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22/02/2016 A Extraordinária Santidade de Deus — Compreendendo Cristo e Sua Igreja Por Meio do Tabernáculo e das Ofertas

A Extraordinária Santidade de Deus


Compreendendo Cristo e Sua Igreja Por Meio do
Tabernáculo e das Ofertas
Autor: Jeremy James, 1/1/2016.

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Sumário

Capítulo 1 — Achegando-se
ao Tabernáculo
Capítulo 2 — O Pátio
Capítulo 3 — O Altar de
Bronze
Capítulo 4 — A Pia de Cobre
Capítulo 5 — A Tenda do
Tabernáculo
Capítulo 6 — O Candelabro
de Ouro
Capítulo 7 — A Mesa dos
Pães da Proposição
Capítulo 8 — O Altar de Ouro
Capítulo 9 — O Véu
Capítulo 10 — O Santíssimo
Lugar
Capítulo 11 — A Arca da
Aliança
Capítulo 12 — Aspectos Ausentes Notáveis
Capítulo 13 — O Sacerdócio
Capítulo 14 — O Óleo Santo da Unção
Capítulo 15 — As Ofertas
Capítulo 16 — A Novilha Ruiva
Capítulo 17 — As Trombetas de Prata
Capítulo 18 — Conclusão
Apêndice A: As Colunas do Pátio
Apêndice B: Os Cinco Tipos de Ofertas
Bibliografia

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Capítulo 1

Achegando-se ao Tabernáculo
A solução completa e perfeita para todas as dificuldades e desafios que a igreja
enfrenta no mundo hoje pode ser encontrada simplesmente estudando e crendo na
santa Palavra de Deus! Mas, os homens se esquecem dessa verdade indelével.

Vernon McGee, que foi um grande professor da Bíblia e teve um profícuo ministério
pelo rádio, apontou para esta crise atual cerca de 40 anos atrás, ao dizer o seguinte,
em seu comentário sobre Romanos:

"O quanto eu gostaria que mais homens que afirmam serem evangélicos
realmente acreditassem na Palavra de Deus — que ela é a Palavra de
Deus, que ela é Deus falando... Em minha opinião, o maior pecado na
igreja de Jesus Cristo nesta geração é a ignorância da Palavra de Deus."

Hoje, um crente que conheça a Palavra de Deus e que se refira a ela frequentemente
é muitas vezes marcado como um criador de problemas, um fariseu legalista ou,
talvez, um fundamentalista fora de moda que não conhece o verdadeiro significado do
amor. Poucos querem falar em profundidade sobre as gloriosas verdades que o Senhor
revelou para nosso proveito em Sua Palavra.

Em um livro publicado mais de cem anos atrás, Dwight Moody disse que tinha deixado
de ir às festas e reuniões sociais formadas por membros de igrejas, porque "se você
falar de um Cristo pessoal, sua companhia se torna ofensiva; eles não gostam disso;
eles querem que você converse sobre o mundo... Quando você fala sobre um Cristo
ressurreto e um Salvador pessoal, eles não gostam de ouvir sobre isto." (Secret
Power, Cap. 5).

Bem, o Tabernáculo da Congregação fala sobre o Cristo ressurreto! E faz isso em


detalhes admiráveis. Mas, poucos querem ouvir o que o Pai nos disse sobre Seu Filho
por meio da estrutura maravilhosa conhecida como Tabernáculo. Os fiéis cristãos hoje
parecem ter pouco ou nenhum conhecimento a respeito do Tabernáculo, ou sobre seu
significado. Todavia, este é um dos estudos mais recompensadores que podemos fazer
em nossa caminhada com Cristo.

Este guia simples tem o objetivo de despertar nos leitores um interesse renovado pelo
Tabernáculo e seus significados. A bibliografia lista diversos estudos excelentes e
profundos que enriquecerão grandemente a compreensão desse assunto admirável. (O
lançamento recente de David Cloud, A Portrait of Christ: The Tabernacle, the
Priesthood, and the Offerings, é recomendado.)

Uma grande parte da Palavra de Deus está dedicada ao Templo e ao papel central que
ele exercia, e continuará a exercer, no drama espiritual impressionante do povo judeu.
O foco principal do livro do Apocalipse, tanto geográfica quanto espiritualmente, está
em Jerusalém e em seu Templo, enquanto que uma parte considerável do livro do
profeta Ezequiel dedica-se a descrever o Templo do Milênio, que o próprio Cristo
construirá em Seu retorno triunfante. Todavia, historicamente, o Templo não
incorporou elemento significativo algum que não existisse no Tabernáculo.

O Senhor deu o Tabernáculo aos israelitas de modo a ensiná-los sobre Si mesmo e


sobre o glorioso programa de Redenção que tinha preparado desde a fundação do
mundo. Tudo isto se centraliza em Seu Filho, Cristo Jesus. Para compreendermos e
nos relacionarmos com nosso Pai Celestial, precisamos compreender e nos relacionar
com Seu Filho. Enquanto não fizermos isto, deixamos de compreender a maior parte do
que a Bíblia diz.

Alguns cristãos acreditam que um estudo das funções sacerdotais descritas no livro
de Levítico é algo reservado somente para eruditos e estudantes "avançados" da
Bíblia, mas este não é o caso. Qualquer um que ame a Palavra de Deus ficará admirado
pela profundidade das verdades contidas nas páginas desse livro do Pentateuco. Por
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outro lado, muitos "eruditos" e "especialistas" já demonstraram desconhecer a


elegância espiritual de Levítico e o modelo que o livro fornece para uma compreensão
apropriada do Novo Testamento e da igreja.

M. R. DeHaan, outro mestre da Bíblia que teve um bem-sucedido ministério no rádio,


resumiu a questão da seguinte forma:

"'Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus,


porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente.' [1 Coríntios 2:14]. Isto explica por que a Bíblia
permanece em grande medida um livro fechado para o homem mais
instruído, porém não convertido, ao mesmo tempo que é um livro aberto
para os fiéis cristãos mais ignorantes. Isto explica por que um homem
pode ser educado, treinado e possuir todos os diplomas teológicos que
todos os seminários no mundo possam outorgar, porém mesmo assim ser
profundamente cego para as grandes revelações espirituais da Palavra de
Deus, enquanto que um fiel cristão pobre e sem instrução verá verdades e
revelações de infinita profundidade e glória neste Livro dos livros." [M. R.
DeHaan, The Tabernacle, 1955].

O Nome do Tabernáculo

Como um conceito espiritual, o termo tabernáculo é imensamente rico. Ele tem a


conotação de algo que é verdadeiramente belo para o homem — lar, abrigo,
segurança, habitação, proteção e um local tranquilo de descanso, separado do caos
do mundo.

A palavra hebraica para "tabernáculo" é mishkan, que significa habitação, ou lugar de


habitação, especialmente uma tenda. O mishkan que o Senhor disse para os israelitas
construírem para a Arca da Aliança é referida de diversos modos na Palavra de Deus.
Entre eles estão:

"Tabernáculo da congregação" — 133 vezes na tradução KJV (King James


Version)
"Tabernáculo do Senhor" — 12 vezes
"Tabernáculo do testemunho" — 5 vezes
"Tabernáculo da tenda da congregação" — 4 vezes
"Tabernáculo da casa de Deus" — 1 vez.

Algumas vezes, a palavra "tabernáculo" refere-se tanto à tenda e ao pátio que está
ao redor dela e, algumas vezes, somente à tenda. Mantenha esta distinção em mente
enquanto prosseguimos.

A tradução literal das palavras hebraicas que a KJV traduz como "tabernáculo da
congregação" é "tenda do encontro". Embora fosse o local onde Deus habitava entre
Seu povo — o "Tabernáculo do Senhor" e o "Tabernáculo da casa do Senhor" — na
vasta maioria das vezes, a Bíblia refere-se a ele como o local onde Deus encontrava o
homem.

Tendo dito isto, somente membros designados da tribo de Levi podiam entrar no pátio
e, um número muito menor, os filhos de Arão, podiam entrar na tenda do Tabernáculo.
Os membros das outras tribos, se pudessem entrar no pátio, podiam chegar no máximo
até o Altar de Bronze, que estava situado na entrada do pátio. Assim, de uma
população total, ou "congregação", de cerca de 2 milhões de indivíduos no tempo do
Êxodo, somente uma pequena proporção tinha permissão de entrar no pátio e se
aproximar da tenda do Tabernáculo, enquanto que somente alguns poucos indivíduos
podiam realmente entrar na tenda.

O israelita "mediano" somente conhecia o Tabernáculo pelo lado de fora. Eles podiam
ver a metade superior da tenda do Tabernáculo, adornada por uma sóbria cobertura
de pele de animais. A tenda — que cobria uma área de apenas 4,5 X 13,5 metros —
tinha uma altura de 4,5 metros, enquanto que a "cerca" de linho torcido ao redor tinha

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uma altura de apenas 2,25 metros. O único elemento colorido era a entrada de linho,
de 9 metros de largura, que estava adornada com bordados em cores azul, púrpura
(roxo) e vermelho. Ela também tinha 2,25 metros de altura.

A cerca de linho — que delimitava uma área retangular de terreno do deserto de 45 X


22,5 metros — continha 20 tábuas em cada um dos dois lados maiores, e 10 em cada
um dos dois lados menores. A única parte visível de cada tábua era um capitel logo
acima da cerca de linho e, possivelmente, uma pequena porção da tábua revestida de
bronze. Cada uma das tábuas estava encaixada em uma pesada base de bronze
firmada no chão, presa por cordas fixas, tanto do lado de dentro quanto de fora do
pátio.

Pilares de Nuvem e de Fogo

Se havia pouco para ver a partir do lado de fora, então em que sentido ele era o
Ttabernáculo da Congregação, ou Tenda do Encontro? Por quais meios tangíveis
podiam as tribos de Israel reunidas se relacionar com ele? A resposta está em um
detalhe que muitos hoje parecem ter se esquecido. O Deus vivo manifestava Sua
presença para todos por meio do pilar de nuvem, que se elevava por cima do
Tabernáculo durante o dia, e por meio da coluna de fogo que subia por cima dele à
noite. Independente de onde alguém estivesse no acampamento — uma área que
necessariamente deveria se estender por pelo menos 5 km de um lado a outro, para
acomodar uma população de cerca de 2 milhões de indivíduos — a nuvem e o fogo,
respectivamente, sempre estavam visíveis. Eles eram uma consolação tangível e
sempre presente para todo israelita, desde a criança mais nova até o adulto mais
idoso, pois a nuvem, que se espalhava por cima de todo o acampamento, oferecia
proteção durante o dia contra o calor do sol, enquanto que o fogo oferecia iluminação
à noite. "Estendeu uma nuvem por coberta, e um fogo para iluminar de noite." [Salmos
105:39].

O dia inteiro, todos os dias, a noite inteira, todas as noites, o Senhor se deu a
conhecer ao Seu povo a partir de Sua habitação no Tabernáculo. Além disso, Ele fez
isso continuamente, durante 40 anos:

"E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar
pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que
caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante do povo a coluna de
nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite." [Êxodo 13:21-22].

É importante também reconhecer que, mesmo neste estágio inicial na revelação de

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Seu programa de Redenção, o Senhor abriu a possibilidade para a edificação dos


gentios. A congregação incluía uma "mistura de gente" (Êxodo 12:38), isto é, não-
israelitas — presumivelmente egípcios e etíopes em sua maioria — que viviam no Egito
no tempo do Êxodo e que decidiram partir junto com a migração judaica. Além disso,
durante os quarenta anos de peregrinação no deserto, indivíduos empreeendedores
das nações gentias provavelmente saíram para ver o imenso acampamento israelita e
testemunhar por si mesmos o dossel de nuvens durante o dia e o pilar de fogo à noite.

Isaías nos diz que exatamente os mesmos sinais da proteção divina serão visíveis no
Milênio, quando Cristo Jesus, o Messias, reinar triunfantemente e em perfeita justiça
em Jerusalém:

"Quando o SENHOR lavar a imundícia das filhas de Sião, e limpar o sangue


de Jerusalém, do meio dela, com o espírito de justiça, e com o espírito de
ardor. E criará o SENHOR sobre todo o lugar do monte de Sião, e sobre as
suas assembléias, uma nuvem de dia e uma fumaça, e um resplendor de
fogo flamejante de noite; porque sobre toda a glória haverá proteção. E
haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia; e para refúgio e
esconderijo contra a tempestade e a chuva." [Isaías 4:4-6].

O Significado Numérico no Tabernáculo

Ao considerarmos os elementos constituintes do Tabernáculo, precisamos ter em


mente a linguagem numérica que o Senhor usou em toda Sua santa Palavra. Os
números são usados, não em um sentido simbólico ou numerológico, mas como um
modo de marcar uma característica ou uma propriedade. Muitos eruditos bíblicos já
chamaram a atenção para este aspecto das Escrituras, incluindo F. W. Grant e A. J.
Pollock. Isto não tem nada que ver com códigos ou com significados ocultos, mas, ao
revés, com o modo como as Escrituras utilizam números em uma maneira consistente
de modo a enfatizar certas verdades. Por exemplo, o número 7, que ocorre tão
frequentemente no livro do Apocalipse, significa perfeição divina, enquanto que o
número 6 significa o homem agindo em sua própria força. Assim, o número "666" indica
a convicção do homem ímpio que ele pode viver sem Deus e depender unicamente de
seus próprios recursos.

A tabela abaixo apresenta uma breve descrição do significado desses números,


conforme Deus os utilizou em Sua Palavra. A relevância deles se tornará mais aparente
ao examinarmos a estrutura do Tabernáculo e o impressionante programa de Redenção
que ele incorpora.

Significado Típico nas


Número
Escrituras
Supremacia, unidade,
1
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autossuficiência.
Intensificação, testemunhar,
2
testemunho.
Plenitude, totalidade,
3
manifestação.
4 Universal, inclusivo, mundial.
Responsabilidade humana, ação
5
responsável.
Limitação humana, mundo sob
6
julgamento.
Perfeição, realização divina,
7
descanso.
8 Novo início, nova era.
[Nenhum significado geralmente
9
aceito].
10 Universalidade aperfeiçoada.
[Nenhum significado geralmente
11
aceito].
Soberania manifesta,
12
administração.
40 Teste, provação completa.

Fontes: Bible Encyclopedia and Dictionary, de A. R. Fausset; The


Numerical Structure of Scripture, de F. W. Grant; The Tabernacle's
Typical Teaching, de A. J. Pollock.

Tenha também em mente, ao estudarmos o Tabernáculo, o poder vivo e a relevância


ainda atual de todo verso na Bíblia. Cada um deles está tão repleto de vitalidade hoje
quanto no tempo em foi escrito originalmente pelos profetas. Lamentavelmente, o
homem em sua tolice introduziu muitas convenções que o cegam para esta verdade.
Até mesmo os termos Velho Testamento e Novo Testamento são uma barreira para
compreendermos a Palavra de Deus em sua totalidade. Como Adolph Saphir comentou:

"Acredito que os próprios nomes, Velho Testamento e Novo Testamento,


sejam errôneos e prejudiciais. Qual é o sentido de chamar os escritos de
Moisés e dos profetas de 'Velho Testamento'? Eles não apresentam a
aliança da graça? A doutrina da justificação pela fé: Paulo na epístola aos
Romanos não prova a partir do Gênesis (caso de Abraão) e a partir dos
Salmos (caso de Davi, Salmo 32)? Onde a doutrina da substituição e os
sofrimentos vicários do Messias são apresentados mais claramente do que
em Levítico e no capítulo 53 de Isaías? O termo 'Velho Testamento' leva
as pessoas a imaginarem que ele é um livro antiquado; enquanto que, em
muitos aspectos, ele é mais atual do que o Novo Testamento, referindo
mais plenamente à era de glória e bênçãos na Terra que ainda estão
diante de nós." [Christ and Israel, Adolph Saphir, cap. 8].

Capítulo 2

O Pátio
A área do Tabernáculo, ou pátio, era definida por uma cerca retangular e uma
entrada, como segue:

A cerca era formada por 60 tábuas.


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A área delimitada era de 100 côvados por 50 côvados (45 m x 22,5 m).
As 60 tábuas eram feitas de madeira de acácia e revestidas por bronze (veja o
Apêndice A).
As tábuas eram encaixadas verticalmente nas bases de bronze.
Cada tábua tinha uma altura de 5 côvados (2,25 m).
As tábuas eram mantidas em posição vertical por cordas amarradas às bases de
bronze fixadas no solo.
Todos os ganchos, argolas e colchetes eram feitos de prata.
Um capitel de prata estava montado por cima de cada tábua.
Vinte tábuas ficavam no lado norte do Tabernáculo e vinte no lado sul.
Dez tábuas ficavam do lado oriental e dez no ocidental.
A entrada, que estava no lado oriental, tinha quatro tábuas e uma largura de 20
côvados (9 metros).
A entrada consistia de uma cortina de linho com obras de bordador em carmesim
(vermelho vivo), púrpura (violeta, ou roxo) e azul.
O restante da cerca era coberto por uma cortina de linho branco fino e torcido.
As cortinas ao longo de cada lado podem ter sido feitas de um rolo contínuo de
tecido.

Nechosheth

A palavra hebraica nechosheth, que na tradução de João Ferreira de Almeida (ACF)


aparece como bronze, pode ter sido o cobre. O bronze é uma liga de zinco e estanho,
mas sabemos hoje que o zinco era muito raro nos tempos antigos. O cupralumínio é
outra possibilidade. Uma liga de cobre e alumínio, ele era muito menos maleável do que
o estanho e difícil de trabalhar sem ser recriado. Todas as famílias israelitas
certamente possuíam diversos talheres de mesa feitos de cobre quando deixaram o
Egito. Evidências arqueológicas mostram que esse metal era comumente usado
naquele tempo. Ele também era de maior valor prático do que o bronze, pois podia ser
moldado e transformado em novos objetos. Ele também podia ser polido e servir como
espelho para propósitos cosméticos (veja Êxodo 38:8).

Temos também outra indicação em Deuteronômio 8:9, que diz: "... terra cujas pedras
são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre." Como o bronze é uma liga e não é
encontrado em minas, o metal em questão mais provavelmente era o cobre.

Por esta e outras razões, muitos eruditos hoje acreditam que, na maioria das
ocorrências (embora não necessariamente em todas) em que a palavra nechosheth é
usada na Bíblia, ela na verdade significa cobre. Todavia, para evitar confusão,
continuaremos a nos referir a esse metal como "bronze".

Metais

Três metais foram usados na construção do Tabernáculo — ouro, prata e bronze


(cobre). Como já vimos, o número três indica plenitude, de modo que sabemos que
esses metais transmitiam uma mensagem espiritual completa para os hebreus. Os
eruditos bíblicos em geral concordam que:

O ouro significa divindade, ou justiça divina.


A prata significa expiação, redenção e santificação.
O bronze significa julgamento e a consequência do pecado.

Cores

O Tabernáculo consistia de dois grupos principais de cores, isto é, as três cores


metálicas — ouro, prata e bronze — e quatro cores nos tecidos — azul, púrpura,
vermelho e branco. Como um conjunto, esses quatro últimos denotavam universalidade
e, portanto, uma verdade espiritual que era aplicável ao total da humanidade.

Azul, a cor do céu, significa a origem celestial de Cristo.


Púrpura (violeta, ou roxo), significa a realeza de Cristo.
Vermelho, significa o sangue derramado de Cristo.
Branco, significa a perfeita justiça de Cristo.
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Outra cor notável era a da cobertura exterior do próprio Tabernáculo. Como esta é
uma questão de conjetura, deixarei para discuti-la separadamente (veja o Cap. 5).

Embora a palavra "branco" não seja encontrada no Êxodo, ela é implícita pela palavra
hebraica byssus, que significa linho fino. Assim, o termo "linho fino torcido (ou
trançado)" significa um linho branco desbotado muito puro, do tipo mais caro, que
normalmente estava disponível somente para a aristocracia egípcia. O livro do
Apocalipse confirma a importância do linho fino como um símbolo da perfeita pureza
quando declara:

"Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são


as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que
se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são
as justiças dos santos." [Apocalipse 19:7-8].

A cerca que existia ao redor do pátio e que consistia de linho fino branco, declarava
que somente uma pessoa vestida em justiça poderia entrar. As tábuas de acácia
denotavam nossa humanidade, enquanto que o revestimento de bronze em cada uma
delas declarava que toda a humanidade está sob julgamento diante de um Deus
extraordinariamente santo.

A cerca poderia ter formado uma barreira permanente para as almas perdidas, se não
existisse a mensagem de esperança retratada pelos capitéis no alto de cada tábua. A
prata denota expiação e, portanto, aponta para o sangue derramado de Cristo.

A entrada única ficava no lado oriental do pátio. Ela consistia de uma passagem de
quatro pilares, mostrando que ela estava acessível a toda a humanidade (quatro é o
número da universalidade). A cortina que enfeitava a entrada também era feita de
"linho fino torcido", mas era toda bordada com fios de cores azul, púrpura e carmesim.
Essas cores eram um convite para todos fazerem uso da obra perfeita de Cristo, para
virem até Ele em Sua divindade, a se submeterem à Sua soberania, a buscarem
salvação em Seu sangue derramado, e aceitarem o dom da justiça perfeita que Ele
somente pode outorgar.

O Tabernáculo constituía um retrato impressionante de Cristo. Cada detalhe de sua


construção e suas várias atividades cerimoniais proclamavam algum aspecto da
santidade, do propósito e da obra perfeita de Cristo. Por meio do Tabernáculo e de
seus ritos cerimonias prescritos, o Pai Celestial estava apresentando a humanidade ao
Seu Filho. Em particular, Ele estava retratando Seu plano de redenção, por meio do
qual os homens caídos poderiam vir até Ele e se reconciliar com Ele.

Retratando Seu plano deste modo, Deus estava dizendo ao mundo que não há outro
caminho para a salvação. Se nos recusarmos a vir até Ele de acordo com Sua santa
vontade, seguindo o caminho que Ele especificou, nunca O encontraremos.

Isto significa que todas as outras religiões são falsas e nunca levarão a Deus? Sim, é
exatamente o que significa. Isto não é algo que as pessoas gostem de ouvir, mas é a
mensagem do Tabernáculo.

A Lei definiu um padrão que homem algum — exceto Cristo — conseguiu cumprir ("E é
evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá
pela fé." [Gálatas 3:11]). A grande esperança no Pentateuco está, não na obediência
à Lei, mas na promessa do Tabernáculo, representada pelo Propiciatório no Santíssimo
Lugar.

A Lei, que era representada pelas duas tábuas de pedra, confirmava com força terrível
que o homem estava sob uma sentença de morte e que não havia absolutamente
nada que ele poderia fazer para salvar-se. A Lei permitiu que o homem visse que sua
condição era até pior do que ele tinha anteriormente imaginado. Mas, as tábuas da Lei
estavam guardadas dentro da Arca, de forma que a ira de Deus, que elas
continuamente autorizavam e convidavam, era mantida permanentemente sob
controle pelo Propiciatório (uma tampa) que ficava sobre elas.

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Os Dois Mantos

O Tabernáculo fala sobre Cristo de formas inesperadas. Considere, por exemplo, os


dois mantos que foram colocados sobre Cristo imediatamente antes da crucificação:

"E os soldados o levaram dentro à sala, que é a da audiência, e


convocaram toda a coorte. E vestiram-no de púrpura, e tecendo uma
coroa de espinhos, lha puseram na cabeça. E começaram a saudá-lo,
dizendo: Salve, Rei dos Judeus!" [Marcos 15:16-18].

"E logo os soldados do presidente, conduzindo Jesus à audiência, reuniram


junto dele toda a coorte. E, despindo-o, o cobriram com uma capa de
escarlate; e, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e
em sua mão direita uma cana; e, ajoelhando diante dele, o escarneciam,
dizendo: Salve, Rei dos judeus. E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e
batiam-lhe com ela na cabeça. E, depois de o haverem escarnecido,
tiraram-lhe a capa, vestiram-lhe as suas vestes e o levaram para ser
crucificado." [Mateus 27:27-31].

A palavra grega para "púrpura" em Marcos é porphyra, enquanto que a palavra para
escarlate em Mateus é kokkinos. Apesar do fato de duas cores distintas serem
mencionadas, alguns comentaristas, incluindo Gill e Barnes, acreditam que, como a
mesma sequência de eventos está sendo descrita em ambos os Evangelhos, o mesmo
manto está sendo referido a cada vez. Mas, a tipologia do Tabernáculo diz algo
diferente. As quatro cores nos tecidos do Tabernáculo são as mesmas cores que
Cristo "vestiu" no dia de Sua crucificação. Além de sua túnica de linho branco, sobre o
qual os soldados lançaram sortes, Cristo foi despido e vestido sucessivamente pelos
soldados da guarda pretoriana com dois mantos diferentes, um de cor púrpura e outro
vermelho. A quarta cor — azul — é a cor do céu, um céu sem nuvens.

O Tabernáculo e a Igreja

Se o Tabernáculo lida com a santidade de Deus, o estado caído do homem, os efeitos


perniciosos do pecado, a necessidade de expiação, a morte e ressurreição de Cristo e
a redenção da humanidade, então ele tem muito a dizer sobre a igreja!

Comparando a atitude e práticas da igreja professa com os princípios santos


incorporados no Tabernáculo, devemos ser capazes de dizer se, e em que extensão, a
igreja se mantém fiel ao seu rumo prescrito.

Capítulo 3

O Altar de Bronze
Todos os sacrifícios no programa de Redenção do Senhor ocorriam no Altar de Bronze,
que estava localizado perto da entrada do Pátio do Tabernáculo. Não havia um altar
perpétuo em qualquer outro lugar na Terra onde o homem podia vir diante de Deus e
receber a expiação pelos seus pecados.

O altar era uma caixa retangular oca, feita de madeira de acácia e revestida por
bronze. Ele tinha 3 côvados (1,35 m) de altura, com uma superfície superior de 5x5
côvados (2,25 m X 2,25 m). Uma grelha de bronze estava fixada dentro da caixa, 67,5
centímetros abaixo da superfície sobre a qual as ofertas sacrificiais eram colocadas.
Em cada um dos quatro cantos havia uma argola de bronze e o altar era transportado
de um lugar para outro por dois varais de madeira de acácia revestidos por bronze,
que passavam pelas argolas. No topo de cada canto havia um chifre de madeira de
acácia, revestido por bronze. Um conjunto de utensílios de bronze foram fabricados
para uso nas várias funções cerimoniais. Esses utensílios incluíam tenazes (para retirar
as brasas do fogo), pás (para recolher as cinzas), bacias (para recolher o sangue) e

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garfos (para colocar a carne no


altar).

O fogo abaixo da grelha foi aceso


inicialmente pelos céus e queimava
perpetuamente. As brasas
incandescentes eram transportadas
com todo o cuidado sempre que o
Tabernáculo era transferido para
outro lugar durante a jornada do
povo de Israel pelo deserto.

As Ofertas Sacrificiais

A pessoa que trazia um animal em


oferta sacrificial — seja bode,
carneiro ou boi — colocava suas
mãos sobre a cabeça do animal
sacrificial, um ato que expressava sua submissão a Deus. A própria pessoa então
matava o animal, enquanto o sacerdote recolhia o sangue derramado em uma bacia e
depois o espargia sobre o altar:

"E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a
favor dele, para a sua expiação. Depois degolará o bezerro perante o
SENHOR; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue, e
espargirão o sangue em redor sobre o altar que está diante da porta da
tenda da congregação. Então esfolará o holocausto, e o partirá nos seus
pedaços. E os filhos de Arão, o sacerdote, porão fogo sobre o altar, pondo
em ordem a lenha sobre o fogo." [Levítico 1:4-7].

Esta cerimônia era um lembrete chocante a cada participante que o pecado sempre
resultava em morte e que a expiação somente ocorreria quando um substituto vivo
morresse em seu lugar.

"E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem
derramamento de sangue não há remissão." [Hebreus 9:22].

"Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre
o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue
que fará expiação pela alma." [Levítico 17:11].

Sabemos que o sangue de animais não pode remover pecados — "Porque é impossível
que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados." [Hebreus 10:4]. Portanto,
como o sangue dos animais sacrificados sob a Lei Mosaica tinha um efeito de
expiação? Cada um desses sacrifícios apontava para o único sacrifício que poderia
remover o pecado, isto é, o sacrifício de Cristo no Calvário. Ao aceitar o sacrifício do
animal, o Senhor estava mostrando Sua disposição de perdoar os pecados antes do
sacrifício que Seu Filho um dia faria no Calvário. O "cheiro suave" que o Senhor recebia
com as ofertas queimadas não era o do animal sacrificado, mas aquilo que estava
indicado, isto é, o perfeito amor e a perfeita obediência expressos por Seu Filho no
Calvário:

"Depois o tomarás das suas mãos e o queimarás no altar sobre o


holocausto por cheiro suave perante o Senhor; é oferta queimada ao
SENHOR." [Êxodo 29:25].

"E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si


mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave." [Efésios
5:2].

Cristo era o único "cheiro suave" no Altar de Bronze. O Pai Celestial, cuja visão dos
eventos terreais não está limitada pelo tempo, podia ver o perfeito amor de Seu Filho
no sacrifício cheio de fé de toda oferta queimada. É por este motivo que os sacrifícios
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de animais serão reinstituídos em Jerusalém durante o Milênio (segundo os capítulos


40-48 de Ezequiel). De si mesmos, eles não expiavam os pecados nos tempos da Lei
Mosaica e também não farão isso no futuro. Somente o Calvário realizou isto. As
ofertas feitas durante o Milênio refletirão o Calvário, que está no passado, exatamente
como as ofertas durante o tempo da Lei Mosaica refletiam o futuro, apontando para o
único sacrifício perfeito que faria o acerto definitivo da questão do pecado.
Exatamente como as ofertas no tempo da Lei Mosaica apontavam para o Calvário, que
estava no futuro, as ofertas durante o Milênio celebrarão o mesmo Calvário.

Se é assim, então por que os sacrifícios foram introduzidos na Lei Mosaica? A resposta
está na fé. Por meio da fé, que eles expressavam por meio de sua obediência aos
preceitos das ofertas sacrificiais, os israelitas — tanto como indivíduos e como nação
— estavam se comprometendo com o programa redentor instituído por Deus.
Exatamente como somos salvos hoje por nossa fé naquilo que Cristo realizou por nós
no Calvário, os israelitas dos tempos antigos eram salvos por sua fé nos sacrifícios que
apontavam para o Calvário e que eram eficazes unicamente por causa do sacrifício
expiatório de Cristo.

Discutiremos os detalhes das várias ofertas e seus respectivos significados no Cap.


15.

A Grelha no Altar de Bronze

A grelha (ou crivo) dentro do Altar de Bronze (que pode, na verdade, ser feito de
bronze, e não cobre) estendia-se de um lado a outro, era quadrada. Isto significa que
nada que fosse colocado sobre ela escapava do fogo que estava embaixo.

A grelha era fixada na metade, na parte oca do altar: "E as porás dentro da borda do
altar para baixo, de maneira que a rede chegue até ao meio do altar." [Êxodo 27:5].
Como o altar tinha uma altura de 3 côvados (1,35 m), a grelha estava a um côvado e
meio (67,5 cm) acima do solo, o que significa que estava exatamente na mesma altura
que o Propiciatório. É significativo que tanto o lugar onde a questão do pecado era
acertada e o lugar onde os benefícios misericordiosos desse acerto eram concedidos
estavam no mesmo nível.

