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IBEN

INSTITUTO BÍBLICO EVANGÉLICO NAZARENO

TEOLOGIA II
Pr.: IVO MARSI
1º Semestre de 2021
IBEN – Instituto Bíblico Evangélico Nazareno 2
TEOLOGIA II

ÍNDICE

Página

INTRODUÇÃO 3

Unidade III – CRISTOLOGIA 4


Introdução 4
A. A PRÉ-EXISTÊNCIA DE CRISTO 5
1. Declarações 5
2. Jesus teve uma parte na Criação 5
3. Jesus teve contato com homens no período do Antigo Testamento 5
4. Resumindo e concluindo 5
B. A ENCARNAÇÃO DE CRISTO 6
1. Problemas 6
2. Palavras usadas para descrever a encarnação 6
3. Mudanças envolvidas 6
4. Pontos a considerar quanto à Sua encarnação 7
C. O NASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTO 7
1. No Antigo Testamento 7
2. Os relatos de Mateus e Lucas 7
3. Marcos, João e Paulo 7
4. O testemunho do próprio Cristo 8
D. A DUPLA NATUREZA DE CRISTO 8
1. Sua Humanidade 8
2. Sua Divindade 9
3. A união das duas naturezas em Cristo 9
E. A OBRA DE CRISTO 10
1. Sua Morte 10
2. Sua Ressurreição 11
3. Sua Ascensão 12

Unidade IV – PNEUMATOLOGIA 13
Introdução 13
A. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO 14
1. A necessidade 14
2. Pronomes pessoais são aplicados a Ele 14
3. Suas relações pessoais com outras pessoas 14
4. Ele possui elementos essenciais da personalidade 15
B. A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO 15
C. OS MINISTÉRIOS DO ESPÍRITO SANTO 16
1. Citação de alguns de Seus ministérios 16
2. Análise de outros ministérios do Espírito Santo 16
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TEOLOGIA II

INTRODUÇÃO

- Teremos ___ aulas neste semestre


- Estudaremos com detalhes:
1) A Doutrina de Jesus Cristo
2) A Doutrina do Espírito Santo

Importância destas Doutrinas:

- Quanto a Jesus Cristo


1. A história da raça humana tem sido a história da preparação para a vinda de Cristo.
2. Sua influência foi e é tão forte, que é impossível retirar do mundo o caráter de
Jesus.
3. Pela ação vital que há entre Cristo e o cristianismo: para salvar da maldição, poder e
presença do pecado.
4. Que o conhecimento da pessoa e obra de Cristo realce o amor sem medida que nos
foi manifestado, e nos impulsione a retribuir com serviço cristão e testemunho.
5. Que o aluno compreenda o significado e preço da “substituição” feita, e aproprie-se
definitivamente dos resultados abençoadores para sua vida.

- Quanto ao Espírito Santo


1. Somos completamente dependentes do Espírito Santo: Ele nos convence do pecado,
anterior e posterior à nossa salvação; Ele nos dá a compreensão do Evangelho;
efetua a obra de regeneração em nosso ser; dá-nos poder para testemunhar;
orienta-nos em nossa vida de oração, etc, etc.
2. É da maior importância ajudar a esclarecer, pelo ensino da Palavra, o muito erro e
confusão existente hoje quanto à pessoa e manifestação do Espírito Santo.
3. Levar o aluno a uma dependência maior da pessoa do Espírito Santo, tanto em seu
viver diário quanto para a evangelização e ministérios na igreja.

REQUISITOS DO CURSO

1. Ler, de um livro de Teologia Sistemática, 25 páginas sobre Jesus Cristo,


até ________ (entregar relatório bem simples).
2. Ler o livro “Batismo e Plenitude do Espírito Santo” de John R. W. Stott - Ed. Vida Nova,
até ________ (entregar relatório bem simples).
3. Opção: “Espírito Santo: Batismo e Plenitude” de Jean-Jacques Dubois – Ação Bíblica do
Brasil
4. Transcrever o capítulo da Declaração de Fé de sua igreja sobre: Cristologia,
até ________ e Pneumatologia, até ________ .
5. Ler o livro “Enchei-vos agora” de Roy Hession – Ed. Betânia, até ________
(entregar relatório bem simples).
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UNIDADE III – CRISTOLOGIA

Introdução

Assim como hoje, historicamente tem havido opiniões diferentes e heréticas referentes a Jesus
Cristo. Vejamos algumas:

1- Os Ebionitas (os pobres ou indigentes)


Existiram no final do 1° e início do 2° século
Foram judeus crentes que não conseguiram deixar as leis cerimoniais do Antigo
Testamento
Ensinavam que no batismo Jesus foi agraciado com poderes sobrenaturais e, a partir
daí, viveu na plenitude do Espírito Santo
Negavam a natureza divina de Jesus, considerando-o um mero homem que teve um
relacionamento especial com Deus

2- Os Gnósticos (também chamados ‘docetistas’)


Existiram na mesma época dos Ebionitas
Negavam que Cristo teve um corpo real, afirmando que Ele foi apenas um tipo de
fantasma
Não podiam conceber a idéia de Cristo haver tido um corpo, visto que criam que a
matéria era má
Alguns deles diziam que Cristo e Jesus foram duas pessoas distintas: Cristo teria sido
um espírito que descera sobre Jesus no batismo, e o abandonou na hora da
crucificação

1. Os Arianos (seguidores de Ário, um presbítero de


Alexandria)
 Criam que Jesus era superior aos anjos, mas não
divino, por ter sido (conforme criam) criado por Deus
 São os precursores dos atuais ‘Testemunhas de Jeová’
(falsas) e existiram no início do 4° século

2. Os Nestorianos (seguidores de Nestor, bispo de


Constantinopla)
 Criam que o que aconteceu com Jesus era algo
parecido com a habitação do Espírito Santo no crente
 O que O distinguia dos crentes era apenas a constante
plenitude e controle, pela presença de Deus nEle
 Colocavam em perigo a verdadeira divindade de Jesus
 Atuaram no início do 5° século

3. Os Eutiquianos (seguidores de Êutico – 5° século)


 Exaltou tanto a humanidade de Cristo, ao ponto de
duvidar que Seu corpo era da mesma natureza que o nosso
 Cristo, diziam, era constituído de uma terceira
natureza: a soma do divino e do humano
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Vejamos, agora, a Opinião Bíblica:


 Todos os erros acima foram rejeitados pelos
reformadores em geral, assim como haviam sido rejeitados pela Igreja Primitiva.
 A crença assumida como Bíblica foi a definida no
Concílio de Calcedônia, no ano 451 DC: “na pessoa de Jesus Cristo há duas naturezas, a
humana e a divina, cada qual em sua plenitude e integridade e, portanto, estas duas
naturezas estão organicamente e indissoluvelmente unidas, sendo isso, no entanto, feito
de maneira tal, que nenhuma terceira natureza seja formada como resultado”.

