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UNIVERSIDADE SANTO AMARO – UNISA

Curso de Administração

Suellen Rocha Silva

PROJETO INTEGRADOR III – PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO


SUPERMERCADOS BH

Brasília de Minas - MG

2022
UNIVERSIDADE SANTO AMARO – UNISA
Curso de Administração

Suellen Rocha Silva

PROJETO INTEGRADOR III – PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO


SUPERMERCADOS BH

Trabalho do curso de Administração da


Universidade Santo Amaro – UNISA, como
requisito parcial para aprovação da disciplina
Projeto Integrador, sob a orientação do Prof.
Fabiana Aparecida Silva Garcia

Brasília de Minas - MG

2022
RESUMO

O pagamento dos tributos é inevitável, porém cabe ao contador analisar os dados fornecidos
pela empresa e verificar qual é a melhor opção tributaria. É importante destacar que no Brasil,
a economia é bastante afetada pelas altas cargas tributárias. Em relação à metodologia o
estudo classifica-se como pesquisa descritiva e bibliográfica. Neste contexto, foi realizado uma
profunda analise das formas jurídicas existentes e que são autorizadas a funcionar no país,
foi apresentado os conceitos referentes ao enquadramento tributário, e suas respectivas
alíquotas, apresentou-se também a criação de um Supermercado, onde buscou-se a forma
jurídica adequada para o mesmo, bem como em qual enquadramento tributário o
supermercado se encaixa, encerrando com o capital social da empresa.

Palavras Chaves: Planejamento Tributário; Forma Jurídica; Supermercado.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4

2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .................................................................... 4

3. FORMA JURÍDICA ............................................................................................. 5

4. ENQUADRAMENTO TRIBUTÁRIO ................................................................. 8

5. CAPITAL SOCIAL ............................................................................................. 12

11. CONCLUSÃO .................................................................................................. 14

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 15
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1. INTRODUÇÃO
Tudo começou em 1996. Pedro, depois de passar por uma rede já extinta de
supermercados, era então um representante comercial de um atacadista de arroz e
‘morria de vontade’ de ter uma mercearia. A oportunidade, na forma de ponto
comercial, apareceu no bairro São Benedito, em Santa Luzia.
Lá ele fazia de tudo: comprava, atendia à clientela, pagava... “Fui espremendo
o caldo, achando bom negócio, comecei a expandir e deu certo”, resume ele, que logo
já abrira uma meia dúzia de lojas na mesma região a partir do reinvestimento de todo
o lucro no próprio negócio. Atualmente, o Supermercados BH, em 17 anos, é a maior
rede mineira e a 8ª do país.
Esse projeto tem como objetivo apresentar um estudo profundo a respeito do
Supermercados BH, suas atividades, com a finalidade de aplicar cada operação da
empresa na legislação tributária.
Serão apresentados conceitos e aplicações a respeito de enquadramentos
tributários, forma jurídica e capital social.
Destacando que as empresas que adotam o planejamento fiscal em suas
estratégias de negócio conseguem cumprir todas as suas exigências legais. Além
disso, a gestão tributária ajuda a planejar, conhecer, analisar e estudar as formas
existentes de tributação que envolvem a empresa.
Assim, é possível identificar formas de diminuir as despesas empresariais e,
claro, otimizar o trabalho da equipe contábil.

2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

A rede Supermercados BH nasceu da visão empreendedora que conduziu


Pedro Lourenço de Oliveira, a abrir em maio de 1996 sua primeira mercearia, no bairro
São Benedito, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Era dada
a largada para uma trajetória marcada pela simplicidade na gestão, competência,
perseverança e boas parcerias.
Ao longo de 26 anos a empresa tem se pautado pelo trabalho árduo e na
seriedade de sua equipe, além de um crescimento amparado em bases sólidas de
administração, sendo éticos, morais e legais, mantendo sua credibilidade perante o
mercado em alta, e se esforçando para oferecer o melhor serviço aos seus clientes,
com a melhor qualidade e ao menor custo possível de ser praticado.
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A atividade econômica principal do Supermercados BH é o comércio varejista


de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios. Suas
atividades econômicas secundárias são: comércio atacadista de frutas, verduras,
raízes, tubérculos, hortaliças e legumes frescos; comércio atacadista de produtos
alimentícios em geral; comércio atacadista de mercadorias em geral, sem
predominância de alimentos ou de insumos agropecuários; comércio varejista de
mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados;
padaria e confeitaria com predominância de revenda; comércio varejista de doces,
balas, bombons e semelhantes; comércio varejista de carnes – açougues; comércio
varejista de bebidas; restaurantes e similares; lanchonetes, casas de chá, de sucos e
similares; atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em
geral, exceto imobiliários; serviços combinados de escritório e apoio administrativo
Os principais impostos que incidem sobre a empresa são: IRPJ: Imposto de
Renda Pessoa Jurídica; COFINS: Contribuição Social sobre o Faturamento; ICMS:
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços; PIS: Programa de
Integração Social; CSLL: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

