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INHUMAS
2021
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
CDD 371.9
A Educação Especial promove a inclusão de pessoas com Necessidades Educativas Especiais na rede regular de
ensino, contudo, o professor deve utilizar-se de várias estratégias para garantir o aprendizado destes estudantes,
entre elas encontra-se a tutoria de pares, tema central do presente trabalho. A problematização se centrou na
seguinte questão: qual é o papel da tutoria de pares no processo de educação de pessoas com Necessidades
Educativas Especiais, segundo a literatura existente hoje? Deste modo, foi estabelecido para a pesquisa o objetivo
de analisar três plataformas para identificar os trabalhos relevantes acerca da tutoria de pares no âmbito
educacional. Para tanto, a revisão bibliográfica da literatura foi utilizada para investigar sobre o papel da tutoria
de pares, sendo esta o meio adotado para efetivar a pesquisa. Após um processo de análise e seleção, foram
incluídos na discussão quatro trabalhos científicos. Pode-se compreender por meio dos dados obtidos com as
análises que a tutoria de pares é uma estratégia de ensino inclusiva para estudantes com Necessidade Educativas
Especiais, e que possibilita a aprendizagem, proporciona a sintonia, autoconfiança, potencializa a comunicação e
contextualização de novas informações proporcionando um ambiente de aprendizagem mais descontraído entre
duplas. Portanto, espera-se que esta pesquisa possa trazer novas reflexões sobre o tema e novos olhares para
práticas futuras, em relação à tutoria de pares.
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
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LISTA DE TABELAS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 10
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 25
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 27
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1 INTRODUÇÃO
O presente artigo discute a questão relacionada à tutoria de pares visto como estratégia
metodológica nos processos de inclusão, uma vez que, trata-se de evidenciar esta prática
pedagógica em sala de aula. É notório a diversidade de pessoas existentes neste ambiente que
apresentam particularidades diferentes e, o professor deve buscar práticas que o auxilie e
contribua para aprendizagem dos educandos.
Nota-se que, a inclusão tem sido um tema recentemente debatido a fim de proporcionar
a inserção integral da pessoa com Necessidades Educativas Especiais (NEE) nos ambientes
sociais e educacionais. No entanto, os avanços atuais se deram a partir de diversos movimentos
de lutas e tentativas de mudanças e melhorias. Nesse sentido, a escola exerce um papel
primordial de reflexão da realidade e o professor deve ser um agente capaz de educar para a
promoção de sujeitos inclusivos, reflexivos e críticos.
Sob esta ótica, a tutoria de pares é vista como uma interação entre os alunos no seu
processo de ensino e aprendizagem, uma vez que, um dos alunos estará agindo como
professores no sentido de auxiliar no compartilhamento do conhecimento e solucionamento de
dúvidas promovendo assim ajuda mútua entre seus pares.
No que tange a revisão a literatura, Echer (2001) expõe que esta é uma parte importante
do processo de investigação que envolve uma análise bibliográfica referente aos trabalhos já
publicados sobre o tema. A revisão da literatura envolve encontrar, analisar, sintetizar e
interpretar a investigação prévia de artigos, revistas cientificas, livros, relacionada com a área
de estudo. A autora esclarece que:
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Com essa forma de investigação, levantou-se como hipótese que o papel da tutoria de
pares é fundamental para a superação dos obstáculos existentes no processo de educação de
estudantes com NEE. Sob esta ótica, como objetivo central a pesquisa buscou avaliar a literatura
existente sobre tutoria de pares, e, como objetivos específicos, foram definidos, analisar a
literatura sobre tutoria de pares, identificar a existência de posições divergentes, se houver,
entre os autores que tratam dessa temática e por fim, analisar os argumentos a respeito do
trabalho com tutoria de pares na Educação Especial.
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2 MATERIAL E MÉTODOS
Nesse sentido, nas Plataformas Scielo foi utilizado o descritor “tutoria de pares”. Na
Capes, por sua vez, foram utilizados os descritores “tutoria de pares” e “Inclusão”. A
delimitação temporal abarcou o período entre 2015 a 2020. Por meio da minuciosa pesquisa em
tais plataformas, notou-se que o único artigo que foi selecionado no banco de dados do Scielo
de acordo com os critérios estabelecidos foi encontrado também no banco de dados da Capes.
