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RESUMO
O bruxismo é um hábito funcional de apertar e/ou ranger os dentes, comum em crianças. O bruxismo também
foi definido como uma atividade involuntária parafuncional, produzida por contrações rítmicas ou tônicas do
masseter, do temporal e de outros músculos mandibulares, caracterizada pelo apertamento ou ranger dos dentes e
ainda morder objetos ou dedos inconscientemente. O objetivo deste trabalho é analisar através de uma revisão
bibliográfica narrativa, os possíveis fatores etiológicos do bruxismo na infância, sua prevalência, sinais e
sintomas mais frequentes e métodos para diagnóstico e tratamento. Explorou-se artigos científicos, livros, teses e
dissertações publicados e disponíveis nas seguintes bases de dados: SCIELO, LILACS, Google acadêmico,
MEDLINE, Pubmed, BVS. A prevalência do bruxismo infantil aumentou dramaticamente ao longo do tempo.
Atualmente, essa condição é considerada uma parte normal do desenvolvimento e não um distúrbio. Os
principais fatores etiológicos reconhecidos para o bruxismo na infância são os fatores locais, sistêmicos,
psicológicos, ocupacionais, neurológicos e a hereditariedade.
BRUXISM IN CHILDHOOD
ABSTRACT
Bruxism is a functional habit of clenching and/or grinding teeth, common in children. Bruxism has also been
defined as an involuntary parafunctional activity, produced by rhythmic or tonic contractions of the masseter,
temporalis and other mandibular muscles, characterized by clenching or grinding of the teeth and even
unconsciously biting objects or fingers. The objective of this work is to analyze, through a narrative
bibliographic review, the possible etiological factors of bruxism in childhood, its prevalence, more frequent signs
and symptoms and methods for diagnosis and treatment. Scientific articles, books, theses and dissertations
published and available in the following databases were explored: SCIELO, LILACS, Academic Google,
MEDLINE, Pubmed, BVS. The prevalence of childhood bruxism has increased dramatically over time.
Currently, this condition is considered a normal part of development and not a disorder. The main etiological
factors recognized for bruxism in childhood are local, systemic, psychological, occupational, neurological
factors and heredity.
1
Trabalho apresentado à disciplina de TCC 2, do Curso de Odontologia do Centro Universitário Avantis -
Uniavan, 2022/02.
2
Acadêmico do curso de Odontologia. E-mail: nome@email.com.br
3
Acadêmico do curso de Odontologia. E-mail: nome@email.com.br
4
Doutora em Odontologia. E-mail: cacia.signori@uniavan.edu.br
2
1 INTRODUÇÃO
sintomas mais frequentes e métodos para diagnóstico e tratamento. Esse trabalho visa também
a criação de dados e informações atuais a serem divididas com os leitores, auxiliando dessa
forma profissionais e pacientes com esta patologia.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Essa revisão bibliográfica do tipo narrativa explorou-se artigos científicos, livros, teses
e dissertações publicados e disponíveis nas seguintes bases de dados: SCIELO (Scientific
Electronic Library Online), LILACS (Literatura da América Latina e do Caribe em Ciências
da Saúde), Google acadêmico, MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System
Oline), Pubmed (Nation Library of Medi Cine), BVS (Bliblioteca Virtual em Saúde).
Utilizou-se os descritores de busca: Bruxismo, Crianças, Etiologia, Ansiedade.
Considerou-se apenas artigos publicados no período de 2012 a 2022.
Aplicou-se como critérios de inclusão dos estudos para o levantamento bibliográfico
textos completos, na língua portuguesa e inglesa, com acesso livre e gratuito nas bases de
dados acima citadas. Os critérios de exclusão foram estudos que não atendam os objetivos do
estudo.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
3.1 Bruxismo
Lobbezzo et al. (2018) corrobora quando que o bruxismo se trata de “uma atividade
muscular repetitiva caracterizada por apertar ou ranger os dentes, mas também pelos atos de
‘bracing or thrusting’ da mandíbula (segurar, ferulizar, tensionar ou vácuo intraoral) ”.
Há muitas concepções sobre esse hábito parafuncional, não há uma unanimidade sobre
a causa desta doença. Um dos fatores etiológicos mais expressivos é a de que tem relação com
questões emocionais; mesmo que essa relação era considerada apenas para pacientes, mas na
sociedade atual, podem ser percebidas em crianças também (CABRAL et al., 2018;
MESQUITA et al., 2018;).
