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FILOSOFIA DA RELIGIÃO
Resumo do texto de Loke: Carta acerca da tolerância

O texto de Loke aponta para uma hipocrisia flagrante, dos cristãos, no seu tempo. Os
religiosos ao pregarem amor, odiavam – ao pregarem paz, conflitavam – ao invés de demostrarem
misericórdia, eram rápidos e zelosos em punirem. Eram raivosos, imparciais, orgulhosos,
destemperados, intransigentes... Tudo que Cristo não foi, eles eram.
Dada essa constatação, Loke procura falar de um cristianismo afeiçoado, generoso, caridoso,
misericordioso. E ao mesmo tempo, contrasta, com aquilo que ele chama de vícios: adultério,
fornicação, impureza, idolatria... que todos que fazem algo pecaminoso não herdarão o Reino dos
Céus. E pondera, contrariando os religiosos radicais, que tais vícios não podem ser combatidos, com
violência, ameaças, punições, linchamentos... pois não é pela força, mas pelo amor. Loke, de certa
forma, mostra que, cristianismo sem amor, não pode ser o cristianismo de Cristo. Já que Cristo, não
convencia ninguém pela violência ou pela força, mas pelo amor.
Mas o que me chama atenção é um pequeno trecho do Loke, em que ele disse: “A tolerância
para os defensores de opiniões opostas acerca de temas religiosos está tão de acordo com o Evangelho
e com a razão que parece monstruoso que os homens sejam cegos diante de uma luz tão clara. Não
condenarei aqui o orgulho e a ambição de uns, a paixão, a impiedade e o zelo descaridoso de outros.
Estes defeitos não podem, talvez, ser erradicados dos assuntos humanos...”
É curioso que Loke tenha dúvidas, sobre a origem da maldade humana. Porque é de se
perguntar, o que leva o homem corromper algo bom? O budismo, o cristianismo, o hinduísmo e até, o
islamismo, deveriam sempre “des-corromper” o gênero humano, mas é o gênero humano (talvez
corrompido) que sempre instrumentaliza, a seu benefício próprio, a religião.
A seguir, Loke explica como o magistrado deve se comportar em relação a separação do
Estado e Igreja. E penso, que nessas responsabilidades, que Loke coloca a cada “instituição” tem como
motivação, um medo, de um Estado Eclesiástico e autoritário.
Explicando que o magistrado deve cuidar das leis, e não das almas dos homens. Da mesma
forma, que não é papel da igreja, prender, punir e condenar. Como dito antes, o papel dos líderes da
igreja, está, em ser, semelhante a Cristo.
Da mesma forma que líderes religiosos podem se corromper, e corromper a religião que é boa,
Loke mostra uma preocupação, com uma possível corrupção dos magistrados.
No fim, o homem é passível (ou não) de corrupção, e isso é uma escolha que ditará o seu
caminho. Mas o homem não pode ser intolerante, dando como desculpa, a sua religião ou suas crenças.

"O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente, de modo que os
grandes homens são quase sempre homens maus."

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