A. A PRÉ-EXISTÊNCIA DE CRISTO
Pouco sabemos a respeito da obra de Jesus neste período.
Veremos, então, os detalhes à nossa disposição.

1. Declarações
a. Jesus disse que tinha uma glória com o Pai antes da
fundação do mundo –
Jo 17:5
Disse também que, antes de Abraão, Ele já era – Jo 8:58
b. João diz que no passado eterno, Cristo estava com
Deus – 1:1
c. Paulo o chama de ‘o primogênito de toda criação’ (Cl
1:15), que seria melhor traduzido por:
“___________________________________________________ “
Diz também que Ele é antes de todas as coisas – Cl 1:17

2. Jesus teve uma parte na Criação


- Hb 1:2 – ‘_________________________________________-‘
- Cl 1:15-17 – ‘nEle foram criadas todas as coisas’
‘Tudo foi criado por Ele e para Ele’
- Jo 1:3 e 10 – ‘Todas as coisas foram feitas por Ele’
- I Co 8:6 – ‘__________________________________________’
- Gn 1:26 – ‘participou do conselho da Divindade’

3. Jesus teve contatos com homens no período do


Antigo Testamento
No AT Ele aparece frequentemente, mas nunca é mencionado como sendo Cristo, e
sim:
a. ‘Filho’ – Sl 2:7
b. ‘Senhor’ – Gn 19:24 / Sl 110:1
c. ‘O Anjo do Senhor’ (excepção Ag 1:13)
Gn 22:11-18 – fala com Abraão quando ia imolar Isaque
Ex 3:2-5 –
Ex 14:19,24 – ia diante do povo de Israel, saindo do Egito
Nm 22:22-35 – fala com Balaão, e aparece à jumenta
d. Paulo ensina que a ‘Pedra’ que seguia Israel no deserto
era Cristo – I Co 10:4
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4. Resumindo e Concluindo
Cristo teve uma existência pessoal no período do AT, com repetidos e definidos
contatos com a raça humana.

A ENCARNAÇÃO DE CRISTO
- Foi o primeiro passo de Sua humilhação voluntária, deixando a majestade divina, como
Senhor do universo, e assumindo a natureza humana.
- E mais, Ele não assumiu a forma de um homem importante, um rei, um chefe, mas a
forma de servo – Fp 2:7

Definição: Encarnar quer dizer:


- Em Teologia refere-se àquele ato divino em que a Segunda Pessoa do Deus Triúno é
incorporada na natureza, na carne e na forma humana

1. Problemas
a. Jesus foi apenas um mito, não uma realidade
Resposta: as maiores provas contra isto são três testemunhas presentes:
1. A existência do Novo Testamento
2. A existência da
3. A existência do
b. Os relatos do Nascimento Virginal, foram adicionados
séculos após
Resposta: Eles só não encontram-se em alguns manuscritos que foram mutilados,
mas em todos os outros estão incluídos, inclusive em todas as versões dos
manuscritos reconhecidos como genuínos. É conhecido também o fato de que os
Ebionitas usavam um evangelho sem este trecho, possivelmente para confirmar sua
doutrina.
- O credo dos apóstolos (início do 2° século), assim como outros escritos dos pais da
igreja, confirmam a realidade do Nascimento Virginal
“Cristo veio; é nossa obrigação buscar as razões da encarnação, assim como a
natureza dela”.

2. Palavras usadas para descrever a encarnação


- Usamos para pessoas comuns: concebido e nascido
- Mas Jesus era pré-existente, e os escritores sagrados, movidos pelo Espírito Santo,
tinham que achar palavras que descrevessem mais que o princípio da existência. Quase
que esgotam os recursos da linguagem humana, para fazê-lo:
 Mt 20:28 – veio (indica existência anterior)
 Jo 3:13 / 6:51 -
 Jo 3:17 -
 Fp 2:7-8 – assumiu forma de homem
 Hb 2:17 – semelhante aos irmãos
 I Tm 3:16 – manifestou-se em carne

3. Mudanças envolvidas
a. De morada – do céu para a terra – Jo 6:51 e 1:14
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b. Em Suas possessões – da riqueza para a pobreza – II Co


8:9
c. Na Sua glória – da glória para a obscuridade – Jo 17:5
d. Na Sua posição – de igualdade com Deus para a
sujeição – Fp 2:6-7
e. Na Sua forma – da ‘forma de Deus’ para a ‘semelhança
de homens’ – Fp 2:6-7
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4. Pontos a considerar quanto à Sua encarnação


a. Jó 9:32-33 – a queixa de Jó (e dos homens em geral)
b. Jo 1:14 –
c. I Jo 4:2-3 – o cristianismo e a encarnação,
permanecem ou caem juntamente

B. O NASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTO


Considerações quanto aos que o negam:
1. Não crêem em nada sobrenatural na Bíblia
2. Dizem que devemos reduzir o campo de problemas ao
mínimo possível
3. Geralmente são pessoas que não experimentaram a
regeneração pelo Espírito Santo, e nem acreditam nesta experiência
4. Os que negam a verdade comumente aceita, é que
estão na obrigação de provar o contrário

1. No Antigo Testamento
a. Gn 3:15 –
b. Is 7:14 –
i. O termo ‘virgem’ – hebraico ‘almah’ = mulher / virgem
ii. O ‘sinal’ – algo extraordinário: se não fosse virgem e
sim moça, não seria um sinal
iii. A voz decisiva – Mt 1:22-23 (citando Is 7:14)

2. Os relatos de Mateus e Lucas


Mt 1:18-2:1 e Lc 1:26-38 / 2:1-11, 21
a. Concordam quanto aos fatos principais (8 fatos)
b. Diferem nas genealogias – Mt 1:1-17 / Lc 3:23-38
Em Mateus, José é colocado em destaque, e em Lucas, Maria
i. Os propósitos dos escritores
Mateus – mostrar Jesus como ‘Rei dos judeus’. Importante destacar a figura
masculina. Recua até Davi e Abraão.
Lucas – mostrar Jesus como ‘Filho do Homem’. Recua até Adão.
ii. As fontes de informação – eram apenas duas: Maria e
José.
Mateus informou-se com José
Lucas informou-se com Maria – era médico e tinha mais acesso a informações
particulares. Em seus escritos há evidências, pela linguagem empregada, de
informações da parte de Maria.

