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BRUXISMO NA INFÂNCIA1

Gabriella Bobato Mainardes2


Pedro Henrique Coelho3
Maria Goreti Aléssio Crispim4

RESUMO

O bruxismo é um hábito funcional de apertar e/ou ranger os dentes, comum em crianças.  O bruxismo também
foi definido como uma atividade involuntária parafuncional, produzida por contrações rítmicas ou tônicas do
masseter, do temporal e de outros músculos mandibulares, caracterizada pelo apertamento ou ranger dos dentes e
ainda morder objetos ou dedos inconscientemente. O objetivo deste trabalho é analisar através de uma revisão
bibliográfica narrativa, os possíveis fatores etiológicos do bruxismo na infância, sua prevalência, sinais e
sintomas mais frequentes e métodos para diagnóstico e tratamento. Explorou-se artigos científicos, livros, teses e
dissertações publicados e disponíveis nas seguintes bases de dados: SCIELO, LILACS, Google acadêmico,
MEDLINE, Pubmed, BVS. A prevalência do bruxismo infantil aumentou dramaticamente ao longo do tempo.
Atualmente, essa condição é considerada uma parte normal do desenvolvimento e não um distúrbio. Os
principais fatores etiológicos reconhecidos para o bruxismo na infância são os fatores locais, sistêmicos,
psicológicos, ocupacionais, neurológicos e a hereditariedade.

Palavras-chave: Parassomia. Sistema estomatognático. Odontologia.

BRUXISM IN CHILDHOOD
ABSTRACT

Bruxism is a functional habit of clenching and/or grinding teeth, common in children. Bruxism has also been
defined as an involuntary parafunctional activity, produced by rhythmic or tonic contractions of the masseter,
temporalis and other mandibular muscles, characterized by clenching or grinding of the teeth and even
unconsciously biting objects or fingers. The objective of this work is to analyze, through a narrative
bibliographic review, the possible etiological factors of bruxism in childhood, its prevalence, more frequent signs
and symptoms and methods for diagnosis and treatment. Scientific articles, books, theses and dissertations
published and available in the following databases were explored: SCIELO, LILACS, Academic Google,
MEDLINE, Pubmed, BVS. The prevalence of childhood bruxism has increased dramatically over time.
Currently, this condition is considered a normal part of development and not a disorder. The main etiological
factors recognized for bruxism in childhood are local, systemic, psychological, occupational, neurological
factors and heredity.

Keywords: Parasomy. Stomatognathic system. Dentistry.

1
Trabalho apresentado à disciplina de TCC 2, do Curso de Odontologia do Centro Universitário Avantis -
Uniavan, 2022/02.
2
Acadêmico do curso de Odontologia. E-mail: nome@email.com.br
3
Acadêmico do curso de Odontologia. E-mail: nome@email.com.br
4
Doutora em Odontologia. E-mail: cacia.signori@uniavan.edu.br
2

1 INTRODUÇÃO

O bruxismo é um hábito funcional de apertar e/ou ranger os dentes, é comum em


crianças. De acordo com a literatura, sua etiologia é multifatorial, podendo ser de origem
local, sistêmica, psicológica, ocupacional, genética, para distúrbios do sono e distúrbios
atópicos (DINIZ; SILVA; ZUANON, 2009).
O bruxismo pode ocorrer durante o sono, denominado bruxismo do sono (BS),
acontece de forma irrefletida com muitos estalidos, durante o sono, ampliando a ação do
sistema nervoso e muscular e a respiratória. Ou durante o dia, conhecido como bruxismo
diurno ou em vigília (BV) acontece no formato cônscio pelo pressionamento dental, podendo
estar associado a onicofagia e mordidas de artifícios e bochecha, tendo por motivos demandas
psíquicas.
De origem psicológica está relacionado ao estresse e ansiedade, temos ainda as causas
ocupacionais entre elas as práticas de esportes e atividades extraescolares, além desses pode
estar associado a distúrbios do sono e parassomias, entre outros (ALÓE et al., 2003).
É frequente em crianças, provavelmente por elas estarem mais expostas ao estresse
emocional e a fatores que geram ansiedade atualmente. Sugere-se que elas descontem as
tensões no ambiente bucal, através desse e outros hábitos parafuncionais. As causas do
bruxismo podem ser de origem local como fatores oclusais, sistêmica tais como asma, rinite,
distúrbios respiratórios.
A pandemia do Covid-19 trouxe inúmeras mudanças na vida das pessoas, desde a
necessidade de distanciamento social até mesmo o lockdown. Segundo Santos et al. (2022),
este isolamento social pode ter contribuído severamente para alteração do comportamento
infantil, trazendo à tona os fatores psicológicos que contribuem para o aparecimento do
bruxismo, pois a rotina das crianças foi completamente alterada.
Como evidencia-se de forma crescente, a presença de pacientes infantil com bruxismo
neste momento de pós-pandemia, por ser um tema atual, identifica-se a necessidade de mais
estudos e debates sobre o diagnóstico e tratamento precoces, bem como servir de alerta aos
pais, pediatras e odontopediatras sobre a importância do diagnóstico antes que essa desordem
cause problemas mais graves e permanentes ao sistema estomatognático da criança (SOUZA,
et al., 2022).
O presente trabalho tem por objetivo analisar através de uma revisão bibliográfica
narrativa, os possíveis fatores etiológicos do bruxismo na infância, sua prevalência, sinais e
3

