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INTENSIVO I

Flávio Tartuce
Direito Civil
Aula 05

ROTEIRO DE AULA

Temas: Pessoa jurídica (continuação) e Bens

2.2. Principais regras quanto às pessoas jurídicas de Direito Privado

a) Associações (CC, arts. 53 a 61) (continuação)

Exclusão de associado (art. 57, CC)


Para a exclusão do associado, deve haver:
• Justa causa.
• Direito de defesa e de recurso.

CC, art. 57: “A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que
assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto”.

Observação: o estatuto não pode afastar o direito de defesa do associado.

Dissolução das associações (CC, art. 61)


CC, art. 61 :“Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as
quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos
designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de
fins idênticos ou semelhantes.

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§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do
remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem
prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição
nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito
Federal ou da União”.

Dissolução das associações - Destino do que sobrar do seu patrimônio:


• 1º - Para entidade de fins não econômicos (sem fins lucrativos) prevista no estatuto.
• 2º - Deliberação dos associados: para uma instituição municipal, estadual ou federal de fins idênticos ou
semelhantes.
• 3º - Fazenda do Estado, DF ou da União.

Obs.: Assembleias Gerais.


A Lei 14.010/2020 (RJET) trouxe a previsão de que as assembleias gerais do Código Civil poderiam ser realizadas
virtualmente até 30/10/2020 e com voto digital.

Lei 14.010/2020, art. 5º: “A assembleia geral, inclusive para os fins do art. 59 do Código Civil, até 30 de outubro de 2020,
poderá ser realizada por meios eletrônicos, independentemente de previsão nos atos constitutivos da pessoa jurídica.
Parágrafo único. A manifestação dos participantes poderá ocorrer por qualquer meio eletrônico indicado pelo
administrador, que assegure a identificação do participante e a segurança do voto, e produzirá todos os efeitos legais de
uma assinatura presencial.”

b) Fundações (CC, arts. 62 a 69)


As fundações são conjuntos de bens arrecadados e afetados para uma finalidade específica.

Segundo Maria Helena Diniz, a fundação sempre deve ter “fins nobres”, porque há interesse social e coletivo. Por esse
motivo, a fundação nunca poderá ter fins lucrativos.

Exemplos: Fundação São Paulo (PUC/SP) e FAAP.

CC, art. 62, “caput”: “Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial
de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la”.

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✓ A instituição das fundações será feita por escritura pública ou por testamento, sob pena de nulidade absoluta por
desrespeito à forma (CC, art. 166, IV e V1).

✓ O parágrafo único do art. 62 elenca os fins nobres (rol exemplificativo) - o dispositivo foi alterado pela Lei n.
13.151/2015:

CC, art. 62. parágrafo único: “A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas; e
X – (VETADO)”.

Curadoria das fundações

CC, art. 66: “Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1 º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios. (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério
Público.”

Diante do interesse social e coletivo que existe em relação às fundações, há uma curadoria das fundações que é exercida
pelo Ministério Público Estadual do local onde situadas.

O Ministério Público deve aprovar a instituição e o estatuto, fiscalizar a atuação e pode pleitear a dissolução da fundação.
✓ Se a fundação funcionar em mais de um estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério
Público Estadual.
✓ Se a fundação funcionar no Distrito Federal ou em Território, o encargo cabe ao MPDFT.

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CC, art. 166, IV e V: “É nulo o negócio jurídico quando: (...). IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma
solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;”

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Observação: o art. 66 do CC foi recentemente alterado pela Lei n. 13.151/2015. Houve retirada expressa da menção do
Ministério Público Federal no caso da fundação localizada no DF.
A alteração do art. 66 somente confirmou o julgamento anterior do STF (ADIN n. 2.794/DF – 2007), que considerou a
antiga previsão como sendo inconstitucional.

Alteração do estatuto da fundação

O art. 67, CC2, também alterado pela Lei 13.151/2015, trata da alteração do estatuto da fundação e traz alguns requisitos
para que isso possa ser feito.

