.

Sem outro assunto de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

Anexos: Cópias das faturas de reparação.


Cópias das declarações técnicas sobre a origem das avarias.

145
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 82
Reclamação por extravio de encomenda
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da estação


de correios)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Pedido de indemnização.

Exmos. Senhores,

No dia 10 de maio deste ano, procedi, na Estação dos Correios de       , ao envio de
uma encomenda registada, contendo um livro no valor de € 25 (vinte e cinco euros), dirigida ao
Sr. Miguel Brás, morador na Rua das Túlipas, n.º 16, em Faro. Sucede que este nunca chegou
a receber a dita encomenda, tendo-me sido comunicado há dias pelo Sr.       ,
funcionário da Estação dos Correios de Faro, que, muito provavelmente, a mesma se teria
extraviado.

Como já se passaram 15 dias sobre o envio e a responsabilidade pelo sucedido me parece


unicamente imputável aos v/ serviços, apenas me resta exigir que, dentro de um prazo
máximo de 10 dias, me indemnizem pelo prejuízo sofrido, através do pagamento da quantia
correspondente ao valor da encomenda.

Sem outro assunto de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

Anexos: Cópias do talão de registo e do recibo de aquisição do livro.

146
Administração pública e serviços públicos
Nome do essenciais
capítulo

MODELO 83
Reclamação por má receção de canais de televisão por cabo
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Má receção de canais.

Exmos. Senhores,

Venho por este meio reiterar, desta vez por escrito, o que já em três ocasiões comuniquei ao
vosso serviço de apoio a clientes por telefone: tenho um problema com a receção dos canais
codificados         e        .

De facto, certamente por avaria da caixa recetora do sinal desses canais, estes apresentam
uma imagem degradada, com uma definição muito má, semelhante ao que antigamente se
designava por “chuva”. Não admito tal problema, que ainda não se dignaram a resolver, apesar
das minhas sucessivas queixas, quando estou a pagar um montante extra por esses canais.

Assim, se não corrigirem o referido defeito nos próximos 15 dias, não pagarei as faturas que
a partir do final desse prazo me apresentem, até que a situação seja resolvida. Reservo-me
também o direito de denunciar tais factos a quem de direito, esperando, contudo, que os
defeitos na receção de imagem sejam por vós eliminados no mais breve espaço de tempo
possível.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

147
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 84
Reclamação por velocidade reduzida de acesso à internet
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Velocidade de acesso à internet.

Exmos. Senhores,

Em dezembro passado, celebrei convosco um contrato que incluía acesso à internet com
a velocidade de 100 Mb. Ora, constato que, desde a instalação do serviço, que ocorreu
2 semanas depois, nunca consegui aceder à internet a uma velocidade tão elevada, nem
sequer aproximada, pois o medidor que entretanto instalei no meu computador apresenta
velocidades à volta de 50% desse valor.

Ao contactar o vosso serviço de apoio técnico a clientes, fui confrontado com a seguinte
informação: a velocidade de 100 Mb seria apenas uma velocidade máxima teórica, alcançável
exclusivamente em situações excecionais. Contudo, não posso aceitar tal posição.

Deste modo, ou encontram uma forma de eu aceder à internet à velocidade contratada ou,
em alternativa, me aplicam a tarifa correspondente à velocidade que eu consigo efetivamente
alcançar. Se nada fizerem, considerarei que estão a praticar publicidade enganosa, pois
anunciam serviços com características que não cumprem, reservando-me o direito de
denunciar a situação às entidades competentes.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

148
Administração pública e serviços públicos
Nome do essenciais
capítulo

MODELO 85
Rescisão de contrato sem penalização
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Rescisão de contrato.

Exmos. Senhores,

Na qualidade de cliente com o número      , venho, por este meio, rescindir o contrato
celebrado com a vossa empresa no dia   /  /  . Como o período de fidelização de
24 meses já terminou, não me pode ser aplicada qualquer penalização por via desta decisão.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

(Assinatura)

149
Capítulo 4

Bancos
e seguradoras
Bancos e seguradoras

Os contratos bancários
As relações comerciais entre os bancos e os seus clientes também assentam
num determinado tipo de contratos, que têm regras próprias. Esses contratos
são, basicamente, de dois tipos: o depósito e o mútuo.

Contrato de depósito
É o mais comum e caracteriza-se, na sua forma mais simples, pelo facto de
alguém (o depositante) entregar o seu dinheiro a um banco, para que este o
guarde, obtendo por isso, em certos casos, uma determinada “remuneração”
(o juro). Normalmente, estes depósitos são:
—— à ordem: o juro é baixo ou inexistente, mas o depositante pode movimentar
livremente o dinheiro;
—— a prazo: geralmente é pago um juro, mas existem algumas restrições à
movimentação do dinheiro depositado. Se o depositante levantar o dinheiro
antes do prazo contratado (3 meses, 6 meses ou 1 ano, por exemplo), poderá
perder os juros ou parte deles.

Nos depósitos à ordem, o cliente deposita e levanta o dinheiro de acordo


com as suas possibilidades e necessidades, servindo-se, para isso, de diversos
mecanismos postos à sua disposição pelo banco: talões de depósito, cheques,
ordens de transferência, cartões de débito e de crédito, etc.

Normalmente, qualquer tipo de contrato com o banco passa pela abertura


de uma conta à ordem. Por exemplo, se alguém quiser solicitar um emprés-
timo a um banco, terá de abrir uma conta numa das suas agências (caso
não a tenha já). Essa conta servirá, por exemplo, para que o banco retire
mensalmente a prestação a pagar pelo empréstimo, bem como os montantes
devidos por outros serviços (ordens de transferência, pagamento de cheques,
comissões diversas, etc.).

Porém, isso não significa que os bancos, por terem acesso fácil ao dinheiro
dos seus clientes, possam utilizá-lo sem regras. Os débitos em conta a favor
do banco só são possíveis (leia-se legalmente admitidos) quando representam
o pagamento de um serviço previamente acordado com o cliente. Na prática,
isto quer dizer que, tal como acontece nos demais domínios da relação cli-
ente-prestador de serviços, a atividade bancária não está isenta do dever de

151
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

informação prévia. Ou seja, os bancos não podem prestar serviços não soli-
citados e muito menos cobrá-los automaticamente, afixando apenas os seus
custos ao balcão (aliás, muitas vezes de forma pouco visível)! É obrigatória
a sua comunicação escrita e personalizada aos clientes, de forma clara e
completa. Do mesmo modo, eventuais alterações ao preçário devem ser
comunicadas com a antecedência mínima de 60 dias. Caso os bancos não
respeitem estas regras, os clientes têm o direito de exigir a restituição das
quantias debitadas.

Contratos de mútuo
O contrato de mútuo (ou empréstimo) mais comum em Portugal é o que se
destina a permitir a aquisição de habitação própria, — ainda que o crédito
para compra de bens de consumo também seja frequente. Embora sejam
regidos por legislação diferente, estes dois tipos de contratos de mútuo têm
algumas características comuns, como seja, por exemplo, a obrigação de
incluir determinadas menções nos contratos individuais: correta identificação
dos contratantes, montante do empréstimo, fim a que se destina o dinheiro,
clara definição das taxas a aplicar, prazo de liquidação do empréstimo.

Crédito à habitação
No crédito à habitação, destacam-se os empréstimos com taxa de juro variá-
vel, em que esta acompanha um determinado índice (geralmente a Euribor),
subindo ou descendo consoante as variações deste. Neste caso, e de acordo
com o prazo acordado, o banco deve atualizar a taxa de juro sempre que o
referido índice se altere.

O interesse dos bancos na concessão de empréstimos reside nos juros que


recebem dos clientes e, portanto, quanto mais elevados estes forem, maior
será o lucro. A amortização do capital (ou seja, a devolução antecipada do
dinheiro emprestado), seja total ou parcial, frustra a expectativa do banco
de receber, por inteiro, os respetivos juros. Por isso, regra geral, os bancos
cobram uma comissão quando o cliente pretende fazer uma amortização
antecipada. Os valores que podem ser cobrados nesta operação têm limites
legais: não podem ultrapassar 0,5% do montante amortizado, tratando-se
de taxas variáveis, ou 2%, se tiver sido contratada uma taxa fixa. Por outro
lado, o cliente tem de respeitar um pré-aviso mínimo de 7 ou de 10 dias úteis,
consoante pretenda, respetivamente, fazer uma amortização parcial ou total.

152
Bancos e seguradoras

Crédito ao consumo
No crédito ao consumo, a amortização parcial está sujeita a pré-aviso com
uma antecedência mínima de 30 dias. A penalização a pagar pela amortização
antecipada varia consoante o contrato tenha sido efetuado antes ou depois
de julho de 2009.

• Para os contratos com um prazo determinado celebrados antes de julho de 2009,


é válido o que constar do contrato. Quando este prazo não existe (é o caso dos
cartões de crédito), aplicam-se as mesmas regras que aos contratos mais recentes.

• Nos contratos celebrados desde julho de 2009, há que ter em conta o tipo
de taxa contratada:
—— tratando-se de uma taxa fixa, o cliente terá de pagar até 0,5% do montante
a reembolsar, se faltar mais de 1 ano até ao fim previsto do contrato, e até
0,25%, nos restantes casos;
—— já nos contratos com taxa variável, o reembolso antecipado não pode sofrer
qualquer penalização.

Convém ainda saber que os contratos de crédito ao consumo podem ser


terminados dentro de 14 dias a contar da sua celebração, por meio de carta
registada com aviso de receção dirigida à entidade que concedeu o empréstimo.

Os meios de pagamento
Consideram-se meios de pagamento todas as formas de o cliente pagar as
suas despesas. É o caso, por exemplo, das moedas e notas, mas também dos
cartões de débito e de crédito, emitidos pelos bancos ou por outras entidades
autorizadas para o efeito, das letras, cheques e transferências.

Os cartões bancários
Existem dois tipos de cartão que permitem efetuar pagamentos, com regras
de utilização diferenciadas. Em ambos os casos, são frequentes e comuns os
problemas que suscitam entre bancos e clientes.

153
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Débito ou crédito
• Os cartões de débito estão associados a uma conta à ordem e permitem ao
seu titular levantar dinheiro e efetuar pagamentos em qualquer terminal.
Com estes cartões, os valores movimentados são imediatamente debitados
na conta.

• Os cartões de crédito permitem fazer pagamentos cujos montantes só serão


exigidos ao portador após apresentação de um extrato mensal por parte da
entidade emissora (normalmente, um banco). Além disso, o cliente ainda
pode optar por pagar, de imediato, toda a quantia em dívida ou apenas uma
parte (sujeitando-se, neste caso, a juros muito elevados).

Risco controlado
Os cartões de crédito implicam alguns riscos, pois nem sempre é neces-
sário um código secreto para os utilizar e permitem efetuar pagamentos
“à distância”, por exemplo através da internet. Além disso, muitos comer-
ciantes efetuam um controlo bastante ineficaz dos cartões (não conferem
a assinatura do titular, por exemplo), o que contribui para que os prejuízos
ascendam facilmente a algumas centenas ou milhares de euros. Por outro
lado, as transações com cartões de débito também nem sempre requerem
o código (nas portagens e cabines telefónicas, por exemplo), pelo que a sua
utilização indevida, embora tenha efeitos mais moderados, também não é
isenta de riscos.

Já foi prática comum os bancos transferirem para os clientes toda a respon-


sabilidade pelos prejuízos ocorridos em caso de furto, roubo ou perda dos
cartões, mesmo quando a ocorrência lhes era atempadamente comunicada.
Atualmente a responsabilidade do cliente está limitada a 150 euros e, em caso
de negligência grave (ter o código colado ao cartão, por exemplo), poderá
ir até ao limite do plafond do próprio cartão. Fora destas situações, e após
comunicação, é o banco que suporta os prejuízos.

Outros meios de pagamento


Outras formas de pagamento com algum grau de risco são as letras e os
cheques. Já as transferências bancárias gozam de um estatuto diferente e
usufruem de maior segurança.

