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Principais bacias hidrográficas de Moçambique

A hidrografia – é a ciência que estuda a hidrosfera ou seja as águas continentais (rios, lagos,
lagoas e pântanos), águas subterrâneas e águas marítimas.

Caudal de um rio -é a quantidade de água em secção de um rio num dado momento.

Bacia hidrográfica – é o conjunto formado pela rede hidrográfica e os terrenos drenados, pelo
rio principal.

Rede hidrográfica – é o conjunto formado pelo rio principal, seu afluente e seu subafluente.

Afluente de um rio – é um pequeno rio que tem a sua foz no rio principal.

Subafluente de um rio – é um pequeno rio que tem a sua foz no afluente.

Classificação do regime dos rios

Rios de regime constante ou permanente – são rios de região equatorial que apresentam o
mesmo caudal ao longo do ano por exemplo: os rios amazonas (América do Sul) e Congo
(África);

Rios de regime periódico – são rios das zonas tropicais que na época chuvosa apresentam
cheias e na época seca apresentam estiagem por exemplo: os rios Limpopo, Save, Níger,
Ganges

Rios de regime irregular – são rios das zonas desérticas que durante a época seca o leito fica
completamente seco, como por exemplo: Os rios Ouedes no deserto de Sahara e Crecks na
Austrália.

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Principais bacias hidrográficas de Moçambique

Benney Muhacha by Benney Muhacha Fevereiro 19, 2021

A hidrografia – é a ciência que estuda a hidrosfera ou seja as águas continentais (rios, lagos,
lagoas e pântanos), águas subterrâneas e águas marítimas.

Caudal de um rio -é a quantidade de água em secção de um rio num dado momento.


Bacia hidrográfica – é o conjunto formado pela rede hidrográfica e os terrenos drenados, pelo
rio principal.

Rede hidrográfica – é o conjunto formado pelo rio principal, seu afluente e seu subafluente.

Afluente de um rio – é um pequeno rio que tem a sua foz no rio principal. Subafluente de um
rio – é um pequeno rio que tem a sua foz no afluente.

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Classificação do regime dos rios

Rios de regime constante ou permanente – são rios de região equatorial que apresentam o
mesmo caudal ao longo do ano por exemplo: os rios amazonas (América do Sul) e Congo
(África);

Rios de regime periódico – são rios das zonas tropicais que na época chuvosa apresentam
cheias e na época seca apresentam estiagem por exemplo: os rios Limpopo, Save, Níger,
Ganges.

Rios de regime irregular – são rios das zonas desérticas que durante a época seca o leito fica
completamente seco, como por exemplo: Os rios Ouedes no deserto de Sahara e Crecks na
Austrália.

As principais bacias hidrográficas de Mocambique: Rovuma, Lúrio, Zambeze, Búzi, Púnguè,


Save, Limpopo, Incomáti e Umbelúzi.

A Bacia do Rovuma

O rio Rovuma nasce na Tanzânia e tem sua foz no Oceano Índico, perto de Palma, em forma
de estuário. No nosso País percorre 650 km.

Os afluentes da bacia do Rovuma são rio Lugenda (nasce no lago Chiúta) e os rios Messinge e
Lucheringo (ambos nascem no lago Niassa).

A Bacia de Lúrio
O rio Lúrio nasce no monte Malema em Nampula até a sua foz no Índico, é o rio mais
comprido que nasce no interior do país. No entanto, separa as províncias do Niassa e Cabo
Delgado com a de Nampula.

A Bacia do Zambeze

O rio Zambeze nasce perto de Angola, ao longo do seu percurso separa dois países, Zâmbia e
Zimbabwe. Em Moçambique percorre 820 km de Zumbo ao Índico. A bacia do Zambeze é a
maior no nosso país ocupando as províncias de Tete, Manica, Sofala e Zambézia.

As Bacia de Búzi e de Púngue

Esses dois rios nascem no Zimbabwe, atravessam Manica e Sofala até Índico, percorrendo a
mesma distância de 322km, na bacia de Búzi, localiza se o rio Revue onde se encontra a
Barragem de Chicamba Real na provincial de Manica.

A Bacia de Save

O rio Save nasce no Zimbabwe e tem sua foz no Índico, perto do distrito de Nova Mambone.

A Bacia de Limpopo

O rio Limpopo nasce na África do Sul perto de Johannesburg. A bacia de Limpopo ocupa a
maior parte da Província de Gaza e possui os seguintes afluentes:

Rio dos elefantes onde se localiza a barragem de Massingir;

Rio Changane que nasce perto de Chibuto.