3. Marcos, João e Paulo


a. Marcos – note a conexão de 1:1 com Lc 1:35 (Filho de
Deus)
b. João – 1:14 – a força da expressão ‘unigênito do Pai’
c. Paulo – Gl 4:4 – ‘nascido de mulher’
Rm 1:1 – ‘Deus’ / 1:3 – ‘Seu Filho’
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4. O testemunho do próprio Cristo


- A natureza do assunto criava constrangimento, e portanto limitava a discussão pública
- José e Maria não dariam publicidade ao assunto, pois o povo em geral não entenderia
a. Lc 2:48-49 – Jesus, bem cedo, já sabia
-
- Texto fala de dois pais, e Jesus desassociou-se da paternidade de José
b. Jo 6:41-42 e 51 – alguns não entendem seu ensino
sobre o modo miraculoso de sua encarnação
c. Jo 8:19 – ‘onde está teu Pai?’
8:41 – ‘não somos bastardos’
8:38 – acusam-no de ter pai samaritano e desconhecido
8:23-24 –

Concluindo – se não posso confiar nos relatos de Mateus e Lucas quanto ao Nascimento
Virginal de Cristo, também não posso confiar nos demais relatos destes evangelhos.

C. A DUPLA NATUREZA DE CRISTO


A Bíblia apresenta Jesus Cristo como um verdadeiro homem e também como o verdadeiro
Deus.
Pergunta 1 – Qual o problema que se cria ao aceitar-se apenas a divindade de Cristo?
Resposta: Se Ele não foi humano, sua tentação, sofrimentos e morte foram uma farsa, uma
mentira.
Pergunta 2 – Qual o problema que se cria ao aceitar-se apenas Sua humanidade?
Resposta: Se Ele foi apenas humano, era um homem como nós, e nesta condição não poderia
oferecer o sacrifício perfeito que a justiça de Deus exigia.

1. Sua Humanidade – At 2:22 (


)
Jesus teve todas as experiências de um homem, menos as que incluem o pecado
– Hb 2:16-18 / 4:14-16
a. Nasceu como uma verdadeira criança (apesar de ter
sido gerado sobrenaturalmente)
 Lc 2:7 – foi envolvido em panos e deitado numa
manjedoura
 Lc 2:39-40 – foi apresentado no templo, e crescia
 Lc 2:52 –
b. Teve as mesmas necessidades que temos (como um
verdadeiro ser humano, e não um fantasma ou aparição)
 Mt 4:2 – teve fome
 Jo 4:7 –
 Jo 11:35-36 – teve a alegria de ter amigos, amava-os e
chorou pela morte de um deles
 Lc 4:1-13 – foi tentado, e sofreu em cada tentação
 Ainda: andou, falou, dormiu, sentiu-se cansado, etc.
c. Como autêntico homem, sofreu e morreu também –
Mt 27:45-50
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d. Ele mesmo gostava de chamar-se de: “



 Mc 8:38 – Filho do homem
 I Tm 2:5 – Cristo Jesus, homem
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e. Possuía natureza humana completa


 Mt 26:12 – corpo físico
 Mt 26:38 -
 Lc 23:46 – espírito humano
f. Teve limitações intelectuais
 Lc 2:52 – crescimento gradativo em suas faculdades
mentais
 Mc 11:13 – adquiria conhecimento por observação
 Mc 13:32 – seu conhecimento era sujeito a limitações
g. Teve limitações espirituais
 Mc 1:35 – dependia da oração para ter poder para o
trabalho, e para alcançar vitórias morais
 At 10:38 – dependia da unção do Espírito Santo para
exercer poder

Observações:
 Apesar disto, Jesus foi: menino perfeito, adolescente
perfeito e homem perfeito. Em cada estágio humano Ele foi perfeito, no sentido de
não ter pecado.
 O pecado é uma anormalidade, não um elemento
essencial à natureza humana.
 Problema quanto à Sua aparência física:
1. Is 53:2 - ´nenhuma beleza´ (aspecto físico)
2. Sl 45:2 – ´o mais formoso´ (glória moral)

2. Sua Divindade – Jo14:9 (


)
 Jesus a ensina através de palavras, e a confirma por
Suas obras.
 Ele foi verdadeiro Deus, ao mesmo tempo que viveu
entre nós como verdadeiro homem – Is 9:6 / II Co 5:19 / Hb 1:3,6,8,9
 Esta matéria foi discutida suficientemente em Teologia
I, pág 15, item 2b

3. A União das Duas Naturezas em Cristo – Cl 2:2-3


a. Seu auto-esvaziamento – Fp 2:5-8
 Foi um ato voluntário, em que Jesus desistiu (ou
renunciou) de usar seus atributos, temporariamente.
 Ele auto-limitou-se como ´Deus-homem´. Isto não seria
possível estando assentado sobre o trono do universo. A união do humano com
divino viabilizou isto.
 Ao fazer isto, Jesus não despiu-se de Sua natureza
divina (foi auto-esvaziamento e não auto-extinção), potencialmente todos os
recursos divinos estavam presentes – Mt 26:51-54.
 Jesus tinha a capacidade para limitar-se em seu
conhecimento. De alguma forma, Ele podia não usar Sua onisciência.
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 Ilustração: um perito em matemática, ensinando uma


criança que está principiando na matemática
 Hb 13:8 – é importante não confundir ´capacidade
potencial´ com ´plano´ ou ´programa´ divino. Jesus tinha, no período de sua
encarnação, todo o poder, mas não era Seu plano usá-lo naqueles dias.
 Hoje também, Seu poder continua sendo total, mas o
utiliza conforme seus propósitos para cada pessoa, a cada situação.
 O propósito de Jesus ao auto-esvaziar-se, era
unicamente a nossa redenção.

