1Apresentação da obra

ENSINO MÉDIO

Manual do Professor

Filosofia
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Apresentação da obra 3

Conheça seu material 4

Fundamentação teórica 8

Avaliação da aprendizagem 9

Mapa de conteúdos 10

Orientações gerais 25
Capítulo 1 - Conhecimento 25
Capítulo 2 - Diálogos entre mito, Arte e Filosofia 30
Textos complementares 35
Gabarito da Parada complementar 35

Referências 36

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 Presidência: Mario Ghio Júnior
Direção de soluções educacionais: Camila Montero Vaz Cardoso
Direção executiva: Gustavo Alves da Silva
Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Direção pedagógica: Fabrício Vieira de Moraes
Autoria: Maria de Fátima Amorim
Gerência pedagógica: Aparecida Costa de Almeida
Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello e Tatiane Godoy
Edição: Paula Felix Palma
Revisão: Letícia Pieroni (coord.), Aline Cristina Vieira, Anna Clara
Razvickas, Carla Bertinato, Cesar G. Sacramento, Danielle Modesto,
Diego Carbone, Lilian M. Kumai, Maura Loria, Paula Rubia Baltazar,
Raquel A. Taveira, Rita de Cássia C. Queiroz, Shirley Figueiredo
Ayres, Tayra Alfonso e Thaise Rodrigues
Planejamento e controle de produção: Flávio Matuguma (ger.),
Felipe Messias e Juliana Batista (coord.), Ivinin Varela
Arte: André Gomes Vitale (ger.), Catherine Saori Ishihara (coord.) e
MRS Editorial (Edição de Arte e diagramação)
Iconografia e tratamento de imagem: André Gomes Vitale (ger.),
Claudia Bertolazzi, Denise Durand Kremer (coord.), Cristina Akisino ,
Daniel Cymbalista (pesquisa iconográfica) e Fernanda Crevin (tratamento de imagens)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Roberta Bento (ger.),
Jenis Oh (coord.), Liliane Rodrigues, Flávia Zambon e
Raísa Maris Reina (analistas de licenciamento)
Ilustrações: Luis Moura, MRS Editorial e R2 Editorial
Cartografia: Eric Fuzii (coord.) e Robson Rosendo da Rocha
Design: Erik Taketa (coord.) e Gustavo Vanini (projeto de capa e miolo)
Foto de capa: Fabio Colobini
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Amorim, Maria de Fátima

Formação Geral Básica : Ensino Médio : Filosofia :
Caderno 1 : Caderno do professor / Maria de Fátima Amorim. –
- 1. ed. -- São Paulo : SOMOS Sistemas de Ensino, 2020.
(Pitágoras)

ISBN 978-65-5741-175-9

1. Filosofia (Ensino Médio) I. Título II. Série

CDD 100
20-2566

AngŽlica Ilacqua - CRB-8/7057

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Avenida Paulista, 901, 6o andar – Bela Vista
São Paulo – SP – CEP 01310-200
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 Apresentação da obra
Caro professor,

No processo de planejamento e produção da Coleção, consideramos os desafios diários enfrentados nos am-
bientes escolares e, em especial, em sala de aula para implementação de práticas de ensino e de aprendizagens
significativas. Por isso, ela trata os conteúdos do Ensino Médio de uma forma diferenciada, por meio da aprendi-
zagem contextualizada e do ensino interdisciplinar, como preconizam os documentos oficiais curriculares mais re-
centes, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

A Coleção foi pensada para ser a porta de entrada dos estudantes no novo Ensino Médio e se organiza de ma-
neira a ser seu suporte ao longo das aulas e fazer parte do seu dia a dia.

Metodologicamente, o material busca aproximar os conceitos da prática cotidiana, por meio de uma sequência
didática que favorece os processos de ensino e aprendizagem, recorrendo às múltiplas formas de linguagem, além
de uma abordagem interdisciplinar, privilegiando o desenvolvimento das capacidades de estabelecer relações,
pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las, e, dessa forma, aprender, criar, formular, e promover
um elo com a vida prática e o projeto de vida de cada estudante. A Coleção propõe que os objetos de conhecimen-
to sejam ponte para indagações e para produção de saberes, além de uma fonte de autoconhecimento.

Acreditamos que esta Coleção pode ajudar os estudantes a compreender de forma mais ampla a realidade,
possibilitando que interfiram nela de maneira mais consciente e propositiva. Nesse sentido, cabe a você, profes-
sor, analisar a realidade de cada um dos alunos e as particularidades do ambiente no qual estão inseridos, bus-
cando trabalhar de maneira contextualizada à realidade deles.

Esperamos que seu cotidiano escolar seja enriquecido com esta contribuição.

Bom trabalho!

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 Conheça seu material
Este material está organizado da seguinte maneira:
Mapa de conteúdos
Caderno
1 1 – Conhecimento
2 – Diálogos
1 entre mito, arte e
filosofia
8 9
5P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 4
Fundamentação teórica
Segundo as orientações da Base Nacional Comum Curricular, a
“área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – integrada por Filo-
sofia, Geografia, História e Sociologia – propõe a ampliação e o apro-
fundamento das aprendizagens essenciais desenvolvidas no Ensino
Fundamental, sempre orientada para uma educação ética” (BNCC,
2018, p. 561). Partindo dessa premissa, a Filosofia no Ensino Médio
deverá ser integrada no contexto de uma atividade científica inter
e transdisciplinar, como componente que permeia todos os demais,
sem, contudo, perder sua especificidade e seu conteúdo próprio.
As reflexões contidas nesse documento a respeito das cate-
gorias espaço, tempo, indivíduo, natureza, sociedade, cultura e
ética, bem como de suas relações, marcam a constituição das
chamadas Ciências Humanas. Segundo o texto, “O esclarecimento
teórico dessas categorias tem como base a resposta à questão
que a tradição socrática, nas origens do pensamento grego, intro-
duziu: O que é o ser humano?” (BNCC, 2018, p. 565).
O ensino da Filosofia desempenha, essencialmente, o papel de
dialogar com a tradição do pensamento ocidental, possibilitando
ao aluno uma formação mais geral e não apenas especializada. A
Filosofia atua, assim, como reavaliação constante da própria tra-
dição, criando, pelo debate e pela construção conceitual, critérios
racionais que instrumentalizam o aluno na aquisição dos meios
para o exercício autônomo do pensar, possibilitando a aquisição
de conhecimentos ou saberes indispensáveis à vivência numa
sociedade democrática.
Portanto, o ensino da Filosofia como componente curricular
do Ensino Médio deve orientar-se pela formação de dois princi-
pais conjuntos de competências:
[…] espera-se que os jovens elaborem hipóteses e argumentos com
base na seleção e na sistematização de dados, obtidos em fontes con-
fiáveis e sólidas. A elaboração de uma hipótese é um passo impor-
tante tanto para a construção do diálogo como para a investigação
científica, pois coloca em prática a dúvida sistemática – entendida
como questionamento e autoquestionamento, conduta contrária à
crença em verdades absolutas.
BNCC, 2018, p. 562.
Por outro lado, o papel interdisciplinar da Filosofia se faz valer
de forma a integrar os conhecimentos abordados nos vários com-
ponentes curriculares, superando o tratamento fragmentado. Ou
seja, essa competência possibilita um tratamento interdisciplinar
desse componente curricular, conversando não apenas com as
Ciências Humanas, mas com componentes de todas as áreas do
saber e com a parte diversificada do currículo escolar:
Essa organização “não exclui necessariamente as disciplinas, com
suas especificidades e saberes próprios historicamente construídos,
mas, sim, implica o fortalecimento das relações entre elas e a sua
contextualização para apreensão e intervenção na realidade, reque-
rendo trabalho conjugado e cooperativo dos seus professores no pla-
nejamento e na execução dos planos de ensino (Parecer CNE/CP nº
11/2009)”. […] Essas competências específicas de área do Ensino
Médio também devem orientar a proposição e o detalhamento dos
itinerários formativos relativos a essas áreas.
BNCC, 2018, p. 470.
Avaliação da aprendizagem
Texto específico para cada componente curricular,
com propostas de avaliação alinhadas com as
características e os procedimentos específicos.
Capítulo Conteúdos trabalhados Habilidades BNCC
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e
• O conhecimento humano
culturais.
- Teeteto: o conhecimento vem
• EM13CHS104 – Analisar objetos da cultura material e imaterial
da alma
como suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que
• Sociedade do conhecimento
singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
- Conhecimento e sabedoria
• EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
- Formas de conhecer
iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de
• Filosofia: a busca da sabedoria
- Filosofar é iluminar
- Arte e Filosofia: sensibilidade e
razão
informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se
comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
- Arte como meio de conhecimento
e coletiva.
filosófico
• EM13CHS501 – Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e
o poder de decisão (vontade).
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e
culturais.
• EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e
• Mito: uma leitura de mundo
imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
- Espelho: o lago de Narciso
práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
• Mito e tradição
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
- Caos e cosmos: uma concepção
• EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
sacralizada de mundo
iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de
• A voz dos poetas
informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
- Homero: elogio aos heróis e suas
e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se
virtudes
comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos,
- Hesíodo: elogio ao trabalho e à
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
justiça
e coletiva.
- Diké e Hybris: entre a justiça e a
• EM13CHS202 – Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na
desmedida
estruturação e nas dinâmicas das sociedades contemporâneas
• Mito e filosofia: continuidade e
(fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações,
rupturas
de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas
• - O poder e atualidade do mito
decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
• EM13CHS203 – Contrapor os diversos significados de território,
fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes
sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas como
civilização/barbárie, nomadismo/ sedentarismo e cidade/campo,
entre outras.
Nesse contexto, reforçamos a importância das obras da tradi-
ção filosófica como norteadoras no ensino da Filosofia; o contato
com a tradição possibilita uma das competências mais impor-
tantes do aluno: trata-se da competência comunicativa, uma vez
que esse campo de estudo exige um uso argumentativo bastante
refinado da linguagem.
Além disso, o componente civil da formação do aluno ganha
uma grande contribuição dos estudos da Filosofia, uma vez que
a ética e a política são componentes da tradição filosófica. Essas
duas áreas do conhecimento filosófico possibilitam, ainda, que
se cumpra os seguintes objetivos enfatizados na BNCC, posto
que são duas ciências práticas que visam à ação virtuosa, seja do
ponto de vista do indivíduo, seja do ponto de vista da cidade, seja
ainda do ponto de vista cosmopolita:
O entrelaçamento entre questões sociais, culturais e indivíduos
permite aprofundar, no Ensino Médio, a discussão sobre a ética. […] A
ética pressupõe a compreensão da importância dos direitos humanos e
de se aderir a eles de forma ativa no cotidiano, a identificação do bem
comum e o estímulo ao respeito e ao acolhimento às diferenças entre
pessoas e povos, tendo em vista a promoção do convívio social e o res-
peito universal às pessoas, ao bem público e à coletividade.
BNCC, 2018, p. 567.
[...] o estudo das categorias Política e Trabalho no Ensino Médio
deve permitir aos estudantes compreender e analisar a diversidade
de papéis dos múltiplos sujeitos e seus mecanismos de atuação e
identificar os projetos políticos e econômicos em disputa nas diferen-
tes sociedades. No tratamento dessas categorias no Ensino Médio, a
heterogeneidade de visões de mundo e a convivência com as diferen-
ças favorecem o desenvolvimento da sensibilidade, da autocrítica e
da criatividade, nas situações da vida, em geral, e nas produções esco-
lares, em particular. Essa ampliação da visão de mundo dos estudan-
tes resulta em ganhos éticos relacionados à autonomia das decisões
e ao comprometimento com valores como liberdade, justiça social,
pluralidade, solidariedade e sustentabilidade.
BNCC, 2018, p. 89.
A formação global do aluno do Ensino Médio ganha, assim,
uma grande contribuição nos estudos da Filosofia, que podem
formar não apenas um intelecto bem polido, mas, sobretudo, a
capacidade de fazer relações entre o exercício da crítica filosó-
fica e da cidadania, dentro de uma tradição que vem discutindo
exaustivamente o problema dos direitos humanos.
Considerando essas orientações e questões apontadas pela
BNCC, os cadernos desta coleção priorizaram como eixo temático
a História da Filosofia e seus principais temas selecionados de
cada período – Antigo, Medieval, Moderno e Contemporâneo –,
enfatizando as seguintes competências sugeridas pelo documen-
to: a construção de hipóteses e argumentação, a interdisciplina-
ridade e a formação ética e política. Parte-se do pressuposto que
a abordagem pela História da Filosofia permite uma visão bem
dimensionada do período e dos seus principais filósofos, poden-
do estimular a criatividade e o interesse pela Filosofia.
Apesar da opção pela abordagem histórica, o professor de Filo-
sofia não deve reduzir os conteúdos filosóficos exclusivamente aos
conteúdos tradicionais de sua disciplina, mas contextualizá-los,
incluindo em seu programa os temas transversais para que con-
temple a realidade escolar e o processo de formação dos alunos.
A Filosofia deve contribuir diretamente para a compreensão da
Caderno Capítulo
2 – Diálogos
entre mito, arte e
1
filosofia
(continuação)
1 – Os filósofos da
2
natureza
Fundamentação teórica
Texto de fundamentação teórico-metodológica
contemplando as especificidades do ensino
e da aprendizagem do componente curricular e
estabelecendo articulações com as Diretrizes
Curriculares Nacionais e a Base Nacional
Comum Curricular do Ensino Médio.
Conteúdos trabalhados
• A busca pela harmonia
• Da cosmogonia à cosmologia
- Physis: uma visão de mundo
• Tales de Mileto: o princípio é a agua
- Pitágoras de Samos: tudo é
número
• Heráclito e Parmênides: ser ou
não ser
realidade que os cerca, considerando seus hábitos, suas manias, pontualidade na entrega das atividades, as leituras, os filmes, os
suas tendências, o que eles assistem na TV, que tipo de música ou- seminários, as avaliações escritas, a construção de um projeto. O
Filosofia
vem, como se vestem, subtemas que permeiam todos os grandes importante é que todo o processo de aprendizagem seja acom-
temas tratados no caderno. Da mesma forma, as diversas aborda- panhado passo a passo e valorizado pelo professor, mostrando
gens da disciplina e os temas do cotidiano do aluno não podem ao aluno que a avaliação é um processo, não se reduzindo a uma
abandonar os conteúdos filosóficos. prova escrita no final de uma etapa de ensino.
Trata-se de permitir ao aluno que seja capaz de conhecer, A avaliação ideal é promover atividades que oportunizem o de-
analisar, explicar e criticar as ideologias e o senso comum, colo- bate com a participação dos alunos, permitindo-lhes desenvolver
cando em questão suas evidências, suas contradições, avalian- a arte do compromisso, da retórica e do diálogo. O que se espera
do posições em confronto e formando opiniões, fundamentadas do aluno é que ele seja capaz de tomar posições e defendê-las, no
numa multiplicidade de saberes científicos. nível conceitual, apresentando argumentos consistentes e funda-
mentados nos conteúdos, sendo, inclusive, capaz de mudar sua
posição de acordo com a argumentação que o momento exija.
Avaliação da aprendizagem É desejável que a avaliação escrita seja constante, acompa-
O processo de avaliação deve considerar dois critérios fun- nhando cada etapa da construção do conhecimento; não precisa
damentais: o conteúdo conceitual, que se refere ao domínio dos ser uma longa prova: pode ser uma questão apenas, mas que exi-
conceitos fundamentais da disciplina, e o conteúdo formal, ou
seja, a forma como o aluno apresenta suas ideias, podendo ser
escrita e oral. O importante é que o professor esteja consciente
ja o pensar e dar forma às ideias. Outra tarefa importante como
avaliação é aprender a ler os textos filosóficos em suas especifici-
dades, começando com a interpretação de pequenos trechos, res-
peitando o ritmo de aprendizagem do aluno, até que ele consiga
de que o aluno está em processo de aprendizagem. Isso é fun-
damental para que ele adapte seus objetivos ao seu público, se familiarizar com os textos originais – pois não são nada fáceis –,
sabendo medir e equilibrar seu nível de exigência, oferecendo as
condições adequadas para que os processos de ensino e apren-
dizagem se desenvolvam com eficiência.
podendo, gradativamente, avançar por si mesmo. Deve-se explorar
a capacidade reflexiva do educando, levando-o a interpretar esses
trechos da obra filosófica original contextualizada ao seu cotidiano
Nas avaliações é importante que sejam priorizados conteúdos e à atualidade, facilitando sua compreensão.
pontuais e essenciais sobre os temas estudados. Procure filtrar Outra questão importante é que as avaliações de Filosofia
os conteúdos, separando e mostrando ao aluno o que é relevante não aconteçam à margem do processo da escola, devendo marcar
e orientando os seus estudos em vez de despejar uma quantida- sua presença como componente curricular em todo planejamen-
de de informações que os alunos não conseguem filtrar, apreen- to e calendário de avaliação. A Filosofia como componente cur-
der, compreender e aprender, gerando péssimos resultados. Ao ricular é jovem no atual cenário educacional, sendo necessário
mesmo tempo, é muito importante que o aluno perceba a serie- que ganhe visibilidade e credibilidade, devendo, para isso, ser
dade na abordagem dos temas filosóficos pelo professor, tendo a tratada no mesmo nível de importância das outras disciplinas.
oportunidade e estímulos necessários para valorizar e admirar os Com isso em mente, participe com questões nos simulados, nas
conteúdos estudados. Para isso, é vital que ele perceba que está recuperações, nas provas finais, com um número de questões di-
sendo acompanhado por seu professor durante todo o processo, ferenciado, é claro, condizente com a sua pequena carga horária.
gerando compromisso na realização das atividades propostas. Sem dúvida alguma, o elemento mais importante para o su-
O que esperamos da avaliação é que ela seja capaz de orien- cesso dessa proposta será a presença, o talento, o entusiasmo e
tar e estimular o aluno a construir conceitos e não apenas repro- a habilidade do professor na condução do processo de aprendi-
duzi-los. Qualquer atividade que leve a essa meta pode e deve zagem e na produção das atividades por parte do aluno.
ser utilizada e priorizada como avaliação do aluno, desde a sua
participação em debates, as falas oportunas durante as aulas, a Bom trabalho.
Habilidades BNCC
Filosofia
• EM13CHS204 – Comparar e avaliar os processos de ocupação do
Mapa de conteúdos
espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras,
identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e
culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais)
e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a
diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas,
políticas e tecnológicas.
Tabela apresentando os conteúdos e
• EM13CHS303 – Debater e avaliar o papel da indústria cultural e
das culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos
econômicos e socioambientais, com vistas a uma percepção crítica
das necessidades criadas pelo consumo.
• EM13CHS404 – Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho
em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos
e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens e as gerações
futuras, levando em consideração, na atualidade, as transformações
as habilidades da BNCC relacionadas
técnicas, tecnológicas e informacionais.
• EM13CHS501 – Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e
o poder de decisão (vontade).
a cada capítulo.
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos,
geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
• EM13CHS104 – Analisar objetos da cultura material e imaterial
como suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que
singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS105 – Identificar, contextualizar e criticar as tipologias
evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras)
e as oposições dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza,
civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.),
explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos
sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.
• EM13CHS304 – Analisar os impactos socioambientais decorrentes de
práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos,
discutindo as origens dessas práticas, e selecionar aquelas que
respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o
consumo responsável.
08/09/20 08:04