Como a Bíblia diz que Cristo foi "levantado" em Sua crucificação, podemos conjeturar
que Sua elevação no Calvário foi a mesma, isto é, 67,5 centímetros acima do solo: "E
eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim."

Esta surpreendente concordância torna-se ainda mais incomum pelo fato que a Mesa
dos Pães de Proposição (que discutiremos adiante) também tinha uma altura de 67,5
centímetros.

O quadro a seguir mostra o relacionamento:

"Farás também o altar de madeira de


Altura: 3 côvados (1,35
acácia; cinco côvados será o
Altar de m). A grelha estava no
comprimento, e cinco côvados a largura
Bronze meio do altar, ou a 67,5
(será quadrado o altar), e três côvados a
centímetros.
sua altura." [Êxodo 27:1].
"Também farão uma arca de madeira de
Colocado sobre a Arca, acácia; o seu comprimento será de dois
Propiciatório que tem um côvado e meio côvados e meio, e a sua largura de um
de altura (67,5 cm). côvado e meio, e de um côvado e meio a
sua altura." [Êxodo 25:10].
Os pães da proposição das "Também farás uma mesa de madeira de
Mesa dos 12 tribos eram colocados acácia; o seu comprimento será de dois
Pães da sobre a mesa, que tem côvados, e a sua largura de um côvado, e
Proposição uma altura de um côvado a sua altura de um côvado e meio."
e meio (67,5 cm). [Êxodo 25:23].

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Podemos ver nesse quadro uma conexão surpreendente entre a misericórdia de Cristo
(o Propiciatório), o sofrimento de Cristo (a grelha no Altar de Bronze) e os
beneficiários do sacrifício feito por Cristo — as doze tribos de Israel e, por extensão, a
igreja.

A Madeira de Acácia

Quer seja medido por peso ou por volume, o material mais utilizado na construção do
Tabernáculo foi a madeira de acácia. Na tipologia espiritual do Tabernáculo, a madeira
representava nossa humanidade, mas nossa humanidade precisa ser coberta ou
protegida de algum modo, caso contrário será consumida pelo fogo.

A única madeira exposta dentro


do pátio era a lenha queimada
no Altar de Bronze. Este é o
destino de todos os que
rejeitam a expiação que Cristo
oferece para cada um de nós.

Alguns argumentam que o


inferno não é um lugar real, mas
o Tabernáculo diz de forma
contrária.

Se olharmos novamente para o


significado dos três metais
usados em todo o Tabernáculo,
podemos ver mais claramente o
profundo significado espiritual que eles possuem. O bronze mostra o homem como ele
está diante de Deus, protegido unicamente pelo fato glorioso que alguém — Cristo
nosso Salvador — tomou sobre Si mesmo o fogo do julgamento que, de outra forma,
iria nos consumir. Quando vamos diante do Senhor e nos arrependemos de nossos
pecados, nascemos de novo e ficamos daí para frente cobertos pelo sangue protetor
de Cristo. O processo da purificação espiritual continua a partir desse momento por
toda a duração de nossa vida. Somos santificados pela oração, pela adoração, pelo
estudo bíblico, pelo serviço, pelas boas obras e, acima de tudo, pela perfeita
obediência à vontade de Deus. Essa santificação é representada pela prata usada no
Tabernáculo. Finalmente, após esta vida terminar, os santos receberão no tempo
devido, na primeira ressurreição, seus corpos físicos imortais, representados pelo
revestimento de ouro.

Não existem modos alternativos de salvação. Não permita que ninguém o engane com
palavras vãs: o inferno é real, o destino final para os filhos da desobediência:

"Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira
de Deus sobre os filhos da desobediência." [Efésios 5:6].

Foi exatamente isto que aconteceu com os 250 seguidores de Coré, Datã e Abirão.
Quando eles se rebelaram contra o sistema sacerdotal da expiação que o Senhor tinha
instituído, foram consumidos pelo fogo que caiu dos céus:

"Então saiu fogo do SENHOR, e consumiu os duzentos e cinquenta homens


que ofereciam o incenso." [Números 16:35].

Que não haja dúvidas sobre a severidade deste julgamento! Deus punirá todos aqueles
que rejeitarem o caminho da salvação que Ele graciosamente forneceu por meio do
sacrifício de Seu Filho. O apóstolo Paulo referiu-se a essa solene realidade quando
disse:

"Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que


caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na
sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado." [Romanos

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11:22].

De modo a garantir que os israelitas compreendessem essa verdade fundamental, Deus


mandou Moisés tomar os incensários de bronze que cada um dos rebeldes carregava
no momento em que foram consumidos e fabricar com eles "folhas estendidas". Essas
folhas foram então colocadas como revestimento sobre o Altar de Bronze, como um
memorial aos filhos de Israel (veja Números 16:35-40).

Este foi um ato extraordinário. O mesmo lugar na Terra onde o pecado era expiado foi
agora enfeitado com um lembrete chocante que o pecado será julgado! A não ser que
os homens aceitem o único meio de expiação que o Senhor forneceu, eles enfrentarão
o fogo da ira do Seu justo juízo! Os incensários que foram transformados em folhas
para revestirem o altar serviram como um dramático lembrete disto!

Os Chifres do Altar de Bronze

A força de um animal, como um carneiro, bode ou touro, estava concentrada em seus


chifres. Assim, em um contexto bíblico, a palavra "chifre" designava um líder forte, ou
um ponto focal de poder e de autoridade. Os quatro chifres de acácia que existiam no
Altar de Bronze, cada um dos quais estava revestido por bronze, falavam do
julgamento universal, ou mundial. O número 4 designava a universalidade, enquanto
que o bronze representava o julgamento de um Deus justo sobre os pecados de toda
a humanidade.

No fim, todas as nações, e não apenas Israel, precisarão vir diante do Altar de Bronze.
Como todos estão sob condenação, todos precisam buscar a expiação por seus
pecados e se reconciliar com Deus. Assim, o Altar de Bronze é, ao mesmo tempo, o
mais terrível lugar no universo, pois consome profundamente todos os que o rejeitam,
mas, paradoxalmente, é também o mais maravilhoso, pois liberta cada um de nós da
servidão espiritual.

Com a totalidade da ira de Deus concentrada sobre este local, é difícil pensar nele
como um lugar de misericórdia. Talvez seja por esta razão que o Senhor acrescentou
uma bênção totalmente inesperada aos chifres do Altar de Bronze:

"Quem ferir alguém, de modo que este morra, certamente será morto.
Porém se lhe não armou cilada, mas Deus lho entregou nas mãos, ordenar-
te-ei um lugar para onde fugirá. Mas se alguém agir premeditadamente
contra o seu próximo, matando-o à traição, tirá-lo-ás do meu altar, para
que morra." [Êxodo 21:12-14].

Antes de as cidades de refúgio serem instituídas, uma pessoa culpada de causar uma
morte acidental podia fugir até o Altar de Bronze e se agarrar a um de seus chifres.
Este ato oferecia proteção imediata contra um perseguidor furioso, até que uma
audiência justa pudesse ser conseguida. O Altar de Bronze continuou a servir como um
local de clemência mais tarde, até mesmo depois que as seis cidades de refúgio foram
estabelecidas. Por exemplo, quando Adonias apelou por misericórdia, agarrando-se aos
chifres do altar, ele foi perdoado por Salomão (1 Reis 1:50), porém quando Joabe, que
era culpado de homicídio, tentou garantir clemência da mesma forma, ele foi
executado.

O pecado precisa ser punido. Não existem exceções. Os fiéis cristãos são redimidos,
não porque Deus decidiu arbitrariamente perdoá-los, mas porque Cristo tomou sobre Si
mesmo a punição total em nosso lugar.

O Altar de Bronze é o lugar mais inclemente na Bíblia — juntamente com o Calvário,


sem antítipo — pois não poupava ninguém, nem mesmo o Filho de Deus. Todavia, ao
requer esse lugar, o Senhor Deus o marcou com um sinal especial de Sua infinita
misericórdia — os quatro chifres de refúgio.

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Capítulo 4

A Pia de Cobre

O Altar de Bronze lidava com o pecado. Como


uma figura da cruz, em que os sacrifícios
contínuos de animais tipificavam o único
sacrifício perfeito, ele garantia a completa
reconciliação do homem com Deus. Os
sacrifícios de animais, em si mesmos, não
faziam nada pelo pecado, exceto postergar a
punição que a justiça divina exigia. Cada um
dos sacrifícios de animais apontava para
Cristo. O "cheiro suave" que o Pai Celestial
recebia com essas ofertas queimadas era, na
realidade, o suave perfume da perfeita
obediência de Seu Filho à Sua santa vontade.
Humanamente, vemos esses eventos em um
contexto histórico, mas nosso Pai Celestial os
vê e conhece todas as coisas de uma maneira atemporal: "Conhecidas são a Deus,
desde o princípio do mundo, todas as suas obras." [Atos 15:18].

A questão do pecado é acertada para sempre quando nascemos de novo. Quando isso
acontece, nosso pecado é "coberto" pelo sangue de Cristo, que fez expiação em
nosso lugar. Ele pagou, ou cobriu, a dívida do nosso pecado por nós. Esse conceito de
"cobrir" é encontrado em todo o Tabernáculo, em que toda a madeira de acácia era
revestida por ouro — representando nossa humanidade coberta por Cristo em um dos
três aspectos de sua obra como Remidor — aquele que assumiu nossa humanidade
para habitar entre nós e nos salvar do julgamento divino (o bronze), aquele que
derramou seu sangue e deu sua vida por nós, morrendo em nosso lugar (prata) e
aquele em que habita "toda a plenitude da divindade" (Colossenses 2:9) (o ouro).

Dai para frente, após a justificação pela fé em Cristo, enquanto ainda estamos
vivendo aqui em nosso corpo e mente caídos e afetados pelo pecado, o Senhor requer
que façamos uma limpeza contínua da contaminação deste mundo terreal. Esse
processo contínuo é representado pela Pia de Cobre.

Toda vez que os sacerdotes se aproximavam do Altar de Bronze para apresentar uma
oferta queimada, ou que entravam no santuário do Tabernáculo, eles tinham de lavar
suas mãos e seus pés "para que não morressem":

"E Arão e seus filhos nela lavarão as suas mãos e os seus pés. Quando
entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não
morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para acender a
oferta queimada ao SENHOR. Lavarão, pois, as suas mãos e os seus pés,
para que não morram; e isto lhes será por estatuto perpétuo a ele e à sua
descendência nas suas gerações." [Êxodo 30:19-21].

Cristo estava fazendo referência a esse ato essencial quando lavou os pés dos
apóstolos na Última Ceia. Como os pés deles estavam em contato constante com o
mundo, eles estavam continuamente acumulando as manchas do mundo. Essas
manchas, ou contaminações, tinham de ser removidas — "Disse-lhe Pedro: Nunca me
lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo."
[João 13:8]. Os sacerdotes do Tabernáculo também tinham de lavar suas mãos porque
estavam em contato constante com a morte ao manusearem os sacrifícios no Altar de
Bronze.

A igreja moderna virtualmente abandonou a Pia de Cobre. A maioria dos cristãos


professos não vê mais a necessidade de uma contínua limpeza diária na Palavra de
Deus, com oração de arrependimento sincero e separação do mundo.

A Pia de Cobre foi feita inteiramente de cobre, porém a quantidade de metal não foi
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especificada. As dimensões também não são indicadas. A ausência da madeira de


acácia é um lembrete que, mesmo após a questão do pecado ter sido solucionada, o
próprio homem, em sua humanidade, nada pode fazer para remover sua própria
contaminação diária. Esta também é uma obra que somente Cristo pode realizar —
mas que o homem precisa solicitar. Exatamente como Pedro teve de permitir a limpeza
de seus pés por Cristo, e os sacerdotes tinham de ir até Pia de Cobre muitas vezes
por dia, o fiel cristão também precisa humildemente se submeter a Cristo todos os dias
e solicitar essa purificação.

Pelo fato de Deus não especificar a quantidade de cobre necessária e nem o tamanho
e formato da pia, o fiel cristão está sendo convidado a se achegar a Cristo todos os
dias, tantas vezes quanto quiser, sem limites. A limpeza da contaminação — que é
contraída continuamente por meio de nosso contato diário com um mundo danificado
pelo pecado — é uma tarefa que nunca termina.

A Pia de Cobre continha somente água. Em toda a Escritura, quando a água é usada
simbolicamente, ela designa a Palavra, seja a Palavra escrita, ou a Palavra viva. Cristo
declarou que todo aquele que vier até Ele encontrará um poço de águas vivas e que
nunca secam: "Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque
a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna."
[João 4:14]. Portanto, exatamente como o Altar de Bronze — uma representação de
Cristo — usava o sangue para nos purificar de nossos pecados, a Pia de Cobre —
outra representação de Cristo — usava a água para nos limpar de nossa contaminação
— "... como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a
santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra." [Efésios 5:25-26].

Um detalhe admirável que a Palavra de Deus acrescenta é que a Pia de Cobre foi feita
com os "espelhos" doados pelas mulheres:

"Fez também a pia de cobre com a sua base de cobre, dos espelhos das
mulheres que se reuniam, para servir à porta da tenda da congregação."
[Êxodo 38:8].

[Esta é outra evidência que a palavra hebraica nechosheth é cobre, pois o cobre é
mais reflexivo do que o bronze quando submetido ao polimento.]

Os "espelhos" de cobre refletiam o orgulho do mundo e a vaidade humana. Usando-os


para fabricar a Pia de Cobre, o Senhor estava mostrando que, de modo a nos
achegarmos a Ele, precisamos renunciar completamente ao nosso orgulho e virar
nossas costas para o mundo. Nossos corações precisam refletir o Senhor e Sua glória,
não o mundo ou nós mesmos. Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, de modo
que precisamos ser refletores perfeitos do Deus maravilhoso de quem temos a imagem
— "Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus." [Mateus
5:48].

É possível que Paulo tenha se referido a isto em sua segunda carta aos Coríntios:

"Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a


glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma
imagem, como pelo Espírito do Senhor." [2 Coríntios 3:18].

Em caso afirmativo, então a Pia de Cobre muito provavelmente era uma simples bacia
assentada sobre uma base ou pedestal (a palavra hebraica sugere exatamente isto).
Os sacerdotes pegavam um pouco de água com uma concha ou uma caneca e a
derramavam sobre suas mãos e pés. Desse modo, a pureza da água na pia não era
prejudicada. A "glória" à qual Paulo se refere não era diferente do céu azul acima, que
era refletido continuamente na água contida na pia. Toda vez que os sacerdotes se
aproximavam da pia para lavar suas mãos e pés, eles viam o céu de cor azul safira
refletido na água e podiam se lembrar da gloriosa perfeição do Deus maravilhoso que o
criou.

O livro de Jó até compara o céu a um "espelho fundido" — "Ou estendeste com ele os
céus, que estão firmes como espelho fundido?" [Jó 37:18].
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A mesma figura aparece também em


Êxodo 24, uma passagem de tirar o
fôlego das Escrituras, em que
Moisés, os sacerdotes e setenta
anciãos foram convidados pelo
"Deus de Israel" a subirem ao monte
e se encontrarem pessoalmente com
Ele:

"E subiram Moisés e Arão,


Nadabe e Abiú, e setenta dos
anciãos de Israel. E viram o
Deus de Israel, e debaixo de
seus pés havia como que uma
pavimentação de pedra de
safira, que se parecia com o
céu na sua claridade." [Êxodo
24:9-10]. O piso debaixo dos
pés de Deus era como a safira, tão azul em sua pureza quanto o céu mais
lindo.

A igreja moderna se esqueceu da necessidade da limpeza pessoal contínua. Ela


subestima grandemente os efeitos perniciosos da contaminação e a necessidade de
separação do mundo. Os cristãos não estão sendo ensinados em suas igrejas a se
levantarem toda manhã com um desejo inabalável de agradar a Deus e de refletir o
tanto quanto possível a perfeição de Sua imagem em um mundo caído e prejudicado
pelo pecado.

Capítulo 5

A Tenda do Tabernáculo

A tenda do Tabernáculo representa a comunhão com o Senhor. Ademais, ela também


representa a separação do mundo. Quando voltava suas costas para o mundo e
entrava no Pátio, o pecador se submetia ao programa de Redenção que o Senhor
tinha estabelecido.

Hoje, todos os crentes em Cristo são sacerdotes. Não há uma casta separada de
levitas entre os cristãos nascidos de novo. Isto significa que nós também precisamos
fazer uso diário da Pia de Cobre.

Muitos crentes hoje cometem o erro de buscarem sinais e maravilhas, ao mesmo


tempo que negligenciam a Pia de Cobre. Muitos também acreditam em um segundo
batismo. Eles se esquecem que o problema do pecado foi tratado de uma vez por
todas no Altar de Bronze e que nossa purificação dai para frente ocorre na Pia de
Cobre.

Como a Palavra de Deus torna perfeitamente claro, "há um só Senhor, uma só fé, um
só batismo." [Efésios 4:5]. Qualquer um que busque um segundo batismo tem pouca
compreensão da suficiência e perfeição do primeiro e único batismo, e talvez nem
ainda seja um salvo.

Este é um assunto muito sério, mas também é um assunto que os cristãos professos
frequentemente preferem ignorar. Quando o apóstolo Paulo encontrou este problema
em Corinto, onde muitos membros da igreja tinham um grande desejo de ver sinais e
maravilhas, ele pediu que eles examinassem a si mesmos e determinassem se
realmente eram salvos:

"Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós


mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em
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vós? Se não é que já estais reprovados." [2 Coríntios 13:5].

Estas são
palavras
fortes!

Existe um
Altar de
Bronze e um
batismo! As
doutrinas
que se
afastam
dessa
verdade
básica
estão em
conflito com
as
Escrituras.
Essas
doutrinas
quase que
invariavelmente despertam um forte desejo em ver sinais e experiências,
demonstrações milagrosas do poder de Deus e um senso de "presença manifesta".
Embora possa ser satisfatório para a carne, isto é realmente prejudicial ao
relacionamento do indivíduo com Deus.

O justo viverá pela fé. Tendo sido justificado no Altar de Bronze, o fiel cristão agora
busca viver dai para frente em humilde serviço e obediência a Deus. Ele procurar
agradar ao Senhor de todas as formas que puder, não com o desejo de ver sinais, mas
aguardando no Senhor e buscando fazer Sua santa vontade. Este é o verdadeiro
significado da Pia de Cobre. Ela é o lugar para o qual precisamos ir a cada dia — de
fato várias vezes ao dia — para nos purificarmos das contaminações, para nos
submetermos ao Deus vivo e pedir que Ele nos santifique para Seu santo propósito.

Santificar significa separar do mundo. Por meio da misericórdia de Cristo e de Seu


sacrifício no Calvário, fomos uma vez ao Altar de Bronze, mas vamos à Pia de Cobre
tão frequentemente quanto pudermos.

O propósito da Ceia do Senhor é nos fazer lembrar regularmente (a cada quinzena, a


cada mês, ou algo assim), da obra gloriosa que Cristo realizou por nós no Calvário.
Neste sentido — e em nesse sentido apenas — revisitamos o Altar de Bronze. Mas,
não há um segundo batismo.

A Pia de Cobre nos prepara para entrar na tenda do Tabernáculo. Ela nos veste
momentaneamente da perfeição de Cristo. Ao fazer isso, ela nos dá algo que ainda
não temos em nosso estado não-glorificado e permite que cheguemos mais perto de
Deus. Com o passar do tempo, à medida que crescemos em Cristo, aprendemos a
apreciar mais e mais a importância da Pia de Cobre em nossa caminhada cristã. Ela
nos faz lembrar diariamente que não temos força em nós mesmos, que não possuímos
absolutamente nada que não tenhamos recebido e que, sem a presença constante do
Espírito Santo habitando em nós, seríamos atraídos por Satanás e desviados do nosso
rumo indicado.

As Dimensões da Tenda do Tabernáculo

A tenda do Tabernáculo era uma estrutura retangular simples, de 4,5 metros de


altura, com um teto horizontal. Ela era formada por três paredes de tábuas de madeira
de acácia revestidas de ouro e quatro cobertas (ou coberturas) sobre o teto. Ela
tinha 4,5 metros de largura e 13,5 metros de comprimento (10 x 30 côvados), com
dois compartimentos em seu interior. O primeiro, o Santuário, ou Santo Lugar, tinha
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22/02/2016 A Extraordinária Santidade de Deus — Compreendendo Cristo e Sua Igreja Por Meio do Tabernáculo e das Ofertas

4,5 metros por 9 metros (10 x 20 côvados), enquanto que o santuário mais interno, ou
Santíssimo Lugar, tinha 4,5 metros por 4,5 metros (10 x 10 côvados). Como ele
também tinha 4,5 metros de altura (10 côvados), o santuário mais interno era um
cubo perfeito.

A Palavra de Deus contém passagens, além daquelas no Pentateuco, que ajudam em


nossa compreensão do Tabernáculo:

"E outra vez levantei os meus olhos, e vi, e eis um rolo volante. E disse-
me o anjo: Que vês? E eu disse: Vejo um rolo volante, que tem vinte
côvados de comprido e dez côvados de largo. Então disse-me: Esta é a
maldição que sairá pela face de toda a terra; porque qualquer que furtar
será desarraigado, conforme está estabelecido de um lado do rolo; como
também qualquer que jurar falsamente, será desarraigado, conforme está
estabelecido do outro lado do rolo." [Zacarias 5:1-3].

O rolo que foi visto pelo profeta Zacarias em uma visão tinha inscritos dois
mandamentos, que representavam os Dez Mandamentos como um todo. Como a
passagem declara, o rolo era uma maldição para todos que não fossem capazes de
viver perfeitamente de acordo com a santa lei de Deus. É significativo que as
dimensões do rolo eram de 10 x 20 côvados, as mesmas dimensões que o Santo Lugar.
O Tabernáculo é a única resposta à "maldição" da lei, mas é a resposta totalmente
suficiente. O Santo Lugar leva até o Santíssimo Lugar, onde a perfeita misericórdia é
encontrada.

A entrada do Santuário, ou Santo Lugar, era constituída por cinco tábuas de madeira
de acácia, revestidas por ouro, e uma cortina de linho fino torcido enfeitada com fios
em cor púrpura, escarlate e azul (exatamente como a cortina na entrada do Pátio).
Cada uma das cinco tábuas era encaixada em uma base de bronze. Como observamos
no Cap. 1, o número 5 fala sobre a necessidade de ação responsável por parte do
homem. Antes de entrar no Santo Lugar, o sacerdote tinha de garantir que estava
plenamente preparado de acordo com a lei de Deus.

A entrada do Santíssimo Lugar, por outro lado, era formada por quatro tábuas de
madeira de acácia, revestidas de ouro, e uma espessa cortina, ou véu, de linho fino
torcido, decorada com fios de cores púrpura, escarlate e azul, mas que mostrava,
além disso, em trabalhos de bordado, diversos querubins com suas asas estendidas.
Aparentemente, esses querubins também eram tecidos em fios similares.

As paredes rígidas da tenda eram formadas por 48 tábuas no total. Cada uma delas
tinha 4,5 metros de comprimento e 67,5 cm de largura (10 côvados X 1,5 côvado).
Cada tábua tinha dois encaixes em sua base que eram travados firmemente em um
soquete de prata. Cada soquete de prata pesava um talento, ou cerca de 43 Kg. Se
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adicionarmos a esses soquetes as bases


usadas para suportar os quatro pilares na
entrada do santuário mais interno (o
Santíssimo Lugar), a estrutura do
Tabernáculo tinha exatamente 100 bases de
prata ((48 x 2) + 4 = 100).

As tábuas do Tabernáculo eram fixadas em


cada lado por cinco travessas revestidas de
ouro, de 13,5 metros de comprimento, indo
de uma extremidade a outra. Quatro dessas
travessas eram fixadas firmemente à parte
de fora da parede, duas para cima e duas
para baixo, enquanto que a do meio passava
por uma sequência de furos na lateral de
cada tábua — "E fez que a travessa do meio
passasse pelo meio das tábuas de uma
extremidade até a outra." [Êxodo 36:33].
(veja o diagrama) Isto sugere que as tábuas
poderiam ter até 5 centímetros de
espessura, talvez até mais, e eram muito
pesadas. As dez travessas, em conjunção com os ganchos fixadores e cordas da
tenda, mais o peso excepcional de cada tábua, garantiam que a estrutura fosse
robusta e estável.

As cinco tábuas em cada entrada exterior do Santuário eram suportadas por cinco
bases de bronze. Isto é significativo, pois as outras bases na estrutura da tenda —
100 no total — eram feitas de prata. Como já vimos, o bronze indica o requisito divino
absoluto que todo pecado seja julgado. A presença de bronze no limiar do Santuário
era um lembrete final dessa verdade universal, talvez até uma advertência. O número
5, o número da responsabilidade, também é significativo. O homem precisa se preparar
totalmente de modo a vir diante de Deus, pois a extraordinária santidade de Deus
exige isto: "Adorai ao SENHOR na beleza da santidade; tremei diante dele toda a
terra." [Salmos 96:9].

As Coberturas da Tenda do Tabernáculo

O Santuário, ou Santo Lugar (qodesh) continha três itens de mobília, a tipologia dos
quais discutiremos em capítulos posteriores. São eles: o Candelabro de Ouro, no lado
esquerdo, a Mesa de Ouro dos Pães da Preposição, no lado direito, e o Altar de Ouro
de Incenso, que ficava ao lado do Veu do Santíssimo Lugar (qodesh qodesh).

O próprio Tabernáculo tinha quatro cobertas (ou coberturas) que envolviam


completamente toda a estrutura e ficavam soltas pelo lado exterior das paredes,
possivelmente em um pequeno ângulo. Elas também eram suficientemente compridas
para cobrirem a entrada frontaL, se necessário.

A cobertura mais interna era feita de linho fino torcido decorado com fios de cores
púrpura, escarlate e azul, com querubins bordados. Interessantemente, como as
quatro coberturas ficavam penduradas do lado de fora das paredes, uma porção
significativa da cobertura mais interior era permanentemente escondida da vista. Isso
parece representar as profundezas mais íntimas de Deus, que, a despeito de tudo o
que tenhamos o privilégio de aprender e ficar sabendo sobre Ele, permanecerá para
sempre inalcançável à nossa compreensão.

Essa cobertura consistia de 10 cortinas de mesmo tamanho, com 50 laçadas ao longo


de cada orla, de modo que as laçadas correspondentes podiam ser acopladas com
colchetes de ouro. Cada cortina tinha 28 côvados (12,6 metros) de comprimento e 4
côvados (1,80 metro) de largura. Assim, no total, quando acopladas, elas formavam
uma única peça, de 12,6 metros por 18 metros. Essas dimensões confirmam que a
cobertura era apenas comprida o suficiente para cobrir a estrutura da tenda e quase
não chegava ao solo em cada lado. Quando colocada no devido lugar, ela ficava ao
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longo do teto e
descia pela parede
de trás, pelo lado
de fora (13,5
metros + 4,5
metros = 18
metros), enquanto
que a dimensão
mais curta (12,6
metros) subia por
um lado, passava
pelo teto e descia
pelo outro lado
(4,5 metros + 4,5
metros + 4,5
metros = 13,5
metros).

Tudo no
Tabernáculo diz "só
o suficiente". Não
havia excessos,
excedentes, nada
de redundância. Ao
dar Seu Filho,
nosso Pai Celestial
deu tudo o que
poderia ser dado para nossa salvação. Ele não reteve nada. O "só o suficiente" do
Tabernáculo não significa mera suficiência, mas exatamente o contrário — que nada
foi retido. Tudo o que Deus poderia dar, Ele deu.

Em seu estado caído, os homens são incrivelemente egoístas. Eles esperam que Deus
faça mais por eles, quando, na realidade, Ele já fez tudo o que poderia ser feito. Por
meio de Seu Filho, Ele pagou toda nossa dívida do pecado por nós. Ele não deixou
nada incompleto. Ele não poderia ter feito mais! A salvação é um dom gratuito,
perfeito e eterno. Não há uma única coisa que um homem possa fazer, seja para
ganhá-la ou para acrescentá-la. Ela é um dom tão grande que mal podemos
compreender o quão maravilhosa ela é. Todavia, em seu estado caído, os homens
ainda rejeitam e desprezam esse dom, tentando obter sua salvação por meio de boas
obras e ritos sacramentais. Ao fazerem isso, eles se tornam enfatuados com suas
próprias forças e rejeitam a suficiência daquilo que Cristo obteve para eles no
Calvário. Com seus lábios eles afirmam aceitar a cruz, mas em seus corações a
rejeitam:

"Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós,
que somos salvos, é o poder de Deus." [1 Coríntios 1:18].

A cobertura seguinte é feita inteiramente de pele de cabra. Temos a tendência de a


nos esquecer que o bode era um animal limpo aos olhos de Deus e exatamente tão
adequado quanto um carneiro para as ofertas sacrificiais. Todos sabem que o
sacrifício na Páscoa era um "cordeiro sem manchas", mas deixam de observar como o
Êxodo definiu um "cordeiro":

"O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual


tomareis das ovelhas ou das cabras." [Êxodo 12:5].

Cristo, em Sua primeira vinda, foi o Cordeiro, manso e submisso, mas em Sua segunda
vinda, Ele será capaz de aplicar o mais poderoso golpe no campo de batalha que a
humanidade já viu. Exatamente como um cabrito, Ele irá passar pelas linhas dos
exércitos inimigos e destrui-los totalmente.

É por isto que Satanás tentou se apropriar do bode como um ícone demoníaco. Isto

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tanto zomba da Segunda Vinda de Cristo e coloca o "filho" de Satanás, o Anticristo,


em seu lugar. Esse truque foi reforçado por uma séria falha por parte de muitos
eruditos bíblicos de compreender corretamente a cerimônia sacrificial que envolve dois
bodes no Dia da Expiação, ou Yom Kippur. Esta era a cerimônia mais importante no
calendário anual do povo de Israel. As outras festas judaicas eram todas ocasiões de
alegria, mas não o Dia da Expiação:

"É um sábado de descanso para vós, e afligireis as vossas almas; isto é


estatuto perpétuo." [Levítico 16:31].

Este era o único dia no ano em que o Sumo sacerdote podia entrar no Santíssimo
Lugar. Antes de fazer isso, ele tinha de fazer expiação por seus próprios pecados,
apresentando a oferta sacrificial de um boi e de um carneiro. Depois de ter feito isso,
um dos dois bodes jovens era escolhido por sorteio e oferecido pelo sumo sacerdote
como um sacrifício pelos pecados dos filhos de Israel. Após completar essa tarefa, o
sumo sacerdote voltava sua atenção para o segundo bode:

"Havendo, pois, acabado de fazer expiação pelo santuário, e pela tenda


da congregação, e pelo altar, então fará chegar o bode vivo. E Arão porá
ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre ele confessará
todas as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, e
todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode, e enviá-lo-á
ao deserto, pela mão de um homem designado para isso. Assim aquele
bode levará sobre si todas as iniquidades deles à terra solitária; e deixará
o bode no deserto." [Levítico 16:20-22].