Requisitos:
• Deliberação por 2/3 dos administradores/gestores/representantes.
• Não pode contrariar ou desvirtuar a sua principal finalidade.
• Aprovação pelo MP, que terá 45 dias para manifestação (alterado pela Lei n. 13.151/15). Neste caso, cabe
suprimento judicial.

CC, art. 68: “Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao
submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la,
se quiser, em dez dias”.

Dissolução das fundações (CC, art. 69) - Destino do patrimônio remanescente

CC, art. 69: “Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua
existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu
patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz,
que se proponha a fim igual ou semelhante”.

Ocorrendo a dissolução das fundações, o patrimônio que sobrar será destinado a:


• 1º: outra entidade prevista no ato constitutivo ou no estatuto.
• 2º: outra fundação, designada pelo juiz, que tenha fim igual ou semelhante.

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CC, art. 67: “Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos
competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; III – seja aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá
o juiz supri-la, a requerimento do interessado.”

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c) Sociedades (CC, arts. 966 e seguintes).

São conjuntos de pessoas que, em regra, se unem com fins lucrativos.


Exceção: a Lei 13.874/2019 (Lei da Liberdade Econômica) instituiu, ao lado da Eireli, a sociedade limitada unipessoal (CC,
art. 1.052, §§ 1º e 2º).

CC, art. 1.052: “Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social.
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o
contrato social. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)”

Modalidades de sociedades (quanto aos seus fins):


C.1) Sociedades simples: sem fins empresariais.
Exemplo: cooperativas (Enunciado n. 69 3– I Jornada de Direito Civil). São sociedades simples, mas devem ser registradas
na Junta Comercial.

C.2) Sociedades empresárias: com fins empresariais (art. 966, CC).


Exemplo: sociedades anônimas.

Obs.: Art. 4º do RJET4 – As pessoas jurídicas de direito privado do art. 44, I, II e III do CC deveriam observar as restrições
para assembleias e reuniões presenciais até 30/10/2020.

3. Desconsideração da personalidade jurídica


Como visto, a pessoa jurídica não se confunde com seus membros (art. 49-A, CC). Há uma autonomia da pessoa jurídica
em relação aos seus componentes (instrumento lícito de alocação e segregação dos riscos).

CC, art. 49-A: “A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou
administradores. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019).

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Enunciado 69, I JDC. “As sociedades cooperativas são sociedades simples sujeitas à inscrição nas juntas comerciais.”
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Lei 14.010/2020, art. 4º: “As pessoas jurídicas de direito privado referidas nos incisos I a III do art. 44 do Código Civil deverão observar
as restrições à realização de reuniões e assembleias presenciais até 30 de outubro de 2020, durante a vigência desta Lei, observadas
as determinações sanitárias das autoridades locais.”

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Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de
riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda
e inovação em benefício de todos.”

Porém, diante de abusos praticados por membros de pessoas jurídicas, sob o seu manto ou véu, surgiu, no direito
comparado, uma teoria quebrando com essa autonomia (Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica/“disregard
of the legal entity”/”levantamento do véu”/”teoria da superação da pessoa jurídica”/”teoria da penetração”).

Cuidado: Na desconsideração da personalidade jurídica, não há a extinção da pessoa jurídica, mas apenas uma ampliação
de responsabilidades.
✓ A pessoa jurídica não se confunde com seus membros, sendo assim, apenas se desconsidera a autonomia
patrimonial e isso é feito a título de exceção. Por esse motivo, desconsideração não se confunde com
despersonificação ou despersonalização.

Distinção:
Desconsideração da personalidade jurídica Despersonificação (despersonalização)

CC, art. 50. CC, art. 515.

Não há extinção da personalidade jurídica, mas apenas Há a extinção da pessoa jurídica. Há a apuração do
quebra da autonomia (ampliação de responsabilidades). passivo e do ativo (liquidação) e o cancelamento da
inscrição.

✓ Duas são as modalidades básicas de desconsideração:

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CC, art. 51, caput: “Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para
os fins de liquidação, até que esta se conclua”.

