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PARAMETRIA DO HABITAR

PLANO DE PARAMETRIZAÇÃO DE HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL

ANA CAROLINE DIAS ALVES


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

PARAMETRIA DO HABITAR

UMA PROPOSTA DE
PARAMETRIZAÇÃO
DE HABITAÇÕES DE
INTERESSE SOCIAL

ANA CAROLINE DIAS ALVES


TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
SOB ORIENTAÇÃO DE: PROF. DANIEL CARDOSO
2019.1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

PARAMETRIA DO HABITAR

BANCA EXAMINADORA
PROF. DRº. DANIELRIBEIRO CARDOSO
ORIENTADOR

PROF.. DRª. NELIZA MARIA E SILVA ROMCY


DOCENTE CONVIDADO

PROF. ARQ. MAYRA SOARES DE MESQUITA MORORÓ


ARQUITETA CONVIDADA

ANA CAROLINE DIAS ALVES


TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
SOB ORIENTAÇÃO DE: PROF. DANIEL CARDOSO
2019.1
Para
Galvane.
AGRADECIMENTOS

Deus esteve ao meu lado e me deu força, ânimo e crença para não desistir
e continuar lutando por este meu sonho e objetivo de vida.
À Ele eu devo minha gratidão.

À minha mãe Terezinha e ao meu pai Ao meu orientador Daniel Cardoso e à


Galvane (in memoriam), eu quero todos os meus professores do
gritar bem alto meu agradecimento, Departamento de Arquitetura e
porque nunca duvidaram das minhas Urbanismo UFC, por todo apoio e
capacidades e tornaram possível a paciência ao longo da minha vida
realização do meu grande objetivo. acadêmica.

Toda minha gratidão à minha filha À todos os funcionários da


Geovana e ao meu marido Gleyson, Universidade Federal do Ceará por
Vocês são o motivo do meu empenho todo por proporcionaram um ambiente
e dedicação. propício para o desenvolvimento e
conclusão do curso.
Família e amigos, em especial Juliana
e Diego, a vocês eu deixo uma palavra À todas as pessoas que direta ou
gigante de agradecimento. Hoje sou indiretamente contribuíram para a
uma pessoa realizada e feliz porque realização desse sonho.
não estive só nesta longa caminhada.
Vocês foram meu apoio.

Agradeço aos meus melhores amigos,


Letícia e Lucas, Vocês nunca negaram
uma palavra de apoio, força e
cumplicidade ao longo dessa etapa
em minha vida.

07
RESUMO

Em fases iniciais de projeto, o estudo de soluções


alternativas com base no custo estimado de
construção se caracteriza como um importante
requisito, visto que uma solução construtiva, ou
até o empreendimento como um todo, podem ser
inviabilizados pelo seu custo de execução.

Em paralelo, o Building Information Modeling é


apresentado como uma ferramenta capaz de
levantar quantitativos a partir de modelos
paramétricos de forma detalhada, possibilitando a
realização de estimativas de custo e orçamentos
de maneira precisa, auxiliando nestas fases
preliminares para a tomada de decisão.

A construção e análise de projetos no ambiente


virtual possibilita antecipar conflitos e
incompatibilidades que só seriam percebidos em
etapas tardias do processo de projeto.
Este trabalho tem como objetivo conceber e
analisar uma unidade habitacional através de um
estudo de viabilidade de um conjunto habitacional
na periferia de Fortaleza.

Novos conceitos de valor agregado serão levados


em conta na concepção da unidade habitacional,
como uma maneira de se quebrar o paradigma de
que "a habitação de interesse social tem uma
arquitetura engessada por conta do custo".
Estimativas de custo e outras categorias de
quantitativos serão também apreciadas.

08
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO
CONTEXTO
10
JUSTIFICATIVA
11
OBJETIVO
12
ESTRUTURA DO TRABALHO
12

REFERENCIAL TEÓRICO
HABITAR 13
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL
14
CUSTEIO META
14
CONCEITO DE VALOR
15
CUB
16
BIM
18
BIM E A PARAMETRIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO
19
SOFTWARES
20

