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A Psicologia-compreensão humana e o Impacto do stress no

perfecionismo.

A psicologia e compreensão humana

Pensar sobre psicologia humana é sempre vago, porém é algo muito importante para os
diversos géneros de desenvolvimento que o aluno pode alcançar, como um ser humano
único que revela as suas dificuldades próprias. Nesta parte, o papel dos docentes é
sempre essencial, devendo o professor colocar-se na posição de entendimento e
compreensão de cada aluno, selecionando um método de ensino que se ajuste às suas
capacidades individuais.

Quanto à importância do ensino da compreensão, Edgar Morin define a existência do


saber, ou seja da compreensão, de duas importantes maneiras, a intelectual e a humana.
A compreensão intelectual refere-se ao que se pode ser entendido com clareza, da
explicação que Morin “considera o que é preciso conhecer como objeto e aplicar-lhe
todos os meios objetivos de conhecimento. A explicação é sempre necessária para a
compreensão intelectual ou objetiva” Já a compreensão humana vai além da explicação,
e é necessária a compreensão que “inclui, necessariamente, um processo de empatia, de
identificação e de projeção” (MORIN, 2001)

Quanto à escola, é sem dúvida um elemento primordial para o ensino da compreensão


humana, evidenciando a importância da infância nessa experiência, pois é na infância
que a criança inicia as suas descobertas e principalmente a sua formação pessoal, para
além e de também ser nesta fase que o aluno desfruta de um maior contato com outros
indivíduos da mesma faixa etária, onde se iniciam as primeiras frustrações,
competições, a interiorização de regras, a boa convivência e o respeito mútuo.

A comunicação é intrínseca ao ser humano, apesar de plena, Morin explica sobre a


incompreensão se manifestar por vários motivos. Esses motivos residem nos ruídos que
prejudicam a comunicação e principalmente a compreensão entre as pessoas, causando
um mal-entendido entre o emissor e receptor da mensagem. Outro aspecto é são os
vários significados de uma noção que, enunciada num sentido, pode ser entendida de
outra forma. (MORIN, 2001), é por isso que para compreender o conceito é necessário
situá-lo no espaço e no tempo que o emissor aborda, além de ser necessário que o
receptor esteja com a sua atenção ativa e concentrada no momento da transmissão da
mensagem.

Devido a isso o contexto também pode ser um ameaçador da compreensão, pois o


contexto é inerente ao conceito, isto é, para compreender a mensagem os sujeitos
precisam sempre de entender o objeto (conceito) e a referência (contexto) que se faz
dele.

A ética da compreensão “pede que se argumente, ou seja, que se refute ao invés de


excomungar e anatematizar” (MORIN, 2001). Conduz a consciência da junção dos
elementos num paradigma que inclua e vá além da percepção material, real e
reducionista do fenómeno, para isso deve-se analisá-lo nas suas suas dimensões.

A segunda compreensão, a compreensão humana, “é ao mesmo tempo meio e fim da


comunicação humana” (MORIN, 2015). Para entender o outro é necessário além da
comunicação, verbal ou não, projetar-se e identificar-se com o outro indivíduo. Vai
além da explicação, pois esta acontece por meio de uma seleção de elementos
necessários a fim de explicar um fenómeno ou objeto, já a compreensão transcende a
explicação de maneira a colocar-se no lugar no outro, por empatia e intersubjetividade.

A compreensão humana identifica ao mesmo tempo a semelhança de si e a diferença de


si, semelhança como espécie e diferença devido à singularidade e cultura de cada
indivíduo (MORIN, 2015). Reconhecer o outro com qualidade é um princípio inerente à
condição humana de convívio entre as pessoas.

Há uma incoerência intensa também no mundo dos intelectuais uma vez que deveria ser
o mais compreensivo, no entanto é o menos compreensivo devido ao excesso do ego. As
relações são arruinadas ao nível planetário devido à carência da compreensão (MORIN,
2015). “A incompreensão pode levar as pessoas agir num profundo estado primitivo, e
vice e versa.