sintomas mais frequentes e métodos para diagnóstico e tratamento. Esse trabalho visa também
a criação de dados e informações atuais a serem divididas com os leitores, auxiliando dessa
forma profissionais e pacientes com esta patologia.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Essa revisão bibliográfica do tipo narrativa explorou-se artigos científicos, livros, teses
e dissertações publicados e disponíveis nas seguintes bases de dados: SCIELO (Scientific
Electronic Library Online), LILACS (Literatura da América Latina e do Caribe em Ciências
da Saúde), Google acadêmico, MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System
Oline), Pubmed (Nation Library of Medi Cine), BVS (Bliblioteca Virtual em Saúde).
Utilizou-se os descritores de busca: Bruxismo, Crianças, Etiologia, Ansiedade.
Considerou-se apenas artigos publicados no período de 2012 a 2022.
Aplicou-se como critérios de inclusão dos estudos para o levantamento bibliográfico
textos completos, na língua portuguesa e inglesa, com acesso livre e gratuito nas bases de
dados acima citadas. Os critérios de exclusão foram estudos que não atendam os objetivos do
estudo.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

3.1 Bruxismo

Bruxismo é definido como um distúrbio do movimento caracterizado pelo aperto


excessivo dos dentes e/ou ranger de dentes causado por contrações rítmicas ou rígidas do
masseter e de outros músculos da mandíbula, que podem ocorrer durante a vigília ou o sono
(MACEDO, 2008).
A contração funcional dos músculos craniomandibulares é a base de atividades como
mastigação, deglutição e fala. O sistema nervoso é responsável por controlar essas funções,
que são desempenhadas pelos músculos sem danificar sua estrutura. No entanto, algumas
atividades musculares ocorrem sem qualquer finalidade funcional, Couto (2016), acrescenta
ainda a ação de pressionar os dentes o hábito de colocar objetos na boca, morder os lábios e
dedos, realizado de maneira consciente o que chamamos de função lateral ou parafuncionais
(ALÓE et al., 2003).
4

Lobbezzo et al. (2018) corrobora quando que o bruxismo se trata de “uma atividade
muscular repetitiva caracterizada por apertar ou ranger os dentes, mas também pelos atos de
‘bracing or thrusting’ da mandíbula (segurar, ferulizar, tensionar ou vácuo intraoral) ”.
Há muitas concepções sobre esse hábito parafuncional, não há uma unanimidade sobre
a causa desta doença. Um dos fatores etiológicos mais expressivos é a de que tem relação com
questões emocionais; mesmo que essa relação era considerada apenas para pacientes, mas na
sociedade atual, podem ser percebidas em crianças também (CABRAL et al., 2018;
MESQUITA et al., 2018;).
A erosão dentária diferentemente da abrasão é definida pela perda de estrutura dentária
resultante de um processo químico pela ação de ácidos, sem envolvimento bacteriano e
podem ser de dois tipos: extrínseco e intrínseco. A primeira causa por fatores externos como
consumo de bebidas e alimentos ácidos, ou até mesmo uso de certos medicamentos. Já o
segundo, ocorre principalmente em ação dos ácidos gástricos da cavidade oral (GATELLI,
2018). Enquanto a abrasão, é o desgaste patológico, resultado de um estresse mecânico da
estrutura dentária, devido, por exemplo, a escovação traumática, utilizando escovação
horizontal e intensa. A abfração, ocorre devido a força excessiva na face oclusal dos
elementos dentários. A atrição, é a perda de tecido dentário causada pelo contato dos dentes
antagonistas, durante os movimentos funcionais, oclusão, mastigação e movimentos
parafuncionais (SILVA, 2020).
Com base nas manifestações acima, o bruxismo e as diferentes formas de apresentação
classificados como bruxismo do sono ou quando se está acordado bruxismo de vigília, o
diagnostico será baseado no autorrelato mais exame clínico e no bruxismo do sono baseado
no autorrelato: inspeção clínica mais polissonografia (OLIVEIRA, 2019).
O correto diagnóstico para os pacientes com bruxismo é fundamental, pois assim
elaboramos o mais adequado plano de tratamento, que pode ser terapêutica, usando aparelhos
intraorais como placa miorrelaxante, terapias comportamentais cognitivas e meios
farmacológicos. Algumas terapias para essa disfunção, não são totalmente eficazes, mas, além
das terapias convencionais, avaliaremos o papel da toxina botulínica tipo A (BTX-A), no
tratamento dos sinais e sintomas do bruxismo noturno, quando comparado aos métodos
convencionais (LIMA e PRADO, 2020).
No bruxismo, o sintoma mais importante é o ranger de dentes. Acompanhado pelo
ruído dentário único desse tipo de ranger de dentes, esse tipo de ruído será percebido por
pacientes ou familiares que sofrem dessa doença e muitas vezes acabará incomodando e
5