A barragem de Macarretane localiza-se no rio Limpopo, distrito de Chókwè , província de


Gaza.

Bacia de Incomáti

O rio Incomáti nasce na África do Sul e penetra em Moçambique através do Ressano Garcia
até Marracuene, perto da baía de Maputo. Um dos afluentes da bacia do Incomáti, é o rio
Sábie onde se localiza a Barragem de Corumana, no distrito de Moamba.
A Bacia de Umbelúzi

O rio Umbelúzi nasce na Swazilândia e penetra em Moçambique através de posto


administrativo de Goba.

Ao longo do rio Umbelúzi localiza-se a barragem dos Pequenos Libombos no distrito de


Boane.

Hidrologia de Moçambique, titulo do presente artigo que tem por objectivo partilhar algum
conhecimento sobre a matéria

1. Características gerais dos rios de Moçambique

Assim, em primeiro lugar a abordagem será direccionada a características gerais dos rios em
Moçambique.

Em segundo lugar faz a descrição de principais rios e finalmente em terceiro lugar, faz se
referência a características das principais bacias hidrográficas de Moçambique.

1.1.Origem

Os principais rios de Moçambique têm suas nascentes nos países vizinhos, excepto no norte
do país onde a maioria das nascentes tem a sua bacia hidrográfica totalmente em
Moçambique.

1.2.Regimes

No que diz respeito a regime, os rios de Moçambique têm um regime periódico, como o das
chuvas que os alimentam. A maior parte destes rios não é navegável, porque são facilmente
assoreáveis devido à extensão da planície litoral.

Portanto, essa característica periódica dos rios, é influenciada pelo clima de Moçambique que
é tropical húmido com duas estações nítidas: chuvas e de seca.
Assim, este clima é muito influenciado pelas monções do Índico, mas são sensíveis as
diferenças climáticas entre o norte e o sul. A temperatura e a humidade diminuem à medida
que se caminha para o sul.

1.3. Factores de influência

As oscilações do caudal dos rios ao longo do ano são condicionadas, por factores climáticos,
registando os caudais máximos na época das chuvas e os mínimos na estação seca. Nas terras
altas os rios possuem grande capacidade erosiva e constituem cascatas, limitando dessa
forma a navegabilidade.

Nas planícies se formam os meandros, lagoas e pântanos e são depositadas as aluviões. Além
do relevo, a natureza dos solos também influencia o caudal, a estrutura e o padrão da rede
hidrográfica.

Quanto às bacias hidrográficas, dado que as condições orográficas, atmosféricas, climáticas e


pedológicas exercem grande influência sobre o regime caudal, o autor distingue três regiões
no que diz respeito ao comportamento dos rios: Norte, Centro e Sul.

Maior parte dos principais rios de Moçambique seguem o sentido de oeste para este (ou de
noroeste para sueste), desaguando no Canal de Moçambique (a secção do Oceano Índico
situada entre o continente e a ilha de Madagáscar).

2. Principais rios de Moçambique

Em Moçambique, pode se destacar os seguintes principais rios, uns que nascem no território
nacional e outros nos países vizinhos.

2.1. Região Norte e Centro

O Rio Rovuma, nasce na Tanzânia, é um dos dois rios mais emblemáticos de Moçambique. O
rio Lugela que se considera afluente do Rovuma, segue uma direcção menos irregular até à
foz, sensivelmente de oeste para leste.

Enquanto isso, numa direcção centro sul desta região, corre o rio Messalo, nasce em
Moçambique, na província do Niassa e depois de um percurso no sentido sensivelmente SW-
NE, desagua no litoral da província de Cabo Delgado.
Adicionalmente no extremo sul da província do Niassa, existe o Rio Lúrio, que nasce na
cidade de Cuamba, e estabelece a fronteira administrativa entre a província de Nampula na
margem direita e as províncias do Niassa e de Cabo Delgado, na margem esquerda
respectivamente a oeste e a este. Desagua no Canal de Moçambique, entre as cidades de
Pemba e Nacala.

Depois disso, nasce o quarto maior do continente africano e maior rio de Moçambique, o Rio
Zambeze, isto depois do Nilo, do Zaire (ou Congo) e do Níger. O Zambeze é também o maior
dos rios africanos que desaguam no Oceano Índico. Nasce no extremo ocidental da Zâmbia e
inicialmente segue para norte e oeste até penetrar no extremo oriental de Angola, onde
inflete para sul.