Orientações gerais
Os conceitos compõem os fundamentos do filosofar. Es-
ses conceitos são criados ou pela tradição do pensamento fi-
losófico, ou em constante diálogo com a tradição, tornando o
estudo dessa essencial, em qualquer ensino de filosofia. Se a
Orientações gerais
filosofia consiste na experiência de produzir conceitos, torna-se
fundamental que o professor procure mediar o processo, ins-
trumentalizando o aluno para que ele não apenas reproduza,
mas realize, ele mesmo, a experiência do pensamento. Compete-
-lhe orientar o processo de desenvolvimento das habilidades
do aluno por meio dos conteúdos, dando-lhe condições para
aprender a aprender, respeitando as situações de aprendiza-
Orientações metodológicas e
gens diferenciadas e estimulando a articulação entre saberes
e competências.
A organização dos conteúdos desta coleção, estruturados em
consonância com as competências e as habilidades da Base Na-
cional Comum Curricular, segue uma estrutura de ensino visando
conceituais acerca da temática e de
à formação geral do aluno do Ensino Médio, a partir de um co-
nhecimento elaborado e crítico. Os grandes eixos temáticos que
compõem a disciplina Filosofia, na organização dos conteúdos de
ensino, são: História da Filosofia, Teoria do Conhecimento, Esté-
tica, Filosofia da Cultura, Ética e Liberdade. A partir dessa organi-
zação, os temas que estruturam esse componente curricular são
sua progressão didática.
os seguintes: conhecimento, verdade, cultura, política, liberdade,
poder, justiça e arte.
Perante essa proposta curricular, o ensino parte de um pro-
blema teoricamente justificado pela tradição filosófica. Feita essa
observação, salienta-se a necessidade da contextualização da dis-
ciplina, uma vez que os objetivos e as necessidades que fazem da
Filosofia presente no Ensino Médio não podem ser satisfeitos ape-
nas com um desenvolvimento intelectual ou erudito. Assim, muito
mais do que transmitir informações, é preciso compreender que
ensinar é, sobretudo, ensinar a pensar e, para tanto, apenas este
pressuposto de que partiremos da História da Filosofia para se en-
sinar Filosofia é insuficiente. Aprender a pensar exige um gosto pelo
que se pensa. Nesse sentido, a contextualização do ensino conduz a
uma construção (ou reconstrução) dos conceitos da Filosofia, e não
simplesmente à sua transmissão informativa e reprodutiva.
O Caderno é composto de unidades temáticas, englobando e
debatendo as questões da tradição, contextualizadas ao cotidiano
e à atualidade. O espaço para debate foi acentuado como questão
fundamental do exercício filosófico, que precisa ser renovado e
estimulado constantemente na sala de aula, como forma de extra-
polação e aprofundamento dos temas, promovendo o desenvolvi-
mento, no aluno, de habilidades como refletir, argumentar, ouvir o
outro, visando à construção de um pensamento coletivo articulado
e consistente.
Os temas trabalhados no Caderno 1 são questões filosóficas
referentes ao contexto cultural da tradição ocidental no período
que antecede o nascimento da Filosofia. O tema norteador desse
processo é a construção do conhecimento a partir da relação ser
humano e mundo, de ocupação, dependência e desvelamento de
significados, sugerindo a importância de alargar a visão antropo-
cêntrica, marcada pelo indivíduo como centro do conhecimento,
que transmite segurança e possui forte apelo às emoções e afeti-
vidade humanas. Daí a sua importância como apelo publicitário,
na atualidade.
Aponte o problema implícito nisso. Essa exposição do mito e
da obra de arte pela mídia desloca-os de seu contexto original ge-
rando más interpretações. A utilização estereotipada dos mitos e
Textos
heróis retira deles o seu caráter originalmente contestatório, reve-
lador da verdade, promovendo um processo de desmitologização
e empobrecimento do símbolo. Isso significa que, nesse processo,
os aspectos originais do símbolo são abandonados e, pior, são
descaracterizados, para serem direcionados a um objetivo fora
dele, no caso, o consumo. Nessa apropriação da cultura popular
pela mídia, os mitos, a obra de arte e seus significados originais
complementares
são banalizados, sobrepostos pelo imediatismo da mensagem do
marketing. Nesse contexto, essas formas de conhecimento, arte
e mito, que possuem um papel libertador, de movimento, de ati-
vidade, são utilizadas para promover a passividade do indivíduo,
estimulando-o ao aspecto meramente contemplativo, uma vez
que a intenção é fazer dele um consumidor.
Conclua, destacando a ocorrência de um fenômeno interes-
Indicação de leituras extras
sante e contraditório na sociedade contemporânea: a inesgotável
oferta de prazer e a aquisição de bens pelo consumo não saciam
o desejo humano; aumentando, paralelamente a isso, uma valori-
zação do mistério, do mítico e da religiosidade em busca daquela
receita mágica que ajude o indivíduo a compreender e construir a
para o professor.
tão sonhada vida boa num universo ordenado, harmonioso e justo.
O esquema a seguir pode servir como recurso facilitador  O esquema a seguir pode servir como recurso facilitador
do ciclo.
Mito/
X X
Origem
Ocultação/ Hábito/
Alienação Cotidiano
Uso/ Ocultação
Estereótipos do ser
Mídia
Proponha a resolução da questão 4 da Parada obrigatória.
A questão aponta como característica marcante no processo da
passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, a con-
tribuição das narrativas mítico-religiosas como conhecimento
prático e fundamental na organização das sociedades, dos va-
lores fundantes da vida cotidiana da época, esclarecendo que,
embora não sejam uma forma de conhecimento racionalizado,
não podem ser consideradas como meras fantasias.
Atividades indicadas para casa
• Parada complementar: 6 e 7
• Teste seu conhecimento: 7
Referências
Bibliografia impressa
e digital utilizada pelo
autor para a elaboração
do Caderno do Aluno e do
Manual do Professor.
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com vistas à abertura para outras relações que considerem a to-
talidade como um sistema integrado e tendente ao equilíbrio. Fir-
Filosofia
mada essa reflexão, desloca-se para o conhecimento mítico, uma
forma de alegoria construída pelas sociedades tradicionais na
tentativa de ordenar o cosmos, dando-lhe um sentido. Ligado às
tradições desses povos, o mito traduz a sua primeira compreensão
de mundo. O nascimento da Filosofia provoca uma ruptura nessa
concepção de pensamento, ao fazer da razão (em grego, logos), e
não mais do mito (mythos), o fundamento de sua compreensão
e interpretação dos fenômenos, criando uma nova concepção de
ciência e de pensamento.
Os temas e os contextos são articulados por meio de inter-
venções da arte, alinhando os conteúdos, traduzidos com leveza
e beleza, tornando a aprendizagem mais prazerosa e significa-
tiva. O conteúdo programático exige grande capacidade de abs-
tração, concentração, análise, pré-requisitos e diálogo com
outras disciplinas.
Explore os recursos disponibilizados na coleção, apresenta-
dos por diferentes formas de linguagem, ampliando as possibi-
lidades de compreensão desse contexto histórico extraordinário.
Reforce a importância dessa produção intelectual como funda-
mento da História das Ideias produzidas nas épocas posteriores
até a atualidade. No final do caderno, são sugeridas algumas
leituras fundamentais sobre o ensino da Filosofia, nos mol-
des desta coleção, que serviram de base para a produção dos
cadernos, podendo ser úteis na elaboração do seu processo
de ensino.
Sequência didática sugerida
Número de aulas sugerido para o Caderno: 8 (1 aula/semana)
Capítulo 1: Conhecimento
Número de aulas sugerido para o capítulo: 4
No cotidiano, a realidade nos aparece como algo pronto, fa-
miliar e rotineiro. Apesar dessa realidade aparentemente normal
e familiar, ocorre algo extraordinário porque funda o mundo, que
é o processo de produção do conhecimento. Esse processo se
dá pela relação ser humano e mundo, que se determinam numa
relação complexa de ocupação, dependência e desvelamento de
significados. Tudo o que está incluído no mundo, cada pessoa,
cada instrumento e o uso que fazemos deles se constitui numa
complexa rede de relações articuladas e significativas, sendo im-
possível pensar ser humano e mundo, como coisas em separado,
como substâncias distintas. Nesse contexto, o mundo não pode
ser reduzido apenas a um espaço geométrico, determinado pelo
conjunto de elementos físicos e espaciais, sem relação entre si
e sem significado, apreendido por um sujeito que o pensa e o
determina. O objeto participa do processo de conhecimento. Daí
a importância de alargar a visão antropocêntrica, marcada pelo
indivíduo como centro do conhecimento, com vistas à abertura
para uma relação de conhecimento que considere a totalidade
como um sistema integrado e tendente ao equilíbrio.
23
Textos complementares
Corpo e Imagem: algumas notas sobre os espelhos. XXI Encon-
Filosofia
tro Anual da Compós, Universidade Federal de Juiz de Fora, 12 a
15 de junho de 2012. Disponível em: <www.compos.org.br/data/
biblioteca_1913.pdf>. Acesso em: mar. 2020.
Gabarito da Parada complementar
Capítulo 1
1. A obra de arte provoca o pensar para além do hábito, de-
sencobrindo aquilo que estava encoberto e revelando o
ser do objeto. A obra de arte funda o mundo, abrindo es-
paço para que as coisas do cotidiano apareçam na sua
origem. Esse caráter inquietante da arte, no processo de
ocultação e desocultação da essência do ser e seu sur-
gimento como verdade (aletheia, como denominavam os
gregos), é o tema que interessa à Filosofia.
2. a.
3. a) O dogmatismo é uma forma de pensamento doutrinário
e irracional, uma vez que impossibilita o questionamen-
to e a reflexão. Essa forma de pensar influencia a políti-
ca, promovendo governos autoritários, conservadores e
ditatoriais, invalidando qualquer forma questionamento,
através de um sistema de censura e repressão àqueles
que ousarem questionar os dogmas, em busca de uma
interpretação coerente e racional do mundo.
b) O senso comum é um “pré-conceito”, uma opinião ir-
refletida, desprovida de julgamento. São crenças sub-
jetivas, conhecimentos que recebemos da experiência
de uma pessoa ou de um grupo social, não podendo
ser comprovado. A ciência, ao contrário, pretende esta-
belecer um conhecimento geral a partir de experimen-
tos que podem ser comprovados. A ciência se difere
do senso comum pelo método objetivo e rigoroso de
investigação e análise, independentemente de prefe-
rências individuais.
4. O conteúdo da charge refere-se ao relativismo, uma for-
ma de interpretação da realidade que sugere que tudo é
relativo, ou seja, descarta a possibilidade de uma verdade
absoluta, neutra e universal, sendo a percepção de deter-
minado fenômeno condicionada à realidade de cada indi-
víduo. Assim, toda a verdade é relativa à opinião, cultura
ou sociedade sendo o bem e o mal relativo a cada visão.
Por um lado, o relativismo limita o dogmatismo e o mono-
pólio da verdade. Por outro lado, o perigo dessa atitude
é levar as pessoas à omissão. Cada pessoa se conforma
à realidade como é apresentada, sem questionamentos,
desistindo de buscar a verdade e outros argumentos. Tudo
é permitido. Nesse caso, o argumento do relativismo não
se sustenta, é contraditório, pois ele mesmo afirma a não
existência da verdade como uma verdade absoluta, recor-
rendo ao dogmatismo que ele critica.
33
5. b.
6. b.
7. 01; 04; 16.
8. d.
Capítulo 2
1. a) Na obra de René Magritte, os reflexos do homem e do
livro no espelho são tratados de forma diversa, cau-
sando desconforto e estranheza na sua contemplação
e provocando inquietação e reflexão. O duplo no espe-
lho consiste na contradição entre aparência e essência.
O espelho se limita a reproduzir a aparência, mas não
pode projetar a essência, que lhe é inatingível, sendo,
no caso, uma reprodução proibida. Portanto, ela não é
real, é preciso não se limitar a essa aparência, ir além
daquilo que se esconde.
b) O mito e o espelho refletem o indivíduo. Mas, enquanto
o espelho alcança apenas a aparência, o mito reflete a
essência, a natureza primordial, gerando um conflito
interno, uma crise de identidade, provocando o pensar
e revelando as sombras, que o indivíduo não querer
reconhecer.
2. c. Alternativa falsa: Ao contrário de racional e realista, ele
sente temor diante do espelho: “Temi-os, desde meni-
no, por instintiva suspeita.”, “Sendo talvez meu medo a
revivescência de impressões atávicas?”
34
Orientações gerais
Os conceitos compõem os fundamentos do filosofar. Es-
ses conceitos são criados ou pela tradição do pensamento fi-
losófico, ou em constante diálogo com a tradição, tornando o
estudo dessa essencial, em qualquer ensino de filosofia. Se a
filosofia consiste na experiência de produzir conceitos, torna-se
fundamental que o professor procure mediar o processo, ins-
trumentalizando o aluno para que ele não apenas reproduza,
mas realize, ele mesmo, a experiência do pensamento. Compete-
-lhe orientar o processo de desenvolvimento das habilidades
do aluno por meio dos conteúdos, dando-lhe condições para
aprender a aprender, respeitando as situações de aprendiza-
gens diferenciadas e estimulando a articulação entre saberes
e competências.
A organização dos conteúdos desta coleção, estruturados em
consonância com as competências e as habilidades da Base Na-
cional Comum Curricular, segue uma estrutura de ensino visando
à formação geral do aluno do Ensino Médio, a partir de um co-
nhecimento elaborado e crítico. Os grandes eixos temáticos que
compõem a disciplina Filosofia, na organização dos conteúdos de
ensino, são: História da Filosofia, Teoria do Conhecimento, Esté-
tica, Filosofia da Cultura, Ética e Liberdade. A partir dessa organi-
zação, os temas que estruturam esse componente curricular são
os seguintes: conhecimento, verdade, cultura, política, liberdade,
poder, justiça e arte.
Perante essa proposta curricular, o ensino parte de um pro-
blema teoricamente justificado pela tradição filosófica. Feita essa
observação, salienta-se a necessidade da contextualização da dis-
ciplina, uma vez que os objetivos e as necessidades que fazem da
Filosofia presente no Ensino Médio não podem ser satisfeitos ape-
nas com um desenvolvimento intelectual ou erudito. Assim, muito
mais do que transmitir informações, é preciso compreender que
ensinar é, sobretudo, ensinar a pensar e, para tanto, apenas este
pressuposto de que partiremos da História da Filosofia para se en-
sinar Filosofia é insuficiente. Aprender a pensar exige um gosto pelo
que se pensa. Nesse sentido, a contextualização do ensino conduz a
uma construção (ou reconstrução) dos conceitos da Filosofia, e não
simplesmente à sua transmissão informativa e reprodutiva.
O Caderno é composto de unidades temáticas, englobando e
debatendo as questões da tradição, contextualizadas ao cotidiano
e à atualidade. O espaço para debate foi acentuado como questão
fundamental do exercício filosófico, que precisa ser renovado e
estimulado constantemente na sala de aula, como forma de extra-
polação e aprofundamento dos temas, promovendo o desenvolvi-
mento, no aluno, de habilidades como refletir, argumentar, ouvir o
outro, visando à construção de um pensamento coletivo articulado
e consistente.
Os temas trabalhados no Caderno 1 são questões filosóficas
referentes ao contexto cultural da tradição ocidental no período
que antecede o nascimento da Filosofia. O tema norteador desse
processo é a construção do conhecimento a partir da relação ser
humano e mundo, de ocupação, dependência e desvelamento de
significados, sugerindo a importância de alargar a visão antropo-
cêntrica, marcada pelo indivíduo como centro do conhecimento,
que transmite segurança e possui forte apelo às emoções e afeti-
vidade humanas. Daí a sua importância como apelo publicitário,
na atualidade.
Aponte o problema implícito nisso. Essa exposição do mito e
da obra de arte pela mídia desloca-os de seu contexto original ge-
rando más interpretações. A utilização estereotipada dos mitos e
heróis retira deles o seu caráter originalmente contestatório, reve-
lador da verdade, promovendo um processo de desmitologização
e empobrecimento do símbolo. Isso significa que, nesse processo,
os aspectos originais do símbolo são abandonados e, pior, são
descaracterizados, para serem direcionados a um objetivo fora
dele, no caso, o consumo. Nessa apropriação da cultura popular
pela mídia, os mitos, a obra de arte e seus significados originais
são banalizados, sobrepostos pelo imediatismo da mensagem do
marketing. Nesse contexto, essas formas de conhecimento, arte
e mito, que possuem um papel libertador, de movimento, de ati-
vidade, são utilizadas para promover a passividade do indivíduo,
estimulando-o ao aspecto meramente contemplativo, uma vez
que a intenção é fazer dele um consumidor.
Conclua, destacando a ocorrência de um fenômeno interes-
sante e contraditório na sociedade contemporânea: a inesgotável
oferta de prazer e a aquisição de bens pelo consumo não saciam
o desejo humano; aumentando, paralelamente a isso, uma valori-
zação do mistério, do mítico e da religiosidade em busca daquela
receita mágica que ajude o indivíduo a compreender e construir a
tão sonhada vida boa num universo ordenado, harmonioso e justo.
do ciclo.
Mito/
Origem
Ocultação/ Hábito/
Alienação Cotidiano
Uso/ Ocultação
Estereótipos do ser
Mídia
Proponha a resolução da questão 4 da Parada obrigatória.
A questão aponta como característica marcante no processo da
passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, a con-
tribuição das narrativas mítico-religiosas como conhecimento
prático e fundamental na organização das sociedades, dos va-
lores fundantes da vida cotidiana da época, esclarecendo que,
embora não sejam uma forma de conhecimento racionalizado,
não podem ser consideradas como meras fantasias.
Atividades indicadas para casa
• Parada complementar: 6 e 7
• Teste seu conhecimento: 7
3. d.
4. e.
5. c.
6. d.
7. b.
Referências
BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao pensar: o ser, o conhecimento
e a linguagem. Petrópolis: Vozes, 2006.
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. Trad. Rogério Fernandes.
Lisboa: Edição Livros do Brasil, 1975.
FERRY, Luc. A sabedoria dos mitos gregos: aprender a viver II.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. Disponível em <www.academia.
edu/36568226/A _Sabedoria_dos_Mitos_Gregos_-_Ferry_Luc>.
Acesso em: mar. 2020.
HEIDEGGER, M. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da
Silva e Manuel Antônio. São Paulo: Edições 70, 2010.
JAEGER, W. Paidéia: a formação do homem grego. Trad. Artur M.
Parreira. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
PLATÃO. Teeteto. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2007.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. São Paulo:
Paulus, 2006. (Coleção História da Filosofia)
SAVATER, Fernando. As perguntas da vida. São Paulo: Martins
Fontes, 2001.
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e religião na Grécia Antiga. São Paulo:
WMF Martins Fontes, 2006
WILDE, Oscar. Poema em prosa. Trad. Possidónio Cachapa. Lisboa:
Cavalo de Ferro, 2002.
com vistas à abertura para outras relações que considerem a to-
talidade como um sistema integrado e tendente ao equilíbrio. Fir-
Filosofia
mada essa reflexão, desloca-se para o conhecimento mítico, uma
forma de alegoria construída pelas sociedades tradicionais na
tentativa de ordenar o cosmos, dando-lhe um sentido. Ligado às
tradições desses povos, o mito traduz a sua primeira compreensão
de mundo. O nascimento da Filosofia provoca uma ruptura nessa
concepção de pensamento, ao fazer da razão (em grego, logos), e
não mais do mito (mythos), o fundamento de sua compreensão
e interpretação dos fenômenos, criando uma nova concepção de
ciência e de pensamento.
Os temas e os contextos são articulados por meio de inter-
Sequência didática
venções da arte, alinhando os conteúdos, traduzidos com leveza
e beleza, tornando a aprendizagem mais prazerosa e significa-
tiva. O conteúdo programático exige grande capacidade de abs-
tração, concentração, análise, pré-requisitos e diálogo com
outras disciplinas.
Explore os recursos disponibilizados na coleção, apresenta-
sugerida
dos por diferentes formas de linguagem, ampliando as possibi-
lidades de compreensão desse contexto histórico extraordinário.
Reforce a importância dessa produção intelectual como funda-
mento da História das Ideias produzidas nas épocas posteriores
até a atualidade. No final do caderno, são sugeridas algumas
leituras fundamentais sobre o ensino da Filosofia, nos mol-
des desta coleção, que serviram de base para a produção dos
Orientações didáticas para o
cadernos, podendo ser úteis na elaboração do seu processo
de ensino.
Sequência didática sugerida
desenvolvimento da aula articuladas
Número de aulas sugerido para o Caderno: 8 (1 aula/semana)
Capítulo 1: Conhecimento
Número de aulas sugerido para o capítulo: 4
com as habilidades específicas do
No cotidiano, a realidade nos aparece como algo pronto, fa-
miliar e rotineiro. Apesar dessa realidade aparentemente normal
e familiar, ocorre algo extraordinário porque funda o mundo, que
é o processo de produção do conhecimento. Esse processo se
dá pela relação ser humano e mundo, que se determinam numa
tema do capítulo. As sugestões
relação complexa de ocupação, dependência e desvelamento de
significados. Tudo o que está incluído no mundo, cada pessoa,
cada instrumento e o uso que fazemos deles se constitui numa
complexa rede de relações articuladas e significativas, sendo im-
possível pensar ser humano e mundo, como coisas em separado,
de trabalho dão suporte para o
como substâncias distintas. Nesse contexto, o mundo não pode
ser reduzido apenas a um espaço geométrico, determinado pelo
conjunto de elementos físicos e espaciais, sem relação entre si
e sem significado, apreendido por um sujeito que o pensa e o
determina. O objeto participa do processo de conhecimento. Daí
planejamento aula a aula.
a importância de alargar a visão antropocêntrica, marcada pelo
indivíduo como centro do conhecimento, com vistas à abertura
para uma relação de conhecimento que considere a totalidade
como um sistema integrado e tendente ao equilíbrio.
23
Textos complementares
Corpo e Imagem: algumas notas sobre os espelhos. XXI Encon-
Filosofia
tro Anual da Compós, Universidade Federal de Juiz de Fora, 12 a
15 de junho de 2012. Disponível em: <www.compos.org.br/data/
biblioteca_1913.pdf>. Acesso em: mar. 2020.
Gabarito da Parada
Gabarito da Parada complementar
Capítulo 1
1. A obra de arte provoca o pensar para além do hábito, de-
sencobrindo aquilo que estava encoberto e revelando o
complementar
ser do objeto. A obra de arte funda o mundo, abrindo es-
paço para que as coisas do cotidiano apareçam na sua
origem. Esse caráter inquietante da arte, no processo de
ocultação e desocultação da essência do ser e seu sur-
gimento como verdade (aletheia, como denominavam os
gregos), é o tema que interessa à Filosofia.
Respostas esperadas para
2. a.
3. a) O dogmatismo é uma forma de pensamento doutrinário
e irracional, uma vez que impossibilita o questionamen-
to e a reflexão. Essa forma de pensar influencia a políti-
ca, promovendo governos autoritários, conservadores e
as atividades propostas no
ditatoriais, invalidando qualquer forma questionamento,
através de um sistema de censura e repressão àqueles
que ousarem questionar os dogmas, em busca de uma
interpretação coerente e racional do mundo.
b) O senso comum é um “pré-conceito”, uma opinião ir-
Caderno do Aluno.
refletida, desprovida de julgamento. São crenças sub-
jetivas, conhecimentos que recebemos da experiência
de uma pessoa ou de um grupo social, não podendo
ser comprovado. A ciência, ao contrário, pretende esta-
belecer um conhecimento geral a partir de experimen-
tos que podem ser comprovados. A ciência se difere
do senso comum pelo método objetivo e rigoroso de
investigação e análise, independentemente de prefe-
rências individuais.
4. O conteúdo da charge refere-se ao relativismo, uma for-
ma de interpretação da realidade que sugere que tudo é
relativo, ou seja, descarta a possibilidade de uma verdade
absoluta, neutra e universal, sendo a percepção de deter-
minado fenômeno condicionada à realidade de cada indi-
víduo. Assim, toda a verdade é relativa à opinião, cultura
ou sociedade sendo o bem e o mal relativo a cada visão.
Por um lado, o relativismo limita o dogmatismo e o mono-
pólio da verdade. Por outro lado, o perigo dessa atitude
é levar as pessoas à omissão. Cada pessoa se conforma
à realidade como é apresentada, sem questionamentos,
desistindo de buscar a verdade e outros argumentos. Tudo
é permitido. Nesse caso, o argumento do relativismo não
se sustenta, é contraditório, pois ele mesmo afirma a não
existência da verdade como uma verdade absoluta, recor-
rendo ao dogmatismo que ele critica.
33
08/09/20 08:04
 Competências e habilidades da BNCC
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1
Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e
posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e
tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.
(EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas ex-
pressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas
e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais,
ambientais e culturais.
(EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográfi-
cas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais
(etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimen-
to etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narra-
tivas que contemplem outros agentes e discursos.
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos re-
lativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemo-
Habilidades
lógicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas
(expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e
geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
(EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo
a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a iden-
tidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no
espaço.
(EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas (popu-
lações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições dicotômicas (cidade/
campo, cultura/ natureza, civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/virtual
etc.), explicitando suas ambiguidades.
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes
gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crí-
tica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as esco-
lares, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2
Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante
a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel
geopolítico dos Estados-nações.
(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das merca-
dorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e
a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais,
políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e
posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações
entre eles.
(EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas
dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos populacionais,
financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem
como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas
e culturais.
(EM13CHS203) Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial,
Habilidades
temporal e cultural) em diferentes sociedades, contextualizando e relativizando
visões dualistas (civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/
obscurantismo, cidade/campo, entre outras).
(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a for-
mação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel de di-
ferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacionais e
organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos
e externos), a diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas,
políticas e tecnológicas.
(EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimen-
sões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo
contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis.
(EM13CHS206) Analisar a ocupação humana e a produção do espaço em diferentes
tempos, aplicando os princípios de localização, distribuição, ordem, extensão,
conexão, arranjos, casualidade, entre outros que contribuem para o raciocínio
geográfico
5P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 6
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3
Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades
com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e so-
cioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a
consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional,
nacional e global.
(EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produ-
ção, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e
rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômicas, e elaborar
e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade socioam-
biental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável.
(EM13CHS302) Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e socioam-
bientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às ativi-
dades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de análise, considerando
o modo de vida das populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e
demais comunidades tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o compromis-
so com a sustentabilidade.
Habilidades
(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de
massa no estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e socioambientais,
com vistas à percepção crítica das necessidades criadas pelo consumo e à adoção
de hábitos sustentáveis.
(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de
instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as origens
dessas práticas, selecionando, incorporando e promovendo aquelas que favoreçam
a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.
(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organis-
mos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização ambiental e
dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais
sustentáveis.
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes mo-
delos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da susten-
tabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas
da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros).
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 4
Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, contextos e
culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação
das sociedades.
(EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes
sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas,
tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo,
em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
(EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em
Habilidades
diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos de estratificação
e desigualdade socioeconômica.
(EM13CHS403) Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnoló-
gicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, promo-
vendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e da
violação dos Direitos Humanos.
(EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em dife-
rentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre
as gerações, em especial, os jovens, levando em consideração, na atualidade, as
transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.
08/09/20 08:04
 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 5
Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando
princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.
(EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e
espaços, identificando processos que contribuem para a formação de sujeitos éti-
cos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a
convivência democrática e a solidariedade.
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condu-
tas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito,
Habilidades
intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Huma-
nos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.
(EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológi-
ca etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus
significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanis-
mos para combatê-las, com base em argumentos éticos.
(EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das
transformações culturais, sociais, históricas, científicas e tecnológicas no mundo
contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos,
grupos sociais, sociedades e culturas.
5P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 7
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 6
Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
(EM13CHS601) Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos,
sociais e culturais dos povos indígenas e das populações afrodescendentes (in-
cluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a história das
Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem
social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades
étnico-raciais no país.
(EM13CHS602) Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do auto-
ritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira e
latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as
formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia,
da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos
humanos na sociedade atual.
(EM13CHS603) Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de suas
Habilidades
experiências políticas e de exercício da cidadania, aplicando conceitos políticos
básicos (Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.).
(EM13CHS604) Discutir o papel dos organismos internacionais no contexto mun-
dial, com vistas à elaboração de uma visão crítica sobre seus limites e suas formas
de atuação nos países, considerando os aspectos positivos e negativos dessa
atuação para as populações locais.
(EM13CHS605) Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, recor-
rendo às noções de justiça, igualdade e fraternidade, identificar os progressos e
entraves à concretização desses direitos nas diversas sociedades contemporâneas
e promover ações concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos
em diferentes espaços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de
cada indivíduo.
(EM13CHS606) Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira
– com base na análise de documentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes
fontes – e propor medidas para enfrentar os problemas identificados e construir
uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de
seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e
a empatia.
08/09/20 08:04