154
Bancos e seguradoras

Letras
A letra representa uma ordem de pagamento, ao seu portador, da impor-
tância nela mencionada. Uma vez assinada, terá de ser paga quando for
apresentada a pagamento (desde que isso ocorra depois da data que nela
consta). Se o não for, a pessoa ou a entidade lesada podem recorrer aos
tribunais.
A revogação de uma letra só é possível quando o negócio que deu origem à
sua emissão não for cumprido de forma satisfatória. Mas, como é possível
transmitir as letras a outras pessoas (operação designada por endosso), sucede
muitas vezes que o portador da letra nada tem a ver com o negócio inicial,
de forma que, mesmo que este não tenha corrido bem, a pessoa que a passou,
estando de boa-fé, não deve recusar o seu pagamento.

Cheques
Ao contrário da letra, o cheque pode ser apresentado a pagamento logo que
esteja na mão do portador ou da pessoa a quem foi passado — mesmo quando
a data que nele figura é posterior! Isto significa que o recurso aos cheques
pré-datados (ou pós-datados, como se quiser) comporta um elevado risco,
pois não há qualquer garantia de que apenas serão levantados ou depositados
na data acordada.
Também convém saber que, ao contrário do que muitos pensam, um cheque
sem cobertura, mesmo quando emitido para uma data posterior, pode ter
consequências penais (multas e, em certos casos, prisão) para a pessoa que
o passou. E, se houver conflito com um comerciante, não é boa ideia pedir o
cancelamento de um cheque pré-datado ou declará-lo como extraviado: quem
o fizer pode ter de pagar uma multa ou ir para a prisão. No mínimo, arrisca-se
a que o comerciante exija o pagamento integral da dívida, por via judicial.
Passar cheques sem cobertura também pode implicar o impedimento de os
usar durante, pelo menos, 2 anos. Por outro lado, aumenta o risco de não
conseguir empréstimos bancários, pois passa a constar da lista de utilizadores
de risco do Banco de Portugal.

Transferências bancárias
As autorizações de pagamento podem ser anuladas sem consequências penais,
apesar de o credor ter a possibilidade de recorrer aos tribunais para obter o
pagamento da dívida. Mesmo assim, em caso de conflito é uma opção muito
menos “arriscada” do que as anteriores.

155
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Os seguros
A contratação de um seguro com componente de risco visa proteger os
segurados, transferindo para a companhia seguradora, mediante um preço
(o prémio), o risco de se verificarem determinados danos em bens ou pessoas.
Ocorrendo o dano, a seguradora compensa o beneficiário pelos prejuízos
sofridos.
O contrato de seguro é formalizado por meio da apólice, que, entre outras
informações, contém as obrigações e os direitos de ambas as partes. Uma
apólice é composta por três tipos de disposições ou condições:
—— as condições gerais contêm as cláusulas básicas aplicáveis ao tipo de seguro
contratado (automóvel ou multirriscos-habitação, por exemplo). Definem e
regulamentam as obrigações gerais do tomador e da seguradora e incluem,
também, informações como o âmbito territorial ou a definição de conceitos;
—— as condições especiais completam a informação sobre as coberturas pre-
vistas. Podem, ainda, incluir garantias facultativas ou outras condições
específicas acordadas entre as partes (por exemplo, o alargamento do
âmbito territorial);
—— finalmente, das condições particulares constam os dados específicos de
cada contrato individual: a identificação do tomador do seguro (que paga
o prémio), do eventual beneficiário (pessoa que receberá a indemnização,
nas apólices em que isso se aplica), a descrição e o valor dos bens seguros,
o montante do prémio, a duração prevista do contrato e a data da sua
celebração, entre outros.

Antes de subscrever
É muito importante que os termos das apólices sejam calmamente analisados
pelos interessados, antes de contratarem um determinado seguro. Por isso,
apesar de algumas seguradoras mostrarem uma certa relutância em entregar
a apólice antes da subscrição, é preferível insistir. Só um prévio e completo
esclarecimento sobre as implicações das apólices a contratar poderá evitar
surpresas desagradáveis. Recordamos que, nos seguros de vida e saúde, poderá
exercer o direito de livre resolução e desistir do seguro até 30 dias depois de
receber as respetivas condições, sem ter de invocar qualquer motivo. Para o
efeito, deverá enviar uma carta registada à seguradora manifestando a sua
intenção de desistir do contrato. Os prémios entretanto pagos ser-lhe-ão
devolvidos.

156
Bancos e seguradoras

Outro aspeto a considerar antes da subscrição tem a ver com um princípio


fundamental dos seguros, segundo o qual o valor atribuído a um bem que se
pretenda segurar deve corresponder ao seu valor real (ou valor de mercado).
O multirriscos-habitação é uma exceção. De facto, o imóvel deverá ser avali-
ado pelo valor de reconstrução (o qual é inferior ao de mercado) e o recheio
da habitação pelo valor de substituição em novo. Se a avaliação dos bens não
seguir estas regras, as consequências poderão ser:
—— se o valor seguro for superior ao real e o bem sofrer algum dano, a segu-
radora apenas considera o valor real para fixar a indemnização, mesmo
que o tomador do seguro esteja a pagar um prémio mais elevado. Por
outras palavras: se a sua casa estiver segura por 100 mil euros, apesar de,
na realidade, valer apenas 80 mil, será este o valor considerado para uma
eventual indemnização;
—— se, pelo contrário, o valor seguro for inferior ao real, a seguradora ape-
nas indemniza o beneficiário até ao montante contratado. Ou seja, se a
casa estivesse segura em 80 mil euros, mas, na realidade, valesse 100 mil,
a indemnização apenas teria em conta, mais uma vez, os 80 mil euros;
—— se o valor seguro for inferior ao real e o bem sofrer danos parciais, a segu-
radora aplica a regra proporcional. Ou seja, apenas estarão cobertos os
prejuízos na proporção exata da relação entre o valor seguro e o valor
real. Pegando no exemplo da alínea anterior, se a casa sofresse danos no
valor de 20 mil euros, a indemnização seria de apenas 16 mil euros (menos
20% do que o valor real).

O pagamento dos prémios


As seguradoras têm a obrigação de informar os tomadores do seguro quanto
ao montante do prémio e à data em que aquele deve ser pago, com uma ante-
cedência de, pelo menos, 30 dias. Se o prémio não for pago na data devida,
isso implicará o final imediato do contrato.

Pôr fim ao contrato


Por regra, para desistir de uma apólice anual e renovável terá de esperar pelo
final da anuidade. Faça-o através de carta registada, com aviso de receção,
até 30 dias antes. Em alternativa, bastará não pagar o prémio na data-limite,
circunstância em que o contrato é automaticamente anulado. As exceções
que permitem pôr fim a um seguro deste tipo a qualquer momento são a
justa causa, devido a um mau serviço da seguradora, ou o objeto seguro ter

157
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

deixado de existir (devido a um acidente com perda total, por exemplo) ou


ter sido vendido. Nestes casos, a seguradora deverá devolver ao cliente a
parte do prémio relativa ao prazo que falta decorrer até ao final da anuidade.

Os seguros de acidentes pessoais, de doença ou do ramo vida (que inclui os


seguros de vida propriamente ditos, os de capitalização, os mistos e os planos
poupança-reforma) que tenham uma duração superior a 6 meses também
podem ser resolvidos durante os 30 dias que se seguem à data de receção
da apólice. Nesse caso, a seguradora só poderá exigir do cliente o montante
relativo ao custo de emissão da apólice e o prémio correspondente ao período
em que o contrato tenha estado em vigor (20 dias, por exemplo).

Particularidades do seguro automóvel


Existem, fundamentalmente, dois tipos de seguro automóvel:
—— o seguro de responsabilidade civil obrigatório destina-se a garantir que os
danos provocados a terceiros pelo condutor de um veículo estão cobertos.
Atualmente, ao abrigo deste seguro, os danos estão cobertos até ao limite de
5 milhões de euros para danos corporais e 1 milhão para danos materiais;
—— o seguro de danos próprios (vulgarmente conhecido como “seguro contra
todos os riscos”), que abrange, como o nome indica, os danos no veículo
do segurado que não sejam da responsabilidade de outrem. Normalmente
inclui as coberturas de choque, colisão e capotamento, incêndio e furto.
É ainda possível contratar outras, como fenómenos da natureza (tempes-
tades e inundações) ou atos de vandalismo, por exemplo.

Em caso de acidente
Em ambos os tipos de seguro, existem duas formas de resolução dos diferen-
dos ligados a acidentes de viação:
—— a primeira consiste em recorrer às autoridades policiais. Estas tomam nota
da ocorrência e emitem um relatório que, em princípio, permitirá às segu-
radoras determinar o grau de culpabilidade dos condutores envolvidos.
Este processo pode ser bastante moroso, sobretudo se houver divergências
na atribuição de responsabilidades e recurso aos tribunais;
—— em alternativa, as companhias criaram um sistema simplificado de reso-
lução dos conflitos (a convenção IDS, que significa Indemnização Direta ao
Segurado). Se não houver feridos a requerer assistência hospitalar nem mais
de dois veículos envolvidos, tiver existido contacto direto entre estes e os
danos estimados forem inferiores a 15 mil euros por viatura, os segurados

158
Bancos e seguradoras

podem optar por preencher a declaração amigável, dando conta das cir-
cunstâncias do acidente e autorizando as respetivas seguradoras a definir
a sua quota-parte de responsabilidade. Neste caso, a indemnização dos
prejuízos será feita diretamente pela companhia ao seu segurado.
Este sistema é bastante mais rápido do que o anterior, mas, ao dispen-
sar o auto policial, reduz as provas das circunstâncias do acidente às
informações prestadas pelas partes na declaração amigável. Em caso de
conflito que justifique o recurso aos tribunais, haverá menos provas para
apresentar e será mais difícil apurar a verdade dos factos. Por outro lado,
as seguradoras atribuem responsabilidades com base em situações-tipo
predefinidas e, muitas vezes, preferem optar por uma divisão mais ou
menos “salomónica” da culpa, ou seja, repartem a responsabilidade
pelos intervenientes.

Em síntese, é importante que o tomador do seguro tenha consciência dos


riscos ligados a cada uma das opções:
—— se optar pela participação do acidente às autoridades policiais, há uma
maior probabilidade de as responsabilidades serem rigorosamente apuradas,
mas, em princípio, a eventual indemnização também será mais demorada;
—— se decidir preencher a declaração amigável, ou seja, se optar pelo sistema
IDS, a indemnização poderá ser mais rápida, mas a responsabilidade atri-
buída aos condutores envolvidos poderá ser menos rigorosa.

Por outro lado, convém não esquecer que a atribuição de culpa também tem
repercussões no prémio do seguro: o seu valor aumentará caso se conclua
que o condutor do veículo segurado foi parcial ou totalmente responsável
pelo acidente.

Regras de regularização de sinistros


A lei define também regras específicas para a regularização de acidentes de
automóvel. Entre outras coisas, impõe uma série de prazos (veja o quadro
da página 160), dentro dos quais as seguradoras estão obrigadas a atuar,
comunicando com os intervenientes e assumindo as obrigações contratuais.
Se uma seguradora não cumprir algum dos prazos definidos ou o tribunal
decidir que uma indemnização foi demasiado baixa, os juros legais que terá
de suportar passam dos 4% ao ano para o dobro (ou seja, 8%). Além disso,
os atrasos na definição da responsabilidade permitem que o lesado exija uma
indemnização de 100 euros por cada dia que ultrapasse o prazo máximo
para que a companhia se pronuncie. Este sistema não abrange os acidentes
em que tenha havido danos corporais, em mercadorias ou noutros artigos
transportados.