3. FORMA JURÍDICA

No Brasil existem vários tipos de empresas e é importante conhecê-los, afinal


a escolha vai determinar bastante como o novo negócio será organizado bem como
ele se desenvolverá.
As principais modalidades de organização de empresa são:
A Sociedade Limitada consiste num tipo societário que estabelece normas com
base no valor Investido por cada sócio. A responsabilidade de cada sócio é restrita,
"limitada", ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela
integralização do capital social. O capital social divide-se em quotas, iguais ou
desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. De acordo com a Lei de Liberdade
Econômica nº 13.874 de setembro de 2019, a sociedade limitada pode ser constituída
por 1 (uma) ou mais pessoas.
Vantagens: patrimônio dos sócios está protegido contra possíveis problemas
financeiros da empresa; a distribuição dos lucros é facilitada, já que cada sócio tem
direito a lucrar de maneira correspondente à sua participação na empresa; patrimônio
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preservado, já que os sócios não podem usar os bens da empresa para questões
particulares; proteção da estabilidade no negócio.
Desvantagens: obrigatoriedade de um conselho fiscal; não existe um valor
mínimo para a empresa, o que pode causar divergências entre os sócios.
Sociedade Anônima de Capital Aberto - Compreende as entidades dotadas de
personalidade jurídica de direito privado, de natureza empresária, cujos valores
mobiliários de sua emissão estão admitidos à negociação no mercado de valores
mobiliários, estando sob a fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Vantagens: Fácil para obter investimentos; redução das dívidas com
equipamentos e recursos novos; a imagem da empresa fica em evidência, dando
visibilidade ao negócio
Desvantagens: O mercado de ações pode ser incerto; empresa precisa cumprir
várias exigências legais; é necessário ser transparente sobre os dados do negócio
Sociedade Anônima de Capital Fechado - Compreende as entidades dotadas
de personalidade jurídica de direito privado, de natureza mercantil, as quais, ao invés
das companhias abertas, não contam com a admissão dos valores mobiliários de sua
emissão à negociação no mercado de valores mobiliários, não estando sujeitas,
portanto, à fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Vantagens: controle centralizado da companhia; a contabilidade da companhia
pode ser feita por um escritório de contabilidade; pode escolher quais informações
divulgar para o mercado.
Desvantagens: Para conseguir recursos, estas empresas precisam recorrer à
financiamentos e empréstimos; a centralização impede a empresa de receber
investimentos externos.
Sociedade simples é definida como a parceria de dois ou mais profissionais que
desempenham serviços de natureza intelectual ou cooperativa, e executam essas
atividades de forma direta no negócio. Dentro desse molde de empreendimento, as
atividades exercidas são da área intelectual (literária, científica ou artística), e os
sócios são os únicos responsáveis pelo financiamento da empresa e de seus bens.
De forma que, em caso de problemas financeiros, a quitação das dívidas se dará por
meio da utilização dos recursos pessoais dos sócios. Com relação aos sócios dessa
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categoria, eles podem ser de serviço, que é quando sua contribuição é feita na
execução de serviços e mão de obra, de acordo com sua área de trabalho.
Vantagens - É uma sociedade que têm como objetos atividades profissionais
de natureza científica, literária ou artística. Não possui um caráter empresarial.
Desvantagens - Não tem acesso a benefícios do direito de empresa, como
recuperação judicial e falência.
Microempresa (ME) é um porte de empresa, ou seja, uma classificação de seu
tamanho. Possui as seguintes características:
Rendimento bruto de até R$ 360 mil por ano;
Opção de escolha de natureza jurídica como: Microempresário Individual (MEI),
para faturamentos até 81 mil reais ao ano, Empresário Individual, Sociedade Limitada
Unipessoal ou Sociedade Limitada com sócios e Sociedade Simples
As vantagens da microempresa: Redução da carga tributária; recolhimento de
impostos unificado; redução das obrigações trabalhistas; menos burocracia.
Desvantagens: Tributação sobre a Receita Bruta; quantidade limitada de
empregados; sem compensação nos impostos.
Empresa de Pequeno Porte é uma empresa maior que uma microempresa
(ME), uma empresa de pequeno porte tem o faturamento anual de até R$ 4,8 milhões,
já uma microempresa tem o faturamento anual de do no máximo R$ 360 mil. Então,
para uma empresa ser considerada de pequeno porte, ela deve ter um faturamento
anual acima de 360 mil reais, com limite de até 4,8 milhões de reais. Uma EPP pode
ter diversos sócios e no máximo 100 funcionários.
Uma EPP tem acesso a algumas naturezas jurídicas, que irão fazer as
classificações empresariais. Essas classificações servem como um conjunto de regras
que irá determinar se o negócio poderá ter sócios, quais atividades poderá executar,
entre outros.
A EPP pode optar por se enquadrar como EI (Empresário Individual), EIRELI
(Empresa Individual de Responsabilidade Limitada), Sociedade Limitada ou SLU
(Sociedade Limitada Unipessoal).
Vantagens de uma Empresa de Pequeno Porte: acesso ao Simples Nacional;
dispensa de algumas obrigações trabalhistas, como a posse do Livro de Inspeção do
Trabalho; fácil representação na justiça do trabalho; dispensa da formalização das
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deliberações sociais e da estrutura organizacional; processos licitatórios destinados