O primeiro bode, que o sumo sacerdote sacrificava no Altar de Bronze, era


representativo de Cristo e de Seu sacrifício no Calvário. O segundo bode, porém,
sempre deixou muitos eruditos bíblicos confusos. Alguns chegaram até a especular, de
forma blasfema, que esse bode representava Satanás.

Os cristãos precisam compreender que o segundo bode — o "bode expiatório" —


também é representativo de Cristo, mas em um aspecto de Sua obra que não é
suficientemente reconhecido dentro da igreja. O primeiro bode (o equivalente a um
cordeiro) representava o primeiro dom do Calvário, onde nossa dívida do pecado foi
paga em sua totalidade. O segundo, porém, representava outro dom admirável que
Cristo também obteve para os crentes no Calvário. Colocando suas mãos na cabeça
do bode, o sumo sacerdote figurativamente transferia toda a iniquidade do povo para
o bode vivo. O bode era então levado para longe no deserto e solto, para nunca mais
ser visto. Por meio de sua morte no Calvário, Cristo obteve o direito de remover a
natureza pecaminosa dos santos no dia em que eles entram na eternidade.

O Dia da Ressurreição será um dia muito especial. Todos os que habitarem dali para
frente com Cristo não terão mais a capacidade de pecar. Essa capacidade será tirada
deles e eles nunca a terão novamente.

O bode sacrificado representa nossa libertação total e para sempre da dívida do nosso
pecado, enquanto que o bode expiatório representa a libertação total e definitiva da
nossa natureza pecaminosa.

Isto explica o significado de Provérbios 27:26, que de outro modo seria obscuro:

"Então os cordeiros serão para te vestires, e os bodes para o preço do


campo."

Os cordeiros fornecem nossa capa de justiça diante de um Deus que é


extraordinariamente santo, enquanto que os bodes nos permitem ir seguramente para
o local (ou campos) de Deus, onde nossa antiga natureza pecaminosa nunca se
manifestará novamente. O preço foi pago. O Pastor nos trouxe com segurança ao lar.

Esta grande bênção dobrada é também expressa nas segunda e terceira coberturas do
Tabernáculo. A segunda cobertura, como vimos, consistia de fios de pele de cabra,
que correspondia ao bode solto no Dia da Expiação, enquanto que a terceira
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cobertura, que consistia de pele de carneiro tingida de vermelho, correspondia ao


bode sacrificado no Dia da Expiação.

As dimensões especificadas para ambas as coberturas de linho e a cobertura de pele


de cabra eram suficientes para envolver a maior parte da estrutura do Tabernáculo.
Entretanto, a Bíblia não especifica as dimensões para a cobertura de pele de carneiro
ou para a cobertura mais externa, que era feita de pele de animais. Isso sugere que
essas duas coberturas tinham a função de envolver totalmente a estrutura do
Tabernáculo — frente, a parte de trás e as laterais — e fornecer isolamento total
contra os elementos climáticos, quando necessário. É bem possível que uma ou duas
dessas últimas coberturas fossem enroladas para trás de tempos em tempos, desse
modo permitindo que os israelitas pudessem ver de longe as coberturas mais internas.

Alguns já sugeriram que as duas coberturas externas poderiam ter sido grandes o
suficiente para ficarem acima do Tabernáculo, suportadas por vigas de madeira.
Entretanto, essa hipótese especulativa está em conflito com a Escritura, por introduzir
elementos — como as vigas adicionais — que em parte alguma são mencionadas e
que, se presentes, alterariam a tipologia do Tabernáculo.

A cobertura mais
externa era feita
inteiramente de
pele de um animal
chamado tachash
em hebraico. A
Bíblia na versão
Almeida Corrigida
e Fiel traduziu
como "texugo",
mas isto é
duvidoso, não
pelo fato de o
texugo não ser
nativo da região
— os egípcios
poderiam ter
importado a pele
desse animal da
Síria — mas porque o texugo não era considerado um animal ritualmente limpo.
Devemos nos lembrar que um animal imundo não era apenas proibido para os israelitas
para fins de consumo alimentar, mas também era repugnante para eles. "Nenhuma
coisa abominável comereis." [Deuteronômio 14:3]. Devemos observar que era proibido
até mesmo manipular a carcaça de um animal imundo, como o texugo. Portanto, o uso
de uma cobertura feita com pele de texugo é muito improvável, especialmente se
considerarmos que a cobertura deveria tipificar algum aspecto de Cristo e de Sua obra
redentora.

Outros comentaristas sugeriram a pele do porco-marinho (um cetáceo parecido com o


golfinho) ou da foca como alternativas adequadas, particularmente por que esses
animais eram comuns no Nilo e na região do Mar Morto, porém esses dois também são
animais imundos.

A única outra categoria de animal limpo — além do carneiro, bode ou boi — cuja pele
teria sido adequada para este propósito, era o antílope: "O veado e a corça, e o
búfalo, e a cabra montês, ... e o gamo." [Deuteronômio 14:5]. O equivalente egípcio
mais comum teria sido a gazela. Esses animais são quadrúpedes ruminantes e que têm
as unhas fendidas em duas partes. "Todo o animal que tem unhas fendidas, divididas
em duas, que rumina, entre os animais, aquilo comereis." [Deuteronômio 14:6]. À luz
dessas considerações bíblicas, a cobertura mais externa, tachash, muito
provevelmene era feita de pele de antílope.

Sendo animais do deserto, as variedades de antílope na região teriam uma cor bem
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tosca, como o marrom ou um tom escuro de beje. Assim, a tenda do Tabernáculo


combinava com o terreno do deserto e não chamava muito a atenção de um
observador. A cobertura mais externa representava a humanidade despretenciosa de
Cristo, descrita assim pelo profeta Isaías: "... não tinha beleza nem formosura e,
olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos." [Isaías
53:2].

Essa cobertura tachash era virtualmente tudo o que o israelita comum poderia ver da
tenda do Tabernáculo. Somente quando ia para apresentar uma oferta é que ele
poderia ver uma cobertura mais interna, ou um dos pilares de ouro. Se fosse um
homem de sorte, ele poderia sentir brevemente o aroma do incenso que era queimado
continuamente sobre o Altar de Ouro.

A quarta cobertura externa completava a sequência. A primeira retratava Cristo em


Sua divindade e realeza, enquanto que a segunda e terceira retratavam dois aspectos
de Sua obra redentora. Finalmente, a mais externa, aquela que o mundo podia ver,
retratava sua despretenciosa humanidade.

Aqueles que "não receberam o amor da verdade para se salvarem" [2 Tessalonicenses


2:10] veem apenas a capa exterior e rejeitam as boas novas do Evangelho.

Capítulo 6

O Candelabro de Ouro

O Candelabro de Ouro (Menorah) ficava no lado direito do Santuário, visto a partir do


Santíssimo Lugar, exatamente como Cristo assenta-se à direita do Pai Celestial. Como
o Santuário estava voltado para o oriente, o Candelabro de Ouro ficava no lado sul da
tenda.

A Palavra de Deus especifica que o


Candelabro de Ouro deveria ser feito com
um talento de ouro (cerca de 43 Kg), ter
sete hastes e ser feito de ouro batido (não
moldado ou montado com partes
componentes). Alguns eruditos estimaram
que ele tinha pouco mais de 1,20 de altura.
(Uma imagem insculpida do Candelabro de
Ouro retirado do Segundo Tempo ainda pode
ser vista hoje no Arco de Tito, em Roma,
que data do ano 82, aproximadamente —
veja a fotografia.)

A Pia de Cobre, o Candelabro de Ouro e o


Propiciatório eram similares no sentido que
cada um deles era feito totalmente de um
único material (cobre e ouro, respectivamente). A limpeza diária do fiel cristão,
representada pela Pia, é uma obra contínua de Cristo, exatamente como a luz que
brilha dentro dele — representada pelo Candelabro — é uma obra contínua de Cristo. E
ambos apontam para nosso maravilhoso Pastor e Intercessor, cujo sacrifício expiatório
vicário — representado pelo Propiciatório — pagou o preço da nossa salvação.

Como não existiam janelas ou portais abertos no Santuário, o Candelabro de Ouro era
a única fonte de iluminação, exatamente como Cristo é a única luz sobrenatural em
nossas vidas hoje. Ele também será a única fonte de luz na Nova Jerusalém
(Apocalipse 21:23), que descerá dos céus no fim do Milênio.

O significado espiritual do Candelabro é ainda mais enfatizado no capítulo 4 de


Zacarias, onde o profeta prevê um abundante derramamento do Espírito Santo no fim
dos tempos. Dali para frente, o azeite das setes lâmpadas queimará copiosamente até
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a eternidade.

A Amendoeira

A Palavra de Deus especifica que o Candelabro de Ouro deveria ter três copos no
formato de amêndoa, um botão e uma flor em cada uma de suas três hastes laterais e
quatro copos, com botões e flores na haste central. (Veja Êxodo 25:31-40.).

O uso da amendoeira para este propósito é significativo, conforme mostrado por um


incidente registrado no livro de Números:

"Então falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e toma
deles uma vara para cada casa paterna de todos os seus príncipes,
segundo as casas de seus pais, doze varas; e escreverás o nome de cada
um sobre a sua vara. Porém o nome de Arão escreverás sobre a vara de
Levi; porque cada cabeça da casa de seus pais terá uma vara. E as porás
na tenda da congregação, perante o testemunho, onde eu virei a vós. E
será que a vara do homem que eu tiver escolhido florescerá; assim farei
cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que
murmuram contra vós... Sucedeu, pois, que no dia seguinte Moisés entrou
na tenda do testemunho, e eis que a vara de Arão, pela casa de Levi,
florescia; porque produzira flores e brotara renovos e dera amêndoas.
Então Moisés tirou todas as varas de diante do SENHOR a todos os filhos
de Israel; e eles o viram, e tomaram cada um a sua vara. Então o SENHOR
disse a Moisés: Torna a pôr a vara de Arão perante o testemunho, para
que se guarde por sinal para os filhos rebeldes; assim farás acabar as suas
murmurações contra mim, e não morrerão." [Números 17:1-5,8-10].

Com essa dramática demonstração de Sua


autoridade, o Senhor estava confirmando de
forma muito pública que, dentre todas as tribos
de Israel, somente a tribo de Levi tinha sido
escolhida para servir no ofício sacerdotal. Além
disso, as outras tribos não teriam qualquer papel
ou palavra a dizer sobre essa decisão. Os
rebeldes, que se atreveram a desafiar a vontade
do Senhor nesta questão, receberam uma solene
advertência.

A vara de Arão era de madeira da amendoeira.


Miraculosamente, no curso de uma noite, ela
retornou à vida. Como tal, era foi uma figura da
Ressurreição, onde Cristo — a quem a Palavra se
refere diversas vezes como o Ramo — retornou à
vida após estar na escuridão da tumba por três
dias e três noites.

Os botões e flores no Candelabro de Ouro falam


triunfantemente da Ressurreição e da Luz eterna
que em consequência iluminará nossas vidas. Ela
também fala de Cristo e sua Ressurreição como o
único meio para a salvação. Os homens em seu orgulho podem ter suas opiniões, suas
convicções filosóficas e suas tradições religiosas, porém o Senhor forneceu somente
um caminho. A palavra hebraica para amêndoa — shaqed — significa literalmente "a
árvore alerta", poque ela é a primeira árvore frutífera a florescer, ou "despertar", após
o período do inverno. Como tal, ela simbolizava a execução de forma rápida por parte
de Deus de Seu propósito. Essa mesma ideia é fortemente expressa por Jeremias,
quando foi chamado para o ofício de profeta, ainda em sua juventude:

"Ainda veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que é que vês,


Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o
SENHOR: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-
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la." [Jeremias 1:11-12].

Arão e seus filhos — que eram os únicos autorizados por Deus a entrarem no
Santuário — precisavam cuidar do Candelabro de Ouro toda manhã e todo fim de tarde
sem falhas. Isto deveria ser feito continuamente, em todas as suas gerações. Toda
vez que fazia isso, o sacerdote purificava-se na Pia de Cobre e levava consigo ao
Santuário um novo suprimento de azeite de oliva para reabastecer as sete lâmpadas.
Ao fazer isso, ele renovava os pavios com os espevitadores de ouro e juntava o
material já utilizado em um apagador.

Exatamente como o Candelabro de Ouro era feito de ouro batido, o azeite nas sete
lâmpadas era feito de azeitonas batidas, e não comprimidas — "Tu pois ordenarás aos
filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para
fazer arder as lâmpadas continuamente." [Êxodo 27:20]. Como uma figura de Cristo, o
Candelabro de Ouro fala do sofrimento suportado por nosso Remidor, a Luz do Mundo
— "Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das
nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas
pisaduras fomos sarados." [Isaías 53:5].

Pavios de Linho

Interessantemente, o terceiro e final elemento no Candelabro de Ouro, o pavio de


linho, também é feito batido. De acordo com o Dicionário Bíblico de Holman, os pavios
nos tempos do Velho Testamento eram geralmente feitos de linho trançado. Isaías
42:3 dá confirmação disso e até faz referência a um pavio fumegante ao descrever o
caráter do Messias: "A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega;
com verdade trará justiça." Este verso nos diz que, apesar das múltiplas fraquezas
espirituais dos homens, Cristo nunca rejeitará nem condenará os pecadores perdidos
que vierem até Ele em fé.

Os pavios no Candelabro de Ouro


representam a humanidade regenerada.
Como Cristo disse aos Seus discípulos: "Vós
sois a luz do mundo; não se pode esconder
uma cidade edificada sobre um monte."
[Mateus 5:14]. O fiel cristão não tem luz
própria, mas quando está cheio com o
"azeite" do Espírito Santo, ele é uma
lâmpada por meio de que a Luz de Cristo
pode brilhar no mundo: "Assim resplandeça a
vossa luz diante dos homens, para que
vejam as vossas boas obras e glorifiquem a
vosso Pai, que está nos céus." [Mateus
5:16].

Algumas vezes o Senhor precisa castigar o


crente. de modo a equipá-lo para servir,
exatamente como o Sumo Sacerdote,
ajeitando o pavio, transformava-o de um "pavio fumegante" em uma fonte de luz
radiante. O crente em Cristo também precisa fazer sua parte, enchendo-se a cada
dia, não com o vinho deste mundo, mas com o azeite do Espírito Santo: "Por isso não
sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. E não vos embriagueis
com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito." [Efésios 5:17-18].

O Candelabro de Ouro é uma figura gloriosa de Cristo em Sua divindade. Com suas
sete hastes, o Menorah é também uma representação da igreja de Cristo, o corpo
coletivo de fiéis cristãos em quem o Espírito Santo habita. As sete hastes também
podem prenunciar as sete igrejas às quais Cristo se dirige no livro do Apocalipse
(capítulos 2 e 3) e os "sete espíritos de Deus" (capítulo 4 e Isaías 11:1-2).

Como Cristo disse, "Eu sou a videira, e vós sois as varas." [João 15:5]. O formato do
Candelabro é sugestivo de uma videira, um conjunto de ramos conectados e
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suportados por um tronco central. A tabela seguinte mostra como essa imagem
permeia os quatro Evangelhos.

Evangelho Cristo, o Renovo


"Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a
Mateus:
Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá
Cristo
sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra."
como Rei
[Jeremias 23:5].
Marcos:
Cristo ".. Eis que eu farei vir o meu servo, o RENOVO."
como [Zacarias 3:8b].
Servo
Lucas:
"Eis aqui o homem cujo nome é RENOVO; ele brotará do
Cristo
seu lugar, e edificará o templo do SENHOR." [Zacarias
como
6:12].
Homem
João: "Naquele dia o renovo do Senhor será cheio de beleza
Cristo e de glória; e o fruto da terra excelente e formoso para
como Deus os que escaparem de Israel." [Isaías 4:2].

Em seu discurso às sete igrejas no livro do Apocalipse, Cristo confirmou que cada
assembleia local de fiéis — cada igreja viva — era uma lâmpada ou castiçal que dava
luz ao mundo por meio do poder do Espírito Santo:

"O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete
castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os
sete castiçais, que viste, são as sete igrejas." [Apocalipse 1:20].

Ele também levantou a possibilidade que uma igreja possa perder sua lâmpada ou
castiçal se deixar de cumprir as "primeiras obras" — alcançar os perdidos com a
mensagem do Evangelho e começar a se preocupar com outras tarefas:

"Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras


obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu
castiçal, se não te arrependeres." [Apocalipse 2:5].

O Candelabro de Ouro nos diz que é tarefa de cada fiel cristão fazer tudo que Cristo
nos mandou fazer, ter comunhão em uma igreja que esteja dedicada à salvação dos
perdidos, e encher-se diariamente com o Espírito Santo. Mesmo com toda sua
fragilidade humana, o fiel cristão é convidado a servir a Deus como um vaso inflamado
para o Espírito Santo e levar ao mundo a Luz — a única Luz — que pode dar salvação
aos perdidos.

Capítulo 7

A Mesa dos Pães da Proposição

A luz do Candelabro de Ouro brilhava diretamente sobre a Mesa dos Pães da


Proposição, que ficava do lado esquerdo do Santuário, quando visto a partir da Arca.

A mesa tinha uma altura de apenas um côvado e meio (67,5 cm), com uma pequena
área de superfície de dois côvados por um côvado (90 cm X 45 cm). Já observamos o
fato surpreendente que a altura da mesa era a mesma que a do Propiciatório e a da
grelha no Altar de Bronze.

A mesa era feita de madeira de acácia, com quatro pernas, toda revestida de ouro. A
superfície tinha duas molduras elevadas ou "coroas" em torno das bordas, separadas
por uma distância de quatro dedos. Como o Altar de Bronze, ela era transportada por
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dois varais inseridos em argolas, uma em cada canto. Os varais eram de madeira de
acácia e revestidos de ouro, enquanto que as argolas eram de puro ouro.

Doze pães de mesmo tamanho — um para cada tribo — eram mantidos continuamente
sobre a mesa, dispostos em dois grupos de seis. Aparentemente, os pães eram sem
fermento, embora isto não seja declarado. Dado o tamanho da mesa, os pães eram
provavelmente colocados um sobre o outro. A mesa também era reabastecida com
novos pães assados todo sábado. Os sacerdotes foram convidados pelo Senhor a
comerem os pães removidos. Esse convite nos diz que, apesar do ambiente árido do
deserto, os pães eram tão frescos quanto no dia em que foram assados — o Senhor
somente serve pães perfeitos. Os sacerdotes então comiam os pães como
representantes de Israel como um todo:

"Também tomarás da flor de farinha, e dela cozerás doze pães; cada pão
será de duas dízimas de um efa. E os porás em duas fileiras, seis em cada
fileira, sobre a mesa pura, perante o SENHOR sobre cada fileira porás
incenso puro, para que seja, para o pão, por oferta memorial; oferta
queimada é ao SENHOR. Em cada dia de sábado, isto se porá em ordem
perante o SENHOR continuamente, pelos filhos de Israel, por aliança
perpétua." [Levítico 24:5-8].

O pão era chamado de lechem haPanyim, ou "Pão da Presença" — "E sobre a mesa
porás o pão da proposição perante a minha face perpetuamente." [Êxodo 25:30].
Panyim significa literalmente "face", assim os pães sempre estavam perante a face (ou
na presença) de Deus. A Bíblia ACF traduziu lechem haPanyim como "pão da
proposição" porque ele estava em apresentação, ou "exibição" diante do Senhor.

Os sacerdotes tinham a permissão de levar os pães da semana anterior para casa,


para ser consumido por sua família. Um escravo comprado que servia a família também
poderia comer, mas não um diarista contratado. Todos os que comiam precisavam
estar ritualmente limpos. (Veja Levítico 22:10-13.).

Cada pão era feito com um quinto de um efa de flor de farinha, sem qualquer pedrinha
ou impurezas de qualquer tipo. Aparentemente, essa medida representava a porção
que um homem comia por dia.

Um prato de ouro de incenso era colocado sobre cada amontoado de seis pães, o
conteúdo do qual era queimado diante do Senhor "como um memorial" no sábado
seguinte. Os pratos de incenso eram então reabastecidos.

Os vários utensílios associados com a mesa, como os pratos, colheres, jarros e


tigelas, eram feitos de ouro puro. O pão — o Pão da Presença — era uma figura de
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Cristo como Pastor, alimentando e provendo para Suas ovelhas. O pão era preparado
da forma tradicional — com azeite de oliva, sal e água — e cada ingrediente estava
relacionado de algum modo ao ofício e obra de Cristo. O azeite designava a presença
do Espírito Santo; o sal, o poder sustentador e preservador de Cristo; e a água, a
Palavra, tanto a Palavra viva, que é o próprio Cristo, quanto a palavra escrita das
Escrituras. A passagem da farinha pela peneira e o preparo da massa representavam o
sofrimento de Cristo nas horas anteriores ao Calvário, enquanto que o fogo, que
assava os pães, era o próprio Calvário.

O Pão da Presença foi erroneamente interpretado por alguns teólogos, como Lutero,
com o significado que o pão da Ceia do Senhor está imbuído de algum modo com a
"presença real" de Cristo. Eles negligenciaram o fato que a "presença" à qual o lechem
haPanyim se refere é a do Senhor no Santo dos Santos. A presença não está no pão,
seja mística ou espiritualmente. Quando Jesus partiu o pão na última ceia e disse:
"Isto é meu corpo...", estava se referindo à Sua descrição anterior de Si mesmo como
"o pão da vida". Para outros compartilharem desse pão, como os sacerdotes faziam no
Santo Lugar, o corpo de Cristo teria de ser partido no Calvário: "Eu sou o pão vivo que
desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é
a minha carne, que eu darei pela vida do mundo." [João 6:51].

A doutrina católica romana que diz que o pão da comunhão se torna o verdadeiro
corpo de Cristo é blasfema e profundamente injuriosa a qualquer um que queira
conhecer a Cristo pessoalmente, como Ele é, o maravilhoso Salvador que morreu uma
vez, e uma vez apenas, por nossos pecados.

Capítulo 8

O Altar de Ouro

O Altar de Ouro de Incenso tem uma afinidade especial com o Altar de Bronze no
sentido que ambos envolviam a consumação de uma oferta pelo fogo, a liberação de
um cheiro, ou perfume, que era agradável a Deus, quatro chifres dispostos na forma
de um quadrado e uma chama com origem na mesma fonte, isto é, fogo que desceu
dos céus. Além disso, ambos foram feitos de madeira de acácia revestida por metal e
eram transportados por duas varas que passavam por dentro de argolas.

A simetria entre eles é impressionante. Na


verdade, isto servia para tornar a disparidade
deles em tamanho ainda mais pronunciada. Em
termos de volume, o Altar de Bronze era quase
quarenta vezes maior do que o Altar de Ouro
de Incenso! O Altar de Ouro foi feito de
madeira de acácia revestida de ouro. Ele tinha
dois côvados (90 cm) de altura, com um topo
que media um côvado por um côvado (45 cm X
45 cm) com uma borda, ou coroa, de ouro. Ele
tinha quatro chifres de madeira de acácia
revestida de ouro, e duas — não quatro —
argolas de ouro logo abaixo da coroa. Ele era
transportado por dois varais de madeira de
acácia revestidas de ouro. (Leia Êxodo 30:1-
10.).

Somente um objeto — o incensário de ouro —


ficava sobre o Altar de Ouro e somente um tipo
de oferta era feita sobre ele — o incenso que era queimado.

O Sumo Sacerdote (ou um de seus filhos) renovava a oferta de incenso toda manhã e
todo fim de tarde e, nesses momentos, ele também cuidava do Candelabro de Ouro.

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Aparentemente, um incensário de ouro era enchido com um novo suprimento de


incenso e brasas tiradas do Altar de Bronze; isto tudo era então levado até o Santo
Lugar e substituía o incensário que estava sobre o Altar de Ouro. O incensário
propriamente parece ser constituído de um compartimento superior e um inferior,
sendo que o incenso preenchia o compartimento superior e as brasas o inferior.

Na linguagem da Santa Palavra de Deus, o incenso designa uma oferta de oração que
era aceitável ao Pai Celestial. Como Davi escreveu: "Suba a minha oração perante a
tua face como incenso, e as minhas mãos levantadas sejam como o sacrifício da
tarde." [Salmos 141:2].

O Altar de Ouro de Incenso no Tabernáculo é um reflexo do altar de ouro de incenso


que está diante do trono de Deus:

"E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro;
e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os
santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono. E a fumaça do
incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante
de Deus." [Apocalipse 8:3-4].

A fragrância do incenso designa a obediência abnegada de Jesus Cristo. Nossas


orações somente são aceitáveis ao Pai Celestial porque carregam consigo a fragrância
daquilo que o Filho de Deus alcançou no Calvário. "E andai em amor, como também
Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em
cheiro suave." [Efésios 5:2].

Precisamos considerar mais uma vez as ofertas queimadas sobre o Altar de Bronze e o
que elas significavam para o Pai Celestial: "Assim queimarás todo o carneiro sobre o
altar; é um holocausto para o SENHOR, cheiro suave; uma oferta queimada ao
SENHOR." [Êxodo 29:18]. A satisfação que o Pai Celestial sentia com as ofertas
queimadas estava baseada, não nas ofertas em si, mas no sacrifício perfeito que elas
representavam, a oferta abnegada no Calvário. Mesmo no tempo em que os sacrifícios
levíticos foram instituídos, o "cheiro suave" que eles levavam até o Pai Celestial era o
do Calvário, um evento que, em Sua onisciência, sempre esteve diante Dele.

O Intercessor

O Altar de Ouro de Incenso representa o admirável papel que Cristo realiza como
nosso intercessor diante de Deus. Nossas orações chegam diante do Pai Celestial
somente porque Cristo intercede continuamente por nós e torna nossas orações
aceitáveis: "Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a
Deus, vivendo sempre para interceder por eles." [Hebreus 7:25].

Sem esse ato de intercessão, nossas orações nunca chegariam diante do Pai Celestial.
Somente aqueles que são nascidos de novo podem alcançar o Pai Celestial com suas
orações. As orações dos cristãos nominais e dos incrédulos, independente da devoção
e sinceridade que eles possam demonstrar, não são ouvidas. Muito tem sido dito sobre
as "grandes religiões" do mundo, mas essas assim chamadas grandes religiões são
mortas em sua essência. Os seguidores delas não têm qualquer tipo de acesso ao Pai
Celestial, e até que se arrependam e aceitem a salvação que Cristo obteve para nós
no Calvário, eles estão completamente separados de Deus.

Cristo se referiu especificamente a essa verdade quando disse: "Eu rogo por eles; não
rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus." [João 17:9].
Somos dados a Cristo — e recebidos por Ele — quando nascemos de novo. Todos os
que rejeitam a Cristo, incluindo aqueles que zombam ou "rejeitam tão grande salvação"
(Hebreus 2:3) estão chamando sobre si mesmos a justa ira de Deus no Dia do Juízo.

A igreja hoje é muito lenta em proclamar esta verdade, que também é parte do
Evangelho. As boas novas são boas para aqueles que ouvem e a aceitam, mas não
para aqueles que ouvem e rejeitam.

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O Incenso

O incenso propriamente era produzido com quatro especiarias combinadas, mais o


tempero do sal (que representava a incorruptibilidade). Essas especiarias parecem ter
vindo de terras distantes:

Estoraque — Arbusto exótico de que se extrai o bálsamo do mesmo nome e o


benjoim; era importado da Síria.
Onicha — provavelmente extraída a concha strombus, encontrada no Mar
Morto.
Gálbano — uma goma importada da Pérsia.
Incenso puro — uma goma aromática importada da Índia.

Estes quatro ingredientes aromáticos representavam a perfeição de Cristo e Sua


obediência ao Pai Celestial. À medida que queimavam, o perfume deles se difundia
lentamente na atmosfera e se propagava em seguida para os quatro cantos do
mundo. A presença de quatro especiarias denotava a natureza universal da obra que
Cristo iria realizar. É interessante que o incenso tinha de ser moído para formar um pó
muito fino que servisse a esse propósito, refletindo mais uma vez a verdade expressa
por Isaías: "Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões.".

De acordo com Êxodo 30:37, ninguém poderia produzir ou usar esse mesmo tipo de
incenso. Quem fizesse isso seria extirpado da comunidade de Israel. Além disso,
somente o incenso preparado exatamente de acordo com as especificações da
Escritura seria aceitável diante do Senhor. Qualquer outro tipo ("incenso estranho"),
por mais raro ou caro que fosse, era absolutamente proibido.

A Palavra de Deus diz que o incenso deveria ser considerado santíssimo. Ele é similar à
oração que Cristo faz ao Pai em nosso favor, que é de fato santíssima e não por ser
duplicada por ninguém. Em toda sua caminhada com o Senhor, o fiel cristão precisa
reconhecer que suas orações não têm absolutamente eficácia alguma se não
estiverem imbuídas com o perfume, o santo incenso da oração intercessória de nosso
Salvador.

Nunca podemos orar em nossa própria força. A igreja moderna em grande parte se
esqueceu disto. Precisamos do Espírito Santo, que habita dentro de nós, para nos
guiar em nossas súplicas, e precisamos da intercessão do nosso Remidor, que se
assenta à direita de Deus, para levar nossas palavras diante do trono do Altíssimo.

Os cristãos professos que oram ao Espírito Santo estão em grave erro. Eles deixam de
compreender o ensino claro do Tabernáculo e adotaram, no lugar da verdadeira
oração, uma invocação de sua própria invenção, um "incenso estranho" que não pode
ser agradável a Deus. Eles se esquecem — ou preferem ignorar — que Jesus Cristo
nunca orou ao Espírito Santo. Ninguém mais na Bíblia também orou.

É por isto que a Igreja Católica Romana incorporou a oração carismática em seu
Catecismo (1992) — parágrafos 2670-2672. Este será um dos estratagemas
venenosos que essa falsa igreja usará para criar uma religião universal.

Rígida Obediência

Existem muitas ocasiões na Bíblia em que a tentativa do homem de modificar ou


aprimorar aquilo que Deus prescreveu foi imediatamente repreendida. Algumas vezes, a
repreensão foi fatal. Por exemplo, quando a Arca da Aliança foi transportada sobre um
carro de bois para um novo local, Uzá a tocou com sua mão para evitar que ela
caísse. Por causa desse ato de presunção, ele caiu morto imediatamente. Uzá e sua
equipe sabiam — ou deveriam saber — que Deus tinha dado instruções claras sobre
como a Arca deveria ser transportada, usando somente as varas que passavam pelas
argolas de ouro. A tentativa deles de "fazer aprimoramentos" e usar uma carroça
deixou Deus irado.

Quantos hoje na igreja estão provocando o Senhor à ira ao usarem métodos de oração

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e de adoração que não foram ensinados na Santa Palavra de Deus e que, em muitos
casos, estão em violação ao que Ele claramente ordenou?