159
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

PRAZOS MÁXIMOS DA SEGURADORA EM CASO DE ACIDENTE


Com declaração Situações
Fases do processo Prazo geral
amigável excecionais (2)
1.º CONTACTO
2 dias úteis após comunicação do sinistro
COM O INTERESSADO
PERITAGENS (1)
sem desmontagem 8 dias úteis 4 dias úteis 16 dias úteis
com desmontagem 12 dias úteis 6 dias úteis 24 dias úteis
RELATÓRIO 4 dias úteis após 2 dias úteis após 8 dias úteis após
DE PERITAGEM conclusão da peritagem conclusão da peritagem conclusão da peritagem
30 dias úteis após 15 dias úteis após 60 dias úteis após
ATRIBUIÇÃO DE
termo do prazo para termo do prazo para termo do prazo para
RESPONSABILIDADES
1.º contacto 1.º contacto 1.º contacto
(1) O prazo começa a contar após o termo do prazo para 1.º contacto ou desde que exista disponibilidade da oficina e
autorização do proprietário.
(2) São consideradas situações excecionais a ocorrência de fatores climatéricos extremos ou de diversos acidentes em

simultâneo.

Formas de indemnização
• Apesar de o risco ser transferido para a seguradora, isso não significa, neces-
sariamente, que esta tem total liberdade para determinar a forma e o modo de
proceder à indemnização. Em muitas circunstâncias, o proprietário do bem
pode exigir a reconstituição natural (ou seja, a reposição da situação anterior
aos danos), mesmo que a seguradora pretenda atribuir-lhe uma indemniza-
ção em dinheiro. A companhia só poderá recusá-lo se a reposição for mais
dispendiosa do que o valor comercial do bem. Ou seja, o tomador do seguro
não deve sair beneficiado relativamente à situação anterior ao acidente, mas
também não deve suceder o contrário.

• No seguro automóvel de danos próprios, a lei impõe que as companhias atua-


lizem, automaticamente, o valor dos veículos seguros. Ou seja, as seguradoras
terão de atualizar o valor do prémio a pagar de acordo com a desvalorização
do veículo.

• Se, devido ao acidente, o proprietário ficar impedido de utilizar o veículo,


a seguradora também terá de o compensar por isso. Imaginemos, por exemplo,
que um segurado tem um acidente com o seu automóvel e fica impedido de o
utilizar até que seja reparado. A seguradora poderá ter de pôr à sua disposição
outro automóvel ou reembolsar as despesas que, entretanto, tenha de fazer

160
Bancos e seguradoras

com transportes (táxis, por exemplo). No primeiro caso, a seguradora estará


a reconstituir a situação anterior ao acidente e, na segunda, a atribuir uma
indemnização em dinheiro correspondente ao prejuízo do cliente. No entanto,
a entrega do veículo de substituição só é obrigatória a partir do momento em
que a seguradora assume a responsabilidade pelo sinistro.

161
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 86
Reclamação por cobrança indevida de despesas de manutenção
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Despesas de manutenção.

Exmos. Senhores,

Ao verificar o extrato mensal do mês de janeiro referente à minha conta à ordem


n.º        fui surpreendido com o facto de me terem debitado o montante de € 5
(cinco euros), acrescido de imposto de selo. Como o descritivo associado a esse débito não
era suficientemente esclarecedor, telefonei para a vossa dependência de       , onde
está sediada a referida conta, tendo o vosso funcionário, o Sr.       , informado
que o vosso banco tinha passado a debitar mensalmente aquele montante em todas as
contas daquele tipo cujo saldo médio fosse inferior a € 2000 (dois mil euros). Referiu ainda
que o banco tinha avisado os seus clientes, através da afixação, em todas as dependências,
de preçários atualizados.

No entanto, a argumentação apresentada não é satisfatória. As alterações ao preçário devem


ser comunicadas diretamente aos clientes, já que estes não são obrigados a deslocar-se
regularmente aos balcões das agências nem a consultar os preçários quando isso acontece.
Por isso, considero que a vossa atuação se traduz numa alteração unilateral do contrato
celebrado e, além do mais, é inválida, na medida em que não me foi comunicada previamente.

Assim, colocado perante o facto consumado, venho, por este meio, exigir que me seja devolvida,
por crédito na minha conta, a quantia ilicitamente cobrada.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

162
Bancos e seguradoras

MODELO 87
Cessação de contrato de crédito ao consumo
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Pedido de cessação de contrato.

Exmos. Senhores,

No dia 2 de março, celebrei, com a vossa empresa, um contrato de crédito ao consumo, com
o n.º        , no valor de € 1500 (mil e quinhentos euros), destinado a financiar a
aquisição de um televisor à empresa     .

Como, por lapso, perdi o formulário que me havia sido entregue, próprio para fazer cessar o
referido contrato, venho, por este meio, transmitir-lhes a minha decisão de lhe pôr termo,
na medida em que ainda não decorreram 14 dias sobre a sua celebração.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

163
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 88
Amortização antecipada em contrato de crédito ao consumo

O titular de um crédito ao consumo pode amortizar a quantia em dívida, total ou parcialmente,


desde que avise o credor com o mínimo de 30 dias de antecedência. Mas, nalguns casos,
poderá ter de pagar uma penalização (veja o título Crédito ao consumo, na página 152).

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Pedido de amortização antecipada.

Exmo. Senhor,

No passado dia 16 de setembro, celebrei convosco um contrato de crédito ao consumo, com


o n.º        , no valor de € 3500 (três mil e quinhentos euros), amortizável em
3 anos, destinado a financiar a aquisição de uma viatura usada.

Venho por este meio informar que pretendo amortizar a totalidade do empréstimo no próximo
dia 16 de julho, estando a conta à ordem associada provisionada com os fundos necessários.

Sem outro assunto de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

164
Bancos e seguradoras

MODELO 89
Pedido de renegociação das condições no crédito à habitação
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Crédito à habitação.

Exmos. Senhores,

Somos titulares do crédito à habitação n.º      , contratado com o vosso banco há
cerca de 6 anos. Neste momento, a nossa dívida ronda os 150 mil euros.

Desde o início do contrato, nunca falhámos no pagamento de qualquer prestação. Contudo,


a nossa situação financeira deteriorou-se recentemente, por via do desemprego de um de nós,
o que nos impossibilita de continuar a cumprir pontual e integralmente as nossas obrigações.

Queremos encontrar uma solução para este problema que nos permita manter a nossa casa.
Nesse sentido, propomos a renegociação das condições do contrato, por exemplo através do
prolongamento do prazo do empréstimo contratado, o que deverá baixar a prestação mensal a
pagar para um valor que podemos suportar.

Agradecemos que considerem esta nossa proposta e esperamos pelo vosso contacto.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinaturas)

165
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 90
Pedido de revisão de spread
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Renegociação de spread de crédito à habitação

Exmos. Senhores,

No dia    de        de     (data de celebração do contrato), celebrei com o vosso


banco o contrato de crédito à habitação com o número       , a que se aplicou uma
taxa variável indexada à Euribor a    meses (indexante do contrato) e um spread de   %
(spread contratado), ainda em vigor .

Venho, por este meio, solicitar que o spread aplicável ao meu empréstimo seja revisto.

Tenho conhecimento de que há diversos bancos a praticar spreads para o crédito à habitação
que rondam   % ou menos (esta razão pode ser aplicável ou não, se o pedido de revisão surge
do conhecimento das condições de mercado ou apenas por considerar que o seu contrato está
desajustado).

Se a vossa proposta não for satisfatória, informo que irei ponderar a possibilidade de
transferir o empréstimo para outro banco.

Sem outro assunto de momento,

O cliente

(Assinatura)

166
Bancos e seguradoras

MODELO 91
Devolução de cartão de crédito
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Devolução de cartão de crédito.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, proceder à devolução do cartão de crédito com o n.º       ,
emitido em meu nome, pelo que, a partir desta data, deixo de ser responsável por qualquer
transação com ele efetuada.

Mais informo que o último pagamento com o mencionado cartão teve lugar no dia 10 do
mês corrente e, obviamente, será liquidado aquando da apresentação do extrato mensal
correspondente.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

167
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 92
Denúncia de fraude em utilização de cartão de crédito
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Denúncia de fraude.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, comunicar que, ao analisar o extrato das despesas efetuadas com o meu
cartão de crédito n.º           , relativo ao mês de fevereiro, verifiquei que um
dos valores mencionados não corresponde a qualquer pagamento que tenha feito.

Do referido extrato consta uma despesa, no valor de € 430 (quatrocentos e trinta euros),
que alegadamente teria feito num estabelecimento em Paris, no dia 23 de fevereiro deste ano.
No entanto, apesar de ter estado nessa cidade entre os dias 16 e 21 de fevereiro, nessa
data já me encontrava em Portugal (o que, aliás, pode ser comprovado pelo facto de, no mesmo
dia e quase à mesma hora em que a despesa foi feita, ter usado o meu cartão em Portugal,
como poderão ver no mesmo extrato). Como, entretanto, tinha pago a despesa do hotel com o
cartão de crédito, presumo que o seu número terá sido anotado e atribuído a um cartão falso,
que foi utilizado fraudulentamente.

Deste modo, não me considero responsável pelo pagamento da quantia de € 430 constante
do extrato. Porém, como é evidente, estou disposto a liquidar, na data devida, todas as outras
despesas.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

168
Bancos e seguradoras

MODELO 93
Comunicação de furto de cartão de crédito
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Furto de cartão de crédito.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, comunicar-vos que ontem, pelas 13h00, me foi furtado o cartão de
crédito com o n.º          , emitido pelo vosso banco, por alguém que fugiu com
a minha carteira, como, aliás, foi testemunhado por vários transeuntes. Informo também que
já apresentei queixa na polícia. Esta carta serve apenas para confirmar o telefonema feito
às 14h00 de ontem, momento a partir do qual não me considero responsável por qualquer
transação efetuada com o referido cartão.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

Anexo: Auto policial.

169
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 94
Reclamação por exigência de pagamento de despesas
após furto de cartão de crédito

Em caso de furto, extravio ou falsificação de um cartão de crédito, o titular deve dar conhecimento
dos factos, de imediato, à entidade que o emitiu. Se se provar que houve, da parte do titular,
má intenção ou negligência grosseira, a responsabilidade poderá ser-lhe atribuída.

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Uso fraudulento do cartão de crédito.

Exmos. Senhores,

No dia 10 do corrente mês, pelas 13h00, foi-me furtado o cartão de crédito


n.º           , emitido pelo vosso banco, facto de que vos dei conhecimento,
de imediato, por meio de mensagem eletrónica enviada para a vossa sede.

Segundo um dos vossos funcionários, a pessoa que furtou o cartão utilizou-o no dia seguinte,
pelas 14h00, efetuando compras numa loja no valor de € 750 (setecentos e cinquenta euros),
operação para a qual precisou de falsificar a minha assinatura. Foi com surpresa que recebi a
vossa comunicação de ontem, na qual me exigiam o pagamento dessa quantia. Como não atuei
com negligência e, aliás, procedi à comunicação imediata do furto, de acordo com a lei a minha
responsabilidade é de apenas 150 euros, pelo que a vossa exigência é inaceitável.

Assim, informo que não pagarei a referida importância e que, caso persistam na vossa
exigência, tenciono recorrer a todos os meios à minha disposição para defender os meus
direitos, inclusive pela via judicial.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)
Anexo: Cópia da comunicação do furto.

170
Bancos e seguradoras

MODELO 95
Anulação de autorização de transferência
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Anulação de ordem de transferência.

Exmos. Senhores,

No passado dia 2 de março, emiti uma ordem de transferência a favor da empresa     ,
pela qual esta poderia proceder, mensalmente, ao levantamento da quantia de € 150 (cento e
cinquenta euros) da minha conta à ordem n.º         , com sede na vossa agência
de            , até ao dia 2 de março do próximo ano, data em que a quantia
em dívida ficaria integralmente paga.

No entanto, o contrato de aquisição que deu origem a tal dívida foi por mim resolvido dentro
do prazo de reflexão legal de 14 dias, já que tinha sido celebrado no meu domicílio. Deste modo,
venho, por este meio, revogar a autorização de transferência acima mencionada, pelo que nem
sequer deverá ser liquidada a primeira prestação, que teria lugar no próximo dia 2 de abril.

Sem outro assunto de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

Anexo: Cópia da carta de resolução do contrato.

171
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 96
Alteração de seguro
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Mudança de seguro multirriscos-habitação.

