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DEZEMBRO DE 2022
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LISTA DE ABREVIAÇÕES
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………. 04
1. INTRODUÇÃO
podem ser feitas com os mesmos. Por fim, gostaria de trazer uma reflexão que diz: “(...) O
estágio como atividade teórica instrumentalizadora da práxis dos profissionais do Magistério
não se confunde com um mero praticismo; requer uma atividade intelectual de compreensão
da realidade do trabalho dos profissionais do Magistério, que inclui as demandas sociais neles
presentes.” (PIMENTA, 2018)
Bom, agora indo para as reflexões sobre os diálogos com o professor Matheus,
começo trazendo um pouco de quem ele é. Matheus Pepe Crespo tem 33 anos, é formado
pelo IFF e possui mestrado em Geografia pela UFF Niterói desde 2014. Ele atua na escola a
qual fiz estágio há 9 anos; foi durante esse tempo de atuação que tive a oportunidade de tê-lo,
por mais de uma vez, como professor. O professor Matheus é professor do turno da manhã,
com as turmas do ensino fundamental e médio, e no turno da noite com as turmas do ensino
médio e dos NEJAs I e III, turmas essas que foram escolhidas por mim para concluir o
estágio; muito pelo fato de eu já estagiar pelo bacharelado na PMCG durante a manhã e parte
da tarde. Prof Matheus falou um pouco em uma conversa que tive com ele sobre as 4 turmas
em questão que foram focos da minha atuação como aluno de PPE, no qual ele dá sua opinião
muito das vezes as tratando como um único desafio. Bem, ele diz que em sua maioria, os
alunos que estão matriculados em uma dessas turmas da noite, são alunos que trabalham ou
são acometidos por algum problema social que infelizmente faz parte do dia a dia deles, e por
isso existe além de um cansaço para estudar, uma dificuldade de frequentarem as aulas
regularmente; portanto, em todas elas há um problema em comum que é infrequência, o que
dificulta o trabalho em sala de aula. Ao falar sobre os problemas de indisciplina, Matheus
relata que a turma da 2004 é a turma que mais é acometida por isso, e às vezes isso faz com
que as aulas sejam interrompidas com frequência. Ele ressalta também que a localização da
escola, fica em uma comunidade que é foco de violência urbana, o que faz com que as aulas,
às vezes, sejam aulas curtas para que os alunos não precisem sair muito tarde no retorno para
suas casas; e é inserido nesse contexto descrito acima que ele busca premiar/levar em
consideração mais o esforço dos alunos do que necessariamente o aprendizado. Agora
falando um pouco sobre o que eu percebi como estagiário nas turmas, consigo perceber que
há uma diferença entre as matérias que eram dadas nas turmas do NEJA e nas turmas de
ensino médio regular. Nas turmas do NEJA, o professor trazia assuntos importantes e atuais
como pode ser visto no mapa do estagiário, mas de maneira muito reduzida, diferente da
turma 3004, que era uma turma que embora existissem uma parcela dela que estavam ali só
para ter o título de ensino médio completo, a matéria era passada normalmente. Outra
mudança que eu percebi e até comentei com o Prof Matheus era que a metodologia dele
mudou totalmente em comparação com os anos anteriores e ele concordou dizendo que
percebeu que a metodologia dele em sala de aula precisava ser mudada porque mais de uma
turma havia questionado com ele. Antes, logo assim quando ele voltou da pós graduação, a
metodologia dele era bastante parecida com o que vemos nas aulas ditas tradicionais nas
universidades: slide, explicação e os alunos anotando o que achavam importante sobre o
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assunto debatido); agora, a metodologia usada por ele consiste em uma metodologia mais
tradicional para uma turma do ensino de base (quadro, discussão, atividades e avaliação), ou
seja, no meu ver como estagiário percebo que houve uma mudança radical na metodologia
mas que não conseguiu romper com o tradicionalismo que nossas salas de aula enfrenta até
hoje.
Outro questionamento feito por mim foi se ele via alguma diferença na comparação
entre o ensino privado e ensino público, visto que além dele ser professor da CEJOFRANSA,
ele também é professor de uma tradicional rede privada de ensino de Campos dos
Goytacazes. A resposta que ele me deu foi que 4 elementos principais as diferenciam, sendo
elas: 1) O abismo na infraestrutura das escolas públicas e privadas, onde ele trouxe exemplos
como o acesso à computadores, tv e internet de qualidade em todas as salas de aula a
disposição). 2) A alfabetização dos estudantes das redes privadas é muito superior à
alfabetização dos estudantes da rede pública, onde ele traz como um fator importante para a
condução das aulas. Muito porque o ritmo da aula tem que ser diferente também, além do 3)
fator social que atinge os estudantes da rede pública, onde muitos deles não têm acesso à
cultura e muitos dos mesmos vivem em extrema vulnerabilidade social, muita das vezes. E
por último, 4) a carência de professores, onde no diálogo ele colocou como um elemento de
peso que influencia diretamente na formação desses alunos, esse problema pôde ser discutido
em uma das referências bibliográficas presentes na ementa da disciplina.
Sobre a infraestrutura da escola, o professor diz que existe um ambiente de trabalho,
em suma, bom ou na média das escolas públicas de Campos, além dela ser uma escola de
bairro, fazendo com que haja uma forte relação com a comunidade em seu entorno. Para
concluir o diálogo feito com o professor, trago uma reflexão sobre o eterno aprender que o
profissional da educação está imerso onde às vezes vai além de uma relação professor x
aluno, e para isso, trago um evento que presenciei na sala de aula que foi um momento de
descontração antes da avaliação na turma de NEJA I, quando o professor interage com a
turma e logo depois diz; “quando eu venho dar aula para o NEJA, é como se fosse uma
terapia.”. Isso me marcou e comecei a enxergar os encontros futuros com outros olhos e pude
perceber que de fato havia uma relação, muita das vezes, terapêutica entre o professor e as
turmas de NEJA; talvez por se tratarem de pessoas mais experientes que diariamente vivem
experiências que uma turma de ensino médio regular não vive, em suma.
educação física; além de contar com uma equipe de três diretores; 64 professores, sendo 5
deles, de Geografia: Elaine Pedrosa, Matheus Pepe, Carolina Vieira, Marcelo Gomes e
Dayana Vilaça - esta última, ocupando também o cargo de vice diretora e um total de 922
alunos.