Fundamentação teórica
Segundo as orientações da Base Nacional Comum Curricular, a
“área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – integrada por Filo-
sofia, Geografia, História e Sociologia – propõe a ampliação e o apro-
fundamento das aprendizagens essenciais desenvolvidas no Ensino
Fundamental, sempre orientada para uma educação ética” (BNCC,
2018, p. 561). Partindo dessa premissa, a Filosofia no Ensino Médio
deverá ser integrada no contexto de uma atividade científica inter
e transdisciplinar, como componente que permeia todos os demais,
sem, contudo, perder sua especificidade e seu conteúdo próprio.
As reflexões contidas nesse documento a respeito das cate-
gorias espaço, tempo, indivíduo, natureza, sociedade, cultura e
ética, bem como de suas relações, marcam a constituição das
chamadas Ciências Humanas. Segundo o texto, “O esclarecimento
teórico dessas categorias tem como base a resposta à questão
que a tradição socrática, nas origens do pensamento grego, intro-
duziu: O que é o ser humano?” (BNCC, 2018, p. 565).
O ensino da Filosofia desempenha, essencialmente, o papel de
dialogar com a tradição do pensamento ocidental, possibilitando
ao aluno uma formação mais geral e não apenas especializada. A
Filosofia atua, assim, como reavaliação constante da própria tra-
dição, criando, pelo debate e pela construção conceitual, critérios
racionais que instrumentalizam o aluno na aquisição dos meios
para o exercício autônomo do pensar, possibilitando a aquisição
de conhecimentos ou saberes indispensáveis à vivência numa
sociedade democrática.
Portanto, o ensino da Filosofia como componente curricular
do Ensino Médio deve orientar-se pela formação de dois princi-
pais conjuntos de competências:
[…] espera-se que os jovens elaborem hipóteses e argumentos com
base na seleção e na sistematização de dados, obtidos em fontes con-
fiáveis e sólidas. A elaboração de uma hipótese é um passo impor-
tante tanto para a construção do diálogo como para a investigação
científica, pois coloca em prática a dúvida sistemática – entendida
como questionamento e autoquestionamento, conduta contrária à
crença em verdades absolutas.
BNCC, 2018, p. 562.
Por outro lado, o papel interdisciplinar da Filosofia se faz valer
de forma a integrar os conhecimentos abordados nos vários com-
ponentes curriculares, superando o tratamento fragmentado. Ou
seja, essa competência possibilita um tratamento interdisciplinar
desse componente curricular, conversando não apenas com as
Ciências Humanas, mas com componentes de todas as áreas do
saber e com a parte diversificada do currículo escolar:
Essa organização “não exclui necessariamente as disciplinas, com
suas especificidades e saberes próprios historicamente construídos,
mas, sim, implica o fortalecimento das relações entre elas e a sua
contextualização para apreensão e intervenção na realidade, reque-
rendo trabalho conjugado e cooperativo dos seus professores no pla-
nejamento e na execução dos planos de ensino (Parecer CNE/CP nº
11/2009)”. […] Essas competências específicas de área do Ensino
Médio também devem orientar a proposição e o detalhamento dos
itinerários formativos relativos a essas áreas.
BNCC, 2018, p. 470.
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Nesse contexto, reforçamos a importância das obras da tradi-
ção filosófica como norteadoras no ensino da Filosofia; o contato
com a tradição possibilita uma das competências mais impor-
tantes do aluno: trata-se da competência comunicativa, uma vez
que esse campo de estudo exige um uso argumentativo bastante
refinado da linguagem.
Além disso, o componente civil da formação do aluno ganha
uma grande contribuição dos estudos da Filosofia, uma vez que
a ética e a política são componentes da tradição filosófica. Essas
duas áreas do conhecimento filosófico possibilitam, ainda, que
se cumpra os seguintes objetivos enfatizados na BNCC, posto
que são duas ciências práticas que visam à ação virtuosa, seja do
ponto de vista do indivíduo, seja do ponto de vista da cidade, seja
ainda do ponto de vista cosmopolita:
O entrelaçamento entre questões sociais, culturais e indivíduos
permite aprofundar, no Ensino Médio, a discussão sobre a ética. […] A
ética pressupõe a compreensão da importância dos direitos humanos e
de se aderir a eles de forma ativa no cotidiano, a identificação do bem
comum e o estímulo ao respeito e ao acolhimento às diferenças entre
pessoas e povos, tendo em vista a promoção do convívio social e o res-
peito universal às pessoas, ao bem público e à coletividade.
BNCC, 2018, p. 567.
[...] o estudo das categorias Política e Trabalho no Ensino Médio
deve permitir aos estudantes compreender e analisar a diversidade
de papéis dos múltiplos sujeitos e seus mecanismos de atuação e
identificar os projetos políticos e econômicos em disputa nas diferen-
tes sociedades. No tratamento dessas categorias no Ensino Médio, a
heterogeneidade de visões de mundo e a convivência com as diferen-
ças favorecem o desenvolvimento da sensibilidade, da autocrítica e
da criatividade, nas situações da vida, em geral, e nas produções esco-
lares, em particular. Essa ampliação da visão de mundo dos estudan-
tes resulta em ganhos éticos relacionados à autonomia das decisões
e ao comprometimento com valores como liberdade, justiça social,
pluralidade, solidariedade e sustentabilidade.
BNCC, 2018, p. 89.
A formação global do aluno do Ensino Médio ganha, assim,
uma grande contribuição nos estudos da Filosofia, que podem
formar não apenas um intelecto bem polido, mas, sobretudo, a
capacidade de fazer relações entre o exercício da crítica filosó-
fica e da cidadania, dentro de uma tradição que vem discutindo
exaustivamente o problema dos direitos humanos.
Considerando essas orientações e questões apontadas pela
BNCC, os cadernos desta coleção priorizaram como eixo temático
a História da Filosofia e seus principais temas selecionados de
cada período – Antigo, Medieval, Moderno e Contemporâneo –,
enfatizando as seguintes competências sugeridas pelo documen-
to: a construção de hipóteses e argumentação, a interdisciplina-
ridade e a formação ética e política. Parte-se do pressuposto que
a abordagem pela História da Filosofia permite uma visão bem
dimensionada do período e dos seus principais filósofos, poden-
do estimular a criatividade e o interesse pela Filosofia.
Apesar da opção pela abordagem histórica, o professor de Filo-
sofia não deve reduzir os conteúdos filosóficos exclusivamente aos
conteúdos tradicionais de sua disciplina, mas contextualizá-los,
incluindo em seu programa os temas transversais para que con-
temple a realidade escolar e o processo de formação dos alunos.
A Filosofia deve contribuir diretamente para a compreensão da
08/09/20 08:04
 realidade que os cerca, considerando seus hábitos, suas manias,
suas tendências, o que eles assistem na TV, que tipo de música ou-
vem, como se vestem, subtemas que permeiam todos os grandes
temas tratados no caderno. Da mesma forma, as diversas aborda-
gens da disciplina e os temas do cotidiano do aluno não podem
abandonar os conteúdos filosóficos.
Trata-se de permitir ao aluno que seja capaz de conhecer,
analisar, explicar e criticar as ideologias e o senso comum, colo-
cando em questão suas evidências, suas contradições, avalian-
do posições em confronto e formando opiniões, fundamentadas
numa multiplicidade de saberes científicos.
Avaliação da aprendizagem
O processo de avaliação deve considerar dois critérios fun-
damentais: o conteúdo conceitual, que se refere ao domínio dos
conceitos fundamentais da disciplina, e o conteúdo formal, ou
seja, a forma como o aluno apresenta suas ideias, podendo ser
escrita e oral. O importante é que o professor esteja consciente
de que o aluno está em processo de aprendizagem. Isso é fun-
damental para que ele adapte seus objetivos ao seu público,
sabendo medir e equilibrar seu nível de exigência, oferecendo as
condições adequadas para que os processos de ensino e apren-
dizagem se desenvolvam com eficiência.
Nas avaliações é importante que sejam priorizados conteúdos
pontuais e essenciais sobre os temas estudados. Procure filtrar
os conteúdos, separando e mostrando ao aluno o que é relevante
e orientando os seus estudos em vez de despejar uma quantida-
de de informações que os alunos não conseguem filtrar, apreen-
der, compreender e aprender, gerando péssimos resultados. Ao
mesmo tempo, é muito importante que o aluno perceba a serie-
dade na abordagem dos temas filosóficos pelo professor, tendo a
oportunidade e estímulos necessários para valorizar e admirar os
conteúdos estudados. Para isso, é vital que ele perceba que está
sendo acompanhado por seu professor durante todo o processo,
gerando compromisso na realização das atividades propostas.
O que esperamos da avaliação é que ela seja capaz de orien-
tar e estimular o aluno a construir conceitos e não apenas repro-
duzi-los. Qualquer atividade que leve a essa meta pode e deve
ser utilizada e priorizada como avaliação do aluno, desde a sua
participação em debates, as falas oportunas durante as aulas, a
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pontualidade na entrega das atividades, as leituras, os filmes, os
seminários, as avaliações escritas, a construção de um projeto. O
Filosofia
importante é que todo o processo de aprendizagem seja acom-
panhado passo a passo e valorizado pelo professor, mostrando
ao aluno que a avaliação é um processo, não se reduzindo a uma
prova escrita no final de uma etapa de ensino.
A avaliação ideal é promover atividades que oportunizem o de-
bate com a participação dos alunos, permitindo-lhes desenvolver
a arte do compromisso, da retórica e do diálogo. O que se espera
do aluno é que ele seja capaz de tomar posições e defendê-las, no
nível conceitual, apresentando argumentos consistentes e funda-
mentados nos conteúdos, sendo, inclusive, capaz de mudar sua
posição de acordo com a argumentação que o momento exija.
É desejável que a avaliação escrita seja constante, acompa-
nhando cada etapa da construção do conhecimento; não precisa
ser uma longa prova: pode ser uma questão apenas, mas que exi-
ja o pensar e dar forma às ideias. Outra tarefa importante como
avaliação é aprender a ler os textos filosóficos em suas especifici-
dades, começando com a interpretação de pequenos trechos, res-
peitando o ritmo de aprendizagem do aluno, até que ele consiga
se familiarizar com os textos originais – pois não são nada fáceis –,
podendo, gradativamente, avançar por si mesmo. Deve-se explorar
a capacidade reflexiva do educando, levando-o a interpretar esses
trechos da obra filosófica original contextualizada ao seu cotidiano
e à atualidade, facilitando sua compreensão.
Outra questão importante é que as avaliações de Filosofia
não aconteçam à margem do processo da escola, devendo marcar
sua presença como componente curricular em todo planejamen-
to e calendário de avaliação. A Filosofia como componente cur-
ricular é jovem no atual cenário educacional, sendo necessário
que ganhe visibilidade e credibilidade, devendo, para isso, ser
tratada no mesmo nível de importância das outras disciplinas.
Com isso em mente, participe com questões nos simulados, nas
recuperações, nas provas finais, com um número de questões di-
ferenciado, é claro, condizente com a sua pequena carga horária.
Sem dúvida alguma, o elemento mais importante para o su-
cesso dessa proposta será a presença, o talento, o entusiasmo e
a habilidade do professor na condução do processo de aprendi-
zagem e na produção das atividades por parte do aluno.
Bom trabalho.
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 Mapa de conteúdos
Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados
• O conhecimento humano
- Teeteto: o conhecimento vem
da alma
• Sociedade do conhecimento
- Conhecimento e sabedoria
1 1 – Conhecimento - Formas de conhecer
• Filosofia e sabedoria
- Filosofar é indagar
• Arte e Filosofia: pensamento e
sentimento
- Filosofia com Arte
• Mito: uma concepção de mundo
- Espelho: o lago de Narciso
• Mito e tradição
- Caos e cosmos: uma concepção
sacralizada de mundo
• A voz dos poetas
2 – Diálogos
- Homero: elogio aos heróis e suas
1 entre mito, Arte e
virtudes
Filosofia
- Hesíodo: elogio ao trabalho e à
justiça
- Diké e Hybris: entre a justiça e a
desmedida
• Rupturas entre mito e Filosofia
- Atualidade do mito
10
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Habilidades BNCC
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e
culturais.
• EM13CHS104 – Analisar objetos da cultura material e imaterial
como suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que
singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de
informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se
comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
e coletiva.
• EM13CHS501 – Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e
o poder de decisão (vontade).
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e
culturais.
• EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e
imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de
informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se
comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
e coletiva.
• EM13CHS202 – Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na
estruturação e nas dinâmicas das sociedades contemporâneas
(fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações,
de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas
decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
• EM13CHS203 – Contrapor os diversos significados de território,
fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes
sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas como
civilização/barbárie, nomadismo/ sedentarismo e cidade/campo,
entre outras.
08/09/20 08:04
 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados Habilidades BNCC