Exmos. Senhores,

No dia 16 de fevereiro, celebrei, com o vosso banco, um contrato de crédito à habitação, com o
n.º          e no valor de € 100 000 (cem mil euros), tendo-me sido exigido, para
o efeito, que subscrevesse um seguro multirriscos-habitação. Na altura, encaminharam-me
para a seguradora       , com a qual celebrei o referido seguro, o que me permitiu
obter o empréstimo que pretendia. Contudo, a assembleia de condóminos do prédio decidiu,
recentemente, contratar um seguro multirriscos-condomínio, na companhia      .

Deste modo, venho dar-vos conhecimento de que, como o seguro multirriscos-condomínio


equivale ao multirriscos-habitação, cuja subscrição é exigida pelo vosso banco, irei
proximamente desistir da apólice anterior. Além disso, uma vez que a minha fração continuará
a ser segurada pelo valor de € 100 000 (como poderão verificar pela cópia das condições
especiais e particulares, que anexo), as obrigações que contraí ao assinar o contrato de mútuo
continuarão a ser integralmente respeitadas.

Sem mais de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O cliente

(Assinatura)

Anexo: Cópia das condições especiais e particulares do seguro multirriscos-condomínio.

172
Bancos e seguradoras

MODELO 97
Cessação do contrato de seguro por aumento do prémio
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Resolução do contrato respeitante à apólice n.º         .

Exmos. Senhores,

Foi com alguma surpresa que recebi o vosso aviso de pagamento do prémio do seguro
automóvel, referente ao meu veículo de marca        , modelo       e
matrícula   -  -  .

Na verdade, o aumento proposto parece-me excessivo e os argumentos apresentados não


justificam, a meu ver, uma tal diferença relativamente ao valor anterior. Assim, venho, por este
meio, informar que não pretendo renovar a apólice acima referida, agradecendo, desde já, que
me enviem o certificado de tarifação que terei de apresentar na nova seguradora(1).

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

O segurado

(Assinatura)

(1)  Sempre
que o cliente já tenha subscrito um novo seguro noutra companhia, o certificado tarifário (documento
que contém o historial do segurado) poderá ser enviado diretamente para esta.

173
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 98
Comunicação de acidente (à própria seguradora)
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Participação de acidente.

Apólice n.º         .

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, informar V. Exas. que, ontem, dia 26 de janeiro, um dos meus filhos foi
responsável pelo seguinte acidente: enquanto estava a andar de bicicleta, na rua em frente ao
prédio onde moramos, perdeu o equilíbrio e foi embater na viatura do meu vizinho, o Sr. Amílcar
Santos. Do embate resultou uma pequena amolgadela na porta do lado do condutor (ver
fotografia anexa).

Como o referido acidente se enquadra na cobertura do seguro de responsabilidade civil por mim
contratado, informei o Sr. Amílcar Santos de que deveria entrar em contacto convosco, por
forma a obter a devida compensação pelos prejuízos sofridos.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

O tomador do seguro

(Assinatura)

Anexo: Fotografia dos danos no veículo.

174
Bancos e seguradoras

MODELO 99
Exigência de indemnização
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Pedido de indemnização.

Apólice n.º          .

Exmos. Senhores,

Conforme minha comunicação anterior, enviada no dia 21 de junho do corrente ano, a queda
de um raio no prédio onde moro provocou alguns danos em vários aparelhos elétricos na minha
habitação, o que foi confirmado pelo vosso perito, que orçamentou a reparação dos mesmos em
€ 280 (duzentos e oitenta euros).

Por isso, foi com alguma surpresa que recebi a vossa carta com data de 28 de junho, onde
referem que não se responsabilizam pelos prejuízos que sofri, argumentando que o seguro
multirriscos-habitação que contratei não abrange este tipo de riscos.

De facto, a leitura atenta das condições gerais da apólice permite concluir que os danos causados
por raio se encontram cobertos sem qualquer restrição. Por outro lado, também não existe
qualquer menção nas condições especiais ou nas condições particulares da apólice que os exclua.

Assim sendo, exijo que assumam as vossas responsabilidades, pagando a reparação dos
aparelhos elétricos danificados no prazo máximo de 10 dias, sem o que terei de recorrer a
todos os meios ao meu dispor, inclusive o judicial, para defender os meus direitos.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

O segurado

(Assinatura)

Anexo: Orçamento de reparação dos aparelhos avariados.

175
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 100
Comunicação de acidente
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Participação de acidente de viação.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, comunicar a V. Exas. a ocorrência de um acidente provocado pelo vosso
segurado, Sr. Luís Henriques, no dia 26 de março último, na estrada que liga Santarém
a Alpiarça. O vosso segurado desrespeitou um sinal de stop e embateu no meu veículo,
de marca        , modelo     e matrícula   -  -  , causando a sua
imobilização, circunstâncias que poderão comprovar através do auto de notícia redigido pelas
autoridades que, entretanto, deverão ter recebido ou estarão prestes a receber.

Como, na sequência do acidente, fiquei impedido de utilizar a minha viatura, de que necessito
para as minhas deslocações diárias, venho, por este meio, exigir que me seja entregue um
veículo de substituição. Exijo também que assumam a responsabilidade pela reparação do meu
veículo dentro de um prazo tão curto quanto possível.

Aguardando o vosso contacto, subscrevo-me, apresentando os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Desenho das circunstâncias do acidente.

176
Bancos e seguradoras

MODELO 101
Exigência de veículo de substituição
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Veículo de substituição.

Processo n.º        .

Exmos. Senhores,

Na sequência do acidente provocado pelo vosso segurado, Sr. Luís Henriques Mateus,
conforme minha comunicação do dia 28 de março, foi efetuada uma peritagem ao meu veículo,
tendo a reparação dos danos sido orçamentada em € 2300 (dois mil e trezentos euros).

Como, entretanto, fiquei impedido de utilizar a minha viatura, de que necessito para as minhas
deslocações diárias, tenho recorrido a táxis para o efeito. Mas, se é verdade que posso
compreender a vossa recusa em me entregarem, imediatamente após o acidente, um veículo
de substituição, a confirmação do vosso perito de que o meu carro ficou realmente impedido de
circular leva-me a reiterar a exigência de que o referido veículo seja posto à minha disposição
o mais rapidamente possível. Informo também que apresentarei a pagamento todas as
despesas de deslocação que tenho sido obrigado a efetuar (das quais junto cópias).

Sem mais de momento,

(Assinatura)

Anexos: Cópias das despesas de deslocação.

177
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 102
Exigência de reparação
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Reparação de veículo acidentado.

Processo n.º        .

Exmos. Senhores,

Na sequência do acidente provocado pelo vosso segurado, Sr. Luís Henriques, conforme
minha comunicação do dia 29 de março, foi efetuada uma peritagem ao meu veículo, tendo a
reparação dos danos sido orçamentada em € 2300 (dois mil e trezentos euros).

Contudo, fiquei surpreendido com a vossa indicação de que o valor comercial do meu automóvel
é semelhante ao custo estimado para a reparação e, como tal, não pretendem dar ordens para
que a mesma seja efetuada, optando por me atribuir uma indemnização em dinheiro inferior ao
valor orçamentado.

Ora, chamo a atenção para o facto de o meu automóvel se encontrar em ótimo estado de
conservação e de ter sido sempre revisto em oficinas da marca, pelo que o seu valor real é
superior à referência média de mercado. Além disso, mesmo que o valor comercial que lhe é
atribuído correspondesse ao seu valor real, V. Exas. teriam sempre de se responsabilizar pela
reparação, pois, caso contrário, eu ficaria prejudicado, já que nunca conseguiria encontrar, pelo
valor proposto para a indemnização, um carro com as mesmas características (mesmo modelo,
marca, ano e estado de conservação).

Assim sendo, exijo que, no prazo máximo de 8 dias, deem ordem para a reparação do veículo.
Caso contrário, terei de recorrer a todos os meios ao meu dispor, inclusive o judicial, para
defender os meus direitos.

Sem mais de momento,

(Assinatura)

178
Bancos e seguradoras

MODELO 103
Divergências na escolha de oficina
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Escolha de oficina para reparação de veículo.

Processo n.º        .

Exmos. Senhores,

Na sequência do acidente provocado pelo vosso segurado, Sr. Luís Henriques, conforme
minha comunicação do dia 29 de março, foi efetuada uma peritagem ao meu veículo, tendo a
reparação dos danos sido orçamentada em € 2300 (dois mil e trezentos euros).

Contudo, fiquei surpreendido com o facto de terem indicado a oficina      para a
reparação, com a justificação de que esta só poderia ser efetuada numa oficina da vossa rede.
Sou cliente habitual da oficina        , que me oferece todas as garantias de bom
trabalho e competência, pelo que informo que irei entregar o meu automóvel à referida oficina,
agradecendo que procedam ao pagamento logo que a reparação esteja concluída.

Sem mais de momento,

(Assinatura)

179
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 104
Reclamação por atraso na atribuição de indemnização
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Acidente de viação.

Processo n.º     .

Exmos. Senhores,

Na sequência do acidente provocado, no dia 26 de março, na estrada que liga Santarém a


Alpiarça, pelo vosso segurado, Sr. Luís Henriques, exigi, em carta enviada no dia 30 de março,
que assumissem a responsabilidade pelos danos no meu veículo, de marca        ,
modelo         e matrícula   -  -  .

Na mesma carta, solicitava também que, até à reparação, me fosse entregue um veículo de
substituição que me permitisse assegurar as deslocações diárias a que a minha profissão
obriga. No entanto, tendo decorrido 1 semana após a comunicação do acidente, lamento não
ter ainda qualquer resposta, salvo a informação verbal, prestada no dia 31, pelo Sr. Diogo
Antunes, de que ainda estavam a analisar as circunstâncias do acidente.

Como, de acordo com a descrição do acidente que constava da carta anterior, me parece
exagerada a demora na conclusão de tal análise, ultrapassando mesmo o prazo legal de 8 dias
úteis, venho exigir, mais uma vez, que me seja entregue o veículo de substituição e dada a ordem
de reparação imediata do veículo acidentado. Informo também que apresentarei a pagamento
todas as despesas de deslocação que, entretanto, tenho sido obrigado a efetuar (das quais
junto cópias).

Sem mais de momento,

(Assinatura)

Anexos: Cópias das despesas de deslocação.

180
Bancos e seguradoras

MODELO 105
Cessação do contrato de seguro por venda do veículo
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Resolução do contrato respeitante à apólice n.º         .

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, informar que pretendo pôr termo ao contrato respeitante à apólice
acima referida, já que, no dia   /  /  , procedi à venda do veículo, conforme poderão
verificar através do documento de transferência de propriedade, de que junto cópia.

Sem mais de momento, subscrevo-me, apresentando os meus melhores cumprimentos,

O segurado

(Assinatura)

Anexos: Carta verde, selo comprovativo da existência de seguro e cópia do documento de


transferência de propriedade.

181
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 106
Comunicação de diminuição de risco (seguro multirriscos)
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Diminuição de risco – Apólice n.º          .

Exmos. Senhores,

Em   /  /  , celebrei com a vossa empresa um seguro relativo à minha habitação, que,
entre outros riscos, cobre a possibilidade de ocorrência de furto.

Agora, decidi colocar na minha casa uma porta blindada, para evitar a entrada de ladrões.
Assim, venho, por este meio, comunicar tal facto a V. Exas., uma vez que o mesmo não deverá
deixar de ser tido em conta, no sentido de baixar o prémio de seguro, por reduzir o risco
associado à minha apólice.

Deste modo, junto envio cópia do recibo de compra e instalação da referida porta, estando à
vossa disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.

Com os melhores cumprimentos,

O segurado

(Assinatura)

Anexo: Cópia do recibo da porta blindada.

182
Bancos e seguradoras

MODELO 107
Despesas com transportes

O veículo de substituição é devido, sempre que a responsabilidade é assumida pela seguradora,


entre o momento em que é determinado o valor da reparação e a data prevista de entrega pela
oficina do segurado ou, quando esta é escolhida pela seguradora, até à entrega do carro já
reparado.

MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Despesas com transportes.