Figura 1 - Quadra
Figura 4 - Biblioteca
Figura 5 - Refeitório
Figura 6 - Pátio
intensivo de tecnologias que permitam com que as aulas sejam ministradas, sem contato
pessoalmente com os professores/tutores. Com isso, nota-se então que existem grandes
diferenças entre as duas modalidades de ensino. Uma das características mais marcantes no
texto, diz respeito à quantidade expressiva de alunos que hoje se encontram matriculados em
cursos de licenciatura na modalidade EaD (cerca de 816.888 matrículas vigentes). O descaso
na educação já tem sido notado há um tempo no Brasil, e pode-se dizer que todos esses
caminhos são planejados e arquitetados por políticas neoliberais que visam cada vez mais
sucatear a educação brasileira e fazer com que sejamos meros capitais humanos, mas é mais
chocante ainda quando vemos uma expressiva quantidade de alunos em cursos que
licenciatura tendo a importância da mesma para a formação desde seu início. Atingir o que
seria a base da pirâmide no sentido literal, é um ataque covarde e acima de tudo cruel.
A docência requer cuidados, porque estamos discutindo um caso que muita das vezes
pode ser um caso geracional de modo a ter consequências que arruinariam uma leva de
profissionais, crianças e jovens. O trabalho para a formação docente requer trocas, debates,
técnicas e metodologias que somente o ensino presencial permite que tenhamos, e muitos
desses cursos de licenciatura a distância - senão todos eles - não contam com esses aparatos
essenciais para a formação de professores.
O texto 2A usado ao longo da disciplina chama-se “A Prática de Ensino e Estágio
Supervisionado”, onde o principal foco do mesmo é discutir a importância das disciplinas de
Estágio Supervisionado na formação inicial docente. O autor do texto vai ressaltar o quão
significativas são as práticas de ensino e estágio e que os mesmos não deveriam ser tratadas
como um complemento da grade curricular durante a formação docente. O correto seria
colocá-las de maneira contextualizada e comprometida com a transformação da sociedade
como um todo, inerente com o pessoal e o profissional somadas à responsabilidade social. O
que pode ser percebido não só nos cursos de licenciatura como também de bacharelado de
Geografia, é que existe um abismo entre o ensino na teoria e o ensino na prática, no caso do
bacharelado com as disciplinas que requerem de práticas, os alunos muito das vezes sequer
conseguem estar inseridos por diversas questões, e na licenciatura, é difícil ter contato com a
escola e a sala de aula desde o início, até pela falta de bagagem para tal. Uma das pontas que
sustentam as Universidades é o Ensino, e os programas que dão pontes para que o aluno
tenha a oportunidade de ensinar, muitas das vezes não conseguem ser democráticos o
bastante para “abraçar” a todos. Portanto, percebe-se que além da importância para a
formação de um bom profissional da educação, os estágios supervisionados muitas das vezes
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servem para que os alunos que vão se formar em licenciatura tenham um primeiro contato
com a sala de aula.
O texto 2B intitulado “Estágio e Legislação” busca trazer as principais mudanças em
um comparativo das resoluções dos anos 2022 e 2015 (MEC/CNE n°1 e 2/2002 e a
MEC/CNE n° 2/2015 que surge para substituir a anterior), trazendo uma série de mudanças
ocorridas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação superior. A fim de
esclarecer, a resolução de número 1 institui as DCN - Diretrizes Curriculares Nacionais, na
formação dos Professores de Educação Básica no ensino superior dos cursos de Licenciatura,
e a resolução de número 2 buscou discutir a carga horária desses cursos. Só que em 2015,
ambas foram substituídas pela resolução n° 2/2015 pelo Conselho Nacional de Educação
(CNE) na qual institui as Diretrizes Curriculares Nacionais como parte da formação em nível
superior, sobretudo da licenciatura. O principal ponto do texto no que tange às mudanças
ocorridas entre as duas resoluções é principalmente a “competência”, onde seu conceito
substitui o de conhecimentos e saberes, como núcleo de orientação, no qual reduz o professor
a ser alguém tecnicista que fará com que o ensinar seja algo que faz andar separadamente a
teoria da prática ao ensinar. O estágio curricular não pode ser reduzido a um mero praticismo,
mas precisa ir além do que isso, ele precisa ser algo que colabore para a formação intelectual
e profissional do aluno.
O texto 3 que foi usado na disciplina discute de maneira breve a história da formação
do professor de Geografia no Brasil e foi escrito por Genylton Rocha. Genylton divide o texto
em diferentes recortes temporais que ele trata como sendo recortes principais para que se
compreenda a formação social e histórica da institucionalização da profissão de docente em
geografia. Rocha (2000) aponta inicialmente que “até o século XIX os conhecimentos
geográficos ensinados nos estabelecimentos educacionais existentes no Brasil não estavam
organizados ao ponto de constituírem uma disciplina escolar específica.” Os responsáveis
pela educação formal no país nessa época eram os Jesuítas; e os ensinamentos dos
conhecimentos geográficos eram de maneira coadjuvante no currículo. Os ensinamentos
geográficos eram debatidos em disciplinas como gramática e até na matemática, além de
serem tratados de maneiras que levavam a um único objetivo: servir ao Estado. Uma parte
curiosa e instigante do texto é quando o autor traz a informação de que existiam docentes que
eram de cursos que não tinham sequer a ver com o magistratura. Isso levanta um ponto que
pode ser debatido nos dias de hoje, que diz respeito aos diferentes casos que envolvam
profissionais completamente desqualificados e que muitas das vezes não tem vínculo com a
licenciatura e que são contratados para ensinar, ou até mesmo profissionais de outros cursos
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ou modalidades que começam a ensinar assuntos correlatos à sua formação. Assim que li e
refleti nessa parte, lembrei-me do Pré-vestibular social Jorge da Paz Almeida, endereçado na
UFF Campos, onde alunos de diferentes cursos, em alguns casos, ministram aulas de matérias
totalmente aquém de sua formação. Uma lição que se pode tirar com isso, é que até os dias de
hoje, muitos levam a docência como algo mecânico, uma verdadeira receita de bolo, onde
você chega, fala de um determinado assunto, explica e vai embora, mas o magistério é muito
mais que isso, ele envolve relações, trocas e experiências que não só mudam o rumo dos
encontros como também podem mudar uma vida. Isso faz-se provocativo por “N” questões,
uma delas por ver que qualquer como a docência é tratada não só pelas razões internas à
universidade mas também para além dos muros das mesmas. O segundo momento do texto
tratará da criação dos cursos de formação de professores de geografia, onde o autor irá dizer
que através do decreto em 11 de abril de 1931, o ministro Francisco Campos renova então o
ensino superior brasileiro com a inserção do sistema universitário, e através desse decreto que
foram criadas as faculdades de educação, ciência e letras - e foi nesse cenário que o meio
acadêmico começou a abrigar, entre outros cursos, o de Geografia. (ROCHA, 2000, p.132).