preocupando ouvindo. pessoas. Os distúrbios da moagem também podem causar dor, que é
considerada um sintoma comum e importante dessa disfunção (ABRANTES et al., 2018).
Cerca de 40% dos pacientes com bruxismo se queixam de dores orais e faciais e
rigidez mandibular pela manhã. Portanto, entre os sintomas relatados neste artigo estão:
mialgia do músculo masseter e do músculo temporal, cefaleia matinal ou o dia todo, dor de
garganta, dor de garganta, tórax e dor abdominal (RÉDUA et al., 2019).
Os hábitos de moagem também podem afetar os tecidos periodontais. Devido ao
bruxismo, a doença periodontal pode piorar, com rápida perda óssea alveolar e perda óssea
vertical ou angular nas áreas mais traumatizadas. Quando a saúde periodontal está presente,
pode haver declínio geral, absorção da crista óssea alveolar horizontal e espessamento da
duramáter, o que pode levar ao excesso de cimento ósseo e cementoma. Algumas alterações
podem ser observadas nos exames de imagem, como: desaparecimento da dura-máter,
alterações no espaço periodontal, que pode se expandir ou mesmo desaparecer, reabsorção
radicular, fratura radicular e cálculos pulpares (RIOS et al., 2018).

3.1.1 Classificação

As características classificadas de acordo com os hábitos são bruxismo diurno e


noturno ou bruxismo do sono. O bruxismo circadiano inclui o apertamento dos dentes, que é
uma atividade semiautônoma da mandíbula, que não causa danos ao tecido periodontal ou
desgaste dos dentes e está relacionada a tiques ou vícios. No bruxismo do sono, ocorre o
crunch lateral, que ocorre como uma atividade inconsciente e gera ruído quando o indivíduo
dorme, podendo ocorrer danos que afetam os dentes e os tecidos periodontais (PEREIRA et
al., 2006).
O bruxismo também pode ser dividido em centralidade e excêntrico. O bruxismo
central é descrito como compressão maxilar e mandibular (aperto), que ocorre no ponto de
intersecção habitual máxima, relação central ou ambos durante o movimento isométrico. O
bruxismo excêntrico é expresso como a mordida e o deslizamento dos dentes nas posições
protuberante e protuberante lateral (molares) (PIZZOL et al, 2013).
Outra forma de classificar o bruxismo é entre primário e secundário. O bruxismo
primário é idiopático e não tem nada a ver com causas médicas, mentais ou sistêmicas óbvias,
enquanto o bruxismo secundário está relacionado ao sistema nervoso (como a doença de
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Parkinson) ou mental (depressão), distúrbios do sono (como apneia) e fatores iatrogênicos,


incluindo uso ou abstinência de drogas (COSTA et al., 2017).

3.1.2 Causas e sintomas relacionados ao bruxismo

São vários os indícios que podem assinalar que os pacientes estejam com bruxismo,
como: desgaste ou amolecimento dos dentes, dor de cabeça, dor e zumbido no ouvido, dor
no pescoço, no maxilar e nos músculos do rosto, alteração no sono e estalos ao abrir ou
fechar a boca (DE LIMA et al., 2020).
O Bruxismo tem semelhança com a ansiedade e o estresse, entre outros
acontecimentos emocionais (CHAVES, 2021). A ação parafuncional pode acontecer com
mais frequência na fase infantil e adolescência, do que em pessoas adultas; porém, quando há
essa manifestação na fase infantil, pode ser considerada como um indício de alteração no seu
bem-estar, devendo haver uma investigação mais aprofundada (CASTROFLORIO et al.,
2015).
As causas desta ação parafuncional são representadas na figura 1:

Figura 1 – Causas do bruxismo.;


Fonte: (DE MELO FERREIRA; MARANGONI, 2018).

Vale ressaltar que, alguns estudiosos não avaliam a má oclusão como influencia para
hábito (DE MELO FERREIRA e MARANGONI, 2018).
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3.1.3 Sinais e sintomas

Vários sinais e sintomas associados ao bruxismo foram identificados. Entre eles, os


