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Julho de 2020
Núcleo de Tributação do Insper
Contexto da Pesquisa
Levantamento Internacional
Notas:(*) Dado se refere a 2011. (**) Para 2013, foram considerados os valores de créditos
ativos com exigibilidade suspensa por processo administrativo (RFB, 2013, p. 15).
Fonte: OCDE (2015) e RFB (2013).
Para obter uma métrica mais completa e atualizada para o Brasil e aprimorar
a comparação internacional realizada, o Núcleo de Tributação do Insper
desenvolveu uma metodologia para a atualização da estimativa do
contencioso tributário brasileiro, abrangendo as vias judicial e administrativa,
a partir da coleta e consolidação de dados nos três níveis federativos. Vale
acrescentar, ademais, que o comparativo com os dados internacionais de
contencioso tributário administrativo, relativos ao ano de 2013, em nada
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O termo “exigibilidade suspensa por processo administrativo” aplica-se a créditos tributários
com sua exigibilidade suspensa na esfera administrativa. Essa situação ocorre principalmente
durante o julgamento do contencioso administrativo, nas Delegacias da Receita Federal de
Julgamento (DRJs) ou no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e durante a
revisão de ofício dos débitos lançados. Além disso, também ocorre no transcurso dos prazos
para ciência, pagamento, apresentação de impugnação, de manifestação de inconformidade
ou de recursos. (RFB, 2018, p. 3).
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Esse conjunto de créditos tributários não coincide com os créditos inscritos em dívida ativa,
administrados pela PGFN, conforme informação obtida via pedido de acesso à informação
(Protocolo nº 03006008541201932, resposta em 14 out. 2019).
3 A respeito desses dados, entendemos necessárias duas observações: (i) sabemos que grande
parte da dívida ativa da União é classificada como irrecuperável ou de difícil recuperação, mas
entendemos que essa informação é irrelevante para os objetivos desta pesquisa, que não se
propõe a avaliar se os créditos tributários formados pelo atual sistema tributário são de boa
ou má qualidade. Apesar de reconhecermos a relevância de novas pesquisas que se
concentrem neste tema, é preciso ressaltar que o presente trabalho busca estimar e evidenciar
a capacidade de formação de contencioso pelo sistema atual. (ii) É importante ressaltar que
nesses valores não estão estimadas demandas judiciais propostas por contribuintes com o
intuito de deixar de pagar tributos ou recuperar os valores já pagos (ações antiexacionais), o
que certamente ampliaria significativamente a relação entre contencioso tributário e PIB do
país.
Contencioso Contencioso
Nível federativo Via Processual Tributário Tributário
(R$ bilhões) (% PIB)
Administrativo 1.119 16%
Federal
Judicial 2.364 35%
Estadual Judicial e Administrativo 1.088 16%
Municipal Judicial e Administrativo 410 6%
Total 4.981 73%
Notas: Para 2018, foram considerados os dados disponibilizados pela RFB no documento
“Análise dos créditos ativos” (dezembro/2018) (RFB, 2018), por ser um relatório mais
completo e detalhado. Todavia, vale observar que tais dados divergem dos informados no
Relatório de Gestão do Ministério da Fazenda a respeito do valor dos acervos de processos
junto a DRJ e CARF (2018) (disponível em: http://www.economia.gov.br/acesso-a-
informacao/auditorias/arquivos/relatorio-de-gestao-2018-mf.pdf. Acesso em 8 out. 2019).
Segundo informação obtida via pedido de acesso à informação, “o conceito de ‘Exigibilidade
Suspensa por Processo Administrativo’ utilizado no documento ‘Análise do Créditos Ativos
dezembro/2018’ é mais abrangente que o divulgado pelo Ministério da Fazenda, pois, além de
envolver os processos localizados em órgãos de julgamento (DRJ e CARF), inclui os processos
que se encontram em unidades da RFB para atividades preparatórias e complementares do
contencioso administrativo, tais como promover a ciência da decisão do órgão julgador;
aguardar o pagamento ou apresentação de impugnação, de manifestação de inconformidade
ou de recursos; dar cumprimento à decisão do órgão julgador etc. Assim, sob esse critério, os
valores suspensos em unidades administrativas em dezembro de 2018 perfaziam um montante
de aproximadamente R$ 306 bilhões, que somados aos R$ 757,60 bilhões, compõe um
montante de R$ 1,063 bilhões, bastante próximo ao apresentado no documento ‘Análise do
Créditos Ativos dezembro/2018’” (Protocolo nº 03006008537201974, resposta em 25 out.
2019). A estimativa de PIB para o Brasil, em 2018, foi de R$ 6,83 trilhões.
Fonte: FMI (2019), OCDE (2015), RFB (2013) e RFB (2018).
Notas: As siglas IRPJ, PIS, COFINS, CSLL, IRRF, IRPF e IPI correspondem, respectivamente, a
Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Contribuição para o Programa de Integração Social,
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, Imposto de Renda Retido na Fonte,
Imposto de Renda da Pessoa Física e Imposto sobre Produtos Industrializados. A categoria
“Demais” compreende Contribuições Previdenciárias e multas, entre outros tributos.
Fonte: OCDE (2015), RFB (2018), PGFN (2019), SICONFI/STN (2018), FMI (2019) e
Secretarias estaduais e municipais de Fazenda (2018).
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Dado obtido via pedido de acesso à informação (Protocolo nº 03006008447201983, resposta
em 18 out. 2019).
Por fim, o gráfico abaixo consolida os dados de 2018 reunidos para o Brasil
comparativamente às estimativas obtidas para uma amostra de países da
OCDE e da América Latina, relativos ao ano de 2013. A linha tracejada
destaca os dados do contencioso administrativo federal que são
asseguradamente comparáveis com as medianas obtidas para os dois grupos
de países analisados.
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Para mais informações, consultar o Pronunciamento técnico CPC 25.