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PEDAGOGIA

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO


PEDAGOGIA

JUSSARA APARECIDA DUARTE OLIVEIRA

CURRICULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Considerações

Belo Horizonte
2017
PEDAGOGIA

CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Considerações

Projeto de Ensino apresentado à


Universidade Norte do Paraná -
UNOPAR, como requisito parcial para a
obtenção do título de Pedagogo.

Orientador: Prof.ª Natália Gomes dos


Santos

Belo Horizonte
2017
PEDAGOGIA

OLIVEIRA, Jussara Aparecida Duarte OLIVEIRA. Currículo na Educação


Infantil:considerações. 2017. Número total de folhas. Projeto de Ensino
(Graduação para o curso de Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Cidade, Ano.

RESUMO

O Projeto Currículo na Educação Infantil: Considerações busca trazer a luz das


legislações vigentes, outro olhar sobre o Currículo na Educação Infantil. Uma
visão de Currículo como sendo um conjunto de escolhas feitas em consonância
com as concepções e princípios que norteiam cada instituição. A compreensão
de que o currículo não é uma lista de conteúdos, mas um projeto de educação
desenvolvido juntamente por todos os envolvidos na prática educativa. Um
elemento da Proposta Pedagógica que articulado com os diversos elementos
se torna dinâmico e vivificador das experiências. Este projeto busca resposta
para algumas indagações de profissionais da área a respeito deste tema. Tem
como objetivo organizar tempos e espaços que possibilitem aos professores
familiarizarem-se com a Proposta Pedagógica, e diante disso assumir uma
postura cada vez mais coerente, comprometida com uma pratica pedagógica
intencional e consistente, que visa proporcionar aos alunos uma educação de
qualidade. Para tal serão promovidos oficinas, encontros com a equipe de
professores, leitura de documentos e questionário. Para a realização do projeto
serão necessárias cópias xerográficas da Proposta Pedagógica da escola, do
questionário e o uso do retroprojetor. A avaliação será processual, através de
registro das observações. Este projeto está fundamentado nas orientações das
leis vigentes: Lei 9.394/96 de 20 de dezembro, Resolução CNE/CEB n 05/09 e
em concepções das autoras Faria e Salles, e de Vagula e Steinle.

Palavras-chave: Currículo. Educação Infantil. Proposta Pedagógica.


PEDAGOGIA

SUMÁRIO

1 Introdução....................................................................................................
2 Revisão Bibliográfica ...................................................................................
3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino...................................
3.1 Tema e linha de pesquisa...........................................................................
3.2 Justificativa.................................................................................................
3.3 Problematização.........................................................................................
3.4 Objetivos....................................................................................................
3.5 Conteúdos.................................................................................................
3.6 Processo de desenvolvimento...................................................................
3.7 Tempo para a realização do projeto..........................................................
3.8 Recursos humanos e materiais..................................................................
3.9 Avaliação....................................................................................................
4 Considerações Finais...................................................................................
5 Referências..................................................................................................
6 Apêndice (opcional)......................................................................................
7 Anexos (opcional) ........................................................................................
PEDAGOGIA

INTRODUÇÃO

O Projeto Currículo na Educação Infantil, no campo da Gestão Escolar,


busca contribuir para a formação dos docentes através de uma ação reflexiva a
respeito da maneira como o Currículo é compreendido na Educação Infantil,
bem como suas possibilidades de organização e concretização no cotidiano de
uma escola.
As mudanças que ocorreram em nossa sociedade nos últimos anos, no
contexto social e político, interferiram de forma significativa na realidade da
Educação Infantil. O exemplo disso foi seu reconhecimento como primeira
etapa da Educação Básica, lhe conferindo status de educação e não mais
assistência social. No entanto, este novo olhar sobre a Educação Infantil,
suscitou algumas questões que ainda são desafiadoras para muitos
profissionais especialmente as que dizem respeito ao Currículo. Entender
“como o currículo deve ser compreendido na Educação Infantil”, como
organizá-lo, “quais experiências escolares devem ser apropriadas as crianças
nessa fase” e “como concretizá-lo no cotidiano da escola” são indagações que
embora nem sempre percebidas no âmbito da discussão, são perceptíveis na
pratica educativa dos autores e executores no cotidiano de muitas instituições
escolares. Geralmente isso ocorre pelo desconhecimento por parte desses
profissionais da Proposta Pedagógica da Instituição, seja por falta de interesse,
pela dificuldade de acesso ao documento ou até mesmo pela própria ausência
do mesmo.
Diante disto, o referido Projeto tem como objetivos organizar tempos e
espaços que possibilitem ao corpo docente familiarizar-se com a Proposta
Pedagógica da instituição, de modo a perceber a articulação do Currículo com
os demais elementos constituintes desta Proposta. Diante desses
conhecimentos, os professores serão capazes de assumir uma postura cada
vez mais coerente, comprometida com uma pratica pedagógica intencional e
consistente, que visa proporcionar aos alunos uma educação de qualidade.

O Projeto propõe o estudo da Proposta Pedagógica da Instituição como uma


oportunidade para os professores refletirem sobre o Currículo proposto pela
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escola, e as possibilidades de metodologias e instrumentalização do professor


para concretizá-lo no fazer cotidiano.
Para o desenvolvimento desse Projeto, serão organizados encontros
com toda a equipe de professores para promover momentos de discussão e
oficinas para prática dos conteúdos trabalhados. Também será necessário o
envolvimento dos professores na leitura prévia do documento e resposta a um
questionário.
Os recursos necessários para a realização das atividades são: caneta,
folhas A4, cópias da Proposta Pedagógica, cópias do questionário, cadeiras e o
retroprojetor.
A avaliação das atividades propostas ocorrerá de forma processual
através de registro das observações, dos relatos de experiências e de um
questionário.
O Projeto Currículo na Educação Infantil: considerações fundamentam-
se nas orientações das legislações vigentes: Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional-LDBEN-Lei n 9.394/96, Resolução CNE/CEB
05/2009.Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil–RCNEI-1998.
Resulta da reflexão de Faria e Salles, sobre como os elementos da Proposta
Pedagógica se articulam na dinamização do Currículo, e também das autoras
Vagula e Steinle das possibilidades de organização curricular.