Observações:
i. O período da dependência de Cristo prolongou-se
durante Sua vida encarnada sobre a terra
ii. Neste período dependia da unção do Espírito Santo
para exercer poder – At 10:38 / At 1:2 / Jo 3:34
iii. Após isto, reassumiu a glória que tinha com o Pai,
assim como todas as prerrogativas de Sua divindade.

b. A questão da personalidade
 A encarnação da divindade só foi possível porque o
homem foi feito à imagem de Deus.
 A personalidade humana contém elementos essenciais
a toda personalidade: auto-consciência, inteligência, sentimento, consciência
moral e vontade.
Observações:
i. Apesar de unidas numa única pessoa, as duas
naturezas permanecem distintas uma da outra – Rm 1:3-4 (
)
ii. Por esta união, a natureza divina comunica seus
poderes e valores à natureza humana – Lc 5:24
iii. A sede da personalidade de Cristo está na natureza
divina, assim como no homem a personalidade está na alma e não no corpo.
- O Filho de Deus não uniu-se a uma pessoa humana, mas sim a uma natureza
humana.
iv. Neste aspecto, Jesus foi único, não havendo outro ser
como Ele, o que dificulta nossa compreensão, visto que não podemos
raciocinar do conhecido para o desconhecido.

c. Ilustrações que não satisfazem para explicar esta união


em Cristo
1) O relacionamento do casamento
Problema: permanecem duas personalidades distintas
2) A união do crente com Cristo
Problema: Cristo não foi um homem cheio de Deus, participando da natureza
divina como nós, mas o próprio Deus.
3) Um caso de personalidade dupla
Problema: Cristo nunca distinguiu-se de si mesmo, como sendo duas pessoas.
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D. A OBRA DE CRISTO

1. Sua Morte
- Não recaiu sobre Ele acidentalmente ou sem que Ele soubesse, mas foi uma escolha
definida de Jesus, sendo que poderia tê-la evitado.
a. Foi a principal razão pela qual encarnou-se
- Foi, portanto, mais importante até que sua vida terrena

b. É essencial para o Cristianismo


- A religião cristã tem como base a morte de seu fundador, e não apenas seus
ensinos (diferentemente das demais religiões)
- Sem sua morte, reduziríamos o Cristianismo a um código de ética
- Seria o mais elevado de todos os códigos, mas incapaz de salvar, como as demais
religiões
- Mt 16:21 – convinha que Jesus padecesse, fosse morto e ressuscitasse
- Jo 3:14-15 – importa que o Filho do Homem seja levantado (na cruz)
- Jo 12:24 –
- Lc 24:7 – convém que o Filho do Homem seja entregue, morto e ressuscitado
- Ap 5:8-12 – tornou-se digno por ter morrido, e com seu sangue nos comprado
- Deus não pode perdoar o pecado, apenas com base no arrependimento do
pecador. É necessário que, antes, a pena tenha sido paga.
- A morte de Jesus era condição para que Deus pudesse perdoar ao pecador, e
permanecer justo ao mesmo tempo.

c. Erros na interpretação de Sua morte


1) Um acidente – nada além disso. Uma infelicidade para
um homem tão bom.
2) Um martírio – um exemplo de fidelidade à verdade, a
Seus princípios, e àquilo que considerava Seu dever (Jesus teria lutado pelo ideal
de reformar o homem, única coisa necessária para salvá-lo).
3) Um exemplo moral – semelhante ao caso de uma
enfermeira que se dispõe a entrar numa colônia de leprosos pelo resto da vida,
para salvar alguns ali. Assim, o amor de Cristo manifestado na encarnação, seria
para amolecer os corações humanos e levá-los ao arrependimento.
4) Um resgate à Satanás – o homem estava sob o poder
de Satanás, e a morte de Cristo teria sido o preço pago a Satanás para regatar-
nos.
- Mas Satanás não tem direito legal sobre o pecador, e portanto não precisa ser
pago para que o pecador possa ser livre.
- Cristo pagou o preço que a justiça de Deus exigia: a misericórdia de Deus
resgata o homem da justiça de Deus.

d. A Interpretação correta
- Em Sua morte Cristo foi o Substituto (nosso) que satisfez a justiça de Deus
(satisfação por substituição)
- Palavras que expressam o verdadeiro sentido da morte de Cristo:
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1) Vicário –

2) Resgate ou Redenção – pagamento de um preço pela


liberdade de alguém. Ex. alforria de escravos (Lc 1:68 / Mt 20:28)
- Pagamento de uma dívida e libertação de um cativeiro
3) Propiciação – tornar propício, aceito. Apaziguar a ira
santa de Deus contra o pecado (Lc 18:13)
4) Expiação – cobrir de modo a não ser visto. A culpa do
verdadeiro criminoso é coberta, e torna-se invisível aos olhos do Deus santo.
- Por esta cobertura, a consciência do transgressor descansa.

2. Sua Ressurreição
- Foi o início de Sua restauração ao estado de exaltação
- Não foi apenas a re-união de Seu corpo e alma
- Jesus ressuscitou num corpo espiritual, perfeito e glorificado

a. É uma doutrina fundamental ao Cristianismo – I Co 15:


v. 14 –
v. 15 – seríamos falsa testemunhas de Deus
v. 17 – permaneceríamos em nossos pecados
v. 18 – os que morreram com esta fé, estariam perdidos
v. 19 – seríamos os mais miseráveis dos homens

b. Ele precisava ressurgir


- Para que pudesse nos batizar no Espírito Santo (Jo 16:7 / 7:39), aplicando assim a
salvação a nós, e pudesse dar dons aos homens (Ef 4:8-13)

3. Sua Ascensão
- Terminado Seu trabalho na terra, Cristo voltou aos céus, na segunda fase de Sua
glorificação (At 1:11)
- Assim como na ascensão de Elias (II Rs 2:15-18), na de Cristo também sempre
houveram os que duvidaram

a. Apresentou ao Pai Seu sacrifício – Hb 6:19-20 / 9:24

b. Começou Sua obra intercessora – Rm 8:34 / Hb 4:14

c. Está preparando-nos lugar – Jo 14:1-3

d. Está assentado à direita do Pai – Hb 10:12 / Ef 1:20

e. Já estamos assentados com Ele – Ef 2:6 / Jo 17:24


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UNIDADE IV – PNEUMATOLOGIA

Introdução

Vejamos, para abrir o estudo, os detalhes revelados na Palavra, a respeito do Espírito Santo:

1. No Antigo Testamento
 Há 88 passagens citando ou referindo-se ao Espírito
Santo no AT. Elas encontram-se em 22 dos 39 livros deste Testamento.
 No Pentateuco há 14 referências, e é também
bastante citado em Isaías e Ezequiel.
 Em Ezequiel é mencionado como responsável em
trasladar corporalmente o profeta, por várias vezes.
 Em Juízes aparece como Aquele que reveste com
coragem, valor e força (3:10 / 11:29 / 15:14).
 Em Êxodo, como o Espírito de Sabedoria (31:3 / 35:31)
 Em Samuel e Crônicas, como o inspirador de profecias
(I Sm 19:20,23 / II Cr 15:1 / 20:14 / 24:20)
 Em Isaías e Salmos, aparece o fato de poder entristecê-
Lo pela ingratidão (Is 63:10)
 Em Gênesis 6:3 e Neemias 9:30, já trata de Sua relação
com o mundo incrédulo.
 É notável a maneira como o Antigo Testamento
contém em germe o ensino mais amplo do Novo Testamento acerca do Espírito Santo.

