Você está na página 1de 46

PÉ TORTO

CONGÊNITO
CLÍNICA INTEGRADA DE ORTOPEDIA
UNIPÊ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA
CLÍNICA INTEGRADA DE ORTOPEDIA
7º PERÍODO - TURMA B

EQUIPE

CARLOS JOSE BELARMINO ARAUJO


FERNANDA LIMA ROCHA
JOSE CARLOS DE CARVALHO JUNIOR
JOSE MARTINS DE ARAUJO
JOSÉ ROBERTO FERREIRA SOARES NETO
R A I S S A S A N J U A N G U E D E S L I M A
RODRIGO MENEZES DONATO
WANESSA POLYANA ERNESTO LUIZ NOBRE

APRESENTAÇÃO
ESTRUTURA DA
01 05
INTRODUÇÃO CLASSIFICAÇÃO

02 06
EPIDEMIOLOGIA DIAGNÓSTICO

03 07
ETIOLOGIA TRATAMENTO

04
CARACTERÍSTICAS
ANATOMOPATOLÓGICAS
01 INTRODUÇÃO
Pé Torto Congênito
É uma alteração ortopédica que ocorre
ainda na fase de desenvolvimento
embrionário;

Se caracteriza como um mau alinhamento;

Envolve alteração em todos os tecidos


músculos-esqueléticos distais do joelho:
músculos, tendões, ligamentos, ossos, vasos
e nervos.
(MARANHAO; VOLPON, 2011)

Pé Torto Congênito
1 para 1000 nascidos;

Gênero masculino;

A deformidade resultante consiste de


eqüino do retropé, varo (ou inversão) da
subtalar, cavo por flexão plantar do antepé e
adução do médio e do antepé;

Não afeta somente uma parte do pé, mas


sim o complexo como um todo.
(MARANHAO; VOLPON, 2011)

(MARANHAO; VOLPON, 2011)


(MARANHAO; VOLPON, 2011)


02 EPIDEMIOLOGIA
Deformidade congênita mais comum na ortopedia;
Sem padrão hereditário definido;
Gêmeos (hereditariedade como fator
predisponente)
Gêmeos monozigoto 32,5% (1:3)
Gêmeos dizigótico 2,9% (1:35)

Na população geral:
Ampla variação conforme a raça;
Branca: A incidência varia entre 0,93 a 1,5/1000
nascidos vivos;
lhas Polinésia a frequência é 5x (6 a 7/1000);
Populações: japonesa, coreana e chinesa a
incidência e de 0,5/1000 nascidos vivo.

(MARANHAO; VOLPON, 2011)


No Brasil, José Laredo Filho, em estudo na cidade de
São Paulo:
Avaliou 30.281;
5 maternidades;
66 portadores (2,17/1000 ±50% a mais que
população geral).
O pé eqüinovaro (PEV) é a deformidade mais
conhecida e estudada, por muitos confundida com
o termo "pé torto congênito";
As formas de pé torto congênito (PTC) encontradas
na prática médica são: pé eqüinovaro, pé talo-valgo,
pé talo-vertical e pé metatarso-varo;
Sexo masculino (2x mais afetado);
Bilateral (50% dos casos);
Unilateral (lado direito). (MARANHAO; VOLPON, 2011)

Estudo realizado no Hospital das Clínicas da UFMG,


Belo Horizonte, MG - Brasil (considerações dos pais
sobre a doença e seu tratamento):
70% SUSTO E PREOCUPAÇÃO
Não conhecia, não sabia se tinha tratamento
e se tinha melhora
30% BOA ACEITAÇÃO DO DIAGNÓSTICO
Já Conhecia e sabia que tinha tratamento
com bons prognósticos.
20% INCOMPATIBILIDADE COM
ULTRASSONOGRAFIA
Os exames de ultrassom não mostraram nada,
descobriu somente na hora de nascer.
100% BOA SATISFAÇÃO COM OS RESULTADOS.
(MARANHAO; VOLPON, 2011)

03 ETIOLOGIA
Etiologia ainda Causas Extrínsecas e
desconhecida Intrínse

QUAIS AS CAUSAS?

Posição Intrauterina do Feto; Deficiências Vasculares;


Compressão mecânica ou Alterações vasculares;
aumento da pressão hidráulica Alterações Neurológicas;
intrauterina; Defeito no Desenvolvimento de
Parada no desenvolvimento Estruturas Ósseas;
fetal; Defeitos Genéticos.
Infecções virais;
(MARANHAO; VOLPON, 2011)

Fatores Genéticos:

Aumento na Incidência Familiar e em Gêmeos idênticos.