Revisão Bibliográfica

A sociedade moderna tem gerado uma crescente produção e especialização do


conhecimento, refletindo diretamente na educação. Essa por sua vez, vem
buscando ressignificar sua concepções de modo a acompanhar o
desenvolvimento social. Como exemplo disso, exemplificamos a organização
do currículo escolar.

O currículo escolar foi concebido historicamente como um conjunto de


conhecimentos compartimentados e organizados em áreas e disciplinas
isoladas entre si, estabelecidos por faixa etária. Em sua trajetória sofreu
influencia de algumas correntes pedagógicas, dentre elas a da teoria
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tradicional, consolidada por Tyler, que afirmou que o currículo deveria “centrar-
se em questões de organização e desenvolvimento” (SILVA, 2003b, p.23) com
objetivos claros e bem definidos, centrados na figura do professor como
detentor do conhecimento. Neste enfoque, os conhecimentos eram
selecionados e abordados sem levar em conta a realidade social e cultural dos
seus autores. Como consequência, percebia se o desinteresse dos alunos
pelos estudos, incidindo no elevado índice de evasão escolar.

Na busca por preencher as lacunas no processo de aprendizagem, diversos


profissionais vem buscando ressignificar o currículo escolar. Segundo Traldi
(1984, pag. 26), o termo “currículo” origina-se do latim “curriculum” e significa “
curso, carreira, percurso ``...{ .Para ele, o currículo é uma espécie de “ pista de
corrida” , a trajetória escolar dos alunos ao longo do percurso escolar.
Recentemente, a preocupação com o currículo foi tomando novos rumos.
Moreira e Candau (2006, p.86) definiram o currículo “ como as experiências
escolares que se desdobram em torno do conhecimento, em meio a relações
sociais, e que contribuem para a construção da identidade de nossos(as)
estudantes”.

Silva (2007) endossa esse conceito ao defender que o currículo corresponde a


um conjunto de experiências e conhecimentos que a instituição oferece as
crianças, sendo que essas experiências podem promover a transformação ou a
manutenção das relações de poder, pois privilegia algum um tipo de
conhecimento.

Diante desse novo olhar sobre o currículo, que enfatiza mais “experiências” do
que “conteúdos”, dirigimos nossa atenção neste trabalho, para o Currículo na
Educação Infantil, buscando compreender algumas questões que ainda são
desafiadoras para muitos profissionais da educação, especialmente quando se
diz respeito a pratica educativa no cotidiano escolar na Educação Infantil.
Entender “como o currículo deve ser compreendido na Educação Infantil”,
como organizá-lo, “quais experiências escolares devem ser apropriadas as
crianças nessa fase” e “como concretizá-lo no cotidiano da escola” são
indagações que embora nem sempre percebidas no âmbito da discussão, são
perceptíveis na pratica educativa dos autores e executores no cotidiano de
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muitas instituições escolares. Buscar respostas para estas questões é


fundamental para uma pratica pedagógica coerente, intencional e consistente,
que visa proporcionar aos alunos uma educação de qualidade.

Essas perguntas são pertinentes, considerando o fato de que apenas


recentemente, através da Lei de Diretrizes e Base para a Educação Nacional –
LDBEN (Lei 4024/61) o trabalho desenvolvido com crianças de 0 a 5 anos foi
reconhecido como caráter educativo pela legislação brasileira. A Educação
Infantil passou a ser considerada a primeira etapa da Educação Básica (Lei de
Diretrizes e Bases, Lei n: 9394/96, artigo 29), tendo como finalidade, o
desenvolvimento integral de crianças até seis anos de idade. Ainda surgem
muitas duvidas sobre o trabalho desenvolvido nessa etapa da educação, e em
especial os questionamentos sobre o currículo e sua organização.

É importante lembrar que, anterior a esse processo, o atendimento as crianças


de 0 a 5 anos, realizado em creches e pré-escolas, apresentavam concepções
diferentes do proposto pela legislação que rege a Educação Infantil hoje.
Também apresentavam concepções distintas entre si. Enquanto a educação
nas creches tinha um caráter assistencialista, que privilegiava o cuidar, como
descreve: Haddad (1993. P. 24):

“Durante muito tempo, a creche serviu a função de combate à pobreza e a


mortalidade infantil. Para atingir esses objetivos, adotou padrões de
funcionamento que variavam conforme o que se acreditava serem os
determinantes da pobreza e da mortalidade infantil”.

A educação proposta nas pré-escolas tinha como característica preparar a


criança para ingressar no Ensino Fundamental, apoiando se em atividades
mecânicas e a práticas descontextualizadas.

Na busca por resposta as inquietações citadas anteriormente, é necessário


considerar como o MEC através do Parecer CNE/CEB n. 20/09 de da
Resolução CNE/CEB n. 05/09, que definem as DCNEI – Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil concebe o currículo e sua organização
para Educação Infantil:

Art. 3 O Currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas


que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os
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conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental,


científicos e tecnológicos de modo a promover o desenvolvimento integral de
crianças de 0 a 5 anos de idade.