O recorte foi feito a partir de 2015 a 2020, tal recorte deu-se pelo fato de a tutoria de
pares ser um tema pouco abordado e recente nos meios acadêmicos. Além disso, após a década
de 90, com a instituição de políticas públicas em inclusão voltadas para a inserção de estudantes
com NEE no ensino regular, iniciou-se um processo, ainda que lento, que impulsionou a
definição de estratégias e metodologias pedagógicas. Mas somente, em meados de 2015 é que
surgem, no Brasil os primeiros estudos que apresentam como proposta a tutoria de pares,
embora haja traços da tutoria desde a antiguidade.
Desta forma, foi considerada apenas a plataforma da Capes, visto que, trata-se do mesmo
trabalho encontrado e tal plataforma possuiu maior número de trabalhos que discorrem sobre a
tutoria de pares. No Google Acadêmico, por sua vez, foram utilizados os termos “Tutoria de
pares”, “Educação Especial” e “práticas pedagógicas”. Assim, foram encontrados 46
resultados, tornando-se preciso afunilar a pesquisa com os critérios de inclusão e exclusão para
encontrar os dados necessários. Além disso, foram considerados apenas os trabalhos que
abarcam o período de 2016 a 2020 e que foram publicados no idioma português.
Como critérios de exclusão foram retirados da seleção os dados que apresentavam outro
idioma como o inglês e o espanhol, além dos que possuíam assuntos voltados para a tutoria em
relação à educação à distância bem como aos direcionados à área da saúde. Não sendo também,
considerados materiais que apenas citavam a tutoria de pares, bem como os ebooks,
monografias, projetos e relatório de estágio, por se tratar de material bibliográfico cujo foco
colocava a questão da tutoria de pares de forma periférica e sem relação com a inclusão escolar.
Portanto, vale reforçar que o intuito é evidenciar a novidade da produção científica que
pouco a pouco vem surgindo no Brasil, onde fica evidente que há um compromisso na definição
de estratégias/intervenções metodológicas que permitem maior inserção do estudante com
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necessidade específica. Desta forma, após reunir esse material bibliográfico, foi efetivado
leitura e fichamento, visando identificar os textos mais importantes, as possíveis diferenças de
concepção, entre outros aspectos. Por fim, foi efetivada análise do conjunto de material
encontrados. Nesse processo, foi realizada a análise de textos, via processo comparativo e
releitura visando aprofundar a compreensão dos principais artigos.
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3 PERCURSO HISTÓRICO DA INCLUSÃO E A IMPORTÂNCIA DA TUTORIA
DE PARES
No contexto mundial, o princípio da inclusão passa então a ser definido como uma
proposta da aplicação prática ao campo da educação de um movimento mundial,
denominado inclusão social, que implicaria a construção de um processo bilateral no
qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam, em parceria, efetivar a equiparação
de oportunidades para todos, construindo uma sociedade democrática na qual todos
conquistariam sua cidadania, na qual a diversidade seria respeitada e haveria aceitação
e reconhecimento político das diferenças (MENDES, 2006, p. 395).
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Ao longo dos anos, surgiram diversos movimentos e leis para fundamentar a inclusão.
A partir de 1990, com a Declaração Mundial de Educação para todos e com a Declaração de
Salamanca em 1994, passou-se a ter uma maior preocupação com essa temática em todo âmbito
internacional. Outro documento importante é a Constituição Federal de 1988 e as Diretrizes e
Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96 que destaca a Educação como um direito de
todos. Do mesmo modo, tem-se a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) a qual define condições de igualdade, do
direito e liberdades fundamentais. Além disso, existem outros respaldos e marcos legais, e todos
eles são importantes referenciais que sustentam a ideia de inclusão no meio social e
educacional.
No entanto, ao mesmo tempo em que recebe apoio e legislação ao seu favor, a educação
inclusiva encontra inúmeros obstáculos. Desta forma, é bastante comum várias áreas colocarem
as dificuldades e problemas da inclusão escolar. Contudo, é importante que as barreiras
encontradas sejam superadas para que seja um dos fatores promissores das leis que explicitam
sobre a educação de qualidade para todos. Nesse contexto, é fundamental discutir sobre a tutoria
de pares tendo em vista a importância das relações entre os pares sendo uma prática que no
ambiente escolar tem como pressuposto auxiliar o trabalho do professor bem como a
participação e aprendizagem do aluno.