Filosofia
• EM13CHS204 – Comparar e avaliar os processos de ocupação do
espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras,
identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e
culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais)
e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a
diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas,
2 – Diálogos
políticas e tecnológicas.
entre mito, Arte e
1 • EM13CHS303 – Debater e avaliar o papel da indústria cultural e
Filosofia
das culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos
(continuação)
econômicos e socioambientais, com vistas a uma percepção crítica
das necessidades criadas pelo consumo.
• EM13CHS501 – Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e
o poder de decisão (vontade).

• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes

• Qual é o princípio de tudo?
• Da cosmogonia à cosmologia
- Physis: uma visão de mundo
• Os primeiros filósofos gregos
1 – Os filósofos da - Tales de Mileto: o princípio é água
2
natureza - Pitágoras de Samos: tudo é
número
• Ser ou não ser?
- Heráclito e Parmênides. Tudo muda
ou tudo permanece?
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos,
geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
• EM13CHS104 – Analisar objetos da cultura material e imaterial
como suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que
singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS105 – Identificar, contextualizar e criticar as tipologias
evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras)
e as oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/natureza,
civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.),
explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos
sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.
• EM13CHS304 – Analisar os impactos socioambientais decorrentes de
práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos,
discutindo as origens dessas práticas, e selecionar aquelas que
respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o
consumo responsável.

11

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 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados
• O plano do humano no centro do
conhecimento
- A pólis grega e a formação do
cidadão
• O teatro como fruto da pólis
- Tragédia: a face teatral da época
em transição
2 – Antiguidade - O herói trágico: a liberdade como
2
Clássica condição humana
• Catarse: o teatro como espelho da
alma
- Ética: a dimensão humana do
herói trágico
• Sofística: a arte da prática política
- Mas, afinal, quem eram os
sofistas?
• O homem é a sua alma
- Metáforas socráticas
- A virtude pode ser ensinada?
• O conhecimento como um parto
- O método socrático: a maiêutica
e a ironia
1 – Sócrates: - Sócrates e os sofistas
3 um cidadão em • Conhece-te a ti mesmo
Atenas - Filosofia do autoconhecimento: o
cuidar de si e dos outros
- Sócrates e as três peneiras
• Por que Sócrates foi condenado?
- A cidadania antiga
- Por que se deve obedecer às
Leis?
12
5P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 12
Habilidades BNCC
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos,
geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
• EM13CHS103 – Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas,
textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos,
gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
• EM13CHS104 – Analisar objetos da cultura material e imaterial
como suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que
singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS204 – Comparar e avaliar os processos de ocupação do
espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras,
identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e
culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais)
e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a
diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas,
políticas e tecnológicas.
• EM13CHS501 – Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia
e o poder de decisão (vontade).
• EM13CHS603 – Compreender e aplicar conceitos políticos básicos
(Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.)
na análise da formação de diferentes países, povos e nações e de suas
experiências políticas.
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos,
geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
• EM13CHS103 – Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas,
textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos,
gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
• EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes
culturas, tempos e espaços, identificando processos que
contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a
liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a
convivência democrática e a solidariedade.
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 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados
• O filosofar platônico
- Conhecer é lembrar
- A concepção dualista de ser
humano
- Os diálogos e a dialética
- O amor platônico
• O conhecimento
- Teoria das ideias: o mundo
2 – Platão: em
sensível e o inteligível
busca do bem,
3 - Alegoria da Caverna
do belo e da
• A República
verdade
- A concepção de justiça
- A cidade ideal
• Reflexões platônicas
- Arte: imitação da aparência
sensível
- Retórica: a persuasão sem
conhecimento
- O belo, o bem e o divino
• O animal político
- O justo-meio entre os extremos
• O papel da razão
- Do mundo da experiência ao
1 – Aristóteles:
conceito
4 sabedoria e
- Metafísica: o estudo do ser
felicidade
• Ética e felicidade: o papel da razão
- As virtudes morais e intelectuais
• Poética e retórica
- A silogística
• • Crise no mundo antigo
- Da vida pública à vida privada
• A cultura do Helenismo
- Universalismo e individualismo
• Escolas filosóficas
2 – Antiguidade - Ceticismo: tudo passa
4 tardia grega e - Cinismo: o desapego dos bens
romana materiais
• Epicurismo: o filósofo dos jardins
- Estoicismo: as regras da ordem
natural
- Neoplatonismo: releitura mística
do pensamento platônico
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Habilidades BNCC
Filosofia
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais.
• EM13CHS203 – Comparar os significados de território, fronteiras
e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades,
contextualizando e relativizando visões dualistas (civilização/
barbárie, nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/
obscurantismo, cidade/campo, entre outras).
• EM13CHS501 – Compreender e analisar os fundamentos da ética
• em diferentes culturas, identificando processos que contribuem
para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a
autonomia e o poder de decisão (vontade).
• EM13CHS603 – Analisar a formação de diferentes países, povos e
nações e de suas experiências políticas e de exercício da cidadania,
aplicando conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas,
sistemas e regimes de governo, soberania etc.).
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais.
• EM13CHS103 – Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
de dados e informações de diversas naturezas (expressões
artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e
geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
• EM13CHS501 – Compreender e analisar os fundamentos da ética
em diferentes culturas, identificando processos que contribuem
para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a
autonomia e o poder de decisão (vontade).
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais.
• EM13CHS103 – Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
de dados e informações de diversas naturezas (expressões
artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e
geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
• EM13CHS603 – Analisar a formação de diferentes países, povos e
nações e de suas experiências políticas e de exercício da cidadania,
aplicando conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas,
sistemas e regimes de governo, soberania etc.).
13
08/09/20 19:05
 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados
• Cultura: entre o real e o imaginário
- Espaço e tempo medieval
• Mudança cultural e espiritual
- Mensagem de amor à
humanidade
1 – Filosofia
5 • Patrística: conciliação com o
medieval
pensamento greco-romano
- Crer para compreender
• Escolástica: síntese entre razão e
revelação
- Lei de Deus e Lei humana
• O olhar do outro na formação das
mentalidades
• Uma nova concepção de natureza,
de ser humano e de mundo
- Renascimento e Filosofia
- Humanismo e racionalismo
2– - Ciência e arte: racionalismo e
5 Renascimento geometrização dos espaços
cultural • Renascimento e Ciência
• - A dessacralização da natureza
• Renascimento e política
- Maquiavel: sobre a conquista e a
manutenção do poder
- Uma concepção racional de
justiça
14
5P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 14
Habilidades BNCC
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais.
• EM13CHS104 – Analisar objetos da cultura material e imaterial
como suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que
singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS501 – Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e
o poder de decisão (vontade).
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais.
• EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e
imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS105 – Identificar, contextualizar e criticar as tipologias
evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras)
e as oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/natureza,
civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.),
explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos
sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.
• EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
iconográfica e de diferentes gêneros textuais e as tecnologias
digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares)
para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
na vida pessoal e coletiva.
• EM13CHS203 – Contrapor os diversos significados de território,
fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes
sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas como
civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo e cidade/campo,
entre outras.
• EM13CHS204 – Comparar e avaliar os processos de ocupação do
espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras,
identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e
culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais)
e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a
diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas,
políticas e tecnológicas.
• EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes
culturas, tempos e espaços, identificando processos que contribuem
para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a
cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência
democrática e a solidariedade.
08/09/20 08:04
 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados
• Barroco, os fragmentos de uma
história
- Barroco e transição
- Carpe Diem
• Desdobramentos da arte barroca
1 – Do mundo
- Rococó: o Barroco modificado
6 fechado ao
• Uma Revolução na Ciência
Universo infinito
- As lições de anatomia
- Copérnico e o heliocentrismo
• A matematização da natureza
- O significado filosófico da obra
de Isaac Newton
• Uma transformação científica e
filosófica
- A Ciência é experimental
- A separação humano e natureza
• Empirismo e Racionalismo
- Francis Bacon e o utilitarismo do
conhecimento
- René Descartes: a descoberta da
2 – Uma
subjetividade
6 revolução no
• Novas formas de pensar para um
pensamento
mundo em transformação
- Blaise Pascal: a solidão dos
espaços infinitos
- David Hume: o hábito como guia
da vida humana
• Crise do pensamento metafísico
- Immanuel Kant: o despertar do
sono dogmático
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Habilidades BNCC
Filosofia
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos,
geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
• EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e
imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de
informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se
comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
e coletiva.
• EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas,
científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus
desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos
sociais, sociedades e culturas.
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais.
• EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e
imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de
informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se
comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.
• EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes
culturas, tempos e espaços, identificando processos que
contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a
liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a
convivência democrática e a solidariedade.
• EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas,
científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus
desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos
sociais, sociedades e culturas.
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 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados Habilidades BNCC

• EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e

iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de
informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
• Iluminismo e Filosofia
e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se
- Uma mudança de paradigmas
comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos,
- O triunfo da razão
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
- Época de luzes e trevas
e coletiva.
• Um pensamento revolucionário
• EM13CHS201 – Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações,
- Conhecimento: a crença no poder
das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque
da razão
para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos,
• O projeto político iluminista
em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos
1 – Iluminismo: - O liberalismo
e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
7 a fé na razão e - Contratualismo
relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.
na técnica - Princípios do direito político:
• EM13CHS602 – Identificar e caracterizar a presença do
jusnaturalismo, contrato social e
paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na
soberania
sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos
• A moral iluminista
ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as formas de
- Fundamentos norteadores: razão,
organização e de articulação das sociedades em defesa da
indivíduo e universalismo
autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia,
- A moral kantiana
da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual.
- Igualdade e liberdade: teoria e
• EM13CHS603 – Analisar a formação de diferentes países, povos e
prática
nações e de suas experiências políticas e de exercício da cidadania,
aplicando conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas,
sistemas e regimes de governo, soberania etc.).

• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes

e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais.
• EM13CHS103 – Elaborar hipóteses, selecionar evidências e
compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos,
sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na
• A visão da Arte como expressão do
sistematização de dados e informações de diversas naturezas
mundo burguês
(expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos
- Romantismo: elogio ao indivíduo
históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais,
e à sensibilidade
entre outros).
• Friedrich Hegel e o idealismo
• EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
- A Filosofia da história
2 – Filosofia iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de
7 • Karl Marx e o materialismo
contemporânea informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
histórico
e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se
- Da Filosofia da história à história
comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos,
como processo
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
• Positivismo: ordem e progresso pessoal e coletiva.
- A razão e a Ciência em direção ao
• EM13CHS403 – Caracterizar e analisar processos próprios da
desenvolvimento do humano
contemporaneidade, com ênfase nas transformações tecnológicas
e das relações sociais e de trabalho, para propor ações que visem à
superação de situações de opressão e violação dos Direitos Humanos.
• EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas,
científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus
desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos
sociais, sociedades e culturas.

16

6P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 16 08/09/20 19:05

 Caderno
1 – Crítica à
8 - A subjetividade não é o ponto de
consciência
2 – Crítica à
8 - Karl Popper: a teoria da
Ciência
6P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 17
Capítulo Conteúdos trabalhados Habilidades BNCC
Filosofia
• EM13CHS103 – Elaborar hipóteses, selecionar evidências e
compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos,
sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na
sistematização de dados e informações de diversas naturezas
(expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos
• Um outro olhar: a razão e a
históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais,
consciência no espelho
entre outros).
- O realismo e a ressignificação da
• EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
cultura
iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de
• As estruturas lógicas da
informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
consciência
e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se
- Charles Darwin: o evolucionismo
comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos,
e sua consequência moral
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
• As mentiras da consciência pessoal e coletiva.
• EM13CHS402 – Analisar e comparar indicadores de emprego,
partida
trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e tempos,
- Karl Marx e a questão da
associando-os a processos de estratificação e desigualdade
ideologia
socioeconômica.
• Friedrich Nietzsche e a crítica da
• EM13CHS403 – Caracterizar e analisar os impactos das
moral
transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho
- Uma volta ao trágico da
próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à
existência
superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação
- Sigmund Freud e o inconsciente
dos Direitos Humanos.
- O mal-estar na cultura
• EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes
culturas, tempos e espaços, identificando processos que
contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a
liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a
convivência democrática e a solidariedade.
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais
• O olhar da Arte: as vanguardas
e culturais.
europeias
• EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
- A mente inconsciente como fonte
iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de
de inspiração
informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
• Razão filosófica e razão científica
e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se
- Filosofia e Ciência
comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos,
• A demarcação na Ciência
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.
falseabilidade
• EM13CHS206 – Analisar a ocupação humana e a produção
- Thomas Kuhn: a teoria dos
do espaço em diferentes tempos, aplicando os princípios de
paradigmas
localização, distribuição, ordem, extensão, conexão, arranjos,
- Edgar Morin: o retorno do sujeito
casualidade, entre outros que contribuem para o raciocínio
• Considerações sobre neutralidade
geográfico.
e objetividade científica
• EM13CHS306 – Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de
- Ciência e valores
diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais
e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental
do planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e
agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros).
17
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 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados Habilidades BNCC

• EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes

culturas, tempos e espaços, identificando processos que
contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a
liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a
2 – Crítica
convivência democrática e a solidariedade.
8 à Ciência
• EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
(continuação)
decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas,
científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus
desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos
sociais, sociedades e culturas.

• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes

e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos,
geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
• EM13CHS104 – Analisar objetos da cultura material e imaterial
como suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que
singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS105 – Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas
• Respeitável público!
(populações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições
- Teoria Crítica: a Escola de
dicotômicas (cidade/campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros,
Frankfurt
razão/emoção, material/virtual etc.), explicitando suas ambiguidades.
• O Iluminismo e a exaltação da
• EM13CHS301 – Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos
razão
de produção, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles,
- A crise da razão: o problema da
áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes características
autonomia
socioeconômicas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que
• Da racionalidade emancipatória à
promovam a sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição
1 – Crítica à razão instrumentalizada
9 sistêmica e o consumo responsável.
razão iluminista - Max Horkheimer: o sentido ético
• EM13CHS302 – Analisar e avaliar criticamente os impactos
da razão
econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à
- Walter Benjamin: a obra de arte e
exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em
sua reprodutibilidade técnica
diferentes ambientes e escalas de análise, considerando o modo de
• Transformação da cultura em
vida das populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e
mercadoria
demais comunidades tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o
- Indústria cultural e sociedade de
compromisso com a sustentabilidade.
consumo
• EM13CHS303 – Debater e avaliar o papel da indústria cultural
- Um moderno espelho de Narciso
e das culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus
impactos econômicos e socioambientais, com vistas à percepção
crítica das necessidades criadas pelo consumo e à adoção de
hábitos sustentáveis.
• EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
decorrentes das transformações científicas e tecnológicas no
mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos
valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.

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 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados Habilidades BNCC

Filosofia
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais.
• EM13CHS104 – Analisar objetos da cultura material e imaterial
como suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que
singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS205 – Analisar a produção de diferentes territorialidades
em suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e
• Tudo que é sólido desmancha sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para
no ar as culturas juvenis.
- Sísifo: uma metáfora da vida • EM13CHS304 – Analisar os impactos socioambientais decorrentes de
moderna práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos,
• Existencialismo: o despertar do discutindo as origens dessas práticas, selecionando, incorporando
sonho mecanicista e promovendo aquelas que favoreçam a consciência e a ética
2 – Filosofia da - O existencialismo é uma ação socioambiental e o consumo responsável.
9
existência • Jean-Paul Sartre: existência e • EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes
essência culturas, tempos e espaços, identificando processos que
- A liberdade como condenação contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a
• Martim Heidegger: a pergunta pelo liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a
ser convivência democrática e a solidariedade.
- Dasein: a angústia como • EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
possibilidade decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas,
científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus
desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos
sociais, sociedades e culturas.
• EM13CHS602 – Identificar e caracterizar a presença do
paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na
sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos
ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as formas de
organização e de articulação das sociedades em defesa da
autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia,
da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual.

• A “massa” é ninguém: sem forma e • EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
sem vontade e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
• Século XIX: crise institucional e compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
moral históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e
- O problema ético culturais.
• Ortega y Gasset: o surgimento do • EM13CHS102 – Identificar, analisar e discutir as circunstâncias
homem-massa históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e
1 – A sociedade
10 - O eu e a circunstância culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução,
de massa
- Razão físico-matemática e razão modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando
vital histórica criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas
- As massas e o totalitarismo que contemplem outros agentes e discursos.
• Hannah Arendt: a banalidade • EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e
do mal imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
- A urgência de pensar além do práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
conhecimento diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.

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 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados Habilidades BNCC

• EM13CHS203 – Comparar os significados de território, fronteiras

e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades,
contextualizando e relativizando visões dualistas (civilização/
barbárie, nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/
obscurantismo, cidade/campo, entre outras).
• EM13CHS303 – Debater e avaliar o papel da indústria cultural e
das culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos
econômicos e socioambientais, com vistas à percepção crítica
das necessidades criadas pelo consumo e à adoção de hábitos
1 – A sociedade
sustentáveis.
10 de massa
• EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes
(c0ntinuação)
culturas, tempos e espaços, identificando processos que
contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a
liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a
convivência democrática e a solidariedade.
• EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas,
científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus
desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos
sociais, sociedades e culturas.

• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes

• Tolerância: entre a moral e a política
• Hannah Arendt: poder é “agir em
concerto”
- O poder como ação e condição
humana de pluralidade
• Michel Foucault: poder como
relações de forças
2 – As faces do
10 - O panoptismo: uma rede de
poder
poderes interligados
- Sociedade de controle: sorria,
você está sendo filmado
• Vazio da tradição e crise da
autoridade
- Pensamento único e
ressignificação do poder
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos,
geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
• EM13CHS303 – Debater e avaliar o papel da indústria cultural
e das culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus
impactos econômicos e socioambientais, com vistas à percepção
crítica das necessidades criadas pelo consumo e à adoção de
hábitos sustentáveis.
• EM13CHS403 – Caracterizar e analisar os impactos das transformações
tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da
contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação
das desigualdades sociais, da opressão e da violação dos
Direitos Humanos.
• EM13CHS404 – Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho
em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos
e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens, levando em
consideração, na atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas
e informacionais.
• EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes
culturas, tempos e espaços, identificando processos que contribuem
para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a
cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência
democrática e a solidariedade.
• EM13CHS502 – Analisar situações da vida cotidiana, estilos de
vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando
formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação,
e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a
solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.

20

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 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados Habilidades BNCC

Filosofia
• EM13CHS503 – Identificar diversas formas de violência (física,
simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais,
psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e
culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com
base em argumentos éticos.
• EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
2 – As faces do
decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas,
10 poder
científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus
(continuação)
desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos
sociais, sociedades e culturas.
• EM13CHS603 – Analisar a formação de diferentes países, povos e
nações e de suas experiências políticas e de exercício da cidadania,
aplicando conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas,
sistemas e regimes de governo, soberania etc.).

• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes

e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos,
• • Torres de Babel geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
- A linguagem como sistemas de • EM13CHS103 – Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
convivência argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
• A linguagem distingue o humano ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
- Pensamento e linguagem de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas,
1 – A linguagem • A linguagem como abertura para a textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos,
11 como morada realidade gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
do ser - Fonte de sensações e intenções • EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e
significativas imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
• A linguagem na era da tecnologia e práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
da informação diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
- Outros sujeitos e novas • EM13CHS105 – Identificar, contextualizar e criticar tipologias
possibilidades evolutivas (populações nômades e sedentárias, entre outras)
e oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/natureza,
civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/virtual etc.),
explicitando suas ambiguidades.

• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes

e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
• Lições da tradição compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos,
- Democracia dos antigos geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.

• Democracia dos modernos • EM13CHS102 – Identificar, analisar e discutir as circunstâncias

- Reflexões sobre igualdade e históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e
culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução,
liberdade
2 – Democracia: modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando
11 • A reinvenção da democracia
texto e contexto criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas
- Soberania e razões de Estado que contemplem outros agentes e discursos.
• Hannah Arendt: o direito a ter • EM13CHS103 – Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
direitos argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
- Norberto Bobbio: os desafios ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
da cidadania de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas,
textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos,
gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).

21

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 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados Habilidades BNCC

• EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e

imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS203 – Comparar os significados de território, fronteiras
e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades,
contextualizando e relativizando visões dualistas (civilização/
barbárie, nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/
obscurantismo, cidade/campo, entre outras).
• EM13CHS204 – Comparar e avaliar os processos de ocupação do
espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras,
identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e
culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais)
e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a
diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas,
políticas e tecnológicas.
• EM13CHS501 – Compreender e analisar os fundamentos da ética
em diferentes culturas, identificando processos que contribuem
para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a
autonomia e o poder de decisão (vontade).
• EM13CHS502 – Analisar situações da vida cotidiana, estilos de
vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando
2 – Democracia: formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação,
11 texto e contexto e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a
(c0ntinuação) solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.
• EM13CHS601 – Relacionar as demandas políticas, sociais
e culturais de indígenas e afrodescendentes no Brasil
contemporâneo aos processos históricos das Américas e ao
contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem
social e econômica atual.
• EM13CHS602 – Identificar e caracterizar a presença do
paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política,
na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em
períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as
formas de organização e de articulação das sociedades em
defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção
da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na
sociedade atual.
• EM13CHS603 – Analisar a formação de diferentes países, povos
e nações e de suas experiências políticas e de exercício da
cidadania, aplicando conceitos políticos básicos (Estado, poder,
formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.).
• EM13CHS604 – Discutir o papel dos organismos internacionais
no contexto mundial, com vistas à elaboração de uma visão
crítica sobre seus limites e suas formas de atuação nos países,
considerando os aspectos positivos e negativos dessa atuação
para as populações locais.

22

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 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados
• Concepção filosófica do trabalho
- Técnica e tecnologia
• Karl Marx: o processo de alienação
e estranhamento
- Arendt: labor, trabalho e ação
1 – Trabalho:
-Trabalho e consumo
entre a
12 • A dignidade da Arte
necessidade e a
- Arte como aprendizagem da
liberdade
verdade e do belo
• Ócio criativo
- Trabalho, lazer, ócio e tempo livre
- Elogio ao ócio e à preguiça
- O ócio criativo
• O conceito de humano
- Razão e sensibilidade
• Os aspectos da desumanização
- As relações de opressão
- A questão do consentimento
- Indiferença e banalização
2 – Os desafios • O papel da educação
12 filosóficos da - A dimensão do saber esquecida
humanização - A cultura do diálogo
- Ética e alteridade
- Educar para o pensar
• A dignidade da pessoa humana
- A fragilidade dos direitos
humanos
- O desafio da inclusão
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Habilidades BNCC
Filosofia
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e
culturais.
• EM13CHS103 – Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
de dados e informações de diversas naturezas (expressões
artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e
geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
• EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e
imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS401 – Identificar e analisar as relações entre sujeitos,
grupos e classes sociais diante das transformações técnicas,
tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao
longo do tempo, em diferentes espaços e contextos.
• EM13CHS402 – Analisar e comparar indicadores de emprego,
trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e tempos,
associando- os a processos de estratificação e desigualdade
socioeconômica.
• EM13CHS403 – Caracterizar e analisar os impactos das
transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho
próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à
superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação
dos Direitos Humanos.
• EM13CHS404 – Identificar e discutir os múltiplos aspectos do
trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou
geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens
e as gerações futuras, levando em consideração, na atualidade, as
transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.
• EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes
e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à
compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais
e culturais.
• EM13CHS102 – Identificar, analisar e discutir as circunstâncias
históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e
culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução,
modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando
criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas
que contemplem outros agentes e discursos.
• EM13CHS103 – Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
de dados e informações de diversas naturezas (expressões
artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e
geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
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08/09/20 08:04
 Caderno Capítulo Conteúdos trabalhados Habilidades BNCC

• EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e

imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
• EM13CHS205 – Analisar a produção de diferentes territorialidades
em suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e
sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para
as culturas juvenis.
• EM13CHS206 – Analisar a ocupação humana e a produção
do espaço em diferentes tempos, aplicando os princípios de
localização, distribuição, ordem, extensão, conexão, arranjos,
casualidade, entre outros que contribuem para o raciocínio
geográfico.
• EM13CHS501 – Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia
e o poder de decisão (vontade).
2 – Os desafios
• EM13CHS502 – Analisar situações da vida cotidiana, estilos de
filosóficos da
12 vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando
humanização
formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação,
(continuação)
e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a
solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.
• EM13CHS503 – Identificar diversas formas de violência (física,
simbólica, psicológica etc.), suas causas, significados e usos
políticos, sociais e culturais, avaliando e propondo mecanismos
para combatê-las, com base em argumentos éticos.
• EM13CHS601 – Relacionar as demandas políticas, sociais e culturais
de indígenas e afrodescendentes no Brasil contemporâneo aos
processos históricos das Américas e ao contexto de exclusão e
inclusão precária desses grupos na ordem social e econômica atual.
• EM13CHS605 – Analisar os princípios da declaração dos
Direitos Humanos, recorrendo às noções de justiça, igualdade e
fraternidade, identificar os progressos e entraves à concretização
desses direitos nas diversas sociedades contemporâneas e
promover ações concretas diante da desigualdade e das violações
desses direitos em diferentes espaços de vivência, respeitando a
identidade de cada grupo e de cada indivíduo.

24

5P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 24 08/09/20 08:04


Orientações gerais
Os conceitos compõem os fundamentos do filosofar. Es-
ses conceitos são criados ou pela tradição do pensamento fi-
losófico, ou em constante diálogo com a tradição, tornando o
estudo dessa essencial, em qualquer ensino de filosofia. Se a
filosofia consiste na experiência de produzir conceitos, torna-se
fundamental que o professor procure mediar o processo, ins-
trumentalizando o aluno para que ele não apenas reproduza,
mas realize, ele mesmo, a experiência do pensamento. Compete-
-lhe orientar o processo de desenvolvimento das habilidades
do aluno por meio dos conteúdos, dando-lhe condições para
aprender a aprender, respeitando as situações de aprendiza-
gens diferenciadas e estimulando a articulação entre saberes
e competências.
A organização dos conteúdos desta coleção, estruturados em
consonância com as competências e as habilidades da Base Na-
cional Comum Curricular, segue uma estrutura de ensino visando
à formação geral do aluno do Ensino Médio, a partir de um co-
nhecimento elaborado e crítico. Os grandes eixos temáticos que
compõem a disciplina Filosofia, na organização dos conteúdos de
ensino, são: História da Filosofia, Teoria do Conhecimento, Esté-
tica, Filosofia da Cultura, Ética e Liberdade. A partir dessa organi-
zação, os temas que estruturam esse componente curricular são
os seguintes: conhecimento, verdade, cultura, política, liberdade,
poder, justiça e arte.
Perante essa proposta curricular, o ensino parte de um pro-
blema teoricamente justificado pela tradição filosófica. Feita essa
observação, salienta-se a necessidade da contextualização da dis-
ciplina, uma vez que os objetivos e as necessidades que fazem da
Filosofia presente no Ensino Médio não podem ser satisfeitos ape-
nas com um desenvolvimento intelectual ou erudito. Assim, muito
mais do que transmitir informações, é preciso compreender que
ensinar é, sobretudo, ensinar a pensar e, para tanto, apenas este
pressuposto de que partiremos da História da Filosofia para se en-
sinar Filosofia é insuficiente. Aprender a pensar exige um gosto pelo
que se pensa. Nesse sentido, a contextualização do ensino conduz a
uma construção (ou reconstrução) dos conceitos da Filosofia, e não
simplesmente à sua transmissão informativa e reprodutiva.
O Caderno é composto de unidades temáticas, englobando e
debatendo as questões da tradição, contextualizadas ao cotidiano
e à atualidade. O espaço para debate foi acentuado como questão
fundamental do exercício filosófico, que precisa ser renovado e
estimulado constantemente na sala de aula, como forma de extra-
polação e aprofundamento dos temas, promovendo o desenvolvi-
mento, no aluno, de habilidades como refletir, argumentar, ouvir o
outro, visando à construção de um pensamento coletivo articulado
e consistente.
Os temas trabalhados no Caderno 1 são questões filosóficas
referentes ao contexto cultural da tradição ocidental no período
que antecede o nascimento da Filosofia. O tema norteador desse
processo é a construção do conhecimento a partir da relação ser
humano e mundo, de ocupação, dependência e desvelamento de
significados, sugerindo a importância de alargar a visão antropo-
cêntrica, marcada pelo indivíduo como centro do conhecimento,
5P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 25
com vistas à abertura para outras relações que considerem a to-
talidade como um sistema integrado e tendente ao equilíbrio. Fir-
Filosofia
mada essa reflexão, desloca-se para o conhecimento mítico, uma
forma de alegoria construída pelas sociedades tradicionais na
tentativa de ordenar o cosmos, dando-lhe um sentido. Ligado às
tradições desses povos, o mito traduz a sua primeira compreensão
de mundo. O nascimento da Filosofia provoca uma ruptura nessa
concepção de pensamento, ao fazer da razão (em grego, logos), e
não mais do mito (mythos), o fundamento de sua compreensão
e interpretação dos fenômenos, criando uma nova concepção de
Ciência e de pensamento.
Os temas e os contextos são articulados por meio de inter-
venções da arte, alinhando os conteúdos, traduzidos com leveza
e beleza, tornando a aprendizagem mais prazerosa e significa-
tiva. O conteúdo programático exige grande capacidade de abs-
tração, concentração, análise, pré-requisitos e diálogo com
outras disciplinas.
Explore os recursos disponibilizados na coleção, apresenta-
dos por diferentes formas de linguagem, ampliando as possibi-
lidades de compreensão desse contexto histórico extraordinário.
Reforce a importância dessa produção intelectual como funda-
mento da História das Ideias produzidas nas épocas posteriores
até a atualidade. No final do caderno, são sugeridas algumas
leituras fundamentais sobre o ensino da Filosofia, nos mol-
des desta coleção, que serviram de base para a produção dos
cadernos, podendo ser úteis na elaboração do seu processo
de ensino.
Sequência didática sugerida
Número de aulas sugerido para o Caderno: 8 (1 aula/semana)
Capítulo 1: Conhecimento
Número de aulas sugerido para o capítulo: 4
No cotidiano, a realidade nos aparece como algo pronto, fa-
miliar e rotineiro. Apesar dessa realidade aparentemente normal
e familiar, ocorre algo extraordinário porque funda o mundo, que
é o processo de produção do conhecimento. Esse processo se
dá pela relação ser humano e mundo, que se determinam numa
relação complexa de ocupação, dependência e desvelamento de
significados. Tudo o que está incluído no mundo, cada pessoa,
cada instrumento e o uso que fazemos deles se constitui numa
complexa rede de relações articuladas e significativas, sendo im-
possível pensar ser humano e mundo, como coisas em separado,
como substâncias distintas. Nesse contexto, o mundo não pode
ser reduzido apenas a um espaço geométrico, determinado pelo
conjunto de elementos físicos e espaciais, sem relação entre si
e sem significado, apreendido por um sujeito que o pensa e o
determina. O objeto participa do processo de conhecimento. Daí
a importância de alargar a visão antropocêntrica, marcada pelo
indivíduo como centro do conhecimento, com vistas à abertura
para uma relação de conhecimento que considere a totalidade
como um sistema integrado e tendente ao equilíbrio.
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08/09/20 08:04