Ele vai trazer a informação de que as primeiras faculdades a terem esses cursos foram a USP
e UFRJ e nelas o curso de Geografia e História eram a mesma coisa e sofria grande influência
da Europa através do majoritário corpo docente vindo de lá. Uma coisa curiosa que eu posso
relatar é que lá em 2010, eu ainda tinha na minha grade do ensino fundamental, a matéria de
Estudos Sociais, onde uma única professora ministrava Geografia e História como sendo a
mesma matéria; e hoje, percebo que naquela época, os meus professores tinham uma certa
influência desse modelo primitivo das primeiras formações citadas no texto. No terceiro
capítulo, a temática que o circunda diz respeito à uma tentativa de troca da Geografia pelo
então Estudos Sociais, assunto esse que fez eu ter certeza do que li e me remeti no segundo
capítulo. O quarto ponto traz a discussão das recentes reformas que os cursos de formação
docente vem sofrendo, onde traz a discussão das mudanças ocorridas na LDB - Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n°9394/96); no qual os cursos de formação
docente se veem obrigados a rever os seus projetos pedagógicos e seus currículos. Este ponto
resume basicamente a educação a serviço do mercado, inserida numa sociedade capitalista,
fazendo com que a educação seja colocada novamente em uma caixinha tradicionalista e
singular, travestida de uma lógica na qual a formação de mercadorias e pessoas, mas não de
cidadãos preocupados com o real propósito de ser professor.
O quarto texto utilizado no decorrer da disciplina foi o texto intitulado “Contribuições
da Pesquisa no Estágio Supervisionado na Formação do Professor de Geografia”, onde é
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discutido a importância do estágio supervisionado e como ele deve romper com a ideia de
prática dos conceitos teóricos tratando essa relação sendo de uma entre a outra. O texto
também vai centralizar as discussões de qual a finalidade do estágio supervisionado e como
ele surgiu e foi aprimorando-se durante o passar do tempo. O texto vai dizer a importância do
estágio supervisionado não apenas como parte do processo formador do aluno, mas capaz de
desenvolver outras habilidades como o de analisar e debater alguns assuntos pertinentes não
só na sala de aula como também na sociedade como um todo, além de fazer com que novos
horizontes sejam descobertos, porque, em suma, a escola é um dos lugares mais plurais que
os futuros docentes terão contato, e é por isso que faz-se necessário debater o título do
referido texto. Um dos pontos debatidos pelos autores é a formação conhecida como 3+1,
onde o aluno dos cursos de licenciatura só tinham contato com disciplinas de educação no
final do período, e isso me remeteu diretamente à grade curricular do curso de licenciatura da
UFF. Essa pauta já tinha sido debatida por mim em uma das aulas com uma professora de
ensino do departamento onde eu fazia esse questionamento, porque como na UFF Campos os
alunos que saem do bacharelado podem cursam a licenciatura, os mesmos ficam no mínimo
mais dois anos para concluir a segunda graduação, e ao meu ver, esse problema poderia ser
menos desgastante se essas disciplinas de ensino fossem oferecidas todo semestre , visto a
quantidade de alunos que entram em uma modalidade e sentem desejo de se formar em outra
que só é oferecida no meio do ano no Sisu.2 – eu mesmo sou um desses alunos que entraram
no bacharelado com foco em me formar professor de geografia. Esse assunto foi também
parte das discussões que tivemos em sala de aula durante a disciplina de PPE, onde o Prof.
Luigi explicou que essa questão já é debatida há tempo mas que infelizmente o departamento
conta com poucos professores aptos a darem essas disciplinas de ensino que acabam
prendendo por mais tempo o estudante na faculdade, como por exemplo as 4 disciplinas de
Pesquisa e Prática de Ensino.
Já o quinto texto trabalhado na disciplina é um texto da Profa. Sônia Castellar
intitulado “A formação de professores e o ensino de geografia”, onde a referida inicia o texto
discutindo aprendizagem escolar e a relação entre professor e o aluno. O texto também traz
um assunto muito pertinente e atual, que é a precarização da estrutura onde é formado novos
professores, como também a possibilidade de uma nova formação , além de como os
professores devem pensar a geografia nas escolas, a autora afirma que a problemática se dá
desde a formação dos professores às vezes se formam em uma licenciatura curta acarretando
na falta de segurança na hora de encarar a sala de aula – aqui eu percebo que aquela máxima
dita por Darcy Ribeiro sobre a crise da educação no Brasil não ser uma crise, e sim, um
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projeto, fazer total sentido. Se cruzarmos algumas referências usadas durante as aulas de PPE
I, conseguimos ter algumas conclusões parciais que a falta de investimento na educação é
pensada numa lógica neoliberal que atinge toda a base e pirâmide hierárquica da formação de
professores. Contudo que a leitura do texto foi feita, me faz refletir que a má qualidade do
ensino à distância, a falta de investimentos na educação, o descaso estrutural e institucional
com a formação docente é resultado/reflexo de toda uma lógica pensada com o intuito de
sucatear a formação e educação dos futuros profissionais da educação.
O último texto usado na discussão teórica nos nossos encontros durante a disciplina
foi o Ensinando a transgredir: a Educação como prática de liberdade, da Bell Hooks, onde a
autora traz como problemática uma questão que perdura até os dias de hoje, a de que somente
os professores são seres capazes de transmitir conhecimento, além de tratar a chamada
“educação bancária” como uma questão que se perpetua até os dias atuais, onde na visão de
Bell Hooks, não é a maneira adequada de ensinar. A questão que a autora trata como um
problema é muito comum não só no ensino de base mas também no ensino superior. Lembro
de uma questão que por muito tempo foi uma coisa que pesou para mim durante minha
formação no ensino médio, que foi uma situação entre eu e uma professora de matemática
que em véspera de Enem me disse que se eu continuasse gravando as fórmulas de
matemática, eu nunca passaria em um vestibular e não chegaria a lugar algum; depois disso,
eu fiz o Enem duas vezes e prestei dois concursos do instituto federal e passei as 4 vezes
(Geografia, Engenharia Ambiental, Agronomia e Design Gráfico). As três últimas vezes eu
fiz mas não por mim, e sim, para provar para as pessoas que eu era capaz de passar. Eu
contextualizei apenas para chegar ao ponto que queria discutir nesse tópico: talvez se essa
professora não pensasse que somente a maneira que ela ensinava matemática fosse a certa,
talvez essa ferida não me machucasse por tanto tempo mesmo depois de ter provado pra mim
mesmo que era capaz. Ao ler essa parte do livro da Bell Hooks, essa situação que me
acometeu veio nitidamente na minha memória. Uma coisa eu percebi durante o meu tempo na
escola sob supervisão do Matheus: ser professor é você se despir, muita das vezes, da sua
realidade social, cultural e até econômica para conseguir enxergar a realidade do outro. Dos
textos lidos durante a disciplina, esse texto da Bell Hooks foi o que mais me marcou não só
pela potência que ela é, mas muito pelo fato de eu me enxergar em muitas situações descritas
pela autora. Uma citação feita por ela no texto lido me marcou, que foi:
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Nos meus diálogos não só com Matheus como outros professores durante os
intervalos das aulas, que aconteciam na sala dos professores, entrávamos muita das vezes
numa questão pertinente que hoje infelizmente faz parte da nossa realidade: os alunos
perderam o interesse por estudar e os professores, consequentemente, perderam a vontade de
dar aula. Talvez essa questão pudesse ser resolvida se começássemos a reconstruir não só a
base de formação de professores como também as metodologias que usamos em sala de aula.