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• a) Desconsideração direta ou regular (CC, art. 50, caput6; CDC, art. 287; e Lei n. 9.605/98, art. 4º8): bens dos sócios
ou administradores respondem por dívidas da pessoa jurídica.
• b) Desconsideração inversa ou invertida (CC, art. 50, §3º9; e CPC, art. 133, § 2º10): bens da pessoa jurídica
respondem por dívidas dos sócios ou administradores.
Exemplo: família e sucessões - Nessa seara, destaque-se o trabalho pioneiro de Rolf Madaleno.

Observação: o Enunciado n. 11, da I Jornada de Direito Processual Civil11, cita a desconsideração expansiva e indireta.
Essas duas nomenclaturas podem ser encontradas nas doutrinas de Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald.
Novas modalidades:
• c) Desconsideração expansiva: realizada para responsabilizar um sócio oculto.
• d) Desconsideração indireta ou econômica: é realizada para atingir outra pessoa jurídica (“sucessão
empresarial”).
A desconsideração indireta passou a ser admitida pelo art. 50, §4º do CC, o qual afirma que o mero grupo
econômico não caracteriza o desvio de finalidade ou confusão patrimonial.

CC, art. 50, § 4º: “A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo
não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)”

Para todas essas modalidades, existem duas teorias quanto à desconsideração da personalidade jurídica:
✓ Teoria maior: foi adotada pelo art. 50 do CC e aprofundada pela Lei 13.874/19. Pela atual redação, somente será
responsabilizado aquele que foi direta ou indiretamente beneficiado pelo abuso.
✓ Ver REsp 1.838.009/RJ (2019).

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CC, art. 50, caput: “ Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la
para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou
de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)”
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CDC, art. 28: “O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver
abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração
também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados
por má administração”.
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Lei n. 9.605/98, art. 4º: “Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento
de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente”.
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CC, art. 50, §3º: “O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de
administradores à pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)”
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CPC, art. 133, § 2º: “Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica”.
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Enunciado n. 11, I JDPC. “Aplica-se o disposto nos arts. 133 a 137 do CPC às hipóteses de desconsideração indireta e expansiva da
personalidade jurídica.”

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EMENTA: “CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 1.022 DO NCPC QUE NÃO SE VERIFICA. DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA. INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS DO ARTIGO 50 DO CC/02. MEROS INDÍCIOS DE ABUSO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA DA SOCIEDADE. CIRCUNSTÂNCIAS QUE NÃO SE ENQUADRAM NOS LIMITES PREVISTOS NA
LEGISLAÇÃO PARA A ADOÇÃO DE PROVIDÊNCIA DE CARÁTER EXCEPCIONAL. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL
PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Aplica-se o NCPC a este recurso ante os termos do Enunciado Administrativo nº 3, aprovado
pelo Plenário do STJ na sessão de 9/3/2016: Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a decisões
publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo
CPC. 2. Tendo o Tribunal Estadual se manifestado de forma clara e fundamentada acerca da matéria que lhe foi posta à
apreciação, não há falar em ofensa ao art. 1.022 do NCPC. 3. A desconsideração da personalidade jurídica está
subordinada a efetiva demonstração do abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela
confusão patrimonial, e o benefício direto ou indireto obtido pelo sócio, circunstâncias que não se verificam no presente
caso. Precedente. 4. Fatos rotulados de maliciosos, mas não examinados pela sentença e pelo acórdão, não podem ser
apreciados por esta Corte. 5. Inexistentes os requisitos previstos nos art. 50 do CC/02, deve ser afastada a desconsideração
da personalidade jurídica. 6. Recurso especial parcialmente provido.”(REsp 1838009/RJ, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 19/11/2019, DJe 22/11/2019).

A teoria maior possui dois requisitos:


✓ 1º) Abuso da personalidade jurídica (art. 50, §§1º e 2º, CC12), que pode ser caracterizado por:
o Desvio de finalidade – utilização da pessoa jurídica com propósito de lesar credores e praticar ilícitos de
qualquer natureza (doloso, culposo ou em abuso).
o Confusão patrimonial – Rol exemplificativo.
- Cumprimento repetitivo de obrigações;
- Transferência de ativos ou passivos sem contraprestações, exceto no caso de valores proporcionalmente
insignificantes;
- Outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.