Os dois filhos mais velhos de Arão cometeram um ato similar de adoração


desrespeitosa, um ato que, na maioria das igrejas hoje, muito provavelmente passaria
despercebido. Em vez de preencherem o incensário de ouro com brasas retiradas do
Altar de Bronze, eles aparentemente as trouxeram de outro lugar. O "fogo estranho"
deles foi um desvio daquilo que estava prescrito na Palavra de Deus — veja Levítico
16:12: "Tomará também o incensário cheio de brasas de fogo do altar, de diante do
SENHOR, e os seus punhos cheios de incenso aromático moído, e o levará para dentro
do véu." (Veja também Números 16:46). Como resultado de sua desobediência, ambos
foram mortos por fogo do Senhor. Além disso, o pai deles, Arão, e os irmãos Eleazar e
Itamar, não receberam permissão de prantearem a morte dramática e súbita deles:

"E Moisés disse a Arão, e a seus filhos Eleazar e Itamar: Não descobrireis
as vossas cabeças, nem rasgareis vossas vestes, para que não morrais,
nem venha grande indignação sobre toda a congregação; mas vossos
irmãos, toda a casa de Israel, lamentem este incêndio que o SENHOR
acendeu." [Leviticus 10:6].

Lembre-se também que Nadabe e Abiú estavam entre o grupo de 74 eleitos que
subiram o monte Sinais e viram o Deus de Israel:

"E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel.
E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma
pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua
claridade." [Êxodo 24:9-10].

Eles tinham sido abençoados além da conta, porém mesmo assim caíram de cabeça no
pecado da desobediência. Além disso, quando eles fizeram isso, seus privilégios
especiais e experiências exaltadas não fizeram diferença alguma. A punição deles foi
imediata e final.

Somente os Filhos de Arão Podiam Oferecer Incenso

Somente os descendentes da casa de Arão podiam oferecer incenso sobre o Altar de


Ouro. À medida que o tempo passou e o número de indivíduos elegíveis aumentou,
tornou-se necessário atribuir essa grande honra por sorteio. Ao tempo de Zacarias, o
pai de João o Batista, um sacerdote da linhagem de Arão poderia cumprir esse ato
especial de serviço (por um período de duas semanas) somente uma vez em toda a
sua vida. A oportunidade de Zacarias só veio quando ele já estava avançado em
idade.

Em seu orgulho, os homens imaginam que os mandamentos do Senhor não são


verdadeiramente absolutos, mas são semelhantes às instruções cuja aplicação pode
variar de pessoa para pessoa e de lugar para lugar. Mas, isto é falso. O Tabernáculo
ensina que todos que amam ao Senhor precisam fazer exatamente como Ele manda,
não apenas por obediência, mas por um desejo verdadeiro de agradá-Lo e de servi-Lo
fielmente. Esta atitude está quase que totalmente ausente na igreja moderna, onde o
próprio homem decide o que deve agradar a Deus. A Igreja Emergente, a Nova
Reforma Apostólica, os pregadores da Palavra da Fé, aqueles que buscam sinais, os
que operam maravilhas, o movimento ecumênico, a espiritualidade contemplativa, a
Igreja com Propósitos, o Curso Alfa, aprovado por Roma — e muitos mais — estão em
revolta aberta contra o Tabernáculo. Eles são liderados por homens que professam
compreender a Palavra de Deus de uma nova forma mas que, na realidade, decidiram
colocar de lado, ou simplesmente ignorar, aquilo que Deus disse de forma bem clara.
Em sua presunção e orgulho, eles são similares ao rei Uzias, cuja história é contada no
segundo livro das Crônicas dos reis de Israel:

"Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração até se


corromper; e transgrediu contra o SENHOR seu Deus, porque entrou no
templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso. Porém o

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sacerdote Azarias entrou após ele, e com ele oitenta sacerdotes do


Senhor, homens valentes. E resistiram ao rei Uzias, e lhe disseram: A ti,
Uzias, não compete queimar incenso perante o SENHOR, mas aos
sacerdotes, filhos de Arão, que são consagrados para queimar incenso; sai
do santuário, porque transgrediste; e não será isto para honra tua da
parte do SENHOR Deus. Então Uzias se indignou; e tinha o incensário na
sua mão para queimar incenso. Indignando-se ele, pois, contra os
sacerdotes, a lepra lhe saiu à testa perante os sacerdotes, na casa do
SENHOR, junto ao altar do incenso. Então o sumo sacerdote Azarias olhou
para ele, como também todos os sacerdotes, e eis que já estava leproso
na sua testa, e apressuradamente o lançaram fora; e até ele mesmo se
deu pressa a sair, visto que o SENHOR o ferira. Assim ficou leproso o rei
Uzias até ao dia da sua morte; e morou, por ser leproso, numa casa
separada, porque foi excluído da casa do SENHOR. E Jotão, seu filho, tinha
o encargo da casa do rei, julgando o povo da terra." [2 Crônicas 26:16-
21].

A obediência sem hesitações à santa Palavra de Deus está na essência do verdadeiro


Cristianismo. Hoje, poucos parecem apreciar a diferença radical aos olhos de Deus
entre um cristão fiel, que procura a todo tempo ser completamente obediente à Sua
Palavra, e alguém que está satisfeito com uma interpretação moderna e amigável
daquilo que Deus disse de forma bem clara.

Capítulo 9

O Véu

O Santo Lugar estava separado do Santíssimo Lugar por um véu, que em Hebreus 9:3
é chamado de "segundo véu", sendo o primeiro o do próprio Santuário. O véu marcava
a linha divisória entre Deus e o homem. Como um aspecto geográfico, ele cobria
apenas alguns metros de espaço, mas como uma realidade espiritual e histórica, era
uma barreira insuperável que homem algum poderia atravessar.

Felizmente para a humanidade, após a trágica jornada seguida por todas as nações
desde a Queda, o Senhor escolheu um homem para gerar uma nação especial e depois
escolheu outro homem para liderar essa nação até o Tabernáculo.

Somente alguns poucos membros dessa nação podiam chegar até o segundo véu e
somente um indivíduo podia passar por ele. Esse indivíduo singular era o Sumo
Sacerdote, que fazia isso somente em um dia designado, uma vez por ano. Ele não
tinha absolutamente qualificação alguma, ou direito algum, de passar pelo véu, exceto
a autoridade que lhe foi dada por Deus. Como um indivíduo, ele era tão inelegível como
qualquer outra pessoa. A autoridade para fazer isso derivava unicamente de seu ofício
como Sumo Sacerdote, no exercício do qual ele representava a pessoa de Cristo.

A obra posterior de Cristo no Calvário faria o pagamento total por todos os pecados
passados e futuros da humanidade. Se os seis dias da Criação trouxeram todas as
coisas à existência, as seis horas do Calvário as restaurariam, na plenitude dos
tempos, à perfeição original que elas possuíam.

Quando Cristo proferiu as palavras "Está consumado", instantes antes de morrer, o


véu no Templo rasgou-se em dois, de alto a baixo e ao meio:

"E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo." [Marcos 15:38].

"E rasgou-se ao meio o véu do templo." [Lucas 23:45].

O véu era tão denso e pesado que o estrondo dessa ação sobrenatural deve ter
assustado todos os que estavam nas proximidades do Templo. É interessante que, ao
se referir aos meses que se seguiram, a Bíblia diz: "E crescia a palavra de Deus, e em
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Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos


sacerdotes obedecia à fé." [Atos 6:7].

Ao rasgar o véu, o Pai Celestial estava dizendo ao mundo que a separação entre Deus
e o homem tinha sido removida por meio do pagamento feito por Seu Filho no Calvário.
A palavra grega traduzida como "Está consumado" é tetelestai, que significa
literalmente "Liquidado", ou "Quitado". O idioma grego era usado no comércio no
Oriente Médio naquele tempo e quando um negociante recebia o pagamento total, ele
carimbava a fatura de forma apropriada — com a palavra Tetelestai!

O próprio Pai Celestial removeu o véu, como um sinal de Sua completa satisfação com
aquilo que Seu Filho obteve no Calvário. Além disso, Ele não esperou tempo algum
para fazer isso. Somos lembrados de Suas preciosas palavras na ocasião do batismo
de Jesus Cristo no rio Jordão:

"E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo." [Mateus 3:17].

Se uma única imagem fosse escolhida para representar a salvação da humanidade,


provavelmente essa imagem seria o véu rasgado decisivamente em dois. Essa imagem
expressa o amor do Pai pelo Filho e o amor do Filho pelo Pai. Além disso, para cada fiel
cristão individual, ela expressa "as riquezas incompreensíveis de Cristo" [Efésios 3:8],
o glorioso privilégio que agora desfrutamos, como filhos adotivos de Deus, de
podermos comparecer diante de nosso Pai Celestial a qualquer momento que
quisermos, em oração, ação de graças e alegre expectativa.

Capítulo 10

O Santíssimo Lugar

A parte mais interna do Tabernáculo era o Santo dos Santos, ou Santíssimo Lugar
(qodesh qodesh). A Arca da Aliança ficava dentro desse recinto fechado, que era
separado do Santuário, ou Santo Lugar (qodesh), pelo segundo véu. Somente uma
pessoa podia entrar no Santíssimo Lugar — o Sumo Sacerdote, mas somente podia
fazer isso em um dia do ano — o Dia da Expiação, ou Yom Kippur.

As dimensões precisas do Santíssimo Lugar não são informadas explicitamente nas


Escrituras, mas podem ser inferidas. Como a estrutura da tenda era simétrica,
sabemos que o portal do Santíssimo Lugar tinha a mesma altura e largura que a
entrada do Santuário, isto é 10 X 10 côvados (4,5 metros X 4,5 metros). Assim,
somente precisamos determinar a distância desde o véu até a parede do lado oeste —
a parte de trás da tenda do Tabernáculo — para saber o tamanho exato do Santíssimo
Lugar.

Isto pode ser inferido de três modos. Primeiro, como as dimensões do Templo de
Salomão (como as do Templo do Milênio, descrito em Ezequiel) eram o dobro das do
Tabernáculo, e como o Santo dos Santos no Templo tinha 20 côvados X 20 côvados X
20 côvados (9 X 9 X 9 metros) — um cubo perfeito — pode ser inferido que a
dimensão não declarada no Tabernáculo era de 10 côvados (4,5 metros), formando
outro cubo perfeito.

A segunda linha de raciocínio está baseada no tamanho das coberturas do


Tabernáculo. Em seu comentário sobre Êxodo 26:32, Rashi, um rabino francês do
século 12, fez a seguinte lúcida análise (Nota: Mishkan é o termo hebraico para a
tenda do Tabernáculo):

"A cortina divisória tinha dez côvados de comprimento, correspondendo à


largura da Mishkan (de norte a sul), e dez côvados de largura, como a
altura das tábuas. Ela estava estendida no ponto da terça parte da
Mishkan [de leste para oeste) de modo que a partir dela [a cortina
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divisória] até o interior da Mishkan havia dez côvados, e dela [a cortina


divisória] até o exterior havia vinte côvados. Portanto, o Santo dos
Santos tinha dez côvados por dez côvados, como está dito: "Pendurarás o
véu debaixo dos colchetes" [verso 33], que unem os dois conjuntos de
cortinas da Mishkan, a largura do conjunto sendo de 20 côvados. Quando
Moisés os colocou no teto da Mihkan, desde a entrada [todo o percurso]
para o oeste, ele [o primeiro conjunto de cortinas] terminou após dois
terços do percurso na Mishkan com o restante [das cortinas] solto na
parte de trás para cobrir as tábuas.

O formato cúbico do Santo dos Santos foi repetido mais tarde no Templo de Salomão
e também aparecerá no Templo do Milênio, predito por Ezequiel:

"Também mediu o seu comprimento, vinte côvados, e a largura, vinte


côvados, diante do templo, e disse-me: Este é o Santo dos Santos."
[Ezequiel 41:4].

Incrivelmente, o Santíssimo Lugar nos céu dos céus descerá no fim do Milênio e será
conhecido na Terra como A Nova Jerusalém:

"E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande


cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu... E a cidade
estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua
largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu
comprimento, largura e altura eram iguais." [Apocalipse 21:10 e 16].

Isto dá a terceira e conclusiva linha de raciocínio. Como o Senhor requereu que cada
um dos elementos do Tabernáculo terreal fosse uma cópia exata de seu
correspondente celestial — "Os quais servem de exemplo e sombra das coisas
celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o
tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te
mostrou." [Hebreus 8:5] — podemos estar certos que o Santíssimo Lugar que Moisés
construiu, junto com o Santíssimo Lugar construído por Salomão, e aquele predito por
Ezequiel no Templo do Milênio, precisam todos ter a forma de um cubo. A Nova
Jerusalém, que descerá dos céus — cujo comprimento, largura e altura são iguais —
foi o original com base em que as versões terreais foram modeladas.

Com o derramamento de Seu sangue no Calvário, Cristo removeu o véu que tinha até
então tornado impossível para o homem entrar no Santíssimo Lugar. Na plenitude dos
tempos, quando todas as coisas forem renovadas, todos os que estão agora vivendo
em Cristo por meio da fé viverão com Ele para sempre na Nova Jerusalém, o santíssimo
lugar.

A cidade será conhecida daquele dia em diante como Yahweh Shammah, "o SENHOR
está ali" [Ezequiel 48:35].

Capítulo 11

A Arca da Aliança

Existem quatro arcas na Bíblia e todas estão relacionadas. A primeira foi a arca de
Noé, que levou 120 anos para ser construída. Seguindo as instruções do Senhor, Noé
revestiu a arca de betume, tanto por dentro quanto por fora, para torná-la à prova
d'água. A segunda arca foi aquela que Joquebede, a mãe de Moisés, fez de juncos e
revestiu de barro e betume, para transformá-la em um barco com boa vedação à água
para seu bebê. A terceira arca, tão frequentemente negligenciada, é aquela que o
próprio Moisés fez para transportar da montanha o segundo conjunto de tábuas de
pedra, conforme ele foi instruído pelo Senhor:

"Naquele mesmo tempo me disse o SENHOR: Alisa duas tábuas de pedra,


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como as primeiras, e sobe a mim ao monte, e faze-te uma arca de


madeira; e naquelas tábuas escreverei as palavras que estavam nas
primeiras tábuas, que quebraste, e as porás na arca. Assim, fiz uma arca
de madeira de acácia, e alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras; e
subi ao monte com as duas tábuas na minha mão. Então escreveu nas
tábuas, conforme à primeira escritura, os dez mandamentos, que o
SENHOR vos falara no dia da assembléia, no monte, do meio do fogo; e o
SENHOR mas deu a mim; e virei-me, e desci do monte, e pus as tábuas na
arca que fizera; e ali estão, como o SENHOR me ordenou." [Deuteronômio
10:1-5].

Não nos é informado o que aconteceu com essa arca, que Moisés fez de madeira de
acácia, possivelmente com suas próprias mãos. Ela foi claramente usada para conter
as duas tábuas de pedra até que a quarta arca, a Arca da Aliança, que era revestida
de ouro, fosse construída por Bezalel, de acordo com as medidas determinadas a
Moisés, quando a Lei foi dada a Israel.

Muitos respeitáveis comentaristas (como Gill, Jamieson-Fausset-Brown) compreedem


que a arca de acácia foi a arca em sua forma antes de receber o revestimento de
ouro. A Palavra de Deus não é específica neste ponto, mas é difícil ver como as
habilidades excepcionais necessárias para construir a estrutura de acácia da arca final
poderiam estar disponíveis antes que Bezalel e Aoliabe fossem capacitados de forma
sobrenatural pelo Espírito Santo para construí-la. A Escritura não dá indicação que
elas estavam.

Essa arca provisória, feita totalmente de madeira, era uma figura da humanidade. Por
si mesma, ela nunca poderia proteger o homem caído da ira de Deus. Outra arca foi
necessária para esse propósito, uma arca cuja humanidade estivesse revestida em
divindade e blindada do fogo da ira de Deus por um revestimento de ouro puro. Não
havia nada que o homem em seu estado caído podia fazer para proteger a si mesmo,
de modo que o Senhor, em Sua misericórdia, enviou um homem perfeito para receber,
em lugar de toda a humanidade, a força total da justa ira de Deus.

Danificada pelo pecado, a fragilidade e deficiências da terceira arca tornava-a inútil


para qualquer propósito redentor. Entretanto, sua própria existência serviu para
destacar a perfeição da misericórdia que a quarta arca incorporaria.

As Dimensões da Arca

A Arca tinha um côvado e meio (67,5 cm) de altura, um côvado e meio (67,5 cm) de
largura e dois côvados e meio (112,5 cm) de comprimento. Ela foi feita de madeira de
acácia e revestida de ouro, por dentro e por fora. As paredes e a base da Arca
formavam um receptáculo distinto, ou baú. Por esta razão ela pode ser considerada
um item separado de mobília da "tampa" que ficava sobre ela. Esse aspecto é
sublinhado pelo fato que a tampa, conhecida como Propiciatório, ou kapporeth em
hebraico, ou hilasterion, em grego — foi feita totalmente de ouro e não era fixada por
prendedores ou dobradiças na Arca. Em vez disso, ela ficava assentada sobre uma
"coroa", ou borda de ouro, nas laterais da Arca (veja Êxodo 25:11].

Dois grandes querubins foram feitos batidos da mesma porção de ouro que o
Propiciatório e um ficava diante do outro em ambos os lados do Propiciatório, com
suas asas estendidas envolvendo o espaço a partir do qual o Senhor falava com
Moisés:

"Disse, pois, o SENHOR a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no
santuário em todo o tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório
que está sobre a arca, para que não morra; porque eu aparecerei na
nuvem sobre o propiciatório." [Levítico 16:2].

A Arca era transportada por duas varas de acácia revestidas de ouro. Essas varas
passavam por argolas de ouro fixadas na Arca, duas em cada lado. Embora os
israelitas tivessem a permissão de remover as varas que eram usadas para transportar

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o Altar de Bronze, a
Mesa dos Pães da
Proposição, e o Altar
de Ouro, eles não
podiam remover as
varas da Arca (Êxodo
25:15). Isto sugere
que a Arca deveria ser
mantida em um estado
contínuo de prontidão,
até que chegasse ao
seu lar final em Sião (1
Reis 8:8).

Os querubins acima da
Arca transmitiam o
mesmo significado que
aqueles panos dentro
do Véu interior e na
cobertura mais interna,
acima do Tabernáculo.
Exatamente como Adão e Eva foram impedidos pelo querubim de entrarem no Jardim
do Éden, para que não comessem da Árvore da Vida e vivessem para sempre — sem
qualquer esperança de salvação — assim também os querubins no Tabernáculo
retratavam tanto o julgamento e a proteção de Deus. O homem precisava ser
impedido de se aproximar do Santíssimo Lugar, até que todo vestígio do pecado fosse
removido pela obra redentora de Cristo.

O Tabernáculo contém muitas verdades profundas sobre Deus. Entre estas há uma
que a igreja hoje em grande parte se esqueceu. Isto se relaciona com o caráter do
pecado e sua alarmante destrutividade. Em nosso estado humano caído, mal
começamos a compreender a infinita perfeição da santidade de Deus. Portanto,
pensamos no pecado como um erro, ou mancha, ou falha, ou um lapso de algum tipo.
Mas, nada disso descreve a absoluta destrutividade do pecado. Em nosso orgulho, nós
nos esquecemos que até a mente que usamos para avaliar a natureza do pecado está
ela mesma tão corrompida pelo pecado que não consegue tratar a tarefa. A não ser
que o Espírito Santo nos convença do nosso pecado, nunca veremos o pecado como
ele realmente é.

O Pecado e a Lepra

É por isto que a Bíblia frequentemente compara o pecado com a lepra. Em seus
estágios iniciais, os sintomas da lepra quase não são perceptíveis e a doença pode
passar sem ser detectada por muitos anos. Somente à medida que a doença avança é
que os sintomas mais óbvios começam a aparecer. Como ela causa uma neutralização
dos receptores nervosos e uma lenta deterioração do sistema imunológico, o paciente
pode incorrer em maiores ferimentos por negligência ou por infecções secundárias. Em
seus estágios finais, se for deixada sem tratamento, a lepra provoca horrendas
deformidades físicas e uma morte lenta e dolorosa.

Se o Senhor compara o pecado com a lepra, devemos tomar nota disto! Nos tempos
antigos, ninguém se recuperava da lepra. Como o pecado, ela era uma sentença de
morte e, como o pecado, seus sintomas eram quase imperceptíveis em seus estágios
iniciais. A Palavra de Deus enfatiza a natureza mortal dessa doença descrevendo
frequentemente sua cura milagrosa como uma purificação, em vez de como uma
recuperação.

Aos olhos de Deus, nascemos neste mundo na condição de leprosos, totalmente


contaminados pelo pecado. Somente a purificação que vem por meio do sangue de
Cristo é que pode remover essa condição.

Muitos incrédulos estão perplexos pelo pecado e seus efeitos mortais. Eles não
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conseguem compreender como um indivíduo gentil e generoso, que passou sua vida
inteira servindo aos outros e sem nunca prejudicar alguém, possa ser condenado
"simplesmente" por ter rejeitado o dom gratuito da salvação. O que eles não
compreendem — ou deliberadamente preferem ignorar — é que o pecado já está
presente em cada um de nós desde o nascimento e que, como a lepra, ele continuará
indefinidamente a corroer qualquer coisa de valor que possamos aparentemente ter.
Qualquer um que rejeite a Cristo terminará eventualmente com o mesmo desejo pela
impiedade que hoje atormenta o Inimigo e seu exército de anjos caídos. "Mas os ímpios
não têm paz, diz o SENHOR." [Isaías 48:22]. O próprio Jesus Cristo parece ter se
referido a essa solene verdade quando disse:

"Porém, ele lhe disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei... Pois eu vos
digo que a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver, até o
que tem lhe será tirado. E quanto àqueles meus inimigos que não quiseram
que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim."
[Lucas 19:22-27].

Em seu comentário, Adam Clarke sugere que as palavras "ganhou" e "recebeu" sejam
adicionadas onde apropriado (como mostrado acima entre os colchetes). ##

O Propiciatório

A palavra hebraica para Propiciatório é kapporeth e deriva da raiz da palavra "cobrir",


"perdoar", "reconciliar" e "expiar". Ele é a cobertura definitiva, pois protege
perfeitamente todos aqueles que creem em Cristo da punição que seus pecados com
justiça merecem.

O conceito de cobrir ocorre repetidamente no Tabernáculo. A própria tenda tem


quatro coberturas, e em todos os casos onde a madeira é usada, ela também tem um
revestimento, seja de bronze, prata ou ouro. O revestimento de bronze aponta para a
promessa que o julgamento pode ser mantido em suspensão se o homem for obediente
e aderir ao plano de Deus; o revestimento de prata — nos capitéis das tábuas do
Pátio — apontam para a promessa que o sangue de Cristo pode nos purificar de todo o
pecado; enquanto que o revestimento de ouro — que é encontrado somente dentro
da tenda do Tabernáculo — aponta para a perfeição divina em tudo que Cristo realizou
em nosso favor.

É notável que o único ouro encontrado no Pátio era nos trajes cerimoniais e na placa
de ouro usada pelo Sumo Sacerdote. Como um representante de Cristo, ele carregava
em sua pessoa os emblemas da divindade.

Como já observamos, a única madeira sem revestimento no Pátio era a lenha para o
fogo do Altar de Bronze. Esse fogo queimava continuamente, até mesmo quando o
Tabernáculo estava sendo transportado na mudança do acampamento para outra
localidade. Além disso, o próprio fogo veio do céu:

"Porque o fogo saiu de diante do SENHOR, e consumiu o holocausto e a


gordura, sobre o altar; o que vendo todo o povo, jubilaram e caíram sobre
as suas faces." [Levítico 9:24].

Isto aconteceu na primeira vez que o Altar de Bronze foi usado para propósitos
cerimoniais. O próprio Senhor Deus acendeu o fogo. Isto significa que todos os
sacrifícios que foram apresentados sobre o Altar de Bronze durante os 40 anos de
peregrinação no deserto — e presumivelmente também depois — foram queimados no
fogo que o próprio Deus forneceu:

"O fogo que está sobre o altar arderá nele, não se apagará; mas o
sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o
holocausto e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas." [Levítico
6:12].

Esse fogo, o fogo do justo juízo de Deus, nunca é extinto, nem mesmo na eternidade.

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Em nossa humanidade — representada pela madeira — estamos destinados a sermos


consumidos pelo fogo de Deus, a não ser que nossos pecados sejam "cobertos". Nossa
cobertura é o sangue que Cristo derramou voluntariamente no Calvário. É por meio
disso, e disso somente, que nossos pecados são cobertos.

Como disse o salmista: "Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo


pecado é coberto." [Salmos 32:1].

A Realidade do Inferno

Muitos hoje, até mesmo cristãos professos, se esqueceram que TODO pecado precisa
ser — e será — punido. Os cristãos são poupados da ira do fogo eterno porque Cristo
tomou sobre Si mesmo o sofrimento que os pecados deles exigia. Ele levou sobre Si
todas as nossas transgressões, de modo a fazer uma perfeita restituição a Deus em
nosso favor. Esse dom admirável é recebido somente pela graça, por meio da fé em
Cristo. Assim, temos aqui a grande doutrina essencial do Cristianismo, a expiação
vicária, em que Cristo, nosso substituto, sofreu em nosso lugar e pagou, ou expiou, a
dívida do nosso pecado pelo Seu sangue. Ao fazer isso, Ele também adquiriu o direito
de remover e lançar para longe nossa natureza pecaminosa no Dia da Ressurreição,
desse modo nos livrando para sempre de qualquer propensão remanescente para o
pecado.

Como já vimos, a primeira parte do dom é representado pelo bode sacrificado no Dia
da Expiação Anual, enquanto que a segunda parte é representada pelo bode que é
enviado para longe no deserto no mesmo dia, para nunca mais ser visto.

Se o Altar de Bronze é a imagem mais aterrorizante na Bíblia, o Propiciatório é a mais


maravilhosa.

A única coisa que blinda o homem das consequências de seus pecados é a pessoa que
o Propiciatório representa. Uma vez que essa blindagem é removida e Deus vé, não a
expiação perfeita pelo pecado, representada pelo Propiciatório, mas as duas tábuas de
pedra que estão depositadas abaixo, contendo Suas santas e imutáveis leis, Ele
precisa liberar a ira total de Seu julgamento.

Temos uma demonstração admirável disso quando os filisteus capturaram a Arca da


Aliança no campo de batalha. Como consequência, eles sofreram com uma severa
doença e dores durante um período de sete meses, até que decidiram enviar a Arca
de volta. Após buscarem o conselho de seus anciãos, eles colocaram a Arca em uma
carroça puxada por duas vacas. Eles então permitiram que as vacas vagueassem sem
um condutor. As vacas passaram para a terra de Israel e foram vistas por alguns
moradores de Bete-Semes que estavam trabalhando na colheita. Eles se alegraram
quando viram a Arca. Todavia, em sua ignorância, eles removeram o Propiciatório e
olharam dentro do interior da Arca. Consequentemente, mais de 50.000 homens foram
feridos e caíram mortos pelo Senhor (1 Samuel 6:19).

Todos os homens são pecadores e necessitam do Propiciatório, a única proteção que


temos contra o justo julgamento de um Deus extraordinariamente santo. É triste dizer
isto, mas a maioria das igrejas hoje se esquece de ensinar aos seus membros a
natureza sem contemporização da santidade de Deus e suas profundas implicações
para o homem. Deus não nos perdoa simplesmente por que nos ama e decidiu
desconsiderar nossos pecados. Ao revés, Ele nos perdoa por que a dívida do nosso
pecados já foi acertada plenamente por Seu Filho.

A doutrina do "amor incondicional" de Deus, da forma como é ensinada pelo Movimento


de Nova Era, é errada. O amor de Deus não é incondicional. Por quê? Porque não há
nada incondicional com relação ao pecado. A condição do homem é a de pecado e ele
não pode modificar sua condição fingindo o contrário. A questão do pecado precisa
ser tratada, mas somente pode ser tratada por meio de Cristo.

O amor de Deus por nós foi expresso na maior extensão possível por meio do
sofrimento e morte de Seu Filho no Calvário. Nosso Pai Celestial não poderia ter feito

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mais do que fez. Ele permitiu que Seu Filho sofresse Sua ira total em nosso lugar. A
não ser que compreendamos o significado disso, a expiação vicária (ou substitutiva),
deixaremos de ver que Deus fez tudo o que era necessário para nossa salvação.

O ensino católico-romano que o homem precisa fazer adições àquilo que Cristo já fez,
por meio de boas obras e ritos sacramentais, é uma tremenda mentira. Roma rejeita a
suficiência da cruz e dá ao indivíduo um papel, conquanto pequeno, em sua própria
salvação. Mas, isto é impossível! Não há nada que possamos fazer para nos purificar
de nossos pecados. Cristo fez tudo por nós no Calvário.

Os teólogos da Reforma expressaram isto muito sucintamente em cinco frases em


latim: Sola Fide, Sola Gratia, Solus Christos, Sola Scriptura, Soli Deo Gloria — somente
pela fé, somente pela graça, em Cristo somente, com a Bíblia somente e para a glória
de Deus. Nenhuma organização na Terra já trabalhou com tanto afinco quanto a Igreja
Católica Romana para suprimir, solapar e destruir essas verdades!

A Bíblia ensina que tudo o que Deus fez por nós Ele fez por meio de Seu Filho. O amor
de Deus é encontrado por meio de Seu Filho, e de nenhuma outra maneira. Rejeitar a
Cristo é rejeitar a Deus: "Tudo por meu Pai foi entregue; e ninguém conhece quem é o
Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser
revelar." [Lucas 10:22].

A igreja moderna exorta seus pastores a enfatizarem o amor de Deus e a minimizarem


Sua ira. Mas, isto é uma tolice! Estamos onde estamos por causa do pecado e o
pecado tem terríveis consequências. O inferno é um lugar real e todos aqueles que
rejeitam o grande dom do amor que o Pai ofereceu à humanidade — perfeita salvação
por meio do sofrimento e morte de Seu Filho — passarão a eternidade em um lugar de
total separação de Deus.

Pode ser possível descrever o inferno de diversas formas, mas para alguém que veio a
conhecer a Cristo — "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade." [Colossenses 2:9] — o inferno é o vazio da eternidade sem Ele — um
estado que a Escritura descreve como "eternamente reservada a negrura das trevas"
[Judas 1:13].

O fogo do inferno não é nada menos que o fogo do justo julgamento de Deus. A
primeira coisa que os israelitas viam quando entravam no Pátio era o Altar de Bronze
e, por implicação, as consequências devastadoras do pecado. O Tabernáculo proclama
do modo mais vívido possível, para todos verem e saberem, que o inferno é o domicílio
inevitável para todos os que rejeitam a Cristo.

Uma mensagem do evangelho que deixa de mencionar essa terrível verdade é um falso
evangelho. Infelizmente, muitos hoje que se descrevem como "nascidos de novo"
somente ouviram esse falso evangelho. E um falso evangelho não tem o poder de
salvar ninguém.

O Interior da Arca

A necessidade universal e inevitável de julgar o pecado foi expressa de forma muito


poderosa pela inclusão na Arca das tábuas de pedra em que estavam inscritas as
santas leis de Deus. As tábuas permaneceriam ali perpetuamente como um
testemunho do estado caído do homem. Há também uma referência à inclusão, dentro
ou ao lado da Arca, de uma cópia da lei escrita por Moisés:

"E aconteceu que, acabando Moisés de escrever num livro, todas as


palavras desta lei, deu ordem aos levitas, que levavam a arca da aliança
do SENHOR, dizendo: Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca da
aliança do SENHOR vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra
ti." [Deuteronômio 31:24-26].