O tradicionalismo não mais chama a atenção dos alunos, em um mundo imerso em
tecnologias e informações instantâneas. Portanto, esse texto me fez pensar em várias questões
e ao mesmo tempo serviu como base para muitos momentos do estágio; eu acredito na
educação como ferramenta para criação de seres críticos e como ferramenta fundamental para
a transformação de muitas realidades como a minha, como a dos alunos que estavam nas
turmas no qual supervisionei seja ele o motivo que for.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Desde o momento que eu escolhi a geografia como filosofia de enxergar o mundo,
atuei em todos os segmentos do tripé que sustenta as universidade; eu sou pesquisador,
sou extensionista e tive contato com o ensino, em alguns momentos; e a sala de aula é
diferente dos dois primeiros citados pelo simples fato de não ter uma receita pronta, você
se desnuda de tudo aquilo que aprendeu na teoria, muita das vezes, e começa a viver na
prática o que é estar trilhando o caminho de se formar um professor. E quando você
conclui o caminho, percebe que agora é você em um aprendizado constante, gradativo e
construtivo. Aqui eu volto a repetir uma frase que me marcou durante o estágio: “O NEJA
é minha terapia”. E de fato era. Eu chegava e conseguia ser quem eu era, até nos
momentos em que me vi desafiado pelo menor obstáculo possível, eu me jogava. Talvez a
licenciatura seja isso. Um eterno aprender, aprender e aprender.
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A experiência é incrível, as aulas que regeram nosso caráter formador também, cada
texto tem sua importância, aprender sobre as adversidades que vamos encarar, sobre a
realidade como é, das trocas de relatos dados pelos alunos que estão em PPEI foi
excepcional. A formação docente é instigante! Se antes eu tinha alguma dúvida sobre a
licenciatura, hoje, não mais. Durante as práticas supervisionadas eu presenciei de perto as
diferentes histórias, culturas, opiniões políticas, opiniões de cunho social e diversas outras
maneiras do diferente e pude perceber a magnitude da missão que é ser professor.
Matheus foi um baita professor supervisor, o Colégio estadual José Francisco de Salles
foi e continua sendo minha escola.
Por fim, finalizo este relatório com a sensação de leveza, tranquilidade e de dever
cumprido até aqui. Os desafios e medos eram recorrentes enquanto eu escrevia e vivia
cada texto, cada linha desse documento; e agora, depois de ter escrito tudo isso, percebo
que o medo fazia parte do novo, e que o novo não mais é novo! Os desafios vieram e eu
tenho em mente que conclui. Como em toda aula o Prof. Luigi falava e o Prof. Matheus
também falava: Nunca acaba.
6. REFERÊNCIAS
7. APÊNDICES.
FICHAMENTO 1
2. Dados básicos sobre o autor (qual sua formação? Sobre o que são suas pesquisas?):
3. Tema do texto (qual o assunto principal? Tem vínculo com o título do texto?):
O tema do texto está relacionado ao processo de aprendizagem frente à pandemia de
Covid-19 desde o seu início até o presente momento ao qual o capítulo foi publicado. O tema
tem conexão com o título do texto porque trata, em primeiro momento, do ensino remoto,
logo após, das adversidades às quais a educação brasileira está exposta e também das
resoluções que garantem – ou deviam garantir – uma educação pautada na qualidade e na
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4. Objetivos do texto (o que o texto quer mostrar? O que pretende discutir? Quais ideias
quer defender?):
O texto quer mostrar que durante a pandemia de Covid-19, a educação foi muito
afetada não só pelos desafios que foram surgindo, como também com a desterritorialização da
sala de aula, na qual o principal atingido por isso foram os alunos; na medida que a covid se
deu, revelou-se que a educação brasileira não acompanhou o ritmo que as técnicas foram
evoluindo, evidenciando que a era tecnológica acoplada a educação foi de difícil adequação
para os alunos por questões sociais – sobretudo nas universidades públicas. Buscou-se
defender um ensino que não exclua os aparatos tecnológicos, mas sim uma melhor adequação
às universidades e ao ensino de maneira geral, porque, se posto isso de maneira certa,
aprimoraria o que até então é reproduzido.
5. Problemática (qual problema é colocado pelo autor, quais os principais pontos que o
autor toca para desenvolver o seu raciocínio):
Os autores trazem à égide da discussão a defasagem que existe na aplicação do ensino,
posto que a era informacional chegou, mas a educação não conseguiu acompanhar esse ritmo.
Outra questão levantada diz respeito à mercantilização da educação no brasil como uma
maneira de alcançar uma maior porcentagem de brasileiros no ensino superior, mas, em
contrapartida, instala-se um ensino com um alto grau de desqualificação, afetando todo o
sistema educacional do Brasil. Além disso, nota-se que a legislação brasileira, mesmo antes
da pandemia, incentiva a dinamização do Ensino a Distância com um discurso de inclusão
social. Também é trazido a transformação do professor à medida que durante a pandemia, os
mesmos tiveram que se adequar a realidade que estava sendo posta.
7. Citações (retire algumas citações diretas, no mínimo 3, para facilitar seu trabalho
posterior):
“Rejeitar a discussão sobre ensino remoto emergencial, educação online e EaD não
impedirá que avancem. As palavras de Teixeira (1963) já denunciavam os desafios da
sociedade de consumo de lidar com a assimilação, na tecnologia, do avanço das técnicas, já
que “(...) ainda não fizemos em educação o que deveria ser feito para preparar o homem para
a época a que foi arrastado pelo seu próprio poder criador (TEIXEIRA, 1963, s.p.)””.
“É preciso que a universidade pública amplie seu papel de interlocução nessa questão,
garantindo a qualidade necessária e a universalização do acesso, apesar das adversidades
expostas.”
“A tendência de mercantilização avança na educação brasileira antes que se tenha
atingido a meta de universalização de uma educação de qualidade.”
“As resoluções criadas excepcionalmente para enfrentar o período pandêmico, no
Brasil, trazem novos desafios e, se em parte buscam resolver as adversidades, de certa forma
colaboram para a criação de outras.”