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CC, art. 50, §§1º e 2º: “§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o
propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) . § 2º Entende-
se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela Lei nº 13.874, de
2019) I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019) II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente
insignificante; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído pela
Lei nº 13.874, de 2019)”

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Em complemento: o art. 50, §5º do CC13 afirma que não é desvio de finalidade a mera expansão ou a
alteração da finalidade original da pessoa jurídica.
✓ 2º) Prejuízo ao credor.

✓ Teoria menor (CDC, art. 28, § 5º14; e Lei n. 9.605/98, art. 4º15 - danos ambientais) – Não houve qualquer alteração
pela Lei 13.874/2019.
Na teoria menor, a desconsideração exige apenas o prejuízo do credor.
Essa teoria é amplamente aplicada pelo STJ.

Observação: STJ – REsp n. 279.273/SP (2004): caso da explosão do “Shopping Osasco”. Precedente que traz a divisão das
teorias, amplamente adotada pelo STJ, apesar das críticas feitas por Fábio Ulhoa Coelho:

EMENTA: "Responsabilidade civil e Direito do consumidor. Recurso especial. Shopping Center de Osasco-SP. Explosão.
Consumidores. Danos materiais e morais. Ministério Público. Legitimidade ativa. Pessoa jurídica. Desconsideração. Teoria
maior e teoria menor. Limite de responsabilização dos sócios. Código de Defesa do Consumidor. Requisitos. Obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Art. 28, § 5º. - Considerada a proteção do consumidor um dos
pilares da ordem econômica, e incumbindo ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis, possui o Órgão Ministerial legitimidade para atuar em defesa de
interesses individuais homogêneos de consumidores, decorrentes de origem comum. - A teoria maior da
desconsideração, regra geral no sistema jurídico brasileiro, não pode ser aplicada com a mera demonstração de estar
a pessoa jurídica insolvente para o cumprimento de suas obrigações. Exige-se, aqui, para além da prova de insolvência,
ou a demonstração de desvio de finalidade (teoria subjetiva da desconsideração), ou a demonstração de confusão
patrimonial (teoria objetiva da desconsideração). - A teoria menor da desconsideração, acolhida em nosso
ordenamento jurídico excepcionalmente no Direito do Consumidor e no Direito Ambiental, incide com a mera prova
de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações, independentemente da existência de desvio
de finalidade ou de confusão patrimonial. - Para a teoria menor, o risco empresarial normal às atividades econômicas
não pode ser suportado pelo terceiro que contratou com a pessoa jurídica, mas pelos sócios e/ou administradores desta,
ainda que estes demonstrem conduta administrativa proba, isto é, mesmo que não exista qualquer prova capaz de
identificar conduta culposa ou dolosa por parte dos sócios e/ou administradores da pessoa jurídica. - A aplicação da teoria
menor da desconsideração às relações de consumo está calcada na exegese autônoma do § 5º do art. 28, do CDC,

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CC, art. 50, §5º: “Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica
específica da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)”
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CDC, art. 28, §5º: “Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma,
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.”
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Lei n. 9.605/98, art. 4º: “Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento
de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente”.

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porquanto a incidência desse dispositivo não se subordina à demonstração dos requisitos previstos no caput do artigo
indicado, mas apenas à prova de causar, a mera existência da pessoa jurídica, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores. - Recursos especiais não conhecidos" (STJ, REsp 279.273/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER,
Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/12/2003, DJ 29/03/2004, p. 230)

Encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica


Exemplo: a empresa para de funcionar no seu endereço, não paga credores e não informa os órgãos competentes (junta
Comercial).
De acordo com o STJ, para a aplicação da teoria maior, não basta que haja só o encerramento irregular das atividades da
pessoa jurídica, sendo necessário, neste caso, a prova do dolo.