ESTUDO DE CASO
REFERENCIAS PROJETUAIS
22
IMPLANTAÇÃO
24
ESTUDO PRELIMINAR
26

FORMULAÇÃO DA SOLUÇÃO
CONSTRUTIVA
DEFINIÇÕES TÉCNICAS 33
MEMORIAL JUSTIFICATIVO 34
PROJETO PILOTO 36

APLICAÇÃO BIM
47
QUANTITATIVOS

57
CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 58

09
APRESENTAÇÃO

CONTEXTO

Apesar do crescente desenvolvimento da Em busca da redução de custos, parâmetros


construção civil, o setor carece no âmbito de de qualidade espacial e ergonomia são
pesquisas voltadas ao desenvolvimento de frequentemente ignorados.
métodos que auxiliem na concepção e o
processo de projeto, especialmente quando Conceitos qualitativos como, conforto
se trata de habitações de interesse social. ambiental e acessibilidade, associados à
humanização de projetos pouco têm sido
Devido à tal falta, têm-se adotado soluções incorporados no desenvolvimento de novos
arquitetônicas e urbanísticas repetitivas aos Conjuntos Habitacionais de Interesse Social
Conjuntos Habitacionais em todo território (CHIS), apesar de existirem estudos sobre
brasileiro. Consequentemente, criam-se esse tema desde a década de 1940
espaços monótonos, sem identidade com os (Kowaltowski et al. 2006).
futuros usuários e, em muitos casos,
afastados da área urbana consolidada, sem Observa-se que parte desse problema
mesmo a mínima infraestrutura básica, com decorre pela falta de informações nas fases
dificuldade de acesso (localizados em iniciais e decisivas de projeto (NASCIMENTO;
terrenos íngremes) e ausência de áreas SANTOS, 2003). A grande maioria dos
comuns (quando existem, são resultantes das escritórios e construtoras contabilizam os
“sobras” dos espaços projetados) (BONDUKI, custos da obra apenas nas fases finais do
2000; MARICATO, 2011; KOWALTOWSKI et al. projeto, dificultando possíveis mudanças e a
2006; FERREIRA et al., 2012). possível redução de custos significativos da
obra.

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APRESENTAÇÃO

Além de tais fatos, a participação do DÉFICIT HABITACIONAL RELATIVO, EM %


usuário de Habitações de Interesse Social,
geralmente, acontece na fase final do 15
processo de desenvolvimento do projeto,
resultando em UHs com pouco valor
entregue na percepção dos futuros
moradores. 10

Assim, na problemática abordada verifica-


se uma dificuldade de resolver a aparente 5
incompatibilidade entre a necessidade de
contenção de custos nos
empreendimentos voltados à Habitações
0
de Interesse Social e, ao mesmo tempo, 2007 2009 2011 2013 2015
assegurar a entrega de valor na percepção Fig. 01: Defict habitacional
Fonte: Ministério das cidades
do cliente ou usuário final.

Os dados expressam a situação carente e


preocupante do setor da habitação popular

JUSTIFICATIVA e justificam esforços para a busca de


alternativas que integrem tecnologias
Além da baixa qualidade dos atuais inovadoras aplicadas à concepção e
empreendimentos, o déficit habitacional desenvolvimento de projetos de HIS,
Quantitativo no País, segundo o Ministério principalmente para as famílias de baixa
das Cidades (2010), é da ordem de 6,273 renda. Dessa forma, pretende se assistir o
milhões de domicílios. 89,4% desse total processo de projeto da concepção ao inicio
representam famílias que possuem renda da obra em novos empreendimentos e
de até três salários mínimos; 6,5 % estão na melhorar sua qualidade sem aumentar os
faixa de renda de três a cinco salários custos através da tecnologia BIM
mínimos, restando apenas 4,1% do total (Building  Information  Model), ou seja, da
referentes a famílias com renda superior a modelagem da informação da construção.
cinco salários.

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APRESENTAÇÃO

OBJETIVO ESTRUTURA
DO TRBALHO
O propósito deste trabalho é associar a
metodologia do custeio meta, visando
A estrutura do trabalho é composta por 5
agregar valor no produto final de um
capítulos, sendo:
projeto de habitação popular, intermediado
Apresentação,
pelos recursos tecnológicos da
Fundamentação Teórica,
Modelagem da Informação da Construção.
Estudo de caso,
Objetivos específicos:
Formulação da Solução construtiva,
Produtos da solução 
Desenvolver um método com a
Considerações finais.
finalidade de automatizar as
informações resultantes dos
parâmetros de custo e valor guiados
pelo método proposto e mediados por
BIM.

Aplicar a tecnologia BIM ao processo de


tomada de decisões iniciais, extraindo
custos através de uma classificação
orçamentária por tipo de área construída
(CUB).

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REFERENCIAL TEÓRICO

"Habita. Vem do verbo habitar. O mesmo que: reside, povoa, estância, mora, permanece."

As pessoas se conectam com suas habitações construindo

HA
diferentes hábitos de morar que são reflexos de como elas
vivem. A arquitetura então torna-se palco das manifestações da
vida com toda a sua diversidade social, cultural e econômica e

BI
passa a produzir sensações e significados, assumindo também
uma dimensão simbólica, como resultado de um sentimento de
pertencimento do indivíduo com seu lugar de moradia. Neste

TAR
sentido o espaço arquitetônico se faz presente como abrigo de
experiências, e dos hábitos inerentes às diversas formas de
morar.