Exmos. Senhores,

Como V. Exas. sabem, tive um acidente com o meu carro no passado dia 12, de que vos dei
conhecimento 2 dias depois. O vosso perito confirmou que o meu carro não podia circular,
em consequência do acidente. Ora, ao contrário do que a lei define, mesmo após assumir a
responsabilidade pela reparação do meu carro, a seguradora não me entregou um veículo de
substituição.

Por esse motivo, tive de recorrer a táxis para as minhas deslocações diárias, uma vez que não
disponho de transportes públicos adequados para o efeito.

Nessa medida, junto envio cópias das faturas de táxis, pelo que agradeço que me paguem
essas despesas o mais rapidamente possível.

Com os melhores cumprimentos,

O segurado

(Assinatura)

Anexos: Cópias das faturas dos táxis.

183
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 108
Exigência de entrega de condições de seguro
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Condições de seguro.

Exmos. Senhores,

Como sabem, no passado dia 21 de julho celebrei convosco um seguro de saúde, na vossa
delegação de           . Contudo, passadas 5 semanas sobre essa data,
continuo sem receber todos os documentos relativos à apólice contratada, uma vez que,
aquando da assinatura, apenas fiquei com um exemplar das condições particulares.

Deste modo, agradeço que me enviem, o mais rapidamente possível, as condições gerais
do plano contratado, para que possa guardá-las junto de todos os outros documentos
relevantes. Se não o fizerem nos próximos 7 dias, não deixarei de comunicar tal situação à
Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

Com os melhores cumprimentos,

O segurado

(Assinatura)

184
Bancos e seguradoras

MODELO 109
Revogação de seguro de vida
por amortização de empréstimo bancário
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa da seguradora)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Revogação da apólice n.º         .

Exmos. Senhores,

Como sabem, sou vosso cliente há muitos anos, tendo contratado um seguro de vida de que
o principal beneficiário é o banco        , já que o seguro é, antes de mais, uma
garantia de pagamento do empréstimo que contratei para comprar a minha casa.

Ora, na semana passada, consegui amortizar a totalidade do empréstimo, não possuindo


agora qualquer dívida ao banco. Assim, já não faz sentido continuar com este seguro, pelo que
venho, por este meio, cancelar a apólice de que sou titular, com efeitos imediatos. Tratarei
também de comunicar tal decisão ao banco.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

185
Capítulo 5

Vida quotidiana
Vida quotidiana

Vida familiar e heranças


Relativamente à vida familiar e a heranças, incluímos apenas alguns exemplos
de requerimentos, acordos e outros documentos, já que, nestes domínios,
as probabilidades de resolução de eventuais conflitos por esta via são muito
reduzidas. A maioria das questões que surgem entre familiares são muito deli-
cadas e, em tais situações, uma carta raramente poderá ser apresentada como
prova. É o caso, por exemplo, de um processo de divórcio, do apuramento de
um eventual direito a pensão de alimentos ou de um problema de heranças.
Por outras palavras, trata-se de aspetos da vida pessoal em que o papel dos
tribunais é quase sempre fundamental, não só no que respeita à tomada de
decisões (emitindo sentenças de cumprimento obrigatório para as partes em
conflito), como ao seu poder de intervenção (por exemplo, acompanhando
de perto as potenciais situações de risco para menores).

As relações familiares
A natureza das relações familiares implica que os direitos e os deveres recípro-
cos raramente sejam formalizados. Por isso, apenas encontrará, nas páginas
que se seguem, alguns exemplos de documentos, que poderão ser utilizados
em situações muito particulares.

Adoção e maus tratos a menores


As pessoas interessadas na adoção de um menor devem, depois de terem
convivido durante algum tempo com a criança, redigir um requerimento
para que lhes sejam reconhecidas as condições que permitem oficializar a
adoção. O pedido deverá anexar o relatório dos serviços que acompanharam
a experiência de integração do menor na família.

Quando, pelo contrário, o menor se encontra num meio familiar que, por
alguma razão, coloca em risco a sua saúde e desenvolvimento, as autoridades
podem intervir, por iniciativa própria ou a pedido de terceiros. Se necessário
for, retiram o menor do seu meio familiar. Apresentamos, na página 193,
um modelo de carta que poderá ser utilizado para denunciar uma situação
de maus tratos a crianças.

187
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Divórcio
O requerimento de divórcio por mútuo consentimento é apresentado pelos
cônjuges que pretendam pôr termo ao casamento, na conservatória do registo
civil, não sendo necessária a intervenção de advogado (veja o modelo 112,
na página 194).
Apresentado em duplicado, o requerimento deve ser acompanhado pelos
seguintes acordos, devidamente assinados por ambos:
—— destino da casa de morada da família (atribuindo a um dos cônjuges o
direito a habitá-la);
—— pensão de alimentos (eventual atribuição a um dos cônjuges, pelo outro,
de um montante em dinheiro que se considere indispensável ao seu sus-
tento, habitação e vestuário) ou declaração de que prescindem da mesma.

Se o casal tiver filhos menores, o divórcio por mútuo consentimento só será


possível se houver acordo prévio quanto à regulação das responsabilidades
parentais. O texto do acordo a que os progenitores tiverem chegado também
é apresentado na conservatória, cabendo a esta enviá-lo ao Ministério Público
para aprovação. Não havendo entendimento entre os pais sobre esta maté-
ria, a decisão caberá ao tribunal. Neste caso, deve juntar-se uma certidão da
sentença ao requerimento de divórcio.

Os serviços de mediação familiar poderão ajudar os cônjuges a chegar a acordo


acerca da melhor forma de regular aspetos importantes do divórcio, como
a partilha da casa de família, os alimentos a prestar ou a regulação das res-
ponsabilidades parentais.

As heranças
Os herdeiros só podem aceder aos bens da pessoa falecida depois da sua atri-
buição. Para o efeito, é geralmente exigida uma escritura pública de partilha
ou, em caso de litígio, uma decisão judicial. Antes disso, porém, é necessário
entregar, no serviço de finanças, uma relação dos bens deixados pelo falecido,
para que seja possível determinar se há lugar ao pagamento de Imposto de
Selo e qual o seu montante. Essa tarefa compete ao cabeça de casal (pessoa
a quem cabe administrar os bens até à partilha) e implica não só a listagem
dos bens, mas também uma estimativa do seu valor. Este documento deve
ser entregue até ao final do terceiro mês seguinte àquele em que ocorreu o
falecimento.

188
Vida quotidiana

O modelo que apresentamos na página 203 pode ser útil para as situações
mais simples, em que a inventariação dos bens e a partilha não apresentem
dificuldades de maior. Caso contrário, será preferível pedir a intervenção de
um advogado ou de um solicitador.

Vizinhança
Proprietários, arrendatários, usufrutuários ou quaisquer outros titulares
com direitos sobre o imóvel conhecem limites ao exercício dos seus direitos,
sendo o primeiro dos quais a necessidade de não prejudicar os outros. A lei
proíbe, expressamente, a emissão de cheiros, fumos, ruídos, vapores, calor,
trepidações ou quaisquer outros factos que possam prejudicar os vizinhos.

Regras a respeitar
No que respeita ao ruído, uma das maiores fontes de conflitos entre vizinhos,
existe a convicção — errada — de que, a determinadas horas do dia, se pode
fazer todo o barulho que se queira. Pelo contrário. A impossibilidade de
emitir qualquer ruído é total no período noturno (entre as 23h00 e as 7h00),
mas, sempre que a frequência e/ou a intensidade do ruído sejam realmente
incomodativas e uma conversa com o vizinho em causa não resolva o pro-
blema, pode pedir uma indemnização em tribunal. Havendo intervenção
policial, e quando tal se justifique, as autoridades devem ordenar às pessoas
que estiverem na sua origem que o façam cessar de imediato — em caso de
continuação da atividade ruidosa, os responsáveis estão sujeitos a coimas,
que podem ir até 24 940 euros. Quanto às obras, só podem ter lugar entre
as 8h00 e as 20h00, nos dias úteis.

Existem muitas outras regras relativas ao respeito pelos direitos dos vizinhos.
Citaremos apenas, a título de exemplo:
—— construção e edificação: não é permitida a abertura de janelas, portas,
varandas, terraços ou obras semelhantes a menos de metro e meio do
edifício vizinho;
—— plantação de árvores e arbustos: só é admissível até à linha divisória dos
terrenos;

189
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

—— tapagem: os proprietários têm o direito de proteger os seus terrenos e cons-


truções, por meio de muros, valas, sebes, etc., dentro dos limites legais;
—— demarcação: é admissível que os proprietários assinalem os limites das
propriedades confinantes;
—— servidão de passagem: o proprietário de um terreno sem acesso próprio
à via pública poderá aceder através de terreno vizinho, com o menor
incómodo possível.

Em caso de conflito
Em todas as regras referidas e, em último caso, na aplicação daquilo a que se
chama abuso de direito (figura jurídica que define que o exercício de qualquer
direito deve ser limitado pelo respeito da boa-fé, dos bons costumes e do seu
fim económico e social), encontra-se implícito o princípio do respeito pelos
direitos dos outros.

• Quando os problemas surgem, a pessoa lesada deve começar por chamar a


atenção do vizinho para esse facto, pedindo-lhe que modifique o seu com-
portamento ou atitude. Se essa primeira abordagem não produzir efeitos
práticos, o passo seguinte consiste em escrever ao faltoso. A carta será útil,
tanto como simples reforço do que antes tinha sido transmitido, como para
ter uma prova, caso venha a ser necessária, de que a exigência foi feita.

• Também é possível recorrer a algumas entidades em caso de conflitos de


vizinhança: por exemplo, as autoridades policiais, as câmaras municipais e
os delegados de saúde podem intervir quando há emissão excessiva de ruí-
dos, maus cheiros, fumos, etc. As câmaras municipais, enquanto entidades
licenciadoras, também podem fiscalizar e, eventualmente, mandar demolir
obras que não respeitem as regras.

• Os modelos de cartas que apresentamos ilustram algumas situações típicas


de conflitos entre vizinhos. Como é evidente, não nos preocupámos em ser
exaustivos. Os exemplos que encontrará a partir da página 204 destinam-se,
sobretudo, a mostrar quais os elementos básicos que deverá conter qualquer
interpelação escrita a um vizinho.

190
Vida quotidiana

MODELO 110
Requerimento para adoção
MODELO EDITÁVEL
Exmo. Senhor
Juiz de Direito do Tribunal Judicial da Comarca
de         

               (nome do requerente) e                


(nome do cônjuge), residentes em              , portadores,
respetivamente, dos cartões de cidadão n.º         e        ,
vêm, nos termos dos artigos 146.º, alínea g), e 162.º da Organização Tutelar de
Menores e artigos 1974.º e seguintes do Código Civil, requerer a adoção plena do(a)
menor                 , de   anos, que com eles reside, prestando
as seguintes informações:

Os requerentes (adotantes) nasceram, respetivamente, a    de        de    


e a    de         de     e contraíram matrimónio a   de       
de    .

Os pais biológicos do(a) menor são                       e


                          .

A adoção é pedida com os seguintes fundamentos:

1.º
O(A) menor vive com os requerentes desde    de          de    .

2.º
Têm sido os requerentes a cuidar do(a) menor, alimentando-o(a), vestindo-o(a), dando-lhe a
melhor educação possível e tratando dele(a) como se filho(a) fosse.

3.º
O(A) menor também manifesta grande afeto pelos requerentes e trata-os por pais.

4.º
Os requerentes desfrutam de boa e estável situação económica, pelo que podem proporcionar
ao(à) adotando(a) uma educação, vida e bem-estar que os pais biológicos jamais lhe poderiam
dar.

5.º
Revela-se, por isso, de real vantagem para o(a) menor, a adoção plena requerida. ➜

191
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

6.º
Os pais biológicos do(a) menor, reconhecendo a afeição, cuidados e dedicação dos requerentes,
não só consentem na adoção como a desejam.

7.º
Por outro lado, o relatório social, nos termos do Decreto-Lei n.º 185/93, de 22 de maio,
aponta no sentido de que estão verificadas as condições para ser decretada a adoção
requerida.