exclusivamente às EPPs e MEs;
Desvantagem: unificação dos tributos nas esferas Federal, Estadual, Municipal,
não permite o aproveitamento de crédito de impostos do sistema acumulativo (IPI, Pis,
Confins, ICMS).
4. ENQUADRAMENTO TRIBUTÁRIO

De acordo com Santos e Oliveira (2017, p. 2) “o planejamento tributário tornou-


se indispensável, pois a legislação tributária brasileira é muito complexa, com
inúmeras leis e constantes alterações, o que dificulta a interpretação dos empresários,
assim como em se manterem atualizados em virtude dos diversos influenciadores na
gestão empresarial. ” O planejamento possibilita então duas ou mais opções lícitas,
estudando de forma previa os efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais
menos onerosas.
Tributação é definido no artigo 3º do Código Tributário Nacional (BRASIL, Lei
nº 5.172/1966) como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. ” No Brasil são três
os principais tipos de regimes tributários mais utilizados pelas empresas de acordo
com as atividades desenvolvidas por elas: Simples Nacional, Lucro Real e Lucro
Presumido.
O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e
fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte,
previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Ele abrange a
participação de todos os entes federados como Municípios, Estados, Distrito Federal
e União e entrou em vigor no dia 01/07/2007 através da Lei Complementar nº 123
(Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte) conhecida como
Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.
É preciso ser uma Microempresa para optar pelo Simples Nacional. Dentre as
Microempresa, temos: a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa
individual de responsabilidade limitada e o empresário, devidamente registrados nos
órgãos competentes, que receba em cada ano calendário, a receita bruta igual ou
inferior a R$ 360.000,00. Ou ser uma Pequena Empresa caso sua receita bruta anual
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for superior R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00. Ou ainda ser o que


a Lei Geral conceituou como microempreendedor individual, que é pessoa que
trabalha por conta própria e se legaliza como pequeno empresário optante pelo
Simples Nacional, com receita bruta anual de até R$ 60.000,00. O microempreendedor
pode possuir um único empregado e não pode ser sócio ou titular de outra empresa
(SEBRAE, 2017).
Tabela 1. Do Simples Nacional
Faixa Alíquota Valor a Deduzir (em R$) Receita Bruta em 12 Meses (em R$)

1ª Faixa 4,00% – Até 180.000,00

2ª Faixa 7,30% 5.940,00 De 180.000,01 a 360.000,00

3ª Faixa 9,50% 13.860,00 De 360.000,01 a 720.000,00

4ª Faixa 10,70% 22.500,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00

5ª Faixa 14,30% 87.300,00 De 1.800.000,01 a 3.600.000,00

6ª Faixa 19,00% 378.000,00 De 3.600.000,01 a 4.800.000,00


Fonte: Contabilizei
Tabela 2. Percentual e Repartição dos Tributos
CPP CSLL ICMS IRPJ Cofins Faixas PIS/Pasep