mais comuns são: desgaste dentário oclusal e/ou incisional, destruição do tecido periodontal,
hipersensibilidade pulpar, frouxidão dentária, fissuras e fraturas na estrutura e restauração
dentária, dores e distúrbios da articulação temporomandibular (como crepitação e
crepitação), cefaleia e hipertrofia masseter ao acordar (RECHE et al., 2018).
O bruxismo nem sempre causa sinais e sintomas patológicos óbvios. No entanto, às
vezes essa doença pode estar presente, acompanhada por sinais e sintomas sutis. O sintoma
clínico mais óbvio é o desgaste anormal da estrutura dentária devido ao atrito entre os
elementos dentários. Vários autores descrevem o desgaste dentário como o principal sinal de
bruxismo (RIBEIRO e FREITAS, 2019).
As características desse desgaste incluem: facetas polidas ou exposição da dentina,
que podem fazer com que os dentes sejam hipersensíveis a mudanças de temperatura e
rachaduras e fraturas nos dentes ou restaurações (como restaurações de grau III ou IV). As
forças não verticais geradas de forma constante são principalmente forças horizontais.
Fatores como intensidade, frequência, duração, direção e tipo de hábito, além de
características pessoais relacionadas à resistência, determinam a quantidade de desgaste
(OLIVEIRA et al., 2019).
Outros sinais podem ser encontrados nos elementos dos dentes, incluindo: pulpite,
dor de dente, cálculos pulpares, fraturas radiculares e mudanças na posição dos dentes.
Também existe a hipótese de que a perda da estrutura dentária na interface esmalte-cemento
pode levar a lesões no colo do dente, levando à erosão (CABRAL et al., 2018).
O fato de o bruxismo causar alterações na composição dos músculos mastigatórios
está relacionado aos sintomas musculares que acometem muitos pacientes, entre eles os
seguintes sintomas: fadiga (incapacidade de resistir ao esforço por um período de tempo sem
sinais e sintomas de dor e desconforto), aumento da tensão dos músculos mastigatórios,
especialmente Estes são os músculos pterigoideos laterais, músculos masseteres e músculos
temporais (PONTES e PRIETSCH, 2019).
A palpação manual pode identificar pontos sensíveis e dores musculares regionais,
que são características dos sintomas musculares faciais. Em casos graves, os músculos
hipertrofiados podem causar contrações faciais, alterações na oclusão, alterar os padrões de
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abertura e fechamento da mandíbula e causar problemas de fala e mastigação (FONTE,


ANO).
Em crianças com bruxismo, a alta mobilidade dos dentes pode ser observada pela
manhã, podendo fazer com que a gengivite se espalhe para estruturas periodontais mais
profundas e, eventualmente, leve à perda do osso alveolar. Ranger os dentes pode causar
alterações nos músculos mastigatórios, levando a mialgia, miosite, formação de áreas
desencadeantes de dor, falta de coordenação muscular, assimetria no trabalho muscular,
aumento da rigidez e da atividade elétrica muscular e espasmos (CARVALHO et al., 2020).

3.1.4 Diagnóstico e Tratamento

Atualmente, muitos estudos sobre bruxismo acreditam que os fatores psicológicos e


emocionais são um dos fatores mais importantes. Independentemente da causa ou dos fatores
de risco para o bruxismo, a correta identificação desses fatores é essencial para determinar o
tratamento mais adequado para o paciente, métodos individualizados e maximizar os
resultados (RÉDUA et al., 2019).
Ao falar sobre o manejo clínico do bruxismo, é mais apropriado usar o termo
“controle” do que “tratamento”. Esta afirmação é apoiada pelo fato de que atualmente não
existe uma cura clara para o bruxismo. A ciência atual não pode prevenir o bruxismo, então a
pesquisa fornece uma maneira de minimizar os efeitos nocivos desta doença. Tendo em vista
a natureza multifatorial da causa do bruxismo, o tratamento multidisciplinar deve ser
considerado. Essa modalidade de tratamento deve ser realizada com a participação de áreas do
conhecimento como odontologia, psicologia, fisioterapia e fonoaudiologia, envolvendo os
aspectos odontológicos, médicos e psicológicos do paciente (RIOS et al., 2018).
A escolha do plano de tratamento correto pode envolver mais de um tipo de
tratamento. Os métodos podem incluir ajuste oclusal da dentição, uso de aparelhos
interoclusais, mudanças de comportamento e uso de medicamentos. O plano de tratamento
deve incluir os seguintes objetivos: reduzir a tensão física e mental, tratar os sinais e sintomas,
minimizar os distúrbios oclusais e melhorar os padrões neuromusculares normais
(CARVALHO et al., 2020).
De acordo com a descrição, as evidências científicas são insuficientes para apoiar o
tratamento do bruxismo em crianças. A menos que a causa possa ser determinada e o hábito
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eliminado, mesmo assim, para o responsável pela criança, não se pode dizer que esses
episódios não ocorrerão mais, pois outras causas podem surgir (ESTEVES et al., 2017).
O dentista pode utilizar os quatro métodos de tratamento recomendados conforme a
necessidade, a saber: ajuste oclusal, colocação de coroa, ponte (entre outros), ortodontia e uso
de dispositivos intraorais para reparar a superfície dentária. Para realizar o tratamento do
bruxismo, deve-se realizar o diagnóstico por meio de anamnese para delinear um tratamento
específico para cada pessoa (BEDDIS et al., 2018).
Portanto, as propriedades emocionais têm ampla importância para tratamentos de
pacientes bruxômeros, sendo indispensável verificar a questão psicológica para que haja
melhoria do estresse, da ansiedade e, por conseguinte auxiliar no restabelecimento da saúde
do paciente (VEIGA et al., 2015).