✓ Enunciado n. 28216 da IV Jornada de Direito Civil e STJ (EREsp n. 1.306.553/SC – 2014):


"EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ARTIGO 50, DO CC. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. REQUISITOS.
ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES OU DISSOLUÇÃO IRREGULARES DA SOCIEDADE. INSUFICIÊNCIA. DESVIO DE
FINALIDADE OU CONFUSÃO PATRIMONIAL. DOLO. NECESSIDADE. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. ACOLHIMENTO. 1. A
criação teórica da pessoa jurídica foi avanço que permitiu o desenvolvimento da atividade econômica, ensejando a
limitação dos riscos do empreendedor ao patrimônio destacado para tal fim. Abusos no uso da personalidade jurídica
justificaram, em lenta evolução jurisprudencial, posteriormente incorporada ao direito positivo brasileiro, a tipificação de
hipóteses em que se autoriza o levantamento do véu da personalidade jurídica para atingir o patrimônio de sócios que
dela dolosamente se prevaleceram para finalidades ilícitas. Tratando-se de regra de exceção, de restrição ao princípio da
autonomia patrimonial da pessoa jurídica, a interpretação que melhor se coaduna com o art. 50 do Código Civil é a que
relega sua aplicação a casos extremos, em que a pessoa jurídica tenha sido instrumento para fins fraudulentos,
configurado mediante o desvio da finalidade institucional ou a confusão patrimonial. 2. O encerramento das atividades
ou dissolução, ainda que irregulares, da sociedade não são causas, por si só, para a desconsideração da personalidade
jurídica, nos termos do Código Civil. 3. Embargos de divergência acolhidos" (STJ, EREsp 1306553/SC, Rel. Ministra MARIA
ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/12/2014, DJe 12/12/2014).

✓ Observação: a MP 881 colocava o dolo como requisito do desvio de finalidade, mas isso não foi adotado na
conversão da MP em lei.

Em regra, a desconsideração se dá em processo judicial após pedido do interessado ou do Ministério Público.


Há um incidente próprio no CPC/2015 (arts. 133 a 137).

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Enunciado 282, IV JDC. “O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só, não basta para caracterizar abuso da
personalidade jurídica.”

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Exceção: a Lei Anticorrupção admite a desconsideração administrativa (Lei n. 12.846/13, art. 1417) sem a necessidade de
ação judicial.

Enunciados aprovados nas Jornadas de Direito Civil:


✓ Enunciado 7 da I Jornada de Direito Civil 18: A teoria maior somente se aplica contra sócio ou administrador que
agiram com abuso da personalidade jurídica – Atual art. 50, caput e §1º do CC.
✓ Enunciado n. 284 da IV Jornada de Direito Civil19 - Cabe desconsideração de pessoa jurídica sem fins lucrativos.
Exemplos: associações e fundações.
✓ Ver REsp 1.398.438/SP.
EMENTA: “CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ASSOCIAÇÃO CIVIL. PERSONALIDADE JURÍDICA.
DESCONSIDERAÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ART. 1.023 DO CC/02. NÃO APLICÁVEL. 1. Recurso especial
interposto em 15/08/2012 e atribuído a este gabinete em 25/08/2016. 2. Associações civis são caracterizadas pela união
de pessoas que se organizam para a execução de atividades sem fins lucrativos.Sociedades simples são formas de
execução de atividade empresária, com finalidade lucrativa. 3. Art. 1.023 do CC/02 aplicável somente às sociedades
simples. 4. Recurso especial a que se nega provimento.” (REsp 1398438/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 04/04/2017, DJe 11/04/2017)
✓ Enunciado n. 281 da IV Jornada de Direito Civil20- A desconsideração prescinde da demonstração de insolvência
da pessoa jurídica. Exemplo: não há necessidade de falência ou recuperação judicial.
✓ Enunciado n. 285 da IV Jornada de Direito Civil21 - A desconsideração pode ser usada pela pessoa jurídica em seu
favor (autodesconsideração). Exemplo: a própria pessoa jurídica pode pleitear a sua própria desconsideração em
face de um sócio que esteja praticando fraudes. (REsp 1.421.464/SP).