Conforme corrobora Lourenço (2012), atualmente as escolas anglo saxônicas têm uma
forma de acompanhamento diferente aos estudantes, conhecido como “Tutoring” ou
“Supervising”, da qual tem-se a finalidade de orientar nas atividades escolares, o que garante o
acompanhamento de tais estudantes no seu ambiente escolar. Do mesmo modo, nos Estados
Unidos, surgiu-se a necessidade de utilizar a tutoria de pares no século XX, uma vez que, no
percorrer deste século ocorreu a imigração de negros no ensino superior que possuíam culturas
e linguagens diferentes, e geravam por sua vez, heterogeneidade na sala de aula, cabendo aos
tutores, portanto, fazerem a ligação entre as culturas e a integração escolar destes estudantes.
Além disso, Lourenço (2012) destaca que o modelo de tutoria surgiu nos países da
América Latina tendo como pressuposto resolver os problemas que diz respeito a desinserção,
abandono escolar, às repetências, o atraso nas aprendizagens e a baixa conclusão dos estudos.
No Brasil, por sua vez, tal “aprendizagem vai ocorrer na efetiva participação dos estudantes; o
tutor aprende ao interagir com o tutorando, que também aprende em um trabalho coletivo,
promovendo sucesso nas aprendizagens acadêmicas” (FRISON, 2012, p. 3). No entanto,
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percebe-se que esta é uma ação com pouca efetividade no Brasil (FERNANDES E COSTA,
2015).
Desse modo, entende-se que as leis que regem o desenvolvimento de todas as crianças,
independente de suas particularidades, são as mesmas, e o que muda e interfere neste processo
são os caminhos e os modelos de interação que os indivíduos participam. Sem dúvida, Vygotsky
entende que as crianças com problemas mais sérios possuem especificidades e, por conseguinte,
abordagens metodológicas que visam colaborar com a superação desse processo através da
compensação (COSTA, 2006).
Nesse sentido, nossa proposta de pesquisa aponta para uma pesquisa bibliográfica sobre
a inclusão e a tutoria de pares partindo da reflexão que colabora para as práticas pedagógicas
na sala de aula. Desse modo, acredita-se que a inclusão ainda não é efetivada completamente
como é assegurada em leis. Contudo a tutoria surge decorrente da necessidade de promover
meios para que possam minimizar os obstáculos presente no meio educacional e possibilitar a
interação e o convívio por meio da aceitação e da colaboração independente de suas
particularidades, evidenciando ainda, a importância dos professores aprofundarem os seus
conhecimentos e buscarem formação contínua e, por conseguinte favorecer a interação das
crianças na sala de aula.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Educação Especial é um tema que vem se modificando de acordo com o seu percurso
histórico tornando-se um assunto que necessita ser discutido por meio de estudos teóricos e
práticos de modo que aponte os caminhos para a inclusão dos indivíduos. É percebido que ainda
no século XXI encontra-se algumas lacunas quando se trata da reflexão se de fato é efetivado
meios para promover a inclusão de todos e para todos. Nesse sentido, a coleta de dados no que
tange ao processo de pesquisa nas plataformas podem ser verificadas de forma sucinta na Tabela
01.
Por fim, apenas 3 trabalhos apresentavam o idioma português. Foram selecionados para
análise aqueles que apresentavam como temática a tutoria de pares como uma estratégia
pedagógica voltada para a Educação Especial, desde o Ensino Fundamental, ensino médio, e
permeando ainda a universidade. Assim, analisando os 3 trabalhos em português, 2 abordavam
a tutoria relacionada a graduação de enfermagem ligados à área da saúde, sendo, portanto,
critérios de exclusão.
Desse modo, tornou-se pertinente considerar apenas um artigo para a análise que
engloba a tutoria de pares como uma estratégia pedagógica que modifica a dinâmica escolar e
torna-se eficaz para o tutor e tutorando (FERNANDES; COSTA, 2015). Vale acrescentar que
tal artigo está incluído no Portal de periódicos da Capes, uma vez que, foi encontrado também
no SCIELO.
Na CAPES, conforme delimitação, foram refinados por data de publicação entre 2015
a 2020, foram encontrados no total encontrados 233 artigos. No entanto, foi perceptível a
relevância no tocante ao assunto em apenas 2 artigos, de modo que foram excluídos os trabalhos
que não contemplavam os períodos estabelecidos, que não fossem artigos, os que apresentavam
outros idiomas bem como aqueles vinculados a questões distantes do foco da pesquisa. Tais
trabalhos selecionados discorriam a respeito da importância das adaptações no ambiente escolar
por meio de práticas pedagógicas que auxiliem os educandos no processo de inclusão, dos
autores anteriormente citados, Fernandes e Costa (2015) e outro sobre os efeitos da tutoria na
inclusão de estudantes com NEE nas aulas de educação física, de autoria de Schuller e outros,
publicado em 2016.