41,50% 3,50% 34,00% 5,50% 12,74% 1a Faixa 2,76%

41,50% 3,50% 34,00% 5,50% 12,74% 2a Faixa 2,76%

42,00% 3,50% 33,50% 5,50% 12,74% 3a Faixa 2,76%

42,00% 3,50% 33,50% 5,50% 12,74% 4a Faixa 2,76%

42,00% 3,50% 33,50% 5,50% 12,74% 5a Faixa 2,76%

42,10% 10,00% – 13,50% 28,27% 6a Faixa 6,13%


Fonte: Contabilizei

Para se enquadrar no regime do Lucro Real, o que se leva em conta é o lucro


contábil da empresa. Dessa forma, obrigatoriamente, os impostos incidem sobre o
lucro real de empresas com faturamento anual superior a R$ 78 milhões. Ou, da
mesma forma, sobre o lucro de empresas que faturam mensalmente R$ 6,5 milhões.
Neste caso, quando o exercício é inferior a 12 meses. As empresas que optam por
esse regime, acima de tudo, possuem grandes despesas. Podem ser despesas com
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locações, matéria-prima e afins. Essas despesas fazem com que a margem lucro seja
bem reduzida.
A desvantagem, neste caso, é que os custos operacionais acabam
aumentando. A quantidade de obrigações que recaem sobre o empresário perante a
Receita Federal também é grande.
No Lucro Real o imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro
podem ser apurados de duas formas: pelo lucro real anual ou pelo lucro real trimestral.
O Lucro Real Anual o IRPJ e a CSLL são recolhidos mensalmente através de
estimativa, assim como no lucro presumido. Porém, no final do exercício deve ser feito
um balanço para apuração do resultado e confrontação com o que foi pago, uma vez
que o recolhimento efetuado durante o ano não foi baseado no resultado real da
Empresa e sim através de estimativa. Esses recolhimentos podem ser suspensos ou
reduzidos caso a empresa perceba que esteja pagando a maior, mas para isso é
necessário levantamento de balanço ou balancete que comprove essa situação. Além
disso, o Livro Diário e o LALUR deverão estar escriturados até a data limite fixados
pela legislação para pagamento do IRPJ e CSLL (CREPALDI et al, 2017).
O Lucro Real Trimestral de acordo com Young (2008 apud CREPALDI et al.,
2017) é “o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou
compensações prescritas ou autorizadas pela lei”. O período de apuração desse
regime de tributação é o último dia dos meses de março, junho, setembro e dezembro
de cada ano-calendário e, caso haja prejuízo, este só poderá ser compensado a partir
do trimestre seguinte e limitado a 30% do Lucro Real.
Vantagens: compensação de prejuízos fiscais; como considera o lucro real da
empresa, tem regime de tributação mais justa; aproveita créditos do PIS e do COFINS;
a apuração do lucro pode ser mensal, trimestral ou anual, o que for mais adequado às
estratégias do negócio; quando ocorre prejuízo fiscal, a contribuição tributária não é
obrigatória.
Desvantagens: muita burocracia na gestão de documentos; volume alto de
obrigações acessórias; rigoroso controle contábil; PIS e COFINS com alíquotas mais
altas.
Tabela 3, de Impostos do Lucro Real
Imposto LR Alíquota
PIS 1,65%
CONFINS 7,60%
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IRPJ 15,00%
CSLL 9,00%
ICMS 7,98%
Fonte: Autor
Os impostos e contribuições no Lucro Presumido são calculados com base no
faturamento, desprezando-se as despesas e os custos, assim como no Simples
Nacional. A diferença entre esses dois sistemas é que no simples a alíquota varia de
acordo com a atividade e com o valor faturado, quanto maior a receita maior será a
alíquota para apuração do imposto a pagar. Já no lucro presumido, a alíquota para os
impostos independe do faturamento, o que varia é a alíquota de presunção do lucro
de acordo com a atividade da Empresa.
No regime do lucro presumido são quatro os tipos de impostos federais
incidentes sobre o faturamento, dentre eles o PIS e a COFINS, que devem ser
apurados mensalmente, e o IRPJ e a CSLL cuja apuração deverá ser feita
trimestralmente. Pode-se dizer que o lucro presumido é uma presunção por parte do
fisco, do que seria o lucro de uma empresa caso não existisse a contabilidade.
No Lucro Presumido, presume-se o lucro para arrecadação do Imposto de
Renda com apuração trimestral, desde que a empresa não esteja enquadrada na
apuração de Lucro Real (neste apura-se o valor devido a partir do lucro líquido de
cada período de apuração) (FABRETTI, 2009).
Vantagens: é um regime tributário mais simples e menos burocrático que o
Lucro Real; quando o lucro real da empresa é superior ao lucro presumido, o cálculo
dos impostos é feito sobre o último; as obrigações fiscais são menos complexas,
portanto, a gestão contábil não exige tanto detalhamento; PIS e COFINS têm alíquotas
menores que no Lucro Real.
Desvantagens: não há compensação de créditos PIS e COFINS; se ocorrer
redução na lucratividade da empresa ao longo do ano não tem como ajustar a base
de cálculo; quando ocorre lucro acima da presunção a distribuição dos lucros entre os
sócios exige um balanço mais apurado.
Tabela 4, de Impostos do Lucro Presumido
Imposto LP Alíquota
PIS 0,65%
CONFINS 3,00%
IRPJ 8,00%
CSLL 12,00%
ICMS 5%
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Fonte: Autor
Segundo dados coletados o enquadramento tributário mais adequado para o
Supermercados BH é o Lucro Real. Nesse regime, a apuração é feita trimestral ou
anual. Como o Lucro Real é um regime tributário diferenciado, pois é o único em que
o valor não é calculado sobre o faturamento total e sim a partir de descontos deste
faturamento (custos e despesas).
Tomando como base um Lucro Real de R$86.815,00, será apresentado na
Tabela 5, o relativo resultados dos cálculos das obrigações conforme o regime Lucro
Real.
Obrigações Resultado
IRPJ R$ 13.022,25
CCSL R$ 7.813,35
PIS R$ 1.432,45
CONFINS R$ 6.597,94
ICMS R$ 6.927,84
TOTAL R$ 35.793,83
Fonte: Autor