Assim, vimos requerer a V. Exa. que se digne proceder às diligências relevantes e decretar a
adoção plena do(a) menor                     pelos requerentes,
para todos os efeitos legais.

Valor (1) : € 30 000.

Juntam-se: Duplicado legal do requerimento, certidões (de casamento, nascimento ou outras)


e relatório social.

Testemunhas:

(Nome e morada completa)

(Nome e morada completa)

(Localidade e data)

Os requerentes

(Assinaturas) (2)

(1) Valor
de alçada do Supremo Tribunal de Justiça, entidade a que, em último caso, será possível recorrer.
É obrigatório indicá-lo nos requerimentos em que estão em causa relações familiares.
(2)  Caso o requerimento não seja entregue pessoalmente, será necessário reconhecer as assinaturas em notário.

192
Vida quotidiana

MODELO 111
Denúncia de maus tratos a crianças
MODELO EDITÁVEL
Exmo. Senhor
Delegado do Ministério Público da Comarca de
        

Luís Sebastião Salgado e Maria Antonieta Afonso, residentes no n.º    da


Rua      , em         , portadores, respetivamente, dos cartões de
cidadão n.º         e        , vêm, por este meio, expor o seguinte.

Neste concelho, no lugar de         , habitam com seus pais duas crianças, de 7 e
4 anos (pelo menos, de acordo com o que as próprias são capazes de informar).

Os pais, de apelido Barbosa, são alcoólicos e não lhes proporcionam os mínimos cuidados
de saúde, higiene e educação. As crianças costumam andar muito sujas e o mais velho
não frequenta a escola, apesar de já ter idade para o fazer. Além disso, apresentam, com
frequência, sinais de violência, o que indicia, com bastante probabilidade, que sofrem maus
tratos por parte dos pais.

Os factos relatados poderão ser confirmados por toda a vizinhança, nomeadamente pelos
Srs. Júlio Moreira e Carlos Andrade, residentes no mesmo lugar de        .

Assim, vimos, por este meio, requerer de V. Exa. que tome as providências necessárias,
de forma a impedir que a situação acima descrita se mantenha.

(Localidade e data)

Os signatários

(Assinaturas)

193
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 112
Requerimento de divórcio por mútuo consentimento

O divórcio por mútuo consentimento é requerido na conservatória do registo civil.


O requerimento deverá ser acompanhado da certidão de casamento, das certidões de
nascimento dos filhos (se os houver) e dos acordos sobre o exercício das responsabilidades
parentais, o destino da casa de morada de família e eventual pensão de alimentos, de que
poderá encontrar exemplos nas páginas seguintes.

MODELO EDITÁVEL
Exmo. Senhor Conservador
do Registo Civil de         

                       (nome e profissão), portador do


cartão de cidadão n.º         e contribuinte n.º        , residente
em              , e               (nome e profissão),
portadora do cartão de cidadão n.º         e contribuinte n.º        ,
residente em                   , vêm, por este meio, requerer o
seu divórcio por mútuo consentimento, nos termos e com os fundamentos seguintes:

1.º
Os requerentes contraíram casamento segundo o regime de             
(regime de bens) em    de         de    , conforme consta da respetiva
certidão de casamento (doc. n.º 1).

2.º
Do referido casamento nasceu um filho, ainda menor,            , cuja
certidão de nascimento se junta (doc. n.º 2).

3.º
Os requerentes chegaram a acordo sobre o exercício das responsabilidades parentais
relativas ao menor, nos termos constantes da sentença emitida pelo Tribunal
de          , da qual se junta certidão (doc. n.º 3).

4.º
Os requerentes chegaram a acordo sobre o destino da casa de morada de família, conforme se
encontra disposto no documento n.º 4.

194
Vida quotidiana

5.º
O requerente                    pagará uma pensão de alimentos
ao requerente                     , no montante e com as
atualizações definidas no documento n.º 5.

6.º
Os requerentes anexam a lista dos bens comuns a partilhar (doc. n.º 6).

Nestes termos, solicita-se que o presente requerimento seja aceite e decretado o divórcio por
mútuo consentimento entre os requerentes           e        e que
seja designado um dia e uma hora para a realização da conferência prevista na lei, seguindo-se
os ulteriores trâmites legais.

Juntam-se: Seis documentos e seus duplicados legais (1 de cada).

Os requerentes

(Assinaturas) (1)

(1)  Se o requerimento não for entregue pessoalmente, será necessário reconhecer as assinaturas em notário.

195
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 113
Acordo sobre o exercício das responsabilidades parentais

O presente acordo é entregue na conservatória do registo civil, que o remete ao Ministério


Público competente. Este irá analisá-lo e verificar se os seus termos respeitam todos os direitos
dos intervenientes, sobretudo dos menores.

MODELO EDITÁVEL
ACORDO SOBRE O EXERCÍCIO DAS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

          (nome), contribuinte fiscal n.º     , residente na Avenida       


     , em Lisboa, e            (nome), contribuinte fiscal
n.º      , residente no        , em Lisboa, requerentes de divórcio por mútuo
consentimento, acordam, em conformidade com o estabelecido nos artigos 1775.º, n.º 2 do
Código Civil, e 1419.º, n.º 1, alínea c), do Código de Processo Civil, a regulação do exercício das
responsabilidades parentais das suas filhas menores              (nome)
e                (nome), nos seguintes termos:

1.ª
(Responsabilidades parentais e residência das menores)
1. Os requerentes acordam em exercer em comum as responsabilidades parentais relativas
às questões de particular importância da vida das filhas nos termos que vigoravam durante o
matrimónio, com exceção dos casos de manifesta urgência, em que qualquer dos progenitores
pode agir sozinho, devendo prestar informação ao outro logo que possível.
2. As menores ficam a residir com a mãe.
3. O exercício das responsabilidades parentais relativas aos atos da vida corrente das
menores cabe ao progenitor com quem elas residem habitualmente, isto é, à mãe, cabendo ao
pai nos períodos em que goza da companhia das filhas.

2.ª
(Visitas)
1. O pai terá as menores na sua companhia em fins de semana alternados.
2. Os fins de semana iniciam-se à sexta-feira e terminam ao domingo.
3. Os pais acordarão os termos e horários em que vão buscar as menores a casa um do outro
ou à escola no início e final de cada fim de semana passado com o pai.
4. Em regra, o fim de semana iniciar-se-á à sexta-feira, às 17h00, e terminará ao domingo,
às 21h00, indo o pai buscar e pôr as menores a casa da mãe.
5. Cada um dos pais pode ir buscar/levar as menores ou providenciar o transporte das
menores na companhia de terceiros da sua confiança (neste caso, deve informar previamente o

196
Vida quotidiana

outro progenitor da identificação do terceiro e este, se solicitado, deve identificar-se perante


esse progenitor).
6. O pai terá as menores na sua companhia todas as quartas-feiras das 17h00 às 21h00,
indo buscá-las e pô-las a casa da mãe.
7. Fora dos períodos referidos nos números anteriores, o pai poderá estar com as menores
sempre que o deseje, sem prejuízo das atividades escolares e extracurriculares das filhas e
desde que combine previamente com a mãe.

3.ª
(Férias)
1. As menores passarão metade das férias escolares de Natal e da Páscoa, em períodos de
uma semana seguida, com cada um dos pais, mediante acordo destes.
2. As menores passarão metade das férias escolares de verão, em períodos de quinze dias
seguidos e alternados, com cada um dos pais, mediante acordo destes.
3. Para acordarem os respetivos períodos de férias de verão, os pais devem comunicar
mutuamente as suas férias até ao final do mês de março. As férias de Natal e da Páscoa serão
acordadas até ao final do mês de outubro.
4. Nos períodos de férias fica suspenso o regime de fins de semana alternados.

4.ª
(Aniversários)
1. Independentemente de ser um dia em que as menores estejam na companhia e à guarda
do outro progenitor, respetivamente, no dia de aniversário da mãe e no dia da mãe e no dia de
aniversário do pai e dia do pai, as menores estarão na companhia desse progenitor, mediante
acordo dos pais.
2. Independentemente de ser um dia em que as menores estejam na companhia e à guarda do
outro progenitor, no dia de aniversário das menores, estas estarão na companhia de ambos os
pais, mediante acordo destes (nomeadamente, almoçando com um e jantando com o outro).

5.ª
(Dias Festivos)
1. Independentemente de ser um período de férias com a mãe ou com o pai, as menores
passarão a véspera de Natal e a véspera de Ano Novo com um dos pais e o dia de Natal e dia de
Ano Novo com o outro, mediante acordo dos pais e em regime alternado.
2. No domingo de Páscoa, independentemente de ser um período de férias com a mãe ou com o
pai, as menores estarão na companhia de ambos os pais, almoçando com um dos progenitores
e jantando com o outro, mediante acordo dos pais e em horário a combinar entre estes.

6.ª
(Pensão de alimentos)
1. O pai pagará, a título de pensão de alimentos devida às menores, a quantia mensal de    
euros, ou seja,     euros a cada uma das menores, montante que será transferido para
a conta bancária em nome da mãe, com o NIB          , até ao dia 8 de ➜

197
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

cada mês.
2. A pensão de alimentos será atualizada anualmente, de acordo com a taxa de inflação
publicada pelo Instituto Nacional de Estatística.
3. O pai contribuirá ainda em 50% nas despesas de saúde das menores, na parte não
comparticipada pelo seguro de saúde, após apresentação dos recibos pela mãe.

A Requerente O Requerente

(Assinaturas)

198
Vida quotidiana

MODELO 114
Acordo sobre o destino da casa de morada da família
MODELO EDITÁVEL
ACORDO SOBRE O DESTINO DA CASA DE MORADA DA FAMÍLIA

                  (nome) e                


(nome), requerentes de divórcio por mútuo consentimento, acordam, em conformidade com
o estabelecido nos arts. 1775.º, n.º 2 do Código Civil e 1419.º, n.º 1, alínea f) do Código de
Processo Civil, o destino da sua casa de família, como segue:

1.º
Os requerentes residiam em                        .

2.º
O referido imóvel é propriedade de ambos os cônjuges.

3.º
Os requerentes acordam que, na referida casa, ficará a residir          (nome).

(Localidade e data)

Os requerentes

(Assinaturas)

199
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 115
Acordo sobre pensão de alimentos
MODELO EDITÁVEL
ACORDO SOBRE PENSÃO DE ALIMENTOS

                  (nome) e                


(nome), requerentes de divórcio por mútuo consentimento, acordam, em conformidade com
o estabelecido nos arts. 1775.º, n.º 2 do Código Civil e 1419.º, n.º 1, alínea f) do Código de
Processo Civil, regular a prestação de alimentos nos seguintes termos:

1.º
Os requerentes acordaram que                  pagará a      
     uma pensão mensal, no valor de         .

OU

1.º
Os requerentes prescindem reciprocamente da atribuição de pensão de alimentos.

2.º
A pensão será atualizada no início de cada ano, de acordo com a taxa de inflação anunciada
pelo Instituto Nacional de Estatística.

3.º
Se o(a) beneficiário(a) da pensão contrair matrimónio ou, entretanto, angariar meios
adequados de subsistência, cessa a obrigação constante do presente acordo.

(Localidade e data)

Os requerentes

(Assinaturas)

200
Vida quotidiana

MODELO 116
Acordo sobre uso de nome pelo ex-cônjuge

A utilizar quando o cônjuge que, no casamento, adquiriu os apelidos do outro, pretender


continuar a usá-los depois do divórcio.

MODELO EDITÁVEL
ACORDO SOBRE USO DE NOME PELO EX-CÔNJUGE

                   (nome), requerente de divórcio por mútuo


consentimento do casamento celebrado com                 (nome),
vem, por este meio, autorizar que esta, após o divórcio, continue a usar os apelidos Silva Costa
que adquiriu aquando do casamento.