2. No Novo Testamento
 Há um total de 262 passagens aqui, falando
diretamente dEle:
o Nos Evangelhos –
o No Livro de Atos -
o Nas epístolas de Paulo –
o Nos demais –
 Apenas 3 pequenas cartas não referem-se ao Espírito
Santo: Filemon, II João e III João
 É interessante notar que, na maioria das vezes, as
passagens tratando dEle no Novo Testamento aparecem no início dos livros, e sem a
menor explicação de quem é, como age, etc.
Ex. Mt 1:18 – note que declaração surpreendente. Será que um escritor meramente
humano se atreveria a afirmar isto?
- Porque eram desnecessárias explicações?
a)

b) Os escritos do NT não foram feitos logo após a ressurreição, mas vários anos depois,
e neste período os apóstolos e líderes já haviam ensinado muito sobre este tema.
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3. Nomes e Títulos que lhe são atribuídos (


)

a. Com relação ao Pai: o Espírito de Deus; o Espírito do


Senhor; o Espírito do Nosso Deus; o Espírito do Deus Vivo; o Espírito do Vosso Pai; o
Espírito da Glória e de Deus; a Promessa do Pai

b. Com relação ao Filho: o Espírito de Cristo; o Espírito de


Jesus Cristo; o Espírito de Jesus; o Espírito de Seu Filho; Outro Consolador.

c. Que expressam Sua divindade: Um Espírito; Sete


Espíritos (o Espírito Perfeito); o Senhor, o Espírito; o Espírito Eterno.

d. Que expressam atributos: Espírito Santo; o Santo.

e. Que expressam os dons que Ele confere: o Espírito de


Vida; o Espírito de Santidade; o Espírito de Sabedoria; o Espírito da Fé; o Espírito da
Verdade; o Espírito de Graça; o Espírito de Adoção; o Espírito de Poder, Amor e
Moderação.

4. Símbolos usados para representar o Espírito Santo


a. Sopro ou fôlego – Jó 33:4 / Sl 33:6 / Jo 20:22
b. Água – Jo 3:5 / 7:38-39 / (Tt 3:6 e At 2:33 – derramar
como)
c. Fogo – Mt 3:11 / I Ts 5:19
d. Vento – Jo 3:8
e. Azeite – Sl 45:7 / I Jo 2:20
f. Uma pomba – Mt 3:16
g. Um selo – Ef 1:13-14
h. Línguas repartidas – At 2:3 e 6:11

A. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

 O Senhor Jesus sabia melhor que qualquer homem


quem era o Espírito Santo, de modo que quando falou dEle como de uma Pessoa,
revelava a pura verdade – Jo 14:16,26; 15:26 e 16:7,8
 Deus nos tem dado não apenas algo de divino, mas sim
uma `Pessoa Divina`, com Sua vida, para habitar-nos.
Provas:

1. A necessidade – II Co 13:13
 A comunhão ou camaradagem só é possível entre duas
pessoas; ela não pode haver entre uma pessoa e algo impessoal e indefinido.
 Se queremos usufruir da ‘comunhão do Espírito Santo’
devidamente, é necessário que possuamos um conceito verdadeiro acerca dEle com
Pessoa.
IBEN – Instituto Bíblico Evangélico Nazareno 17
TEOLOGIA II

2. Pronomes pessoais são aplicados a Ele – Jo


16:7,8,13,14
 Há certos idiomas em que os pronomes são neutros, e
isto tem contribuído por demais à idéia de que o Espírito Santo é impessoal.

3. Suas relações pessoais com outras pessoas


a. Da divindade – Mt 28:19 / II Co 13:13
 Jesus ordenou que fizéssemos coisas em nome do
Espírito Santo inclusive, e nada pode ser feito em nome de algo que não seja uma
pessoa.
b. Humanas – At 8:29 / 13:2 e 15:28

4. Ele possui elementos essenciais da personalidade


 Estes elementos contrastam com uma experiência
impessoal e com a vida animal.
a. Intelecto – Is 11:2 / Rm 8:27 / Ex 31:3-4 / I Co 2:10-11
 Ele conhece as profundezas de Deus, e no-las revela.
b. Emoção –
 Ef 4:30 / Is 63:10 (tristeza)
 Rm 5:5 / 15:30 (amor)
c. Vontade – I Co 12:11 / At 15:28

Conclusão: O Espírito Santo tem sido sempre uma pessoa, desde a eternidade. Este mesmo
Espírito pessoal é quem veio no dia de pentecostes, e ainda está presente aqui.

B. A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

 É um erro grave crer que o Espírito Santo é uma


pessoa mas não é divino, assim como o contrário.
 Na Bíblia não se fala dEle como um Ser inferior.

1. Note a trisagia da bênção mosaica – Nm 6:24-27


 V. 24-26 – o Senhor (3X)
 V. 27 – a palavra ‘nome’, no singular
 Compare-a com a bênção apostólica – II Co 13:13
 Veja ainda II Co 3:17

2. Compare estes textos:


 Is 6:8-10 com At 28:25-27
 Jr 31:31-34 com Hb 10:15

3. Note agora a ação divina e triúna em prática no


corpo, a igreja:
 I Co 12:4-6 – Os dons
- Os ministérios
- As operações
IBEN – Instituto Bíblico Evangélico Nazareno 18
TEOLOGIA II

4. Confirmada pelos nomes que Lhe são atribuídos (veja


pag 13)

5. Todas as provas em favor da Trindade apóiam


também a divindade do Espírito Santo (veja pag 15 de Teologia I)

6. Outros textos confirmatórios:


 Sl 139:1-12 – refere-se ao ‘Senhor’ e ao ‘Espírito’ como
sendo uma só pessoa
 I Co 3:16 – identifica-O com Deus
 Jo 15:26 – Sua procedência é Deus
 Lc 4:1 – Jesus submetia-se a ele e O obedecia
 At 1:1-8 / Jo 16:13-16 – é dEle a responsabilidade de
realizar na terra toda a obra de Deus
 At 5:3-4 – mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus.

C. OS MINISTÉRIOS DO ESPÍRITO SANTO

 O Espírito Santo é aquela pessoa da Trindade que


executa e concretiza os atos divinamente iniciados.
 Sua obra nos homens antes de pentecostes era bem
mais restrita e pálida, e neste período não habitava-os ainda, mas vinha sobre eles, ou
no meio deles – Is 63:11 /
Nm 11:17, 25 / Jz 3:10 / 11:29 / 14:6, 19 / Jl 2:28-29
 Somente após a morte e ressurreição de Cristo tornou-
se possível o ministério pleno do Espírito Santo, habitando no crente e tornando os
crentes um só corpo – Jo 7:39 / 14:17 / 16:7.