EMENTA – “RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.
LEGITIMIDADE DA PESSOA JURÍDICA PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO. ARTIGOS ANALISADOS: 50, CC/02; 6º E 499, CPC.
1. Cumprimento de sentença apresentado em 02/09/2009, do qual foi extraído o presente recurso especial, concluso ao
Gabinete em 22/11/2013. 2. Discute-se a legitimidade da pessoa jurídica para impugnar decisão judicial que desconsidera

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Lei n. 12.846/13, art. 14: “A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito para
facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos
todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados
o contraditório e a ampla defesa”.
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Enunciado 7, I JDC: “Só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática de ato irregular e,
limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido”
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Enunciado 284, IV JDC: “As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não-econômicos estão abrangidas no
conceito de abuso da personalidade jurídica.”
20
Enunciado 281, IV JDC: “A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no art. 50 do Código Civil, prescinde da demonstração
de insolvência da pessoa jurídica.”
21
Enunciado 285, IV JDC: “A teoria da desconsideração, prevista no art. 50 do Código Civil, pode ser invocada pela pessoa jurídica, em
seu favor.”

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sua personalidade para alcançar o patrimônio de seus sócios ou administradores. 3. Segundo o art. 50 do CC/02, verificado
"abuso da personalidade jurídica", poderá o juiz decidir que os efeitos de certas e determinadas relações obrigacionais
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 4. O interesse na
desconsideração ou, como na espécie, na manutenção do véu protetor, podem partir da própria pessoa jurídica, desde
que, à luz dos requisitos autorizadores da medida excepcional, esta seja capaz de demonstrar a pertinência de seu intuito,
o qual deve sempre estar relacionado à afirmação de sua autonomia, vale dizer, à proteção de sua personalidade. 5.
Assim, é possível, pelo menos em tese, que a pessoa jurídica se valha dos meios próprios de impugnação existentes
para defender sua autonomia e regular administração, desde que o faça sem se imiscuir indevidamente na esfera de
direitos dos sócios/administradores incluídos no polo passivo por força da desconsideração. 6. Recurso especial
conhecido em parte e, nesta parte, provido.” (REsp 1421464 / SP, Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 24/04/2014, DJe 12/05/2014).

Questão: Cabe desconsideração de Eireli?

• Enunciado n. 470 da V Jornada de Direito Civil22 (SIM) – “O patrimônio da empresa individual de responsabilidade
limitada responderá pelas dívidas da pessoa jurídica, não se confundindo com o patrimônio da pessoa natural que
a constitui, sem prejuízo da aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica”
• CC, art. 980-A, 7º: “Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de
responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do titular
que a constitui, ressalvados os casos de fraude. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)”
✓ Autonomia da Eireli – Ressalva: fraude.

Estudo complementar:

✓ Estudar o tema nas páginas 179 a 184 do “Manual de Direito Civil” do professor Flávio Tartuce.

Tema n. 3: Bens

Dos bens (arts. 79 a 103): o objeto do Direito

3.1. Introdução (bens x coisas)


Nunca houve unanimidade doutrinária na diferenciação entre coisas e bens.
A Parte Geral do Código Civil utiliza a expressão “bens”. A Parte Especial do Código Civil, por sua vez, utiliza a expressão
“coisas”.

Caio Mário Silvio Rodrigues

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O professor Flávio Tartuce é favorável à desconsideração da Eireli com base no Enunciado 470 da V Jornada de Direito Civil.

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Bem = gênero: é tudo o que nos agrada. Coisa = gênero: é tudo que não é humano.

Coisa = espécie: é um bem corpóreo. Bem = espécie: uma coisa com interesse
econômico e/ou jurídico.

Na leitura do professor, a Parte Geral do Código Civil de 2002 adotou a diferenciação de Silvio Rodrigues.

Situação jurídica dos animais (Manual – ed. 2021 – P. 185 a 187).


• Visão tradicional: os animais são coisas e podem ser bens (no caso de haver interesse econômico/jurídico).
• Tendência: no Brasil, há uma tendência em tratar os animais como “outro gênero”, tal como ocorre na Alemanha
(art. 90-A do BGB: “animais não são coisas”).
✓ Nesse sentido, há o PL 351/2015, o qual pretende incluir novo artigo no Código Civil, prevendo que
animais não são coisas.
✓ Há também o PL 27/2018 que pretende alterar a Lei 9.605/1998 (está avançado).
✓ REsp 1.713.167/SP: trata da guarda de animais em caso de divórcio.