“Citado como aprendizado remoto, ele é defendido como atividade necessária, e para
enfatizar isso são citadas pesquisas demonstrando que a interrupção prolongada dos estudos
causa uma suspensão do tempo de aprendizagem, a perda de conhecimento e de habilidades
adquiridas.”
“Existe uma mercantilização da educação e o Brasil visa, além de abrir o mercado para
essas empresas, melhorar seus indicadores educacionais que são avaliados pelas organizações
internacionais como o Banco Mundial, a OCDE, a OMC e a Comissão Europeia.”
“Argentina e o Chile têm cerca de 30% de seus jovens na educação superior. Estados
Unidos e Canadá, mais de 60%. O Brasil tem índice inferior aos 20% e parece ver na EaD
uma solução para esse problema.”
“Este momento é inédito, pois tanto na educação básica, quanto no ensino superior, o
ensino remoto é a oferta possível. Mesmo assim, é preciso considerar a realidade social do
aluno, pois pesquisas mostram que nas classes D e E, 59% não conseguem navegar na rede; e,
“entre a população cuja renda familiar é inferior a um salário mínimo, 78% das pessoas com
acesso à internet usam exclusivamente o celular” (TENENTE, 2020). Posta esta realidade da
educação básica, mostra-se desafiador para os gestores públicos fazer o ensino remoto neste
momento, porém, mais desafiador ainda é fazer o ensino remoto chegar para o aluno da escola
pública, pois sua maioria encontra-se nas classes sociais D e E.”
“Nas universidades, o uso das tecnologias no ensino remoto varia de acordo com a
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“A realidade social dos alunos frente à pandemia da Covid-19 revelou que, quanto
mais baixa a classe social, menos acesso se tem a tecnologias. Com o isolamento social, foi
destacada a importância de se utilizar o ensino remoto e apontar as mudanças que ele pode
causar.”
8. Principais conclusões:
A conclusão que se tira é que há um grande déficit educacional, acompanhada de uma
mercantilização da mesma, com intuito diferente do discurso que traz consigo. O sistema
educacional do brasil é excludente e falho – e essa realidade pôde ser melhor vista durante a
pandemia de covid-19.
FICHAMENTO 2A
2. Dados básicos sobre o autor (qual sua formação? Sobre o que são suas pesquisas?):
Kim Saiki é graduado em Geografia e em Turismo pela UEM, mestranda em
Geografia Dinâmica do Espaço Ambiental na UEL (Não foi possível encontrar a linha de
pesquisa da autora).
Francisco Bueno é graduado em Geografia pela Universidade Estadual de Maringá.
Tem experiência na área de Geografia e na área Administrativa de vendas e atendimento ao
público.
3. Tema do texto (qual o assunto principal? Tem vínculo com o título do texto?):
O texto traz a importância da prática de ensino e também do estágio supervisionado
para a formação dos alunos que fazem licenciatura.
4. Objetivos do texto (o que o texto quer mostrar? O que pretende discutir? Quais ideias
quer defender?):
O texto defende que a prática de ensino e o estágio não devem ser vistos como alguma
coisa que só complementa o currículo na formação do licenciando, mas pensar também
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5. Problemática (qual problema é colocado pelo autor, quais os principais pontos que o
autor toca para desenvolver o seu raciocínio):
Uma das maiores problemáticas que o texto levanta é a questão de que em apenas um
semestre os alunos conseguem compreender a comunidade escolar como um todo, por isso
que os autores defendem que a prática de estágio deve ser pensada juntamente com todas as
disciplinas durante o curso.
7. Citações (retire algumas citações diretas, no mínimo 3, para facilitar seu trabalho
posterior):
“A Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado têm tido um caráter complementar na grade
curricular do curso de Geografia, e percebemos ao longo dos quatro anos do nosso curso a
dicotomia existente entre teoria e prática, cuja dificuldade de integração foram reveladas aos
licenciandos por essas disciplinas” p. 27 “(...)Durante a graduação nos limitamos a perseguir
o conhecimento teórico. Portanto, nesse período o contexto relacional foi de teoria-prática-
teoria. Nos trabalhos de campo a prática esperada muitas vezes é do professor, que faz no
campo a demonstração de uma teoria. O palco é de prática, no entanto, a metodologia
continua sendo a reprodução” p. 27
“Nos estágios supervisionados colocamos as teorias em prática. Ao voltarmos à sala, nas
aulas de Prática de Ensino, analisamos as experiências adquiridas à luz das teorias. O que
ocorre é a articulação prática → teoria → teoria. Essa construção relacional é infinita, e
quanto mais nos debruçamos sobre a teoria, mais nossa prática pode ser melhorada; quanto
mais analisarmos as práticas, mais fundamentos podemos identificar, e a necessidade de
busca pelo conhecimento fica instalada.” p. 27
“Sugerimos que a integração com as escolas básicas seja contínua, durante todo o processo de
formação do acadêmico, compreendendo que a "atividade docente é sistemática e científica,
na medida em que toma objetivamente (conhecer) o seu objeto (ensinar e aprender) e é
intencional, não casuística” p. 28
27
8. Principais conclusões:
Uma das principais conclusões que podem ser tiradas do texto é que é necessário
colocar em prática as teorias que são ensinadas na graduação, porque é na relação teoria-
prática-teoria que se aperfeiçoa as técnicas docentes; para além disso, as práticas de estágio
supervisionado é de muita importância para que coloquemos em prática tudo aquilo que se
aprende na teoria.
FICHAMENTO 2B
1. Indicação bibliográfica (a referência do texto de acordo com as normas da ABNT):
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Legislação. (org.).
Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2018. p. 72-81.
2. Dados básicos sobre o autor (qual sua formação? Sobre o que são suas pesquisas?):
Selma Pimenta é graduada em Pedagogia pela PUC-SP, mestre e doutora em
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Educação: Filosofia da Educação também pela PUC-SP. Atualmente atua na seguinte linha de
pesquisa: Pedagogia Universitária e Docência no Ensino Superior.
Maria Socorro Lima é graduada em Letras e Pedagogia pela Universidade Regional
de Cairi – Urca, mestre em Educação Brasileira pela UFC e doutora em Educação na área de
Didática, Teorias de Ensino e Práticas Escolares pela Universidade de São Paulo. Atualmente
Maria Socorro atua na seguinte linha de pesquisa: Docência no Ensino Superior e na
Educação Básica.
3. Tema do texto (qual o assunto principal? Tem vínculo com o título do texto?):
O texto aborda as mudanças que fizeram com que surgissem as Diretrizes
Curriculares Nacionais. O assunto em tudo tem vínculo com o título do texto.
4. Objetivos do texto (o que o texto quer mostrar? O que pretende discutir? Quais ideias
quer defender?):
O texto tem como objetivo fazer um comparativo entre a resolução de lei de 2002 e
depois a mesma aplicada em 2015; e, para isso, foi usado o método de quadros comparativos.