1. Citação de alguns de Seus ministérios:


a. Criou e preserva o universo material – Sl 33:6 / Jó 33:4
/ Is 40:7 / Sl 104:29-30
b. Luta com os homens perdidos – Gn 6:3 / Jo 15:26 /
16:8-11
c. Regenera os crentes (Jo 3:3-6), habita-os (I Co 6:15-
19), sela-os (Ef 1:13-14), fortalece-os (Ef 3:16), liberta-os (Rm 8:2), guia-os (Rm 8:14),
santifica-os (II Ts 2:13), etc.
d. Autor e intérprete das Escrituras – II Pe 1:20-21 / I Co
2:9-14

2. Análise de outros ministérios do Espírito Santo


a. Batismo no (em+o) ou com o Espírito Santo
 Expressão usada poucas vezes na Bíblia (apenas 7
vezes)
a. Promessa futura – Mt 3:11 / Mc 1:8 / Lc 3:16 / Jo 1:33 / At 1:5
b. a) A experiência dos discípulos (judeus) – At 2:4 (não usa a expressão batismo
no/com o Espírito Santo) – pela 1ª vez ocorre
IBEN – Instituto Bíblico Evangélico Nazareno 19
TEOLOGIA II

b) A experiência dos gentios – At 10:44-47 (cf. c/ 11:15-17)


c. Um fato real no passado – I Co 12:13 – todos os crentes após pentecostes,
constituindo-se no ‘corpo de Cristo’, isto é, a igreja universal e invisível.

1) O que o batismo no Espírito Santo não é:


a. Não é algo a ser buscado pelo crente – não há texto
bíblico para citar, pois não existe esta recomendação ou ensino na Bíblia
b. Não é uma segunda bênção (ou segunda graça)
acrescentada ao crente após a salvação – Ef 1:3 / I Co 1:5-7 / II Pe 1:3
c. Não é falar em línguas estranhas – Mc 16:17 – o corpo
manifestará estes sinais, não que todo crente tenha que manifestá-los como
prova de crença
 O batismo possibilita a manifestação de todos os dons,
não só o de línguas
d. Não é qualquer experiência após a conversão – o
crente poderá ter experiências em sua relação com Deus posteriores à sua
conversão, mas jamais é autorizado pela Bíblia a chamá-las de batismo com o
Espírito Santo, a não ser que ele nunca fora crente de fato antes.
 Nunca tome como base para posicionamento teológico
experiências pessoais, mas sempre e tão somente a revelação escrita.
 A Bíblia é que tem autoridade para julgar e discernir as
experiências que vivenciamos, e nunca o contrário.
e. Não é o mesmo que ser cheio do Espírito Santo – Ef
5:18 / At 6:3-5 / 7:55

2) O que o batismo no Espírito Santo é:


a. É um revestimento interior que torna o indivíduo
participante do corpo de Cristo (do organismo) – Gl 3:26-28 / Rm 6:3 / Ef 4:3-4
 O indivíduo é assim mergulhado no Espírito (batismo
interior) tornando-se participante do mesmo, juntamente com os demais
cristãos
 Há pessoas que fazem parte da organização, mas não
do organismo, isto é, é membro da igreja mas não é convertido, não nasceu
do Espírito.
b. É uma realidade na vida de todo cristão verdadeiro – I
Co 10:13
c. É algo para se crer (aceitar, apropriar-se, tomar posse)
e não para buscar –
I Jo 2:20,27 / Ef 1:13-14 / Gl 3:1,2,5,13,14.
d. É um fato do passado, ocorrido simultaneamente à
conversão – Tt 3:5-6 /
II Pe 1:3 / I Co 12:13
 A plenitude acontece pela primeira vez neste mesmo
momento, e pode ser perdida, assim como recuperada
 O batismo, o cristão não pede, acontece uma única vez
– Ef 4:5 / Hb 6:2 – ‘batismos’ – interior e exterior = no Espírito e na água.
IBEN – Instituto Bíblico Evangélico Nazareno 20
TEOLOGIA II

b. Plenitude do Espírito Santo (ou )


 É o poder do Espírito à disposição do crente, que o
capacita a viver a vida cristã e a fazer o serviço de Deus
 Deus não a dá, apenas para nos sentirmos bem ou
para nosso prazer pessoal, mas para fazermos as obras dEle.
 A plenitude é o resultado da comunhão constante com
Deus, em obediência (fé obediente).

Condições fundamentais:
1. Ter sede – Jo 7:37 / Mt 5:6
 O amor ao mundo reduz a sede por Deus (o querer
mais de Deus) – I Jo 2:15-17
2. Ter todo e qualquer pecado confessado – Ef 4:30-32 /
Sl 66:18 / Pv 28:13

Uma análise da ordem dada em Ef 5:18


1. Ao invés de ser dominado (controlado) pelo vinho,
como o ébrio, o Espírito é que deve dominar (controlar) minha vida.
 O Espírito Santo está ansioso por inundá-lo e controlá-
lo (Tg 4:5 / Gl 5:17), mais do que você mesmo deseja.
2. Está no imperativo – é uma ordem, não uma opção
 Desobedecê-la é pecado que precisa ser reconhecido e
confessado
3. Está no presente – é uma ação em prosseguimento
 Idéia linear (______) e não pontilhar (…………)
4. Está no plural – é para todos os crentes, sem exceção
5. Está na voz passiva – indica que o sujeito não enche-se
por si só, mas deve colocar-se na condição para ser cheio.
 A idéia é: “deixai-vos encher constantemente pelo
Espírito”
 A forma de buscá-la portanto é colocar-se em
condições e então crer, apropriar-se desta plenitude – Tt 3:5-6 / Gl 3:2,5,14
 Não é necessário pedir para ser cheio, basta apropriar-
se.
 Não é errado pedir para ser cheio – Lc 11:11-13 – pedir
pode ajudar na fé da pessoa – I Jo 5:14-15 / 3:22 / Ef 3:19-20

Concluindo
 Andar cheio do Espírito, ou no Espírito, é o viver
cristão normal, é a regra.
 Andar ‘na carne’, isto é, confiando e dependendo de
sua força pessoal, é o absurdo, o anormal, a exceção – Gl 5:16

c. Os Dons do Espírito Santo

1. O que são / não são


a. Não são os talentos naturais com os quais nascemos
IBEN – Instituto Bíblico Evangélico Nazareno 21
TEOLOGIA II

Ex. Habilidade musical, artística, esportiva, etc.