Desse modo, a coleta de dados no que concerne a estudos referente a prática pedagógica,
especificamente sobre a tutoria de pares limitou-se aos 4 artigos encontrados dos quais serão
representados pela Tabela 02:
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Periódico da
Capes
Tutoria nas aulas de educação
Periódico da
física inclusiva: uma revisão SCHULLER et
Capes 2016
sistemática. al.
Motivação de graduandos em SCHULLER et
Google Educação Física para capacitação al. 2020
Acadêmico e tutoria em natação adaptada
Portanto, a partir disso, foi analisado por Fernandes e Costa (2015) a percepção de
estudantes com deficiência visual e dos estudantes sem deficiência por meio de entrevistas
semiestruturadas realizadas com sete estudantes com deficiência visual como tutorados e seis
participantes sem deficiência, todos visto como tutores no Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do interior do Nordeste Brasileiro. Assim, diante dos resultados,
destacamos que os tutores, no caso, pessoas com bolsas da instituição possuem formação inicial
e continuada, bem como auxílio da coordenação do Núcleo de Atendimento às Pessoas com
Necessidades Específicas (NAPNE).
A pesquisa realizada por Schuller et al (., 2016) teve como objetivo discorrer sobre uma
revisão sistemática da literatura em relação aos efeitos da tutoria na inclusão de estudantes com
deficiência nas aulas de educação física. A sua pesquisa foi realizada em dois bancos de dados,
sendo estes, o periódico da Capes e periódico Web of Knowledge, na qual em sua busca
encontrou-se um total de 84 artigos na Capes e 34 artigos pela Web of Knowledge. Porém,
seguindo aos seus critérios de inclusão e exclusão tornou relevante a análise apenas de 4 artigos
em apenas um dos bancos de dados que atenderam aos critérios desta pesquisa.
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Schuller et al. (2016), por meio da sua análise, destacou que a tutoria de pares é uma
estratégia eficiente da qual contribui de forma positiva na aprendizagem dos estudantes. Desse
modo, o autor destaca que a tutoria é uma prática na sala de aula em que o professor deve
preparar um colega da mesma sala para auxiliar o aluno com NEE nas atividades, considerando
que tais atitudes induzem para a inclusão e contribui para a participação de todos os estudantes
nas aulas de educação física reconhecendo, portanto, a diversidade presente no ambiente
educacional.
O autor acredita que um desafio enfrentado pelo professor seja o fato de proporcionar
a motivação para os estudantes, uma vez que, “para que obtenha sucesso no processo de
compreensão e domínio das novas habilidades, o esforço e a utilização de estratégias adequadas
são necessárias” (SCHULLER et al., 2020, p. 78). Desta forma, analisar a motivação e
desmotivação dos acadêmicos quanto ao aluno com NEE por meio da tutoria foi vista como
uma estratégia fundamental para observar e compreender tais processos.
A pesquisa de Souza et al. (2017), por sua vez, é intitulada Programa de formação de
colegas tutores: a tutoria no processo de inclusão escolar nas aulas de Educação Física, teve
como objetivo discorrer sobre a efetividade da tutoria entre a relação do colega tutor com o
aluno tutorando (estudante com deficiência intelectual associada ao transtorno do espectro
autista) na aula de Educação Física. Tal pesquisa foi realizada em uma Escola Municipal de
Ensino no interior do Estado da Bahia. O autor utilizou para a coleta de dados a observação
sistemática ou estruturada e filmagens para analisar a participação do aluno com NEE antes e
depois da tutoria e como o treinamento dos tutores pode contribuir para esta atuação.
Schuller et al. (2020) identificou em seu estudo que a atuação do professor tornou outro
fator de motivação e desmotivação entre os estudantes. Vale acrescentar que alguns estudantes
aceitaram a tutoria de pares por ter conhecidos ou familiares com alguma NEE. Assim,
O autor ainda percebe a desmotivação neste estudo por meio de um participante que
demostrou no início não querer participar da capacitação, devido não sentir suficientemente
capacitado para executar a tutoria. Tal participante em sua fala enfatiza que “[...] na verdade,
eu não queria participar (risos) porque eu tava com medo, porque eu nunca tinha tido contato
com deficiência física, sabe? Eu tava bem insegura” (T11 apud SCHULLER et al., 2020, p. 85).
