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Tal como referido na citação acima, Levinson defende que a música consiste em
sons organizados temporalmente com o propósito de enriquecer e intensificar a
experiência. Atribui à música determinadas características, mas limitadas: audibilidade e
estrutura temporal. É uma definição intencionalista e centrado nos seres humanos,
atribuindo uma atitude normativa a quem faz música: os músicos concebem os seus
esforços como dignos de interação. Assim, Levinson defende uma definição orientada
para o criador e não para o recetor, isto é, são os autores que fazem o produto ser música,
caso contrário, todo e qualquer som, como por exemplo, o tocar de uma sirene, seria
música.
2. “Nenhum dos autores que discuti neste ensaio se centrou no modo pelo qual
a música pode afetar diretamente os nossos sentimentos. (…) Contudo,
alguma música tem o poder de afetar os nossos sentimentos com pouca ou
nenhuma mediação cognitiva. (…) A música pode fazer-me sentir tensa ou
relaxada; ou excitar-me; pode fazer-me bater o pé, trautear ou dançar; pode
talvez animar-me e descontrair-me”
Jenefer Robinson, “Expressão e evocação de emoções na música”
Descreva a novidade que a teoria de Robinson traz relativamente às teorias baseadas
na “mediação cognitiva” (como as de Levinson e de Kivy).
A teoria de Robinson defende que a nossa reação às emoções nas peças musicais
é mais imediata, mais primitiva, como quando nos assustamos ao ouvir um tutti fortíssimo
da orquestra. Segundo Robinson, surgem reações baseadas na “mediação cognitiva”. De
destacar a reação cognitiva, a reação axiológica e a reação de empatia.
Na reação cognitiva reage-se de uma forma emocional à música, em relação à sua
forma. É uma reação puramente formal, onde se reage a certos aspetos qualitativos e
quantitativos da música, como por exemplo, texturas tímbricas, duração da obra e volume,
e, a certos aspetos técnicos, como por exemplo, a complexidade tonal da peça.
A reação axiológica tem a ver com a própria avaliação crítica da obra, ou seja, é
uma reação envolvida na nossa apreciação crítica da composição. Assim, o despertar das
emoções não é separável da própria peça musical podendo haver uma reação emocional
completamente destacada da nossa avaliação da peça.
A reação por empatia acredita que a peça é entendida como expressão das
circunstâncias emocionais de alguém, mas não necessariamente o compositor. Assim, um
estado de espírito não só é a causa da peça como também a determina formalmente. A
reação de um espectador relativamente a uma peça musical pode ser uma reação
consoante os sentimentos que a peça envolve podendo despertar sentimentos como
compaixão ou irritação.
4. Explique 3 dos argumentos que Hanslick usa para refutar a tese de que a
música é capaz de despertar ou representar emoções. Critique 2 desses
argumentos.
Concatenacionismo VS Arquitetonicismo
Kant defende 3 tipos de juízo: o juízo de gosto, o juízo estético e o juízo cognitivo.
O juízo de gosto é caracterizado pela subjetividade, pela universalidade e pelo
desinteresse e forma de representação. É singular uma vez que não existe um conceito
universal de belo, sendo cada objeto avaliado consoante a sua especificidade própria. É
desinteressado quando não se desfaz um desejo pessoal, não dependendo da existência de
um objeto. É, portanto, a forma como nós sentimos percetivamente o objeto.
O juízo estético é fundado e baseado no estético, isto é, no belo, no agradável, no
sublime, sendo inteiramente baseado no prazer provocado pela experiência estética de
contemplação do objeto.
O juízo cognitivo é baseado em conceitos sendo, portanto, um juízo objetivo e
empírico. Não existe um conceito de belo universal aquando da observação do objeto.