O IRPJ foi calculado aplicando-se a alíquota de 15% sobre o resultado


encontrado após a dedução das despesas sobre a receita total. A Contribuição social
foi calculada aplicando-se a alíquota de 9% sobre a mesma base de cálculo do IRPJ.
Já para o cálculo do PIS aplica-se uma alíquota de 1,65% sobre o resultado do
faturamento total descontando todas as despesas no qual se possui nota eletrônica,
acrescida do custo de mercadoria vendida. E para o COFINS tem se o mesmo
procedimento que o PIS mas com uma alíquota diferente que no caso é 7,6%. E por
fim o ICMS Estadual, onde no estado de Minas Gerais, possui uma alíquota de 7,98%.
Se enquadrando no Lucro Real, o Supermercados BH, poderá se beneficiar de
uma redução tributária. Isso porque, o PIS e o COFINS dão direito ao crédito fiscal,
que é um incentivo do governo federal para diminuir os impactos que os impostos
podem causar nas empresas.
5. CAPITAL SOCIAL
Representa a investimento inicial realizado pelos sócios para abertura da
empresa. São valores que os sócios assumem o compromisso de integralizar. Este
valor total é também conhecido como Capital Nominal ou Capital Subscrito grupos.
Porém, nem sempre os sócios conseguem entregar na abertura da empresa
todo o capital subscrito no contrato social, passando então a existir o chamado Capital
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a Integralizar. Esta terminologia evidencia o valor em reais ainda do capital social


assumido pelos sócios, mas ainda não entregue, não integralizado.
A função do Capital Social é garantir o funcionamento de uma empresa durante
o período em que ela ainda não dá retorno financeiro.
Após definir a linha de trabalho, escolher o ponto, os sócios e listar tudo que
precisa para a abertura, é hora de definir o valor necessário para que o negócio
comece a funcionar, incluindo documentações e parte legal.
É preciso, portanto, saber qual será o gasto com aluguel do espaço, quanto de
matéria-prima é preciso para atender aos pedidos dos primeiros meses, salário dos
funcionários, custos mensais de contabilidade, entre outros.
O Capital Social é fundamental para a sobrevivência de um negócio e faz parte
da sua gestão estratégica. Ele delimita as primeiras ações e define um panorama do
que é necessário para que seu projeto saia do papel e se torne algo real. Ele também
corresponde ao seu fluxo de caixa inicial, visto que todos os recursos financeiros dos
primeiros meses virão dele.
O Supermercado BH está capitalizado em R$ 14.000.000,00. A empresa possui
7 sócios, com investimentos proporcionais à participação.
Tabela 6
Número Sócio Valor Participação
Sócio 1 Frederico R$2.100.000,00 15%
Sócio 2 Pedro Júnio R$2.100.000,00 15%
Sócio 3 Waldir R$2.100.000,00 15%
Sócio 4 Pedro L. R$2.100.000,00 15%
Sócio 5 Leonardo R. R$1.866.200,00 13,33%
Sócio 6 Sheilla R$1.866.200,00 13,33%
Sócio 7 Leonardo L. R$1.867,600,00 13,34%
Total R$ 14.000.000,00 100%
Fonte: autor
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11. CONCLUSÃO