Concluindo, outros rios são Rio Pungoé (ou Púngoè) que nasce no Zimbabué e segue para
este. Igualmente encontramos o Rio Búzi que nasce no lado moçambicano da fronteira com o
Zimbabué, perto da povoação de Espungabera, seguindo depois sensivelmente de sudoeste
para nordeste, até desaguar imediatamente a sul do estuário do Púngoè. O seu afluente
principal, o Revué (na margem esquerda).

2.2.Região Sul

Na divisão entre as regiões centro e Sul, encontra-se o Rio Save, nasce no Zimbabué a sul da
capital, Harare, e corre de norte para sul até à confluência com o Runde, a partir da qual
inflete para leste e penetra em território inteiramente moçambicano.

Assim, esta região sul, encontra-se o Rio Limpopo, segundo maior dos rios africanos que
desaguam no Oceano Índico, tem um percurso característico em arco. Nasce na região
noroeste da África do Sul e segue de início para norte, tendo, nesse troço, o nome de rio dos
Crocodilos. Só se designa Limpopo a partir do ponto em que passa a marcar a fronteira entre
a África do Sul e o Botsuana, no sentido SW-NE.

Adicionalmente, ainda no sul de Moçambique existe o Rio Incomáti, nasce na zona


setentrional da África do Sul e corre sensivelmente para nordeste, com um curto troço
através do extremo noroeste da Suazilândia. Entra em Moçambique junto à cidade de
Komatipoort, no lado sul-africano da fronteira, e à povoação de Incomáti (antiga Ressano
Garcia), no lado moçambicano.

No sul ainda encontra-se o Rio Umbelúzi, nasce na região montanhosa do norte da


Suazilândia e, após um percurso sensivelmente de oeste para leste, desagua na baía do
Maputo, em estuário comum a vários rios (Matola, Infulene, Tembe).

Finalmente, nesta região concretamente na maior altitude do seu troço moçambicano, fica
situada a barragem dos Pequenos Libombos e finalmente, no sul existe o Rio Maputo: Nasce
na região setentrional da África do Sul e segue a este, atravessando a Suazilândia, marcando
em seguida a fronteira meridional deste país com a África do Sul e por fim, marcando um
troço da fronteira meridional de Moçambique com a África do Sul

3. Bacias hidrográficas de Moçambique

Moçambique é um país de jusante, partilhando nove (9) das quinze (15) bacias hidrográficas
internacionais da região da SADC.

Assim sendo, os rios são os maiores transportadores dos principais recursos hídricos do país,
dos quais mais de 50% sã originados nos países de montante. São de notar as diferenças que
se verificam entre regiões no que se refere à variação da precipitação, período húmido e seco
e de ano para ano com cheias e secas.

Assim, o escoamento superficial total é cerca de 216 km³/ano, dos quais cerca de 100 km³
(46%) são gerados no país. Os restantes 116 km³ são gerados nos países vizinhos.

De acordo com a Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos de Moçambique, o país


possui treze bacias hidrográficas principais a destacar: Sul: Bacias dos rios Maputo, Incomáti,
Umbeluzi, Limpopo, Save e Govuro

Centro: Bacias hidrográficas de Búzi, Pungoé e Zambeze Norte: Bacias hidrográficas de


Licungo, Ligonha, Lúrio, Messalo e Rovuma.

3.1.Características das principais bacias hidrográficas de Moçambique

3.1.1.Região sul
Nesta região pode se encontrar a Bacia do rio Maputo. É uma bacia internacional e possui
uma área total de 29030Km2, dos quais 27460Km2 na África do Sul e em Moçambique com
1570Km2. O rio nasce na África do Sul e as suas elevações encontram-se no extremo sudoeste
da bacia atingindo os 2000m, com a altitude média cerca de 815m. O regime do rio é
permanente com um escoamento médio anual cerca de 28500* 106m3. Desagua na baía do
Maputo.

Portanto, possuindo uma área de 46.200 Km2, a bacia do Incomáti possui dos quais somente
32% situa-se em território Moçambicano. Na Swazilândia a área é de 6% e na República da
África do Sul é de 62%. Os principais afluentes são Komati, Crocodilo e Sábiè. O Komati entra
em Moçambique a jusante da afluência dos rios Komati e Crocodilo em Ressano Garcia,
passando a chamar-se Incomáti. O comprimento do rio em Moçambique é de 280Km.

