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Introdução
Os atores organizacionais, ou seja todos aqueles que fazem parte de uma organização,
deparam-se diariamente com a necessidade de fazer escolhas, escolhas estas que são reflexo
tanto de tomadas de decisão programadas e previamente planeadas, como de tomadas de
decisão não programadas. Assim, este processo traduz-se na identificação e resolução de
problemas, sendo frequentemente utilizada a express descrever
as organizações (Cunha,2016).
O desacordo em relação aos meios que se devem utilizar para alcançar determinado fim,
o conflito em relação aos objetivos que se pretendem atingir e a falta de informação em
determinadas situações são alguns fatores geradores de ambiguidade e incerteza nas
organizações. Face a esta instabilidade, os decisores organizacionais revelam preferir não
tomar decisões ou atribuir essa atividade a pessoas experientes e com competências
específicas para a realizar, tornando o processo de tomada de decisão desorganizado.
Como forma de tornar compreensíveis os processos que se inserem nas organizações, foi
desenvolvido o Modelo do Caixote do lixo (Garbage can Model),por Michael Cohen, James
March e Johan Olsen,partindo da análise de um tipo específico de organização que se
caracteriza através de três propriedades (ibidem).
Feito este esclarecimento inicial, podemos partir para a explicitação dos pressupostos
que estão subjacentes a este modelo.
A oportunidade de escolha é vista como um caixote do lixo onde são despejados vários
tipos de problemas e soluções, à medida que vão sendo criados pelos participantes.
Analisando a metáfora que serve de nome ao modelo desenvolvido, compreende-se que a
mistura de lixo que se vai acumulando num só caixote dependerá dos caixotes alternativos
que se encontram disponíveis, do tipo de lixo que se está a ser produzido e da velocidade a
que esse lixo é recolhido e removido (Cohen et al.,1972).
As soluções podem ser descritas como produtos elaborados por alguém (Cohen et
al.,1972), respostas que buscam problemas que poderão solucionar (Jann,2015).
Quando estes três elementos (inputs) fluem para o interior do sistema, de uma forma
aleatória e também imprevisível, os decisores, soluções e problemas são despejados num
Associado a isto, está também o facto de em situações reais, a tomada de decisão e a sua
posterior implementação representarem custos para a organização e os problemas que vão
surgindo serem fonte de alguma insatisfação para as pessoas. Tais pressupostos não são
considerados no modelo original (Lai,2002).
3.2.Outcomes do processo
Passando agora para a análise dos outputs, conclui-se que as situações de tomada de
decisão que ocorrem no seio das anarquias organizadas geram três possibilidades de
outcomes: tomada de decisão by resolution; tomada de decisão by oversight e tomada de
decisão by flight (Fioretti & Lomi,2009).
Este outcome é considerado pela Teoria da Tomada de Decisão Racional, como sendo o
único estilo de decisão legítimo.
Posto isto, se os problemas que ficaram na agenda forem suficientemente simples, será
usado o estilo de decisão por resolução (by resolution). Se depois de aplicada a tomada de
decisão by flight não restar nenhum problema, a decisão será efetuada by oversight. No caso
de ainda existirem problemas e de estes serem de dificuldade notória, será repetida esta
lógica, aplicando-se novamente a tomada de decisão by flight (ibidem).
Assim sendo, cada um destes estilos e processo de tomada de decisão podem ser
aplicados por uma mesma organização, para a realização de diferentes escolhas (Cohen et
al.,1972).
4.Princípios, pressupostos e observações
Como forma de testar os princípios deste modelo foram sendo feitas várias experiências
de simulação ao longo do tempo, tendo-se chegado à conclusão de que a maior parte das
decisões são tomadas sem que ocorra a resolução de nenhum problema, sendo que quando
esta acontece verifica-se essencialmente nos níveis mais baixos da hierarquia. Como
resultado destes dois aspetos, os membros das organizações, mais especificamente os
participantes (decision-makers), acabam por se deparar repetidamente com os mesmos
problemas (Fioretti & Lomi,2009).
novas
assunções, sobre os estilos de decisão (by resolution,oversight,or flight) e as propriedades
das organizações são adicionados e tidos em consideração. (Jann,2015) Na simulação são
também introduzidas e estudadas novas variáveis: fluxo de escolhas, fluxo de problemas,
taxa de fluxo de soluções e fluxo de energia dos participantes (Cohen et al.,1972).
A atuação das organizações pode assim refletir-se numa de duas possibilidades: tomar