Em seguida foram feitos comentários pelos autores.
5. Problemática (qual problema é colocado pelo autor, quais os principais pontos que o
autor toca para desenvolver o seu raciocínio):
As autoras colocam como problemática as mudanças que ocorrem na formação docente tanto
na graduação quanto na sua formação continuada.
7. Citações (retire algumas citações diretas, no mínimo 3, para facilitar seu trabalho
posterior):
“Observe-se inicialmente que a Resolução de 2002 refere-se somente à formação inicial de
professores, enquanto a de 2015, se refere à formação inicial e continuada dos profissionais
do Magistério. Inclui ainda, para além da formação dos professores, a formação daqueles que
exercem as demais atividades pedagógicas como a de gestão da Educação Básica.” p. 74
29
8. Principais conclusões:
As principais conclusões que se pode ter, ao ler o texto, é que houve significativas
mudanças no que diz respeito ao pensamento acerca tanto do profissional educador quanto da
escola como um todo, rompendo com pensamentos até então perpassados. Além disso, pode-
se concluir que o estágio é visto como uma atividade intelectual que visa compreender como
é a realidade do professor no dia a dia.
FICHAMENTO 3
2. Dados básicos sobre o autor (qual sua formação? Sobre o que são suas pesquisas?):
Genylton Odilon Rêgo da Rocha é graduado em Geografia e Pedagogia pela
Universidade Federal do Pará, mestre em Educação pela PUC São Paulo e doutor em
Geografia pela USP.
3. Tema do texto (qual o assunto principal? Tem vínculo com o título do texto?):
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O texto tem como principal assunto, falar sobre a história dos professores de
Geografia do Brasil, onde traz os desafios enfrentados, os avanços que ocorreram com o
passar do tempo e traz também os avanços que podem ocorrer. À medida que ele apresenta
todos esses fatores, pode-se dizer que sim, há relação entre o tema apresentado pelo texto e o
título do mesmo.
4. Objetivos do texto (o que o texto quer mostrar? O que pretende discutir? Quais ideias
quer defender?):
O principal objetivo do texto é apresentar a formação dos professores de geografia no
Brasil, e, para isso, Genylton divide em três principais momentos, sendo eles: a origem do
curso de formação de professores com a criação de cursos como Filosofia e Letras, a tentativa
de substituição do curso de Geografia pelo o de Estudos Sociais e, por último, o período atual
ao qual é posto no centro do debate como há um aceleramento na formação de profissionais
da educação.
5. Problemática (qual problema é colocado pelo autor, quais os principais pontos que o
autor toca para desenvolver o seu raciocínio):
O maior problema levantado pelo autor é sobre como a educação tem tomado um
rumo diferente do que devia tomar - muito por influência de teorias neoliberais que
comercializam e fragmentam a educação até sucateá-la. Portanto, o principal problema é o
caráter neoliberal que se enraizou na educação. Ademais, o autor também aponta a questão do
“desvio de função” (polivalência) que os professores muitas das vezes precisam lidar,
enfraquecendo o processo de aprendizagem.
7. Citações (retire algumas citações diretas, no mínimo 3, para facilitar seu trabalho
posterior):
“A concepção de geografia que perpassava estes saberes era a geografia matemática, cuja
principal característica foi a forte influência das ciências matemáticas sobre ela. Os
professores, ao realizar os ensinamentos sobre a Terra, deveriam fazê-lo em conexão com os
conhecimentos da astronomia, cosmografia, da cartografia, bem como da geometria.” p. 130
“Foi somente no século XIX que o ensino de geografia adquiriu maior importância na
educação formal existente no país. Com a criação do Imperial Colégio de Pedro II, localizado
na antiga Corte, a disciplina Geografia passa a ter um novo status no currículo escolar.” p.131
“Foi através do decreto n°19.851, de 11 de abril de 1931, que o ministro Francisco Campos
renovou o ensino superior brasileiro com a introdução do sistema universitário. Através desse
decreto foram criadas as Faculdades de Educação, Ciências e Letras, espaço acadêmico que
31
“No momento atual, vivemos um processo de reformas curriculares em função das mudanças
ocorridas com a entrada em vigor da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(Lei n°9394/96). Os cursos de formação estão sendo obrigados a rever seus projetos
pedagógicos, o que inclui, evidentemente, a revisão dos seus currículos.” p.137
“O(A) professor(a) polivalente já deixou de ser uma ficção para rapidamente assumir - para o
azar da educação brasileira - seus postos no mercado de trabalho cambiante. No estado do
Ceará, por exemplo, o(a) polivalente já povoa as salas de aulas. O governo daquele estado,
antecipando-se aos demais governos estaduais, criou as bizarras classes de teleaulas. Nestas,
professores(as) “polivalentes” foram “preparados(as)” pela Secretaria Estadual de Educação
para ministrarem, com auxílio de fitas de videocassetes (guindadas à condição de principal
elemento do processo de ensino-aprendizagem), aulas sobre as diferentes disciplinas que
compõem o currículo escolar oficial daquele estado.” p.140
8. Principais conclusões:
Pode-se concluir que embora já houvesse a institucionalização da geografia como
disciplina distinta das demais disciplinas, como um curso, há muito que se percorrer ainda, a
medida que com a formação dos professores de geografia se dava, trouxera consigo desafios
que dizem respeito a mercantilização e sucateamento do ensino e formação em geografia.
Além disso, o texto bate muito na tecla de que os professores, muita vezes, precisam ser
profissionais polivalentes e acabam desviando-se das funções que lhes são atribuídas.
FICHAMENTO 4
2. Dados básicos sobre o autor (qual sua formação? Sobre o que são suas pesquisas?):
Jacqueline Praxedes de Almeida é graduada em Geografia pela Universidade Federal
de Alagoas (UFAL), mestre e doutora pela Universidade de Évora e atua na formação
docente, ensino ambiental e no Ensino-Aprendizagem.
Denis Rocha Calazans é graduado em licenciatura em Geografia pela Universidade
Federal de Alagoas (UFAL), é mestre em Recursos Hídricos e Saneamento pela Universidade
Federal de Alagoas (UFAL) e é doutorando em Ciências da Educação pela Universidade
Tecnológica Intercontinental (UTIC), atua na área de Geografia, atuando principalmente nos
seguintes temas: Práticas de Ensino de Geografia; Formação de Professores; Geografia e
Meio Ambiente; Ensino de Cartografia; Alfabetização Cartográfica; Uso de recursos hídricos
e produção rural.
3. Tema do texto (qual o assunto principal? Tem vínculo com o título do texto?):
O texto vai trazer à égide da discussão, qual é, de fato, a finalidade do estágio
supervisionado e como ele surgiu e se aprimorou durante o tempo; além de discutir como os
métodos do estágio se dão de maneira processual aglutinando teoria e prática a fim de formar
um profissional crítico/analista. Portanto, existe um vínculo entre o título e o material que o
texto traz.