 Os talentos são concedidos para o bem da
humanidade, nos planos físico e emocional.
b. São graças concedidas a todo cristão verdadeiro, que o
capacitam a servir aos cristãos e não cristãos
 É uma capacidade que ele não possuía antes, mas lhe
foi acrescentada pelo Espírito Santo após sua conversão.
 Todo crente tem um ou vários (um sistema de) dons
espirituais.
 O efeito da atuação de um dom é abençoar indivíduos
no plano espiritual, emocional e muitas vezes físico.
c. Dons e talentos na prática
 É possível exercer um dom espiritual canalizando-o por
um talento natural.
Ex. o ministério de cantos cristãos – geralmente trata-se do dom de exortação
carregado pelo talento musical (mas uma coisa é o cavalo, outra é o cavaleiro)

2. As divisões do assunto – I Co 12:4-6


a. Os dons – são ligados ao Espírito Santo
 É uma capacidade ou função específica
b. Os ministérios (ou serviços) – são ligados a Jesus
 Trata-se do local ou grupo onde determinado crente
servirá com os dons recebidos. Ex. Paulo e Pedro – tinham o mesmo dom,
mas ministérios diferentes; um aos gentios, o outro aos judeus.
c. As realizações (ou atuações, ou operações)
 São da responsabilidade do Pai
 Trata-se da intensidade com a qual o dom se
manifesta, e os resultados, a cada vez que exercido.

3. Os textos que ensinam sobre o assunto


a. I Co 12:1 até 14:40
b. Rm 12:3-8
c. Ef 4:7-11
d. I Pe 4:10-11
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TEOLOGIA II

4. A Análise de cada Dom

a. Palavra do Conhecimento – I Co 12:8


 Está relacionado com a Palavra
 É a capacidade de notar os princípios da Palavra e
colocá-los em forma organizada, sistemática, e bem compreensiva
 Percebe as doutrinas, os princípios, as promessas, etc.,
contidos na Palavra e examina-as com profundidade e lógica.

b. Palavra de Sabedoria – I Co 12:8


 Está relacionado com a Palavra também
 É a capacidade de aplicar grandes princípios
encerrados na Palavra a situações específicas e práticas.

c. Dom de Ensino (mestres) – I Co 12:29


 Estes três primeiros dons estão interligados
 O ensino lida com a comunicação. É a habilidade de
transmitir aquilo que o ‘conhecimento’ e a ‘sabedoria’ descobriram.

d. Dom da Fé – I Co 12:9
 Tem a visão de como solucionar uma necessidade e
confia em Deus quanto ao suprimento para viabilizar o projeto (fruto da
visão) mesmo que pareça impossível.
 Todo grande empreendimento cristão começa com
alguém que possui este dom.

e. Dons de Cura – I Co 12:9


 Está no plural e parece indicar cura em todos os níveis:
corpo, emoções e espírito
 Hoje há muita ênfase na cura física apenas.
 Não garante que todos, sempre, serão curados. Deus
em Sua soberania é quem faz esta decisão. Não depende exclusivamente da
fé do doente ou de quem tem o dom. Ex. Timóteo (I Tm 5:23); Epafrodito (Fl
2:25-27); Trófimo (II Tm 4:20)
 Não significa que o indivíduo a quem o Espírito deu
este dom não adoeça. Ex. Paulo apóstolo – apesar de curar a muitos – Gl
4:15 / 6:11
 O Novo Testamento não nos permite crer na doutrina
conhecida como ‘saúde divina’ (possibilidade de, pela fé, nunca adoecer).
 Muitos acabam frustrados e desiludidos por não
receberem a cura supostamente prometida nas Escrituras a todos e em
quaisquer circunstâncias.
 Não é tão comum este dom nos dias atuais (Por quê? I
Co 12:11)

f. Dom de Operação de Maravilhas – I Co 12:10


IBEN – Instituto Bíblico Evangélico Nazareno 23
TEOLOGIA II

 Também é chamado de dom de milagres.


 Através de uma atividade sobrenatural algo acontece
fora do ritmo normal da natureza – Ex. At 5:5-10 / 9:40 / 13:11 / 20:10
 Manifesta-se também na realização de tarefas
impossíveis
 Assim como os outros, o Espírito Santo pode conceder
este dom também hoje, mas é raro notá-lo.

g. Dom de Profecias – I Co 12:10


 É dos maiores de todos os dons, conforme I Co 14 e
12:28
 Seu resultado / efeito na vida das pessoas é (I Co 14:3 /
At 15:32):
a) b) c)
 Não é dom dos pregadores apenas
 Note Ap 19:10b
 Note ainda I Co 14:24-25 com Hb 4:12

h. Dom de Discernir os Espíritos – I Co 12:10


 Capacidade de distinguir entre o espírito do erro e o
espírito da verdade – Ex. At 5:1-11 / 16:17
 Percebe a distinção, antes que a diferença se evidencie
pelos resultados. Percebe o que está por detrás das coisas.
 Nota se certas doutrinas, atitudes e motivações, são
de Deus ou do Diabo.
 Identifica os verdadeiros profetas – I Co 14:29
 Note também Gl 2:11-14

i. Dom de Línguas – I Co 12:10


 Falar em língua não materna e nunca aprendida, e
fazer isto em louvor a Deus (no NT não é usado para transmitir mensagens à
igreja – At 2:11 /
I Co 14:2, etc.)
 Pode ser língua compreensível (At 2:11) ou
incompreensível (I Co 14:7-11)
 Seu propósito é a edificação individual – I Co 14:2-4 /
14:19
 Insistir no seu uso público sem intérprete é egoísmo, e
não é permitido –
I Co 14:27-28.