13
REFERENCIAL TEÓRICO

HABITAÇÃO DE CUSTEIO - META


INTERESSE SOCIAL
A metodologia do Custo Meta foi
O Termo Habitação de Interesse Social pode originalmente desenvolvida pelos japoneses
ser definido como a forma de prover o nos anos 60, baseando-se no conceito
acesso à moradia à população de baixa americano da ferramenta de redução de
renda ou de mercado popular, podendo ser custos conhecido como Engenharia de Valor,
realizada pelo setor público ou privado para adaptando seus conceitos em um sistema
locação, concessão ou venda (MINISTÉRIO dinâmico de redução de custos e
DAS CIDADES, 2010). planejamento de lucro para as empresas.
Começou a ser utilizados nas empresas
Segundo o Plano Nacional de Habitação japonesas na década de 70, sendo utilizada
(2010), a definição da terminologia Habitação pela maioria das empresas atualmente.
de Interesse Social está relacionada aos tipos
de habitações que devem receber os O Custeio-meta é uma sistemática
benefícios dos programas articulados pelo direcionada às exigências do mercado
Plano de Habitação. São moradias voltadas consumidor. Uma de suas características é
para a população das faixas de renda entre 0 trabalhar com ferramentas de gerenciamento
e 2 Salários Mínimos (faixa 1), além da de valor definindo, antecipando questões
ampliação do número de unidades das faixas como funcionalidade, qualidade do produto
de renda até 3 SM (faixa 2). e valor entregue ao usuário. Uma de suas
premissas é determinar o custo e o valor
A caracterização de Habitação de Interesse como escopos do projeto. Dessa forma, o
Social (HIS) também considera a definição de custeio-meta tem como princípio melhorar a
parâmetros nacionais associados a tetos para entrega de valor aos clientes sem aumentar
financiamento, atributos da moradia e o custo construtivo (JACOMIT; GRANJA, 2011).
benefícios da redução de impostos ao
público alvo (MINISTÉRIO DAS CIDADES,
2010).

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REFERENCIAL TEÓRICO

Trazendo essa metodologia para a Na arquitetura, os primeiros relatos de valor


problemática do setor de habitação popular são relacionados à escolha do partido a ser
brasileiro, podemos considerar que: Tem-se a adotado na materialização do projeto. Os
necessidade de aumentar o valor de entrega critérios de valor assumem a tríade vitruviana,
das habitações, este valor pode ser que afirma que a construção deve obedecer
aumentado com a melhoria da qualidade aos princípios da durabilidade, da

espacial, funcionalidade, humanização ou conveniência e da beleza, ou ainda “firmitatis,


utilitatis, venustatis” (VITRUVIUS, 1931, p. 34,
redução do custo final da obra.
apud MANENTI, 2010).

  O método custeio meta assistirá o processo


No Brasil, vêm sendo realizados vários
de projeto inicial estabelecendo uma âncora
estudos em busca de melhorar a qualidade
(nesse caso, o custo da obra). A associação do
dos Empreendimentos Habitacionais de
custeio- meta à ferramentas BIM possibilitará
Interesse Social. A maior parte desses estudos
soluções arquitetônicas e urbanísticas com
se refere à Avaliação Pós-Ocupação (APO),
valor agregado. mas já há alguns que englobam o conceito de
valor.

Essas pesquisas constatam um alto grau de

CONCEITO DE VALOR satisfação dos usuários da maioria desses


empreendimentos. Essa satisfação,

O conceito de valor existe há mais de 2000 anos, entretanto, deve-se principalmente à situação

tendo sido definido por Aristóteles em sete precária em que o indivíduo se encontrava

classes distintas: valor econômico, político, social, anteriormente ou ao alto custo dos aluguéis.

estético, ético, religioso e judicial. Aristóteles, na


definição do valor econômico, definiu dois tipos Para uma compreensão da questão, seria

de valor: de uso e o valor de troca: o primeiro é importante que, além dos índices de

ligado a questões pessoais e relativas ao uso de satisfação e avaliações técnicas realizadas em

determinado produto e o segundo relativo à troca estudos de APO, fosse levada em conta a

ou permuta, relacionado à mercadoria (dinheiro), percepção de valor desejado pelos

caracterizando-se pelo valor comercial. moradores de CHIS. Dessa forma, poderiam


ser concebidos empreendimentos com
melhorias significativas.

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REFERENCIAL TEÓRICO

Entre as dificuldades para a implementação No diagrama (figura 02), podemos observar


do custeio-meta, destaca-se a definição de quesitos que, no atual processo de projeto de
Valor e a estratégia de trabalho com HIS são negligenciados.
informações frequentemente subjetivas sobre
o tema. Dessa maneira, fez-se necessário Tendo em vista tais percepções, o presente
utilizar como referencia o trabalho “A natureza trabalho busca adaptar alguns dos atributos de
do valor desejado na habitação de interesse valor que podem ser aplicados ao seu contexto
social” (GRANJA et al., 2009), específico, verificando a potencialidade do
conceito de valor desejado para introdução de
O trabalho avalia a percepção de valor melhorias nos projetos de Habitação de
desejado entre moradores da CDHU de quatro Interesse Social.
conjuntos habitacionais, localizados na região
de Campinas. 

Localização Diversidade
Custos diretos Segurança Esc. humana
Uso e operação Aparência Estética
Manutenção Coletividade Natureza
Transporte PERSPECTIVA PERCEPÇÕES Privacidade Domesticalidade
Retenção FINANCEIRA SOCIAIS Status

Inserção urbana Qualidade térmica


Implantação Qualidade acústica
Disposição QUALIDADE QUALIDADE DO Qualidade visual
Função ESPACIAL AMBIENTE Qualidade do ar
Tamanho
INTERNO
Qualidade técnica

Fig. 02: A natureza do valor.


Fonte: Fonte: GRANJA et al. (2009).