Aula 1 (p. 2 a 7)
• O conhecimento humano
Habilidades
• (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes
fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com
vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e
eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, so-
ciais, ambientais e culturais.
• (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura ma-
terial e imaterial de modo a identificar conhecimentos, va-
lores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a
diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no
tempo e no espaço.
• (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias di-
gitais de informação e comunicação de forma crítica, sig-
nificativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais,
incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Encaminhamento
Como a Filosofia tem apenas 60 minutos de aula semanais,
organize o seu tempo para dimensioná-lo com o maior aprovei-
tamento possível.
Sugere-se organizar essa aula em três momentos:
• o conhecimento na mesa de café;
• o conhecimento a partir da obra Um par de sapatos, de Vin-
cent van Gogh;
• a breve citação de Teeteto, de Sócrates, que só será finaliza-
da na aula posterior.
Prepare uma mesa de café para os seus alunos rica em detalhes
(talheres, xícaras de louça, bules, toalha, flores, bolos, biscoitos, etc.)
e receba-os para essa aula inaugural. A mesa de café é opcional,
uma sugestão. O mesmo pode acontecer de forma virtual, por meio,
por exemplo, da projeção imagens sobre uma mesa. Então, converse
sobre o momento como algo especial e único: fale da preparação,
elogie a beleza da mesa, chame atenção para alguns objetos e de-
talhes. Quanto mais detalhes puder agregar à mesa de café, mais
estímulo será possível ao aspecto contemplativo do aluno.
Explore a relação do ser humano com as coisas do mundo. Co-
mece diferenciando-o dessas coisas. Destaque-o como um ser de
possibilidades, aberto ao mundo, pela habilidade da razão e seu
poder de escolha, diferente das coisas e dos animais, que lhe con-
fere liberdade, capacidade de criação e recriação da cultura. Mos-
tre a diferença entre as coisas (como objeto) e o indivíduo (como
sujeito) tão valorizada na Ciência e na Filosofia. Relacione esses
conceitos à mesa do café, apontando as possibilidades de criação
humana sobre as coisas do mundo: chame atenção para a com-
posição dos objetos, a harmonia, o uso das cores, o afeto no seu
gesto ao preparar o café, destacando a ação de fazer um café como
um processo de transformação do ser humano sobre o mundo.
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Mostre que tudo foi planejado, projetado. Aborde a apropriação
das coisas do mundo pelo indivíduo e de seu uso como algo au-
tomático, como se fosse parte da natureza, sem uma reflexão. Dê
exemplos dessa relação nas atividades do cotidiano: a mesa do
café todas as manhãs, a toalha para o banho, a cama e seu conjunto
de coisas disponíveis para o conforto do nosso sono, a sala de aula
e seus instrumentos, etc.
Em seguida, aborde a imagem e o texto de abertura do capí-
tulo, chamando a atenção para os seus detalhes. Leia o pequeno
trecho e ouça as percepções dos alunos relacionando imagem,
texto e a mesa de café da qual participaram. Deixe que comentem,
interceda provocando o debate, motive-os a soltar a imaginação.
Então, direcione o debate com base nas perguntas que iniciam
o capítulo: qual é a diferença entre conhecimento e sabedoria?
Qual é a importância do contexto na produção do conhecimento?
Direcione o debate tentando acessar o conhecimento prévio
do aluno sobre as questões a serem desenvolvidas no capítulo.
Destaque a questão das formas de relacionamento que o ser
humano estabelece com o mundo das coisas produzindo conhe-
cimentos, comparando a forma que tem uma mesa comum no
cotidiano com a forma da mesa montada para um café, como
produção humana de conhecimento. Mostre, nesse processo de
criação, a interdependência entre o indivíduo e as coisas, redu-
zindo o seu poder de superioridade sobre elas. Como diz o texto
inicial, argumente que os objetos do mundo se abrem ao homem
como possibilidades de conhecimento. Reflita sobre o trecho de
Arcângelo R. Buzzi, citado no início do Capítulo 1 no Caderno do
Aluno. Converse sobre a gratuidade dessa “doação” das coisas
ao homem, para ele ser o que quiser, para ele construir sua li-
berdade. Aborde sobre a responsabilidade da liberdade humana,
as respostas do ser humano ao “cuidar ou não das coisas” e seu
poder para construir ou destruir, consequência dessa liberdade.
Conclua o conceito de mundanidade, sem citar autores ou
teorias, apenas como tudo que se refere ao mundo, assumindo a
responsabilidade que cabe a cada ser humano diante dele.
Se possível, projete a imagem dos sapatos e identifique bre-
vemente Vincent van Gogh e a obra em questão, ressaltando a
insignificância dos velhos e gastos sapatos, com espanto ao vê-los
representado na obra: que mistério esse objeto possui, que nos
toca tão profundamente? O que o hábito e o cotidiano encobrem
desse utensílio? O esquema a seguir propõe uma organização
para facilitar sua leitura sobre a simbologia da obra Um par de
sapatos, de Van Gogh. Pode ser interessante projetá-lo aos alunos.
Para expandir o conhecimento dos alunos acerca desse artista,
sugira que assistam ao vídeo indicado no boxe Fique por dentro.
Verdade/Aletheia/ Origem do
Identidade ser/Essência
Desocultação/ Hábito/
Desenvolvimento do ser SER Cotidiano
Universo de Ocultação
possibilidades/ do ser
Uso do
Abertura
utensílio
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 Sugere-se a leitura do texto que orientou o recorte sobre o
tema: COSTA, Solange Aparecida de Campos. Heidegger e a verda-
de: uma leitura dos sapatos da camponesa de Van Gogh. Disponível
em: www.nexos.ufsc.br/index.php/peri/article/view/1110. Acesso
em: 20 abr. 2020.
Entre na questão do conhecimento mencionada por Sócrates
em Teeteto. Cite o diálogo (não o leia), apontando a questão levan-
tada por Sócrates sobre o que é o conhecimento. Não feche o tema
socrático; apenas aponte a pergunta de Sócrates que finaliza a pri-
meira citação do texto no Caderno do Aluno. Peça que leiam uma
parte selecionada do texto original ou o trecho citado no Caderno
do Aluno como tarefa de casa. Lembre-se de que algum aluno
pode querer o texto completo; neste caso, oriente-o a encontrá-lo
na referência logo abaixo da citação. Pare na citação de Sócrates,
em Teeteto, sobre o conhecimento. A questão fica para a próxima
aula, quando o tema será encerrado.
Provoque o pensar, desconstrua certezas e, acima de tudo, a
imagem antropocêntrica consolidada do homem como senhor do
conhecimento. Encante os alunos. Ouça-os. Deixe que comentem
suas percepções, apontando a complexidade da relação homem e
mundo na produção do conhecimento.
Feche o tema estudado, pedindo a um aluno que leia o trecho
do poema Livro sobre nada, de Manoel de Barros, transcrito no
Caderno do Aluno.
Proponha a resolução, em sala, da questão 1 da Parada obriga-
tória, que trata da essência da obra de arte a partir do pensamento
de Heidegger. A pergunta é de que forma esse desvelamento da
origem na obra de arte se relaciona com a Filosofia. A resposta é
que a arte, como a Filosofia, provoca o pensar para além do hábito,
desencobrindo o que estava encoberto e revelando o ser do objeto.
Vale esclarecer que a intenção é trabalhar o processo e as re-
lações do conhecimento, sem se ligar a alguma teoria específica.
A intenção, em todo este capítulo, não é ensinar uma determina-
da teoria filosófica ou o pensamento de um filósofo específico
– especialmente porque estamos iniciando um tema filosófico
contemporâneo numa série inicial do Ensino Médio, e o aluno
ainda não possui as habilidades para compreender a teoria de
Heidegger, por exemplo, enquanto tal. O foco são as ideias, e o
professor, na sua excelência, vai conduzir o pensar, mostrando ao
aluno a experiência do filosofar a partir de alguns recortes sobre
o que é o conhecimento e sobre temas que fundam a filosofia
contemporânea, mas fundamentados nas tradições e sabedoria
dos povos antigos que serão estudados em seguida.
Atividades indicadas para casa
• Parada complementar: 1 e 2
• Teste seu conhecimento: 1 e 2
Aula 2 (p. 7 a 10)
• Sociedade do conhecimento
Habilidades
• (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes
fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com
5P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 27
vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e
eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, so-
Filosofia
ciais, ambientais e culturais.
• (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura ma-
terial e imaterial de modo a identificar conhecimentos, va-
lores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a
diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no
tempo e no espaço.
• (EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferen-
tes culturas, tempos e espaços, identificando processos que
contribuem para a formação de sujeitos éticos que valori-
zem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreende-
dorismo, a convivência democrática e a solidariedade.
Encaminhamento
Primeiramente, retome o tema do conhecimento, perguntan-
do aos alunos se leram o texto/trecho pedido na aula anterior e o
se o diálogo de Sócrates com Teeteto agregou ao tema estudado.
Com base nas respostas apresentadas, conclua que, para Sócra-
tes, a essência do conhecimento não é possível em sua totalida-
de, pois a essência do conhecer não pode ser percebida pelos
sentidos, porque elas vêm da alma. A verdade, para Sócrates, se
manifesta aos olhos do corpo e do espírito, por isso apenas as
sensações não conseguem explicá-la.
Mostre a validade dos temas filosóficos construídos há 2 500
anos e sua continuidade, por permanecerem pendentes e causan-
do indagações na sua conceituação final, desafiando e mostrando
que a mera linguagem também não é suficiente para explicá-los.
Após a reflexão, peça a um aluno que leia o poema de Fer-
nando Pessoa, “O meu olhar é nítido como um girassol”. Durante
a declamação do poema, projete imagens de ações de constru-
ção e de destruição humanas sobre o mundo.
Continue o tema do conhecimento em um contexto mais técni-
co e objetivo, tema desta aula. Fale sobre a sociedade do conheci-
mento, a quantidade imensa de informações que são assimiladas
diariamente, por diferentes veículos: meios de comunicação, con-
vívio, experiências pessoais. Compare o contexto histórico de Só-
crates, quando escreveu Teeteto, ao atual, apontando as diferenças
na produção e distribuição do conhecimento. Analise em termos
de quantidade e de qualidade, tema do estudo agora.
Mostre que a quantidade de informações disponíveis criou a
ilusão de que o acesso à informação tornaria as pessoas sábias
e civilizadas, mas que esse processo é muito mais complexo,
como a definição dos conceitos de informação, conhecimento e
sabedoria a partir das considerações do filósofo Fernando Sa-
vater. Muitas perguntas que estão no Caderno do Aluno podem
nortear a reflexão.
Explique como essas informações se processam em cada indi-
víduo e na sociedade como um todo, que uma mesma informação
não se compõe da mesma forma para as diferentes pessoas, por ser
influenciada pelo contexto cultural de cada indivíduo, sua história e
sua concepção de mundo; e que, por isso, determinado tema pode
ganhar diferentes significados numa cultura, sugerindo um rela-
tivismo dos conceitos e introduzindo os conceitos de ceticismo e
dogmatismo e suas versões sobre a possibilidade da verdade. Cite,
27
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 leia ou projete a frase significativa de Henri Poincaré de A Ciência
e a Hipótese, transcrita no Caderno do Aluno, sobre o tema. Deixe
que identifiquem nela os dois conceitos (ceticismo e dogmatis-
mo) e depois inicie a reflexão.
Quem duvida de tudo (cético) não precisa pensar, não acre-
dita em verdade, então para que procurá-la? Quem acredita em
tudo (dogmático), não precisa pensar, já tem certeza, então para
que procurar?
Em seguida, se possível, projete a imagem Relatividade, de
Maurits Cornellis Escher (é necessário bastante espaço para ex-
por todos os seus detalhes), e inicie sua análise a partir das re-
flexões propostas e outras que surgirem. Conforme consta no
Caderno do Aluno, a imagem desafia o olhar do observador e o
convida a rever suas certezas sobre o que é a realidade. Apre-
senta várias pessoas, cada uma vivendo no seu próprio mundo
e tendo como referência o seu ponto de vista: o que para uma é
teto, para outra é parede; para outra é porta; e para outra é bura-
co no chão. Aponte para uma escada que esteja de ponta-cabeça
e questione. Está errada? O que acontece se você virar a figura?
E se virar mais uma vez? E mais uma? A escada que estava certa
passa a ficar errada, e a errada se torna certa. O que é certo ou
errado? Aquilo que parece certo de determinado ângulo pode ser
errado de outro. Por que as pessoas relutam tanto em mudar seu
ponto de vista? Troque de escada se colocando no ângulo que era
de outro. Pergunte: neste novo ângulo, você veria e pensaria da
mesma forma? Pense em exemplos do seu cotidiano, na sua vida
pessoal, escolar, familiar e na sociedade.
Relacionando o tema da gravura de Escher aos conceitos apren-
didos, converse com seus alunos sobre verdade, opinião, precon-
ceitos e seus desdobramentos na sociedade e na vida das pessoas.
Depois de tudo, é muito provável que o aluno esteja preparado
para compreender a sua explicação, comparando e diferenciando
as formas de conhecimento. Cite todos, mas acentue as caracterís-
ticas do senso comum e da Ciência, enfatizando que a Arte, o mito
e a Filosofia serão tratados a partir da próxima aula.
O importante aqui é ressaltar que nenhuma dessas formas de
conhecer é superior à outra. Embora sejam diferentes, todas con-
tribuem para desvelar os segredos do mundo, explicando-o ou
atribuindo-lhe um sentido. E quebrar ideias preconcebidas que
banalizam, por exemplo, o mito e o senso comum como formas de
conhecimento. Valorize-as, mostrando que nelas estão o início de
todo conhecimento, que são as primeiras formas de ler o mundo.
Proponha a realização da atividade do boxe Como fazer e re-
serve um momento da aula para orientação da redação do tema
proposto, solucionando eventuais dúvidas.
Proponha a resolução em sala da questão 2 da Parada obri-
gatória. Por meio de um texto de Aristóteles, mostra-se a varie-
dade de pontos de vista sobre o que é o Bem, pedindo que seja
identificada a corrente filosófica que defende as afirmações nele
contidas. Portanto, o objetivo da questão é inferir o conceito que
se pede, a partir das características contidas no texto, que apre-
senta uma verdade relativizada do Bem, sugerindo o ceticismo.
Atividades indicadas para casa
• Parada complementar: 3 e 4
• Teste seu conhecimento: 3 e 4
28
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Aula 3 (p. 11 a 13)
• Filosofia e sabedoria
Habilidades
• (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes
fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com
vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos
e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, so-
ciais, ambientais e culturais.
• (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura ma-
terial e imaterial de modo a identificar conhecimentos, va-
lores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a
diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no
tempo e no espaço.
Encaminhamento
É necessário que o aluno compreenda o que significa a Filosofia
como forma de conhecimento e sua importância como componente
curricular do Ensino Médio. Comece propondo a frase: “filosofar não
é apenas refletir, mas pensar de forma crítica”. Explore as ideias con-
tidas no material: o mundo se apresenta pronto e acabado, precon-
cebido, fazendo com que os indivíduos se adequem sem questionar,
influenciando sua concepção de vida, de indivíduo e de mundo, até
se tornarem crenças e, posteriormente, verdade.
Mostre as chamadas krisis existenciais – angústia, incertezas,
dúvidas – como possibilidades de indagação e criação de concei-
tos próprios que não devem ser adormecidos, acomodados, mas
enfrentados. Relacione esses conceitos a valores como resiliên-
cia, diversidade, pluralidade e democracia.
Para enriquecer a aula, se possível, projete a tela A traição das
imagens, de René Magritte. Compare-a com o filosofar, mostrando
como ela propõe a indagação, pela atitude de espanto que provoca,
dando início a um processo de questionamento que leve à amplia-
ção da compreensão sobre o que é o fenômeno ali representado.
Há um cachimbo, ao mesmo tempo que as palavras escritas
em francês na tela negam o que está representado na imagem:
Ceci n’est pas une pipe (“Isto não é um cachimbo”), gerando um
conflito de mensagens. Como assim? Se aquilo não é um cachim-
bo, então o que é? Todos observam a pintura de um cachimbo. A
ideia preconcebida de um cachimbo foi negada. A imagem não é
o objeto. Letras e imagens entram em desacordo, desconstruindo
o convencional, a representação estabelecida, a imposição da
linguagem, tirando nossas certezas e gerando uma inquietação
que desafia o nosso pensamento.
Filosofar é indagar sobre o que é o mundo, o que é o ser huma-
no, a natureza, as coisas e a sociedade. Indagação consequente de
uma espécie de inquietação que não permite ao indivíduo que se
acomode diante de um mundo que se apresenta pronto e acaba-
do, determinado, e saia em busca da luz, abrindo possibilidades.
Caso seja possível, projete a litografia Mão com esfera refletora,
de Escher, sobre autoconhecimento, para destacar a importância
deste valor como ponto de partida, condição inicial e básica do
processo de filosofar. A litografia sugere o encontro do investigador
com seu próprio objeto, isto é, consigo mesmo, na difícil tarefa do
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 autoconhecimento, um dos temas mais intrigantes da Filosofia de
todas as épocas. Explore a ideia da “solidão”, típica das pessoas que
possuem o seu jeito próprio de pensar. Sobre isso, ilustre com o
trecho de David Hume, que aborda o tema.
Ressalte a Filosofia como forma de conhecimento complexa e
construída criteriosamente. Explique que ninguém se torna filóso-
fo simplesmente por acumular diplomas numa boa universidade;
que a coisa não é tão simples. Fale sobre o processo de construção
do pensamento filosófico como uma tarefa criteriosa que envolve
tempo e profunda maturidade dos conhecimentos adquiridos;
que poucos pensadores alcançaram esse estágio de sabedoria.
Convide os alunos a cantarem duas músicas consagradas sobre a
filosofia. Quem sabe, convidar alguém com um violão, ou projetar
um vídeo para cantar duas ou três músicas? Fica a dica! Não se
esqueça de entregar a letra para os alunos cantarem e saberem
sobre o que estão falando. As músicas podem ser: “14 Anos”, de
Paulinho da Viola, e “Filosofia”, de Noel Rosa. Celebre a Filosofia,
apresente-a como algo festivo, cante com os alunos.
Peça a um aluno que leia, como tarefa de casa para a próxima
aula, os dois trechos: “Melancolia filosófica”, de David Hume, e o
de Aristóteles sobre o espanto como condição para o filosofar.
Proponha a resolução em sala da questão 3 da Parada obri-
gatória. Aproveite para debater com os alunos sobre a resposta
falsa, que é a (08), abordando a questão da a religião, que não
se ocupa da razão, já que é uma forma de conhecimento que se
baseia na fé. Aprofunde a questão com os alunos.
Atividades indicadas para casa
• Parada complementar: 5 e 6
• Teste seu conhecimento: 5 e 6
Aula 4 (p. 13 a 17)
• Arte e Filosofia: pensamento e sentimento
Habilidades
• (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes
fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com
vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e
eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, so-
ciais, ambientais e culturais.
• (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura ma-
terial e imaterial de modo a identificar conhecimentos, va-
lores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a
diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no
tempo e no espaço.
Encaminhamento
Para iniciar a aula, sonde a opinião dos alunos sobre as leitu-
ras sugeridas na aula anterior. Colha as impressões sobre o texto
de Hume, associando-o aos conceitos abordados sobre a Filosofia
