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Aula 5

Combustíveis, Lubrificantes e Aditivos

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Prof. Flávio Rodrigues


Diesel adulterado/contaminado

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Introdução

Motores Diesel e a dificuldade de partida a frio


As consequências de se usar Diesel adulterado ou
contaminado
Que partes do conjunto mecânico sofrem com o uso
de combustível de má qualidade
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Normas Euro 5 e Proconve P7


Utilização do Arla 32
Motores Diesel

Os veículos com motores Diesel são reconhecidos principalmente por


sua grande potência, robustez e economia. Esses motores apresentam
a ignição por compressão, não utilizam velas de ignição
O motor Diesel trabalha com alta taxa de compressão. Por exemplo nos
motores do ciclo Otto essa taxa é em média de 9:1 até 12:1, já nos
motores Diesel essa taxa pode chegar até 20:1
É bom lembrar também que a taxa de compressão é a razão que indica
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quantas vezes a mistura entre ar e combustível é comprimida durante
15 a fase de compressão
Então um motor que depende da compressão para realizar a queima do
combustível e não tem velas de ignição, às vezes pode apresentar
algumas dificuldades para dar a partida, funcionar
Diesel cuidados na partida a frio
Alguns motores apresentam em dias mais frios, a partida mais demorada, o
motor demora para funcionar. Como vimos, o motor diesel precisa de calor
interno para inflamar o combustível. Por isso, é normal que em dias mais frios
seja preciso esperar um pouco mais até que a temperatura necessária seja
atingida
Por isso deve-se ligar o contato do motor, pois muitos motores tem a vela de
pré aquecimento. Essas velas esquentam o ar que ingressa na câmara de
combustão para facilitar a partida dos motores a Diesel
É fundamental que a bateria do motor a Diesel esteja em prefeitas condições,
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com a carga correta. Os veículos Diesel leves utilizam baterias de 12 Volts, já os
pesados como caminhões as baterias são ligadas em série para chegar a tensão
de 24 Volts ou tem uma bateria específica
O motor de partida tem alta durabilidade e não necessita de muita manutenção,
mas pode ser o responsável por alguns problemas de partida em motores
Diesel. Esse componente é fundamental para que o motor comece a funcionar,
então caso o motor não vire, há a necessidade de verificação
Diesel contaminado/adulterado

A adulteração é semelhante ao que ocorre com a gasolina, normalmente com a


adição de querosene. Outras adulterações comuns são a adição de óleo de soja,
adição de óleos queimados, solventes derivados de nafta, diesel marítimo, água
com corante vermelho e etanol
As adulterações neste combustível são crescentes e são adicionados produtos
que tenham boa miscibilidade
A forma como o Diesel é armazenado também influencia na sua contaminação.
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Por exemplo reservatórios enterrados de postos de combustíveis antigos, com
muitas ferrugem permitem a entrada e água e umidade que se misturam ao
Diesel
Tanques metálicos utilizados na lavoura para abastecer as máquinas agrícolas,
muitas vezes estão oxidados e pedaços de metal se desprendem e se misturam
ao combustível
Diesel contaminado

Danos ao tanque de combustível: Ao ser utilizado no veículo, o Diesel


contaminado danificará as paredes internas do tanque de combustível,
contribuindo para a proliferação de bactérias, fungos e ferrugem
Fluxo de combustível deficiente: Ao passar pelos filtros primário e secundários,
estes serão saturados antes do tempo previsto, deixando passar excesso de
contaminação para o sistema. Isto dificultará o fluxo correto do combustível
Desgaste prematuro da bomba injetora: Ao entrar na bomba injetora, as
partículas de contaminação provocarão desgaste interno deixando a bomba
7 desregulada. O aumento no consumo de combustível e o excesso de fumaça
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podem indicar possíveis avarias no sistema.
Bicos de injeção com desgaste: Os bicos de injeção também sofrerão desgaste
fazendo com que o combustível passe a ser esguichado ao invés de pulverizado.
Isso pode ser identificado quando a máquina começa a falhar e a perder
desempenho
Diesel contaminado

Desgaste prematuro de alguns componentes do motor: A fumaça


gerada pela queima de diesel contaminado provocará desgaste em
outros componentes do motor como válvulas de admissão, camisa do
cilindro, anéis do pistão, e pistão
Contaminação do óleo do cárter: A queima do diesel adulterado, acaba
por contaminar também o óleo lubrificante no cárter, que na
sequência, irá prejudicar todos os componentes que são lubrificados,
como o virabrequim, biela e tuchos. Pois haverá redução na película de
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lubrificante
Carbonização das partes superiores do motor: Quando os anéis,
pistões, e cilindros sofrerem desgaste, o óleo lubrificante irá em
excesso para as partes superiores do motor e começará a ser
carbonizado pelas altas temperaturas
Fumaça em excesso Diesel contaminado

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Norma Euro 5/Proconve P7

Euro 5 é um conjunto de normas pensadas para reduzir a emissão de


poluentes dos veículos movidos a Diesel, como os caminhões. Esse
nome, aliás, é uma referência à lei europeia criada com o mesmo
propósito
A primeira versão desta norma europeia voltado à diminuição de
poluentes emitidos por ônibus, caminhões e afins surgiu em 1992. Em
mais de 25 anos de existência, ela passou por 5 atualizações, sempre
no sentido de modernizar os veículos a fim de deixá-los menos
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poluentes
No Brasil, existe um programa que adota as normas da Euro 5, o
mesmo é chamado de Programa de Controle da Poluição do Ar por
Veículos Automotores (PROCONVE P7), sendo responsabilidade do
CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)
Norma Euro 5/Proconve P7