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REFERENCIAL TEÓRICO

CUB (CUSTO UNITÁRIO BÁSICO)

Principal indicador do setor da construção,


O CUB é um custo meramente orientativo
o Custo Unitário Básico (CUB) é calculado
para o setor da Construção Civil, não sendo
mensalmente pelos Sindicatos da Indústria
nunca o custo real da obra, pois este só é
da Construção Civil de todo o país.
obtido através de um orçamento completo
Determina o custo global da obra para fins
com todas as especificações de cada
de cumprimento do estabelecido na lei de
projeto em estudo ou análise. No entanto,
incorporação de edificações habitacionais
hoje em dia a variação percentual mensal
em condomínio, assegurando aos
do CUB tem servido como mecanismo de
compradores em potencial um parâmetro
reajuste de preços em contratos de compra
comparativo à realidade dos custos.
de apartamentos em construção e até
Atualmente, a variação percentual mensal
mesmo como índice setorial.
do CUB tem servido como mecanismo de
A tabela 01 demonstra o CUB Ceará no mês
reajuste de preços em contratos de compra
de Outubro de 2019.
de apartamentos em construção e até
mesmo como índice setorial.

Fig. 03: Valores CUB


Fonte: SINDUSCON-CE

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REFERENCIAL TEÓRICO

B
“O método para se trabalhar com esse modelo significa uma mudança
qualitativa na prática projetual que deixa de ser centrada na
elaboração de pranchas (sejam elas manuais ou digitais) pra alcançar
um novo tipo de tratamento da informação. Todos os elementos do
projeto passam a estar coordenados e associados a pequenos pacotes

I
de dados sobre seus atributos. Com isso, o projeto torna-se um
grande banco de informações multidimensional e relacional, ao
mesmo tempo gráfico, matemático e textual. Ele pode ser acessado
pelos diversos agentes envolvidos em rede no processo de projeto e

M
construção. O desenvolvimento do sistema de informações é
igualmente, um meio de reduzir os riscos envolvidos na construção
civil, cujas dificuldades de planejamento, coordenação e
previsibilidade são notórias.”
Arantes, P. F. (2012).

Figura 04: BIM


Fonte: ARCHIDAILY.

18
REFERENCIAL TEÓRICO

BIM E A PARAMETRIZAÇÃO
DA INFORMAÇÃO

BIM (Building Information Model) em A utilização da parametrização mostra-se


português pode ser traduzido para como uma tática de personalização de
“Modelo de Informação da Construção” não projetos, por conseguir uma grande
se trata de um  software  específico, e sim variedade de soluções ao estruturar  e
de um conceito de virtualização, coordenar os requisitos dos usuários e
modelagem e gerenciamento inerentes ao assistir a tomada de decisão diante das
projeto/construção. O projeto, neste novo adversidades projetuais . Diante disso,
conceito, torna-se muito mais próximo da estimula-se o estudo dos diferentes áreas
obra real (virtualização dos elementos), de conhecimento na indústria da
facilitando a observação de possíveis Arquitetura, Engenharia e Construção
inconformidades (erros de projeto, (AEC), visando à legitimação de parâmetros
sobreposições, etc.). A representação e ao abastecimento de sistemas de apoio à
planificada deixa de ser o meio para o tomada de decisão ao projeto que utilizem
desenvolvimento do projeto e torna-se um ferramentas computacionais como o BIM.
dos fins disponíveis de representação.

“"O objetivo do BIM é gerar um modelo da


edificação, por meio do qual uma realidade
futura pode ser simulada, contendo
informações relevantes, relativas ao
projeto e aos processos, o que permite
maior controle sobre o empreendimento e
a integração entre seus diferentes agentes.
O enriquecimento desse modelo com
todos os tipos de informação permite um
banco de dados capaz de tornar os
processos de gerenciamento melhores e
mais consistentes, mesmo após a
execução da edificação.” (MORORÓ, 2016)

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REFERENCIAL TEÓRICO

SOFTWARES

ARCHICAD
É uma suíte de design de projeto completa,
com elaboração 2D e 3D, visualização e
outras funções para arquitetos, designers e
planejadores. Permite ao usuário trabalhar
com objetos paramétricos com dados
editáveis (ou seja, permite ao usuário inserir
ou modificar as informações já existentes
do objeto), muitas vezes chamado de
"objetos inteligentes" pelos usuários.
Isso difere do estilo operacional de outros
programas de CAD criados na década de
1980. O produto permite que o usuário crie
um "edifício virtual" com elementos
estruturais virtuais como paredes, lajes,
telhados, portas, janelas e móveis. Uma
grande variedade de objetos customizáveis
pré-concebidos vêm com o programa.

Fig. 05: Intarface BimX.


Fonte: Graphisoft Brasil

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ESTUDO DE
CASO

O estudo preliminar abordará um


conjunto habitacional multifamiliar de
interesse social localizado na
periferia de Fortaleza. Com base no
estudo, a unidade habitacional será
apreciada dentro do ambiente virtual
possibilitado por uma fermenta BIM
(ARCHICAD) gerando produtos que
possam auxiliar a tomadas de decisão
iniciais com base na estimativa de
custo.