De acordo com a legislação, na Educação Infantil a ideia de currículo associa-


se ao conjunto de esforços pedagógicos desenvolvidos com intensões
educativas denominadas “Proposta Pedagógica”, ou “Projeto Político
Pedagógico”. Assim, explicitar o currículo na Proposta Pedagógica representa
apontar quais são as experiências a serem trabalhadas com as crianças dessa
faixa etária.

Mas o que é especificamente uma “Proposta Pedagógica” ou “Projeto Político


Pedagógico”: Segundo Moreira e Candau (2006, pag. 20),

Proposta Pedagógica é a busca de construção da identidade, da


organização e da gestão do trabalho de cada instituição educativa. O
Projeto reconhece e legitima a instituição educativa como histórica e
socialmente situada, constituída por sujeitos culturais que se propõem a
desenvolver uma ação educativa a partir de uma unidade de propósitos.
Assim são compartilhados desejos, crenças, valores, concepções que
definem os princípios da ação pedagógica e vão delineando em um
processo de avaliação continua e marcado pela provisoriedade, suas metas,
seus objetivos, suas formas de organização e suas ações.

Diante desse conceito, podemos construir a visão de currículo como um


conjunto de escolhas, relacionadas às concepções e princípios que norteiam
cada instituição. De acordo com o RCNEI, essas escolhas dizem respeito às
práticas educativas, a organização e modo de funcionamento da instituição, os
conhecimentos mais significativos, as habilidades a serem desenvolvidas
considerando o objetivo geral de cada instituição, seu contexto social, as
características e expectativas de cada grupo que compõe a sua comunidade
escolar.

Reafirmando a concepção apresentada, O documento Proposições


Curriculares para a Educação Infantil, de Belo Horizonte, 2014, além de
conceber o currículo como um “conjunto de escolhas”, compreende-o também
como:

“um caminho elaborado e traçado solidariamente pelos atores do processo


educativo. Sendo um caminho, ele se constitui durante a trajetória
daqueles que o percorrem. O currículo se concretiza e se ressignificar
durante a caminhada daqueles que estão no cotidiano das vivências
escolares de um contexto educacional específico.” (p. 46).
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Nessa perspectiva, compreendemos que as escolhas efetivadas no currículo


não podem ser estanques ou definitivas, pelo contrario, propõe-se um
planejamento e pressupõe que ele será complementado e enriquecido de
acordo com a realidade das crianças. Assim, o currículo deve estar em
processo de permanente construção e reformulação por parte dos sujeitos com
a finalidade de alcançar os objetivos propostos.

Esse processo de construção do Currículo implica antes considerar quais as


concepções que irão nortear o trabalho educativo. Moreira e Silva “(1997,
p.23) afirmam que toda concepção imprime relações de ideologia, cultura e
poder”. Elaborar a Proposta Pedagógica da instituição requer dialogo, e
reflexão sobre crenças e valores que estão subjacentes a pratica, buscando
fundamentação teórica e legal. Implica também reflexão sobre visão de
“criança”, de “sociedade”, “de ser humano”, de “desenvolvimento e
aprendizagem”, de “educação e de cuidado”.

Diante disso, abro aqui um parênteses para ressaltar que, considerando a


complexidade que envolve a elaboração do Currículo, é imprescindível que
haja a participação de todos neste processo. Pais e familiares, crianças,
professores, profissionais das diversas instancias da escola, comunidade,
precisam participar, expressando opiniões e expectativas quanto ao currículo
escolar.

Existem alguns autores como: Jean Piaget, Vygotsky, Wallon, por exemplo,
que discutem teoricamente essas visões. Do ponto de vista legal, as DCNEI
orientam as instituições a elaborarem suas Propostas Pedagógicas
referenciadas em alguma concepção.

Ao se pensar em currículo, em quais conteúdos ou experiências proporcionar


aos alunos, é necessário pensar antes na criança: qual a concepção de criança
que acreditamos, e qual lugar ela ocupa no processo educativo:

A Resolução n 5/2009/CEB/CNE, art. 4, não só traz a concepção de criança,


como também a define como o centro do processo educativo. Vejamos:

```) criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que ,


nas interações, relações e praticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade
pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa,
experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,
produzindo cultura.

O RCNEI, em consonância com o documento acima citado, concebe a criança


como sujeito histórico, um ser social que apresenta capacidades próprias e
ocupa seu espaço exercendo diversas linguagens e assim com a mediação do
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professor constrói conhecimentos, ampliando seus saberes. Em seu texto


afirma que:

“A criança como todo ser humano é um sujeito social e histórico e faz parte
de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com
determinada cultura, em um determinado momento histórico. É
profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas
também o marca.” (Brasil, 1998, p. 21-22).

Considerar a criança como sujeito é compreender que elas têm desejos,


inquietações, opiniões, saberes. Que elas são capazes de criar, de agir, de
interagir , de raciocinar, de expressar e decidir. É considerar que essas
relações são dialógicas e contribuem para o desenvolvimento tanto da criança
quanto do adulto com quem ela se relaciona.

Reconhecer a criança como sujeito social e histórico é entender que seus


desejos, opiniões, inquietações, capacidades de agir e decidir, são construídos
historicamente na cultura do meio social em que ela está inserida. É refletir
sobre qual tipo de sujeito queremos formar: um sujeito critico, capaz de agir na
sociedade transformando-a, ou um sujeito passivo a subordinação das classes
dominantes:.

Considera-la como sujeito de direito, é considerar que independente de sua


origem, raça, história ou classe social, ela é cidadã, e como tal, tem os mesmos
direitos de todas as crianças.

Reconhece-la como ser da natureza é reconhecer sua inserção no meio físico,


percebendo que suas ações interferem diretamente sobre ele.

Valorizar a criança como sujeito sociocultural é coloca-la no centro do


processo educativo, como determina a legislação citada. Isso implica na
necessidade dos professores e profissionais da educação buscar compreender
suas especificidades, necessidades e potencialidades. Cada criança precisa
ser reconhecida e acolhida, a partir do conhecimento de suas características
individuais, de grupo e de sujeito de um tempo especifico do desenvolvimento
humano: a infância.
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Nesse sentido, a Resolução CNE/CEB, 2009, discute algumas especificidades


das crianças na Educação Infantil:

O conhecimento científico hoje disponível autoriza a visão de que desde o


nascimento a criança busca atribuir significado a sua experiência e nesse
processo volta-se para conhecer o mundo material e social, ampliando
gradativamente o campo de sua curiosidade e inquietações, mediadas pelas
orientações, materiais, espaços e tempos que organizam situações de
aprendizagem e pelas explicações e significados que ela tem acesso. O
período de vida atendido pela Educação Infantil caracteriza-se por
marcantes aquisições: a marcha, a fala, o controle esfincteriano, a formação
da imaginação, e da capacidade de fazer conta e de representar usando
diferentes linguagens. (Brasil, CNE/CEB, 2009)

Assim, pensar na criança, requer conhecimento de alguns aspectos específicos


da infância como: biológicos: compreendendo como ocorre o desenvolvimento
cognitivo e motor em cada faixa etária. Das interações que ela estabelece com
o mundo: e que é mediada pelo outro, ela percebe-se como sujeito, e como
pertencente a um grupo. Neste processo a criança se identifica com o outro e
ao mesmo tempo se diferencia dos outros ao perceber que suas características
a tornam única. Das atitudes de exploração e de experimentação, que utilizam
como estratégias para conhecerem o que lhes é estranho. Também da
utilização da imitação e da repetição como estratégias para explorarem o
mundo. Da brincadeira como forma privilegiada da criança apropriar-se do
conhecimento. Do contexto sociocultural elas estão inseridas. Do papel da
escola neste processo.

Dessa forma, conhecer as especificidades da criança, direciona o olhar para a


escolha das experiências que contribuirão para o seu desenvolvimento.

Por isso, na Proposta Pedagógica essas concepções devem ser descritas de


forma clara, pois a partir da compreensão da criança que se deseja formar
serão fundamentadas todas as ações pedagógicas. Assim, uma proposta que
considera as crianças como seres plenos em seu tempo, com capacidade de
compreender o mundo a seu próprio modo, atribuindo-lhe significados,
orientarão a sua prática propondo situações de aprendizagem onde a criança
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seja a protagonista. Os professores que compreendem as crianças como


sujeitos competentes buscam na vivencia cotidiana, adotar uma postura de
efetiva escuta, predispondo-se a entender como elas estão pensando, os
conhecimentos que estão construindo, as hipóteses que estão elaborando, e a
partir dessas observações, planejar sua pratica educativa.

É preciso ter em mente que o foco do seu trabalho é a criança, e não nas
atividades que se propõe. Para isso, Lima (2013) pontua ser necessário
desenvolver uma metodologia de coleta de informações, que passa pela
observação atenta e pela pesquisa. Com relação a ouvir histórias, por exemplo,
o professor deve se perguntar:: as crianças apreciam ouvir histórias e
manusear livros: que tipo de histórias as crianças gostam mais: o que fazer
para despertar ou ampliar o interesse por leituras. Pensar dessa forma é
reafirmar a dinamicidade e flexibilidade do currículo, afirmando que a criança
está em constante processo de formação.

Assim, entendemos que a forma como uma instituição de Educação Infantil


concebe a criança, nos seus aspectos físicos, psíquicos, biológicos, sociais e
culturais, determina a maneira como organizará o seu currículo.

Historicamente, as escolas de Educação Infantil no Brasil, organizam seu


Currículo de diferentes maneiras, norteadas por diferentes concepções. Seja
por áreas de conhecimento, através datas comemorativas, através de livros