Edgar Morin explica que “a incompreensão em relação ao outro suscita a


incompreensão do outro em relação a nós mesmos”, ou seja, se o sujeito for capaz de
identificar e entender os seus próprios estilos de vida, motivos de reações,
comportamentos e erros, também é possível compreender por meio da empatia o outro
sujeito.
Compreender a incompreensão é outro princípio fundamental para condição humana,
mas para isso é necessário compreender-nos, reconhecer as nossas insuficiências, as
nossas carências, substituir a consciência suficiente pela consciência de nossa
insuficiência” (MORIN, 2015) Se ‘eu’ como sujeito tenho imperfeições e também erro,
faz-se importante refletir o motivo que não se pode compreender o erro ou atitude do
outro, mesmo que se pareça incompreensível, as pessoas são compostas por dimensões
que devem superar o reducionismo humano.

É nesse cenário da consequência funesta da falta das duas compreensões, intelectual e


humana, que o ensino da compreensão possui destaque nas matrizes curriculares das
escolas, “seria necessário poder ensinar a compreensão desde a escola primária
estendendo-a ao ensino médio e à universidade” (MORIN, 2015). Esse ensino
horizontal propicia a elevação do nível de compreensão, autoconhecimento,
autorreflexão, ou seja, a consciência de si propulsiona a caminho à compreensão de
cada um em todos. A ética da compreensão deveria passar por todos os indivíduos no
contexto escolar, tanto os agentes formadores como nos discentes, oportunizando
espaço de diálogo ao invés de conflitos, tanto entre estudantes, corpo docente, como
entre docentes e discentes.

Diante disso, “a consciência da complexidade humana convida-nos a não nos fixarmos


nos aspectos negativos dos indivíduos, mas a olhar todos os seus aspectos, o que tende a
eliminar a maldade” (MORIN, 2015)

Pode-se concluir que o ensino da compreensão, como propõe Morin, exige


comprometimento dos docentes, pois esses são responsáveis pelo aprendizagem do
aluno, e por que não responsáveis em dar o exemplo para esses indivíduos. Para Paulo
Freire, um pedagogo brasileiro de bastante relevância nesta área, “Não há pensar certo
fora de uma prática testemunhal que o re-diz em lugar de desdizê-lo. Não é possível ao
professor que pensa certo mas ao mesmo tempo perguntar ao aluno se ‘sabe com quem
está a falar’.”

Ou seja, o professor não deve apenas pensar sobre as consequências do ensino da


compreensão para os seus alunos, mas deve vivenciar esse ensino diariamente,
procurando ser o exemplo que demonstra com práticas diárias a importância da
compreensão humana. Morin (2001)
O impacto do stress no perfeccionismo do aluno.

De uma forma inicial, devemos distinguir estas duas palavras: o stress e o


perfeccionismo. O stress é uma resposta adaptativa do ser humano, níveis adequados de
stress podem ser úteis, no entanto, o stress crónico e inadequado pode afetar a saúde
física e mental. A exposição prolongada e contínua ao stress no trabalho pode levar a
exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal, uma condição
designada de burnout.16 Assim, crendo que os indivíduos mais vulneráveis ao stress
psicológico são também mais suscetíveis de desenvolver burnout, uma problemática
cada vez mais atual e alvo de muita investigação nos últimos anos, cremos que a
redução das situações stressantes no trabalho serão condição de mitigação de stress e de
posterior burnout.

Bibliografia

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo:
Cortez, 2001.

MORIN, Edgar. A cabeça bem feita. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.

MORIN, Edgar. Ensinar a viver: manifesto para mudar a educação. Porto Alegre:
Sulina, 2015.

ALMEIDA, M.C; CARVALHO, E.A. Educação e complexidade: Os sete saberes e


outros ensaios. São Paulo: Cortez. 6 ed. 2013

VEIGAS, Waldyr. Fundamentos da metodologia cientifica. Brasília: Paralelo 15, 1999.

Howard Gardner e a Teoria das Multiplas Inteligências

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