A terapêutica do bruxismo pode abranger vários aspectos, representados na figura 2:

Figura 2 – Tratamentos do bruxismo


Fonte: (CHAVES, 2021).

Outra ferramenta terapêutica usada para diminuir a ansiedade é a acupuntura auricular,


sendo eficaz para tratar dores na face recorrentes, que podem ser derivadas do bruxismo. O
tratamento clássico, que tem a intenção de proteger os dentes contra danos causados pelo
apertamento dental, assim esse tratamento pode reduzir o impacto na mastigação e, por
conseguinte as dores musculares determinadas pelo bruxismo (ROSAR et al., 2017).
Remédios podem ser usados para reduzir a ação do bruxismo, porém somente em
casos mais graves e por pequenos períodos, um desses são as Benzodiazepinas, como o
clonazepam que apresenta redução expressiva da atividade de bruxismo; o trazodona,
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tratamento efetivo contra a insônia e possui uma potência moderada no bruxismo. A clonidina
que exibe efeito maior do que 60% na diminuição do bruxismo (TINASTEPE et al., 2015;
KLASSER et al., 2015).

3.2 Incidência e Prevalência do Bruxismo

O bruxismo geralmente começa entre um ano e um ano e meio de idade. No entanto,


pode se manifestar entre 4 e 8 anos de idade; sua gravidade aumento entre 10 e 14 anos. Uma
criança com bruxismo pode ter uma prevalência de 6,5% a 40,6%, sendo 40% relatado em
crianças entre 3 e 6 anos, 17% em crianças entre 6 e 7 anos e 24% em crianças entre 8 e 6
anos velho. Acredita-se que aproximadamente um terço das crianças examinadas
apresentavam bruxismo, ou o ato de ranger os dentes enquanto acordados. Além disso,
acredita-se que aproximadamente um terço dos pacientes diagnosticados com BS apresentem
bruxismo enquanto estão acordados. Essas crenças são baseadas em vários estudos realizados
ao longo de várias décadas. Um estudo realizado na década de 1960 sugeriu que indivíduos
com deficiência intelectual são mais propensos a desenvolver bruxismo do que a população
em geral. Além disso, um estudo realizado em 1970 sugeriu que 32% das crianças
examinadas no primeiro ano tinham bruxismo (GATELLI, 2018).
À medida que as pessoas envelhecem, elas geralmente desenvolvem bruxismo. Em
35% a 90% das crianças que apresentam bruxismo, ele continua na idade adulta. Outras fontes
afirmam que cerca de 14% a 20% das crianças têm bruxismo e 8% a 12% dos adultos têm.
Um estudo recente de crianças americanas com bruxismo do sono encontrou taxas mais altas
de bruxismo entre crianças brancas do que crianças afro-americanas. Essa diferença
provavelmente se deve ao fato de os pais notarem mais comumente o bruxismo entre crianças
brancas. O mesmo estudo não mostrou diferença significativa na gravidade entre meninos e
meninas com bruxismo (SILVA, 2020).
No estudo de Oliveira(2019), trine oito crianças com distúrbios respiratórios foram
estudadas enquanto dormiam com polissonografia. Durante o estudo, 34,3% dos casos
apresentaram sinais de distúrbio respiratório do sono, três vezes maior do que a chance de
60% para crianças sem distúrbios respiratórios. O sonambulismo também teve uma chance
maior do que as crianças não sonâmbulas: 1,6 vezes a chance de ser comparado a 3,6 vezes a
chance. Além disso, crianças com problemas psicológicos tiveram uma chance 3,6 vezes
maior de bruxismo do que crianças sem esses problemas.
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3.2.1 Prevalência do bruxismo em crianças

Existem vários relatos sobre o bruxismo do distúrbio do sono, mas a porcentagem de


bruxismo do sono na infância varia de acordo com o estudo. A prevalência mais comum situa-
se entre 5,9% e 49,6%, sendo então sujeita a várias interpretações dos critérios. O diagnóstico
pode ser feito por meio de perguntas aos pais ou responsáveis, exame clínico ou
polissonografia, que é um método mais preciso do que fazer um diagnóstico baseado apenas
em perguntas (LIMA e PRADO, 2020).
Existem muitos métodos diferentes para o diagnóstico desse transtorno, dificultando a
obtenção de dados precisos sobre sua prevalência. No entanto, os dados mostram que a
prevalência do transtorno do espectro do autismo é maior em crianças e adolescentes do que
em adultos (PEREIRA et al., 2006). Entre 35% e 90% das crianças com bruxismo do sono na
vida adulta apresentam sintomas desde a idade de um ano ou menos. O bruxismo do sono
geralmente aparece logo após a erupção dos dentes decíduos de uma criança ou durante o
início da adolescência. Um estudo realizado em crianças de 3 a 9 anos descobriu que 40%
tinham bruxismo, 60% apertam os dentes, 8% apenas rangem e 32% rangem e apertam
ocasionalmente. Um segundo estudo com a mesma faixa etária constatou que 24%
apresentavam bruxismo; 64% cerraram os dentes; 8% apenas os aterraram; e em 2%, ambos
os métodos foram usados simultaneamente (PIZZOL et al, 2013).
As dificuldades em determinar a prevalência do bruxismo infantil decorrem da
variação nas faixas etárias, falta de critérios diagnósticos padronizados e metodologias
díspares. Além disso, avaliar o bruxismo em uma criança se mostra difícil devido à
dificuldade em identificar uma faixa etária. Outro complicador é a presença de facetas de
desgaste nos dentes durante um exame clínico que pode indicar bruxismo passado (COSTA et
al., 2017). Facetas de desgaste atípico nos dentes da criança são improváveis de resultar do
bruxismo presente. Como os dados da anamnese muitas vezes mostram que uma criança é
muito cooperativa, seus pais e responsáveis podem não perceber que seu filho range os
dentes. Alternativamente, os sintomas da criança podem ser imaginários ou confundidos com
outra coisa por seus cuidadores (PONTES e PRIETSCH, 2019).
A etiologia do bruxismo é complexa e controversa e possui muitos fatores de riscos
associados. Semelhante aos adultos, essa etiologia, em crianças, é multifatorial, podendo
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envolver elementos emocionais, sistêmicos (respiratórios ou gástricos), hereditários e ainda