A erosão dentária diferentemente da abrasão é definida pela perda de estrutura dentária
resultante de um processo químico pela ação de ácidos, sem envolvimento bacteriano e
podem ser de dois tipos: extrínseco e intrínseco. A primeira causa por fatores externos como
consumo de bebidas e alimentos ácidos, ou até mesmo uso de certos medicamentos. Já o
segundo, ocorre principalmente em ação dos ácidos gástricos da cavidade oral (GATELLI,
2018). Enquanto a abrasão, é o desgaste patológico, resultado de um estresse mecânico da
estrutura dentária, devido, por exemplo, a escovação traumática, utilizando escovação
horizontal e intensa. A abfração, ocorre devido a força excessiva na face oclusal dos
elementos dentários. A atrição, é a perda de tecido dentário causada pelo contato dos dentes
antagonistas, durante os movimentos funcionais, oclusão, mastigação e movimentos
parafuncionais (SILVA, 2020).
Com base nas manifestações acima, o bruxismo e as diferentes formas de apresentação
classificados como bruxismo do sono ou quando se está acordado bruxismo de vigília, o
diagnostico será baseado no autorrelato mais exame clínico e no bruxismo do sono baseado
no autorrelato: inspeção clínica mais polissonografia (OLIVEIRA, 2019).
O correto diagnóstico para os pacientes com bruxismo é fundamental, pois assim
elaboramos o mais adequado plano de tratamento, que pode ser terapêutica, usando aparelhos
intraorais como placa miorrelaxante, terapias comportamentais cognitivas e meios
farmacológicos. Algumas terapias para essa disfunção, não são totalmente eficazes, mas, além
das terapias convencionais, avaliaremos o papel da toxina botulínica tipo A (BTX-A), no
tratamento dos sinais e sintomas do bruxismo noturno, quando comparado aos métodos
convencionais (LIMA e PRADO, 2020).
No bruxismo, o sintoma mais importante é o ranger de dentes. Acompanhado pelo
ruído dentário único desse tipo de ranger de dentes, esse tipo de ruído será percebido por
pacientes ou familiares que sofrem dessa doença e muitas vezes acabará incomodando e
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preocupando ouvindo. pessoas. Os distúrbios da moagem também podem causar dor, que é
considerada um sintoma comum e importante dessa disfunção (ABRANTES et al., 2018).
Cerca de 40% dos pacientes com bruxismo se queixam de dores orais e faciais e
rigidez mandibular pela manhã. Portanto, entre os sintomas relatados neste artigo estão:
mialgia do músculo masseter e do músculo temporal, cefaleia matinal ou o dia todo, dor de
garganta, dor de garganta, tórax e dor abdominal (RÉDUA et al., 2019).
Os hábitos de moagem também podem afetar os tecidos periodontais. Devido ao
bruxismo, a doença periodontal pode piorar, com rápida perda óssea alveolar e perda óssea
vertical ou angular nas áreas mais traumatizadas. Quando a saúde periodontal está presente,
pode haver declínio geral, absorção da crista óssea alveolar horizontal e espessamento da
duramáter, o que pode levar ao excesso de cimento ósseo e cementoma. Algumas alterações
podem ser observadas nos exames de imagem, como: desaparecimento da dura-máter,
alterações no espaço periodontal, que pode se expandir ou mesmo desaparecer, reabsorção
radicular, fratura radicular e cálculos pulpares (RIOS et al., 2018).
3.1.1 Classificação
São vários os indícios que podem assinalar que os pacientes estejam com bruxismo,
como: desgaste ou amolecimento dos dentes, dor de cabeça, dor e zumbido no ouvido, dor
no pescoço, no maxilar e nos músculos do rosto, alteração no sono e estalos ao abrir ou
fechar a boca (DE LIMA et al., 2020).
O Bruxismo tem semelhança com a ansiedade e o estresse, entre outros
acontecimentos emocionais (CHAVES, 2021). A ação parafuncional pode acontecer com
mais frequência na fase infantil e adolescência, do que em pessoas adultas; porém, quando há
essa manifestação na fase infantil, pode ser considerada como um indício de alteração no seu
bem-estar, devendo haver uma investigação mais aprofundada (CASTROFLORIO et al.,
2015).