ESTUDO DE CASO

FORMULAÇÃO DA
SOLUÇÃO

APLICAÇÃO BIM

21
ESTUDO DE CASO

REFERENCIAL PROJETUAL
RELEMENTAL ARCHITECTURE
O referencial arquitetonico escolhido foi a
Elemental S.A., uma organização civil que
desenvolve trabalhos de infraestrutura,
transporte, áreas públicas e habitação social
para melhorar a qualidade de vida das
populações carentes, em sociedade com a
Universidade Católica do Chile e a Empresa
Petrolífera COPEC.
O método de trabalho utilizado  pela
organização chama a atenção pelo fato de se
pensar o projeto de arquitetura em relação ao
usuário final e como esse usuário conduzirá a Fig. 06: Quinta Monroy
construção ao longo do tempo. fonte: Blog Arkitectos

Elemental opera sempre em contextos de


recursos escassos. Quando em 2000, na
Universidade de Harvard, foi iniciada a
Elemental, habitação popular era associada
com uma falta de recursos econômicos e de
expertise que por isso havia gerado áreas de
moradia degradadas. A posição inicial da
organização foi mudar esta visão, e tem hoje
como objetivo principal ampliar a qualidade de
vida dessas populações. Sua abordagem não é
construir habitações ou espaços públicos, mas
sim gerar condições técnicas para que a
melhoria se dê através dos próprios
Fig. 07: Habitação Villa Verde
moradores, que aos poucos irão valorizar os fonte: Blog Arkitectos
seus locais de moradia.

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ESTUDO DE CASO

REFERENCIAL PROJETUAL

Fig. 08: Habitação Villa Verde


fonte: Blog Arkitectos
Fig. 09: Habitação Villa Verde
fonte: Blog Arkitectos
Fig. 10: Quinta Monroy
fonte: Blog Arkitectos
Fig. 11: Habitação Villa Verde
fonte: Blog Arkitectos

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ESTUDO DE CASO

IMPLANTAÇÃO

LOCALIZAÇÃO
ÍNDICES URBANÍSTICOS
A escolha do terreno deu-se a partir do
São parâmetros da ZRU 1:
levantamento de possíveis locais de intervenção,
seguindo algumas diretivas: I índice de aproveitamento básico: 2,0;
Terrenos vazios ou com edificações passíveis II índice de aproveitamento máximo: 2,0;
de demolição; III índice de aproveitamento mínimo: 0,20;
Áreas cujo há necessidade  de reestruturação IV taxa de permeabilidade: 30%;
urbana;
V taxa de ocupação: 60%;
O terreno encontra-se no bairro Floresta,
VI taxa de ocupação de subsolo: 60%;
região Oeste de Fortaleza. Encontra-se na
ZONA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA 1 VII altura máxima da edificação: 48m;
(ZRU1), caracterizada pela presença de VIII área mínima de lote: 125m² ; 
imóveis não utilizados e subutilizados e
incidência de núcleos habitacionais de
interesse social precários.

Fig. 12: Mapa do bairro Floresta


fonte: Autora

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ESTUDO DE CASO

IMPLANTAÇÃO

ENTORNO
O terreno está situado entre as ruas Adolfo
Bezerra de Menezes, rua Coelho Neto e rua
Morumbi. O  padrão residencial nas quadras
adjacentes são de casas de até 2 pavimentos,
caraterizando um padrão horizontal, favorecendo
a implantação do residencial.

Fig. 13: Entorno do terreno 1


fonte: Google maps

Fig. 14: Entorno do terreno 2


fonte: Google maps

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ESTUDO DE CASO

01._ PLANTA DE SITUAÇÃO Fig. 15: Pl. Coberta


ESC  GRÁFICA Fonte: Autora.

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ESTUDO DE CASO

ACESSO

HABITAÇÕES

ÁREAS COMUNS

02._ ZONEAMENTO Fig. 16: Pl. Zoneamento


ESC  GRÁFICA Fonte: Autora.

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ESTUDO DE CASO

03._ PLANTA GERAL DO TÉRREO Fig. 17: Pl. Térreo


ESC  GRÁFICA Fonte: Autora.

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ESTUDO DE CASO

CORTES

04._ CORTE C1
ESC 1/750

05._ CORTE C2
ESC 1/750

Fig. 18 e 19: Cortes


Fonte: Autora.

29

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ESTUDO DE CASO

VISTAS

06._ ELEVAÇÃO 01
ESC 1/750

07._ ELEVAÇÃO 02
ESC 1/750

08._ ELEVAÇÃO 03
ESC 1/750

Fig. 20, 21 e 22: Elevações


Fonte: Autora.

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ESTUDO DE CASO

PERSPECTIVAS

Fig. 23, 24 e 25: Perspectivas


Fonte: Autora.

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FORMULAÇÃO DA
SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

A formulação da solução construtiva


final se dará a partir da elaboração de
um projeto arquitetônico de uma
unidade habitacional, no qual serão
extraídas informações que, outrora
seriam incorporadas somente nas
fases finais. Anterior à modelagem
da unidade habitacional, será
necessário o planejamento e
definição técnica do projeto como
softwares, versão, normas e
classificações a fim de se iniciar um
processo de colaboração em BIM.