na última aula: autoconhecimento, a solidão existencial de quem
pensa diferente, a habilidade de indagação como característica do
filosofar. Em seguida, comente a atitude de espanto e admiração
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citadas no trecho de Aristóteles como condição do filosofar e de-
monstre, a partir da tela A Escola de Atenas, o poder da Arte como
Filosofia
aliada da Filosofia na transmissão do conhecimento.
Apresente a Arte e Filosofia como dois campos distintos e suas
especificidades. Mostre que nascem da admiração, do reconheci-
mento do não saber e da necessidade de buscar e compor esse
saber. Compare-as ao trabalho criterioso do artesão: compor, har-
monizar, criar sentido. Fale sobre o tempo do fazer, do observar, do
construir. Indique o filme Colcha de retalhos (Direção de Jocelyn
Moorhouse. EUA, 1995) e peça que assistam e selecionem uma cena
que ilustre essa questão. Desconstrua visões estereotipadas sobre
Arte, com auxílio da citação de Picasso, retirada do livro Picasso
Erosmemória, transcrita no Caderno do Aluno. Se possível, projete
ou sugira a pesquisa de sua obra Guernica (1937), para contribuir
com essa reflexão.
A Arte é um meio de conhecimento, um saber comprometido
e engajado com a realidade em que foi produzida; expressão de
uma época, de uma cultura, dos sentimentos do indivíduo ou de
um povo, diante dos fatos da vida. Selecione e projete algumas
telas que mostram isso: arte como questionamento e posiciona-
mento concreto do artista perante a realidade que o cerca; um
meio de conhecimento, conscientização e transformação. Expli-
que que é nesse sentido que ela interessa à Filosofia. Então, mos-
tre a importância da Arte e da Filosofia para a formação humana,
como razão e sensibilidade, na construção de cidadãos equilibra-
dos. A Arte, unificando pensamento e sentimento, ensina à Filo-
sofia os limites e as consequências do pensamento puramente
racional e lógico, separado da sensibilidade. E a Filosofia ensina
à Arte os limites da sensibilidade pura e os desequilíbrios que
pode provocar nas emoções. Selecione e projete cenas de filmes
que tratam dessa questão dos excessos da razão ou da sensibili-
dade e suas consequências na vida dos indivíduos.
Explore a imagem A Escola de Atenas e alguns significados
filosóficos expressados na pintura de Rafael. Analise cada deta-
lhe: inicie pelo Renascimento, contexto histórico em que a obra
foi produzida, explique o significado de Grécia clássica e seus
principais personagens como tema representado na obra de Ra-
fael, o estilo clássico grego, as principais ideias, a presença dos
deuses Apolo e Atena nas laterais, e a escolha deste cenário como
tema na pintura. O estudo pode ser ampliado com a pesquisa e
a indicação do vídeo do boxe Investigue no Caderno do Aluno.
O mais importante nessa pesquisa é que o aluno perceba as re-
lações entre o pensamento renascentista e o classicismo grego,
inspirador deste movimento e da obra de Rafael, sendo possível
através dela fazer uma leitura histórica do Período Clássico e re-
nascentista. Peça que os alunos respondam às questões do boxe
e depois promova uma discussão em sala com as respostas.
Caso seja possível, monte um vídeo, ou uma apresentação de
slides, com as imagens sobre Arte e Filosofia presente no capítu-
lo, e, como fundo, a música “Traduzir-se”, poema de Ferreira Gul-
lar musicado por Adriana Calcanhoto. O poema está disponível na
seção Fique por dentro, no Caderno do Aluno.
Proponha, como tarefa avaliativa do capítulo a construção de
um mapa conceitual sobre os temas apresentados, a seção Sín-
tese. Apresente essa proposta no início do capítulo, para que os
alunos construam o mapa aos poucos, a partir de cada conteúdo
29
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 trabalhado. Para o fim da aula, você pode projetar a Síntese do ca-
pítulo na tela e fazer uma revisão de todas as ideias apresentadas.
Proponha a resolução em sala da questão 4 da Parada obriga-
tória. A questão aborda a relação entre a Filosofia e a Arte como
formas de conhecimento que se complementam na construção
do saber. Relacionando essa questão da complementariedade
ao texto de Michelangelo, ambas são atividades de construção,
em busca do sentido da vida, da natureza, do ser. A Arte unifica
pensamento e sentimento, ensinando à Filosofia os limites e as
consequências do pensamento puramente racional e lógico, se-
parado da sensibilidade e vice-versa.
Atividades indicadas para casa
• Parada complementar: 7 e 8
• Teste seu conhecimento: 7
Capítulo 2: Diálogos entre mito,
Arte e Filosofia
Número de aulas sugerido para o capítulo: 4
O mito é um conhecimento em forma de alegoria, anterior ao
pensamento filosófico, construído pelas comunidades na tenta-
tiva de explicar o desconhecido e oferecer segurança diante de
um mundo imprevisível e assustador. Está ligado às tradições dos
povos, constituindo as referências fundamentais que lhe confe-
re uma identidade, pois traduz a sua primeira compreensão de
mundo, ajudando-os a compreender e ordenar o cosmos, dando-
-lhe um sentido. Não é uma forma de conhecimento que fala
ao intelecto, dirige-se ao sentimento, transportando-nos para
o interior do homem. O nascimento da Filosofia provoca uma
ruptura nessa concepção de pensamento. Ao fazer da razão (em
grego, logos), e não mais do mito (mythos), o fundamento de sua
compreensão e interpretação dos fenômenos, criando uma nova
concepção de Ciência e de pensamento.
Aula 5 (p. 21 a 25)
• Mito: uma concepção de mundo
Habilidades
• (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes
fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com
vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e
eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, so-
ciais, ambientais e culturais.
• (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura ma-
terial e imaterial de modo a identificar conhecimentos, va-
lores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a
diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no
tempo e no espaço.
• (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias di-
30
6P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 30
gitais de informação e comunicação de forma crítica, sig-
nificativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais,
incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
• (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnolo-
gias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e
sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, finan-
ceiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e
culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões
políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
• (EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferen-
tes culturas, tempos e espaços, identificando processos que
contribuem para a formação de sujeitos éticos que valori-
zem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreende-
dorismo, a convivência democrática e a solidariedade.
Encaminhamento
Explique o mito como leitura de mundo: fundante de uma
realidade do ser e da condição humana no mundo.
Mostre a sobrevivência desse mito, a sua presença viva, in-
dependente dos contextos, seja há 3 mil anos como representa-
ção do pensamento grego, seja no período Barroco, na estética
surrealista do século XX ou atualmente, nas redes sociais, na
publicidade, validando sua contribuição como conhecimento e
autoconhecimento da condição humana no mundo. Se possível,
projete as imagens das obras de arte presentes no Caderno do
Aluno e comente que a profundidade sobre o conteúdo desse
mito e sua visão foi fortemente alargada, após tantas releituras
pela literatura, pintura, poesia, psicanálise, cinema, agregando-
-lhe novos elementos e contextos. Conte a versão original do
mito aos alunos. Em seguida, solicite que leiam a versão de
Oscar Wilde e promova um debate reflexivo sobre ambos os
textos, considerado também a obra de Caravaggio.
Interprete a leitura do mito pela tela de Salvador Dalí, a partir
de suas principais características:
• Narciso: O jovem olha a água obcecado pelo próprio refle-
xo. Com o rosto baixo, imóvel, já começou a definhar. Uma
sombra em seu couro cabeludo se assemelha à rachadura
apresentada no ovo ao lado;
• Mão segurando o ovo: Essa parte do quadro é uma re-ela-
boração criativa do final trágico do conto, quando o jovem
morre e se transforma em uma flor, chamada narciso. Dalí
justapõe, nessa situação, dois temas importantes e contra-
ditórios: a criação de uma nova vida, afirmada pela flor, e a
rachadura da mão que o segura, ossificada e morta.
• Ovo e flor: O olho do espectador recai imediatamente sobre
o narciso que rompe a casca do ovo. Essa é considerada a
parte mais brilhante da composição e, do ponto de vista do
próprio pintor, a mais importante. De modo muito diferente
em relação à lenda, representa a cura simbólica para os
males do narcisismo.
• Figura no pódio: A figura apresentada no pódio se relaciona
com o tema do ovo. Um belo jovem em isolamento glorioso
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 está postado em pedestal enquanto vira as costas para os
principais acontecimentos do quadro. Simboliza a vaidade.
Mostre o espelho, traduzido no mito grego como o lago de Nar-
ciso, um elemento simbólico presente em diferentes culturas: por
exemplo, nas histórias infantis, como Branca de Neve e Alice no
país das maravilhas, e na literatura, em produções como o conto
“Espelho” de Machado de Assis, e os poemas “Mulher ao Espelho”
e “Retrato”, de Cecília Meireles. Explique o significado da expres-
são “duplo no espelho”, originada deste mito, que é recorrente
também em outras linguagens artísticas: é a questão do conflito
entre ocultamento e revelação da identidade. O espelho possui
uma dualidade: pode tanto refletir uma identidade com o real
quanto encobrir e até mesmo deformar essa realidade, traduzindo
um olhar oposto ao do sujeito que está à sua frente. Esse é o tema
de Magritte. Os elementos da tela refletidos no espelho (o homem
e o livro) são contraditórios, sugerindo que a imaginação engana
o espelho, desloca o real, nega a identidade do sujeito. O título
da obra, Reprodução proibida, já fala por si só. O espelho reflete
apenas a aparência. A imagem não é o Ser. O mesmo não acontece
com o livro, que ali se reflete na sua forma real.
A imagem mostra Narciso envolvido em outro contexto, no
qual a tecnologia se sobrepõe ao lago como espelho, gerando
novos desdobramentos e preocupações. O centro do indivíduo
situado na cultura narcisista é a necessidade do espelho, das
imagens. Quando se sente só, sua insegurança aumenta, pois ele
precisa de plateia; depende do outro como espelho para validar
sua debilitada autoestima. Ao analisar a relação dos indivíduos
com suas imagens refletidas nas redes sociais, produtoras da
realidade virtual, verifica-se a contínua repetição do mito de Nar-
ciso. O espelho (rede social), ao refletir uma imagem idealizada,
irreal e, portanto, inalcançável, produz um abismo cada vez maior
entre o ideal da imagem e o ser do indivíduo que, identificando-
-se com a imagem representada, vai se afastando de si, até per-
der-se completamente.
Aborde a forma como são utilizados os instrumentos dispo-
nibilizados pela tecnologia, embora esta não seja a causadora,
provoca o empobrecimento das relações, devido à priorização
das relações virtuais sobre as relações reais, gerando uma ne-
gação dos conflitos (ser e ter, real e imaginário) que dificulta a
convivência do indivíduo consigo mesmo e com os outros. Após
a interpretação e análise de cada representação, peça aos alu-
nos que se manifestem com exemplos sobre o que foi colocado.
Provoque-os com algumas perguntas.
Conclua a função original do mito: ser espelho, promover o
entendimento do mundo e de si mesmo através de suas signifi-
cações. O mito desperta o conhecimento porque reflete o miste-
rioso, o nosso duplo, a nossa identidade desconhecida, a nossa
humanidade (para o bem ou para o mal). Ao desvelar as sombras
que não queremos reconhecer, ele provoca um conflito interior,
entre o ser e o aparecer, nos inquietando e nos convidando a
buscar uma solução. Essa é a sua essência.
O projeto Ecos de Narciso, proposto no boxe Conexões, sugere
a montagem de uma peça teatral a partir da produção de um ro-
teiro com informações selecionadas de diferentes visões sobre o
mito de Narciso, coletadas sob o olhar e contribuição das seguin-
tes disciplinas: na Literatura, a versão do mito contada e cantada
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nos poemas, canções e contos de diversas épocas; na Arte, com
uma seleção de pinturas e edição de cenas curtas de filmes sobre
Filosofia
o tema produzidos em diferentes contextos históricos; na Sociolo-
gia, a produção de uma versão contemporânea do mito nas redes
sociais, na sociedade do espetáculo e na cultura de consumo e na
Filosofia, com uma análise da versão do mito na tradição filosó-
fica de origem. Essas informações serão norteadoras na configu-
ração do roteiro e da montagem da peça. Oriente o trabalho dos
alunos, aproveitando a atividade como forma de ampliação dos
conteúdos vistos em aula.
Proponha a resolução em sala da questão 1 da Parada obri-
gatória. O texto foca o problema central do narcisista que é o
amor à representação da imagem em detrimento da realidade, da
aparência à essência, do isolamento em si, em detrimento do diá-
logo, do conflito. Daí, a importância do autoconhecimento, ou co-
nhecimento de si, do questionamento dando início ao movimento
do pensar chamado conhecimento, um saber por si próprio. Este
movimento do pensamento exige diálogo com o outro e consigo
mesmo, pois somente a partir da dúvida, do choque entre as con-
tradições exigindo uma solução, é que surge o pensar.
Atividades indicadas para casa
• Parada complementar: 1 e 2
• Teste seu conhecimento: 1 e 2
Aula 6 (p. 25 a 29)
• Mito e tradição
Habilidades
• (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes
fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com
vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e
eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, so-
ciais, ambientais e culturais.
• (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura ma-
terial e imaterial de modo a identificar conhecimentos, va-
lores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a
diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no
tempo e no espaço.
• (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupa-
ção do espaço e a formação de territórios, territorialidades
e fronteiras, identificando o papel de diferentes agentes
(como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacio-
nais e organismos internacionais) e considerando os con-
flitos populacionais (internos e externos), a diversidade
étnico-cultural e as características socioeconômicas, polí-
ticas e tecnológicas.
• (EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferen-
tes culturas, tempos e espaços, identificando processos que
contribuem para a formação de sujeitos éticos que valori-
zem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreende-
dorismo, a convivência democrática e a solidariedade.
31
08/09/20 08:04
 Encaminhamento
O tema da aula se refere à identidade do mito e à construção
de uma visão sacralizada de mundo. Por ser um assunto mais
complexo, exigirá maior interferência do professor no direciona-
mento das explicações, resultando em uma aula em que o aluno
participa mais como ouvinte. Não podem ocorrer quebras no ra-
ciocínio para que haja, por fim, uma concepção clara.
Inicialmente, explique a função das metáforas no mito, por
meio de elucidações sobre o significado de símbolo, metáfora e
alegoria nesse contexto. Depois, descreva o mito como um conhe-
cimento em forma de alegoria, um fenômeno coletivo, construído
pelas comunidades arcaicas para explicar o desconhecido:
• trata-se de narrativas sem intenção de explicar racionalmente
a origem das coisas e a realidade;
• não remete ao intelecto, mas ao sentimento e às emoções
humanas;
• traduz o imaginário humano, denunciando sentimentos e
violências enraizados na nossa consciência.
Comente que os mitos estão ligados às tradições de um povo,
constituindo as referências fundamentais que lhe conferem uma
identidade. Enredos e personagens sobrenaturais não são uma
ilusão ou mentira, mas arquivos históricos das crenças coletivas
acumuladas pelas culturas e transmitidas pela oralidade, tradu-
zindo a sua primeira compreensão de mundo, aquilo que os ajuda
a ordenar o cosmos, dando-lhe um sentido.
Situe o mito historicamente: conjunto de saberes da tradição
transmitidos oralmente, especialmente pelas mulheres, em seus
lares, que os reproduzia às crianças por meio dos contos e das
histórias que receberam de suas mães e avós. Posteriormente,
essa transmissão passa a ser atribuída também aos poetas e ae-
dos. Explique a importância da poesia, da oralidade e da retórica
nesse contexto.
Demonstre que essas narrativas compunham um quadro
mental com que os gregos imaginavam e pensavam o divino
e o mundo, instituindo nas pessoas uma cultura comum, uma
referência, uma espécie de memória social com a qual se iden-
tificavam e que lhes conferia uma identidade como povo. As
crenças e valores comuns unificam as pessoas que se identifi-
cam entre si a partir desses valores. Explique que o mito trata
do desconhecido, do mistério, do sagrado. No momento em que
um conhecimento do mistério é explicado, racionalizado, ele
se desloca do mito para outras concepções de conhecimento,
se dessacraliza. A religiosidade é, portanto, a essência dessa
concepção de pensamento. Aborde a diferença, nesse contexto,
entre religião e religiosidade.
Caracterize o homem das sociedades arcaicas, tradicionais,
tema do estudo, como um homem religioso. Para o homem reli-
gioso, o caos é o nada. Esse espaço profano lhe causa medo, por
ser um espaço desconhecido, sem orientação, sem um sentido
prévio dado pelos deuses. Em seguida, explique de que forma o
mito sacraliza o espaço humano, transformando-o em um espaço
sagrado. Embora sob diferentes concepções, em todas as épocas
e para todos os povos, essa necessidade da presença divina é um
ponto comum, afinal, o desconhecido, o mistério, aquilo que não
se explica só pode encontrar uma explicação em algo superior, que
transcenda ao homem.
32
5P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 32
Explique a cosmogonia (origem do mundo) como o modelo
exemplar de toda construção humana. Quando o homem assume
a responsabilidade de “criar o mundo” que decidiu habitar, ele se
desloca do caos em direção ao cosmos e, ao mesmo tempo, sa-
craliza, consagra, eleva, santifica o seu cosmos, tornando-o seme-
lhante ao mundo dos deuses. Comente que, simbolicamente, toda
construção humana material (objetos) e imaterial (ideias) repre-
senta, de alguma forma, esse deslocamento do caos ao cosmos: a
casa, o quarto, a aldeia, a cidade, um objeto, o corpo, a composição
de uma ideia. Ao criar, compor, cosmificar o seu mundo, o homem
religioso das sociedades tradicionais se sente pertencente ao uni-
verso, ao mundo divino, pois acredita que foi assim no começo, e
que continuará sempre assim. Essa sensação de pertencimento
integra o ser humano, inclui e dá sentido ao mundo.
Antes de começar a aula, projete ou leia o trecho do livro O
que é religião?, de Rubem Alves, transcrito no Caderno do Aluno.
Defina, de forma clara, essa concepção de sagrado, que, embora
seja fundamento de todas as religiões, não se liga especifica-
mente a nenhuma delas. Existe aqui uma tentativa de traduzir a
concepção existencial, histórica e cultural de uma época, de sen-
timentos do indivíduo diante do mundo, em especial, do desco-
nhecido (caos), do mundo do mistério que ele sente necessidade
de compor (cosmos) para se sentir seguro. Atitude que, ainda
hoje, nos toca forte e profundamente.
Ilustre como as pessoas da época mantinham acesa essa cha-
ma do sagrado por meio de festas populares, que funcionavam
como uma espécie de atualização da memória social que uni-
ficava o povo, para que não perdesse aquilo que funda a co-
munidade, o seu mundo. Pelas festas populares, celebrava-se o
tempo da origem, quando o mundo foi fundado; simbolicamente,
o momento fundador do mundo e, ao fim das festas, retomavam
o cotidiano e suas relações concretas, perpetuando o sentido
das coisas. A cada festa recomeça simbolicamente o mundo: o