Sabemos com certeza que a Arca continha três itens: as tábuas de pedra nas quais
os Dez Mandamentos foram inscritos, um vaso de ouro que continha uma amostra do

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maná, armazenada para a posteridade, e a vara de amendoeira de Arão:

"Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo


dos santos, que tinha o incensário de ouro, e a arca da aliança, coberta
de ouro toda em redor; em que estava um vaso de ouro, que continha o
maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas da aliança."
[Hebreus 9:3-4].

O Propiciatório ficava por cima das duas tábuas de pedra e protegia o homem
continuamente do justo juízo de Deus. A Lei, depois que foi dada, nunca poderia ser
repelida e ainda existe hoje. Como Cristo disse:

"Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem
um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido."
[Mateus 5:18].

Um grande mal-entendido entrou na igreja com a falsa interpretação dessa verdade


básica pelos assim chamados "Pais da Igreja". Os teólogos primitivos, que lançaram o
fundamento para a Igreja Católica Romana, aboliram a Lei e a substituíram pela "graça"
(sobre a qual eles afirmavam exercer total controle). Mas, a salvação sempre foi pela
graça por meio da fé, e nunca pelas obras da lei. Com a exceção de Cristo, que
guardou a lei sem culpa alguma, era impossível para qualquer homem viver plenamente
de acordo com os padrões rígidos da lei.

O Aio

O Tabernáculo e suas ofertas eram um retrato detalhado de Cristo. A missão e


sacrifício de Cristo estavam pré-figurados em um conjunto de atividades religiosas
tangíveis em que o homem podia participar. Por meio da sua obediência e sua fé na
Palavra de Deus, os israelitas podiam antever o poder santificador do Calvário. Eles
eram salvos pela fé, exatamente como Enoque, Noé e Abraão — que viveram antes de
a Lei ser dada — bem como Gideão, Baraque, Sansão e Davi, que viveram após a Lei
ter sido dada (mas que nunca a observaram perfeitamente). Como a Epístola aos
Hebreus confirma, a salvação sempre foi pela graça por meio da fé, desde os dias de
Abel.

Como disse o apóstolo Paulo:

"De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para
que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não
estamos debaixo de aio." [Gálatas 3:24-25].

A palavra no original grego para "aio" nesta tradução (Almeida Corrigida e Fiel) é
paidagogos. Nos tempos dos gregos e romanos, um paedagogus (forma latina) era um
escravo de confiança cuja tarefa era supervisionar a vida e a moral dos meninos que
pertenciam à classe alta. Eles eram rígidos na disciplina e, frequentemente, mais
severos nos castigos do que o pai. Eles levavam os meninos à escola de manhã e os
buscavam depois, mantendo os olhos atentos nas crianças durante o dia e
investigando todas as suas atividades sociais. O paedagogus exercia suas tarefas até
que o menino atingisse a maturidade, desse modo garantindo que ele adquirisse
durante os anos críticos de formação, os valores e características que seus pais mais
estimavam.

A palavra paidagogos também é traduzida como "tutor', "guardião" ou "aquele que tem
a custódia" em outras versões da Bíblia, mas o termo literal e correto é dado na
Tradução Literal de Young, como "condutor de criança".

Paulo lutou para fazer os cristãos judeus primitivos entenderem que a Lei foi cumprida
em Cristo e que, por si mesma, ela não podia salvar ninguém. Muitos deles
erroneamente pensaram que Paulo tinha abolido a Lei — como se isso fosse possível.
Entretanto, o que ele ensinou é que qualquer um que rejeitava a Cristo tinha também
rejeitado a Lei, pois a Lei foi cumprida em Cristo. Jesus fez uma observação similar

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quando criticou os fariseus, que observavam a Lei nos mínimos detalhes em sua forma
exterior ou visível, mas não faziam o mesmo em seus corações. Na realidade, eles não
criam na Lei e, sem crer em Moisés, eles estavam incapacitados de crerem em Cristo:

"Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim


escreveu ele." [João 5:46].

Ao estabelecer o padrão perfeito de Deus, a Lei deixou claro para o homem sua total
incapacidade de salvar a si mesmo. Adam Clarke, em seu comentário sobre a Epístola
aos Gálatas, diz o seguinte: "Assim, a Lei não nos ensinava o conhecimento vivo e
salvador; mas, por seus ritos e cerimônias e, especialmente, por seus sacrifícios, ela
nos dirigia a Cristo, para que pudéssemos ser justificados pela fé." Foi neste sentido
que a Lei foi o paedagogus (guia de crianças), dirigindo-nos a Cristo para que
pudéssemos ser justificados, isto é, tornados justos diante de Deus.

A Lei também foi necessária por uma razão que é raramente mencionada pelos
eruditos bíblicos. Para que Cristo pudesse servir como "o cordeiro sem mácula"
[Levítico 23:12 e 1 Pedro 1:19], o mundo necessitava de um padrão objetivo que
demonstrasse que Jesus de Nazaré era, de fato, a oferta perfeita e sem pecado. Sem
esse padrão, que foi definido em termos muito específicos pelo próprio Deus, o homem
não teria meios de saber se Jesus cumpria essa condição vital. É por isto que o
Messias somente pôde vir após a Lei ter sido dada. O Monte Sinai teve de preceder
Belém e o Calvário.

O Jarro de Maná

O segundo objeto dentro da Arca era um jarro de ouro que continha uma amostra do
maná. A própria palavra maná é imaginada por alguns com o significado de "o que é
isto?", pois os israelitas fizeram essa pergunta repetidamente na primeira vez que
viram o maná.

O maná foi o pão dado dos céus, virtualmente o único alimento que sustentou toda a
nação de Israel durante quarenta anos. O maná falava da perfeita nutrição espiritual
que encontramos em Cristo, o único Pão de Vida. O "maná escondido" mencionado no
Apocalipse (2:17) parece ser uma alusão ao maná escondido na Arca e, assim, ao
alimento que nutrirá os santos por toda a eternidade.

A Vara de Arão

Já discutimos anteriormente o objeto final na Arca, a vara de Arão. Como


provavelmente usava a mesma vara em suas andanças diárias, Arão não deveria ser
um homem muito alto. A Arca tinha 112 centímetros de comprimento, 67,5 de altura e
67,5 de largura, de modo que poderia ter acomodado uma vara de no máximo 1,20
metros, aproximadamente. Isto parece sugerir que Arão tinha cerca de 1,65 metros de
altura.

O Desaparecimento da Arca

Tem havido muita especulação sobre o paradeiro da Arca atualmente. Alguns


conjeturam que o profeta Jeremias a removeu antes da queda de Jerusalém, em 586
AC, e que mais tarde a escondeu em um poço secreto no subsolo do monte do
Templo. Os inimigos do Evangelho de Cristo gostariam de colocar suas mãos na Arca,
pois ela poderia ser utilizada para a prática de atos de sacrilégio e, possivelmente,
como um modo de "autenticar" o Anticristo. Por exemplo, se o Anticristo pudesse
revelar a localização da Arca por meios sobrenaturais, isto seria considerado por
muitos um sinal de que ele é o Messias.

A Arca do Testemunho mencionada no Apocalipse ("a arca da sua aliança" — 11:19)


pode possivelmente ser a mesma Arca que ficava no Templo em Jerusalém. Sendo ou
não a mesma, a Palavra de Deus diz de forma perfeitamente clara que a Arca nunca
mais será vista na Terra:

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"E sucederá que, quando vos multiplicardes e frutificardes na terra,


naqueles dias, diz o SENHOR, nunca mais se dirá: A arca da aliança do
SENHOR, nem lhes virá ao coração; nem dela se lembrarão, nem a
visitarão; nem se fará outra. Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono
do SENHOR, e todas as nações se ajuntarão a ela, em nome do SENHOR,
em Jerusalém; e nunca mais andarão segundo o propósito do seu coração
maligno." [Jeremias 3:16-17].

A mesma cabala de ímpios enganadores também quer promover o assim chamado


Sudário de Turim, presumivelmente como outro modo possível de autenticar o
Anticristo. Por que alguns cristãos acreditam que esse sudário possa ser genuíno?
Nunca passou pela cabeça deles que o Senhor nunca violaria um de seus próprios
mandamentos e faria uma imagem de Si mesmo? Isto mostra o quanto os cristãos
professos se afastaram da Palavra de Deus, que eles na verdade chegam a acreditar
nessas mentiras audaciosas.

Coberturas Durante o Transporte

Ao serem transportados, os principais itens de mobília no Tabernáculo eram protegidos


por diversas coberturas. A Arca era coberta primeiro por um Véu interior e depois por
um pano azul. A última era uma "cobertura de pele de texugo" [hebraico: tachash].
Como discutido em um capítulo anterior, muito provavelmente essa cobertura era feita
de pele de antílope, em vez de texugo. É difícil imaginar a Arca, ou até mesmo o Véu,
ficarem em contato com a pele de um animal que era considerado imundo pelas leis
levíticas.

Os outros itens de mobília — o Altar de Ouro, o Candelabro de Ouro e a Mesa dos Pães
da Proposição — eram cobertos das seguintes formas durante o transporte (conforme
Números 4):

Altar de Ouro: pano azul e tachash


Candelabro de Ouro: pano azul e tachash
Mesa dos Pães da Proposição: pano azul, pano escarlate e tachash.

Novamente, o ato de cobrir recebe atenção especial. Neste caso, ele é sugestivo da
separação, onde os vasos sagrados eram protegidos dos olhos profanos. O tema da
santificação, ou separação, continua mesmo enquanto a Arca está no trajeto para
uma nova localidade.

Podemos comparar essas camadas de panos com os metais usados no Tabernáculo —


bronze, prata e ouro. Os metais revestiam as tábuas e outras estruturas de madeira,
exatamente como o pano cobria os vasos sagrados. O pano azul denota a origem
celestial de Cristo, enquanto que o tachash denotava sua humanidade. Ambos os
aspectos de Cristo — Sua divindade e Sua humanidade — são necessários para nossa
salvação.

O pano de cor escarlate era usado somente para cobrir a Mesa dos Pães da
Proposição. Ele representava o sangue de Cristo, que foi derramado para nossa
salvação. Ele provavelmente estava associado com a Mesa dos Pães da Proposição do
mesmo modo como o vinho, outro símbolo do sangue, foi incluído com o pão na Ceia
do Senhor:

"Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá
para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida
do mundo. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode
dar este a sua carne a comer? Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na
verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não
beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos." [João 6:51-53].

É significativo que as cinzas eram removidas, mas o Altar de Bronze com o carvão
incandescente também era coberto no transporte e o pano era de cor púrpura (roxo,
ou violeta):

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"E tirarão as cinzas do altar, e por cima dele estenderão um pano de


púrpura." [Números 4:13].

A cor púrpura é uma referência à realeza, neste caso a absoluta soberania do Senhor
Deus de Israel, que forneceu o fogo inicialmente, enviando-o direto do céu.

Há muito mais que gostaríamos de discutir — como a consagração dos sacerdotes, a


unção do Tabernáculo, ou a sequência em que o Tabernáculo era montado — porém
essas e outras questões relacionadas estão além da abrangência deste curto estudo.

Capítulo 12

Aspectos Ausentes Notáveis

Existem diversos aspectos que poderíamos esperar encontrar no Tabernáculo, mas que
não estão presentes. Esses aspectos "ausentes" ajudam em nossa compreensão do
Tabernáculo e de seu propósito geral.

Não Havia Cadeados

Em primeiro lugar, não existiam fechaduras e nem cadeados. Isto reflete o fato que as
barreiras para a verdade não são físicas, mas podem ser encontradas, ao revés, na
natureza caída do homem e em sua indiferença à santa vontade de Deus. Os
verdadeiros "cadeados" estão nas ímpias profundidades do coração humano. O
caminho para a verdade está aberto para todos os homens, independente de onde
eles estejam na Terra. Alguns críticos afirmam que somente uma pequena
porcentagem da população do mundo já teve a oportunidade de ouvir o evangelho,
mas esse raciocínio é errôneo, pois negligencia a soberania de Deus. Todos os que
genuinamente querem a verdade, que anseiam por ela em seus corações, serão
conduzidos ao velho evangelho da redenção, por meio do sangue derramado do
Cordeiro. A Palavra de Deus torna isto particularmente claro, não apenas na tipologia
do Tabernáculo, mas em muitos outros lugares. Considere, por exemplo, a promessa
do Senhor em Provérbios 2:3-5:

"Se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz, se


como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares,
então entenderás o temor do SENHOR, e acharás o conhecimento de
Deus."

Existem muitos modos para um indivíduo chegar ao Pátio do Tabernáculo, mas depois
de ter chegado, ele precisa seguir dali para frente o plano estabelecido por Deus.
Como Cristo disse: "Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o
reino de Deus." [Lucas 9:62].

Não Havia Querubins nas Entradas do Pátio e do Santuário

Os querubins eram vistos somente pelos sacerdotes. Não havia nenhuma


representação dos querubins na entrada do Pátio ou na porta do Santuário, as duas
entradas que estavam visíveis para a congregação. Os querubins dentro da tenda do
Tabernáculo denotavam a extraordinária profundidade da santidade de Deus e a
necessidade de o homem se aproximar dele estritamente pelo caminho especificado.
Querubins vivos (reais) ficaram posicionados na entrada do Jardim do Éden para
impedirem o homem de entrar — e devem ter ficado ali durante vários séculos — mas
o Tabernáculo foi dado para levar o homem de volta para Deus. Portanto, nenhum
querubim ficava na entrada do Pátio e nenhum estava visível na porta do Santuário. O
Senhor, em Sua misericórdia, estava dizendo: "Venham, não tenham medo, o caminho
foi preparado.".

Não Havia Degraus


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Os sacerdotes nunca ficavam em um nível acima do povo. Nem mesmo o Sumo


Sacerdote recebia uma posição elevada. O homem que ocupava o cargo mais elevado
no país e o servo mais humilde estavam ambos no mesmo nível. Não havia degraus ou
níveis mais elevados no Pátio ou no Tabernáculo, desse modo indicando que todos, em
sua natureza caída, eram iguais em sua condenação diante de um Deus
extrordinariamente santo. Mas, isto também enfatizava a perfeita igualdade de
aceitação diante de Deus que todos desfrutam depois que são purificados pelo sangue
salvador de Cristo. Na realidade, todos os homens estão destinados a viverem na
eternidade em um de dois estados — total condenação ou perfeita aceitação. Não há
um terreno intermediário, a despeito do que os filósofos dizem. Eles gostam de
acreditar que existem muitos caminhos e um destino, mas estão enganados. Existem
dois destinos, somente um dos quais oferece vida eterna, e somente um caminho leva
até ele.

Alguns acreditam que uma rampa era usada para facilitar o acesso até o Altar de
Bronze, mas como isso não é especificado, ou sequer implicado na Escritura, não há
base para incluir isso na tipologia do Tabernáculo. Cada aspecto do Tabernáculo foi
definido claramente por Deus e Moisés foi instruído, ao supervisionar o projeto e
construção dos vários componentes, a garantir que tudo estivesse perfeitamente de
acordo com o modelo que lhe fora mostrado no monte. Em seu orgulho e estado caído,
os homens têm uma incrível tendência de fazerem acréscimos à palavra de Deus, ou
minimizarem o significado de certos "detalhes", como se tivessem o direito de decidir
quais eram "mais relevantes" do que outros. O Senhor nem sequer permitiu que Moisés
fizesse isso, mas lhe disse para estudar atentamente tudo o que os artesãos
preparavam e garantir que estivessem em conformidade com aquilo que o Senhor lhe
mostrara no monte:

"Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para


modelo de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis." [Êxodo 25:9].

"Atenta, pois, que o faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado
no monte." [Êxodo 25:40].

"Então levantarás o tabernáculo conforme ao modelo que te foi mostrado


no monte." [Êxodo 26:30].

"Oco e de tábuas o farás; como se te mostrou no monte, assim o farão."


[Êxodo 27:8].

"Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés
divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi
dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou."
[Hebreus 8:5].

Vinte e uma vezes nas Escrituras Moisés é referido como "Moisés, o servo do Senhor
Deus". É uma marca de sua humildade e perfeita obediência que ele tenha sido
descrito tantas vezes assim. Todavia, ele foi lembrado em diversas ocasiões a fazer
exatamente conforme tinha sido instruído.

As Medidas da Pia de Cobre Não São Informadas

As dimensões ou a exata quantidade de materiais foram especificadas para todos os


componentes no Tabernáculo, exceto um — a Pia de Cobre. A Palavra de Deus
declarou simplesmente que ela deveria ser feita totalmente de cobre, porém não deu
instruções com relação ao seu formato, peso ou dimensões. Os sacerdotes usavam a
Pia diversas vezes durante o dia para lavar suas mãos e pés. A Pia significava a
necessidade — e privilégio — do fiel cristão de se purificar tão frequentemente quanto
possível ao longo de cada dia "com a lavagem da água, pela palavra" [Efésios 5:26].
Evidentemente, a palavra é a própria Bíblia.

Não Havia Janelas

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A luz que brilhava no Santuário não era a luz do mundo, mas a luz do Candelabro de
Ouro somente. O indivíduo tem uma escolha na vida — seguir a luz do mundo, ou
seguir a luz de Cristo. Muitos cristãos professos tentam fazer ambas as coisas, mas o
Tabernáculo declara que isto é impossível. Somente podemos conhecer a luz de Cristo
depois que morremos para o mundo. Os cristãos que tentam equipar seus
tabernáculos, suas vidas em Cristo, com uma janela para o mundo estão apenas
enganando a si mesmos; isto é algo que não pode ser feito.

É também significativo que enquanto o Santuário, ou Santo Lugar, estivesse


completamente iluminado o tempo todo, noite e dia, o Santíssimo Lugar estava em
completa escuridão o tempo todo. Precisamos assumir que o Véu era suficientemente
denso para bloquear toda a luz do ambiente do Santuário — "Então falou Salomão: O
Senhor disse que ele habitaria nas trevas." [1 Reis 8:12]. Este contraste
surpreendente entre a luz total e a escuridão total parece apontar para várias
verdades espirituais:

O Santo Lugar:

Dia eterno na Nova Jerusalém


A perfeição repleta de luz de Cristo
A visibilidade desimpedida de Cristo por meio da fé.

O Santíssimo Lugar:

Incognicibilidade de Deus em Sua absoluta soberania


A obra não vista de Cristo na vida de cada fiel cristão
As riquezas inescrutáveis de Cristo.

Em uma época como a nossa, do assim chamado conhecimento científico, onde os


homens de intelecto professam serem capazes de identificar a causa por trás de todos
os fenômenos, há uma forte tendência entre os cristãos de imaginarem Deus e Suas
obras em termos "científicos". Eles tolamente imaginam que sabem como Deus faz o
que faz, mas estão seriamente enganados. A verdade é que não sabemos
absolutamente nada sobre os caminhos e métodos que Deus usa para executar Sua
santa vontade. Como o apóstolo Paulo disse: "Ó profundidade das riquezas, tanto da
sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão
inescrutáveis os seus caminhos!" [Romanos 11:33].

Quando a ciência afirma "explicar" a criação, excluindo a ação de um Deus criador, isto
é idolatria pura e simples. A ciência moderna está sendo usada amplamente pelo
Maligno para atacar a verdade bíblica, para solapar a soberania de Deus e para
fabricar uma realidade alternativa — incluindo uma falsa cosmologia — que enlaçará os
incautos e preparará o caminho para o Anticristo.

Não Havia Cadeiras ou Assentos para os Sacerdotes

Não havia assentos ou locais de descanso no Pátio ou no Santuário. Os sacerdotes


estavam continuamente em atividade e até comiam os pães da proposição em pé.

Nós, como fiéis cristãos, precisamos estar continuamente ativos no nosso serviço para
Cristo, "operando a nossa salvação", ou servindo a nossa salvação aqui na Terra,
"com temor e tremor" [Filipenses 2:12].

Existe uma tendência de imaginar o céu como um lugar de ociosidade, mas


provavelmente ele não será nada desse tipo! Independente de onde olhamos na
maravilhosa criação de Deus, encontramos contínua atividade e também uma imensa
diversidade. Muito provavelmente, cada um de nós servirá a Deus na eternidade de um
modo singular e adequado à nossa individualidade. De fato, nosso tempo aqui na Terra
parece ter o objetivo de nos preparar, em parte, para a vida na eternidade, onde
aqueles que serviram a Cristo mais plenamente durante sua peregrinação terreal
receberão um papel na eternidade que reflete, tanto em glória e estatura, a
profundidade e sinceridade de seu serviço aqui na Terra.

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Não Havia Piso

Dado o status especial do Tabernáculo e seu lugar extraordinário no plano santo de


Deus para nossa Redenção, pode parecer surpreendente que nenhum piso para o chão
foi incluído na construção. Quando consideramos, por exemplo, a quantidade fabulosa
de prata, ouro, cedro e pedras que foi usada na construção do Templo de Salomão —
que superava a do Tabernáculo — o contraste é ainda mais chocante.

Poderíamos esperar encontrar tábuas no piso do Santuário, por onde os sacerdotes


iam e vinham continuamente, mas não havia nada. Incrivelmente, até a Arca da
Aliança ficava sobre o chão.

Os sacerdotes, incluindo o Sumo Sacerdote no Dia da Expiação, realizavam todas as


atividades cerimoniais enquanto caminhavam ou ficavam parados, em pé, no terreno
plano do deserto. Tal era a natureza sem adornos da intimidade entre Deus e Seu
povo escolhido.

Devido à Sua presença na Arca, Deus repousava sobre o mesmo terreno pedregoso
que a multidão de israelitas no acampamento ao redor. Ele tinha descido até o nível
deles de modo a restaurá-los para Si mesmo, exatamente como Jesus desceria em
forma humana e viveria humildemente entre os aldeões da Galileia e da Judeia. O
nascimento de Cristo em um estábulo cumpriu a tipologia da Arca, enquanto que as
muitas ocasiões durante Seu ministério em que Ele dormiu ao relento, ou em terreno
inóspito, reflete o contínuo avanço da Arca de um lugar para outro, sob o sol quente
do deserto.

Sem Calçados para os Pés

Nenhum dos sacerdotes calçava sapatos, nem mesmo o Sumo Sacerdote. Isto não é
especificamente declarado, mas em geral compreende-se que era o caso,
particularmente porque tanto Moisés quanto Josué foram instruídos a removerem suas
sandálias enquanto estivessem na presença divina. A ausência de calçados nos pés
também era, ao que parece, uma parte necessária da tipologia do Tabernáculo.

Exatamente como a Arca — onde Deus habitava — tinha contato direto com o solo,
assim também cada um dos sacerdotes deveria ter. Como resultado, eles não
conseguiam evitar a contaminação de seus pés no contato constante com o solo.
Independente de quantas vezes lavassem seus pés diante da Pia de Cobre, eles
imediatamente começavam a acumular mais poeira e sujeira. Até mesmo quando o
Sumo Sacerdote entrava no Santíssimo Lugar, no Dia da Expiação, seus pés ficavam
um pouco sujos, quando ele caminhava da Pia de Cobre até o Véu interior. A
mensagem é clara. O mundo contamina cada um de nós continuamente. Como esses
contaminantes espirituais estão por toda parte, precisamos nos preocupar
continuamente com nossa santificação. Uma igreja que não se separa do mundo é
uma igreja apenas nominal.

Não Havia Tábuas no Teto

O Tabernáculo era literalmente uma tenda, uma estrutura de suporte coberta por
camadas de tecido. Embora geralmente pensemos em uma tenda como uma habitação
provisória, ou temporária, não há nada no Pentateuco que indique que o Tabernáculo
foi planejado para ter uma duração limitada. De fato, exatamente o oposto é sugerido.
Mais tarde, quando Davi propôs ao Senhor a construção de um templo em Jerusalém,
o Senhor respondeu:

"Porque em casa nenhuma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de
Israel do Egito até ao dia de hoje; mas andei em tenda e em tabernáculo.
E em todo o lugar em que andei com todos os filhos de Israel, falei
porventura alguma palavra a alguma das tribos de Israel, a quem mandei
apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que não me edificais uma
casa de cedro?" [2 Samuel 7:6-7].

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Foi um momentno de grande significado na Bíblia quando o Senhor escolheu Jerusalém


como Sua habitação permanente. O Pai Celestial tinha escolhido para Seu Filho a
cidade a partir da quel Ele reinaria para sempre. Depois que essa decisão espetacular
foi revelada para a humanidade, um dos aspectos mais impressionantes do
Tabernáculo, isto é, sua mobilidade, não era mais necessário.

De maneira similar, cada


um de nós vive
temporariamente em um
tabernáculo de carne,
vagueando pela Terra
como estrangeiros e
peregrinos:

"Todos estes
morreram na fé, sem
terem recebido as
promessas; mas
vendo-as de longe,
e crendo-as e
abraçando-as,
confessaram que
eram estrangeiros e
peregrinos na terra."
[Hebreus 11:13].

A cobertura maleável, similar a de uma tenda, do Tabernáculo, consistia de quatro


camadas, cada uma das quais retratava um aspecto de Cristo. Nascer de novo
significa morrer para o mundo, entrar no Tabernáculo e habitar dali para frente em
Cristo. Enquanto estamos aqui na Terra na carne, Cristo é nosso tabernáculo
espiritual. As palavras "em Cristo" ocorrem não menos que dez vezes na epístola de
Paulo aos Efésios. Somos migrantes aqui na Terra, vivendo em Cristo, servindo-o como
sacerdotes, crescendo em santificação e em conhecimento de quem Ele realmente é.

Chamamos também a atenção para a correspondência entre o formato do


Tabernáculo, conforme definido por suas paredes (sem teto e sem piso de madeira), e
a porta das casas quando a Páscoa foi celebrada pela primeira vez: "E tomarão do
sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o
comerem." [Êxodo 12:7].

É difícil dizer com certeza se isto é ou não significativo, mas a similaridade é


impressionante.

Não Havia Madeira Exposta

Apesar da grande quantidade de madeira de acácia usada na construção do


Tabernáculo, nada dela ficava exposto. Ao contrário, a madeira era revestida,
conforme apropriado, com bronze, prata ou ouro. É notável que qualquer coisa no
Tabernáculo que não estivesse coberto ou protegido de alguma forma era consumido.
A lenha usada para combustão no fogo do Altar de Bronze era totalmente consumida
pelas chamas. As ofertas (que serão discutidas em maiores detalhes em outro
capítulo) também eram consumidas, pelo fogo ou pelas pessoas que tinham o direito
de comê-las. Tanto o pão na Mesa da Proposição e o incenso no Altar de Ouro eram
consumidos. Até os pavios no Candelabro de Ouro eram consumidos.

Embora fosse de madeira e sem adornos, a vara de Arão sobreviveu porque estava
protegida pelo Propiciatório.

A vara de Arão representa o Sumo Sacerdote e, em particular, nosso grande Sumo


Sacerdote, Jesus Cristo. O florescimento da vara da noite para o dia, quando flores da
amendoeira brotaram miraculosamente na vara já muito gasta pelo uso, foi evidência
que Deus tinha escolhido a tribo de Levi sobre todas as tribos para servi-lo no ofício

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sacerdotal. Esse florescimento milagroso foi um tipo da Ressurreição, tanto de Cristo,


nossas primícias, que ressuscitou do sepulcro, e a ressurreição dos mortos em Cristo,
que ressuscitarão miraculosamente do túmulo quando nossa Estrela da Manhã retornar
(Apocalipse 22:16).

O Tabernáculo retrata o grande plano de Redenção para toda a humanidade, onde


todos que não estiverem cobertos por Cristo serão consumidos. Para todos aqueles
que creem em Seu Filho, o Senhor dará a vida eterna, mas para todos os que O
rejeitam, dará o julgamento eterno.

O "Cristo" macio como um ursinho de pelúcia da igreja moderna é uma grande


enganação. Quando Cristo retornar, Ele lidará com severidade com todos os que se
rebelaram contra Seu Pai.

Não há nada "engraçadinho" com relação ao Tabernáculo. Sua mensagem é


profundamente importante para todos os fiéis cristãos e para o mundo em geral. De
fato, podemos até dizer que sua mensagem é a mensagem de Deus para toda a
humanidade. Ou aceitamos a proteção do Propiciatório, a perfeita cobertura que Cristo
oferece, ou ficaremos sozinhos diante do justo julgamento de um Deus
extraordinariamente santo.

Capítulo 13

O Sacerdócio

O ofício sacerdotal consistia de três níveis: o Sumo Sacerdote, os sacerdotes


aarônicos (descendentes de Arão) e um grupo grande de assistentes, conhecidos
como levitas:

"No mesmo tempo o SENHOR separou a tribo de Levi, para levar a arca da
aliança do SENHOR, para estar diante do SENHOR, para o servir, e para
abençoar em seu nome até ao dia de hoje." [Deuteronômio 10:8].

Todos os três vinham da tribo de Levi, mas os dois primeiros vinham exclusivamente
da família de Arão (cujo nome significa "muito alto"). Ao que parece, a tribo de Levi foi
confirmada nesta honra por ter ficado ativamente ao lado de Moisés quando ele
ordenou a destruição do bezerro de ouro e de seus principais promotores. Em seu zelo,
os levitas mataram um grande número de israelitas idólatras:

"E os filhos de Levi fizeram conforme à palavra de Moisés; e caíram do


povo aquele dia uns três mil homens." [Êxodo 32:28].

As Vestes dos Sacerdotes

Os sacerdotes aarônicos vestiam os quatro itens de trajes especificados na Palavra de


Deus — uma túnica comprida de fino linho branco, um turbante de linho fino branco
(algumas vezes referido como mitra), um cinto de fino linho branco, e ceroulas — uma
roupa de baixo que cobria dos quadris até as coxas. O linho fala da terra, pois é
produzido a partir de uma planta de mesmo nome, uma planta resistente a partir da
qual as fibras têxteis são extraídas com batidas repetidas e depois transformadas em
fio de linha. Novamente encontramos o tema "batido", desta vez em relação aos
representantes imediatos de Cristo na Terra. O sacerdote, que era quem somente
podia fazer mediação entre o homem e Deus, vestia-se totalmente de trajes que
vinham do solo, exatamente como o próprio homem foi feito do pó da terra.

O Sumo Sacerdote

O Sumo Sacerdote usava itens adicionais de vestimenta, incluindo um cinto de obra


esmerada e um detalhe distintivo em sua mitra. Esses itens eram constituídos por:

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— Manto azul

Um manto azul sem mangas de linho


fino torcido, que ele vestia sobre sua
túnica de linho branco de tamanho
comprido. Isto chegava até abaixo de
seus joelhos e tinha uma franja ao
longo na barra inferior que erra
ornamentada com uma série alternada
de campainhas (pequenos sinos) de
ouro e romãs coloridas (feitas com
fios de cor azul, púrpura, escarlate e
dourado) O manto era tecido como
uma única peça, sem costuras.

A cor azul representava a perfeição


celestial de Cristo, as campainhas
representavam a doçura e harmonia
de sua pessoa, as romãs
representavam os frutos abundantes
de sua obra e o manto sem costura
representava a integridade de seu ser
— pois Cristo era tanto homem
totalmente e Deus totalmente na
mesma pessoa.

As campainhas também podem ser


uma referência à admirável verdade
que Cristo compartilhou com Seus
discípulos quando disse: "As minhas
ovelhas ouvem a minha voz, e eu
conheço-as, e elas me seguem."
[João 10:27].