Três regras disciplinando o uso público do dom de línguas:


1) É permitido que apenas 2 ou 3 falem em cada reunião
– I Co 14:27-28
2) Não é permitido que estes 2 ou 3 falem
simultaneamente
IBEN – Instituto Bíblico Evangélico Nazareno 24
TEOLOGIA II

3) Deve ser acompanhado do dom de Interpretação de


Línguas
 Há muito abuso no seu uso hoje, por ser fácil de
imitação, por negligência às regras acima, assim como pela ausência do
dom de discernir.
 Na hierarquia estabelecida por Paulo é classificado
como o menor em importância – I Co 12:28-31)
 Devido ao aspecto sobrenatural que o envolve, muitos
o procuram pelo desejo de estarem em evidência, mas isto contraria a
ênfase bíblica.
 I Co 12:31 (note v.28) / 14:1,12,19,39
 A Bíblia ensina que é possível e necessário controlar e
disciplinar seu uso – I Co 14:23,28,32,33,37,40 – note também Gl 5:22-
23 (o mesmo Espírito que dá o poder, dá o controle = domínio próprio).
IBEN – Instituto Bíblico Evangélico Nazareno 25
TEOLOGIA II

j. Dom de Interpretação de Línguas – I Co 12:10


 Tem a ver com o sentir em profundidade o que está
expressando a Deus, estando em sintonia com o que fala, e comunicando /
interpretando isto aos demais.
 Não é exatamente tradução, mas há registros neste
sentido.
 Quem fala pode também interpretar – I Co 14:13
 A interpretação deve ser uma oração, exaltação a
Deus, cântico ou ação de graças – At 2:11 / 10:46 / I Co 14:14-17
 Não encontra-se na letra do Novo Testamento apoio
às interpretações de línguas que são mensagens aos homens (portanto,
cautela com isto!).

k. Dom de Apóstolo – I Co 12:28 / Ef 4:11


 Seu trabalho primordial foi declarar todo o conjunto
de verdades a respeito de Jesus e Sua igreja, registrado no NT.
 A palavra apóstolo significa ‘alguém que foi enviado’ e
é neste sentido que este dom é dado hoje à igreja.
 Faz parte deste dom hoje fazer trabalho pioneiro de
evangelização e organização de novas igrejas, isto é, o trabalho missionário
– Rm 15:20 /
II Co 10:16.
 Neste pioneirismo muitas vezes se faz necessário, e o
Espírito Santo manifesta, sinais especiais – Rm 15:19 / II Co 12:12

l. Dom de Socorros – I Co 12:28


 Capacidade de ajudar, sempre que necessário, de
maneira que fortaleça e encoraje outros espiritualmente.
 Este dom em exercício providencia as condições ideais
para os outros dons atuarem.
 Aparece também como ministério = ajuda = serviços –
Rm 12:7.
 Está entre os dons mais dados à igreja, e entre os
menos imitados.

m. Dom de Exortação – Rm 12:8


 Capacidade de encorajar e dar conforto aos outros.
 A palavra significa ‘chamar para o lado’.
 Vem da mesma raiz de ‘consolador’, usada para
referir-se ao Espírito Santo.
 É a capacidade de fortalecer e restabelecer a confiança
da pessoa, mostrando se necessário, que a tribulação passa.

n. Dom de Contribuir – Rm 12:8


 O assunto em jogo é dinheiro ou bens materiais, e é
surpreendente saber que o Espírito Santo dá um dom como este.
IBEN – Instituto Bíblico Evangélico Nazareno 26
TEOLOGIA II

 Dá valores acima do que se estima como normal, e isto


para promover o reino de Deus.
 Dá com tal alegria que os recebedores são fortalecidos
espiritualmente.
 Tem grande sabedoria em dar (não o faz
aleatoriamente) e, muitas vezes, tem grande habilidade para ganhar
dinheiro.
 Os resultados obtidos em projetos que sustentou, dá-
lhe grande alegria e satisfação.

o. Dom de Presidir – Rm 12:8 / I Co 12:28


 É o dom de liderar, a capacidade de dirigir reuniões,
conduzir painéis de debates, presidir organizações, etc.
 Literalmente significa: ‘aquele que está em pé na
frente’.
 Faz planos e tem a capacidade de fazer outros
trabalharem para executá-los (sabe delegar).
 Deve fazê-lo com diligência = cobrando,
acompanhando de perto, incentivando.
 Pessoas sob sua liderança sentem-se reanimadas
espiritualmente.

p. Dom de Fazer Atos de Misericórdia – Rm 12:8


 Distingue-se do dom de servir por ministrar mais aos
marginalizados da sociedade, que geralmente provocam repulsa:
deformados, mal-cheirosos, os desagradáveis, mendigos, órfãos, idosos,
alcoólatras, prostitutas, viciados, etc.
 Tem compaixão pelos que sofrem e amor e paciência
para tratar com os mesmos.

q. Dom de Evangelista – Ef 4:11


 Capacidade especial de comunicar o Evangelho e de
levar descrentes a Cristo.
 Todos temos o dever de evangelizar, mas o evangelista
tem um jeito especial, toca nos pontos chaves com sabedoria,
impressionando e mexendo de fato com a pessoa evangelizada.
 Esta capacidade pode ser exercida em trabalho
individual ou com grandes massas de pessoas.

r. Dom de Pastor-Mestre – Ef 4:11


 A expressão usada no texto grego não permite separar
estas duas palavras, portanto conclui-se que todo pastor é também mestre.
 É possível ser mestre (Dom de Ensinar) sem ser pastor,
mas não o contrário.
 É o ovelheiro, aquele que cuida de um rebanho,
alimentando, protegendo, visitando, etc. – Zc 11:15-17.
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TEOLOGIA II

 Problema hoje – pessoas o vêem como um título e não


como um dom, consequentemente muitos são ordenados pastores sem ter
o dom.
 Só deve-se ordenar (colocar o rótulo) àquele a quem o
Espírito Santo deu o dom.
 O portador deste dom assume responsabilidade
pessoal pelo bem estar espiritual de um grupo de cristãos.

s. Dom de Solteiro (Celibato) – I Co 7:7


 O apóstolo o coloca como um carisma, uma graça
especial também.
 É a capacidade de permanecer solteiro para dedicação
exclusiva a certa finalidade espiritual (v.32-35), e ser feliz neste estado.
 O portador deste dom permanece solteiro sem
problemas, sem estar abrasado (v.9), sem inquietações, não sente
necessidade de casar-se.

Observações:
Alguns há que crêem na existência de mais alguns dons, mas as opiniões diferem
quanto a isto. Menciono-os abaixo mas pessoalmente não vejo base para entendê-
los como graças (dons) dadas pelo Espírito Santo, além das que analisamos.
 Pobreza voluntária – I Co 13:3 – misericórdia ou
socorros (?)
 Martírio – I Co 13:3 – necessidade de todos na
perseguição!
 Hospitalidade – I Pe 4:9 cf. c/ Hb 13:1-2 – mencionado
antes de tratar dos dons.
 Missionário – Ef. 3:6-9 – não menciona esta palavra, e
creio que Paulo refere-se ao dom de apóstolo mesmo, em seu sentido de enviado
a trabalhos pioneiros.
 Ministério – Rm 12:7 – o mesmo que socorros, serviço
 Governo ou Administração – I Co 12:28 – o mesmo que
presidir.

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