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Nome: Lorena de Souza Silva

Serviço Social – 4º Período

O filme “Um sonho de liberdade” é repleto de problemáticas, todas elas vinculadas as


fragilidades do sistema prisional, por trás da interpretação dos desdobramentos do filme, caso
não analisado com um olhar crítico e analítico, podemos chegar à conclusão de que se trata de
mais um filme clichê, afirmando laços de amizades acompanhado de um final feliz para os
protagonistas, quando na verdade aponta, julgamentos injustos por falha de investigação,
abuso de poder, corrupção, descaso, abandono e descumprimento das leis da dignidade
humana, além da institucionalização dos presos, tornando-os totalmente dependente da
instituição, sem preparo para que possam um dia viver uma vida livre.

Em nossa sociedade atual, existe uma parcela da população encarcerada, parcela está que é
ignorada pelo sistema. Independente de qual tenha sido o crime cometido pelo apenado, nada
muda o fato de que ele tem direitos humanos e direitos fundamentais, e o responsável por
fornecer a acessibilidade a esses direitos é o sistema, que falha com essas pessoas tanto em
liberdade quanto em cárcere.

Lidamos com presídios em super lotação, comidas precárias, abuso de poder, rede de apoio
reduzida, falha em projetos de reabilitação necessária, que implica diretamente na
ressocialização do apenado, a questão que devemos refletir é: como uma pessoa que não vive
dignamente em um momento da vida que deveria caber para que ele fosse ressocializado,
pode mudar seus hábitos em liberdade?

Temos um sistema prisional totalmente falho, sem investimento, com pouca verba, super
lotação, que culmina no desconforto, pouca higiene, proliferação de doenças, além do abalo
psicológico e danos a dignidade, o apenado deixa de ser marginalizado nas ruas, para ser
marginalizado em cárcere, o que deveria ser uma ressocialização, se torna um castigo e
humilhação, além de sua liberdade tomada, é tomado sua dignidade, seus direitos humanos, e
implantado na sociedade uma falsa sensação de que aquelas pessoas vão ter uma segunda
chance, quando na verdade, as redes de crimes e marginalização só cresce dentro dos
presídios, por falha do sistema, que ao em vez de aplicar as verdadeiras propostas, reduz os
investimentos, e aplica a força bruta, fazendo-o com que o apenado entenda que é aquela
forma de vida que eles merecem, sem o mínimo dos direitos humanos, que tem como
resultado, revoltas, formação de quadrilhas dentro das cadeias, contrabandeio, chantagens,
abusos psicológicos e físicos, tudo bem embaixo das vistas das autoridades, que ao em vez de
cumprir seus deveres e cuidar dos apenados que estão sobre sua tutela, ignoram os fatos, e se
vendem pela corrupção.

A verdade, é que não passa de uma farsa a ressocialização do encarcerado, são pessoas que
estão cumprindo sua pena, e que caso saiam, vão ser totalmente abandonadas pelo sistema,
sem segunda chance, sem auxilio, sem um guia, pessoas que são empurradas de volta a
marginalização, pois é a única forma de vida que lhes foi apresentada, e a única que eles
muitas das vezes conhecem.

Não precisamos de uma reestruturação das penitenciarias, precisamos que seja cumprido as
propostas e que as verbas sejam aplicadas, para que possa ser real o “sonho” de uma segunda
chance para a parcela da população que se encontra encarcerada.

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