— Éfode

Um éfode, ou manto sacerdotal sem mangas de fino linho torcido, todo enfeitado com
fios de cor azul, púrpura, escarlate e dourado. Isto era colocado sobre o manto de
linho azul e chegava até os joelhos, aproximadamente. As partes da frente e de trás
do éfode não eram conectadas abaixo das axilas. O fio dourado usado nessas vestes
sacerdotais era de ouro real batido, cortado e trançado em filigrana.

— Cinto

Um cinto de linho fino torcido com fios de cor azul, púrpura, escarlate e dourado. A
familiar frase bíblica "Estejam cingidos os vossos lombos" significa liberar as pernas
para o trabalho, erguendo o manto até a altura dos joelhos e mantendo-o nessa altura
pelos cintos. Portanto, o cinto era indicativo da constante prontidão e disposição para
o trabalho.

Uma placa ou lâmina de ouro estava fixada na frente da mitra, tendo as palavras
"Santidade ao SENHOR" gravadas. Como ela era colocada na fronte do sacerdote,
ficava visível para todos — veja a figura abaixo. O Sumo Sacerdote era representante
da tribo de Levi, que por sua vez representava Israel como um todo. Era somente por
meio de seu ofício consagrado, com sua justiça imputada, que os filhos de Israel eram
recebedores da bênção divina. Isto é igualmente verdade com relação à igreja hoje,
cujos membros são abençoados com a justiça imputada de Cristo, nosso Sumo
Sacerdote.

Jeremias estava falando disso quando descreveu Cristo em Sua Segunda Vinda como
"O Senhor Justiça Nossa" [23:6]. Como fiéis cristãos, qualquer justiça que possuímos
está fundamentada unicamente em nosso Sumo Sacerdote e vindouro Rei. Colocando

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a lâmina de ouro em sua fronte — que era


similar a uma coroa ou diadema real — o Sumo
Sacerdote estava antevendo o dia quando os
dois ofícios supremos — o de sacerdote e o de
rei serão unidos na pessoa de Cristo.

Referindo-se à santidade, o comentarista


MacLaren diz:

"É uma pena — que indica


superficialidade de pensamento — que a
noção popular moderna de 'santidade'
identifica-a com pureza, justiça,
perfeição moral. Agora, a ideia está nela,
mas isto não é tudo... O significado-raiz
é 'separado', 'reservado', e a palavra
expressa primariamente, não caráter
moral, mas relação com Deus. Isto faz
toda a diferença... A primeira ideia é
'separado para Deus'. Isto é santidade,
em sua raiz, seu germe."

Os santos na glória serão separados para Deus, total e completamente. Eles serão
separados para sempre de suas naturezas pecaminosas e serão santos no sentido
verdadeiro e perfeito dessa palavra. O último capítulo da Bíblia aponta para isto
quando coloca o nome de Deus em suas frontes:

"E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome." [Apocalipse
22:4].

Em cada uma de suas ombreiras era fixada


uma pedra de ônix em que os nomes das doze
tribos estavam inscritos, seis em cada pedra.
Isto também era uma referência a Cristo,
nosso vindouro Rei, que reinará na Terra em
total concordância com a santa vontade de
Deus:

"Porque um menino nos nasceu, um filho


se nos deu, e o principado está sobre
os seus ombros, e se chamará o seu
nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da
Paz." [Isaías 9:6].

Esta também é uma referência à gloriosa


promessa feita pelo Senhor de cuidar suavemente e de levar nos braços seu rebanho:
"Como pastor apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os
cordeirinhos, e os levará no seu regaço; as que amamentam guiará suavemente."
[Isaías 40:11].

— O Peitoral do Juízo

Sobre seu peito o Sumo Sacerdote vestia uma espécie de bolsa de linho fino torcido
com fios de cores azul, carmesim, púrpura e dourado. Esse peitoral formava uma bolsa
quadrada dupla, de um palmo de largura, a porção interna do qual servia como um
bolso. Doze pedras semipreciosas diferentes estavam fixadas na frente, dispostas em
quatro linhas de três. Cada pedra individual representava uma das doze tribos de
Israel e tinha seu nome inscrito nela; entretanto, qual tribo era representada por cada
pedra é algo que não se sabe.

O peitoral era chamado "peitoral do juízo" (Êxodo 28). Isto provavelmente é uma
referência ao Urim e Tumim, que significam "luzes e perfeições", que eram mantidos
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dentro do bolso. Não existem informações sobre o que eram esses objetos, exceto que
eles permitiam que o Sumo Sacerdote recebesse conselho (juízo) da parte do Senhor.
O Urim e Tumim permitiam que o Sumo Sacerdote exercesse, em sua posição de
representante, mais um aspecto da obra de Cristo — o de profeta.

Tendo esse bolso perto de


seu coração, o Sumo
Sacerdote estava dando
testemunho do amor
imensurável que o Messias
tinha por Seu povo
escolhido. Os próprios
israelitas foram
grandemente abençoados
ao verem essa verdade
proclamada tão clara e
proeminentemente nas
vestes do Sumo
Sacerdote.

Somos lembrados aqui da


forma surpreendente como
o Senhor Se referiu a Si
mesmo em Êxodo 34:14:
"Porque não te inclinarás
diante de outro deus; pois
o nome do SENHOR é
Zeloso; é um Deus zeloso."

Onde o amor está envolvido, talvez nenhuma outra palavra além de ciumento (zeloso
na tradução ACF) descreve a exclusiva e permanente consideração que aquele que
ama tem por seu amado. O Peitoral do Juízo é verdadeiramente o símbolo de um Deus
ciumento.

A mesma poderosa expressão do amor divino pode ser encontrada em Zacarias,


quando o Senhor diz: "Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Zelei por Sião com grande
zelo, e com grande indignação zelei por ela." [Zacarias 8:2].

O mundo inteiro experimentará a fúria formidável do Senhor quando, no fim dos


tempos, Ele enviar Seu Filho para defender Jerusalém de seus inimigos. O amor Dele
por Sião está inscrito sobre as palmas de suas mãos do mesmo modo como os nomes
das doze tribos foram gravados nas doze pedras semipreciosas usadas pelo Sumo
Sacerdote: "Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei; os teus muros estão
continuamente diante de mim." [Isaías 49:16]. Há claramente uma referência profética
nesta passagem aos cravos que traspassaram as mãos de Cristo no Calvário.

O ofício do Sumo Sacerdote recebe uma distinção incomum no capítulo 35 do livro de


Números. O texto diz que se alguém causar de forma acidental a morte de outra
pessoa e então fugir até uma cidade de refúgio para escapar de uma tentativa de
vingança, poderá morar ali indefinidamente "e ali ficará até à morte do sumo
sacerdote, a quem ungiram com o santo óleo". Após receber a notícia que o Sumo
Sacerdote morreu, ele poderá retornar à sua cidade natal e às suas possessões sem
receber qualquer punição. A ameaça de um vingador de sangue não poderá mais ser
executada. Em outras palavras, para um homem confinado a uma cidade de refúgio,
que vivia diariamente na sombra da morte, o falecimento do Sumo Sacerdote era na
verdade uma boa notícia! Isto restaurava sua liberdade, exatamente como a morte de
nosso eterno Sumo Sacerdote restaurou a nossa.

O Dia da Expiação

A função mais importante do Sumo Sacerdote era realizar os sacrifícios da expiação no


Yom Kippur, o Dia da Expiação, que caía no décimo dia do sétimo mês (Tishri)
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(conforme Levítico 16). Após fazer uma oferta de incenso no Santíssimo Lugar, ele
sacrificava um novilho e um carneiro para expiar seus próprios pecados. Ele fazia isso
enquanto vestia, não os trajes do Sumo Sacerdote, mas os trajes de linho apenas dos
sacerdotes aarônicos.

Ele então sacrificava o bode escolhido por sorteio e liberava o bode expiatório. Antes
de libertar este último, as instruções para o Sumo Sacerdote eram:

"E Arão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre
ele confessará todas as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas
transgressões, e todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do
bode, e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado para
isso." [Levítico 16:21].

Após fazer isso, ele ia até o Santo Lugar,


tirava as vestes de linho com as quais estava
vestido e colocava as vestes do Sumo
Sacerdote. Somente então ele retornava até o
Altar de Bronze para oferecer as ofertas
queimadas.

Em seu excelente estudo do Pentateuco, C. H.


Mackintosh diz de Levítico 16 que "ele
apresenta alguns dos mais relevantes princípios
de verdade que podem preocupar uma mente
renovada".

As ofertas feitas durante todo o ano eram em


relação aos indivíduos que as apresentavam,
mas as do Yom Kippur eram feitas pela nação
como um todo. A eficácia delas vinha
inteiramente a partir de um único sacrifício que
poderia agradar a Deus, isto é, o do Cordeiro
no Calvário. O Senhor aceitava as ofertas
deles, que em si mesmas não podiam expiar pecados, antevendo o único sacrifício que
um dia faria expiação completa de TODO pecado em todos os tempos, tanto do
passado quanto do futuro.

Embora os israelitas não compreendessem que seu vindouro Messias morreria por seus
pecados, a crença deles na eficácia de suas ofertas sacrificiais era suficiente para
manter o relacionamento deles com Deus. Mas, depois que a desobediência deles
atingiu o ponto em que, apesar de todas as advertências dos profetas, os corações
deles estavam endurecidos contra o Senhor e suas ofertas sacrificiais se tornaram um
ritual vazio, a presença do Senhor deixou a Arca da Aliança e de retirou de Jerusalém
— aparentemente pouco antes da captura da cidade pelo exército babilônio, em 586
AC (veja Ezequiel 10:18).

A total decadência espiritual e a obstinada falta e fé que levaram a esse evento


calamitoso já tinham sido afiadamente expressas na Palavra de Deus cerca de 400
anos antes:

"O sacrifício dos ímpios já é abominação; quanto mais oferecendo-o com


má intenção!" [Provérbios 21:27].

"O sacrifício dos ímpios é abominável ao SENHOR, mas a oração dos retos
é o seu contentamento." [Provérbios 15:8].

Capítulo 14

O Óleo Santo da Unção


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Como já vimos, a palavra "santo" é muito malcompreendida entre os cristãos. É


provavelmente seguro dizer que muitos pastores hoje fazem pouca referência a ela em
seus sermões. Todavia, a santidade é exatamente aquilo que o Senhor pede de cada
um de nós:

"Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o SENHOR vosso


Deus." [Levítico 20:7].

"Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo." [1 Pedro


1:16].

O Senhor enfatizou a santidade do Tabernáculo e de tudo o que havia nele ao


requerer que cada um dos sacerdotes, a tenda e cada item da mobília, incluindo os
utensílios, fossem ungidos com o santo óleo da unção (Êxodo 40 e Levítico 8). A
cerimônia decretou que tudo assim ungido ficasse separado dali para frente para Deus
e para Seu santo propósito.

Hebreus 9 revela um detalhe adicional admirável que não está registrado no


Pentateuco: "E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os
vasos do ministério." [9:21].

De modo a ter qualquer significado, a separação ou santidade precisa sempre apontar


para o sangue derramado de Cristo. Esta era a verdade essencial da mensagem
gravada na lâmina de ouro usada pelo Sumo Sacerdote — "Santidade ao SENHOR", ou
literalmente "separado para Deus".

Composição do Óleo da Unção

O óleo da unção era feito com azeite da oliveira misturado com quatro especiarias —
mirra, canela, cálamo-aromático e cássia — na proporção de 2:1:1:2. (Veja Êxodo
30:22-3).

A mirra é uma resina aromática, ou uma goma


natural, extraída de um arbusto espinhoso nativo
do Oriente Médio. Como um óleo essencial, a mirra
pode ser usada para fabricar incenso e perfume;
entretanto, seus usos medicinais são melhor
conhecidos, com seu nome bíblico alternativo — o
Bálsamo de Gileade. Para coletar a resina, é
necessário ferir repetidamente a árvore para que
ela comece a soltar a goma. A mirra também era
amplamente usada nos tempos antigos para
preparar um cadáver para o sepultamento. Assim,
podemos ver como a mirra, que é um ingrediente
tanto do óleo da unção quanto do incenso
cerimonial, era uma figura admirável de Cristo,
tanto em Sua morte quanto em Sua ressurreição.

A mirra também tem o efeito de entorpecer os


sentidos e, algumas vezes, era misturada com vinho para induzir a letargia. Quando
ofereceram para Cristo essa mistura na crucificação, Ele a recusou, desse modo
mostrando que estava disposto a beber todo o cálice que o Pai lhe tinha dado — "E,
indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem
eu o beber, faça-se a tua vontade." [Mateus 26:42].

A próxima especiaria, a canela, era extraída da casca interna de uma árvore


aromática, que era depois moída ou amassada. Assim também era a cássia, outra
variedade de canela. O cálamo-aromático, que era obtido secando e moendo as raízes
fortemente perfumadas de um junco dos alagadiços, era usado na produção de
perfumes, bem como para propósitos medicinais, além de servir como tempero para os
alimentos.

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Em cada uma dessas três especiarias temos a imagem de um belo perfume sendo
liberado por meio da moagem de plantas selecionadas. Coletivamente, eles retratam a
intensidade e fragrância daquilo que Cristo alcançou pela humanidade por meio de Sua
morte e sofrimento, bem como o suave perfume de Sua perfeita obediência e amor
diante do trono de Seu Pai.

Recebemos uma minúscula visão da magnitude de Seu sofrimento e a profundidade de


Sua obediência quando, no livro do Apocalipse, Ele diz: "E com vara de ferro as
regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai."
[2:27].

Por meio de Sua obra no Calvário, Seu Pai é agora nosso Pai Celestial por adoção,
exatamente como Jesus tornou-se o filho legal de José por adoção. Sob a lei judaica,
a adoção de Jesus por José conferiu-Lhe todos os direitos e prerrogativas de um filho
natural. Somente assim Ele pode reivindicar o trono de Davi, uma posição que Ele
somente ocupará após Sua Segunda Vinda.

O intervalo durante o qual Ele detém o direito ao trono, mas ainda não o ocupa,
reflete o intervalo entre a hora em que nascemos de novo — e desse modo somos
legalmente adotados — e o tempo em que entramos na nossa herança. Além disso,
exatamente como o cristão fiel deve vigiar diariamente e aguardar com sincera
expectativa o retorno de Cristo, assim também Cristo está aguardando o momento
quando Seu Pai dirá: Meu Filho, o dia do Arrebatamento chegou; vá e busque Sua
noiva.

Que dia faustoso este dia será! Os cristãos de toda parte deveriam falar
constantemente deste evento vindouro: a ressurreição dos justos que já morreram e a
tomada nos ares dos cristãos nascidos de novo que estiverem vivos no momento do
Arrebatamento. É verdadeiramente triste verificar que a menção desse dia glorioso
esteja praticamente ausente na maioria das igrejas e ele até seja tratado com
zombaria por alguns, como uma mera uma licença poética.

Capítulo 15

As Ofertas

Existiam cinco ofertas principais — a Ofertas pela Transgressão, a Oferta pelo Pecado,
a Oferta Pacífica, a Oferta de Alimentos (também chamada de Oferta de Manjares) e a
Oferta Queimada (também chamada de Holocausto). Somente a Oferta de Alimentos
não envolvia derramamento de sangue. Uma libação de vinho, conhecida como Oferta
de Bebida, estava incluída em cada uma delas.

Sem o derramamento de sangue, não há remissão de pecados (Hebreus 9:22). Isto


significa que a Oferta de Alimentos não poderia fazer expiação pelo pecado, mas toda
Oferta Queimada, que expiava pecados, incluía uma Oferta de Alimentos. Assim, cada
uma das cinco ofertas aponta para o pecado, com uma ênfase diferente em cada
caso, como mostra a tabela seguinte:

Oferta Lição espiritual para o indivíduo


Oferta pela Necessidade de reconhecer a ofensa do
Transgressão pecado.
Oferta pelo Necessidade de reconhecer a natureza
Pecado pecaminosa.
Oferta Necessidade de estar reconciliado com
Pacífica Deus.
Oferta de
Necessidade de um Salvador.
Alimentos

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Oferta Necessidade de um sacrifício perfeito para


Queimada fazer a expiação pelo pecado.

Oferta Etapas para a Redenção


Oferta pelo
O homem é concebido no pecado.
Pecado
Oferta pela
O homem vive no pecado.
Transgressão
Oferta Cristo fez expiação pelo pecado no
Queimada Calvário.
Oferta de Cristo derrotou a morte em Sua
Alimentos ressurreição.
O homem é totalmente restaurado para
Oferta Pacífica
Deus no Pentecostes.

Um resumo tabular das Ofertas pode ser encontrado no Apêndice B.

Uma Oferta de Bebida era feita com cada uma das cinco ofertas principais e envolvia o
derramamento de uma libação de vinho tinto aos pés do Altar de Bronze. A quantidade
da libação era proporcional ao tamanho do animal que estava sendo sacrificado — um
quarto de um him para um cordeiro, um terço para um carneiro e metade para um boi
(um him correspondia a pouco mais de 5 litros). A quantidade derramada na Oferta de
Grãos não era especificada. As Ofertas de Bebidas simbolizavam o derramamento do
sangue de Cristo no Calvário, ao qual Jesus se referiu em Lucas 22:20:
"Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo
testamento no meu sangue, que é derramado por vós."

Todo sacrifício com derramamento de sangue tinha de ser acompanhado por uma
Oferta de Grãos e uma Oferta de Bebida (Libação) (conforme definido em Números
15). Ao contrário da Oferta de Grãos, a Oferta de Bebida não era feita sozinha. O
vinho também representava a satisfação que Deus sentiu com a obra consumada de
Cristo — embora o Calvário ainda estivesse no futuro.

As duas ofertas que eram mais agradáveis ao Senhor, ao que parece, eram a Oferta
Queimada e a Oferta Pacífica. Quando essas ofertas eram feitas, "... no dia da vossa
alegria e nas vossas solenidades, e nos princípios de vossos meses..." [Números
10:10], as trombetas de prata eram tocadas. Isto dizia a todo o arraial — as doze
tribos da nação de Israel — que uma oferta, em cheiro suave ao Senhor, estava
sendo apresentada. Cada homem, mulher e criança sabia que um evento especial
estava ocorrendo naquele momento.

Se a cobertura de nuvens durante o dia e a cobertura de fogo à noite eram um


lembrete visual constante que a presença de Deus estava habitando entre eles, então
o sonido das trombetas na ocasião da apresentação das Ofertas Queimadas e Ofertas
Pacíficas era um lembrete audível correspondente da mesma realidade. As trombetas
também eram um lembrete audível para a nação como um todo que um dia, uma oferta
seria apresentada diante do Senhor que expiaria total e perfeitamente todo o pecado.

Examinaremos agora cada uma das cinco ofertas principais, uma de cada vez,
iniciando com a mais importante de todas, a Oferta Queimada.

A Oferta Queimada (Holocausto)

A Oferta Queimada normalmente consistia de um macho sem defeito do rebanho, isto


é, um novilho, carneiro ou bode. O novilho (um touro jovem) tinha de estar intacto e o
carneiro ou bode tinham de estar no primeiro ano de vida. Se o ofertante não tivesse
recursos suficientes, poderia oferecer um par de rolas ou de pombos (o sexo da ave
não foi definido). Essas ofertas eram feitas em público "à porta da tenda da
congregação", mostrando que o homem não podia ocultar sua necessidade de

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expiação.

O procedimento era como segue: Diante da entrada do Tabernáculo, o ofertante


colocava suas duas mãos firmemente sobre a cabeça do animal, um ato que
expressava sua identificação com ele. Isto era, em essência, um ato de fé. Na
Escritura, a imposição das mãos é sempre uma expressão de fé na soberania e
misericórdia de Deus, de completa submissão à Sua santa vontade. A única vez que o
pecado era transferido era quando o Sumo Sacerdote colocava suas mãos sobre a
cabeça do bode expiatório no Dia da Expiação. Neste caso, o animal não era
sacrificado, mas libertado no deserto, "em uma terra não habitada".

O próprio ofertante então matava o animal, degolando-o. Os sacerdotes recolhiam o


sangue em um recipiente especial e o derramavam em torno do Altar de Bronze.

Em seguida, o ofertante esfolava o animal para remover o couro, que era a única
parte do animal que não era colocada sobre o altar (até os chifres eram consumidos).
No caso de uma ave, o papo e as penas eram removidos. O couro era retido pelo
sacerdote. Isto apontava para a cobertura que cada um de nós recebe, "o manto de
justiça", por meio da expiação perfeita que Cristo fez em nosso lugar:

"Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegrará no meu


Deus; porque me vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto
de justiça, como um noivo se adorna com turbante sacerdotal, e como a
noiva que se enfeita com as suas jóias." [Isaías 61:10].

Em seguida, o ofertante cortava o animal em partes. O sacerdote então depositava as


partes em uma ordem definida sobre o altar, junto com a cabeça e a gordura. As
pernas e os órgãos internos eram lavados antes de serem depositados. Todo o animal
era então deixado sobre o altar para queimar, um processo que, dependendo do
tamanho dos cortes, poderia continuar durante a noite.

Após o sacrifício ter sido completamente consumido pelo fogo, o sacerdote coletava
as cinzas debaixo da grelha do altar, removia suas vestes sacerdotais, vestia uma
roupa comum e ia para fora do arraial para despejar as cinzas.

A palavra hebraica para oferta queimada, olah, na realidade significa "aquilo que sobe,
ou vai para cima", enquanto que a palavra para "queimada" em conexão com uma
oferta queimada (qatar), também significa "queimar incenso". A oferta queimada é
descrita muitas vezes como "um cheiro suave ao Senhor", indicando que o Senhor
recebia a fumaça da oferta como se ela fosse incenso.

A oferta queimada é singular no sentido que era totalmente consumida pelo fogo.
Nenhuma parte era removida (exceto o o couro), nenhuma parte era retida para ser
consumida pelo sacerdote, e nenhuma parte era levada para fora do arraial.

A Oferta Queimada era sempre acompanhada por uma Oferta de Alimentos e uma
Oferta de Bebida (Libação).

A Oferta de Alimentos

A Oferta de Alimentos era uma oferta de flor de farinha, grãos, ou pão. Ela era
realizada de diversas formas, como descrito no capítulo 2 de Levítico. Em uma
variação, a farinha poderia ser crua. Em outras, poderia ser misturada com azeite e
depois cozida. A oferta poderia até mesmo consistir dos grãos de espigas verdes
("primeiros frutos"), secos ou tostados no fogo doméstico. Todas as ofertas de grãos
incluíam azeite de oliveira e sal, embora algumas variações incluíssem também incenso
puro.

A quantidade de farinha crua a ser oferecida era um ômer (a décima parte de um efa,
ou aproximadamente 1,8 Kg). Presumivelmente as ofertas cozidas deveriam ser de uma
quantidade similar. Em todos os casos, o sacerdote queimava somente uma porção da
oferta com um pouco de sal, e retinha o restante para si. Quando o incenso puro era
usado, ele era totalmente consumido pelo fogo; nada ficava para o sacerdote.
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Uma Oferta de Alimentos não poderia incluir fermento e nem mel. O fermento sempre
significa pecado, enquanto que o mel denotava a satisfação do homem no mundo. É
notável que logo após Sua ressurreição, Cristo comeu um pouco de mel (Lucas 24:42),
mostrando que até então tinha se abstido, até que sua obra estivesse cumprida —
"Importa, porém, que seja batizado com um certo batismo; e como me angustio até
que venha a cumprir-se!" [Lucas 12:50]

A Oferta de Alimentos sempre era feita após uma Oferta Queimada, uma associação
que aponta para a vida e morte de Cristo. Enquanto a Oferta Queimada olhava para
Sua morte e para tudo o que Ele realizou no Calvário, a Oferta de Alimentos olhava
tanto para Sua ressurreição e para uma vida de perfeito serviço e obediência ao Seu
Pai. Sem a última, a primeira teria sido impossível.

A Oferta de Alimentos também podia ser feita de forma voluntária, como uma
oferemda ou oblação (minchah) em seu próprio direito. Em caso afirmativo, a oferta
era feita, não como uma expiação pelo pecado (pois sangue algum era derramado),
mas como um ato de adoração.

A Oferta Pacífica

A Oferta Pacífica era similar à Oferta Queimada, exceto que:

O animal sacrificial poderia ser macho ou fêmea;


As partes queimadas no fogo consistiam dos rins e a gordura dos órgãos
internos (redanho);
No caso de uma ovelha, a parte gorda da cauda também era queimada no fogo;
A carne poderia ser comida pelo ofertante, pelos membros de sua família e seus
amigos após a cerimônia (desde que estivessem cerimonialmente limpos);
O pão usado na Oferta de Alimentos (que tinha de acompanhar toda Oferta
Pacífica) podia conter fermento, mas somente a porção retida e comida pelo
ofertante com sua família e amigos. Esse pão não poderia ser apresentado sobre
o altar diante do Senhor.

Tanto o peito do animal ("oferta movida") e a espádua direita ("oferta alçada")


ficavam para o sacerdote. O termo "oferta alçada" refere-se à parte da oferta que era
erguida pelo sacerdote diante do Senhor, como a estivesse erguendo para o céu,
enquanto que a "oferta movida" era movida, porém não erguida.

— Refeição sacrificial

A Oferta Pacífica era a única oferta na qual o ofertante participava. Era também a
única oferta em que pão levedado era comido e vinho era bebido. Como tal, ela era
uma refeição sacrificial, relacionada em sua tipologia com a Ceia do Senhor.

— A gordura dos órgãos internos

A gordura em questão era o redanho que cobre as vísceras, que é diferente da


gordura encontrada em outras partes do corpo. A palavra hebraica era cheleb, que
significa "gordura suave". Ela era indicativo de saúde e bem-estar.

A Lei Mosaica proibia comer sangue (incluindo carne que contivesse sangue) e comer
a gordura dos órgãos internos. "Estatuto perpétuo é pelas vossas gerações, em todas
as vossas habitações: nenhuma gordura nem sangue algum comereis." [Levítico 3:17].
O sangue era proibido "Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho
dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que
fará expiação pela alma." [Lv. 17:11], enquanto que o redanho pertencia totalmente
ao Senhor: "E o sacerdote o queimará sobre o altar; alimento é da oferta queimada de
cheiro suave. Toda a gordura será do SENHOR." [Lv. 3:16].

— O redanho sobre o fígado

Acredita-se que o redanho que cobre o fígado seja o diafragma que separa o peito da
parte inferior do torso, uma membrana muscular que regula a respiração. A Palavra de
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Deus nos lembra que nosso próximo fôlego está em Sua mão e que existimos para Ele
somente: "... mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e de quem são todos os teus
caminhos, a ele não glorificaste." [Daniel 5:23b].

A partir disso, podemos ver que todos os três elementos na Oferta Pacífica — o
diafragma, os rins e o redanho sobre o fígado — estavam associados com a vitalidade
e bem-estar do animal e, assim, por extensão, da pessoa que apresentava a oferta.

Três Tipos de Ofertas Pacíficas

As Ofertas Pacíficas eram de três tipos:

1. A primeira era uma oferta voluntária de ação de graças (neste respeito era
similar à Oferta de Alimentos, mas com carne de um animal, em vez de farinha).
2. A segunda também era uma oferta de ação de graças, mas seguindo um voto de
apresentá-la se certas bênçãos fossem recebidas.
3. A terceira era uma simples expressão de amor do indivíduo a Deus.

A oferta voluntária de ação de graças tinha de ser comida no mesmo dia, enquanto
que as outras duas poderiam ser comidas parcialmente no mesmo dia e o restante no
dia seguinte, mas não no terceiro dia. Qualquer porção que sobrasse para o terceiro
dia tinha de ser queimada. Deixar de fazer isso era uma grave ofensa diante do
Senhor.

A Oferta Pacífica era aceita por Deus e retornava em parte para o ofertante para ser
apreciada por ele e por sua família. Portanto, eram três que recebiam a mesma oferta
— Deus, o sacerdote e o ofertante. Vista sobre essa luz, a oferta era um sinal de
reconciliação entre Deus e o homem, apontando diretamente para a obra consumada
de Cristo no Calvário.

A Oferta Pelo Pecado

As três ofertas que discutimos — a Oferta Queimada, a Oferta de Alimentos e a Oferta


Pacífica — são algumas vezes referidas como ofertas de "cheiro suave" por que a
fumaça produzida por elas "era cheiro suave ao Senhor". Entretanto, essa descrição
não é exata, pois a Oferta pelo Pecado também era queimada "por suave cheiro ao
Senhor", como mostra a passagem a seguir:

"Ou se o pecado que cometeu lhe for notificado, então trará pela sua
oferta uma cabra sem defeito, pelo seu pecado que cometeu, e porá a
sua mão sobre a cabeça da oferta da expiação do pecado, e a degolará
no lugar do holocausto. Depois o sacerdote com o seu dedo tomará do
seu sangue, e o porá sobre as pontas do altar do holocausto; e todo o
restante do seu sangue derramará à base do altar; e tirará toda a
gordura, como se tira a gordura do sacrifício pacífico; e o sacerdote a
queimará sobre o altar, por cheiro suave ao SENHOR; e o sacerdote fará
expiação por ela, e ser-lhe-á perdoado o pecado." [Levítico 4:28-31].

O pecado ao qual a Oferta pelo Pecado estava relacionada era um pecado que o
indivíduo cometera "por ignorância, contra alguns dos mandamentos do SENHOR,
acerca do que não se deve fazer, e proceder contra algum deles" [Levítico 4:2],
enquanto que a Oferta pela Transgressão relacionava-se com pecados de ignorância
que, além disso, resultavam em uma perda de algum tipo para outra pessoa. Nesses
casos, o indivíduo tinha de fazer total restituição para a pessoa envolvida, mais um
quinto adicional.

O que realmente distinguia as três ofertas da Ofertas pelo Pecado e da Oferta pela
Transgressão era a natureza voluntária delas. Não havia obrigação para alguém
apresentar uma Oferta Queimada, uma Oferta de Alimentos, ou uma Oferta Pacífica,
mas havia uma rígida obrigação para o indivíduo fazer uma Oferta pelo Pecado, ou uma
Oferta por Transgressão, conforme apropriado, assim que ele se tornasse ciente de
sua infração.

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— Níveis de pecado

A gravidade de um pecado era em proporção ao nível de responsabilidade do indivíduo


que cometia o pecado. Um sacerdote tinha de oferecer um novilho, enquanto que um
lider tribal oferecia um bode. Entretanto, um israelita comum deveria oferecer uma
cabra, enquanto que aqueles de menores recursos poderiam oferecer duas rolas (ou
dois pombinhos). De fato, se o indivíduo não pudesse arcar com o preço das duas
aves, poderia oferecer a décima parte de um efa de flor de farinha (aparentemente,
essa medida era menos do que a quantidade diária de pão para um adulto).