As causas desta ação parafuncional são representadas na figura 1:
Vale ressaltar que, alguns estudiosos não avaliam a má oclusão como influencia para
hábito (DE MELO FERREIRA e MARANGONI, 2018).
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eliminado, mesmo assim, para o responsável pela criança, não se pode dizer que esses
episódios não ocorrerão mais, pois outras causas podem surgir (ESTEVES et al., 2017).
O dentista pode utilizar os quatro métodos de tratamento recomendados conforme a
necessidade, a saber: ajuste oclusal, colocação de coroa, ponte (entre outros), ortodontia e uso
de dispositivos intraorais para reparar a superfície dentária. Para realizar o tratamento do
bruxismo, deve-se realizar o diagnóstico por meio de anamnese para delinear um tratamento
específico para cada pessoa (BEDDIS et al., 2018).
Portanto, as propriedades emocionais têm ampla importância para tratamentos de
pacientes bruxômeros, sendo indispensável verificar a questão psicológica para que haja
melhoria do estresse, da ansiedade e, por conseguinte auxiliar no restabelecimento da saúde
do paciente (VEIGA et al., 2015).
tratamento efetivo contra a insônia e possui uma potência moderada no bruxismo. A clonidina
que exibe efeito maior do que 60% na diminuição do bruxismo (TINASTEPE et al., 2015;
KLASSER et al., 2015).
Um estudo transversal com 448 crianças entre 8 e 11 anos foi realizado em quatro
escolas públicas e uma privada. Os critérios de inclusão foram crianças sem condições como
Síndrome de Down, paralisia cerebral ou tratamento ortodôntico. Este estudo descobriu que
crianças com sinusite ou rinite são mais propensas a apresentar bruxismo. Isso foi baseado em
informações coletadas de seus pais ou cuidadores. O diagnóstico foi limitado apenas às
crianças que relataram desgaste dentário e desconforto muscular. A reação exagerada a essas
informações resultou em muitos diagnósticos errôneos (COSTA et al., 2017).
A pesquisa envolveu mais de 1.800 estudantes do ensino médio do Japão. Eles tinham
entre 12 e 15 anos. O estudo analisou a relação entre DRGE, ou refluxo gastroesofágico, e
bruxismo. Os sintomas da DRGE incluem azia, desconforto ao dormir e desconforto diurno;
complicações podem incluir úlceras no esôfago ou pneumonia. Os alunos foram avaliados de
duas maneiras. Alguns foram identificados pelo seu comportamento, que foi classificado
como aceitável, normal ou problemático. Aqueles classificados como problemáticos
apresentaram maiores taxas de bruxismo do sono, menor qualidade do sono e piores hábitos
alimentares. Os alunos que têm DRGE durante o sono experimentarão microdespertares
devido à inflamação induzida pela DRGE no trato digestivo superior.
Muitas pessoas acreditam que parasitas intestinais causam bruxismo, e tem sido
sugerido na literatura e na opinião pública que as crenças populares sobre isso podem ser
verdadeiras. Os relatórios também sugeriram uma aparente associação entre distúrbios
gastrointestinais e bruxismo (DE LIMA et al., 2020).
Um estudo investigou a relação entre parasitas gastrointestinais e bruxismo em
crianças. Este estudo reuniu 60 participantes, sendo 30 indivíduos com bruxismo e os outros
30 controles saudáveis. Embora a pesquisa tenha concluído que não havia correlação direta
entre bruxismo e infecções parasitárias em crianças, eles ainda recomendaram mais estudos
com um tamanho de amostra maior. Além disso, esta pesquisa sugeriu que estudos adicionais
deveriam ser realizados envolvendo adultos em vez de apenas crianças (CHAVES, 2021).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Para Abrantes et al., (2018), mudanças no conceito de bruxismo foram feitas como
resultado do aumento do estudo da condição. Uma conferência de 2017 realizada para
atualizar o consenso de 2013 sobre o bruxismo mudou a definição da condição de uma
anomalia médica para uma característica física. Isso porque especialistas de todo o mundo se
reuniram para discutir e analisar o bruxismo em seus respectivos países. Costumava ser
considerado um distúrbio, mas agora é entendido como um hábito normal do sono.