ESTUDO DE CASO

FORMULAÇÃO DA
SOLUÇÃO

APLICAÇÃO BIM

32
FORMULAÇÃO DA SOLUÇÃO

DEFINIÇÕES TÉCNICAS
TEMPLATE
Segundo a AsBEA (2013, p.16), o template é
um tipo de arquivo padrão utilizado para se
iniciar um projeto, com a finalidade de
estabelecer padrões que irão facilitar a
organização das informações mínimas ou
obrigatórias que determinado arquivo deverá
ter.
Devem ser estruturados para melhor
organização do trabalho, reduzir distorções
entre as equipes, otimizando a produtividade
no desenvolvimento de Modelos BIM. Fig. 26: Quadro de propriedades
O template configurado para o calculo da fonte: Autora

estimativa de custo deste projeto, contém


um conjunto de propriedades, que a partir
delas, é possível gerar mapas de elementos
da construção, de materiais e de
acabamentos. As figuras xxx e xxx
apresentam alguns exemplos.

Fig. 27: Quadro de propriedades


fonte: Autora

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

PROJETO PILOTO
MEMORIAL JUSTIFICATIVO
A proposta de projeto para habitação piloto é Podemos até afirmar que se trata de uma
a construção de um espaço adequado de tentativa de "refazer" aquela cena das
moradia dispondo de qualidade espacial e de cidades do interior onde as pessoas
conforto ambiental, agregando valores colocavam as cadeiras na calçada durante a
estéticos, sociais.e econômicos. tarde, olhando os filhos brincando na rua,
A área de ocupação da residência com os quando essa era ainda palco de diversão  das
seus respectivos  recuos resultaram num lote crianças.
de 9,00 X 10,00 m.
Os ambientes foram projetados a partir da
normas brasileiras de ergonomia, garantindo
parâmetros de mínimos do espeço
construído.
A unidade habitacional tem um área
construída de 53,73 m² e uma área total de
74,19 m², suficientes para proporcionar mais
qualidade espacial aos usuários, visto que o
Governo Federal tem entregue casas com
Fig. 28: Vizinhança
aproximados 40 m² no programa Minha Casa
fonte: Google
Minha Vida.
A casa é pensada para implantação de forma
geminada, visando o resgate do convívio
externo e do estímulo a interação entre a
vizinhança. Um requadro na fachada principal
cria um banco de alvenaria no recuo da
calçada, caracterizando uma situação
favorável à permanência.
Fig. 29: Vizinhança
fonte: Google

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

PROJETO PILOTO
FLUXOGRAMA PROGRAMA DE NECESSIDADES
A casa se resolve de forma de maneira que, Os parâmetros  de definição do programa de
ao mesmo tempo, consegue  garantir uma necessidades foram estabelecidos a partir de
eficiente iluminação e ventilação natural nas pesquisas e estudos de referências
áreas social e de serviço. Um pátio localizado projetuais, de legislações e normas técnicas.
de ao redor da cozinha, hall e sala, traz luz e O programa é composto por:
renovação do ar aos ambientes de maior ESTAR QUARTO 03
permanência da casa. HALL WC
JARDIM COZINHA
O pátio é a garantia de que mesmo com a
QUARTO 01 SERVIÇO
casa geminada ao lado, o projeto não seri
QUARTO 02
desprovido dos recursos naturais necessários
à salubridade dos moradores.

COZINHA

HALL WC QUARTO 02

SALA

QUARTO 03 QUARTO 01

Fig. 30: Fluxograma


Fonte: Autora.

35

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

01._ PLANTA DE COBERTA


ESC 1/75

Fig. 31: Pl. Coberta


Fonte: Autora.

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

02._ PLANTA BAIXA


ESC 1/75

Fig. 32: Pl. Baixa


Fonte: Autora.

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

03._ PLANTA DE ESPECIFICAÇÕES


ESC 1/75

Fig. 33: Pl. Especificações


Fonte: Autora.

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

04._ CORTE C1
ESC 1/75

05_ CORTE C2
ESC 1/75

Fig. 34 e 35: Cortes


Fonte: Autora.

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

06._ ELEVAÇÃO 01
ESC 1/75

07._ ELEVAÇÃO 02
ESC 1/75

Fig. 36 e 37: Fachadas


Fonte: Autora.

40
GSEducationalVersio n

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

08._ ELEVAÇÃO 03
ESC 1/75

09._ ELEVAÇÃO 04
ESC 1/75

Fig. 38 e 39: Fachadas


Fonte: Autora.

GSEducationalVersio n

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

10._ CORTE PERSPECTIVADO

Fig. 40: Corte perspectivado


Fonte: Autora.

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

Coberta em telha de
Banco de alvenaria feito a
fibrocimento e forro de pvc.
partir do requadro da fachada. 

Jardim lateral como


possibilidade de ventilação e
iluminação natural.  11._ DETALHE CONSTRUTIVO
ESC 1/75

Fig. 41: Detalhe 01


Fonte: Autora.