associações com alguns distúrbios do sono (DE LIMA et al., 2020).

3.2.2 Fatores psicológicos

Fatores emocionais têm demonstrado desempenhar um papel significativo no


desenvolvimento do bruxismo. Vários estudos associaram o bruxismo ao alívio do estresse
através do SNA, que é causado por flutuações no sistema nervoso. O ranger de dentes
associado ao bruxismo também tem sido associado à atividade involuntária do sistema
nervoso e ao alívio do estresse através do SNC (CHAVES, 2021).
Atualmente, acredita-se que a etiologia do bruxismo do sono seja multifatorial e
relacionada a fatores ambientais e genéticos. Acredita-se também que a SB tenha causa
central e não periférica, com sua fisiopatologia envolvendo o sistema dopaminérgico. Tem
sido demonstrado que o ambiente, incluindo as condições sistêmicas, pode influenciar ou
modular a ocorrência de SB. Isso mostra a importância de estudar essa condição considerando
como ela pode ser influenciada por diferentes fatores tanto na vida de um indivíduo quanto
em seu ambiente (CASTROFLORIO et al., 2015).
A fim de medir com precisão o efeito do estresse emocional no desenvolvimento
infantil, um estudo foi realizado com 314 crianças entre 6 e 8 anos. Durante o estudo, as
crianças demonstraram bruxismo por meio de exames clínicos e entrevistas. Além disso, as
concentrações de catecolaminas na urina foram medidas. A epinefrina e a dopamina
desempenham um papel significativo na correlação entre bruxismo e estresse emocional.
Conforme declarado pelos autores desta pesquisa, a epinefrina e a dopamina aumentam no
corpo quando os indivíduos experimentam estresse ou ansiedade. É por isso que se acredita
que o desenvolvimento do bruxismo seja causado por estresse emocional (DE MELO
FERREIRA e MARANGONI, 2018).
Pessoas com bruxismo relacionado ao sono sofrem de um distúrbio de movimento da
boca que normalmente ocorre com outras condições médicas, como epilepsia e paralisia
cerebral. Por causa disso, o ranger de dentes é considerado um distúrbio relacionado ao sono
associado a distúrbios neurológicos. Acredita-se que o ranger de dentes seja a forma mais
comum de distúrbio do movimento em crianças com PC. Acredita-se que certos
anticonvulsivantes, medicamentos ou alimentos possam ter efeito sobre distúrbios do
movimento; diminuindo sua gravidade ou aumentando a frequência (RECHE et al., 2018).
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Pesquisas recentes refutaram a noção de que o estresse é um fator significativo na


apneia do sono. Em vez disso, altos níveis de estresse estão correlacionados com bruxismo do
sono mais frequente e grave. Pesquisas adicionais mostraram que a apneia do sono também
está associada a problemas gastroesofágicos e obstrução das vias aéreas (CABRAL et al.,
2018).
De acordo com a pesquisa apresentada pelos autores, a ansiedade e o estresse podem
causar bruxismo, mas não são sua causa principal. Em vez disso, enfatizou-se a importância
de investigar outras possíveis causas. Isso ocorre porque muitos fatores podem estar causando
os sintomas além da própria ansiedade (ABRANTES et al., 2018).