A realização deste projeto demostra claramente a importância de um


Planejamento Tributário para o sucesso de uma empresa, tanto para se obter a maior
lucratividade possível ou não deixar a mesma cair em insolvência, pois um correto
enquadramento fiscal poderá auxiliar na economia de impostos e alavancagem de
suas finanças.
Conclui-se que o planejamento tributário ajuda a identificar os tributos voltados
para cada tipo de negócio. Por exemplo: uma empresa prestadora de serviços não
pagará os mesmos impostos que uma empresa de produtos. Isso quer dizer que, em
alguns casos, é possível usufruir da isenção de impostos e outros custos tributários.
A carga tributária é um valor que incide sobre o negócio e que merece atenção
especial dos empreendedores. Apesar da sua importância dentro do mercado, a
tributação é um tema que pode passar despercebido na gestão financeira do negócio,
podendo impactar negativamente o crescimento empresarial. Por conta disso, é
indispensável fazer planejamento tributário, para estar ciente dos custos fiscais e das
exigências de cada taxa, imposto e contribuição.
Este trabalho foi importante para o planejamento de uma empresa que será
aberta, bem como, foi de suma importância para a acadêmica, uma vez que
conseguiu-se aprofundar os conhecimentos teóricos nas áreas de análise da
contabilidade tributária e planejamento tributário, os quais foram aplicados na prática
de um estudo de caso em uma organização do ramo alimentício.
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REFERÊNCIAS

BAZZI, Samir; Gestão Tributária; Pearson, 2016

BRASIL, Lei nº 7.172, de 25 de outubro de 1966. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172.htm. Acesso em: 05 de dezembro de
2022.

CREPALDI, Paolo Guariso; et all. As formas de tributação como método de


economia tributária. Disponível em:
https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arqidvol_33_1426539178.pdf. Acesso em:
05 de dezembro de 2022.

FABRETTI, L. C. Direito Tributário Aplicado: Impostos e Contribuições das


Empresas. 2ª Edição. São Paulo: Atlas, 2009.

LUZ, Érico Eleutério; Contabilidade Tributária; 2 ed.; Pearson, 2014

MARQUEZ, Gabriel. Lucro Real ou Presumido: qual regime escolher para sua
empresa? Nota Fiscal Eletrônica, gestão empresarial e meios de pagamento - Blog da
Nfe.io. Disponível em: <https://nfe.io/blog/gestao-empresarial/lucro-real-ou-
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SANTOS, Adiléia Ribeiro; OLIVEIRA, Rúbia Carla Mendes. Planejamento tributário


com ênfase em empresas optantes pelo Lucro Real. Disponível em:
http://congressocfc.org.br/hotsite/trabalhos_1/361.pdf. Acesso em: 04 de dezembro
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Comparativo Entre Os Regimes De Tributação Brasília. [s.l.: s.n.], 2017. Disponível
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Acesso em: 6 dez. 2022.

TORRES, Vitor. Microempresa (ME): O que é uma ME? Como funciona, definição e
características. Blog da Contabilizei. Disponível em:
<https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/o-que-e-microempresa-e-qual-
a-diferenca-com-outros-tipos/>. Acesso em: 5 dez. 2022.

TORRES, Vitor. Anexo I simples nacional: Tabela completa de atividades, guias,


alíquotas e impostos 2022. Blog da Contabilizei. Disponível em:
<https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/anexo-1-simples-nacional/>.
Acesso em: 6 dez. 2022.
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UNISA. Universidade Santo Amaro. Biblioteca Milton Soldani Afonso. Manual de


normatização de trabalhos acadêmicos. 3 ed. São Paulo: Unisa, 2018. Disponível
em: http://www.unisa.br/media/Manual-Normatizacao20062018.pdf. Acesso em: 13
novembro 2022

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