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

Banco de alvenaria feito a


partir do requadro da fachada, 

Banco e m
concret o
0,1 0

0,3 5
0,4 0

Interior da UH 12._ DETALHE CONSTRUTIVO


ESC 1/75

Fig. 42: Detalhe 02


0 10 20 cm Fonte: Autora.

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GSEducationalVersio n
SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

. 13._ PLANTA HUMANIZADA


ESC 1/75

Fig. 43: Pl. humanizada


Fonte: Autora.

14._ PERSPECTIVA
Fig. 44: Perspectiva
Fonte: Autora.

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APLICAÇÃO
BIM

Os produtos a seguir são exemplos


de extração da informação, levando
em consideração a fase inicial de
ciência e tomada de decisão. Tendo
em vista que o custo é um fator
crucial em tais rumos projetuais,
principalmente quando se refere à
empreendimentos de habitação de
interesse social, ter o domínio de tais
ferramentas auxilia nas tomadas de
decisão.

ESTUDO DE CASO

FORMULAÇÃO DA
SOLUÇÃO

APLICAÇÃO BIM

46
APLICAÇÃO BIM

QUANTITATIVOS
Dentre as diversos recursos que a tecnologia BIM
trouxe ao processo de projeto, a questão do
controle de quantitativos foi priorizada neste
trabalho, devido a problemática das
habitações  de Interesse Social, mencionadas
anteriormente.
Dentro do ambiente virtual, ainda nas
primeiras fases de tomada decisão é
possível  manipular informações que, outrora,
eram extraídas somente nas fases
conseguintes do projeto. O acesso antecipado
à tais informações garante um previsão de
custos mais próxima à realidade, dando a
possibilidade de teste/formulação de outras
soluções.
No ambiente do software BIM e através do
template, foram configurados uma série de
padrões, propriedades e critérios com o
propósito da extração de informações como
estimativa de custo por área, quantitativo de
tijolos e telhas, além dos quadros de áreas e
esquadrias relativos ao projeto piloto da
unidade habitacional.

As tabelas e quadros a seguir possuem critérios


e particularidades distintas, porém, umas vez
configurados, podem ser utilizados em demais
projetos.

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APLICAÇÃO BIM

CRITÉRIOS E PROPRIEDADES - QUADRO DE ESQUADRIAS

Fig. 45 e 46: Critérios esquadrias


Fonte: Autora.

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APLICAÇÃO BIM

Fig. 47 e 48: Quadro de esquadrias


Fonte: Autora.

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SOLUÇÃO CONSTRUTIVA

PROJETO PILOTO
ESPECIFICAÇÕES
As especificações de acabamento do projeto O projeto piloto, objeto de estudo neste
piloto foram fundamentadas na cartilha trabalho, se encaixa no padrão R1 - B,
CUSTO UNITÁRIO BÁSICO (CUB/m²): Residência unifamiliar padrão baixo:
PRINCIPAIS ASPECTOS, um manual técnico 1 pavimento, com 2 dormitórios, sala,
formulado pelo SINDUSCON - MG. banheiro, cozinha e área para tanque.
O documento visa padronizar aspectos
construtivos e de acabamentos a fim de Vale ressaltar que o projeto não segue
nortear a construção civil de um modo geral. rigorosamente o padrão estabelecido pela
ABNT NBR 12721:2006, tendo em vista que a
A ABNT NBR 12721:2006, em seu item 3.3, premissa do mesmo é demonstração dessa
define projetos-padrão como: “Projetos quebra de padrão sem maiores prejuízos.
selecionados para representar os diferentes
tipos de edificações, que são usualmente
objeto de incorporação para construção em Para acesso a cartilha de especificações,
condomínio e conjunto de edificações, scanear o QR Code abixo:
definidos por suas características principais:
a) número de pavimentos;
b) número de dependências por unidade;
c) áreas equivalentes à área de custo padrão
privativas das unidades autônomas;
d) padrão de acabamento da construção e
e) número total de unidades.”
Para acesso á cartilha de especificações,
scanear o QR Code abixo:

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APLICAÇÃO BIM

ESPECIFICAÇÕES
Através do zoneamento da unidade habitacional,
foi gerado um quadro de especificações
otimizável já disponível  nos primeiros estudos
para as tomadas de decisão iniciais.

Fig. 49: Quadro de especificações


Fonte: Autora.

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APLICAÇÃO BIM

Fig. 50: Quadro de especificações


Fonte: Autora.

ESTIMATIVA DE CUSTO (ÁREA x CUB)


Tendo em vista que o projeto acatou as
especificações da ABNT NBR 12721:2006, foi
possível gerar um quadro de Estimativa de custo
por ambiente construído pelo CUB (Custo Básico
Unitário). O valor referência foi equivalente ao
mês de Outubro de 2019, segundo o
SINDUSCON-CE.

Fig. 51: Estimativa de custo


Fonte: Autora.

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APLICAÇÃO BIM

QUANTITATIVO DE TIJOLOS

Fig. 52: Critérios paredes Fig. 53: Propriedades paredes


Fonte: Autora. Fonte: Autora.