3.2.3 Fatores respiratórios

Alguns casos de bruxismo relacionam-se à necessidade do sujeito de se proteger de


forças externas. Quando os seios nasais ou gargantas estão inflamados, o ranger ou apertar da
mandíbula pode ser percebido como uma tentativa de abrir as vias aéreas. Pessoas com rinite
e garganta edematosa também apresentam esse comportamento. Isso se deve ao mecanismo
compensatório de geração de pressão inconsciente na tentativa de melhorar a respiração
(PONTES e PRIETSCH, 2019).
Os alérgicos têm uma probabilidade 3x maior de ranger os dentes à noite do que
aqueles sem alergias. a produção de saliva diminui devido a reações alérgicas, o que
consequentemente diminui a necessidade de engolir e leva a menos sono com a boca aberta.
Isso também contribui para a abertura das vias aéreas durante o sono, o que aumenta a
probabilidade de asma em crianças alérgicas (RÉDUA et al., 2019).
Vários estudos associam o bruxismo do sono ao aumento de doenças respiratórias
crônicas e reações alérgicas em crianças e adolescentes. Consequentemente, há um foco
significativo em estabelecer qualquer ligação entre essas condições. Essa investigação pode
levar a novos métodos de tratamento dos sintomas do bruxismo do sono e de outros distúrbios
respiratórios (RIOS et al., 2018).
Distúrbios do sono causados por alergias ou problemas respiratórios podem causar
desatenção, hiperatividade e sonolência diurna em crianças. Além disso, o bruxismo do sono
pode contribuir para queixas como dores musculares na articulação temporomandibular e
dores de cabeça mais frequentes em crianças e adolescentes (CARVALHO et al., 2020).
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Um estudo transversal com 448 crianças entre 8 e 11 anos foi realizado em quatro
escolas públicas e uma privada. Os critérios de inclusão foram crianças sem condições como
Síndrome de Down, paralisia cerebral ou tratamento ortodôntico. Este estudo descobriu que
crianças com sinusite ou rinite são mais propensas a apresentar bruxismo. Isso foi baseado em
informações coletadas de seus pais ou cuidadores. O diagnóstico foi limitado apenas às
crianças que relataram desgaste dentário e desconforto muscular. A reação exagerada a essas
informações resultou em muitos diagnósticos errôneos (COSTA et al., 2017).

3.2.4 Fatores gástricos

A pesquisa envolveu mais de 1.800 estudantes do ensino médio do Japão. Eles tinham
entre 12 e 15 anos. O estudo analisou a relação entre DRGE, ou refluxo gastroesofágico, e
bruxismo. Os sintomas da DRGE incluem azia, desconforto ao dormir e desconforto diurno;
complicações podem incluir úlceras no esôfago ou pneumonia. Os alunos foram avaliados de
duas maneiras. Alguns foram identificados pelo seu comportamento, que foi classificado
como aceitável, normal ou problemático. Aqueles classificados como problemáticos
apresentaram maiores taxas de bruxismo do sono, menor qualidade do sono e piores hábitos
alimentares. Os alunos que têm DRGE durante o sono experimentarão microdespertares
devido à inflamação induzida pela DRGE no trato digestivo superior.
Muitas pessoas acreditam que parasitas intestinais causam bruxismo, e tem sido
sugerido na literatura e na opinião pública que as crenças populares sobre isso podem ser
verdadeiras. Os relatórios também sugeriram uma aparente associação entre distúrbios
gastrointestinais e bruxismo (DE LIMA et al., 2020).
Um estudo investigou a relação entre parasitas gastrointestinais e bruxismo em
crianças. Este estudo reuniu 60 participantes, sendo 30 indivíduos com bruxismo e os outros
30 controles saudáveis. Embora a pesquisa tenha concluído que não havia correlação direta
entre bruxismo e infecções parasitárias em crianças, eles ainda recomendaram mais estudos
com um tamanho de amostra maior. Além disso, esta pesquisa sugeriu que estudos adicionais
deveriam ser realizados envolvendo adultos em vez de apenas crianças (CHAVES, 2021).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
15

Para Abrantes et al., (2018), mudanças no conceito de bruxismo foram feitas como
resultado do aumento do estudo da condição. Uma conferência de 2017 realizada para
atualizar o consenso de 2013 sobre o bruxismo mudou a definição da condição de uma
anomalia médica para uma característica física. Isso porque especialistas de todo o mundo se
reuniram para discutir e analisar o bruxismo em seus respectivos países. Costumava ser
considerado um distúrbio, mas agora é entendido como um hábito normal do sono.
Conforme Cabral et al., (2018), é diferenciado do bruxismo acordado, que é quando
alguém está consciente e aperta os dentes durante o sono. Indivíduos saudáveis não devem ter
problemas com bruxismo noturno; é apenas uma forma de contração muscular voluntária que
acontece durante o sono. Estudos recentes mostraram que aproximadamente 20% dos adultos
e 19% das crianças entre 8 e 10 anos de idade têm bruxismo. No Brasil, 32,7% das crianças
nessas idades foram diagnosticadas com a doença.
Segundo Oliveira et al., (2019), o bruxismo é uma condição causada pelo tronco
cerebral, o que sugere que não é mais considerado de natureza periférica. A causa do
bruxismo está relacionada ao sistema nervoso, o que significa que não pode mais ser atribuída
à contração involuntária dos músculos da mandíbula durante o sono. A causa do bruxismo do
sono é cada vez mais estudada e discutida. Como a causa periférica é insignificante, fica claro
que o bruxismo do sono está associado ao sistema nervoso central.
De acordo com Ribeiro e Freitas, (2019), vários fatores de risco foram identificados
que se correlacionam com esse aumento. Um dos mais significativos é a conexão significativa
entre bruxismo e sono perturbado. Bebês que respiram pela boca relatam sono mais inquieto.
Isso limita sua qualidade de vida. Respirar pela boca pode causar bruxismo, que tem causa
multifatorial. Pode ser causada por fatores genéticos, sistêmicos ou psicológicos. Outras
possíveis causas incluem beijos prematuros, obstrução da mandíbula e asma ou rinite. Além
disso, pode estar relacionado a distúrbios do sono, outros fatores hereditários e fatores
interpessoais. Crianças com problemas de saúde mental têm 36 a 40% de probabilidade de
sofrer de bruxismo. Outros fatores, incluindo condições de vida, rotinas diárias e estresse,
também demonstraram influenciar as chances de desenvolvimento de bruxismo em crianças.
Para Reche et al., (2018), certas características familiares, como renda familiar e
divórcio entre os pais, levaram ao bruxismo em algumas crianças. Além disso, fatores como
estresse e ansiedade foram frequentemente associados ao bruxismo noturno; no entanto,
estudos recentes não confirmaram essa relação. Em vez disso, eles sugerem que a causa do
bruxismo acordado pode estar relacionada ao estresse e ansiedade em anos anteriores. Vários
16