É significativo que essa última oferta — a décima parte de um efa de flor de farinha —
não poderia incluir azeite e nem incenso — "pois é uma oferta pelo pecado" [Levítico
5:11]. A Oferta pelo Pecado era uma profissão de arrependimento diante do Senhor,
uma confirmação pessoal que em nosso estado caído e pecaminoso, necessitamos de
um Redentor para fazer a expiação pelos nossos pecados. Como somente Cristo
poderia fazer isso por nós, Ele é representado pela flor de farinha, o "pão" da vida.
Mas, o Espírito Santo, a quem o azeite se refere, não podia ser incluído, pois não faz
expiação pelos nossos pecados. Tampouco o Pai, cuja extraordinária santidade é
representada pelo incenso puro. Somente a Segunda Pessoa da Santa Trindade
tornou-se pecado por nós: "Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós;
para que nele fôssemos feitos justiça de Deus." [2 Coríntios 5:21]. Assim, a oferta
feita pelo mais pobre dos pecadores consistia apenas do mais simples dos elementos
que representava Cristo — a farinha branca finíssima.

Esta humilde prescrição na Lei mostra como é fácil para todos os homens virem até
Cristo e se arrependerem de seus pecados. O Senhor, em Sua misericórdia, removeu
todas as barreiras e impedimentos. Independente de quão baixa ou miserável seja
nossa condição social, quer aos nossos próprios olhos, ou aos olhos dos homens,
temos os meios, pela mediação de Cristo, de entrar em comunhão com Deus.

— O Altar de Ouro de Incenso

A Oferta pelo Pecado diferia dos outros sacrifícios de animais em que, quando a oferta
era feita em relação ao pecado de um sacerdote, o sangue do novilho era levado para
dentro do Santuário, ou Santo Lugar. Ali, ele era espargido sete vezes diante do Véu
e aplicado aos chifres do Altar de Ouro, enquanto que o restante era levado até o
Pátio e derramado na base do Altar de Bronze:

"Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá ao


SENHOR, pelo seu pecado, que cometeu, um novilho sem defeito, por
expiação do pecado. E trará o novilho à porta da tenda da congregação,
perante o SENHOR, e porá a sua mão sobre a cabeça do novilho, e
degolará o novilho perante o SENHOR. Então o sacerdote ungido tomará
do sangue do novilho, e o trará à tenda da congregação; e o sacerdote
molhará o seu dedo no sangue, e daquele sangue espargirá sete vezes
perante o SENHOR diante do véu do santuário. Também o sacerdote porá
daquele sangue sobre as pontas do altar do incenso aromático, perante o
SENHOR que está na tenda da congregação; e todo o restante do sangue
do novilho derramará à base do altar do holocausto, que está à porta da
tenda da congregação." [Levítico 4:3-7].

Entretanto, nos casos da Oferta Queimada e da Oferta Pacífica, o sangue era aplicado
somente ao Altar de Bronze e nada dele era levado para dentro do Santuário.

Esta admirável exceção enfatizava a necessidade de os sacerdotes serem perfeitos


diante do Senhor o tempo todo.

As ofertas falam repetidamente do sangue, sem o que a purificação e expiação eram


impossíveis. Visto em sua totalidade, o Tabernáculo era o lugar que Deus planejou
para exaltar o sangue glorioso de Seu Filho. É duvidoso que qualquer outra estrutura,
com sua mobília e ritos cerimoniais, pudesse chegar perto de expressar apenas uma
fração de tudo o que o Tabernáculo diz a respeito de Cristo.

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— O fogo fora do arraial

As partes do novilho na Oferta pelo Pecado que não eram consumidas no altar (que
incluíam a carne, o couro e os excrementos) eram levadas para fora do arraial e
queimadas. A Bíblia usa uma palavra hebraica diferente para "queimada" neste caso
daquela que foi usada para descrever a própria oferta queimada. Elas nunca são
usadas intercambiavelmente. O fogo no Altar de Bronze produz um "cheiro suave" ao
Senhor, indicando que aquilo é aceitável, enquanto que o fogo que consome fora do
acampamento é indicativo de Seu julgamento e ira. Ambos se referem à obra de
Cristo, o primeiro agradando o Pai por meio de Sua obra sacrificial no Calvário, o último
tomando sobre si mesmo a ira justa, que de outra forma cairia sobre o homem
pecador.

A Oferta Pela Transgressão

A Oferta pela Transgressão estava relacionada com a Oferta pelo Pecado no sentido
que ambas se aplicavam às infrações não intencionais da santa lei de Deus.
Entretanto, a Oferta pela Transgressão também tratava as infrações em que danos
foram causados a outra pessoa, novamente de forma não-intencional. A Oferta pelo
Pecado referia-se unicamente ao nosso relacionamento com Deus — "Contra ti, contra
ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista..." [Salmos 51:4] — enquanto que a
Oferta pela Transgressão (também conhecida como Oferta pela Culpa) levava em
conta como tratamos nossos semelhantes.

Não podemos fazer restituição pessoal a Deus pelos nossos pecados — pois somente
Cristo pode fazer isso por nós — mas podemos fazer restituição ao nosso semelhante
por algum mal que lhe causamos de forma não-intencional. Portanto, a Oferta pela
Transgressão requeria que o ofertante fizesse restituição total, mais uma quantia
adicional. A oferta consistia de um carneiro sem defeito, junto com uma estimativa
feita pelo sacerdote, em prata, do dano ou prejuízo causado pela transgressão, ao
qual um quinto era adicionado.

Depois que o ofertante matava o cordeiro, o sacerdote espargia o sangue sobre o


Altar de Bronze. Ele então tomava as porções gordas (redenho) do carneiro, junto
com os rins e o redenho sobre o fígado e os queimava sobre o altar.

Os eruditos bíblicos comentaram sobre a similaridade entre a Oferta pelo Pecado e a


Oferta pela Transgressão. Cada uma delas lidava diretamente com o pecado, mas a
partir de uma perspectiva diferente. Enquanto a Oferta pelo Pecado enfatizava o
efeito de contaminação do pecado e, por implicação, a destrutividade da nossa
natureza pecaminosa, a Oferta pela Transgressão enfatizava nossa total incapacidade
de pagar — para Deus — a dívida que o pecado acarreta e que o justo julgamento de
Deus exige. No Calvário, Cristo teve de lidar com ambos os aspectos. Ele teve de
pagar a dívida pelos nossos pecados em sua totalidade e teve de nos purificar para
sempre da lepra da nossa natureza pecaminosa. Como já observamos em um capítulo
anterior, a igreja tem a tendência de subestimar a importância deste último aspecto.

Para apreciar a profundidade disso, precisamos ir de volta ao Jardim do Éden. Antes da


Queda, o mundo era absolutamente perfeito. Ele era tão incrivelmente bonito que,
após declarar seis vezes que aquilo que tinha acabado de criar era "bom", o Senhor,
em um pronunciamento geral a respeito de toda a criação, declarou que tudo era
"muito bom".

Quando Deus diz que algo é muito bom, está descrevendo uma coisa que em nossa
condição danificada pelo pecado dificilmente conseguimos imaginar. A excelência e a
pura perfeição de tudo o que Deus tinha criado eram simplesmente impresssionantes.

Ao trazerem o pecado para o mundo, Adão e Eva trouxeram morte e decadência. Eles
romperarm abruptamente o vínculo maravilhoso de intimidade espiritual que existia
entre eles e Deus. Isto significa que o plano que Deus tinha em mente para a
humanidade, antes da entrada do pecado no mundo, foi colocado em um estado de
espera e um novo plano, um plano de Redenção, foi iniciado.

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Se Deus não retornasse todas as coisas — tudo mesmo — à perfeição que existia
antes da Queda, então Satanás teria vencido. O Maligno teria tirado alguma coisa da
soberania e excelência de Deus. O plano da Redenção, que está se desdobrando
desde então, foi criado por Deus para fazer exatamente isso.

O próprio Jesus se referiu a isto como "a regeneração" (paliggenesia no original grego)
em Mateus 19:28, enquanto que o livro de Atos descreve isto como "os tempos da
restauração de tudo" (3:21). A palavra está no plural (tempos) porque é um processo
que tem início com a Segunda Vinda de Cristo, continua durante todo o Milênio — a
Época do Governo Justo — e culmina em um "novo céu e uma nova terra" e a descida
do céu da "grande cidade, a santa Jerusalém... tinha a glória de Deus" [Apocalipse
21:1,10,11].

Deus enviaria um homem a este mundo, um segundo Adão, que O glorificaria


plenamente em todas as coisas. Ele necessitava de alguém que, por meio de um único
ato de obediência infinitamente perfeita, desfizesse todo o dano causado pelo único
ato de desobediência de Adão. Da forma como os eventos ocorreram, mais glória foi
dada a Deus pela obra de Cristo no Calvário do que foi perdida na Queda.

É provavelmente por isto que a restituição exigida com a Oferta pela Transgressão
incluía a exigência que um quinto fosse adicionado à quantia devida. Cristo foi nossa
Oferta pela Transgressão. Ele fez perfeita restituição pelos nossos pecados no
Calvário. Ao fazer isso, de acordo com a tipologia das Ofertas Levíticas, Ele
enriqueceu Sua obra de restituição com uma bonificação, que deu até maior glória a
Deus. O mundo na plenitude dos tempos será um lugar até melhor do que era quando
foi criado. Além disso, como ele era perfeitamente perfeito quando foi criado, mas não
permaneceu nesse estado por muito tempo, a perfeição por vir será permanente e
imutável, totalmente impérvida ao pecado.

O Amor do Pai por Seu Filho

Precisamos meditar nesta profunda verdade, pois ela reflete o admirável amor que o
Pai tem pelo Filho e o Filho tem pelo Pai. É esse incrível amor que nos trouxe à
existência, para início de conversa — pois o Pai deu os santos ao Seu Filho antes da
fundação do mundo — mas é também o mesmo amor que nos redimiu completamente
da corrupção e da morte.

É por este motivo que quando oramos ao nosso Pai Celestial, sempre precisamos fazer
isso em nome de Seu Filho Jesus. Lembre-se que é com Seu Filho que Ele "se
compraz". A tradução tradicional de Mateus 3:17 e 17:5 — "Este é o meu Filho amado,
em quem me comprazo" — não revela plenamente o fato que a palavra grega no
original — eudokeo — tem a conotação não apenas de grande satisfação, mas de
prazer real. O Pai ficou tanto grandemente safisfeito com a obra de Seu Filho quanto
se deleitou grandemente com ela.

Não há coisa alguma que possamos fazer para dar prazer de algum tipo a Deus. Nós
mesmos não podemos agradá-lo. Mas, quando nos achegamos a Ele em nome de Seu
Filho, tudo se transforma. Como fomos criados à imagem e semelhança de Deus,
podemos refletir a glória de Cristo em nossas orações e em nossa adoração. E isto é o
que nosso Pai Celestial vê e ouve quando fazemos isso!

O autor cristão H. A. Ironside cristalizou tudo isto quando disse: "É de inestimável
valor para a alma meditar a respeito da estima de Deus por Seu Filho" (The Levitical
Offerings). Ele também observou que não há nada que um homem possa levar a Deus
que lhe dê alegria, a não ser que aquilo fale de algum modo de Seu Filho bendito e de
Sua obra no Calvário. Temos comunhão com Deus somente quando nossa alma entra
em Seus pensamentos a respeito de Jesus, nosso Salvador.

Capítulo 16

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A Novilha Ruiva

Referindo-se a Números 19, que define o papel da novilha ruiva, R. F. Kingscote disse:
"... Acho que não existe outro capítulo na Bíblia, pelo menos no Velho Testamento,
que nos dê o mesmo senso da santidade de Deus quanto este capítulo."

Infelizmente, muitos cristãos hoje não têm conhecimento algum sobre a novilha ruiva.
Isto somente já diz muito sobre a condição da igreja no mundo tenebroso e atribulado
de hoje. O único Deus Verdadeiro revelou muito sobre Si mesmo nos primeiros cinco
livros da Bíblia, porém seções inteiras desses livros são negligenciadas ou tratadas de
forma muito superficial. Quantos leitores já ouviram um pastor pregar sobre a novilha
ruiva, mesmo sendo ela um dos mais maravilhosos tipos de Cristo que podemos
encontrar na Bíblia?

Os filhos de Israel foram


instruídos a selecionarem uma
novilha ruiva e entregá-la a
Eleazar, o filho de Arão, que
deveria supervisionar a
imolação da novilha fora do
arraial. Na geração seguinte
aquele sacerdote
aparentemente seria o
sucessor do Sumo Sacerdote.
Outro sacerdote foi indicado
para ajudar Eleazar e matar a
novilha diante dele. A novilha
teria de ser perfeita, sem
nunca ter sido colocada sob o
jugo. Eleazar então tomou o
sangue e espargiu sete vezes
"para a frente da tenda da
congregação". Ele fez isso
enquanto estava voltado para
o Tabernáculo, que estava a
uma certa distância (talvez 5 km, ou mais).

Ele então assistiu enquanto seu assistente queimou a novilha inteira. O animal inteiro,
sem exceção, foi consumido pelo fogo. Isto incluiu o couro, os excrementos e o
sangue restante. É notável que neste caso, o couro foi consumido pelo fogo. Ao fazer
isso, o sacerdote lançou três itens às chamas — pau de cedro, hissopo (um arbusto)
e lã de cor carmesim.

Após o animal sacrificado ter sido totalmente reduzido às cinzas, tanto o sacerdote
quanto seu assistente — ainda fora do arraial — se banharam e lavaram suas roupas.
Em seguida, eles retornaram ao arraial com vestes novas, mas somente foram
considerados limpos após o anoitecer.

Enquanto isso, outro assistente (novamente um sacerdote) foi enviado para coletar as
cinzas. Ele também precisaria estar ritualmente limpo. Depois de terem sido coletadas,
as cinzas foram armazenadas permanentemente fora do arraial, "em um lugar limpo"
(isto é, cerimonialmente limpo).

Esse segundo assistente também precisou lavar suas roupas, mas não houve a
necessidade de se banhar. Ele também foi considerado imundo até o fim da tarde.

As cinzas foram subsequentemente colocadas em um grande recipiente contendo água


corrente recolhida de uma fonte natural. Aparentemente, somente uma pequena
quantidade da cinza foi necessária para este propósito. A água era então conhecida
dali para frente como "água da separação" e seria usada como "purificação para o
pecado". Como tal, ela ficava destinada para uso de todos os filhos de Israel, bem
como dos "estrangeiros" na terra que se convertessem ao Judaísmo (prosélitos).
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A Culpa pelo Sangue Derramado

O Capítulo 21 de Deuteronômio lida com uma circunstância que ajuda


consideravelmente nossa compreensão da novilha ruiva. O texto especifica que, se
uma pessoa fosse encontrada morta em um campo e não fosse possível determinar
quem a matou, os anciãos das cidades vizinhas precisariam vir e determinar por
medições exatas qual cidade era a mais próxima da cena do crime. Os anciãos daquela
cidade deveriam então levar uma novilha a um vale que nunca foi semeado ("um vale
áspero") e ali decapitá-la. A novilha nunca deveria ter sido usada para o trabalho ou
ficado sob o jugo, mas não precisava ser ruiva. Os sacerdotes que estivessem
presentes, exercendo o papel de juízes, abençoariam o ato. Os anciãos da cidade
então lavavam suas mãos por cima da novilha degolada e diziam:

"As nossas mãos não derramaram este sangue, e os nossos olhos o não
viram. Sê propício ao teu povo Israel, que tu, ó SENHOR, resgataste, e
não ponhas o sangue inocente no meio do teu povo Israel. E aquele
sangue lhes será expiado."

A cerimônia removia deles e de sua cidade toda a culpa pelo sangue por causa ao
homícidio praticado contra uma pessoa inocente.

Existe uma paralelo admirável disto no Novo Testamento, quando Pilatos, antes de
lavrar a sentença, lavou suas mãos, eximindo-se de qualquer culpa pelo sangue de
Jesus.

A novilha decapitada fala poderosamente da necessidade de expiar todo pecado,


mesmo naquelas situações em que o perpetrador era desconhecido. Para continuarem
a viver na terra que tinha sido contaminada pelo sangue de uma pessoa assassinada,
os israelitas tinham de ser absolvidos por Deus — em seus próprios olhos — de toda
cumplicidade no crime. A justiça de Deus exigia que todo pecado fosse punido,
independente de como ele tinha ocorrido. À luz de Sua extraordinária santidade, o
sangue de uma pessoa assassinada era como uma voz que clamava a Deus desde o
solo. Como o Senhor disse a Caim em Gênesis 4:10: "Que fizeste? A voz do sangue do
teu irmão clama a mim desde a terra."

Mais geralmente, de modo a garantir que sangue inocente não fosse derramado pelo
vingador de sangue (um parente próximo da vítima), o Senhor estabeleceu seis
cidades de refúgio em toda a terra de Israel para a qual o culpado poderia fugir. Onde
as estradas principais se cruzavam, o caminho até a cidade de refúgio mais próxima
tinha de ser marcado com um sinal com as palavras "Miklat Miklat" ("Refúgio, Refúgio").
De fato, para facilitar o acesso aos fugitivos, as estradas que levavam até essas seis
cidades tinham o dobro da largura normal.

A novilha decapitada era uma vítima inocente do pecado, mas por meio de sua morte
não merecida, ela apontava para a única morte sacrifical que expiaria todo o pecado.
Além disso, ela não morria por degola, que era a prática normal, mas por decapitação.
Isso significa que todo seu sangue era derramado no chão. A cerimônia era um
admirável lembrete que, a não ser que o próprio Senhor enviasse um sacrifício
perfeito, um sacrifício inteiramente aceitável a Ele, toda a terra manchada pelo
sangue teria de ser destruída.

Levítico fala da necessidade de purificar uma moradia da lepra. Como a Terra no


tempo devido se transformará na moradia de Cristo, ela também precisa ser
inteiramente purificada da "lepra" do pecado. A primeira e segunda Ressurreições
removerão da Terra o sangue de todas as pessoas que a qualquer tempo na história
foram assassinadas (mortas ilicitamente) — pois a vida da carne está no sangue. Até
o fim do Milênio, todos os clamores da terra terão cessado e a própria Terra terá sido
purificada.

Limpo e Imundo

De modo a compreender o significado da novilha ruiva e da água da separação


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preparada com as cinzas dela, precisamos compreender o que a Bíblia quer dizer por
"imundo".

A distinção entre limpo e imundo estava enraizada no princípio da separação. Isto é


evidente a partir do nome que o Senhor deu à água misturada com as cinzas da
novilha ruiva — a água da separação. A separação que o Senhor exigia encontrava
expressão em vários modos nas vidas dos israelitas: (a) separação da idolatria; (b)
separação dos povos pagãos; (c) separação de todas as práticas contrárias à lei de
Deus; e (d) separação da doença, enfermidade e morte.

Uma das principais tarefas dos levitas era ensinar o povo a discernir a diferença entre
o limpo e o imundo, o santo e o profano:

"E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão


discernir entre o impuro e o puro." [Ezequiel 44:23].

As regras de pureza ritual permeavam a vida de todo israelita e eram um lembrete


constante, especialmente quando as refeições estavam sendo preparadas, que o povo
escolhido era um povo separado das outras nações. Eles não podiam viver como os
outros povos vivam, mas precisavam se manter constantemente em um
relacionamento de aliança com Deus. As regras da pureza ritual permitia que eles
apreciassem e reafirmassem esse relacionamento em sua vida cotidiana.

As leis da pureza levítica traçavam uma contundente distinção entre a vida e a morte.
Elas inculcavam na mente e no coração de todo israelita a necessidade de sempre
viver segundo os estatutos e preceitos de um Deus extraordinariamente santo — que
dá a vida a todos — e evitar qualquer coisa que estivesse em conflito com Sua
vontade revelada e que produziria a morte. As circunstâncias que davam origem à
imundície se enquadravam nas seguintes categorias:

Alimentos:

Em relação a certos animais, selvagens ou domésticos, para consumo humano;


Em relação ao consumo de carne de animais que não foram abatidos
ritualmente.

Doença:

Em relação à lepra e qualquer coisa tocada por um leproso;


Em relação às moradias infectadas pela lepra.

Procriação:

Em relação ao parto;
Em relação aos fluídos conectados com a procriação.

Morte:

Em relação ao contato ou proximidade com cadáveres humanos;


Em relação ao contato com animais mortos;
Em relação a objetos nas proximidades imediatas de um cadáver humano.

Casamento:

Em relação à intimidade sexual entre um homem e sua mulher.

Encontramos aqui um tema comum, isto é, a celebração da vida humana e a aversão à


morte e à deterioração. Cristo veio para triunfar sobre a morte, para conceder vida
eterna, e para restaurar aquilo que foi perdido por causa do pecado. Sofrendo
totalmente as consequências do nosso pecado e morrendo em nosso lugar, Ele
conquistou a morte por nós. Isso Lhe deu o direito, por meio de Sua ressurreição, de
oferecer a cada um de nós, a todos nós, o dom da salvação, um dom que somente
pode ser recebido por meio da fé no poder purificador de Seu sangue.
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A santificação associada com esse dom maravilhoso estava refletida nas leis da
pureza ritual.

É interessante que uma pessoa poderia se tornar imunda de forma acidental, por
exemplo, ao caminhar sobre uma sepultura que não estivesse identificada. Embora
tivesse sido incorrido de um modo que não podemos compreender plenamente, aquilo
deixava a pessoa contaminada aos olhos de Deus. Os objetos também poderiam se
tornar imundos. Isto aponta para a condição contaminante do próprio mundo e o ônus
que é para o homem viver além de seus efeitos poluidores.

Já vimos esta ideia com a Pia de Cobre, onde o sacerdote deveria se purificar
periodicamente, ao exercer suas tarefas diárias no Tabernáculo. Deus queria que
Israel fosse "um reino sacerdotal e o povo santo" [Êxodo 19:6]. Como tal, eles tinham
de tomar todas as medidas necessárias para se preservar da contaminação do mundo.

A pior contaminação ocorria por meio do contato com a morte, pois a morte veio pelo
pecado. A morte é produto e consequência final do pecado e será o último inimigo a
ser destruído. "Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte." [1 Coríntios
15:26].

A água da separação — isto é, água misturada com as cinzas da novilha ruiva — foi
dada a Israel como "uma purificação pelo pecado", mas o pecado ou "imundície" em
questão relacionava-se somente ao contato com um cadáver humano: "Aquele que
tocar em algum morto, cadáver de algum homem, imundo será sete dias." [Números
19:11]. Isto não era aplicado nos casos de imundície que aconteciam por outras
formas.

O único remédio para a morte, a consequência final do pecado, era a morte de Cristo,
cujo sacrifício foi pré-figurado pela novilha ruiva. Por meio de Seu sofrimento e morte
no Calvário, Ele conquistou e destruiu as terríveis consequências do pecado, incluindo
a própria morte. A Ressurreição de Cristo foi uma gloriosa e amplamente testificada
testemunha desse triunfo, mas a total bonificação de tudo que Ele alcançou no
Calvário não se tornará manifesta até a ressurreição dos santos.

O Vaso de Barro

Todos os tipos de imundície poderiam ser purificados, exceto um. A exceção estava
relacionada com o contato com "os répteis que se arrastam sobre a terra", que foram
declarados imundos por Deus. Levítico 11:29-30 os relaciona como segue: o ouriço-
cacheiro, o lagarto, a lagartixa, a lesma e a toupeira. (Esta lista é um tanto incerta,
pois os eruditos não têm certeza sobre a quais animais as palavras no original hebraico
se referem). Se o cadáver de algum desses animais fosse encontrado em um jarro de
barro, este não poderia ser purificado pela lavagem, mas teria de ser destruído:

"E todo o vaso de barro, em que cair alguma coisa deles, tudo o que
houver nele será imundo, e o vaso quebrareis." [Levítico 11:33].

Na Escritura, a imagem de um vaso de barro frequentemente se refere ao homem em


sua frágil condição:

"E dir-lhes-ás: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Deste modo quebrarei
eu a este povo, e a esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que
não pode mais refazer-se, e os enterrarão em Tofete, porque não haverá
mais lugar para os enterrar." [Jeremias 19:11].

Se o vaso tivesse sido coberto, a imundície não teria ocorrido e sua destruição não
teria sido necessária. Cristo, em Sua humanidade, voluntariamente passou por essa
destruição em nosso lugar.

"E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro;
como também recebi de meu Pai." [Apocalipse 2:27].

As cinzas que o assistente do sacerdote coletava após a novilha ter sido totalmente
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consumida consistiam não apenas das cinzas da novilha, mas também das cinzas da
madeira consumida no fogo. Eles ficavam misturadas e indistinguíveis. Assim, as cinzas
na água da separação eram as da novilha perfeita — Cristo em Sua divindade — e da
humilde madeira - Cristo em Sua humanidade.

A principal penalidade para a imundície ou impureza era a perda do direito de entrar no


Tabernáculo até que a imundície fosse removida. Isto significava que um israelita não
poderia apresentar qualquer uma das ofertas sacrificiais, nem mesmo a Oferta pelo
Pecado, até que isto estivesse resolvido. Essa restrição, que pode parecer paradoxal,
nos diz que, de modo a nos aproximarmos de Deus — vindo até o Altar de Bronze —
precisamos primeiro olhar para nós mesmo a partir dessa perspectiva. Isto requer que
reconheçamos nossa própria condição miserável e nos aproximarmos Dele somente da
forma como Ele deseja, não da nossa própria forma.

Também deve ser observado que uma pessoa imunda não poderia comer os alimentos
consagrados e, se estivesse imunda no tempo da celebração da Páscoa, teria de
celebrar a festa um mês mais tarde.

A imundície sempre dava origem a um período de espera antes que o indivíduo pudesse
retornar a uma condição de pureza ritual. Na maioria dos casos, a imundície durava
até a tarde, mas em outros ela poderia durar sete dias, ou mais. O máximo era 80
dias, no caso de uma mulher que desse à luz a uma filha. Esse período de espera pode
ajudar a explicar por que toda pessoa que crê no Evangelho e nasce de novo — e,
portanto, está plenamente justificada diante de Deus — precisa, apesar disso,
"aguardar" na Terra um período de tempo não especificado antes de ser unida com
Cristo.

Pecado e lepra

O símbolo mais importante para o pecado na Escritura é a lepra. Embora fosse uma
doença em termos médicos, sua remoção milagrosa era normalmente descrita como
uma purificação, em vez de uma cura:

"Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do


homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e
ficou purificado." [2 Reis 5:14].

"Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os


demônios; de graça recebestes, de graça dai." [Mateus 10:8].

"Respondendo, então, Jesus, disse-lhes: Ide, e anunciai a João o que


tendes visto e ouvido: que os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos
são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres
anuncia-se o evangelho." [Lucas 7:22].

Quando Jesus purificou (ou curou) o leproso, em Mateus 8:4, Ele lhe disse para ir ao
sacerdote e ser ritualmente purificado de acordo com a lei de Moisés. Admiravelmente,
esse rito sacerdotal envolvia elementos — pau de cedro, lã de cor carmesim e hissopo
— que eram encontrados somente na cerimônia da novilha ruiva. (O hissopo era um
arbusto comum, que crescia abundantemente sobre as paredes rochosas.):

"Então o sacerdote ordenará que por aquele que se houver de purificar se


tomem duas aves vivas e limpas, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo.
Mandará também o sacerdote que se degole uma ave num vaso de barro
sobre águas vivas, e tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o carmesim,
e o hissopo, e os molhará, com a ave viva, no sangue da ave que foi
degolada sobre as águas correntes." [Levítico 14:5-6; veja também Lv.
14:50-51].

É significativo que o vaso de barro também seja mencionado aqui, porém neste caso
não é necessário que ele seja quebrado, pois não tinha se tornado imundo.

Como já vimos, esses mesmos elementos foram adicionados ao fogo em que a novilha
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ruiva era consumida. Embora o significado disso seja muito discutido, a maioria dos
eruditos bíblicos concorda que:

Pau de cedro — representa a humanidade de Cristo, com possível


referência tanto ao cedro do Líbano - a mais forte de todas as árvores, a
partir da qual o Templo de Salomão foi construído — e a madeira da cruz,
que poderia ser considerada como a árvore mais desprezada que já
cresceu.

Lã carmesim — representa o sangue de Cristo, um fio tão fino e


insignificante que pareceria fraco para suportar alguma coisa, porém liga
com inquebrantável segurança todo o remanescente da humanidade salva
ao Deus Vivo.

Ramo de hissopo — representa a origem humilde de Cristo. Em Sua


humanidade e maravilhosa disponibilidade para todos que O invocam para
a salvação. Não somente o hissopo era usado no próprio sacrifício, mas
também era usado para espargir a água da separação. Isto, por sua vez,
aponta para a primeira referência direta ao sangue de Cristo, quando o
hissopo era usado para espargir as ombreiras e a verga das portas com o
sangue do cordeiro da Páscoa (veja Êxodo 12).

Aspectos Distintivos no Sacrifício da Novilha Ruiva

Quando comparado com os sacrifícios levíticos, o sacrifício da novilha ruiva tem muitos
aspectos distintivos e singulares:

1. A novilha ruiva é mencionada em Números, porém não em Levítico ou em


Deuteronômio. De fato, além das duas rápidas referências em Hebreus, uma direta e
outra implícita, ela não é mencionada em nenhum outro lugar na Bíblia:

"Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha


esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne,
quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si
mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras
mortas, para servirdes ao Deus vivo?" [Hebreus 9:13-14].

"Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo


os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água
limpa." [Hebreus 10:22].

2. Todos os sacrifícios de expiação tinham de ser feitos no Altar de Bronze e em


nenhum outro lugar, com uma exceção — a novilha ruiva. Além disso, ela tinha de ser
sacrificada fora do arraial, em um campo aberto.

3. Quando o suprimento de cinzas estivesse perto de acabar, uma nova novilha tinha
de ser selecionada e sacrificada. Aparentemente, as cinzas de um única novilha
poderiam durar por até cem anos, ou mais. Algumas fontes rabínicas sugerem que
somente nove novilhas ruivas foram sacrificadas ao longo da história de Israel, desde
o tempo de Êxodo, em 1446 AC até 70 DC, aproximadamente.

4. Embora fosse similar à Oferta Queimada (Holocausto), em que um animal sacrificado


era sempre macho (novilho, bode ou carneiro), o animal sacrificado neste caso era
sempre uma fêmea — uma novilha (uma vaca jovem).

5. A purificação relacionava-se unicamente com a imundície resultante do contato


com um cadáver humano, enquanto que uma Oferta pelo Pecado não estava
restringida a pecados de determinados tipos.

6. A água da purificação poderia remover a imundície, mas não dos seres humanos,
apenas dos objetos e das moradias.

7. A eficácia espiritual da Oferta pelo Pecado era imediata, enquanto que a purificação
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concedida por meio da água da separação requeria sete dias para entrar em efeito.

8. A Oferta pelo Pecado era um evento único, enquanto que a água da separação
tinha de ser aplicada duas vezes — no terceiro e no sétimo dias. Aparentemente, os
dias eram contados desde o tempo em que o indivíduo buscava a purificação, o que
presumivelmente era o mesmo dia em que a imundície ocorreu.

9.A pessoa que realizava a cerimônia de purificação tinha de estar cerimonialmente


limpa, mas não precisava ser um sacerdote ou levita.

10. Surpreendentemente, a pessoa que realizava a purificação tornava-se imunda por


fazer isso. Jesus Cristo, por outro lado, sendo imaculado, podia tocar em uma pessoa
imunda, como um leproso, sem se contaminar e, ao mesmo tempo, remover qualquer
contaminação daquela pessoa. Ele também curava frequentemente, tocando nos
suplicantes, mesmo que isso não fosse necessário, de modo a demonstrar que a lei da
imundície seria superada por Sua obra no Calvário.