EMENTA - “RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL. ANIMAL DE ESTIMAÇÃO. AQUISIÇÃO NA
CONSTÂNCIA DO RELACIONAMENTO. INTENSO AFETO DOS COMPANHEIROS PELO ANIMAL. DIREITO DE VISITAS.
POSSIBILIDADE, A DEPENDER DO CASO CONCRETO. 1. Inicialmente, deve ser afastada qualquer alegação de que a
discussão envolvendo a entidade familiar e o seu animal de estimação é menor, ou se trata de mera futilidade a ocupar
o tempo desta Corte. Ao contrário, é cada vez mais recorrente no mundo da pós-modernidade e envolve questão
bastante delicada, examinada tanto pelo ângulo da afetividade em relação ao animal, como também pela necessidade
de sua preservação como mandamento constitucional (art. 225, § 1, inciso VII - "proteger a fauna e a flora, vedadas,
na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
submetam os animais a crueldade"). 2. O Código Civil, ao definir a natureza jurídica dos animais, tipificou-os como
coisas e, por conseguinte, objetos de propriedade, não lhes atribuindo a qualidade de pessoas, não sendo dotados

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de personalidade jurídica nem podendo ser considerados sujeitos de direitos. Na forma da lei civil, o só fato de o
animal ser tido como de estimação, recebendo o afeto da entidade familiar, não pode vir a alterar sua substância, a
ponto de converter a sua natureza jurídica. 3. No entanto, os animais de companhia possuem valor subjetivo único e
peculiar, aflorando sentimentos bastante íntimos em seus donos, totalmente diversos de qualquer outro tipo de
propriedade privada. Dessarte, o regramento jurídico dos bens não se vem mostrando suficiente para resolver, de forma
satisfatória, a disputa familiar envolvendo os pets, visto que não se trata de simples discussão atinente à posse e à
propriedade. 4. Por sua vez, a guarda propriamente dita - inerente ao poder familiar - instituto, por essência, de direito
de família, não pode ser simples e fielmente subvertida para definir o direito dos consortes, por meio do
enquadramento de seus animais de estimação, notadamente porque é um munus exercido no interesse tanto dos pais
quanto do filho. Não se trata de uma faculdade, e sim de um direito, em que se impõe aos pais a observância dos deveres
inerentes ao poder familiar. 5. A ordem jurídica não pode, simplesmente, desprezar o relevo da relação do homem
com seu animal de estimação, sobretudo nos tempos atuais. Deve-se ter como norte o fato, cultural e da pós-
modernidade, de que há uma disputa dentro da entidade familiar em que prepondera o afeto de ambos os cônjuges
pelo animal. Portanto, a solução deve perpassar pela preservação e garantia dos direitos à pessoa humana, mais
precisamente, o âmago de sua dignidade. 6. Os animais de companhia são seres que, inevitavelmente, possuem
natureza especial e, como ser senciente - dotados de sensibilidade, sentindo as mesmas dores e necessidades
biopsicológicas dos animais racionais -, também devem ter o seu bem-estar considerado. 7. Assim, na dissolução da
entidade familiar em que haja algum conflito em relação ao animal de estimação, independentemente da qualificação
jurídica a ser adotada, a resolução deverá buscar atender, sempre a depender do caso em concreto, aos fins sociais,
atentando para a própria evolução da sociedade, com a proteção do ser humano e do seu vínculo afetivo com o animal.
8. Na hipótese, o Tribunal de origem reconheceu que a cadela fora adquirida na constância da união estável e que
estaria demonstrada a relação de afeto entre o recorrente e o animal de estimação, reconhecendo o seu direito de
visitas ao animal, o que deve ser mantido. 9. Recurso especial não provido.” (STJ, REsp 1.713.167/SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, 4ª Turma. Julgado em 19/06/2018, DJe 09/10/2018).

Conceito de patrimônio - Patrimônio é a soma de bens corpóreos e incorpóreos da pessoa. Ele é material e imaterial
(Paulo Lôbo, Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald).

✓ Teoria do Estatuto Jurídico do Patrimônio Mínimo (Luiz Edson Fachin) – Tema a ser estudado na próxima aula.

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