Assim, com 4%, rio Incomáti contribui na parte de Moçambique para o escoamento total. O
país está fortemente dependente dos recursos hídricos dos países de montante. O
escoamento médio anual do rio Incomáti calculado para um período de 30 anos é igual a
2.015 Mm3. O escoamento médio anual do rio Sábiè é de 630 Mm3. O escoamento mínimo
ocorre geralmente em Setembro/Outubro, mas também podem ocorrer escoamentos baixos
entre Maio e Novembro.

Portanto, o clima da bacia em Moçambique, varia de tropical húmido de savana, na Costa, a


seco de estepe, nas regiões mais a oeste e centrais. A temperatura média anual varia de
22,4ºC a 23,9ºC.

Assim, a precipitação média anual varia de 1073 mm em Calanga na costa, a 509 em


Mapulanguene (P 600), perto da fronteira com a África do Sul. A precipitação média
anual, na área moçambicana da bacia, é de cerca de 650mm. Os solos da parte de
jusante da bacia são principalmente aptos para arroz, particularmente perto da foz e,
noutras zonas como os terraços mais elevados de origem marinha.

Existem algumas colinas arenosas, boas para o cultivo de vegetais e

bananas. Na parte central, as deposições fluviais são boas para trigo, milho,
cana-de-açúcar e vegetais. A outra infra-estrutura hidráulica que tem um papel importante a
desempenhar é o açude de Chauali, uma barragem de terra cujo objectivo é aumentar a
capacidade natural de armazenamento do lago Chuali até 200 Mm3. Localiza-se no rio
Massimachopes, no distrito da Manhiça.

Adicionalmente as anteriormente mencionadas, outra bacia existente é do Limpopo. Com


cerca 1 461Km de comprimento possui uma bacia com uma área de 412.000 Km2 de extensão
é partilhada por quatro Estados da região da SADC, nomeadamente África do Sul, Botswana,
Zimbabwe e Moçambique.

Portanto, localiza-se entre os paralelos 22º e 26º Sul e entre os meridianos 26º

e 35º Este. Em território nacional está enquadrada entre os paralelos 21º e 25º Sul e os
meridianos 31º e 35º, e confina a norte com a bacia do Rio Save, a sul com a do Rio Incomáti
e a este com a do Rio Govuro o quadro a seguir indica as áreas parciais da bacia do Rio
Limpopo.

Contudo, o rio Limpopo e seus afluentes são considerados como sendo perenes os rios
Limpopo e Elefantes, e intermitentes os rios Changane e Nuanetze. A densidade do Rio
Limpopo, com base nos dados acima é estimada em 0.011/Km. Em termo de altitudes, as
médias por sub-bacia são de 75 m para Changane, 700 m para o Limpopo e 900 m para a sub-
bacia do rio dos Elefantes. A bacia do Limpopo em Moçambique, faz parte da bacia
sedimentar da parte Sul do País, é limitada no extremo Oeste por riolitos e basaltos (Superior
do Karoo) da cadeia dos Libombos.

Importa ainda destacar que, no distrito de Inharrime sul de Inhambane, encontra-se a Bacia
de Inharrime. Possui uma área de 11850Km2 e um comprimento de 150Km

abrangendo total ou parcialmente os distritos de Panda, Zavala e Inharrime. Nasce na


província de Gaza e desagua na Lagoa Poelela em Inharrime.

Adicionalmente ainda nesta província, existe a Bacia de Mutamba. É um rio com uma área de
748Km2 e um comprimento de 65Km. Nasce perto da Lagoa Nhangela no distrito de
Inharrime, desenvolvendo-se de Oeste a Este e desagua na Baía de Inhambane.
Na região Nortenha de Inhambane, encontra-se a Bacia do Govuro. Com uma área de
11500Km2, é o mais importante rio da região Norte da Província de Inhambane. Nasce em
Mapinhane distrito de Vilankulo e desenvolve-se de Sul para Norte ao longo de mais de
150Km, percorrendo os distritos de Vilankulo e Inhassoro, desagua no Oceano Índico na
Região de Macovane.

Finalmente na regiao sul, encontra-se a Bacia de Inhanombe. Ocupa uma área de 443 Km2 e
um comprimento de 22.5 Km. Nasce em Manhenge no distrito de Massinga e desagua no
Oceano Índico em Pomene no mesmo distrito.