didáticos, por organização de atividades, por eixos de trabalho e até mesmo
mesclando as varias categorias. Segundo SALLES e FATIMA (2012) essa
indefinição ou mesmo essa diversidade nas formas de, historicamente,
estruturar o Currículo, “além de revelarem concepções, evidenciam a
inexistência, ate então, de diretrizes que definissem com maior clareza a
identidade dessa etapa da Educação Básica”.

Na ausência dessas diretrizes, o Referencial Curricular Nacional para a


Educação Infantil, RCNEI, lançado pelo o Ministério da Educação, em 1998,
serviu de apoio as instituições na elaboração de sua proposta curricular,
passando a ser visto e amplamente utilizado como se fosse uma determinação
legal.
PEDAGOGIA

A criação do documento legal: Diretrizes Curriculares Nacionais para a


Educação Infantil - DCNEI, pelo Conselho Nacional de Educação, em 2009,
representou um avanço significativo para a Educação Infantil, sendo o primeiro
documento legal a apresentar uma definição clara de Currículo para as
crianças da faixa etária de 0 a 5 anos. Dessa forma, como já citado
anteriormente neste trabalho, as DCNEI/2009, em seu art.3, concebem o
Currículo da Educação Infantil como:

Art. 3 O Currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de


práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças
com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico,
ambiental, científicos e tecnológicos de modo a promover o
desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade.

(BRASIL, CNE/CEB, 2009).

No seu artigo 9, essas Diretrizes definem que as praticas pedagógicas que


compõem a proposta curricular da Educação Infantil tenham como eixos
norteadores, as interações e as brincadeiras, garantindo experiências que:

I. Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da


ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais, que
possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e
respeito pelos ritmos e desejos da criança.
II. Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o
progressivo domínio por elas dos vários gêneros e formas de
expressão gestual, verbal, plástica, dramática e musical.
III. Possibilitem as crianças experiências de narrativas, de apreciação e
interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes
suportes e gêneros textuais orais e escritos.
IV. Recriem, em contextos significativos para as crianças, relações
quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais.
V. Ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades
individuais e coletivas.
VI. Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a
elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado
pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar,
VII. Possibilitem experiências éticas e estéticas com outras crianças e
grupos culturais, que alarguem seus padrões de referencia e de
identidades no diálogo e reconhecimento da diversidade,
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VIII. Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o


questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em
relação ao mundo físico e social, ao tempo e a natureza,
IX. Promovam o relacionamento e a interação das crianças com
diversificadas manifestações de musica, artes plásticas e gráficas,
cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura.
X. Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento
da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim
como não desperdício dos recursos naturais,
XI. Propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das
manifestações e tradições culturais brasileiras,
XII. Possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores,
máquinas fotográficas e outros recursos tecnológicos e midiáticos.
Assim, o artigo detalha experiências envolvendo diferentes linguagens e
conhecimentos que possibilitam o desenvolvimento das crianças, garantindo a
elas espaço e tempo para se movimentar, explorar, interagir, criar, e expressar-
se de diferentes formas.

Buscando compreender como uma instituição de Educação Infantil pode


organizar seu Currículo, diante de varias possibilidades, exemplificamos neste
trabalho, a organização do Currículo por “campos de experiência”, sugerido por
FARIA e SALLES ,(Currículo na Educação Infantil – Dialogo com os demais
elementos da Proposta Pedagogica,2.ed. São Paulo,2012). Acreditamos que
tal organização, é coerente com as Diretrizes legais, pois valorizam, em sua
prática pedagógica, os eixos: interação e brincadeira.

A organização do Currículo por campos de experiência, conforme defendem as


autoras FARIA e SALLES “buscam agrupar as diversas experiências
relacionadas aos saberes e conhecimentos, a serem trabalhadas
intencionalmente numa instituição de Educação Infantil”(pg. 78).

As crianças se desenvolvem e constituem-se como sujeitos socioculturais


através das relações que estabelecem com o mundo a sua volta, utilizando-se
de diferentes linguagens. No cotidiano escolar, através das interações que
estabelece com os outros e com o ambiente, vivenciam experiências diversas -
positivas ou negativas, que irão gerar impactos na formação da sua identidade.
As experiências sejam: lúdicas, estéticas, de respeito, de autonomia, de
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cooperação, de investigação, de desafios, de submissão, de discriminação, de


competição, entre varias outras, marcam e transformam os sujeitos envolvidos,
interferindo na sua constituição e definindo seu modo de ser, de conviver e de
aprender.

A esse respeito afirma MOREIRA, 2004: “Nós aprendemos e ensinamos em


meio a experiências, em meio às relações que estabelecemos na escola. Tudo
isso tem que ser organizado, pensado, planejado, não é algo que acontece de
qualquer jeito”. Essa afirmação nos conclama a refletir sobre o fazer
pedagógico pautado em experiências propostas de forma intencional,
planejada e organizadas. Temos o importante papel de selecionar e propiciar
ricas e significativas experiências relativas as múltiplas linguagens num
Currículo de Educação Infantil.

Nesta perspectiva, FARIA e SALLES (Currículo, na Educação Infantil, 2012,


pg.79) propõem a organização dessas experiências relacionando-as a “saberes
e conhecimentos que contemplem as múltiplas relações da criança com os
conhecimentos da natureza e da cultura, mediadas pelas linguagens”. Segundo
as autoras, essas experiências propostas, pretendem “provocar” os professores