Herança de Padrão Poligênico Multifatorial por Fatores


Externos.

Dominância incompleta e Penetrância Variável.

Fatores Externos relacionados ao Desenvolvimento.

(MARANHAO; VOLPON, 2011))


CARACTERÍSTICAS
04 ANATOMOPATOLÓGICAS
ANATOMIA PATOLOGICA
Relações tridimensionais alteradas;

Alterações das partes moles:


tendões;
ligamentos
Alterações Ósseas:
Navicular
Calcâneo
Cuboide
Talus

(RUARO et al., 2009)


ALTERAÇÕES OSSEAS
Calcâneo: posicionado medialmente e angulado em varo
Voltado medialmente no plano horizontal
Em equino acentuado;
Aduzido e invertido;
Tuberosidade anterior direcionada p/ maléolo lateral;
Sob a cabeça do talus.

Talus: má-formação morfolôgica


Em equino acentuado;
Colo angulado medial e plantarmente;
Colo encurtado ou ausente.
(RUARO et al., 2009)
ALTERAÇÕES OSSEAS
Navicular: acentuado desvio medial
Extrema inversão;
Medializado;
Deslocado sobre a cabeça do talus;
Articulado c/ porção medial da cabeça do talus.

Cuboide:
Deslocado medialmente em relação ao calcâneol
Articulações Tarsometatarsais e diáfises dos metatarsos:
Medializadas
Adução do antepe
Pronação em relação ao retrope.
(RUARO et al., 2009)
ALTERAÇÕES LIGAMENTARES
Ligamentos posteriores do tornozelo e posteromediais do retrope
Retrações
Deformação;
Resistência as correções.

Ligamento deltoide
Encurtado;
Espessado.

Ligamento calcaneonavicular plantar


Encurtado;
Espessado.
(RUARO et al., 2009)
ALTERAÇÕES MUSCULARES ALTERAÇÕES TENDINEAS

Músculos da panturrilha: Variações nas inserções


menores tendíneas
Tríceps sural Tendão calcâneo
Contratulado Medial
Encurtado Varismo

(RUARO et al., 2009)


ALTERAÇÕES VASCULARES

Arteria tibial anterior:

Ausência ou hipoplasia;

Presente proximalmente na perna;

Termina abrutamente no tornozelo ou na panturrilha;

Rede anastomótica deficiente ou ausente;

Ausência do pulso pedioso em casos graves.

(RUARO et al., 2009)


Deformidade em calcaneovalgo associada à curvatura
posteromedial da tíbia
Metatarso varo, o pé gira para dentro
Metatarso varo, a superfície plantar do pé vira-se para
dentro com um arco elevado
05 CLASSIFICAÇÃO
PTC IDIOPÁTICO PTC NEUROLÓGICO

PTC POSTURAL PTC SINDRÔMICO

(RUARO et al., 2009)


PTC IDIOPÁTICO
Mais comum;
Etiologia desconhecida;
Não está associado a outras alterações que
justifiquem a deformidade;
Não se resolve de forma espontânea;
Genética.

(RUARO et al., 2009)


Paciente do sexo masculino, 10 meses, foi
diagnosticado com pé torto congênito (PTC) aos
15 dias de vida. Terceiro filho do casal com PTC.
Ainda nesse dia, foi realizado o primeiro gesso no
paciente. Após uma semana, foram realizados 7
gessos em abdução, durante o período de 1 mês,
progressivamente, observando-se a evolução até
que estivesse indicada a tenotomia.

(RUARO et al., 2009)


PTC POSTURAL
Relacionado à postura intrauterina;

Benigno;

Resolve comumente sem manipulação.

(RUARO et al., 2009)


PTC NEUROLÓGICO
Associa-se a alterações neurológicas,
como a mielomeningocele;

Rígido e resistente ao tratamento.

(RUARO et al., 2009)


PTC SINDRÔMICO
Tem associação com outras anomalias
congênitas;
Artrogripose;
Rígido e resistente ao tratamento.