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APLICAÇÃO BIM

Fig. 54: Quantitativo de tijolos


Fonte: Autora.

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APLICAÇÃO BIM

QUANTITATIVO DE COBERTA

Fig. 55: Critérios Coberta Fig. 56: Propriedades Coberta


Fonte: Autora. Fonte: Autora.

Fig. 57: Quantitativo coberta


Fonte: Autora.

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APLICAÇÃO BIM

Fig. 58: Critérios Iluminação Fig. 59: Propriedades Iluminação


Fonte: Autora. Fonte: Autora.

Fig. 60: Indice de Iluminação


Fonte: Autora.

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CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A questão da habitação e sua história ligam-se
apresentam-se como uma necessidade
decorrente do grande desenvolvimento das
cidades. Entre os estudos da área de arquitetura,
engenharia, ciências sociais, até os dias atuais,
esta ainda é uma questão a ser resolvida,
principalmente em relação à situação das classes
menos favorecidas.
É claro o papel do Estado como agente promotor
de políticas públicas para o setor, para viabilizar a
entrega de um produto com qualidade e custo
acessível. Por intermédio do Programa Minha Casa
Minha Vida, grande parte da população teve
acesso à moradia, porém com muito pouco valor
qualitativo entregue. 
É importante a reflexão sobre o uso de uma
ferramenta BIM como um nova forma de
concepção de projeto, especialmente quando
trata-se de Habitações de Interesse Social. A
possibilidade de manuseio de informações,
através de softwares BIM, nas primeiras tomadas
de decisões projetuais potencializam o processo
de elaboração do projeto nas fases seguintes com
a automatização das etapas, além de evitar
incompatibilidades que só seriam perceptíveis
após a construção.
Agregar valor ao projeto requer mais que o uso de
uma ferramenta, demanda um olhar analítico e
empático daqueles que pensam todas as formas
de se habitar.

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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BONDUKI, N. G. Origens da habitação social no Brasil.
Arquitetura Moderna, Lei do inquilinato e difusão da casa
própria. São Paulo: Estação Liberdade, 1998. 342p

MARICATO, E (org). O impasse da política urbana no


Brasil. Petrópolis: Vozes, 2011. 219 p.

MARICATO, E (org). A produção capitalista da casa (e da


cidade). 2 ed. São Paulo: AlfaOmega LTDA, 1982. 165p

KOWALTOWSKI, D. C. C. K. ; LABAKI, L. C ; PINA, S. A. M.;


SILVA, V. G.
da ; MOREIRA, D. C. ; RUSCHEL, R. C. ; BERTOLI, S. R.
;FÁVERO, E. ; FÁVERO, E. F.; FILHO, L. L. F. Análise de
Parâmetros de Implantação de Conjuntos Habitacionais
de Interesse Social: ênfase nos aspectos de
Sustentabilidade Ambiental e da Qualidade de Vida. In:
ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente
Construído (Org.). Coletânea Habitar e Ambiente
Construído Construção e Meio Ambiente. Porto Alegre:
ANTAC, 2006, v. 7, Cap. 5, p. 128167.

NASCIMENTO, L. A. DO; SANTOS, E. T. A indústria da


construção na era da informação. Ambiente Construído, v.
3, n. 1, p. 6981, jan./mar., 2003.

MINISTÉRIO DAS CIDADES. Déficit habitacional no Brasil


2007. Brasília: Ministério das Cidades – Secretaria
Nacional de Habitação, 2009. 140p.

MINISTÉRIO DAS CIDADES. Plano Nacional de Habitação.


Brasília: Ministério das Cidades – Secretaria Nacional de
Habitação, 2010. 212p.

JACOMIT, A. M; GRANJA, A. D. Análise crítica da aplicação


do custeio-meta no desenvolvimento de
empreendimentos de habitação social. Revista Ambiente
Construído, v. 10, n 1, p. 6988 Jan/Mar 2010.

58
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
MANENTI, L. Princípios de ordem projetual na obra de
Vitrúvio. arquitetura revista. São Paulo, v. 6, n.1, p. 111,
Jan/junho. 2010.

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Vitrúvio. arquitetura revista. São Paulo, v. 6, n.1, p. 111,
Jan/junho. 2010.

Arantes, P. F. (2012). Arquitetura na era digital-financeira:


desenho, canteiro e renda da forma. São Paulo: Editora 34.

MORORÓ, M. S. de M.; ROMCY, N. M. e S.; CARDOSO, D. R.;


BARROS NETO, J. de P. Proposta paramétrica para
projetos sustentáveis de Habitação de Interesse Social em
ambiente BIM. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 16, n.
4, p. 27-44, out./dez. 2016. ISSN 1678-8621 Associação
Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.
http://dx.doi.org/10.1590/s1678-86212016000400103

"Casa dos Caseiros / 24 7 Arquitetura" [Casa dos Caseiros


/ 24 7 Arquitetura] 16 Jun 2016.  ArchDaily Brasil. (Trad.
Delaqua, Victor) Acessado 01 Jun 2019.
<https://www.archdaily.com.br/br/789570/casa-dos-
caseiros-2-arquitetura-design> ISSN 0719-8906

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