a “ampliar” a compreensão do leque de possibilidades de experiências, de
acordo com as características e a realidade sociocultural na qual as crianças
estão inseridas. Para tal, as autoras Faria e Salles (2012, P.80) agrupam as
experiências propostas às crianças em três grandes campos de experiência:
“Eu no mundo social e natural., Linguagens e Artes,. Matemática. Cada campo
é subdividido de forma a tratar de suas especificidades e de como as crianças,
no seu processo de apropriação e transformação dos saberes e conhecimentos
próprios daquele campo de experiências, podem aprender e se desenvolver.

Diante do exposto a respeito do Currículo, considerando sua necessária


articulação com os demais elementos da Proposta Pedagógica da Instituição
de Educação Infantil, acreditamos que uma das formas de concretizar o
Currículo no trabalho cotidiano junto às crianças se dá pelas opções
metodológicas do professor. Não desconsiderando que essas opções estão
relacionadas às concepções que envolvem posturas, atitudes, procedimentos e
ações. Assim, uma opção metodológica pode levar o professor a assumir uma
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postura de mediador do conhecimento, ajudando o aluno a refletir sobre o seu


próprio processo de desenvolvimento, ou simplesmente assumir o papel de
transmissor de informações. Na definição de estratégia e procedimentos, pode
limitar ao trabalho apenas nos espaços internos e a materiais restritos, ou pode
ampliar o uso de espaços e materiais proporcionando o contato com a natureza
e com diferentes aspectos da cultura.

Por isso, é fundamental que as formas de trabalho do professor sejam


coerentes com as concepções que foram definidas na Proposta Pedagógicas
da instituição. O professor precisa buscar continuamente estratégias que
condizem com essas concepções, promovendo o desenvolvimento integral das
crianças.

A esse respeito, FARIA e SALLES (2012) afirmam que :

“quando falamos de opções metodológicas de trabalho na Educação Infantil,


não diz respeito a método, uma vez que não nos referimos a um caminho
preestabelecido, com passos delimitados para se chegar a determinado
lugar. Estamos sim, tratando de formas de trabalhar que vão sendo
construídas pelos professores na pratica cotidiana com um grupo de
crianças e que vão sendo modificadas nas diferentes situações com as
quais o professor e a criança se defronta”. (pg.185)

Diante desta afirmação entendemos que não há uma metodologia privilegiada.


O professor precisa conhecer diferentes maneiras de trabalhar para que possa
selecionar aquelas que são mais apropriadas à faixa etária das crianças e que
provoquem sua curiosidade e seu desejo de agir sobre o mundo.

Existem diferentes metodologias de trabalho utilizadas na Educação Infantil.


Dentre elas podemos citar os projetos, as oficinas ou ateliês, as sequencias de
atividades, e as atividades significativas como estratégias de êxito para
dinamizar e ampliar o alcance do Currículo. O uso dessas diferentes
metodologias pode possibilitar ricas interações entre as crianças e os adultos
envolvidos. Pode também favorecer a flexibilização dos tempos para a
realização do trabalho e possibilidades para uma ação planejada e intencional
bem como para a invenção e escolha das crianças. Também podem favorecer
aprendizagens significativas para a construção de saberes e conhecimentos
sobre o sujeito, a sociedade, a natureza e as múltiplas linguagens.
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Diante de tudo que vimos sobre o Currículo, em como ele dialoga e articula
com os demais elementos de uma Proposta Pedagógica, podemos considera-
lo como o coração de uma instituição. Sendo assim, é imprescindível que todos
os envolvidos no processo educativo tenham pleno conhecimento dele.

Na gestão democrática, é função do gestor educacional promover espaços e


tempos para a elaboração, implementação, avaliação e reelaboração da
Proposta Política Pedagógica da instituição de Educação Infantil. No entanto,
não é tarefa exclusivamente sua a elaboração do documento. Cabe ao gestor
buscar estratégias para envolvimento dos professores, de outros funcionários
da escola, das famílias, das crianças, e de outros parceiros da comunidade,
trabalhando numa perspectiva democrática e participativa.

3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino

3.1 Tema e linha de pesquisa


O Projeto de Pesquisa Currículo na Educação Infantil, relacionado a
Gestão Escolar, busca refletir como o Currículo é compreendido na Educação
Infantil.

3.2 Justificativa
Tendo em vista que toda instituição educativa precisa comprometer-se
com sua prática educativa, a fim de promover uma educação de qualidade, é
fundamental que seus profissionais reflitam sobre seu fazer e busquem tornar-
se conscientes das experiências que estão propondo, na perspectiva de cuidar
das crianças e educá-las.
O Currículo na Educação Infantil, compreendido como um conjunto de
experiências culturais de cuidado e educação, relacionadas aos saberes e
conhecimentos intencionalmente selecionados e organizados pelos
PEDAGOGIA

profissionais de uma instituição (Faria e Salles, 2012) aponta quais são as


experiências a serem trabalhadas com as crianças dessa faixa etária, de modo
a promover o seu pleno desenvolvimento. Por isso, é fundamental que seus
autores e executores tenham conhecimento do Currículo, enquanto elemento e
da Proposta Pedagógica da escola. Segundo Salles e Faria 2012, “há um
saber-fazer construído, no cotidiano, certamente norteado por crenças e
concepções, as quais fundamentam a construção de uma prática pedagógica
coerente, intencional e consistente”. Compreender o Currículo contribui para a
reflexão crítica de uma prática pedagógica mais coerente e intencional entre
aquilo que se acredita e o que se faz. Também aponta as necessidades de
avanço bem como os objetivos alcançados na pratica educativa, uma vez que,
“as escolhas efetivadas no Currículo, não devem ser estanques e
definitivas”(Proposições Curriculares para a Educação Infantil, BH, 2014). O
Currículo precisa estar em constante processo de construção e reformulação
por parte dos sujeitos para ter êxito nos objetivos propósitos.

3.3 Problematização
Apenas recentemente, em 2009, com a atualização e a revisão das
Diretrizes Curriculares Nacionais, o trabalho desenvolvido com crianças de 0 a