Souza et al. (2017) destaca que a tutoria é uma estratégia voltado para o apoio nas aulas
de Educação Física bastante percebido nos Estados Unidos, sendo visível a necessidade de
aprofundar os estudos brasileiros. Diante disso, todos os autores abordados acreditam que a
tutoria de pares é uma ferramenta importante aos estudantes com NEE no processo de inclusão
tanto na educação básica como na superior.
Outro estudo relacionado ao Ensino Superior destaca a tutoria como uma “estratégia
promissora da inclusão social e escolar de alunos com deficiência, no campo da mediação
pedagógica” (FERNANDES; COSTA, 2015, p. 3). Os autores apontam em seus resultados e
discussões algumas visões. Na visão dos tutores acerca da tutoria percebe-se que os tutores
tiveram uma formação inicial e continuada bem como troca de práticas entre tutores mais
experientes e os novatos. A tutoria é tida como um auxílio para a realização do trabalho em sala
1
Denominação utilizada na pesquisa de Schuller et al. (2020) para manter o anonimato dos participantes
entrevistados.
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de aula, visto como uma influência positiva. Segundo o autor, a maioria destes tutores acreditam
que a tutoria interfere pouco no desempenho dos estudantes.
No que concerne a visão dos tutorados acerca do papel da tutoria, Fernandes e Costa
(2015, p. 13) destacam o, “papel de auxiliar, adaptar materiais e esclarecer dúvidas, outras
definições em minoria são as de ajudar em sala de aula, fornecer suporte e nivelar (“igualar”) o
acesso ao conhecimento”. Do mesmo modo, revela-se que em relação as atividades os tutorados
classificaram com pontos fortes e fracos.
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5 CONCLUSÃO
A Educação tem como foco proporcionar uma escola de qualidade para todos os
educandos, independentemente de suas particularidades, oferecendo equiparação de
oportunidades por meio de suportes que levem os alunos apreenderem os diferentes
conhecimentos para desenvolver suas potencialidades e superar as barreiras existentes.
Com base no referencial teórico levantado neste estudo, percebe-se que a tutoria de pares
não é um recurso novo, tendo em vista que vem sendo utilizada desde o final do século XX,
embora no Brasil ainda seja uma prática pouco conhecida. Tal fato evidencia a necessidade de
se ampliar as pesquisas voltadas à tutoria de pares, pois as pesquisas encontradas foram
reduzidas e voltadas para à área de Educação Física.
De acordo com a análise dos quatro artigos pode-se entender que, a tutoria de pares se
configura como uma estratégia promissora para dar apoio a inclusão de estudantes com NEE
no ambiente educacional e tem como objetivo auxiliar estes na execução das atividades,
proporcionando a inclusão tanto na educação básica como na superior. A tutoria de pares pode
proporcionar a sintonia, autoconfiança, a comunicação e contextualização de novas
informações proporcionando um ambiente de aprendizagem mais descontraído entre a dupla.
Contudo, é importante que todos os envolvidos (estudantes, professores, NAPNE), participem
do processo para que a tutoria passa de fato ser efetivada com êxito.
Portanto, nesse contexto, os professores devem ser estimulados à adoção desse tipo de
intervenção escolar, que de acordo com os nossos estudos, viabilizou o envolvimento dos
educandos nas suas próprias aprendizagens, adaptando-se às especificidades de cada um,
promovendo uma aprendizagem significativa ao mesmo tempo em que favoreça a garantia de
melhor educação e qualidade de ensino a todos.
Diante disso, vale acrescentar que como perspectiva de futuro para a presente temática,
busca-se a publicação futura do trabalho, o aprofundamento desse estudo por meio da formação
continua, observação em ambiente escolar bem como analise de obras que tratam sobre esse
assunto, tendo em vista que, necessita de mais publicações e trabalhos que abrangem essa área
como foi percebido pela pesquisa ora apresentada para que possa assim auxiliares os demais
pesquisadores e pessoas que possuem o interesse em aumentar o conhecimento e compreender
mais sobre a tutoria de pares na inclusão.
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REFERÊNCIAS
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prioriza a aprendizagem. Revista Portuguesa de Educação, 2012. Disponível em:
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