Em vigor desde janeiro de 2012, o PROCONVE P7 estabelece limites de


emissões para carros pesados e movidos a diesel. Para serem
atendidos, eles exigem novas tecnologias — sistemas de pós-
tratamento dos gases de escapamento e modificações nos motores — e
combustível com teor reduzido de enxofre.
Para atender estas normas, é fundamental ter atenção à qualidade do
combustível que deve ser utilizado nos motores
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Um dos principais objetivos é que as montadoras venham a fabricar
veículos capazes de reduzir a descarga de óxido de nitrogênio em até
60%. Outras reduções importantes são o monóxido de carbono ,
hidrocarbonetos totais e o material particulado (80%)
Fumaça escura (particulado) Diesel

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Proconve P7 mudanças nos motores

O Euro 5 obrigou os caminhões saírem de fábrica com um motor Diesel cujo sistema é
capaz de fazer o tratamento de gases poluentes promovendo a recirculação do gás de
escapamento
Uma dessas tecnologias também é chamada de EGR (Exhaust Gas Recirculation): com
ela, há como reduzir a temperatura da combustão e eliminar óxido de nitrogênio
(NOx). Ocorre um controle do volume de gases expelidos após a combustão
Este sistema permite que uma parte dos gases de escape seja recirculada para o
circuito de admissão, para que sejam combinados com a mistura e ajudem a baixar a
13 temperatura de combustão. Isso reduz muito a emissão de gases poluentes e, no
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caso do diesel, reduz as emissões de óxido de nitrogênio nocivo
Desenvolveu-se sistemas de turboalimentação mais complexos. Outra tecnologia que
pode contribuir com esse processo de adaptação é a SCR (Selective Catalityc
Reduction), que viabiliza a redução catalítica seletiva. Na prática, ela funciona como
uma válvula que injeta um aditivo — o agente líquido Arla 32 — para neutralizar o
óxido de nitrogênio
Euro 5/Proconve P7 novas tecnologias

Todas essas tecnologias apresentam vantagens de acordo com as


especificações de cada veículo. Depois que a determinação legal entrou em
vigor, os fabricantes selecionaram a opção mais adequada para suas
produções: além de atender às normas, as tecnologias foram adotadas levando
em conta os custos e as condições operacionais
É muito importante ter atenção ao Diesel, ainda mais se o objetivo é a economia
de combustível. P
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Para cumprir as exigências da regulamentação, é preciso rodar com um Diesel
cujo teor de enxofre seja menor do que o encontrado nas versões antigas
Logo após a regulamentação, passaram a ser comercializados no Brasil dois
modelos distintos de Diesel: o S50 e o S10. Os dois são permitidos pela
legislação, mas o S10 era a opção mais limpa do ponto de vista da emissão de
poluentes — isso fez com que ele fosse recomendado com mais frequência
Diesel S10, S500 e S50

Diesel S500, ou Diesel comum como é conhecido nos postos de combustível,


traz este nome pois contém 500 ppm ou partes por milhão, de teor máximo de
enxofre. O tipo mais simples de Diesel, possui coloração avermelhada,
pigmento de utilização obrigatória de acordo com a regulamentação
estabelecida pela ANP. A utilização do Diesel S500 é recomendada aos veículos
movidos a diesel fabricados até 2012
Diesel S10, traz em sua composição uma adição de até 12% de Biodiesel e teor
de enxofre máximo de 10 ppm, causa menos danos ao meio ambiente. Seu nível
de cetano é registrado em 48, contra 42 do Diesel S500
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15 Diesel S50, diesel com 50 partes de enxofre por milhão, que foi substituído
entre 2013 e 2014, pelo S-10 (10 partes de enxofre por milhão), não sendo
mais distribuído
Diesel S1800, apresenta o teor de enxofre de 1800 ppm, não é de uso
rodoviário (mineração, transporte ferroviário e geração de energia elétrica)
Arla 32 Agente Redutor Líquido Automotivo

A redução catalítica é feita a base de ureia (Arla 32) para o tratamento dos gases de
escape, SCR (Selective Catalityc Reduction)
Um reagente líquido (o Arla 32 ) é pulverizado no gás de escapamento, ocorrendo
uma reação química no catalisador que praticamente neutraliza a geração de Nox,
produzindo nitrogênio e vapor d’agua
O ARLA 32 (uma solução de ureia de alta qualidade e pureza em água
desmineralizada) não pode ser misturado ao diesel. Todos os veículos tem um tanque
para o ARLA 32, com tampa azul, separado e devidamente identificado

16 O consumo de ARLA 32 é aproximadamente 5% do de diesel. Em geral, a capacidade


15 do tanque de ARLA 32 deve ser suficiente para um reabastecimento a cada 3 ou 4
tanques de diesel. A necessidade de reabastecimento do ARLA 32 será indicada no
painel do veículo
O Arla 32 é inofensivo e pode ser manuseado sem problemas. Não tem cheiro, não
irrita a pele, não é explosivo e nem poluente. Só não deve ser armazenado em
recipientes metálicos, que podem enferrujar
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