4. Objetivos do texto (o que o texto quer mostrar? O que pretende discutir? Quais ideias
quer defender?):
O texto tem por objetivo, tratar o estágio supervisionado como uma etapa
fundamental para a formação dos profissionais de educação, além de atentar para a questão
que são preconcebidas acerca da formação dos mesmos, onde é chamada a atenção para a
forma como são tratadas questões que cada vez mais se faz presente no dia a dia das escolas.
5. Problemática (qual problema é colocado pelo autor, quais os principais pontos que o
autor toca para desenvolver o seu raciocínio):
O texto traz como uma problemática, o fato dos cursos de licenciatura contribuírem
para uma desconstrução de ideias até então preconcebidas sobre determinadas discussões
delicadas que acontecem nas escolas, como por exemplo, questões raciais e de gênero. Por
isso o texto trata como fundamental uma mudança na maneira como são perpassados os
métodos de ensino ensinados pelos cursos de licenciatura.
construir, cada dia mais, como professor, um ambiente escolar inclusivo dentro e fora de sala
de aula.
7. Citações (retire algumas citações diretas, no mínimo 3, para facilitar seu trabalho
posterior):
“Para Pimenta e Lima (2011), o estágio deve possibilitar o trabalho com aspectos que são
indispensáveis à construção da identidade, dos saberes e das posturas específicas ao exercício
da profissão docente.” p.362
“[...] a iniciação da prática da pesquisa nos cursos de licenciatura é primordial para que os
futuros professores se posicionem “[...] em uma atitude de análise, produção e criação a
respeito da sua ação ao enfrentar situações desafiadoras”. p.364
“Para ser professor na atualidade não basta apenas transmitir conteúdos ou conseguir transpor
didaticamente os conhecimentos científicos em saberes escolares; a profissão docente tornou-
se complexa e diversificada. Para ser professor na contemporaneidade, é preciso aprender a
ser um pesquisador, um produtor de conhecimentos e, segundo Rodrigues (2006), também é
preciso ter a consciência da necessidade de refletir sobre sua ação docente, de que é preciso
primar pela aprendizagem de todos os discentes, independentemente de suas necessidades
educativas, motivando-os para o aprender. Nesse novo contexto está inserido o professor de
Geografia, já que, segundo Oliveira (1994), um dos maiores objetivos da escola, e também da
Geografia, é formar valores de respeito ao outro, respeito às diferenças (culturais, políticas,
religiosas, de gênero etc.), combate às desigualdades e às injustiças sociais.” p.365-366
“É natural que o aluno aceite os ensinamentos do professor como verdade, mas é importante
que este tenha a consciência de que ele não ensina apenas os conteúdos referentes à sua
disciplina escolar, a forma de agir no dia a dia, a maneira como resolve os problemas em sala
de aula ou o seu posicionamento diante de algo inusitado, também são formas de educar.”
p.366
“Não se pode mais conceber um educador que se pensa e se diz democrático e que não dá
ouvido à fala do diferente, que discrimina o diferente só porque ele é diferente.” p.366
“A escola no século XXI ganha importância como elemento de combate à discriminação e ao
preconceito, e a Geografia enquanto disciplina escolar amplia seu papel na formação cidadã
devido ao seu campo de atuação e à sua função de educar indivíduos para serem críticos,
reflexivos e autônomos.” p. 377
8. Principais conclusões:
Pode-se concluir que a escola do século XXI deve ser um ambiente que não caiba mais
preconceitos ou mantenedoras de tradições opressoras das pessoas que a integram, portanto, o
ambiente escolar do século XXI deve ser um lugar plural e acolhedor. Para além disso, a
figura de professor deve contribuir diretamente para a construção desse ambiente pensado,
posto que o mesmo é parte fundamental do dia a dia das escolas.
FICHAMENTO 5
34
2. Dados básicos sobre o autor (qual sua formação? Sobre o que são suas pesquisas?):
Sonia Castellar é formada em Geografia pela USP, mestre em Didática pela
Faculdade de Educação da USP e doutora em Geografia pela USP. Sônia possui, atualmente,
pesquisas nas áreas de Formação de Professores, Educação Geográfica, Cartografia para
Crianças e Escolares, Pensamento Espacial e na Didática da Geografia, com ênfase em
metodologias ativas e no estudo da cidade.
3. Tema do texto (qual o assunto principal? Tem vínculo com o título do texto?):
O texto trata da formação dos professores e como a Geografia é ensinada; portanto, o
título há sim vínculo com o assunto principal trazido pelo texto.
4. Objetivos do texto (o que o texto quer mostrar? O que pretende discutir? Quais ideias
quer defender?):
O texto traz como objetivo, a questão da formação de professores no Brasil desde a
sua estrutura precarizada até à possibilidade de uma nova formação, além de como se deve
pensar o ensino da Geografia nas escolas.
5. Problemática (qual problema é colocado pelo autor, quais os principais pontos que o
autor toca para desenvolver o seu raciocínio):
A problemática se dá desde a formação dos professores que muita fez é uma
licenciatura curta e não consegue ter uma boa segurança dos conteúdos que serão trabalhados
e a forma de pensar o professor-aluno apenas como uma transmissão de conhecimento
O texto traz como problemática, a formação dos professores desde o início, haja vista
que muita das vezes esses mesmos profissionais da educação cursaram uma licenciatura fora
dos padrões de qualidade que acarreta numa formação fraca dos mesmos, afetando não só sua
formação como os alunos que têm seu aprendizado adquirido desses profissionais.
7. Citações (retire algumas citações diretas, no mínimo 3, para facilitar seu trabalho
posterior):
“A prática educativa remete, frequentemente, ao processo ensino-aprendizagem, que se
reporta, sobretudo, à ação didática. A esse respeito, questionamos: Será que os professores
dominam a prática e o conhecimento especializado com relação à educação e ao ensino? Em
termos gerais, a resposta é não.” p.51
35
8. Principais conclusões:
A principal conclusão que pode ser tirada é como uma formação mal estruturada pode
afetar não só a formação dos futuros professores como também o ensino que é passado por
estes mesmos profissionais. É preciso ter professores com uma base sólida para ensinar de
maneira mais eficaz o que é proposto à ser passado por ele (professor).
FICHAMENTO 6
2. Dados básicos sobre o autor (qual sua formação? Sobre o que são suas pesquisas?):
Bell Hooks é formada em Literatura Inglesa pela Universidade de Stanford; é mestre
pela Universidade de Wisconsin e doutora pela Universidade da Califórnia. Bell tem seus
estudos focados na questão racial, de gênero e de classe, além das relações de opressão que se
desencadeiam a partir das primeiras citadas.