5 anos foi reconhecido legalmente com caráter educativo, definindo-se normas
para a elaboração das propostas pedagógicas das instituições de Educação
Infantil. Anteriormente, as creches e pré-escolas organizavam seu trabalho de
modo próprio. De modo geral, essa organização, era pouco sistematizada e
muitas vezes fragmentada e sem explicitação dos princípios que norteavam
sua prática. As mudanças no atendimento às crianças dessa faixa etária, em
especial, a maneira de se conceber o Currículo e o modo como organizá-lo,
levantou questões que ainda são desafiadoras para muitos profissionais da
Educação Infantil. Muitos professores que já atuavam no atendimento a essas
crianças, assim como professores recém-formados na área da educação,
indagam sobre o que deve ser “ensinado” as crianças na Educação Infantil e/ou
que tipo de atividade podem fazer, mostrando uma visão retrógrada de
Currículo como seleção de conteúdos compartimentados e fragmentados. Fato
que pode ser percebido também na prática pedagógica de muitos professores,
onde se percebe que o foco está nas atividades, geralmente impressas,
PEDAGOGIA

sistematizadas de forma mecânica, a serem realizadas pelas crianças, sem


considerar o conhecimento que elas têm sobre o que será vivenciado, nem as
relações estabelecidas ou as indagações que elas têm sobre o mundo. Tal
prática acontece em muitos casos, pelo desconhecimento do professor da
Proposta Pedagógica da escola, que ao chegar a escola, não procura conhecer
o documento.
Não podemos desconsiderar que a criança, no seu dia a dia, desde o
momento que chega a escola, vivencia experiências diversas, positivas ou
negativas que irão interferir diretamente na sua constituição enquanto sujeito.
Por isso, é imprescindível que essas experiências sejam pensadas e
planejadas. É fundamental que o professor tenha consciência da Proposta
Pedagógica da instituição onde trabalha para desenvolver uma prática coerente
com essa proposta.
Ao gestor educacional, cabe o importante papel de promover espaços
de discussão e reformulação da Proposta Pedagógica da instituição,
possibilitando que todos os profissionais não só tenham acesso a este
documento, mas participem de forma efetiva da sua produção e reelaboração.

3.4 Objetivos
O Projeto a ser desenvolvido tem como objetivo:
 Proporcionar aos professores a familiarização com o Projeto
Político Pedagógico da Instituição, conhecendo os elementos
constituintes e as concepções que envolvem a proposta,
 Compreender como os diversos elementos da Proposta
Pedagógica se articulam, dinamizando o Currículo no cotidiano
escolar.
 Assumir uma postura cada vez mais coerente com as
concepções e objetivos definidos na Proposta Pedagógica da
Instituição, avaliando constantemente seu fazer pedagógico.

3.5 Conteúdos
 Projeto Político Pedagógico da instituição de Educação Infantil:
Elementos constituintes da Proposta Pedagógica; concepções
PEDAGOGIA

norteadoras; a organização do Currículo e a articulação com os


elementos do Projeto Político Pedagógico; metodologias para a
concretização do Currículo; instrumentos de trabalho do professor.

3.6 Processo de desenvolvimento


O Projeto de Ensino a ser desenvolvido pelo gestor na Instituição de
Educação infantil junto ao corpo docente da mesma.
Para o desenvolvimento desse Projeto, serão organizados encontros
com toda a equipe de professores para promover momentos de discussão e
oficinas para prática dos conteúdos trabalhados. Também será necessário o
envolvimento dos professores na leitura prévia do documento e resposta ao
questionário.
Serão promovidos quatro encontros quinzenais, com duração de 60min
cada um e ocorrerão no horário de trabalho dos professores, em seus
respectivos turnos. Para viabilizar os encontros, a gestão contratará oficineiros
para desenvolver atividades com os alunos nesse período. Os encontros
acontecerão no pátio coberto da escola.
Previamente serão disponibilizadas algumas cópias da Proposta Política
Pedagógica da instituição para que os professores possam realizar a leitura da
mesma. O material ficará disponível na sala dos professores, que poderão
estudá-lo nos horários de planejamento.
No primeiro encontro, o gestor, junto com a equipe de coordenação,
iniciará o encontro apresentando a proposta do mesmo e os objetivos a serem
alcançados. O grupo será subdividido em seis grupos de cinco participantes
(podendo variar de acordo com a quantidade de professores da instituição)que
se reunirão para discutir os temas selecionados. Os professores terão
liberdade para escolher o tema que preferir. Os temas serão definidos e
distribuídos da seguinte forma:
1.º.Grupo: A história e o contexto sociocultural da instituição;
Concepções norteadoras do trabalho.
2.º.A filosofia e as intenções da instituição.
3.º.A organização do Currículo: eixos norteadores e campos de
conhecimento.
4.º.Organização dos tempos; organização de espaços, equipamentos
PEDAGOGIA

e materiais; organização das crianças.


5.º.Organização da metodologia de trabalho; organização dos
instrumentos de trabalho do professor.
6.º.Organização do trabalho com a comunidade e a família;
organização das formas de gestão institucional; relações entre os
diversos atores envolvidos.
Os grupos terão um tempo de 60 minutos para discutirem o tema. Os grupos
deverão eleger entre si um representante que irá anotar as observações que
fizeram sobre o texto e representará o grupo no próximo encontro.
Para o segundo encontro, será proposta uma Roda de Discussão, onde cada
grupo apresentará o tema que foi discutido, expondo as considerações, críticas
e observações sobre o mesmo. Embora o representante do grupo seja a porta
voz do assunto, todos terão a oportunidade de participar da discussão. Neste
encontro, será necessária a participação de um coordenador para anotar as
observações/críticas feitas pelos grupos para os encaminhamentos e
alterações necessários no documento.
Após este momento, será entregue aos professores um questionário que
deverá ser preenchido e entregue a coordenação, na semana seguinte. Os
questionários deverão ser lidos e compilados pela coordenação, antes do
terceiro encontro.
No terceiro encontro os professores se assentarão em roda e a gestão
apresentará no retroprojetor os dados do questionário respondido
anteriormente. Esta atividade será muito rica, pois dará maior visibilidade ao
trabalho desenvolvido pelos docentes, bem como os explicitará os principais