(RUARO et al., 2009)


06 DIAGNÓSTICO
Essencialmente clínico (recém-nascido)

Equino do retropé Cavo (flexão plantar do antepé em relação ao retropé)

Varo da articulação subtalar Aduto (do antepé em relação ao mediopé)

Exame físico

1 ou 2 pregas cutâneas posteriores e 1 prega longitudinal no mediopé

Calcâneo não palpável no seu coxim plantar

Tálus palpável na região dorsolateral

(RUARO et al., 2009)


Não há necessidade de exames de imagem
complementares, EXCETO:

DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL

USG - a partir da 20ª semana gestacional

CASOS PÓS TRATAMENTO CONSERVADOR

(RUARO et al., 2009)


Critérios avaliativos
Graduação quanto à gravidade é fundamental na
constituição dos métodos de tratamento e de seus
resultados.

DIMEGLIO

Avalia 4 parâmetros quanto à redutibilidade

PIRANI

Avalia 6 sinais clínicos de contratura

(RUARO et al., 2009)


07 TRATAMENTO
MÉTODO
Here are all the great events and webinars the
FRANCÊS
Aldenaire Healthcare has lined up for you.
Método funcional: Manipulação diária das articulações
(30min) - estimulação da musculatura do pé;
Utilização de faixas para manutenção do alongamento;
Estimulação por aparelho:
1. Manipulação diária por 2 meses
2. 3 vezes na semana até a deambulação
3. Órtese noturna até 2-3 anos
Método bastante efetivo, porém, pouco escolhido.

(RUARO et al., 2009)


MÉTODO DE KITE
Manipulação seguida por gesso;
Correção isolada e em ordem de cada deformidade;
Adução do antepé - Varo Calcâneo - Equino;
Tempo do gesso é 22 meses e órtese noturna até 10
anos;
Foram observadas alterações iatrogênicas (ex: torção
lateral do tornozelo, rigidez ligamentar e capsular);
Método abandonado - bloqueio da articulação calcâneo-
cuboide, impedindo a adequada eversão do calcâneo.

(RUARO et al., 2009)


MÉTODO DE PONSETI
Objetivo conseguir um pé plantígrado, indolor, flexível , com força preservada e que
permita o uso de calçados.
Correção em 90% dos casos;
Diminuição do tratamento cirúrgico;
Mudança plástica das contraturas e
remodelação óssea;
Manipulação seriada e imobilização
com gesso no inguinopédico, e em
70% dos casos Tenotomia;
Órtese de abdução dos pés .
(RUARO et al., 2009)
1º Etapa: mobilização,imobilização e
tenotomia
Inicio imediato, trocas de gesso semanais;
Gesso ao longo do joelho fletido em 90°, para manter a
abdução;
Antes de colocar o gesso alongar os tendões;
Cavo primeira deformidade corrigida pela supinação do
antepé;
A correção do PTC necessita de um alongamento dos
ligamentos mediais do tarso e dos tendões,através da
abdução de todo o pé em 70°.

(RUARO et al., 2009)


TENOTOMIA PERCUTÂNEA DE AQUILES

Só pode ser realizado quando o cavo, adução e o varo foram


corrigidos;
Cirurgia de curta duração (menos de 30 minutos) onde é
realizado cortes no tendão que promovem seu alongamento;
O sucesso do procedimento é confirmado quando há um
ganho da dorsiflexão do tornozelo em 15-20 graus;
Após o procedimento, deve-se fazer uso do gesso em
abdução de 70 graus do pé e dorsiflexão máxima do tornozelo
por 3 semanas.

(RUARO et al., 2009)


2ºetapa: uso de órtese de abdução
Uso até os 4 anos de idade;
Manter os pés em rotação externa de 70°;
Utilizada em tempo integral, retirada apenas
para banho.

(RUARO et al., 2009)


Tratamento cirúrgico

Cada vez menos utilizado;


Insucesso do tratamento conservador;
Não deve ser feito objetivando a estética e
sim a funcionalidade.

(RUARO et al., 2009)


REFERÊNCIAS
RUARO, Antonio Francisco et al. Conceito atualizado no tratamento do pé torto congênito
idiopático. Abtp, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 89-101, 9 set. 2009.

MERLLOTTI, M. H.; BRAGA, Susana dos Reis; SANTILI, CLÁUDIO. Pé torto congênito. Rev
Bras Ortop, v. 41, n. 5, p. 137-44, 2006.
Maranho, D. A. C., & Volpon, J. B.. (2011). Pé torto congênito. Acta Ortopédica Brasileira,
19(Acta ortop. bras., 2011 19(3)), 163–169. https://doi.org/10.1590/S1413-78522011000300010
OBRIGADO!

Você também pode gostar