Conforme Cabral et al., (2018), é diferenciado do bruxismo acordado, que é quando
alguém está consciente e aperta os dentes durante o sono. Indivíduos saudáveis não devem ter
problemas com bruxismo noturno; é apenas uma forma de contração muscular voluntária que
acontece durante o sono. Estudos recentes mostraram que aproximadamente 20% dos adultos
e 19% das crianças entre 8 e 10 anos de idade têm bruxismo. No Brasil, 32,7% das crianças
nessas idades foram diagnosticadas com a doença.
Segundo Oliveira et al., (2019), o bruxismo é uma condição causada pelo tronco
cerebral, o que sugere que não é mais considerado de natureza periférica. A causa do
bruxismo está relacionada ao sistema nervoso, o que significa que não pode mais ser atribuída
à contração involuntária dos músculos da mandíbula durante o sono. A causa do bruxismo do
sono é cada vez mais estudada e discutida. Como a causa periférica é insignificante, fica claro
que o bruxismo do sono está associado ao sistema nervoso central.
De acordo com Ribeiro e Freitas, (2019), vários fatores de risco foram identificados
que se correlacionam com esse aumento. Um dos mais significativos é a conexão significativa
entre bruxismo e sono perturbado. Bebês que respiram pela boca relatam sono mais inquieto.
Isso limita sua qualidade de vida. Respirar pela boca pode causar bruxismo, que tem causa
multifatorial. Pode ser causada por fatores genéticos, sistêmicos ou psicológicos. Outras
possíveis causas incluem beijos prematuros, obstrução da mandíbula e asma ou rinite. Além
disso, pode estar relacionado a distúrbios do sono, outros fatores hereditários e fatores
interpessoais. Crianças com problemas de saúde mental têm 36 a 40% de probabilidade de
sofrer de bruxismo. Outros fatores, incluindo condições de vida, rotinas diárias e estresse,
também demonstraram influenciar as chances de desenvolvimento de bruxismo em crianças.
Para Reche et al., (2018), certas características familiares, como renda familiar e
divórcio entre os pais, levaram ao bruxismo em algumas crianças. Além disso, fatores como
estresse e ansiedade foram frequentemente associados ao bruxismo noturno; no entanto,
estudos recentes não confirmaram essa relação. Em vez disso, eles sugerem que a causa do
bruxismo acordado pode estar relacionada ao estresse e ansiedade em anos anteriores. Vários
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problemas causados pela ansiedade infantil têm sido estudados em relação ao seu efeito na
vida das crianças. Estes incluem agressividade e problemas comportamentais quando
associados à ansiedade. Além disso, o estresse é um dos fatores psicossociais mais estudados.
Em crianças com bruxismo, isso também levou a problemas emocionais e comportamentais.
Segundo De Melo Ferreira; Marangoni, (2018), crianças que sofrem de apneia
obstrutiva do sono, distúrbio respiratório ou bruxismo têm taxas variáveis de ocorrência.
Essas três condições geralmente andam de mãos dadas; diminuem a qualidade do sono da
criança, comprometendo sua duração e/ou qualidade. Por exemplo, ronco e respiração bucal
são sintomas comuns de bruxismo que crianças que sofrem de apnéia obstrutiva do sono
frequentemente apresentam. Além disso, crianças com essas condições podem ter sono
agitado, conversa noturna ou transpiração excessiva.
Castroflorio et al., (2015), relata que apneia do sono é um distúrbio respiratório que
causa obstruções repetidas das vias aéreas superiores. Isso reduz a saturação de oxigênio no
sangue, o que pode causar problemas como baixa energia e dificuldade para respirar. As
obstruções geralmente fazem com que as crianças com apneia do sono acordem com
frequência. Isso leva a uma diminuição na qualidade geral do sono, além de outros problemas,
como ronco, cansaço e sono agitado.
Embora tenha sido constatado que o bruxismo não está significativamente associado à
má oclusão, ainda pode ser um fator de risco. Foi determinado a maioria dos pacientes que
estudaram a expansão rápida do palato e o bruxismo do sono reduziram seus episódios de
bruxismo. No entanto, isso não leva em conta a má oclusão resultante; em vez disso,
considerou as reduções nas dimensões vertical e transversal do paciente. Portanto, esses
resultados mostram que as crianças ajudadas pelo tratamento podem respirar melhor graças a
melhores dimensões. Além disso, foi demonstrado que crianças com pais que tiveram hábitos
de bruxismo quando crianças muitas vezes tiveram seus próprios filhos que rangem ou
apertam os dentes.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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