(Localidade e data)

O requerente

(Assinaturas)

201
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 117
Relação de bens
MODELO EDITÁVEL
Exmo. Senhor Chefe do Serviço de Finanças
de           

                       (nome), portador do cartão de


cidadão n.º        , residente em                 ,
na qualidade de cabeça de casal da herança deixada por óbito de        , ocorrido
em    de        de     (conforme certidão que se junta), vem, por este meio,
apresentar relação dos bens que este deixou, bem como o respetivo valor: (1)

– prédio rústico, denominado     , correspondente ao artigo    da Secção     


descrito sob o n.º     , a folhas    , do livro     , na Conservatória do Registo
Predial de          com a área de   metros quadrados, com o valor patrimonial
de        ;

– automóvel de marca       , modelo       e matrícula   -  -  ,


no valor de        ;

– mobília de casa (pertencente a    quartos, sala de jantar e sala de estar), no valor


de         .

O cabeça de casal

(Assinatura)

Anexo: Certidão de óbito.

(1)  Seguem-se alguns exemplos.

202
Vida quotidiana

MODELO 118
Pedido de interrupção de produção de ruído
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Ruído excessivo.

Exmo. Senhor,

Venho, por este meio, reiterar o pedido para que se abstenha de produzir os ruídos que,
ultimamente, têm perturbado o meu descanso e o dos meus familiares. Com efeito, quase
todos os dias temos sido obrigados a suportar diversos tipos de ruídos a um nível altíssimo
(por vezes, até pela noite dentro), o que consideramos inaceitável.

Como, apesar de ter chamado a atenção, de forma repetida e insistente, para o incómodo
que nos provoca, o seu comportamento não se alterou, informo que utilizarei todos os meios
ao meu dispor para a resolução do problema, estando disposto, inclusivamente, a recorrer
à via judicial para defender os meus direitos – em todo o caso, e desde já, irei denunciar os
factos às autoridades policiais da nossa zona, relembrando que as coimas para este tipo de
comportamento podem ir até 24 940 euros.

Sem outro assunto de momento,

(Assinatura)

203
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 119
Denúncia de ruído em estabelecimento noturno
MODELO EDITÁVEL
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal
de        

Enquanto morador na Rua          , sou vizinho do bar Bejecas, que fica no
n.º   , a cerca de 20 metros da minha casa. Ora sucede que a insonorização deste bar
é muito má, e tanto eu como outros vizinhos somos obrigados a suportar a música que ele
emite. Isto acontece todos os dias a partir das 22h00, sensivelmente, hora a que a música
começa a tocar, e prolonga-se até de madrugada. A agravar esta situação, há clientes que vêm
para a rua e fazem eles próprios muito barulho, com conversas, gritos, cânticos, etc.

Como é bom de ver, tudo isto prejudica a minha tranquilidade e a dos restantes vizinhos. Não
conseguimos dormir, ou dormimos mal, e isso reflete-se na nossa saúde e bem-estar, pois o
descanso que merecemos está-nos vedado.

Contactámos por várias vezes a polícia e, a cada intervenção policial, o barulho diminui, mas
depois recomeça.

A câmara municipal, enquanto entidade que licenciou o espaço, deve fiscalizar o que se passa
e intervir no sentido de acabar com esta situação insustentável. Como munícipe, venho exigir
que a câmara tome as medidas adequadas a resolver este problema, para meu descanso e dos
outros vizinhos. Esperarei pelo vosso contacto e que me informem do que irão fazer.

Pede deferimento.

(Localidade e data)

O requerente

(Assinatura)

204
Vida quotidiana

MODELO 120
Pedido de intervenção do senhorio
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Conflito com vizinhos.

Exmo. Senhor,

Venho, por este meio, reclamar do comportamento dos vizinhos do    andar   .

Desde que se mudaram, há cerca de     meses, os atuais moradores do    andar     
adotaram um comportamento que atenta contra os mais elementares direitos dos vizinhos:
(descrição pormenorizada do comportamento incorreto).

Como as reclamações que temos feito diretamente aos autores do comportamento descrito
têm sido sistematicamente ignoradas, pedimos a V. Exa. que, na qualidade de senhorio,
intervenha e exija que o mesmo cesse.

Sem outro assunto de momento, subscrevo-me, apresentando os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

205
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 121
Reclamação por posse de animais em prédio de habitação
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Latidos noturnos.

Exmo. Senhor,

Nos últimos dias, o meu descanso e o dos meus familiares tem sido bastante prejudicado pelos
latidos do cão que, recentemente, trouxeram para o prédio (por exemplo, ontem acordámos às
5h00 com o vosso cão a ladrar…). Além disso, as escadas e os elevadores cheiram a urina e
temos detetado diversos problemas de higiene relacionados com o animal.

Como os demais vizinhos têm as mesmas queixas, vimos, por este meio, exigir que ponha cobro
a esta situação o mais depressa possível. Caso contrário, teremos de solicitar a intervenção
das autoridades sanitárias e da câmara municipal.

Sem outro assunto de momento,

(Assinatura)

206
Vida quotidiana

MODELO 122
Reclamação por comportamento inadequado de vizinhos
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Pedido de mudança de comportamento.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, solicitar mais uma vez que não sacudam os tapetes, as toalhas e outras
peças de roupa à janela, já que, ao fazê-lo, sujam a roupa que estendemos e a nossa varanda.
Também agradecemos que não estendam roupa molhada quando a nossa estiver estendida
(ou, pelo menos, que nos avisem que vão estendê-la), pois acontece com muita frequência que
roupa quase seca volta a ficar completamente molhada.

Apesar de termos falado várias vezes sobre o assunto, o vosso comportamento não se
alterou, pelo que esta carta constitui uma última chamada de atenção. Se mantiverem a vossa
atitude, informamos, desde já, que estamos dispostos a recorrer a todos os meios legais para
a resolução do problema.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

207
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 123
Carta para pagamento de dívidas de condomínio
MODELO EDITÁVEL
A administração do condomínio sito na Rua         
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Exmo. Condómino,

Assunto: Quotas em atraso.

Como é do seu conhecimento, encontra-se por pagar a quota da sua fração referente ao mês
de       .

Ora as quotas são a única fonte de receitas deste condomínio e, com quantias em dívida,
coloca-se em causa o seu normal funcionamento. Nomeadamente, surgem dificuldades em
fazer face ao pagamento das despesas de eletricidade, manutenção dos elevadores, etc.

Desta forma, vimos por este meio solicitar o pagamento da referida quantia, no prazo
máximo de oito dias, através da forma habitual (indicar, por exemplo, transferência para a conta
n.º          ), evitando assim o pagamento de juros e demais inconvenientes.

Certo do melhor acolhimento à presente carta, subscrevo-me com os melhores cumprimentos,

O Administrador do condomínio

(Assinatura)

208
Vida quotidiana

MODELO 124
Exigência de indemnização por danos provocados por menor
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Exigência de indemnização.

Exmo. Senhor,

Venho, por este meio, exigir que me paguem as despesas com o vidro que tive de mandar colocar
na minha sala de estar, num valor total de € 100 (cem euros). Como tive ocasião de vos
comunicar, o referido vidro foi quebrado por uma bola de futebol chutada pelo vosso filho Júlio,
de 8 anos, quando se encontrava na rua a brincar com uns amigos.

Como vos compete assumir a responsabilidade pelos atos do vosso filho, que ainda é menor,
agradeço que me façam chegar o referido valor logo que possível, para o que junto cópia do
recibo, emitido pelo vidraceiro, correspondente ao trabalho efetuado.

Com os melhores cumprimentos,

(Assinatura)

Anexo: Cópia do recibo relativo à substituição do vidro.

209
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

MODELO 125
Exigência de abandono de terreno ocupado
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Exigência de abandono de terreno.

Exmo. Senhor,

Venho, por este meio, exigir a V. Exa. que abandone de imediato o terreno que ocupou e derrube
a construção que nele erigiu, retirando posteriormente todos os materiais utilizados.

Como deve saber, o terreno é de minha propriedade, não havendo qualquer dúvida sobre a sua
área, pois existem marcos que o delimitam perfeitamente.

Por isso, se, nos próximos 5 dias, V. Exa. não tiver cumprido a minha exigência, ver-me-ei na
necessidade de recorrer a todos os meios legais ao meu dispor para a resolução do problema.

Sem outro assunto de momento,

(Assinatura)

210
Vida quotidiana

MODELO 126
Exigência de remoção de obstáculos
MODELO EDITÁVEL
(Nome e morada completa do remetente)

(Nome e morada completa do destinatário)

(Localidade e data)

Carta registada com aviso de receção

Assunto: Exigência de remoção de obstáculos.

Exmo. Senhor,

Venho, por este meio, exigir que V. Exa. não me impeça a passagem para o meu terreno através
da sua propriedade, já que não existe qualquer outro caminho de acesso.

Ontem, quando pretendia dirigir-me ao meu terreno, pelo referido caminho, encontrei-o
obstruído por uma cancela que não existia e que impede a passagem normal de veículos e de
pessoas. Como não existe outra passagem para o meu terreno (constituindo a denominada
servidão de passagem), a obstrução do caminho representa uma violação dos meus direitos,
pelo que a referida cancela terá de ficar permanentemente aberta.

Se, no prazo máximo de 5 dias, a minha pretensão não for satisfeita, terei de recorrer a todos
os meios ao meu dispor para a resolução do problema, estando inclusivamente disposto a
socorrer-me da via judicial para defender os meus direitos.

Sem outro assunto de momento,

(Assinatura)

211
Anexo I

A legislação
em vigor
A legislação
Nome doem vigor
capítulo

Este guia abrange diversas áreas do direito e, para cada uma, existe uma
vasta coleção de legislação, espalhada pelo Código Civil, leis, decretos-lei,
códigos específicos e outro tipo de diplomas legais. A resposta a uma questão
concreta implica, muitas vezes, a análise de um ou mais artigos, que, por sua
vez, remetem para outros e, inclusive, para os chamados princípios gerais
do direito. Além de que os diplomas estão em constante evolução, sendo a
redação inicial alterada. Por tudo isto, não seria possível deixar-lhe aqui uma
listagem completa e exaustiva da legislação em vigor para as várias áreas
abrangidas neste guia. Ainda assim, deixamos-lhe uma referência à legisla-
ção mais relevante para os temas de cada capítulo. Caso venha a necessitar
de indicações mais precisas e atualizadas, poderá sempre contactar o nosso
Serviço de Informação (218 410 858 ou 808 200 145).

Como defender os seus direitos?


Lei de Defesa do Consumidor
Lei n.º 24/96, de 31 de julho, alterada pela lei n.º 85/98, de 16 de dezembro,
pelo Decreto-Lei n.º 67/2003, de 8 de abril, pela Lei n.º 10/2013, de 28 de
janeiro e pela Lei n.º 47/2014, de 28 de julho.

Capítulo 1. Compra e venda de bens


Contrato-promessa de compra e venda
Artigos 410.º a 413.º e 830.º do Código Civil.

Garantia dos bens de consumo


Decreto-Lei n.º 67/2003, de 8 de abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 84/2008,
de 21 de maio.

Garantias
Código Civil — Artigos 913.º a 922.º.

Instruções em português
Decreto-Lei n.º 238/86, de 08 de agosto.

Lei de Defesa do Consumidor


Lei n.º 24/96, de 31 de julho, alterada pela Lei n.º 85/98, de 16 de dezembro,
pelo Decreto-Lei n.º 67/2003, de 8 de abril, pela Lei n.º 10/2013, de 28 de
janeiro e pela Lei n.º 47/2014, de 28 de julho.

213
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Pagamento de sinal
Artigos 440.º a 442.º do Código Civil.

Práticas comerciais desleais


Decreto-Lei n.º 57/2008, de 26 de março (artigo 13.º — envio de bens não
solicitados), alterado pelo Decreto-Lei n.º 205/2015, de 23 de setembro.

Regime jurídico do direito real de habitação periódica


Decreto-Lei n.º 37/2011, de 10 de março.

Regime jurídico dos espetáculos públicos


Decreto-Lei n.º 23/2014, de 14 de fevereiro, com a declaração de retificação
n.º 26/2014, de 14 de abril.

Vendas à distância e fora do estabelecimento comercial


Decreto-Lei n.º 24/2014, de 14 de fevereiro, com a alteração da Lei n.º 47/2014,
de 28 de julho.