ano-novo, os rituais de casamento, de nascimento, de morte, etc.
Converse com os alunos sobre a questão do boxe Como fazer e
solucione eventuais dúvidas e questionamentos que possam surgir.
Proponha a resolução da questão 2 da Parada obrigatória.
Com base em um texto que apresenta a mitologia como uma
forma de sabedoria de vida, a questão, embora reconheça o valor
dessa forma de saber, pede ao aluno que diferencie a mitologia
de outras formas de conhecimento, como a Filosofia.
Atividades indicadas para casa
• Parada complementar: 3
• Teste seu conhecimento: 3 e 4
Aula 7 (p. 29 a 33)
• A voz dos poetas
Habilidades
• (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes
fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com
vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e
08/09/20 08:04
 eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, so-
ciais, ambientais e culturais.
• (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura ma-
terial e imaterial de modo a identificar conhecimentos, va-
lores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a
diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no
tempo e no espaço.
• (EM13CHS203) Comparar os significados de território, fron-
teiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes
sociedades, contextualizando e relativizando visões dua-
listas (civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo, es-
clarecimento/obscurantismo, cidade/campo, entre outras).
• (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocu-
pação do espaço e a formação de territórios, territoria-
lidades e fronteiras, identificando o papel de diferentes
agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados
Nacionais e organismos internacionais) e considerando os
conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade
étnico-cultural e as características socioeconômicas, políti-
cas e tecnológicas.
• (EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferen-
tes culturas, tempos e espaços, identificando processos que
contribuem para a formação de sujeitos éticos que valori-
zem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreende-
dorismo, a convivência democrática e a solidariedade.
Encaminhamento
Inicie o tema da aula projetando uma cena de filme (à sua
escolha) sobre um mito. Por exemplo: a cena de Aquiles, no filme
Troia (Direção de Wolfgang Petersen. EUA, 2004), ao se despedir
de sua mãe, comunicando-a que ia para a guerra. É significativa,
porque a cena lança o homem no mundo, à revelia de sua liber-
dade, pronto para fundar o seu mundo, o seu destino. Na fala de
ambos fica clara essa característica do mito.
Reforce a importância do poeta ou aedo no contexto da tradi-
ção mítica: transmissor da história, referenciado como escolhido
pelos deuses.
Em seguida, apresente os poetas gregos Homero e Hesíodo,
considerados as maiores expressões do mundo mítico que ante-
cede ao nascimento da razão grega e da Filosofia. Enfatize o que é
comum nos mitos relatados por ambos: os personagens em busca
da excelência humana; expressão dos modelos e ideais para a
formação dos cidadãos gregos.
Convide os alunos a conhecerem o significado da Ilíada e da
Odisseia como fundadoras da mitologia grega e sua importância
na constituição dos valores ocidentais. Fale sobre o papel dos
heróis nessa proposta, destaque características dos personagens
mais importantes, explique a concepção de mundo e de humano
neste contexto. Então, reforce a função simbólica do mito proje-
tando e explicando aos alunos a essência da Odisseia, a partir do
trecho da entrevista de Luc Ferry, transcrita no Caderno do Aluno.
Inicie os estudos sobre Hesíodo, projetando uma cena do fil-
me Dersu Uzala (1975), de Akira Kurosawa, sugerido na seção Fi-
que por dentro. A narrativa mostra a dificuldade de compreensão
5P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 33
entre dois pontos de vista de culturas diferentes, caracterizando
o pensar o mundo na concepção mítica. Sugere-se a cena quan-
Filosofia
do, ao acender o fogo, o personagem Dersu Uzala vê no movi-
mento das chamas o movimento das forças divinas presentes na
natureza. Ao seu lado, a perplexidade e o espanto dos homens
“racionais” que o cercam, rindo surpresos e admirados dessa
forma mítica de pensar do personagem. A cena desvela no es-
panto do homem contemporâneo a incompreensão sobre o pen-
samento de um poeta que via no agir do homem e da natureza o
condicionamento das forças divinas. Essa cena e outros trechos
do filme podem ser encontrados no YouTube.
Então, aborde a Teogonia, que é a narrativa sobre a origem do
cosmos e dos seres humanos, e Os trabalhos e os dias, relacio-
nando e apontando as diferenças entre o pensamento de Homero
e Hesíodo, com destaque para as influências das questões relati-
vas aos contextos econômico e político da vida de cada um deles
sobre a sua visão de mundo, sociedade e suas teorias. Destaque
a importância e o pioneirismo na questão da valorização do tra-
balho e da justiça no pensamento de Hesíodo, e sua contribuição
para o desenvolvimento da responsabilidade humana na cons-
trução da vida boa. Explique, com base no pensamento e na his-
tória de Hesíodo, expressada no Caderno do Aluno, a consciência
da injustiça transformada em valorização da essência humana
dotada de possibilidades de ação na sua receita: “escuta a diké
(justiça), não deixes aumentar a hybris (desmedida)”. Então, ex-
plique os conceitos diké (justiça) e hybris (excessos, desmedida).
Outro aspecto a ser abordado é o significado da expressão
“vida boa”: a vida em harmonia com a ordem cósmica, na qual
a justiça foi afirmada como princípio fundante e garantidor da
ordem do cosmos. Se possível, projete novamente a imagem
Narciso, de Caravaggio. Promova um debate reflexivo com os alu-
nos a partir dos seguintes pontos: 1) Identificar a individualidade
humana como tema que fundamenta o mito de Narciso. 2) Concei-
tuar este valor: a individualidade é uma conquista da liberdade
humana, faz parte da essência, da determinação perante a possi-
bilidade de ser o que se deseja, de poder fazer escolhas e de se
posicionar como pessoa única entre as outras. 3) Mostrar que toda
característica da condição humana, como afirmou Hesíodo, tem
peso e medida, e sua tendência ao extremo ou à falta pode trazer
prejuízos à vida do indivíduo e da sociedade.
Quando a individualidade não se manifesta, sua falta não
permite ao indivíduo que se posicione e desenvolva uma per-
sonalidade, ficando diluído na massa, sem uma identidade que
o determine. O individualismo – e seu excesso –, por outro lado,
exclui o outro das nossas necessidades, não permitindo o desen-
volvimento de valores fundamentais ao convívio entre as pes-
soas, como a empatia, a solidariedade e a resiliência. Analisar a
questão do individualismo no contexto de produção capitalista,
no qual as preocupações materiais são priorizadas sobre “o ser”,
favorecendo si mesmo em detrimento do outro, a ausência da
empatia, a insensibilidade, a exclusão, o desrespeito à pluralida-
de – doenças do nosso século.
Para concluir, você pode relacionar a hybris representada no
individualismo como lição refletida no mito de Narciso que causa
de sua destruição.
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 Proponha a resolução da questão 3 da Parada obrigatória. O
texto de Vernant vê no mito das raças, no conflito entre hybris e
diké, uma relação com a política: buscara a medida, o equilíbrio
entre o excesso e a falta de um atributo qualquer. Saber medir,
julgar, escolher.
Atividades indicadas para casa
• Parada complementar: 4 e 5
• Teste seu conhecimento: 5 e 6
Aula 8 (p. 34 a 36)
• Rupturas entre mito e Filosofia
Habilidades
• (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fon-
tes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas
à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos
históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, am-
bientais e culturais.
• (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura ma-
terial e imaterial de modo a identificar conhecimentos, va-
lores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a
diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no
tempo e no espaço.
• (EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cul-
tural e das culturas de massa no estímulo ao consumismo,
seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à
percepção crítica das necessidades criadas pelo consumo e
à adoção de hábitos sustentáveis.
• (EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferen-
tes culturas, tempos e espaços, identificando processos que
contribuem para a formação de sujeitos éticos que valori-
zem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreende-
dorismo, a convivência democrática e a solidariedade.
• (EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
decorrentes das transformações culturais, sociais, históri-
cas, científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e
seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indiví-
duos, grupos sociais, sociedades e culturas.
Encaminhamento
Para iniciar a aula, faça uma rápida revisão dos temas apre-
sentados na seção Síntese, de forma oral, oferecendo aos alunos,
no passo a passo, a oportunidade de rever, solucionar as dúvidas
e completar as lacunas. Pergunte, ao final, se desejam agregar
alguma informação ao quadro.
Em seguida, aborde o mito e a Filosofia como leituras dife-
rentes de mundo, duas formas de conhecimento que buscam a
compreensão da realidade, atribuindo-lhe um sentido. Apesar
dos pontos em comum, ambas se diferem quanto aos métodos e
respostas aos questionamentos. Vale frisar que o aluno já sabe
34
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o que é mito e o que é Filosofia; o importante é ressaltar suas
diferenças. Segundo Jean-Pierre Vernant, no trecho presente no
Caderno do Aluno, essas referências funcionavam como uma es-
pécie de espelho. Fale sobre o contexto da sociedade arcaica,
mostrando que, com o tempo, surgiram questionamentos quanto
à veracidade das narrativas, que os mitos não são capazes de
responder de forma satisfatória, sendo contestados e fragilizados
na sua condição de verdade absoluta. Esses questionamentos
inauguram vazios culturais, possibilitando o surgimento de novas
interpretações do real.
Localize o surgimento da Filosofia nesse contexto de inda-
gação sobre o problema da veracidade ou falsidade dos mitos,
apresentando novos argumentos e concepções acerca da reali-
dade. Conclua demostrando que a ruptura entre mito e Filosofia
ocorre a partir daquilo que os distingue enquanto formas de co-
nhecimento e leituras de mundo. Enquanto os mitos compõem
uma cosmogonia, a Filosofia nasce como cosmologia.
Aprofunde os conceitos de teogonia, cosmogonia e cosmolo-
gia identificando essa passagem. Enfatize que a cosmogonia, a
história do nascimento do cosmos, é uma teogonia – o mundo é
fundado pelo nascimento dos deuses e vice-versa. Na cosmogo-
nia, as explicações sobre as origens do universo são dadas numa
linguagem metafórica, simbólica, que têm significados dentro da
cultura que a gerou. Na cosmologia, essas explicações se afastam
dessa visão localizada e sob influências religiosas em busca de
princípios gerais, universais, baseados e estruturados pelo uso
da razão. Essas são as principais diferença entre conhecimento
mítico e filosófico: a ruptura ocorre pelo uso da razão no processo
de conhecimento em contraposição à crença.
Contextualize o momento histórico de surgimento da Filosofia
no Ocidente e, posteriormente, da ciência moderna, como momen-
tos que provocaram profundas rupturas na concepção mítica ao
deslocarem as explicações divinas para a natureza e o ser humano.
Argumente que essas rupturas representam o surgimento de uma
nova visão de mundo, em que parecia não ter lugar para o mitos.
Explique que, nesse contexto, a Filosofia não rompeu radicalmen-
te com a mitologia. O novo momento traduz os mitos como visão
ingênua e fantasiosa da realidade, desmerecendo sua importância
histórica e banalizando-os como fonte de conhecimento humano.
No meio dessa efervescência filosófica e científica, se houver
possibilidade, projete as imagens das peças publicitárias presen-
tes no Caderno do Aluno; caso contrário, solicite que as obser-
vem no próprio Caderno. Peça aos alunos que expressem suas
observações. E provoque-os: então o mito não morreu? Discuta
sobre a forma como o mito continua reinando na sociedade con-
temporânea. Apesar das mudanças que ocorreram na cultura há
cerca de 3 mil anos, o mito se faz presente, utilizado, como fonte
de inspiração e apelo à condição humana, pelos meios mais mo-
dernos de expressão e comunicação: na publicidade, no cinema,
na literatura e em tantas outras linguagens. O mesmo fenômeno
ocorre com as obras de arte.
Conclua que a natureza dos elementos mitológicos e das obras
de arte, trabalhados de forma constante pela mídia, reforçam
que seus elementos se relacionam com os níveis mais profundos
do imaginário humano. Heróis e mitos formam imagens univer-
sais existentes nos seres humanos, incrustadas na sua mente,
por muitas gerações, formando um tecido que é sempre familiar,
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 porque transmite segurança e possui forte apelo às emoções e
afetividade humanas. Daí a sua importância como apelo publici-
tário, na atualidade.
Aponte o problema implícito nisso. Essa exposição do mito e
da obra de arte pela mídia desloca-os de seu contexto original ge-
rando más interpretações. A utilização estereotipada dos mitos e
heróis retira deles o seu caráter originalmente contestatório, reve-
lador da verdade, promovendo um processo de desmitologização
e empobrecimento do símbolo. Isso significa que, nesse processo,
os aspectos originais do símbolo são abandonados e, pior, são
descaracterizados, para serem direcionados a um objetivo fora
dele, no caso, o consumo. Nessa apropriação da cultura popular
pela mídia, os mitos, a obra de arte e seus significados originais
são banalizados, sobrepostos pelo imediatismo da mensagem do
marketing. Nesse contexto, essas formas de conhecimento, arte
e mito, que possuem um papel libertador, de movimento, de ati-
vidade, são utilizadas para promover a passividade do indivíduo,
estimulando-o ao aspecto meramente contemplativo, uma vez
que a intenção é fazer dele um consumidor.
Conclua, destacando a ocorrência de um fenômeno interes-
sante e contraditório na sociedade contemporânea: a inesgotável
oferta de prazer e a aquisição de bens pelo consumo não saciam
o desejo humano; aumentando, paralelamente a isso, uma valori-
zação do mistério, do mítico e da religiosidade em busca daquela
receita mágica que ajude o indivíduo a compreender e construir a
tão sonhada vida boa num universo ordenado, harmonioso e justo.
O esquema a seguir pode servir como recurso facilitador  através de um sistema de censura e repressão àqueles
do ciclo.
Mito/
X
Origem
Ocultação/ Hábito/
Alienação Cotidiano
Uso/ Ocultação
Estereótipos do ser
Mídia
Proponha a resolução da questão 4 da Parada obrigatória.
A questão aponta como característica marcante no processo da
passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, a con-
tribuição das narrativas mítico-religiosas como conhecimento
prático e fundamental na organização das sociedades, dos va-
lores fundantes da vida cotidiana da época, esclarecendo que,
embora não sejam uma forma de conhecimento racionalizado,
não podem ser consideradas como meras fantasias.
Atividades indicadas para casa
• Parada complementar: 6 e 7
• Teste seu conhecimento: 7
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Textos complementares
Filosofia
Corpo e Imagem: algumas notas sobre os espelhos. XXI En-
contro Anual da Compós, Universidade Federal de Juiz de Fora, 12
a 15 de junho de 2012. Disponível em: www.compos.org.br/data/
biblioteca_1913.pdf. Acesso em: mar. 2020.
Gabarito da Parada complementar
Capítulo 1
1. A obra de arte provoca o pensar para além do hábito, de-
sencobrindo aquilo que estava encoberto e revelando o
ser do objeto. A obra de arte funda o mundo, abrindo es-
paço para que as coisas do cotidiano apareçam na sua
origem. Esse caráter inquietante da arte, no processo de
ocultação e desocultação da essência do ser e seu sur-
gimento como verdade (aletheia, como denominavam os
gregos), é o tema que interessa à Filosofia.
2. a.
3. a) O dogmatismo é uma forma de pensamento doutrinário
e irracional, uma vez que impossibilita o questionamen-
to e a reflexão. Essa forma de pensar influencia a políti-
ca, promovendo governos autoritários, conservadores e
ditatoriais, invalidando qualquer forma questionamento,
que ousarem questionar os dogmas, em busca de uma
interpretação coerente e racional do mundo.
b) O senso comum é um “pré-conceito”, uma opinião irre-
fletida, desprovida de julgamento. São crenças subjeti-
vas, conhecimentos que recebemos da experiência de
uma pessoa ou de um grupo social, não podendo ser
comprovado. A Ciência, ao contrário, pretende estabe-
lecer um conhecimento geral a partir de experimentos
que podem ser comprovados. A Ciência se difere do
senso comum pelo método objetivo e rigoroso de in-
vestigação e análise, independentemente de preferên-
cias individuais.
4. O conteúdo da charge refere-se ao relativismo, uma for-
ma de interpretação da realidade que sugere que tudo é
relativo, ou seja, descarta a possibilidade de uma verdade
absoluta, neutra e universal, sendo a percepção de deter-
minado fenômeno condicionada à realidade de cada indi-
víduo. Assim, toda a verdade é relativa à opinião, cultura
ou sociedade sendo o bem e o mal relativo a cada visão.
Por um lado, o relativismo limita o dogmatismo e o mono-
pólio da verdade. Por outro lado, o perigo dessa atitude
é levar as pessoas à omissão. Cada pessoa se conforma
à realidade como é apresentada, sem questionamentos,
desistindo de buscar a verdade e outros argumentos. Tudo
é permitido. Nesse caso, o argumento do relativismo não
se sustenta, é contraditório, pois ele mesmo afirma a não
existência da verdade como uma verdade absoluta, recor-
rendo ao dogmatismo que ele critica.
35
10/09/20 15:21
 5. b.
6. b.
7. 01; 04; 16.
8. d.
Capítulo 2
1. a) Na obra de René Magritte, os reflexos do homem e do
livro no espelho são tratados de forma diversa, cau-
sando desconforto e estranheza na sua contemplação
e provocando inquietação e reflexão. O duplo no espe-
lho consiste na contradição entre aparência e essência.
O espelho se limita a reproduzir a aparência, mas não
pode projetar a essência, que lhe é inatingível, sendo,
no caso, uma reprodução proibida. Portanto, ela não é
real, é preciso não se limitar a essa aparência, ir além
daquilo que se esconde.
b) O mito e o espelho refletem o indivíduo. Mas, enquanto
o espelho alcança apenas a aparência, o mito reflete a
essência, a natureza primordial, gerando um conflito
interno, uma crise de identidade, provocando o pensar
e revelando as sombras, que o indivíduo não querer
reconhecer.
2. c. Alternativa falsa: Ao contrário de racional e realista, ele
sente temor diante do espelho: “Temi-os, desde meni-
no, por instintiva suspeita.”, “Sendo talvez meu medo a
revivescência de impressões atávicas?”
36
5P_PIT_EM_1S_C1_FILO_MP.indd 36
3. d.
4. e.
5. c.
6. d.
7. b.
Referências
BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao pensar: o ser, o conhecimento
e a linguagem. Petrópolis: Vozes, 2006.
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. Trad. Rogério Fernandes.
Lisboa: Edição Livros do Brasil, 1975.
FERRY, Luc. A sabedoria dos mitos gregos: aprender a viver II.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. Disponível em: www.academia.
edu/36568226/A _Sabedoria_dos_Mitos_Gregos_-_Ferry_Luc.
Acesso em: mar. 2020.
HEIDEGGER, M. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da
Silva e Manuel Antônio. São Paulo: Edições 70, 2010.
JAEGER, W. Paidéia: a formação do homem grego. Trad. Artur M.
Parreira. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
PLATÃO. Teeteto. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2007.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. São Paulo:
Paulus, 2006. (Coleção História da Filosofia)
SAVATER, Fernando. As perguntas da vida. São Paulo: Martins
Fontes, 2001.
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e religião na Grécia Antiga. São Paulo:
WMF Martins Fontes, 2006
WILDE, Oscar. Poema em prosa. Trad. Possidónio Cachapa. Lisboa:
Cavalo de Ferro, 2002.
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