3. Tema do texto (qual o assunto principal? Tem vínculo com o título do texto?):
Como se trata da introdução de seu livro, a autora sintetiza as ideias que ela irá
abordar nos próximos capítulos. Portanto, tem vínculo sim com o título do texto.
4. Objetivos do texto (o que o texto quer mostrar? O que pretende discutir? Quais ideias
quer defender?):
O capítulo do livro busca abordar a questão de uma educação crítica e transformadora,
onde a autora traz a escola não só como um espaço de poder como também de transformação
social, capaz não só de transformar o seu entorno como também para além dos muros que se
fazem obstáculos entre sociedade e escola.
5. Problemática (qual problema é colocado pelo autor, quais os principais pontos que o
autor toca para desenvolver o seu raciocínio):
Bell Hooks traz como uma problemática bem comum que está fincada até os dias de
hoje: a visão que somente os professores são dotados de conhecimento e capazes de
transmiti-los. Além disso, ela trata o ensino da educação bancária como algo que se perpetua
como algo comum a ser ensinado, na qual, para ela, não é a melhor maneira de ensinar.
futuros alunos podem estar inseridos, fazendo com que o cuidado ao repassar alguns
ensinamentos, se faça necessário.
7. Citações (retire algumas citações diretas, no mínimo 3, para facilitar seu trabalho
posterior):
“Para cumprir essa missão, as professoras faziam de tudo para nos "conhecer". Elas
conheciam nossos pais, nossa condição econômica, sabiam a que igreja famosa, como era
nossa casa e como nossa família nos tratava. Frequentei a escola num momento histórico em
que era ensinada pelas mesmas professoras que haviam dado aula a minha mãe, às irmãs e
aos irmãos dela. Meu esforço e minha capacidade para aprender sempre foram
contextualizados dentro da estrutura de experiência das várias gerações da família. Certos
comportamentos, gestos e hábitos de ser eram considerados hereditários." p. 11
“"(...) Quando descobri a obra do pensador brasileiro Paulo Freire, meu primeiro contato com
a pedagogia crítica, encontrei nele um mentor e um guia, alguém que entendia que o
aprendizado poderia ser libertador. Com os ensinamentos dele e minha crescente
compreensão de como a educação que eu recebera nas escolas exclusivamente negras do Sul
havia me fortalecido, comecei a desenvolver um modelo para minha prática pedagógica. Já
profunda mente engajada no pensamento feminista, não tive dificul dade em aplicar essa
crítica à obra de Freire. Significativamente, eu sentia que esse mentor e guia, que eu nunca
vira pessoalmente, estimularia e apoiaria minha contestação às suas ideias se fosse realmente
comprometido com a educação como prática da liberdade. Ao mesmo tempo, eu usava seus
paradigmas pedagógicos para criticar as limitações das salas de aula feministas." p. 15
“O entusiasmo no ensino superior era visto como algo que poderia perturbar a atmosfera de
seriedade considerada essencial para o processo de aprendizado. Entrar numa sala de aula de
faculdade munida da vontade de partilhar o desejo de estimular o entusiasmo era um ato de
transgressão. Não exigia somente que se cruzassem as fronteiras estabelecidas; não seria
possível gerar o entusiasmo sem reconhecer plenamente que as práticas didáticas não
poderiam ser regidas por um esquema fixo e absoluto. Os esquemas teriam de ser flexíveis,
teriam de levar em conta a possibilidade de mudanças espontâneas de direção. Os alunos
teriam de ser vistos de acordo com suas particularidades individuais (me inspirei nas
estratégias que as professoras do ensino fundamental usavam para nos conhecer), e a
interação com eles teria de acompanhar suas necessidades (nesse ponto Freire foi útil). A
reflexão crítica sobre minha experiência como aluna em salas de aula tediosas me habilitou a
imaginar não somente que a sala de aula poderia ser empolgante, mas também que esse
entusiasmo poderia coexistir com uma atividade intelectual e/ou acadêmica séria, e até
promovê-la." p. 17
“"O campo acadêmico de escrever sobre a pedagogia crítica e/ou a pedagogia feminista
continua sen do antes de tudo um discurso feito e ouvido por homens e mulheres brancos. O
próprio Freire, não só em suas conversas comigo como também em várias obras escritas,
sempre reconheceu que se situa na posição do homem branco, especialmente aqui nos
Estados Unidos. Mas, em anos re centes, a obra de vários pensadores da pedagogia radical
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(para mim, esse termo inclui as perspectivas crítica e/ou feminista) passou a incluir um
verdadeiro reconhecimento das diferenças determinadas pela classe social, pela raça, pela
prática sexual, pela nacionalidade e por aí afora. Esse progresso, entretanto, não parece
coincidir com uma presença significativamente maior de vozes negras, ou de outras vozes
não brancas, nas discussões sobre as práticas pedagógicas radicais das práticas" p. 20
“A educação está numa crise grave. Em geral, os alunos não querem aprender e os
professores não querem ensinar. Mais que em qualquer outro momento da história recente
dos Estados Unidos, os educadores têm o dever de confrontar as parcialidades que têm
moldado as práticas pedagógicas em nossa sociedade e de criar novas maneiras de saber,
estratégias diferentes para partilhar o conhecimento. Não poderemos enfrentar a crise se os
pensadores críticos e os críticos sociais progressistas agirem como se o ensino não fosse um
objeto digno da sua consideração.” p. 23
8. Principais conclusões:
A principal conclusão que pode ser tirada é que a educação não só é transformadora
como também é capaz de criar seres críticos, portanto, a educação é crítica também. Outra
conclusão que pode ser tirada é que a sala de aula deve ser um ambiente de aprendizado
mútuo, onde a relação professor e aluno deva se dar de maneira onde ambos aprendem com
essa relação.
RESUMO 1
um objeto pela terra; e, por último, a ordem, sendo o princípio de maior complexidade e
estando ligado diretamente ao modo de reestruturação do espaço. Bom, tendo elencado o
quadro no documento oficial da BNCC na parte que trata da Geografia, pode-se perceber que
a mesma está organizada com base nos principais conceitos da Geografia atual e dá todo o
suporte para que o docente aborda todos os assuntos atuais de maneira diversa e por
diferentes abordagens. Além de ter a capacidade de nortear os profissionais da educação
dando todo o condicionamento necessário para tal.
Por fim, para concluir, percebe-se que o documento da BNCC que aborda a Geografia
como disciplina escolar é muito completo e traz à luz da discussão, uma importante reflexão:
temos um trabalho a ser feito como professor, que é muito mais do que ensinar a Geografia,
mas também fazer com que os futuros alunos sejam cidadãos críticos com possibilidades
reais de compreender a realidade política, social, cívica ao qual está inserido.