desafios do grupo.
No quarto encontro, a equipe será dividida em quatro grupos onde serão
realizadas oficinas para estudo de relatos de trabalhos desenvolvidos com
crianças da Educação Infantil diferentes idades. Cada grupo deverá analisar
um relato e responder as seguintes questões:
1. As concepções que norteiam a pratica apresentada neste relato, condizem
com as práticas em que nossa escola defende;@
2.Se a resposta form sim, como o Currículo se articulou-se com os demais
elementos da Proposta Pedagógica, e como ele se concretizou na prática
relatada@Se a resposta for não, em que as concepções estampadas na prática
PEDAGOGIA

relatada se diferem da que acreditamos@.


1.º. Grupo:

3.7 Tempo para a realização do projeto

Os encontros ocorrerão quinzenalmente:


Encontros Duração Atividades
1. Quinzena 60minutos Atividade em grupos: leitura e discussão da
Proposta Pedagógica da Instituição.
2. Quinzena 60minutos Roda de discussão sobre os temas da Proposta
Pedagógica.
3. Quinzena 60minutos Roda de discussão sobre os dados coletados no
questionário.
4. Quinzena 60minutos Oficina de estudo de relatos.

3.8 Recursos humanos e materiais


 4 cópias da Proposta Pedagógica;
 8 canetas esferográficas azul ou preta;
 Papel A4 branco;
 Retroprojetor;
 Cadeiras;
 Cópias dos relatos de atividades que serão analisadas.

3.9 Avaliação

A avaliação é um instrumento importantíssimo no processo de ensino, pois nos


PEDAGOGIA

possibilita o acompanhamento do percurso da ação educativa, nos ajuda a


refletir sobre o trabalho realizado e a redirecionar nossas ações.
Considerando o ato de avaliar como um processo de ação-reflexão-ação,
propomos avaliar cada etapa deste Projeto. Será observada a pertinência do
tema, interação entre o grupo, os conhecimentos e experiências do coletivo, as
lacunas existentes no trabalho pedagógico. Também serão avaliadas as
metodologias utilizadas e o tempo disponibilizado para cada atividade.
Propomos utilizar como instrumento avaliativo, a observação e o registro em
caderno das discussões dos participantes. Utilizaremos o questionário para
compreender como os professores entendem e aplicam o Currículo no fazer
pedagógico do cotidiano escolar. A analise dos relatos de atividades
pedagógicas também será um instrumento avaliativo muito significativo, pois
ajudara o professor a perceber como o Currículo acontece na prática
educativa.

4 Considerações finais

O trabalho pedagógico é uma atividade profissional na qual ter consciência do


que fazemos, para que fazemos e como fazemos são fatores determinantes.
Neste sentido, compreender o Currículo como parte de um conjunto de ações
do fazer pedagógico que denominamos Proposta Pedagógica, é fundamental
para a intencionalidade da prática educativa por parte do coletivo de uma
instituição de Educação Infantil.
As práticas desenvolvidas no cotidiano escolar devem traduzir de fato as
concepções, as finalidades e os objetivos que orientam a Proposta Pedagógica
para que haja harmonia e nexo entre aquilo em que acreditamos e o que
PEDAGOGIA

fazemos. Os envolvidos no processo educativo precisam ter consciência da


ação educativa que está sendo proposta as crianças. Como vimos, elas
passam a maior parte de seu tempo na escola, onde vivenciam diversas
experiências que constituirão a sua identidade. Essas experiências exprimem
ideologia, concepções e valores que muitas vezes é desconhecida pelos
próprios professores e profissionais do coletivo escolar. Entender quais são as
concepções que norteiam o trabalho educativo nos faz refletir sobre que tipo de
ser humano pretende-se formar e as contribuições que a Educação Infantil
pode dar na tarefa de construir uma sociedade melhor. Assim, essas
indagações são fundamentais na decisão das escolhas das experiências que
serão propostas as crianças dessa faixa etária.
A busca por respostas a algumas indagações sobre o Currículo na Educação
Infantil proporcionou aprendizagens significativas e enriquecedoras para a
formação profissional. Compreender o Currículo como um conjunto de escolhas
desperta em nós o senso crítico, e leva-nos a refletir sobre a necessidade de
uma prática educacional comprometida com uma educação de qualidade, que
busca a valorização da criança enquanto sujeito sociocultural.
PEDAGOGIA

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB n 05. Institui as


Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial da
União. Brasília, 17 de dezembro de 2009.

Brasil. Referencial curricular nacional para a educação infantil/ Ministério da


Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília:
MEC/SEF, 1998.1V.

BRASIL. Lei Federal n 9.394. Diretrizes e Bases da Educação Nacional.


Diário Oficial da União, Brasília, de 20 de dezembro de 1996.

MOREIRA, Antônio Flávio; CANDAU, Vera. Currículo, conhecimento e


cultura. Brasília: DPE/MEC, 2006.

Proposições Curriculares para a Educação Infantil: fundamentos/ Ana Cláudia


Figueiredo Brasil Silva Melo (org.) – Belo Horizonte: SMED, 2014.

SACRISTÁN, Gimeno. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. 3 edição.


Porto Alegre: Artmed, 2000.

FARIA Vitória Líbia Barreto. SALLES, Fátima Regina Teixeira. Currículo na


Educação Infantil. Diálogo com os demais elementos da Proposta
Pedagógica. 2 edição. São Paulo: Ática, 2012.

SILVA, Tomaz Tadeu Da. Documentos de Identidade: uma introdução as


teorias do currículo. 2 edição. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

TRALDI,L.L.Currículo: teoria e prática. São Paulo: Atlas Ribeirão, 1984.

VAGULA E STEINLE, Edilaine Vagula e Marlizete Cristina Bonafini Steinle.


Organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil: Reflexão e
pesquisa. 1 edição. São Paulo. Pearson Education do Brasil,2013.
PEDAGOGIA

APÊNDICES

APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa utilizado na coleta de dados.


PEDAGOGIA

ANEXOS

ANEXO A – Questionário

Nome:______________________________________
Turma:______________________________________
1. Descreva situações de seu dia a dia com as crianças nas
quais propiciam o desenvolvimento da :
a) Autoestima:
PEDAGOGIA

----------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------

b) Criatividade:

c) Promova interações

2. Quais são as dificuldades/desafios encontradas em sua


prática pedagógica cotidiana:

3.Relate o que você mais gosta nesta Escola.

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