Capítulo 2. Prestação de serviços


Acidentes provocados por animais em autoestradas
Lei n.º 24/2007, de 18 de julho, e Decreto Regulamentar n.º 12/2008, de
9 de junho.

Agências de viagens e turismo


Decreto-Lei n.º 61/2011, de 6 de maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 199/2012,
de 24 de agosto e pelo Decreto-Lei n.º 26/2014, de 14 de fevereiro.

Bagagem
Decreto n.º 96/81, de 24 de julho — aprova os protocolos de Montreal, que alteram
a Convenção de Varsóvia relativa a regras de transporte aéreo internacional.

Direitos dos passageiros de transportes aéreos em caso de recusa de embarque,


cancelamento ou atraso
Regulamento (CE) n.º 261/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 11 de fevereiro.

Empreitada
Artigos 1207.º a 1230.º do Código Civil.

214
A legislação
Nome doem vigor
capítulo

Capítulo 3. Administração pública e serviços públicos essenciais


Acesso aos documentos da Administração
Lei n.º 26/2016, de 22 de agosto.

Cauções nos serviços públicos essenciais


Decreto-Lei n.º 195/99, de 8 de junho, com as alterações do Decreto-Lei
n.º 100/2007, de 02 de abril e do Decreto-Lei n.º 2/2015, de 6 de janeiro.

Regime Jurídico dos Serviços Municipais de Abastecimento Público de Água


Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 92/2010,
de 26 de julho, e pela Lei n.º 12/2014, de 6 de março.

Regulamento de relações comerciais do setor do gás natural


Regulamento n.º 416/2016, de 29 de abril.

Regulamento de relações comerciais do setor elétrico


Regulamento n.º 561/2014, de 22 de dezembro.

Responsabilidade da Administração Pública


Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro, com a redação da Lei n.º 31/2008, de 17 de
julho.

Serviços públicos essenciais


Lei n.º 23/96, de 26 de julho, alterada pela Lei n.º 12/2008, de 26 de fevereiro,
pela Lei n.º 24/2008, de 2 de junho, pela Lei n.º 6/2011, de 10 de março, pela
Lei n.º 44/2011, de 22 de junho, e pela Lei n.º 10/2013, de 28 de janeiro.

Capítulo 4. Bancos e Seguradoras


Crédito ao consumo
Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de junho, com as alterações do Decreto-Lei
n.º 72-A/2010, de 17 de junho e do Decreto-Lei n.º 42-A/2013, de 28 de março.

Regime jurídico do contrato de seguro


Decreto-Lei n.º 72/2008, de 16 de abril, com a alteração da Lei n.º 147/2015,
de 9 de setembro.

Uso de cartões
Decreto-Lei n.º 317/2009, de 30 de outubro, com as alterações do Decreto-Lei
n.º 242/2009, de 30 de outubro e do Decreto-Lei n.º 157/2014, de 24 de outubro.

215
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Capítulo 5. Vida quotidiana


Código Civil
Adoção — artigos 1973.º a 2002.º-D
Alimentos — artigos 2003.º a 2020.º
Divórcio — artigos 1773.º a 1795.º-D
Sucessões — artigos 2024.º a 2334.º

Adoção
Decreto-Lei n.º 185/93, de 22 de maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 120/98,
de 8 de maio, pela Lei n.º 31/2003, de 22 de agosto, pela Lei n.º 28/2007,
de 2 de agosto, pela Lei n.º 143/2015, de 8 de setembro e pela Lei n.º 2/2016,
de 29 de fevereiro.

Condomínio
Artigos 141.º a 1438.º-A do Código Civil.

Proteção da união de facto


Lei n.º 7/2001, de 11 de maio, alterada pela Lei n.º 23/2010, de 30 de agosto
e pela Lei n.º 2/2016, de 29 de fevereiro.

216
Anexo II

Índice dos modelos


Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

Modelo 1. Estrutura geral


de uma carta de reclamação

1. Compra e venda de bens


Modelo 2. Exigência de reparação de defeito Modelo 23. Exigência de regularização de
Modelo 3. Incumprimento do prazo de situação para a compra de casa
entrega Modelo 24. Denúncia de defeitos em
Modelo 4. Extensão do período de garantia habitação
Modelo 5. Denúncia de defeito Modelo 25. Exigência de redução do preço
(fora do prazo de garantia) de aquisição de uma habitação, devido a
Modelo 6. Exigência de reparação ao defeito
domicílio Modelo 26. Exigência de indemnização por
Modelo 7. Exigência de substituição defeito em habitação
de aparelho com defeito Modelo 27. Responsabilidade pelas dívidas
Modelo 8. Anulação de compra de anterior condómino
Modelo 9. Recusa de vale Modelo 28. Recusa de pagamento de produto
Modelo 10. Exigência de reparação de avaria não solicitado
Modelo 11. Perda de interesse na compra Modelo 29. Comunicação de cessação
de um produto de contrato de compra e venda por
Modelo 12. Reclamação por alteração correspondência
do preço anunciado Modelo 30. Comunicação de cessação
Modelo 13. Reclamação por venda de contrato de compra e venda por
de brinquedo perigoso correspondência, após receção do produto
Modelo 14. Exigência de reembolso de preço Modelo 31. Ausência de reembolso no prazo
de bilhete devido a cancelamento de 14 dias
de espetáculo Modelo 32. Rescisão de contrato
Modelo 15. Falta de instruções em português dentro do prazo contratual
Modelo 16. Reclamação por informação Modelo 33. Exigência de pagamento de
insuficiente prémio
Modelo 17. Denúncia de venda de alimentos Modelo 34. Denúncia de burla
fora de prazo Modelo 35. Perda de interesse na aquisição
Modelo 18. Disparidade entre preços de um produto (compra efetuada no local
afixados e preços cobrados de trabalho)
Modelo 19. Pedido de assinatura de contrato- Modelo 36. Denúncia de contrato de compra
-promessa de compra e venda e venda (por incumprimento de requisitos
Modelo 20. Marcação do contrato legais)
definitivo de compra e venda Modelo 37. Cessação de contrato em venda
Modelo 21. Exigência de devolução de sinal efetuada por iniciativa do vendedor
Modelo 22. Exigência de indemnização Modelo 38. Cessação de contrato de compra
por incumprimento de contrato e venda (time-sharing)

218
Índice dos modelos

Modelo 39. Denúncia de contrato de compra Modelo 41. Recusa de pagamento de


e venda, por incumprimento de requisitos despesas de manutenção não aprovadas
legais (time-sharing) (time-sharing)
Modelo 40. Cessação de contrato após Modelo 42. Cessação de contrato de compra
receção do certificado predial (time-sharing) de cartão de férias

2. Prestação de serviços
Modelo 43. Pedido de orçamento Modelo 58. Reclamação por danos em
para execução de obras parque de estacionamento
Modelo 44. Aceitação de orçamento Modelo 59. Denúncia de comportamento
Modelo 45. Recusa de pagamento de incorreto de taxista
reparação não autorizada Modelo 60. Comunicação de desistência de
Modelo 46. Exigência de reparação e viagem
aparelho de substituição Modelo 61. Recusa de pagamento de
Modelo 47. Recusa de pagamento de aumento de preço em viagem organizada
deslocação (para reparação de defeito Modelo 62. Exigência de indemnização a
dentro do prazo de garantia) agência de viagens (por incumprimento
Modelo 48. Exigência de devolução das peças parcial do contrato)
substituídas Modelo 63. Exigência de indemnização a
Modelo 49. Exigência de nova reparação de agência de viagens (por incumprimento do
defeito (dentro do prazo de garantia da contrato)
reparação anterior) Modelo 64. Recusa de pagamento de
Modelo 50. Execução de obra atrasada e com despesas não comprovadas
defeitos Modelo 65. Exigência de indemnização por
Modelo 51. Reclamação por atraso nas obras atraso devido a overbooking
Modelo 52. Penalização por incumprimento Modelo 66. Exigência de indemnização por
Modelo 53. Denúncia de falta de emissão de perda de bagagem
recibo Modelo 67. Exigência de indemnização por
Modelo 54. Recusa de obra atraso em voo
Modelo 55. Recusa de obra não orçamentada Modelo 68. Denúncia de recusa de
Modelo 56. Reclamação por roupa estragada apresentação do livro de reclamações
em lavandaria Modelo 69. Denúncia de alimentos
Modelo 57. Reclamação por cobrança de deteriorados em restaurante
serviços não solicitados (prestados por Modelo 70. Reclamação por acidente em
agência funerária) autoestrada provocado por animal

219
Modelos de cartas para a defesa dos seus direitos

3. Administração pública e serviços públicos essenciais


Modelo 71. Requerimento de indemnização à Modelo 79. Reclamação por cobrança de
administração local consumo mínimo
Modelo 72. Recurso hierárquico devido Modelo 80. Reclamação por corte sem
a falta de fundamentação de ato pré-aviso
administrativo Modelo 81. Prejuízos por falhas no
Modelo 73. Requerimento de acesso a fornecimento de eletricidade
documentos da administração pública Modelo 82. Reclamação por extravio de
Modelo 74. Denúncia de negligência de encomenda
serviços de saúde Modelo 83. Reclamação por má receção de
Modelo 75. Pedido de revisão oficiosa canais de televisão por cabo
Modelo 76. Pagamento de imposto Modelo 84. Reclamação por velocidade
em prestações reduzida de acesso à internet
Modelo 77. Quantidade de água insuficiente Modelo 85. Rescisão de contrato sem
Modelo 78. Água de má qualidade penalização

4. Bancos e seguradoras
Modelo 86. Reclamação por cobrança Modelo 98. Comunicação de acidente
indevida de despesas de manutenção (à própria seguradora)
Modelo 87. Cessação de contrato de crédito Modelo 99. Exigência de indemnização
ao consumo Modelo 100. Comunicação de acidente
Modelo 88. Amortização antecipada em Modelo 101. Exigência de veículo de
contrato de crédito ao consumo substituição
Modelo 89. Pedido de renegociação das Modelo 102. Exigência de reparação
condições no crédito à habitação Modelo 103. Divergências na escolha de
Modelo 90. Pedido de revisão de spread oficina
Modelo 91. Devolução de cartão de crédito Modelo 104. Reclamação por atraso na
Modelo 92. Denúncia de fraude em utilização atribuição de indemnização
de cartão de crédito Modelo 105. Cessação do contrato de seguro
Modelo 93. Comunicação de furto de cartão por venda do veículo
de crédito Modelo 106. Comunicação de diminuição de
Modelo 94. Reclamação por exigência de risco (seguro multirriscos)
pagamento de despesas após furto de Modelo 107. Despesas com transportes
cartão de crédito Modelo 108. Exigência de entrega de
Modelo 95. Anulação de autorização de condições de seguro
transferência Modelo 109. Revogação de seguro de vida por
Modelo 96. Alteração de seguro amortização de empréstimo bancário
Modelo 97. Cessação do contrato de seguro
por aumento do prémio

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Índice dos modelos

5. Vida quotidiana
Modelo 110. Requerimento para adoção Modelo 119. Denúncia de ruído
Modelo 111. Denúncia de maus tratos a em estabelecimento noturno
crianças Modelo 120. Pedido de intervenção do
Modelo 112. Requerimento de divórcio por senhorio
mútuo consentimento Modelo 121. Reclamação por posse de
Modelo 113. Acordo sobre o exercício das animais em prédio de habitação
responsabilidades parentais Modelo 122. Reclamação por comportamento
Modelo 114. Acordo sobre o destino da casa inadequado de vizinhos
de morada da família Modelo 123. Carta para pagamento de dívidas
Modelo 115. Acordo sobre pensão de de condomínio
alimentos Modelo 124. Exigência de indemnização por
Modelo 116. Acordo sobre uso de nome pelo danos provocados por menor
ex-cônjuge Modelo 125. Exigência de abandono de
Modelo 117. Relação de bens terreno ocupado
Modelo 118. Pedido de interrupção de Modelo 126. Exigência de remoção de
produção de ruído obstáculos

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