Há um requisito similar em relação à Oferta pelo Pecado. O sacerdote tem o direito de


comer do sacrifício da carne, tendo cozinhado-a em um vaso de bronze ou de barro.
No caso deste último, porém, o vaso precisaria ser destruído: "E o vaso de barro em
que for cozida será quebrado; porém, se for cozida num vaso de cobre, esfregar-se-á
e lavar-se-á na água." [Levítico 6:28]. Todavia, "Tudo o que tocar a carne da oferta
será santo; se o seu sangue for espargido sobre as vestes de alguém, lavarás em
lugar santo aquilo sobre o que caiu." [Levítico 6:27].

Vemos aqui uma conexão inegável com o indivíduo que espargia a água da separação.
Embora fosse um instrumento para restaurar a pessoa ou objeto a um estado de
limpeza, ele próprio tornava-se imundo ao fazer isso.

11. O sacrifício da novilha ruiva é o único em que a pessoa que sacrificava não
colocava primeiro suas mãos sobre a cabeça do animal. Não havia identificação com o
animal ou uma transferência simbólica do pecado em nome do povo.

12. O sangue da novilha ruiva era espargido sobre o solo fora do arraial. O sangue que
era espargido em todos os outros sacrifícios era espargido dentro dos limites do
Tabernáculo.

Capítulo 17

As Trombetas de Prata

Por alguma razão, os comentaristas normalmente omitem qualquer discussão sobre as


duas trombetas de prata ao descreverem o Tabernáculo e suas funções:

"Faze-te duas trombetas de prata; de obra batida as farás, e elas te


servirão para a convocação da congregação, e para a partida dos
arraiais." [Números 10:2].

Como resultado dessa negligência, muitos cristãos hoje não estão cientes de que o
Senhor instruiu os israelitas a fazerem duas trombetas sacerdotais, cada uma a partir
de um único bloco de prata, e usá-las para um grupo específico de funções. Essas
funções consistiam de:

(a) A convocação de uma assembleia geral de pessoas, seja de príncipes ou de tribos,


à porta do Tabernáculo; (b) emitir convocações para cada agrupamento tribal para
levantarem o acampamento e avançarem para um novo local; (c) o som de súplicas ao
Senhor para Ele vir em auxílio quando eles fossem ameaçados pelas nações pagãs; e
(d) adorno musical para certas ocasiões:

"Semelhantemente, no dia da vossa alegria e nas vossas solenidades, e

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nos princípios de vossos meses, também tocareis as trombetas sobre os


vossos holocaustos, sobre os vossos sacrifícios pacíficos, e vos serão por
memorial perante vosso Deus: Eu sou o SENHOR vosso Deus." [Números
10:10].

As trombetas de prata — chatsotserah


— somente poderiam ser usadas pelos
filhos de Arão. Embora os levitas
pudessem ajudar na realização das
muitas tarefas sagradas, havia
algumas tarefas que somente poderiam
ser realizadas pelos sacerdotes
aarônicos. Tocar as trombetas de
prata era uma dessas funções. Por
outro lado, os levitas poderiam utilizar
as trombetas comuns, o shopher
conforme a ocasião requeresse. (Um
shopher curto era feito do chifre de
carneiro e uma versão mais comprida
era feita do chifre de um bode
montanhês.)

É significativo que cada trombeta era


fabricada de uma única peça de prata,
desse modo sugerindo uma associação
espiritual com três itens importantes
de mobília no próprio Tabernáculo — o
Candelabro de Ouro, o Propiciatório e a Pia de Cobre.

À luz dessa tipologia, não pode haver dúvida que as trombetas de prata deveriam ser
vistas como parte da mobília do Tabernáculo e como elementos intrínsecos para sua
função. Elas não eram simplesmente instrumentos musicais, ou instrumentos de
comunicação, embora também servissem para isso, mas eram elementos cujo
verdadeiro significado espiritual somente poderia ser compreendido dentro no contexto
do Tabernáculo como um todo.

As trombetas de prata estavam relacionadas tipologicamente com a prata usada em


outras partes do Tabernáculo e no pátio ao redor, isto é, os capitéis no alto de cada
um dos pilares da cerca e as bases de prata que suportavam as paredes do
Tabernáculo. A primeira representava as partes mais altas e a última a fundação do
Tabernáculo. Embora a primeira fosse visível para todos, a última não era visível para
ninguém, nem mesmo para os sacerdotes. De forma similar, as trombetas de prata,
quando tocadas na entrada do Tabernáculo, poderiam ser ouvidas por todo o arraial,
mas de outro modo não eram vistas. (As tribos eram proibidas de vir a menos de 2.000
côvados (900 metros) da Arca da Aliança.).

O Beca

Como já vimos, a prata significava expiação, redenção ou santificação. A seguinte


passagem da Escritura nos dá uma vívida ilustração disto:

"Falou mais o SENHOR a Moisés dizendo: Quando fizeres a contagem dos


filhos de Israel, conforme a sua soma, cada um deles dará ao SENHOR o
resgate da sua alma, quando os contares; para que não haja entre eles
praga alguma, quando os contares. Todo aquele que passar pelo
arrolamento dará isto: a metade de um siclo, segundo o siclo do santuário
(este siclo é de vinte geras); a metade de um siclo é a oferta ao SENHOR.
Qualquer que passar pelo arrolamento, de vinte anos para cima, dará a
oferta alçada ao SENHOR. O rico não dará mais, e o pobre não dará menos
da metade do siclo, quando derem a oferta alçada ao SENHOR, para fazer
expiação por vossas almas. E tomarás o dinheiro das expiações dos filhos
de Israel, e o darás ao serviço da tenda da congregação; e será para
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memória aos filhos de Israel diante do SENHOR, para fazer expiação por
vossas almas." [Êxodo 30:11-16].

Todo homem com mais de 20 anos tinha de pagar anualmente para o serviço do
Tabernáculo meio siclo de prata "para fazer expiação por suas almas". Este era
literalmente dinheiro da expiação" e "uma oferta ao Senhor". Como tal, apontava para
a única oferta que poderia expiar por nossos pecados, isto é, o sangue de Jesus
Cristo.

Observe também que o peso de meio siclo era determinado por referência ao "siclo do
santuário". Isto significa que ele era fixo o tempo todo e não poderia variar, como os
pesos e medidas frequentemente variavam. O siclo de referência, que era retido no
santuário, era o padrão perpétuo pelo qual as balanças eram calibradas. Ninguém
poderia dar mais e ninguém poderia dar menos; a quantia nunca variava. O preço da
nossa salvação foi fixado desde a fundação do mundo.

Esse meio siclo também era conhecido como um beca — "Um beca por cabeça, isto é,
meio siclo, conforme o siclo do santuário; de todo aquele que passava aos arrolados,
da idade de vinte anos para cima, que foram seiscentos e três mil e quinhentos e
cinquenta." [Êxodo 38:26].

O Chamado das Trombetas de Prata

O chamado das trombetas de prata era predominantemente um chamado para a


santificação, seja pelas ofertas sacrificiais feitas pelos filhos de Israel, ou por meio de
seu avanço contínuo em direção à conquista da terra prometida. Que isto também
tinha uma função protetora pode ver visto a partir da seguinte passagem:

"E, quando na vossa terra sairdes a pelejar contra o inimigo, que vos
oprime, também tocareis as trombetas retinindo, e perante o SENHOR
vosso Deus haverá lembrança de vós, e sereis salvos de vossos inimigos."
[Números 10:9].

Pensar que um chamado feito por esses dois simples instrumentos chegava com
certeza aos ouvidos do Senhor Deus Todo-poderoso e garantia Seu auxílio para a
vitória era algo que abatia o orgulho de qualquer um!

Além do próprio Cristo, nenhuma outra pessoa ou objeto (com a possível exceção do
Urim e Tumim) já teve esse privilégio — "Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a
meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?" [Mateus 26:53].
Portanto, as duas duas trombetas de prata são um tipo de Cristo, de Seu
comprometimento inabalável com a preservação e posterior exaltação do
remanescente justo de Israel.

Mas, por que ter duas trombetas de prata? Certamente, uma única trombeta seria
suficiente para completar a tipologia. Talvez a explicação possa ser encontrada na
vida terreal de Jesus, que constantemente buscava a vontade de Seu Pai e nunca
agia unicamente por Sua própria autoridade: "E aquele que me enviou está comigo. O
Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada." [João 8:29].
Quando Ele falava, falava por ambos, como o sonido das duas trombetas.

O significado das trombetas de prata também pode ser visto em dois importantes
eventos no calendário judaico, a Festa Anual das Trombetas e o Ano do Jubileu:

O Ano do Jubileu

O Ano do Jubileu era o ano que seguia o último ano em sete ciclos de sete ("o ano
quinquagésimo"). Cada sétimo ano era um ano sabático, um tempo em que a terra
recebia descanso e o Senhor sustentava a nação de forma milagrosa, fornecendo o
suficiente na colheita do sexto ano para alimentar a nação:

i. Durante o ano 7, quando a terra ficava em descanso, nenhuma colheita era

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feita, e nenhuma semeadura era feita para o ano seguinte;


ii. Durante o ano 8, pois nenhuma semeadura tinha sido lançada no ano anterior;
iii. Durante o ano 9, até o tempo da colheita daquele ano, quando aquilo que foi
plantado no ano 8 estivesse maduro.

A palavra "jubileu" é uma tradução da palavra hebraica yôwbêl, que a Concordância de


Strong define como "o sonido de um chifre (a partir de seu som contínuo);
especificamente, o sinal das trombetas de prata; daí, o próprio instrumento e o
festival assim introduzido: — jubileu, chifre de carneiro, trombeta."

As trombetas de prata também estavam vinculadas com outra certeza de livramento


milagroso, desta vez da fome e da necessidade. Neste sentido elas novamente
constituem outro tipo de Cristo: "E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que
vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede." [João 6:35].

Além disso, no Ano do Jubileu — quando as trombetas de prata eram tocadas


jubilosamente, todas as dívidas eram perdoadas e todas as propriedades retornavam
para seus possuidores originais.

Com que frequência perdoamos o pecador que se arrepende? Como Cristo disse, em
resposta a esta questão: "Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete."
[Mateus 18:22]. Isto aparentemente foi uma referência ao perdão incondicional que
estava disponível para todos no Ano do Julibeu, que ocorria depois de sete conjuntos
de sete anos terem sido cumpridos. Isto também identificava o próprio Cristo com o
yôwbêl, o sonido jubilante das trombetas de prata, cuja gloriosa ressurreição
proclamou o perdão universal e incondicional do pecado.

A Festa das Trombetas

As trombetas de prata também eram especialmente proeminentes durante a Festa das


Trombetas:

"Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês,


tereis descanso, memorial com sonido de trombetas, santa convocação."
[Levítico 23:24].

A palavra para "trombetas" neste verso não é chatsôtserâh nem shôwphâr, mas
trûw'âh. A Concordância de Strong define isto como segue:

trûw'âh, ter-oo-aw'; de H7321; clamor, isto é, aclamação de alegria, ou


um brado de guerra; especialmente toque de trombetas, como em um
alarme: alarme, sonido das trombetas, alegria, júbilo, ruído alto, regozijo,
soando alto, com alegria.

A Festa das Trombetas, ou Yom Teruah — que é também chamada de Rosh Hashanah
porque inaugura o novo ano civil no calendário judaico — é uma festa de alegre
aclamação e de sonido das trombetas. Dada a natureza exuberante da ocasião, é
claro que a trombeta de chifre de carneiro, ou shôwphâr era o instrumento principal,
mas sem dúvidas as trombetas de prata também eram usadas. Deve-se lembrar que
havia somente dois desses instrumentos em Israel, um número que Salomão depois
aumentou para 120 — veja 2 Crônicas 5:12.

A Última Trombeta

Para todos os fiéis cristãos, o arrebatamento (harpazo) da igreja é verdadeiramente


uma "bendita esperança", onde "esperança" denota um evento futuro que com certeza
irá acontecer. Como a igreja, a noiva de Cristo, não precisará enfrentar a ira vindoura,
não poderá estar na Terra durante a grande Tribulação do fim dos tempos. Somos
informados que o Arrebatamento poderá ocorrer a qualquer momento, aparentemente
bem perto do início da Tribulação de sete anos:

"Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos

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vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o


mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com
a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com
eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos
sempre com o Senhor." [1 Tessalonicenses 4:15-18].

A "última trombeta", ou o toque da trombeta, é produzida por muitas trombetas que


soam juntas. Isto será similar à última trombeta na Festa das Trombetas — e foi
compreendido assim pelos tessalonicenses. Ela não está relacionada de forma alguma
com as várias trombetas que são tocadas no livro do Apocalipse, pois esse livro ainda
não tinha sido escrito quando Paulo escreveu a Epístola aos Tessalonicenses.

O toque prolongado das trombetas na Festa dos Tabernáculos era o júbilo final que
soava naquela festa, o chamado final, ou culminante, ao povo de Deus. Conhecida
como teruach gedolah, ela pré-figurava a maravilhosa "última trombeta" que soará dos
céus quando o próprio Cristo descer até a atmosfera terreal e chamar sua noiva para
se encontrar com Ele "nos ares".

Capítulo 18

Conclusão

A Bíblia é um registro admirável do amor de Deus pelo homem, mas de muitas formas,
também é um registro ainda mais admirável do amor que o Filho tem pelo Pai e do amor
que o Pai tem pelo Filho. Pensamos na Criação com um evento tremendo, que deixa
nossa compreensão em um estado de total admiração, mas esse evento pode ter sido
igualado, se esse for o termo correto a usar, por um evento subsequente — o
momento em que toda a Criação foi completamente redimida.

Que grande amor o Filho precisou ter para voluntariamente realizar essa tarefa, em
obediência ao Pai, e que amor o Pai precisou ter quando, no tempo de Criação, Ele
soube que aquele mesmo ato iria requerer o sacrifício de Seu Filho.

Embora sejamos seres minúsculos e finitos, com uma pequeníssima capacidade para
compreender uma verdade dessa magnitude, o Senhor graciosamente colocou em nós
a capacidade de apreciá-la em algum nível e de nos beneficiarmos grandemente a
partir da contemplação de sua realidade.

Educando uma Nação

A peregrinação no deserto foi uma tremenda educação espiritual para a nação de


Israel. Por meios puramente milagrosos, o Senhor libertou cerca de dois milhões de
indivíduos, que eram escravos na fornalha de ferro do Egito, e os preservou em boa
saúde durante um período de 40 anos em um terreno totalmente inóspito. Durante
esse longo período, eles puderam se dedicar quase que exclusivamente ao estudo da
Santa Palavra de Deus — como Ele pediu que eles fizessem. Nunca antes, ou mesmo
depois, uma nação inteira foi separada desse modo e teve a oportunidade de
frequentar um curso "universitário" durante 40 anos, sob o inspirado conselho e
direção de um dos melhores homens que já existiu.

A Igreja

As verdades expressas por meio do Tabernáculo constituem um quadro admirável de


Cristo e, portanto, também da igreja, o corpo de Cristo. Como fiéis cristãos, somos a
casa que Cristou edificou. Uma compreensão da igreja que esteja em conflito com o
ensino do Tabernáculo é decifiente de alguma forma.

Ao contrário da opinião popular, a Reforma não "reformou" a igreja, mas a libertou,

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embora de forma imperfeita, do poder controlador pernicioso de Roma e de seus vis


impostores. Igualmente, a "reforma" que alguns acreditam que está ocorrendo hoje
não é reforma coisa alguma, mas uma cínica perversão daquilo que a Palavra de Deus
ensina de forma bem clara. Os cérebros que estão por trás dessa campanha global
estão determinados a colocar a igreja professa — e milhões de cristãos nominais — em
servidão a Roma, o equivalente moderno do Egito. À medida que isto acontece, eles
estão fazendo progresso significativo, principalmente por que a maioria dos cristãos
hoje está terrivelmente ignorante da Palavra de Deus e, em particular, daquilo que ela
diz a respeito do Tabernáculo.

Cristo Vindicou um Deus Extraordinariamente Santo

O sacrifício no Calvário fez mais do que expiar os pecados da humanidade. Ele foi além
e glorificou o Pai. Ele destruiu completamente as obras de Satanás, que se opunha à
soberania de Deus a cada vez, e propiciou a restauração do mundo — na plenitude
dos tempos — à perfeição que ele possuía no sétimo dia da Criação. Por meio de Seu
sangue derramado no Calvário, Cristo garantiu que a soberania de Deus nunca mais
fosse contestada. Desse modo, Ele vindicou completamente a extraordinária santidade
de Deus e desfez perfeitamente todo ato de desobediência praticado pelo homem.

A longanimidade e paciência do Pai estão enraizadas totalmente na obra expiatória de


Cristo. Se o Cordeiro não tivesse sido morto antes da fundação do mundo, então a
perfeita justiça do Pai teria requerido a imediata destruição de toda a criação no
momento em que Adão pecou.

Paradoxalmente, os ateístas que hoje proferem palavras arrogantes e veementes, em


indignação contra a soberania de Deus, usufrem das bênçãos da saúde, do
contentamento e do bem-estar unicamente devido à obra expiatória de Cristo. De
fato, todos os que odeiam a Cristo devem suas próprias existências àquilo que Ele
alcançou no Calvário!

Se esses indivíduos persistirem em sua rebelião, eles morrerão em seus pecados.


Escolhendo o exílio eterno longe de Cristo, ele perderão a doçura e a consolação que
agora usufruem. Por quê? Por que a misericórdia e a bondade são um dom de Deus por
meio da obra de Cristo no Calvário. Mas, se uma pessoa rejeita a Cristo, então nada
mais resta, senão "eternamente a negrura das trevas" [Judas 1:13].

Os universalistas argumentam que todos serão salvos e que nenhuma alma se perderá,
mas eles estão totalmente enganados! "E porque estreita é a porta, e apertado o
caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem." [Mateus 7:14].

Rejeitar a Cristo é rejeitar a salvação, pois ambos são a mesma coisa. ""O Senhor não
retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para
conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-
se." [2 Pedro 3:9]. Deus fez infinitas provisões para nossa salvação. Por meio do
sacrifício de Seu Filho, Ele ofereceu à humanidade — cada um de nós — o maior
presente que qualquer um poderia imaginar. Infelizmente, se os homens caídos estão
decididos a rejeitarem esse presente, apesar de todos os convites feitos por Deus,
então eles ficam destinados a viverem eternamente, sem esperança, nas trevas.

Um Tempo de Grande Escuridão Espiritual

Se a igreja professa exaltasse a Cristo como deveria fazer, então odiaria o pecado,
odiaria a desobediência, e odiaria este mundo maligno atual. Mas, infelizmente, a igreja
moderna se orgulha de não odiar coisa alguma. Ela é morna, nem quente nem fria, e
tolera aquilo que é intolerável. O pátio do Tabernáculo dessa igreja tem muitas
entradas e sua Pia está em um canto. A pura canção de louvor sincero oferecida sem
máculas, está profundamente manchada pelas associações mundanas. O incenso do
verdadeiro arrependimento frequentemente foi substituído pelo odor forte da auto-
estima e do valor-próprio. O brilho contínuo de um coração dedicado a Cristo e do
serviço a Ele foi substituído por um apetite insaciável por sinais e maravilhas e um
vago desejo ardente por "experiências interiores".
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Quantos pastores nesta época de grandes trevas estão pregando uma mensagem
remotamente similar a esta de Vance Havner, que fez as seguintes graves
advertências em 1969?

"As profundidades da depravação humana nos dias atuais são vis demais
para serem descritas em palavras na nossa linguagem. Estamos vendo não
a corrupção moral comum, mas o mal duplamente destilado e misturado em
combinações estranhas, misteriosas e demonícas, junto com formas de
iniquidade totalmente desconhecidas uma geração atrás."

Outra geração se passou desde que Havner proferiu essas palavras, de modo que a
situação se tornou consideravelmente pior, porém muitos pastores ainda estão
calados!

Coexistência Pacífica com o Mal

Pouco a pouco, o pecado passou a ser retratado como menos pecaminoso. Como
Havner descreveu, aqueles que deveriam viver na luz decidiram se acostumar com as
trevas. E quanto mais eles se assentam nas trevas, mais se ajustam as elas, de modo
que hoje temos a "mente aberta e tolerante", que não é nada menos que uma
coexistência pacífica com o mal.

Esta falha em condenar o mal está na essência de todos os nossos problemas — a


deliberada incapacidade de lamentar a extensão em que um mundo rebelde está
persistente e ousadamente ofendendo um Deus que é extraordinariamente santo.
Quantos hoje suspiram e gemem por causa de todas as abominações que são
cometidas no meio das assim chamadas comunidades cristãs? Muitos pastores hoje
preferem entristecer o Espírito Santo do que desagradar os iníquos!

O julgamento, quando vier, será devastador:

"E disse-lhe o SENHOR: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de


Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e
que gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio
dela. E aos outros disse ele, ouvindo eu: Passai pela cidade após ele, e
feri; não poupe o vosso olho, nem vos compadeçais. Matai velhos, jovens,
virgens, meninos e mulheres, até exterminá-los; mas a todo o homem que
tiver o sinal não vos chegueis; e começai pelo meu santuário. E
começaram pelos homens mais velhos que estavam diante da casa."
[Ezequiel 9:4-6].

Apêndice A

As Colunas do Pátio

Alguns eruditos questionam se as colunas do pátio consistiam de mastros de madeira


de acácia com um revestimento de cobre. Soltau acreditava que elas eram feitas
unicamente de acácia, enquanto que De Haan acreditava que elas eram feitas
unicamente de cobre. A passagem relevante é Êxodo 27:9-10:

"Farás também o pátio do tabernáculo, ao lado meridional que dá para o


sul; o pátio terá cortinas de linho fino torcido; o comprimento de cada
lado será de cem côvados. Também as suas vinte colunas e as suas vinte
bases serão de cobre; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de
prata."

Se a Escritura diz "as suas vinte colunas... serão de cobre", não há claramente
possibilidade alguma que elas fossem feitas inteiramente de madeira de acácia. A
única possibilidade que precisamos considerar então é se elas eram feitas
exclusivamente de cobre.
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A razão mais forte para acreditarmos que elas eram feitas de madeira de acácia
revestida de cobre é que os elementos análogos — as nove colunas e 48 tábuas do
Tabernáculo — eram feitos de madeira de acácia (revestida por ouro). Por exemplo, a
entrada para o Santuário tinha colunas feitas de madeira de acácia revestida por ouro
e fixadas em bases de bronze:

"E farás para esta cortina cinco colunas de madeira de acácia, e as


cobrirás de ouro; seus colchetes serão de ouro, e far-lhe-ás de fundição
cinco bases de cobre." [Êxodo 26:37].

Além disso, somente três itens de mobília foram feitos unicamente com um mesmo
material — a Pia de Cobre, o Candelabro de Ouro e o Propiciatório (também de ouro).
A tipologia deles seria grandemente diluída se as 60 colunas do pátio também fossem
feitas de um único material (sem contar os capitéis de prata).

Temos também de considerar a quantidade total de cobre usada em toda a


construção do Tabernáculo. Êxodo 38:29 diz: "E o cobre da oferta foi setenta talentos
e dois mil e quatrocentos siclos."

Isto foi quase certamente utilizado em sua totalidade nos seguintes itens, cada um
dos quais foi feito parcial ou totalmente de cobre:

O Altar de Bronze e a grelha.


A Pia de Cobre
60 colunas do pátio
65 soquetes (para 60 colunas do pátio e 5 no Santuário)
Os muitos fixadores da tenda e das colunas.
Os diversos vasos e utensílios para o Altar de Bronze.

As colunas do pátio tinham a metade da altura das colunas do Santuário e tinham


menos peso para suportar. Se as bases para as colunas que suportavam o Véu
pesavam um talento cada, então as bases de cobre que suportavam as colunas do
pátio precisavam pesar menos do que um talento. Isto permitira que os mais de 70
talentos disponíveis fossem distribuídos eficientemente entre os itens especificados,
mas somente se as colunas do pátio não fossem feitas totalmente de cobre. Portanto,
elas podem ter sido feitas de madeira de acácia com um revestimento de cobre.

Havia cobre suficiente para construir colunas ocas para o pátio, mas é duvidoso se
elas teriam sido fortes o suficiente para suportar os panos da cerca sob todas as
condições. Além disso, um tubo de cobre oco por dentro, em um deserto árido,
poderia produzir um choque eletrostático desagradável. (Lembre-se que a palavra
nechosheth, que algumas vezes é chamada de "bronze", era na verdade o cobre,
embora o cobre também seja altamente condutor de eletricidade.).

Em resumo, concluímos que as colunas do pátio devem ter sido feitas de madeira de
acácia revestidas por "cobre", pelas seguintes razões:

a. A menção expressa de que o cobre foi usado nas colunas do pátio (Êxodo
27:10);
b. A quantidade de cobre usada no total (Êxodo 38:29);
c. O significado da madeira de acácia na linguagem do Tabernáculo;
d. O conceito de "cobrir" (ou "revestir"), que é central na mensagem espiritual do
Tabernáculo;
e. As tipologias da Pia de Cobre, do Candelabro e do Propiciatório;
f. O uso conhecido da madeira de acácia nas colunas da tenda do Tabernáculo.

Apêndice B

Os Cinco Tipos de Ofertas

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Papel do Papel do Porção Porção do Porção Queimada


Ofertante Sacerdote de Deus Sacerdote do Fora do
Ofertante Arraial?
Trazia o
animal até a
entrada do
Coletava o
Tabernáculo,
sangue em
colocava
um vaso e
suas mãos
o espargia
firmemente
sobre o A pele (o
sobre a
Altar de couro) do
cabeça do Tudo era
Bronze. animal.
animal, queimado
Oferta Colocava Não
degolava-o, no Altar Nada. Não.
Queimada as partes aplicável
depois de
do animal no caso de
esfolava-o, Bronze.
em uma uma oferta
depois
ordem pré- de aves.
cortava-o
definida
em várias
sobre o
partes. (A
Altar de
oferta de
Bronze.
uma ave não
era cortada
em partes,)
O
sacerdote
lançava
Trazia a Um
um
oferta até a punhado
punhado
entrada do da oferta
da oferta
Oferta de Tabernáculo de grãos, O restante
sobre o Nada. Não.
Alimentos e a mais o sal da oferta.
Altar de
entregava e todo o
Bronze,
ao incenso
junto com
sacerdote. puro.
todo o
incenso
puro.
Coletava o
sangue em
um vaso e
O sangue
Trazia o o espargia
espargido, O
animal até a sobre o
mais o restante
entrada do Altar de
sal, a poderia
Tabernáculo, Bronze. O peito
gordura ser
colocava Movia o "movido" e
Oferta sobre os comido
suas mãos peito e o ombro Não.
Pacífica órgãos pelo
firmemente "alçava" "alçado" do
internos, ofertante,
sobre a (erguia no animal.
os rins e o junto com
cabeça do ar) o
redanho sua família
animal e o ombro
sobre o e amigos.
degolava. direito do
fígado
animal
diante do
Senhor.
O sal, a
Igual à Colocava gordura
Oferta um pouco sobre as
Pacífica. do sangue vísceras, O
(Veja no sobre os os rins e o sacerdote O restante

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Oferta pelo texto os chifres do redanho escolhia as da oferta


Pecado casos Altar de sobre o partes que Nada. era
especiais e Bronze e fígado quisesse e queimado
referência derramava eram depois as fora do
ao Altar de o restante queimados cozia e arraial.
Ouro de aos pés do no Altar comia.
Incenso.). Altar de de
Bronze. Bronze.

Um carneiro
era
oferecido,
como na
Oferta
Coletava o
Pacífica.
sangue em
Uma total Como na O restante
um vaso e
Oferta pela restituição Oferta ficava para
o espargia Nada Não.
Transgressão monetária pelo o
sobre o
(mais 20% Pecado. sacerdote.
Altar de
do valor)
Bronze.
também
tinha de ser
dada à
pessoa
prejudicada.

Nota: Em todos os casos, o ofertante também trazia sal, um pouco do


qual era colocado sobre o Altar de Bronze. O sal simbolizava a pureza e a
longevidade, com referência particular às promessas da aliança de Deus.

Animais e Itens de Alimentos em Cada Oferta

Oferta Propósito Tipologia de Cristo


Um novilho, um carneiro ou
Total Cristo entregou a Si
um bode — em cada caso de
Oferta consagração mesmo como uma
um ano de idade e sem
Queimada do ofertante "oferta queimada" na
defeito, ou duas rolas ou dois
a Deus. cruz do Calvário.
pombinhos

Flor de farinha, cozida ou


não-cozida. Se cozida,
poderia ser preparada no
forno, na frigideira ou em uma A
panela. Incluía azeite de consagração
oliva, sal e incenso puro. Cristo foi o pão da vida,
Oferta de a Deus dos
oferecido e ferido no
Alimentos esforços e
Também poderia ser uma Calvário.
bens do
oferta de "primícias", isto é,
ofertante.
espigas de milho verde
tostadas no fogo. As ofertas
não podiam conter fermento
nem mel.

A
Um novilho (macho ou reconciliação Cristo, por meio do
fêmea), bode (ou cabra) ou do ofertante Calvário, é o único
Oferta
um carneiro (ou ovelha). Em com Deus. modo pelo qual o
Pacífica
cada caso, de um ano de Oferecido em homem pode se
idade e sem defeito. ações de reconciliar com Deus.
graças.
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A expiação
Oferta pelo O sangue de Cristo nos
Igual à Oferta Pacífica. do pecado do
Pecado purifica do pecado.
ofertante.
Expiar o
Cristo fez restituição
Uma ovelha ou uma cabra, ou pecado e
total por nós no
duas rolas ou dois pombinhos, fazer
Oferta pela Calvário, entregando
ou um décimo de um efa de restituição
Transgressão mais para Deus do que
flor de farinha (sem azeite e pela
tinha sido perdido por
sem incenso puro). transgressão
causa do pecado.
do ofertante.

Nota: Sempre que o incenso puro era oferecido em alguma ocasião, a


quantidade total era colocada sobre o Altar de Bronze. Nada ficava para o
sacerdote.

Bibliografia

Atwater, Edward, History and Significance of the Sacred Tabernacle of the


Hebrews, 1875.
Brown, William, The Tabernacle and Its Priests and Services, 1871.
Caldecott, W. S., The Tabernacle: Its History and Structure, 1904.
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Offerings, 2014.
Colton, G, W., The Sanctuary or Tent of Meeting Usually Called the Tabernacle,
1895.
DeHaan, M. R., The Tabernacle, 1955.
Haldeman, I. M., The Tabernacle, Priesthood and Offerings, 1925.
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Junkin, George, The Tabernacle or the Gospel According to Moses, 1865.
Mackintosh, C. H., Notes on the Pentateuch, 1857-1882.
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Newton, Richard, The Jewish Tabernacle and Its Furniture, in Their Typical
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Soltau, Henry, The Holy Vessels and Furniture of the Tabernacle.
Strong, James, The Tabernacle of Israel: Its Structure and Symbolism.
Whitfield, Frederick, The Tabernacle, Priesthood and Offerings of Israel, 1875.

Autor: Jeremy James, artigo em http://www.zephaniah.eu


Tradução: Jeremias R D P dos Santos
Data da publicação: 15/1/2016
A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br/senha.htm

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