3.1.2.Regiões Centro e Norte

3.1.2.1.Zambeze e Rovuma

O destaque vai para a Bacia de Zambeze. Esta bacia hidrográfica do nasce em Kalene Hill
(Zâmbia) e desagua em Chinde-Oceano Índico (Moçambique). Ocupa uma área da bacia
1.390.000 km2 e um comprimento de 2.574 km

Contudo, esta é a mais partilhada na África Austral e está entre as quatro maiores bacias
hidrográficas de África, inclusive a dos rios Congo, Nilo e Níger. O Zambeze drena uma área de
quase 1.4 milhões de quilómetros quadrados,

estendendo-se por oito países membros, nomeadamente, Angola, Botswana, Malawi,


Moçambique, Namíbia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Adicionalmente a Zambeze, outra de destaque nesta região, é a Bacia de Rovuma. Esta bacia
cobre uma superfície total de cerca de 155 000 km2. A bacia é partilhada por três países,
nomeadamente, Moçambique, Tanzânia e Malawi. Com cerca de 65,39% (99,530 km2),
Moçambique detém a maior proporção da superfície da bacia, seguida de Tanzânia com
34,30% e por último Malawi com 0,31%.

Assim, com um caudal médio de 356 m3/s a bacia do Rovuma é considerada a segunda maior
bacia de Moçambique depois da bacia do Zambeze, que tem um caudal acima de (3 558
m3/seg). A bacia do Rovuma é também uma zona importante de captação de água de valor
crucial para a conservação da Biodiversidade.

Portanto, no território Moçambicano a bacia está administrativamente localizada na região


norte do Pais cobrindo parcialmente a Província de Cabo Delgado e e Província de Niassa.

Rovuma nasce próximo do Lago Niassa e desagua no oceano indico anordeste da província de
Cabo Delgado, com um total de 760 km de comprimento dos quais 650 km em Moçambique.
O Rovuma tem como tributários os rios Lugenda, Lucheringo, Messige e Chiulezi. o Rio
Lugenda é o afluente de maior expressão e que tem como tributários o Lautise, Luambala,
Luchimua e Lureco.

3.1.2.2. Outras bacias

Destaca-se ainda nesta região a Bacia de Montepuez. A bacia hidrográfica do rio Montepuez
faz fronteira com a bacia hidrográfica do rio Messalo a Norte, e pequenas bacias costeiras a
nordeste (Muagamula,

Sicoro-Lingula, Messingue e Necumbi), Lúrio, Megaruma, Muaguide e as bacias costeiras


(Tara-Quilite, Meapia e Ridi) a Sul.

Assim, os distritos que ocupam a maior parte do território da bacia são de Meluco, com mais
de 60%, seguido de Quissanga, com aproximadamente de 46%. A percentagem do território
pertencente ao distrito de Pemba Metuge pode ser depreciável, este distrito encontra-se no
interior da bacia e ocupa somente 3,2% do território.

Portanto, a bacia de Messalo tem uma área total de 24.436,6 km2. O rio nasce

no distrito de Maua, passando de seguida pelo distrito de Marrupa, ambos na Província de


Niassa, e depois passa para Província de Cabo Delgado, onde o curso principal faz a divisão
geográfica dos distritos de Balama e Montepuez, atravessando longitudinalmente este
último.
Copiado do Manual de Hidrologia, de Carmo Vaz.

É interessante reflectir no impacto que a natureza tem nos assuntos humanos e ainda na
relativa artificialidade da construção do que é Moçambique. Uma dessas manifestações pode
ser observada no conjunto de bacias hidrográficas – as zonas a partir das quais as chuvas vão
dar a um dado rio – que existem na geografia daquele País. São treze, sendo que uma só – a
do Rio Zambeze – é maior que todas as outras juntas, sendo que algumas, como a dos Rios
Zambeze e Limpopo, incluem vastos territórios que se situam fora do território de
Moçambique.

Mas não é apenas relevante a sua existência. Também tiveram um impacto tremendo os seus
comportamentos, de que destaco o ainda reltivamente pouco estudado período de trinta
anos entre 1810 e 1840, altura de secas terríveis que estiveram por detrás de episódios
alucinantes de migrações e de enorme violência entre os então habitantes da enorme região
situada entre a margem do Zambeze e o que é hoje a cidade sul-africana de Durban e os quais
tiveram um impacto que dura até aos nossos dias. Algumas crónicas referem este período
mencionando de passagem o que se estava a passar, sem no entanto gastarem muito tempo
nos detalhes. Mas esses detalhes não são diminutos e merecem um estudo mais
aprofundado. Até porque têm vindo e voltarão a ocorrer, certamente.

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