problemas causados pela ansiedade infantil têm sido estudados em relação ao seu efeito na
vida das crianças. Estes incluem agressividade e problemas comportamentais quando
associados à ansiedade. Além disso, o estresse é um dos fatores psicossociais mais estudados.
Em crianças com bruxismo, isso também levou a problemas emocionais e comportamentais.
Segundo De Melo Ferreira; Marangoni, (2018), crianças que sofrem de apneia
obstrutiva do sono, distúrbio respiratório ou bruxismo têm taxas variáveis de ocorrência.
Essas três condições geralmente andam de mãos dadas; diminuem a qualidade do sono da
criança, comprometendo sua duração e/ou qualidade. Por exemplo, ronco e respiração bucal
são sintomas comuns de bruxismo que crianças que sofrem de apnéia obstrutiva do sono
frequentemente apresentam. Além disso, crianças com essas condições podem ter sono
agitado, conversa noturna ou transpiração excessiva.
Castroflorio et al., (2015), relata que apneia do sono é um distúrbio respiratório que
causa obstruções repetidas das vias aéreas superiores. Isso reduz a saturação de oxigênio no
sangue, o que pode causar problemas como baixa energia e dificuldade para respirar. As
obstruções geralmente fazem com que as crianças com apneia do sono acordem com
frequência. Isso leva a uma diminuição na qualidade geral do sono, além de outros problemas,
como ronco, cansaço e sono agitado.
Embora tenha sido constatado que o bruxismo não está significativamente associado à
má oclusão, ainda pode ser um fator de risco. Foi determinado a maioria dos pacientes que
estudaram a expansão rápida do palato e o bruxismo do sono reduziram seus episódios de
bruxismo. No entanto, isso não leva em conta a má oclusão resultante; em vez disso,
considerou as reduções nas dimensões vertical e transversal do paciente. Portanto, esses
resultados mostram que as crianças ajudadas pelo tratamento podem respirar melhor graças a
melhores dimensões. Além disso, foi demonstrado que crianças com pais que tiveram hábitos
de bruxismo quando crianças muitas vezes tiveram seus próprios filhos que rangem ou
apertam os dentes.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prevalência do bruxismo infantil aumentou dramaticamente ao longo do tempo.


Atualmente, essa condição é considerada uma parte normal do desenvolvimento e não um
distúrbio.
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Os principais fatores etiológicos reconhecidos para o bruxismo na infância são os


fatores locais, sistêmicos, psicológicos, ocupacionais, neurológicos e a hereditariedade.
Crianças com bruxismo geralmente apresentam como sintomas se apresenta desgaste dental
excessivo com perda de dimensão vertical, sensibilidade e mobilidade dental, trauma de
tecidos moles, dores de cabeça, sensibilidade dos músculos da mastigação, progressão da
doença periodontal e distúrbios da ATM.
A principal recomendação para o diagnóstico correto é por meio de perguntas aos
pais/responsáveis e/ou exame clínico, ou da poilissonografia, que é o método que mais
confiável. Ficou evidente através dos trabalhos analisados que o tratamento para o bruxismo
na infância é uma preocupação clínica dos últimos anos em decorrência do seu impacto
negativo na qualidade de vida da criança e de seus familiares

REFERÊNCIAS

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da parafunção em uma população paraibana. Odontologia Clínico-Científica, 2018.

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Revista da Faculdade de Odontologia de Lins, v. 28, n. 1, p. 41-51, 2018.

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revisão de literatura. Research, Society and Development, v. 9, n. 7, p. e95973925-e95973925, 2020.

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ESTEVES, José Lucas Santos et al. Uso da acupuntura no tratamento de bruxismo. Revista da
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18

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